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BIOMEDICINA
RIO DE JANEIRO
08/2023
FERNANDA ALMEIDA DA SILVA E MYLENA GARCIA MARTINS DOS
SANTOS 202008118557 E 202008572967 / 9008 E 9006
RIO DE JANEIRO
08/2023
LISTA DE FIGURAS
1. FIGURA 1 10
2. FIGURA 2 16
SUMÁRIO
RESUMO 5
1. INTRODUÇÃO 6
2. METODOLOGIA 8
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 8
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 16
5. REFERÊNCIAS 17
4
RESUMO
Novas estratégias para a regeneração do tecido são necessárias para proporcionar um tratamento
eficaz para feridas cutâneas e doenças. As células-tronco mesenquimais (CTMs) têm sido
descritas como uma fonte atrativa de células para a regeneração de tecidos, em razão da sua
multipotencialidade e capacidade de liberação de moléculas ativas importantes para o reparo
tecidual. As células-tronco mesenquimais representam uma rara subpopulação das células-
tronco da medula óssea (< 0,01% das células mononucleares da medula óssea) com capacidade
de expansão mitótica in vitro. Esse tipo celular apresenta como uma de suas virtudes
considerável atividade imunossupressora, evitando assim efeitos adversos relacionados a
rejeição entre o material infundido e o hospedeiro. Acredita-se que terapias celulares com
células-tronco mesenquimais (CTMs) adultas apresentam vantagens em relação a outros
métodos de reparação tecidual e o tecido adiposo representa uma fonte ideal de células-tronco
autólogas mesenquimais. Logo, a utilização de terapias celulares com células-tronco
mesenquimais é prática em ascensão nas cirurgias reparadoras, principalmente, de defeitos
estéticos, como cicatrizes de acne, queimaduras e envelhecimento cutâneo. Neste sentido, o
presente estudo teve como o objetivo avaliar a ação das células-tronco mesenquimais através
do tecido adiposo no reparo de lesões tecidual e cutâneas.
O termo célula-tronco, do inglês stem cell, diz respeito a células precursoras que
possuem a capacidade de diferenciação e auto renovação ilimitadas, podendo dar origem a uma
variedade de tipos teciduais (WATT; HOGAN, 2000; BERNÁ; KAUFMAN; THOMSON,
2001; ODORICO et al., 2001; GRITTI; VESCO- VI; GALLI, 2002). Normalmente, entre uma
célula-tronco e sua progênie totalmente diferenciada existe uma população intermediária
conhecida como células amplificadoras transitórias, que possuem uma capacidade proliferativa
mais limitada e um potencial de diferenciação restrito. A presença destas células amplificadoras
transitórias também explica como um tecido pode manter uma produção elevada de células
diferenciadas a partir de um pequeno número de células-tronco. Como, normalmente, as
células-tronco possuem um ciclo celular lento, muitas das células em divisão em um
determinado tecido são células amplificadoras transitórias, que estão destinadas a se diferenciar
após um determinado número de divisões. Desse modo, a capacidade de divisão celular não é,
por si mesma, um indicador da condição de célula-tronco (SLACK, 2000). As células-tronco
estão presentes no embrião, quando são designadas células-tronco embrionárias, mas podem
também ser encontradas em tecidos adultos, originando as células-tronco adultas (VOGEL,
2000).
Alguns cientistas acreditam que o tecido adiposo seja uma propícia fonte de células-
tronco adultas (CTA) para aplicações terapêuticas a princípio, por estar disponível em grandes
quantidades entre (100 ml até 1 l), por meio de lipossucção ou lipoaspiração e com uma
irrelevante morbidade.
Houve uma constatação nos últimos anos que o tecido adiposo não é apenas um
fornecedor e armazenador de energia, mas um órgão ativo e produtor de hormônios, que está
implicado em uma variedade de processos fisiológicos e fisiopatológicos, por ser apto para
secretar várias proteínas intituladas adipocinas (citocinas).
