Você está na página 1de 192

Programa de Educação

Continuada a Distância

Curso de Fisioterapia
Dermatofuncional

Aluno:

EAD - Educação a Distância


Parceria entre Portal Educação e Sites Associados
Curso de Fisioterapia
Dermatofuncional

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.

2
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
SUMÁRIO

- Noções de Histologia e Citologia


- Sistema Linfático
- Disfunções Estéticas Corporais
- Celulite ou Hidrolipodistrofia Ginóide
- Flacidez
- Gordura Localizada e Obesidade
- Estrias Atróficas
- Quelóides e Cicatrizes Hipertróficas
- Acne
- Rugas Faciais
- Manchas (Hipercromias, Hipocromias e Discromias)
- Tratamentos para as Disfunções Estéticas Corporais
- Carboxiterapia
- Subcision
- Criotermólise
- Endermologia:
- Vacuoterapia
- Estimulação Muscular (Correntes Excitomotoras)
- Ultra-som
- Eletroforese
- Eletrolipoforese
- Microcorrentes
- Eletroporação
- Thermacool
- Accent Pro
- Manthus
- Termoterapia
- Intradermoterapia Corporal
- Argiloterapia

3
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
- Gesso Redutor
- Drenagem Linfática
-Tratamentos para as disfunções estéticas faciais
- Alta-Freqüência
- Corrente Galvânica
- Ionização
- Desincruste
- Eletrolifting ou Galvanopuntura
- Eletrólise ou Eletrocoagulação
- Corrente Farádica (Eletroestimulação Muscular)
- Vaporização
- Vacuoterapia
- Pulverização ou Nebulização
- Peelings
- Microcorrentes
- Máscaras Faciais
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

4
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
MÓDULO I

FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL CORPORAL

Conceito

Na forma da resolução do COFFITO número 80, “a fisioterapia é uma ciência


aplicada cujo objeto de estudo é o movimento humano em todas as suas formas de
expressão e potencialidade, quer nas suas alterações patológicas, quer nas suas
repercussões psíquicas e orgânicas, com o objetivo de preservar, manter, desenvolver ou
restaurar a integridade de órgão, sistema ou função”.

A fisioterapia dermato- funcional, também conhecida como fisioterapia estética,


não só trata a estética do paciente mas ele como um todo, prevendo a recuperação físico-
funcional dos distúrbios endócrino, metabólicos, dermatológicos e músculo- esquelético. A
fisioterapia dermato- funcional, compreende a arte de previnir e restaurar as alterações
patológicas “lançando mão de conhecimentos e recursos próprios, com os quais ,
baseando-se nas condições psico- físico-social, busca promover, aperfeiçoar ou adaptar
através de uma relação terapêutica, o indivíduo a uma melhor qualidade de vida”
(resolução 80)

Ética profissional

O fisioterapeuta que escolhe trabalhar com a área dermato- funcional não deve se
afastar da sua formação básica, nem do código de ética da classe, o qual aponta os seus
direitos e deveres.

Ao fisioterapeuta cabe observar o código de ética da classe, como consta no item I


do artigo 7: “É dever exercer a atividade com zelo, probidade e decoro, e obedecer aos
preceitos da ética profissional, da moral, do civismo e das leis em vigor, preservando a

5
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
honra, o prestígio e as tradições de sua profissão”. Cabe ressaltar que, de acordo com o
ítem IV do artigo 8: É proibido ao fisioterapeuta, na sua área de atuação, prescrever
medicamentos ou praticar ato cirúrgico”. E ainda de acordo com o item I do artigo 26: “É
proibido ao fisioterapeuta prestar ao cliente assistência que, por sua natureza, incumbe a
outro profissional”.

Ao profissional que não observa o código de ética da classe, estão previstas penas
de acordo com o artigo 32: “Ao infrator deste código são aplicadas as penas disciplinares
previstas no artigo 17, da lei número 6.316, de 17 de dezembro de 1975, observadas as
disposições do código de transgressões e penalidade aprovado pelo Conselho Federal de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional”.

Para uma correta aplicação dos conceitos de fisioterapia é necessário


conhecimento profundo dos principais recursos utilizáveis na área dermato-funcional, bem
como conhecimentos relevantes de anatomia, fisiologia, patologia, entre outros, o que leva
o fisioterapeuta a avaliar profundamente o problema, além de eleger o tratamento
adequado.

