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SUMÁRIO

1 O QUE É QUILOMBO ........................................................................ 3

2 KARL MARX ...................................................................................... 4

3 FEUDALISMO.................................................................................... 5

3.1 A Terra e o Feudalismo ............................................................... 6

3.2 A Sociedade Feudal .................................................................... 6

3.3 Os Trabalhadores ........................................................................ 8

4 Fernando Henrique cardoso .............................................................. 9

5 GOVERNO TANCREDO NEVES .................................................... 11

6 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA FOI RESPONSÁVEL PELA


CONSOLIDAÇÃO DO CAPITALISMO ............................................................. 12

7 IMPÉRIO DO BRASIL ...................................................................... 14

8 ONU ................................................................................................. 15

9 REGIME MILITAR ............................................................................ 16

10 GETÚLIO VARGAS ...................................................................... 17

11 CONVÊNIO DE TAUBATÉ ........................................................... 18

12 ATO INSTITUCIONAL Nº 5 .......................................................... 19

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1 O QUE É QUILOMBO

Fonte: www.pstu.org.br

Quilombo eram aldeias que refugiavam os escravos que fugiam das


fazendas e casas de família, e é um termo de origem angola. Os escravos iam
para os quilombos para não serem encontrados, pois onde eles viviam eram
sempre explorados e sofriam maus tratos.
Os quilombos eram aldeias que ficavam escondidas nas matas, em
lugares preferencialmente inacessíveis, como o alto das montanhas e grutas, e
era onde então os escravos se reuniam e conseguiam levar uma vida livre. As
pequenas aldeias eram também chamadas mocambos, e tanto eles como os
quilombos duraram todo o período da escravidão no Brasil.
O termo quilombo, originalmente era utilizado apenas para chamar um
local utilizado por populações nômades, ou então pequenos acampamentos de
comerciantes, e com o início da escravidão, os escravos adotaram o termo para
o lugar que eles fugiam, e foi no Brasil que o termo ganhou o sentido que tem
atualmente.

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Um dos quilombos mais famosos foi o Quilombo dos Palmares, que ficava
na então capitania de Pernambuco, atualmente o estado brasileiro de Alagoas.
Esse quilombo recebeu esse nome pois um escravo chamado Zumbi foi o grande
líder da aldeia.1

2 KARL MARX

Fonte: akaldankehendak.com

Karl Marx (1818-1883), o pai do socialismo científico, escolhendo a linha


da ação política, publicou em fevereiro de 1848, juntamente com Engels, em
Londres, o Manifesto do Partido Comunista:
"Proletários de todo omundo, uni-vos". Marx e Engels lêem a história como
uma contínua luta de classes. O caminho socialista é superá-la e deve levar à
supressão da propriedade privada, à socialização do capital, à abolição da
família, das pátrias, das nacionalidades. O movimento socialista deve ser

1 Texto extraído do link: www.significados.com.br/quilombo/

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internacional e optar pelo caminho da revolução. Surgiram os Partidos socialistas
na Alemanha, França e Itália, depois em quase todos os países.

3 FEUDALISMO

Fonte: www.historiaresumos.com

O Feudalismo foi um sistema social, político e econômico baseado no


poder que os senhores feudais (ou suseranos) tinham sobre porções de terras,
que arrecadavam impostos dos camponeses (vassalos) em troca do uso das
terras. Tais impostos eram pagos através do trabalho que os camponeses
prestavam para os senhores feudais. Assim, como forma de pagamento, tinham
que trabalhar 3 dias da semana para o senhor feudal. Esse tributo era chamado
de Corveia.

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3.1 A Terra e o Feudalismo

Fonte: www.historiaresumos.com

Os trabalhos agrícolas constituíam a principal atividade desenvolvida


pelos homens. Terras férteis, ferramentas e técnicas adequadas, mão-de-obra
abundante e clima favorável eram garantias de prosperidade ou, pelo menos, de
sobrevivência para as sociedades humanas.
Durante o feudalismo, a paisagem européia era essencialmente rural. As
extensas florestas abrigavam, em seu interior, espaços quase sem árvores,
clareiras mais ou menos vastas, onde se desenvolvia o cultivo da terra. A
sociedade feudal.