Por meio de lipoaspiração, pode-se obter cerca de 2-6*10 células em 300ml de tecido
adiposo. Efetivamente os dados da literatura em relação ao isolamento das ADSCs indicam que,
conforme o procedimento cirúrgico e o método laboratorial utilizado, pode-se obter não apenas
quantidades diferentes de ADSCs a partir da mesma quantidade de tecido adiposo, mas
também ADSCs com efetividade e particularidades variadas.
Deste modo, parece presumível que o tecido adiposo humano seja constituído por
diferentes subtipos de célula-tronco, dependendo da posição anatômica. Contudo são
necessários mais estudos comparativos da estrutura celular e do potencial de diferenciação
das ADSCs isoladas de tecidos adiposo de localização anatômicas distintas, com
atenção também ao tipo de procedimentos cirúrgico e/ou laboratorial aplicado.
MÉTODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1 Estrutura da pele
A pele é o maior órgão do corpo humano, é responsável por cerca de 16% do peso
corporal e possui como principal função isolar as estruturas internas do ambiente externo, e é
constituída por três camadas: epiderme, derme e hipoderme ou tela subcutânea. A pele é
composta por duas camadas: epiderme e derme. Devido à proximidade e ao comportamento
reacional do tecido subcutâneo nos diferentes processos patológicos, alguns autores o
consideram como uma terceira camada. (Lippincott Williams & Wilkins; 2009.)
A camada externa da pele é a epiderme, sendo avascular com espessura de 75 a 150 mm,
sendo de 0,4 a 0,6mm de espessura na palma das mãos e planta dos pés, tendo como função
principal, proteção contra agentes externos. Constituída de células epiteliais achatadas
sobrepostas que as considerando de dentro para fora.
A segunda camada é a derme sendo mais profunda, composta por tecido conjuntivo
denso irregular. É uma camada cutânea presente entre a epiderme e o tecido subcutâneo,
ricamente constituído por fibras de colágeno e elastina. É capaz de promover a sustentação da
epiderme e tem participação nos processos fisiológicos e patológicos do órgão cutâneo. Sua
espessura pode variar de 0,6 mm (regiões mais finas) até 3 mm, onde atinge sua proporção
máxima, apresenta três regiões distintas: região superficial ou papilar, que mantem contato com
a epiderme, e composta por tecido conjuntivo frouxo, com predominância de feixes de fibras
colagenosas mais espessas onduladas e em disposição horizontal, possui pequenos vasos
linfáticos e sanguíneos. Terminações nervosas, colágeno e elastina, corpúsculo de meissner e
tem função de favorecer nutrientes: a segunda camada é a profunda ou reticular, constituída por
tecido conjuntivo denso não modelado, com fibras de colagenosas mais espessas em
disposições horizontais, formada pela base dos folículos pilosos, glândulas, vasos linfáticos e
sanguíneos, terminações nervosas, colágeno e elastina, essa camada fornece oxigênio e
nutrientes para a pele: e a terceira região é a adventícial, circundada por folículos pilossebáceos,
glândulas e vasos, sendo constituída por feixes finos de colágeno. e na derme estão presentes
os anexos cutâneos como glândulas sebáceas e sudoríparas, pêlos e unhas (TASSINARY, 2019:
OLIVEIRA. 2011).
Segundo NOLTELIUS, H. (1977), um organismo que tenha um certo tipo de lesão, onde
ocorra uma descontinuidade tecidual, primeiramente passa por um processo inflamatório, que
segue com a regeneração ou reparação dos tecidos lesados.
A regeneração de tecidos corresponde à substituição das células parênquimas do mesmo
tipo, com o propósito de recuperar a estrutura e a função do tecido original, deixando pouco ou
nenhum vestígio da lesão inicial. A reparação tecidual consiste na substituição das células
lesadas por tecido conjuntivo, a fim de se obter a total cicatrização da área lesada.