Para um emprego eficiente dos diversos recursos utilizados em dermato-funcional,


o profissional que pretende trabalhar na área deve rever alguns conceitos básicos como:
indicações, contra-indicações, dosagens mínimas e máximas permitidas, prováveis efeitos
adversos como alergias, queimaduras, por exemplo.

O trabalho na área de dermato-funcional é multidisciplinar, pois, muitas vezes, o


distúrbio estético está diretamente ligado a outros problemas sistêmicos como, por
exemplo, distúrbios hormonais e circulatórios, que exigem interferência médica. Outros
profissionais, como educadores físicos e nutricionistas também podem fazer parte da
equipe que assiste o paciente. Portanto, o trabalho em equipe se faz necessário para que,
juntos e integrados, possam interferir minimizando ou solucionando o distúrbio do
paciente, sem comprometer sua saúde.

6
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Noções de Histologia e Citologia

Tecido Epitelial

O tecido epitelial pode ser classificado em: epitélio de revestimento e epitélio


glandular.

Tecido Epitelial de Revestimento

Constitui-se por células intimamente ligadas, com quantidade mínima de material


intercelular. Formam uma barreira que recobre as superfícies do corpo e o revestimento
dos tubos e ductos que se comunicam com a superfície, revestindo também cavidades
naturais como a boca. O tecido epitelial é uma barreira natural que impede a entrada de
partículas inertes ou germes. Esse tecido é avascular, sendo nutridos através do processo
de difusão dos nutrientes através da membrana basal, que é a conexão com o tecido
conjuntivo subjacente. Portanto, para que o oxigênio e os nutrientes possam chegar às
células, eles devem se difundir pela substância intercelular do tecido conjuntivo
subjacente, a partir dos capilares deste.

Tecido Epitelial Glandular

Além da função de revestimento do organismo, tem como função principal


secreção.

Podemos definir as principais funções do tecido epitelial:

- revestimento de superfícies;

- absorção;

- secreção;

7
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
- sensorial.

Tecido Conjuntivo

O tecido conjuntivo caracteriza-se por apresentar diversos tipos de células, que são
separadas por abundante matriz extracelular, que são sintetizadas por elas e representado
pelas fibras do conjuntivo e pela substância fundamental amorfa. Banhando este material,
está presente o líquido intersticial. As principais células que compõe o tecido conjuntivo
são: fibroblastos, macrófagos, células mesenquimatosas indiferenciadas, os mastócitos,
plasmócitos, leucócitos e células adiposas.

O fibroblasto, principal célula do tecido conjuntivo, responsável pela produção e


manutenção da matriz extracelular, sintetiza o colágeno, mucopolissacarídeos e também
fibras elásticas.

Os macrófagos apresentam grande capacidade de pinocitose e fagocitose,


removendo os restos celulares, bactérias e partículas inertes que penetram no organismo,
podendo ser fixos ou móveis.

As células mesenquimatosas indiferenciadas são capazes de originar qualquer


outra célula do tecido conjuntivo.

Os mastócitos estão situados em torno dos vasos sanguíneos e possuem três


substâncias ativas em seus grânulos: a heparina (anticoagulante), a histamina e a
serotonina, mediadores químicos do processo inflamatórios.

Os plasmócitos são derivados de linfócitos, sendo responsáveis pela produção de


anticorpos.

Os leucócitos, freqüentemente encontrados no tecido conjuntivo, vindos do sangue


por migração através dos capilares e vênulas. A sua migração é aumentada quando há
processo inflamatório.

A célula adiposa ou adipócito aumenta de tamanho à medida que a gordura se


acumula, tornando-se de aparência globosa. Caracteriza-se pela presença de células com

8
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
a função de armazenar lipídeos (adipócitos), auxiliando na manutenção da temperatura
corpórea e na formação dos coxins adiposos, apresentando distribuição diferenciada em
cada sexo particularmente. Acredita-se que evoluam dos fibroblastos, sendo
especializadas em armazenamento de gorduras neutras, e estão em contato com a porção
profunda da derme, sendo que o seu conjunto constitui a hipoderme, e são encontradas
sobre a rede de colágeno.

O material intercelular é formado por substância fundamental amorfa e fibras. As


fibras são do tipo: colágenas, elásticas e reticulares, podendo existir mais de um tipo de
fibras em um mesmo tecido.