3.2 A Sociedade Feudal

A posse da terra passava a definir as diferenças entre os grupos sociais


no período medieval. No topo da sociedade figuravam os clérigos e os nobres,

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senhores dos domínios que cobriam o território europeu durante o período. A
ambos cabia a direção da sociedade.
Os clérigos eram os portadores da tradição cristã e deviam zelar pela
manutenção de seus princípios no seio da comunidade européia. Deviam
combater o mal e os pecados com as armas da doutrina religiosa.
Os nobres possuíam a direção militar da sociedade medieval.
Empunhavam suas armas contra os inimigos da fé cristã e os agressores
externos. Muitas vezes, no entanto, nobres cristãos lutavam entre si em defesa
da honra ultrajada pela quebra de algum acordo ou pela ofensa moral a alguma
dama ou pelo desejo de mais terras e riquezas
A direção religiosa exercida pelos clérigos e a função guerreira dos nobres
eram sustentadas pela posse de terras e pela atividade agrícola a cargo dos
trabalhadores.
A Igreja era a maior proprietária de terras no período e seu patrimônio não
cessava de crescer. Seus domíni não eram divididos em herança. Ao contrário,
os nobres comumente deixavam parte de seus bens (em geral porçã de terra)
para a Igreja em testamentos, procurando, com a caridade, a salvação de suas
almas.
Já a nobreza precisava de recursos para a aquisição de suas armas
(espadas, escudos, armaduras, etc.) e cavalos. Terras e camponeses eram
indispensáveis para a vida desses guerreiros. Quanto maior fosse a capacidade
militar de um nobre, tanto maior sua possibilidade de conquistar mais domínios.
A guerra constituía, portanto, uma forma regular de atividade econômica no
feudalismo.
Em função disso, desenvolveram-se no interior da nobreza relações de
subordinação pessoal e compromissos militares recíprocos. Desde o século IX,
através de um acordo denominado contrato feudo-vassálico, nobres poderosos
cediam a outros, em troca de auxílio militar, alguns benefícios, em geral terras,
para que estes pudessem garantir seu sustento e sua condição social. O nobre
que cedia o bem passava a ser designado por que recebia o feudo e obrigava-
se a prestar auxílio militar a seu suserano chamava-se vassalo.

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3.3 Os Trabalhadores

Fonte: senhorioefeudalidadenaidademdia.blogspot.com.br

Abaixo dessas duas ordens sociais, a dos sacerdotes e dos guerreiros,


figuravam todos os trabalhadores (servos, artesãos, pequenos camponeses e
comerciantes), social e politicamente submetidos aos detentores de terras.
Formavam a imensa maioria da população e eram encarregados de todas as
atividades manuais necessárias à sua sobrevivência e ao sustento da nobreza e
do clero.
O controle da fé e o controle das armas garantiam à nobreza e ao clero o
poder sobre os demais grupos sociais do período. A divisão social (clero,
nobreza e trabalhadores) e suas respectivas funções (oração, guerra e trabalho)
eram justificadas como um ordenamento sagrado esclarecido a toda a sociedade
por aqueles que se definiam como os intermediários entre Deus e os homens: o
clero. Os trabalhadores deviam obediência a seus senhores guerreiros. Ambos
deveriam estar subordinados à vontade de Deus transmitida pela Igreja.

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4 FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br

Após o sucesso do plano real, Fernando Henrique Cardoso foi eleito


Presidente do Brasil já no primeiro turno com larga escala de votos e tomou
posse dia 1º de Janeiro de 1.995, sendo reeleito em 1.998, tendo nos dois
mandatos Marco Maciel, do PFL, como vice-presidente.

A política de estabilidade e da continuidade do Plano Real foi o principal apelo


da campanha eleitoral de Fernando Henrique Cardoso e um dos fatores
decisivos para sua reeleição em 1.998, sendo reeleito no primeiro turno.
FHC conseguiu sua eleição graças ao apoio do PSDB, do PFL, do Partido
Progressista brasileiro (atual PP) e de parte do PMDB, e conseguiu manter uma
estabilidade política durante seus oito anos de governo. No primeiro mandato
FHC conseguiu a aprovação da emenda constitucional que criou a reeleição para
cargos executivos.
O governo de Fernando Henrique Cardoso foi marcado pela privatização
de empresas estatais, como: Embraer, Telebrás, Vale do Rio Doce e outras
estatais.