2 Célula-Tronco
A origem da célula-tronco está dividida em dois grupos de acordo com seu local de
matriz podendo ser células-tronco embrionárias (CTE) quando são oriundas da massa celular
interna do blastocisto embrionário, e células-tronco adultas (CTA) que são obtidas no sangue
do cordão umbilical, na medula óssea (MO), no sangue periférico, em cada órgão do organismo
e no tecido adiposo.
O trabalho descrito por Friedenstein et al. (1974) demonstrou definitiva evidência que a
medula óssea possui, além de progenitores hematopoiéticos, uma população de células
formadoras de colônias fibroblásticas (CFU-F), denominadas posteriormente de CTM
(BIANCO; ROBEY; SIMMON, 2008). Essas células, que têm morfologia fibroblastóide, são
classicamente definidas pela propriedade de auto-renovação e multipotencialidade (BIANCO;
ROBEY; SIMMON, 2008; RICKARD et al., 1996).
Uma questão importante relacionada às CM e sua utilização para terapia celular é que,
quando obtidas de tecidos diferentes, elas não seriam consideradas idênticas, porém similares
(MEIRELLES; CAPLAN; NARDI, 2008). Os estudos comparativos de CTM de origem
tecidual distinta são necessários, a fim de determinar a eficácia dessas células para aplicações
terapêuticas específicas e entender a função que elas possuem em seu sítio de origem
(MEIRELLES; CAPLAN; NARDI, 2008). O conhecimento das características ultraestruturas
das CTM poderia representar a base para identificar in situ os nichos em que essas células
residem, proporcionando um suporte para caracterizá-las nos tecidos adultos (PASQUINELLI
et al., 2007).
Dentre os diversos tecidos em que as CTM podem ser isoladas, o tecido adiposo e o
cordão umbilical são considerados importantes fontes de CTM com potencial uso para
regeneração tecidual (SI et al., 2011). O isolamento e identificação da população de CTM
derivadas do tecido adiposo (ZUK et al., 2001) e cordão umbilical (COVAS et al., 2003;
ROMANOV et al., 2003) são achados recentes, dessa maneira, a caracterização fenotípica
dessas células ainda não está elucidada (MIZUNO; TOBITA; UYSAL, 2012)
Lesões graves na pele, como queimaduras extensas, trauma e úlceras crônicas, exigem
uma cobertura que proporcione a reparação e restauração da função da pele. Esta cobertura,
geralmente, corresponde ao enxerto autólogo de pele. Contudo, a remoção de pele saudável
para a realização da cobertura é um processo altamente invasivo e doloroso para os pacientes,
além de, em alguns casos, ser impossível a obtenção do enxerto, como em pacientes com
queimaduras extensas. A fim de prover um tratamento mais efetivo e viável e que forneça o
reparo tecidual, inúmeras pesquisas vêm sendo desenvolvidas no que se refere à engenharia
tecidual (WONG; CHANG; 2009).
A lesão tecidual ocasionada por traumas ou agentes químicos e/ou infecciosos pode
resultar em perda anatômica e funcional da integridade dos tecidos. Imediatamente, uma
sequência complexa de eventos é desencadeada na tentativa de restaurar a integridade da área
lesada (MARTIN, 1997).
Após a lesão tecidual, um coágulo se forma logo nos primeiros minutos; as plaquetas
tornam-se ativadas e liberam fatores de crescimento. Em sequência, desenvolve-se um processo
inflamatório envolvendo as células do sistema imune (poucas horas após a lesão),
primeiramente neutrófilos, macrófagos e células dendríticas (resposta imune inata) e,
posteriormente, linfócitos (resposta imune adquirida) (MARTIN, 1997; TSIROGIANNI et al.,
2006). Os macrófagos, além de iniciarem a resposta inflamatória, fagocitam os debris celulares,
e substâncias antigênicas interagem com as células da resposta adaptativa e produzem
moléculas estimulatórias e mediadores inflamatórios, que, inicialmente, ativam mecanismos e
células participantes do processo de reparação (TSIROGIANNI et al., 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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