O tecido conjuntivo tem uma importante capacidade de regeneração, e varia tanto


na forma quanto na função. Os tecidos deste grupo desempenham as funções de
sustentação, preenchimento, defesa, nutrição, transporte e reparação.

Classificação

Tecido Conjuntivo Propriamente Dito

- Tecido conjuntivo frouxo: Nesse tecido não há predominância de nenhum dos


elementos constituintes e as fibras são desorganizadas, podendo ser chamado também de
tecido areolar. Esse tecido apóia e nutre as células epiteliais, podendo ser encontradas na
pele, nas mucosas e nas glândulas. As células comumente encontradas são os
fibroblastos e os macrófagos. É um tecido de característica delicada, flexível e pouco
resistente às trações, um exemplo é o tecido subcutâneo.

- Tecido conjuntivo denso: Nesse tecido há a predominância de fibras colágenas,


sendo que as células mais numerosas são os fibroblastos. No tecido conjuntivo denso
irregular os feixes formam uma trama tridimencional, que proporciona ao tecido resistência
às trações, como por exemplo na derme. No tecido conjuntivo denso regular, seguem uma

9
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
organização fixa, em resposta a trações exercidas num mesmo sentido, como por
exemplo, nos tendões musculares.

- Tecido conjuntivo de propriedades especiais: Podemos enquadrar aqui os tecidos:


adiposo, elástico, reticular e mucoso.

O tecido cartilaginoso e o tecido ósseo também são classificados como tecido


conjuntivo.

Substância Fundamental Amorfa

A substância fundamental amorfa caracteriza-se por preencher os espaços entre as


células e as fibras do conjuntivo e, sendo de aspecto viscoso, podendo representar uma
barreira à penetração de partículas estranhas no interior dos tecidos.

Constitui o elemento não fibroso da matriz, na qual as células e outros


componentes estão mergulhados. Apresenta aspecto incolor, transparente e opticamente
homogêneo, formado principalmente por proteoglicanas, ácido hialurônico e
glicoproteínas. Dentre as principais macromoléculas, estão os mucopolissacarídeos,
também chamados de gliosaminoglicanos, que quando ligados covalentemente às
proteínas, são denominados proteoglicanas.

Além desses também é composta por proteínas fibrilares, íons e água (originária do
sangue).

Os glicosaminoglicanos possuem a função de sustentação, transportes


moleculares, atuando também na produção do colágeno pelos fibroblastos, bem como seu
arranjo tridimencional.

Fibras Colágenas

As mais freqüentes do tecido conjuntivo, formadas por uma proteína chamada


colágeno, que proporciona o arcabouço extracelular. O colágeno é a proteína mais

10
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
abundante do corpo humano, representando 30% do total. O colágeno é classificado em
cinco tipos, sendo os principais do tipo I, II, III. O tipo I é o principal constituinte da pele,
tendão, osso e paredes dos vasos, sendo sintetizado pelos fibroblastos, células do
músculo liso e osteoblastos. O músculo liso também produz a do tipo III, enquanto a do
tipo II é produzida pelos condrócitos.

As fibras colágenas proporcionam a força tênsil dos ferimentos na fase da


cicatrização. O seu metabolismo, nos tecidos normais, consiste num equilíbrio entre
biossíntese e degradação. São reabsorvidas durante o crescimento, remodelação,
involução, inflamação e reparo dos tecidos.

Fibras Elásticas

As fibras elásticas têm aparência delgada, sem estriações longitudinais,


ramificando-se semelhante a uma rede de malha irregular, de cor amarelada. Seu
componente principal é a elastina, proteína muito mais resistente que o colágeno, e a
microfibrila elástica, formada por uma glicoproteína especializada. Suportam grandes
trações.

A elastina é a proteína mais resistente do organismo, sendo encontrada em


pequena quantidade na pele, sendo sintetizada pelas células musculares lisas, células
endoteliais, fibroblastos e condroblastos fibrocartilaginosos.

A degeneração da elastina está relacionada ao envelhecimento, iniciando-se por


volta dos trinta anos, ficando mais acentuada aos setenta, sendo caracterizado pela
aparência de cistos e lacunas, resultando na separação das fibras (microscopicamente).