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Além da privatização, seu governo também houve diversas denúncias
de corrupção, como: a compra de parlamentares para aprovação da emenda
constitucional que autorizava a reeleição e também o favorecimento de alguns
grupos financeiros na aquisição de algumas estatais.
No início do segundo mandato de FHC, em 1.999 houve uma forte
desvalorização do real, devido a crises financeiras internacionais (Rússia,
México e Ásia) que levou o Brasil a maior crise financeira da história, além de
aumentar os juros reais e aumentar a dívida interna brasileira.
Os grandes destaques brasileiros foram a implantação do gasoduto Brasil-
Bolívia, a elaboração de um Plano Diretor da Reforma do Estado, um acordo que
priorizaria o investimento em carreiras estratégicas para a gestão do setor
público, aprovação de emendas que facilitaram a entrada de empresas
estrangeiras no Brasil e a flexibilização do monopólio de várias empresas, como
a Petrobrás, Telebrás e etc.
Alguns dos programas sociais criados no governo de Fernando Henrique
Cardoso foram: A Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e o Vale Gás.
No governo de FHC entrou em vigor a lei de responsabilidade fiscal (LRF) que
caracterizava-se pelo rigor exigido na execução do orçamento público, que
limitava o endividamento dos estados e municípios e os gastos com o
funcionalismo público.
Os salários dos funcionários públicos também não tiveram reajustes
significativos, uma forma de evitar a inflação e controlar os gastos públicos.
O governo de Fernando Henrique Cardoso teve fim no dia 1º de Janeiro
de 2003, com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

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5 GOVERNO TANCREDO NEVES

Fonte: natrilhadocastelo.blogspot.com.br

Após um período negro e violento na História do Brasil, foi eleito o primeiro


presidente civil em mais de 20 anos. A ansiedade de todo o país pela sua posse
e por uma reorganização da sociedade, ainda amedrontada pelo regime militar,
era nítida.
Apesar de indireta a eleição de Tancredo foi recebida com grande
entusiasmo pela maioria dos brasileiros. No entanto, Tancredo não chegou a
assumir a Presidência. Na véspera da posse foi internado no Hospital de Base,
em Brasília, com fortes dores abdominais e José Sarney toma seu lugar
interinamente no dia seguinte, em 15 de março de 1985. Depois de sete
cirurgias, veio a falecer em 21 de Abril, aos 75 anos de idade, vítima de infecção
generalizada. Deu-se uma comoção nacional, tantas as esperanças que haviam
sido depositadas em Tancredo. Em 22 de abril, Sarney foi investido oficialmente
no cargo. Governou até 1990, um ano a mais que o previsto na carta-
compromisso da Aliança Democrática, pela qual chegou ao poder.

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6 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA FOI RESPONSÁVEL PELA
CONSOLIDAÇÃO DO CAPITALISMO

Fonte: www.coladaweb.com

Para que acontecesse a Revolução Industrial, 4 condições básicas foram


necessárias: a acumulação de capital, a existência de matérias primas, mão de
obra disponível, assim como mercados consumidores.
Sendo assim, a Inglaterra era o país que reunia as melhores condições
para o desenvolvimento da Revolução Industrial.
A participação ativa dos ingleses na expansão marítima, o Ato de
Navegação, instituído em 1651 por Cromwell, e a atuação das companhias de
comércio possibilitaram o enriquecimento da burguesia, a acumulação de
capitais e o domínio inglês dos mercados mundiais.
Além disso, desde o século XVI, acontecia na Inglaterra a substituição da
pequena propriedade pela grande propriedade, imposta pelas leis de
cercamento.