Fibras Reticulares

As fibras reticulares são anastomosadas umas às outras, formando uma estrutura


semelhante a uma rede. São curtas, finas e inelásticas, constituídas por um tipo de

11
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
colágeno chamado reticulina. Formam os arcabouços internos das glândulas, sendo
produzidos pelos fibroblastos.

Sistema Tegumentar

O sistema tegumentar é constituído pela tela subcutânea, juntamente com os


anexos cutâneos. O tegumento recobre toda a superfície do corpo e é constituído por uma
porção epitelial, a epiderme, e uma porção conjuntiva, a derme. Abaixo e em continuidade
com a derme está a hipoderme, tela subcutânea, que embora tenha a mesma origem e
morfologia da derme não faz parte da pele.

Pele

A pele é multifuncional, sendo o segundo maior órgão do organismo, só perde para


o esqueleto ósseo, pesando aproximadamente 17 Kg e sua área superficial chega a 2m2.

A pele é único órgão do corpo que está totalmente exposto ao meio externo,
representando12% do peso seco total do corpo humano com peso de aproximadamente
4,5 quilos, revestido de grande complexidade.

Um pedaço de pele com aproximadamente 3cm de diâmetro contém mais de 3


milhões de células, entre 100 e 340 glândulas sudoríparas, 50 terminações nervosas e 90
cm de vasos sanguíneos.

É um órgão sensorial do corpo, responsável pela recepção de estímulos táteis


térmicos e dolorosos. O seu teor de água é de cerca de 70% do peso da pele livre do
tecido adiposo, contendo perto de 20% do conteúdo total de água do organismo.

A superfície da pele está coberta por uma delgada película líquida que tende a
acidez. Oferece uma grande superfície de dispersão calórica e de evaporação e por isso,
desempenha importante papel na termo- regulação por meio de seus vasos e glândulas. O
fluxo sanguíneo pode ter uma grande variação. Sob condições normais, o fluxo cutâneo é

12
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
de aproximadamente 400 mililitros (mL) por minuto. Funciona também como um vasto
emunctório e como fábrica de vitamina D e melanina que tem função protetora contra os
raios ultravioletas.

Sendo uma barreira por excelência, a pele não é, contudo um órgão isolado,
encontra-se associada a muitos sistemas, nomeadamente músculo-esquelético,
neurológico, circulatório, endócrino e imunológico. Sendo continuada por mucosas que
revestem o sistema respiratório, digestivo e urogenital e suas aberturas exteriores (boca,
nariz, ânus, uretra e vagina), mas diferindo estruturalmente.

Portanto a pele desenvolve um papel muito importante na fisiologia do corpo


humano protegendo o resto do corpo das toxinas, do sol e de temperaturas extremas do
nosso meio ambiente, ajudando o corpo a regular o calor, estabelecendo comunicação
acerca do estado físico e emocional e ainda, fornece a identificação através de um único
dedo.

A pele é responsável pela proteção externa e interna do nosso corpo contra a


invasão dos microorganismos ou outros agentes que possam prejudicar o bom
desempenho do mesmo, mantendo a sua temperatura e protegendo-o dos pequenos
traumas.

Podemos resumir então, as funções da pele:

- Base de receptores sensoriais, localização do sentido do tato;

- Fonte organizadora e processadora de informações;

- Mediadora de sensações;

- Barreira entre o organismo e o meio ambiente;

- Fonte imunológica de hormônios para diferenciação de células protetoras;

- Proteção contra os efeitos da radiação, traumas mecânicos e elétricos;

- Barreira contra materiais tóxicos e organismos estranhos;

- Regulação da pressão e do fluxo sangüíneo e linfático;

- Regulação da temperatura;

13
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
- Metabolismo e armazenamento de gordura;

- Reservatório de alimento e água;

- Importante na respiração;

- Sintetiza compostos importantes como a vitamina D;

- Barreira contra microorganismos.

Constituições da Pele

- Epiderme

- Derme

- Hipoderme (tecido subcutâneo)

Epiderme

É uma camada avascular derivada da ectoderme. É constituída essencialmente por


um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Apresenta terminações nervosas
livres e células migratórias.

A epiderme é em geral descrita como constituída de quatro ou cinco camadas ou


estratos, devido ao fato da camada lúcida estar ou não incluída só sendo observada em
determinadas amostras de pele espessa. Pode-se observar da derme para a superfície as
seguintes camadas celulares:

14
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Camada Germinativa (basal)

Camada mais profunda formada por células cilíndricas dispostas


perpendicularmente (queratinócitos basais) de intensa atividade mitótica, sendo
responsável pela constante renovação da epiderme, fornecendo células para substituir
aquelas que são perdidas na camada córnea. É uma barreira permeável que dá suporte a
epiderme e estabelece a união com a derme. Por reprodução dá origem às camadas
restantes da epiderme. Entre os queratinócitos basais temos os melanócitos, que formam
os grãos de melanina, que por sua vez transfere-se para queratinócitos córneos através
de prolongações celulares (dendritos).

Camada Espinhosa

As células dessa camada possuem aspecto espinhoso, responsável pela


denominação dessa camada. É constituída por células que se achatam à medida que se
exteriorizam, até perderem seus núcleos e transformarem-se em lâminas acidófilas,
anucleadas. Sua principal função é a manutenção da coesão das células da epiderme e,
conseqüentemente, a resistência ao atrito.

Camada Granulosa

O citoplasma das células dessa camada caracteriza-se por conter grânulos de


querato- hialina que parecem estar associados com o fenômeno de queratinização dos
epitélios.

À medida que os grânulos aumentam de tamanho, o núcleo desintegra, resultando


na morte das células mais externas da camada granulosa. Assim, a camada granulosa é
formada por células que já estão em franca degeneração, cujos sinais são os grânulos de

15
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
queratina ou de melanina que estão no seu citoplasma. O núcleo das células já apresenta
sinais de atrofia e os filamentos que as uniam à camada espinhosa, quase desaparecem.

Camada Lúcida

Constituída por várias camadas de células, achatadas e intimamente ligadas, das


quais a maioria apresenta limites indistintos. Faixa mais profunda, compacta e acidófila,
encontrada somente onde a camada córnea é mais espessa, como a palma da mão e
planta dos pés, podendo estar ausente em alguns lugares. As camadas granular e lúcida
constituem uma camada de transição, com importante função de barreira entre o meio
externo e interno, pois impede a saída de água e a entrada de substâncias exógenas.

Camada Córnea

Camada mais externa de várias fileiras de células mortas, anucleadas e ricas em


queratina. A partir do momento em que seu citoplasma for substituído por uma proteína
fibrosa denominada queratina, estas células mortas são denominadas corneificadas,
formando uma cobertura ao redor da superfície do corpo que protegem o organismo
contra agressões físicas, químicas e biológicas e ajudando a restringir a perda de água do
organismo. As fileiras mais superficiais (capa descamativa) encontram-se em contínuo
processo de descamação. As ceramidas são os principais componentes lipídicos
intercelulares do estrato córneo, são fundamentais em sua função de barreira e na
capacidade retentora de água. As células mais superficiais são continuamente eliminadas
pelo atrito com a roupa, por exemplo, através de abrasão, sendo constantemente
substituídas por células provenientes de camadas mais profundas da epiderme, ocorrendo
a renovação do estrato córneo em aproximadamente 14 dias. Embora a camada córnea
seja de pequena espessura, sua capacidade de retenção hídrica conserva a superfície da
pele macia.

16
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Derme

Camada espessa de tecido conjuntivo sobre o qual se apóia a epiderme,


comunicando com a hipoderme. A derme está conectada com a fáscia dos músculos
subjacentes por uma camada de tecido conjuntivo frouxo, a hipoderme. É constituída por
componentes de origem mesodérmica, tais como tecidos conjuntivos, vasos e nervos, bem
como de origem ectodérmica, tais como pró- colágenos, agrupadas em fila por elastina,
glucoproteínas não colagênicas, fibrilas e miofibrilas de sustentação. As principais células
da derme são os fibroblastos, responsáveis pela produção de fibras e de uma substância
gelatinosa, a substancia amorfa, na qual os elementos dérmicos estão mergulhados. A
epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas
sudoríparas. Encontramos ainda músculo eretor do pêlo, fibras elásticas, fibras colágenas,
vasos sanguíneos e nervos. É disposta por armação formada de fibras de colágeno
agrupadas em filas entrelaçadas por elastina.