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Essas leis, estabelecidas pelos reis Tudor, acabavam com as extensões
de terras abertas, utilizadas comunitariamente por camponeses, determinando o
cercamento e venda desses campos.
Com isso, cada vez mais formavam-se grandes propriedades que
produziam mercadorias para o comércio e criavam ovelhas para o fornecimento
de lã para a indústria têxtil.
Essas leis de cercamento forneceram, além de matérias primas para a
Revolução, mão de obra para as cidades, ou seja, para as manufaturas em
expansão. Os camponeses, que perderam as terras comuns e eram até
obrigados a vender suas terras, não tinham condições de viver no campo.
Dirigiam-se então para as cidades, onde trabalhavam, em péssimas condições,
nas futuras indústrias. Assim, a Inglaterra possuía mão de obra disponível para
a Revolução.
Devemos nos lembrar ainda de que, desde as revoluções de 1640 e
Gloriosa, a burguesia era quem controlava o poder e, portanto, conduzia a
política do Estado de acordo com seus interesses econômicos.
Observando a situação inglesa no século XVIII, fica evidente que a
Inglaterra era o país cujas condições eram as mais favoráveis para o
desenvolvimento da Revolução Industrial.

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7 IMPÉRIO DO BRASIL

Fonte: www.dm.com.br

O Império do Brasil foi o Estado brasileiro existente entre 1822 e 1889 que
precedeu a atual República Federativa do Brasil e teve a monarquia parlamentar
constitucional como seu sistema político. O Império do Brasil constituiu o 12º
maior império da história da humanidade.
Teve seu início após a declaração da Independência em relação a
Portugal, em 7 de setembro de 1822, e seu fim após o golpe de Estado militar
que instaurou a forma republicana presidencialista, em 15 de novembro de 1889.
Foi dividido em dois períodos: o Primeiro Reinado, que se iniciou em 7 de
setembro de 1822 e teve por fim quando D. Pedro I abdicou em 7 de abril de
1831, e o Segundo Reinado, que foi iniciado na mesma data com a aclamação
de D. Pedro II e perdurado até a proclamação da República. Este período da
História do Brasil é denomidado, tradicionalmente pela historiografia, como
"Brasil Império", "Brasil Imperial" e "Brasil Monárquico".
Dentre as mudanças econômicas e sociais que aconteceram durante o
Império (1822 – 1889) que provocaram modificações na composição da
população brasileira, destacamos entre outros: crescimento da produção do

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café; abolição da escravatura; início da industrialização e chegada dos
imigrantes europeus.

8 ONU

Fonte: brufernandez.com.br

A ONU (Organização das Nações Unidas) foi fundada no dia 24 de


outubro de 1945, em São Francisco, Estados Unidos.
O encontro intitulado de Conferência de São Francisco, realizado entre os
dias 25 e 26 de abril de 1945, tinha como finalidade debater acerca da
substituição da Liga das Nações por um organismo mais completo e contar com
a participação de todos Estados independentes.

Os principais objetivos da ONU são:

• Manter a paz internacional.

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• Garantir os Direitos Humanos.
• Promover o desenvolvimento socioeconômico das nações.
• Incentivar a autonomia das etnias dependentes.
• Tornar mais fortes os laços entre os países soberanos.

Depois da invasão dos Estados Unidos ao Iraque sem a permissão da


ONU e da morte do diplomata brasileiro Sergio Vieira de Melo na sede da ONU,
em razão de ataques terroristas, ficou claro que para que haja paz será
necessário restaurar a credibilidade da ONU e do Direito Internacional.

9 REGIME MILITAR

Fonte: jusliberdade.com.br

O regime militar, que vigorou no Brasil entre os anos de 1964 a


1985, se caracterizou pelo autoritarismo e centralismo por parte do governo
federal no trato das grandes questőes nacionais. No que tange a gestăo das
políticas sociais durante o período ditatorial, estados e municípios năo
dispunham de muita autonomia para tomar decisőes ou formular políticas
próprias de enfrentamento dos problemas sociais que historicamente sempre
comprometeram a qualidade de vida e dignidade do povo brasileiro, e que

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em decorrência do modelo de desenvolvimento econômico adotado pelo
regime militar só fizeram se agravar nos anos de ditadura, aumentando ainda
mais o índice de pobreza da população e as desigualdades entre os grupos
sociais; tão pouco dispunham de recursos suficientes para implementá-las.

10 GETÚLIO VARGAS

Fonte: www.maiscuriosidade.com.br

A mais expressiva figura política da república brasileira, primeiro ditador


do país e mais tarde presidente eleito pelo voto popular e universal, Getúlio
Vargas conduziu processos de reformas que puseram o Brasil agrário e
semicolonial no caminho do desenvolvimento industrial, lançou as bases de uma
legislação trabalhista e inaugurou o populismo e a intervenção do estado na
economia.
Getúlio Dornelles Vargas nasceu em São Borja RS, em 19 de abril de
1883.

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11 CONVÊNIO DE TAUBATÉ

Fonte: www.paginadahistoria.com.br

No início do século XX, o café era o principal produto que o Brasil


exportava. Desta forma, ocorreu uma grande expansão da oferta do produto
sem, no entanto, a demanda aumentar também. Assim, o preço do café passou
a cair assustadoramente, gerando a preocupação dos produtores e do Governo,
visto que esta era a principal atividade econômica na época.
Em fevereiro de 1906, reuniram-se os governadores dos Estados de São
Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais para discutir sobre uma solução para a
crise de excesso de produção que estava começando a acontecer. Então, os
governadores idealizaram uma política na qual, para manter os preços do café
em alta, o Governo passaria a comprar todo o excedente gerado: o Convênio de
Taubaté.
Esse acordo foi ratificado pelo vice-presidente da república Afonso Pena.
O Convênio de Taubaté se baseava na realização de novos empréstimos para a
compra dos excedentes de café, na criação de um novo imposto cobrado em
ouro sobre cada saca de café exportado a fim de custear os juros destes

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empréstimos e na adoção de medidas que procurassem desencorajar a
expansão de novas lavouras de café.
Mesmo tendo alcançado seu objetivo, de manter estável o preço do café,
os produtores foram estimulados a produzirem cada vez mais, obrigando o
Governo a contrair novos empréstimos e aumentando assim, a dívida externa
brasileira. A política do Convênio de Taubaté serviu para adiar o fim do ciclo do
café, que acabou ocorrendo com o “crash” da Bolsa de valores de Nova York em
1929.

12 ATO INSTITUCIONAL Nº 5

Fonte: blogdopaulinho.com.br

O Ato Institucional nº 5, AI-5, baixado em 13 de dezembro de 1968,


durante o governo do general Costa e Silva, foi a expressão mais acabada da
ditadura militar brasileira (1964-1985). Vigorou até dezembro de 1978 e produziu
um elenco de ações arbitrárias de efeitos duradouros. Definiu o momento mais
duro do regime, dando poder de exceção aos governantes para punir
arbitrariamente os que fossem inimigos do regime ou como tal considerados.
O ano de 1968, "o ano que não acabou", ficou marcado na história mundial
e na do Brasil como um momento de grande contestação da política e dos

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costumes. O movimento estudantil celebrizou-se como protesto dos jovens
contra a política tradicional, mas principalmente como demanda por novas
liberdades. O radicalismo jovem pode ser bem expresso no lema "é proibido
proibir". Esse movimento, no Brasil, associou-se a um combate mais organizado
contra o regime: intensificaram-se os protestos mais radicais, especialmente o
dos universitários, contra a ditadura. Por outro lado, a "linha dura" providenciava
instrumentos mais sofisticados e planejava ações mais rigorosas contra a
oposição.
Também no decorrer de 1968 a Igreja começava a ter uma ação mais
expressiva na defesa dos direitos humanos, e lideranças políticas cassadas
continuavam a se associar visando a um retorno à política nacional e ao combate
à ditadura. A marginalização política que o golpe impusera a antigos rivais -
Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek, João Goulart - tivera o efeito de associá-
los, ainda em 1967, na Frente Ampla, cujas atividades foram suspensas pelo
ministro da Justiça, Luís Antônio da Gama e Silva, em abril de 1968. Pouco
depois, o ministro do Trabalho, Jarbas Passarinho, reintroduziu o atestado de
ideologia como requisito para a escolha dos dirigentes sindicais.

Uma greve dos metalúrgicos em Osasco, em meados do ano, a primeira


greve operária desde o início do regime militar, também sinalizava para a "linha

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dura" que medidas mais enérgicas deveriam ser tomadas para controlar as
manifestações de descontentamento de qualquer ordem. Nas palavras do
ministro do Exército, Aurélio de Lira Tavares, o governo precisava ser mais
enérgico no combate a "ideias subversivas". O diagnóstico militar era o de que
havia "um processo bem adiantado de guerra revolucionária" liderado pelos
comunistas.
A gota d'água para a promulgação do AI-5 foi o pronunciamento do
deputado Márcio Moreira Alves, do MDB, na Câmara, nos dias 2 e 3 de
setembro, lançando um apelo para que o povo não participasse dos desfiles
militares do 7 de Setembro e para que as moças, "ardentes de liberdade", se
recusassem a sair com oficiais. Na mesma ocasião outro deputado do MDB,
Hermano Alves, escreveu uma série de artigos no Correio da
Manhã considerados provocações.

Fonte: veja.abril.com.br

O ministro do Exército, Costa e Silva, atendendo ao apelo de seus colegas


militares e do Conselho de Segurança Nacional, declarou que esses
pronunciamentos eram "ofensas e provocações irresponsáveis e intoleráveis". O
governo solicitou então ao Congresso a cassação dos dois deputados.
Seguiram-se dias tensos no cenário político, entrecortados pela visita da rainha
da Inglaterra ao Brasil, e no dia 12 de dezembro a Câmara recusou, por uma

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diferença de 75 votos (e com a colaboração da própria Arena), o pedido de
licença para processar Márcio Moreira Alves. No dia seguinte foi baixado o AI-5,
que autorizava o presidente da República, em caráter excepcional e, portanto,
sem apreciação judicial, a: decretar o recesso do Congresso Nacional; intervir
nos estados e municípios; cassar mandatos parlamentares; suspender, por dez
anos, os direitos políticos de qualquer cidadão; decretar o confisco de bens
considerados ilícitos; e suspender a garantia do habeas-corpus.
No preâmbulo do ato, dizia-se ser essa uma necessidade para atingir os
objetivos da revolução, "com vistas a encontrar os meios indispensáveis para a
obra de reconstrução econômica, financeira e moral do país". No mesmo dia foi
decretado o recesso do Congresso Nacional por tempo indeterminado - só em
outubro de 1969 o Congresso seria reaberto, para referendar a escolha do
general Emílio Garrastazu Médici para a Presidência da República.
Ao fim do mês de dezembro de 1968, 11 deputados federais foram
cassados, entre eles Márcio Moreira Alves e Hermano Alves. A lista de
cassações aumentou no mês de janeiro de 1969, atingindo não só
parlamentares, mas até ministros do Supremo Tribunal Federal. O AI-5 não só
se impunha como um instrumento de intolerância em um momento de intensa
polarização ideológica, como referendava uma concepção de modelo econômico
em que o crescimento seria feito com "sangue, suor e lágrimas".2

2 Texto extraído do link: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/AI5

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Referências

BENJAMIN, Walter. O narrador. In: Textos escolhidos de Benjamin,


Habermas, Horkheimer e Adorno (Os pensadores). São Paulo: Abril cultural,
1983, p. 57-74.

Carreira, L. de C., História financeira e monetária do Império do Brasil, 2


vols., Brasília: Senado Federal, 1980. Primeira edição, Rio de Janeiro: Imprensa
Nacional, 1889.

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Paulo: Humanitas e Imprensa Oficial, 2002.
MORAES, Antonio Carlos Robert. Território e história no Brasil. São Paulo:
Annablume, 2005.

RABELO, Tamya Rocha. Militares das Nações Unidas no contexto de


Segurança Humana: novos desafios e novas tarefas. Pós-graduação San
Tiago Dantas. São Paulo, 2010.

REIS, Rossana Rocha. Direitos humanos e periferia. Texto apresentado no


Seminário Temático 10 “Dilemas da modernidade periférica”, sessão 1:
Centro e periferia no capitalismo globalizado. Encontro da Associação Nacional
de Pós-graduação em Ciências Sociais (ANPOCS), 2004.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

RIBEIRO, Maria Eurydice de Barros. Os símbolos do poder. Brasília: UnB


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RODRIGUES, Simone Martins. Segurança internacional e direitos humanos:


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Renovar, 2000.

SARANYANA, Josep-Ignasi. A filosofia medieval: das origens patrísticas à


escolástica barroca. São Paulo: Instituto Brasileiro de Filosofia e Ciência
Raimundo Lúlio, 2006.

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