Observa-se na derme duas camadas:

- Camada papilar é delgada, constituída por tecido conjuntivo frouxo, cuja função é
aumentar a zona de contato derme-epiderme, trazendo maior resistência à pele. Possui
suprimento sanguíneo rico. Muitas papilas contêm alas capilares, outras contêm
receptores sensoriais especializados que reagem a estímulos, como mudanças de
temperatura e pressão. Nesta camada há fibrilas especiais de colágeno, que se inserem
na lâmina basal e penetram profundamente na derme, essas possuem função de prender
a derme à epiderme.

Camada reticular é mais espessa, constituída por tecido conjuntivo denso, com
pequena vascularização, sendo assim denominada pelo fato de que os feixes de fibras
colágenas que a compõem entrelaçam-se em um arranjo semelhante a uma rede. Seus
capilares são raros, sendo essa uma grande diferença em relação à papilar.

As fibras colágenas compreendem cerca de 95% do tecido conectivo da derme. Os


feixes colágenos espessam-se da superfície para a profundidade, sendo mais finos na
derme papilar e mais grossos e entrelaçados na derme reticular. Sua principal função é
fornecer resistência e integridade estrutural a diversos tecidos e órgãos. Outro

17
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
componente essencial é a elastina, produzida por um precursor secretado pelos
fibroblastos. Sendo organizada em fibras curtas e sobrepostas, responsável pela
elasticidade da pele.

A elasticidade da pele tem um papel muito importante, pois, permite os movimentos


do corpo. A tensão da elasticidade varia de direção conforme a região do corpo e isto se
deve à variação da direção geral das fibras colágenas e elásticas da derme.

A elasticidade da pele pode ser determinada pela orientação das linhas de fenda,
ou linhas de Langer. Langer demonstrou que até em cadáveres a pele está sujeita a
tensões direcionadas de acordo com as linhas, que são as junções de inúmeras fendas,
sendo chamadas de linhas de fenda ou clivagem.

Em lesões paralelas a essas linhas, as cicatrizes são mínimas, ao contrário, nas


perpendiculares, podem aparecer retrações importantes, por conta das dilacerações do
colágeno da derme e desarranjo de suas fileiras. Por isso, o conhecimento das linhas de
Langer, são de extrema importância para o cirurgião, auxiliando-o a realizar incisões
esteticamente aceitas.

Anexos da Pele

Os pêlos, as unhas e as glândulas sudoríparas e sebáceas são considerados


anexos da pele. Representam apenas 0,1% da superfície total da pele.

Hipoderme (Tela Subcutânea)

A hipoderme é um tecido sobre o qual a pele repousa, formada por tecido


conjuntivo que varia do tipo frouxo ou adiposo ao denso nas várias localizações e nos
diferentes indivíduos.

É constituída principalmente por tecido adiposo disposto em lóbulos limitados por


divisórias de parede conjuntiva (colágeno e reticulina), que conferem proteção contra

18
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
traumas mecânicos ou térmicos e, facilitam o deslizamento da pele sobre os planos
subjacentes.

A hipoderme é conectada de forma frouxa a pele e a fáscia dos músculos


subjacentes, o que permite aos músculos contraírem-se sem repuxar a pele. Não faz parte
da pele, porém, a fixa às estruturas subjacentes.

Os adipócitos presentes em abundância na hipoderme, são células capazes de


mobilizar e acumular, grandes quantidades de lipídeos, e constituindo-se no principal
reservatório energético do organismo.

Apresenta também boa vascularização e inervação, desempenhando papel crucial


na regulação do metabolismo celular.

Vascularização cutânea: constituída por vasos sanguíneos e linfáticos, dispostos


pela derme e hipoderme, assegurando as funções de oxigenação, nutrição, distribuição e
excreção. Possui papel fundamental na termoregulação, equilíbrio tensional, defesa
imunológica.

Inervação cutânea: muito abundante por toda a camada da pele, é responsável pela
sensibilidade térmica, tátil e dor, bem como pela vasomotricidade, secreções de suor, e
estímulos dos músculos piloeretores.

É formada por duas camadas. A camada superficial é chamada de areolar e


compõe-se por adipócitos globulares e volumosos, onde os vasos sanguíneos são
numerosos e delicados.

Abaixo da camada areolar existe uma lâmina fibrosa, de desenvolvimento variável,


que é a fáscia superficial ou subcutânea. Esta separa a camada areolar da camada mais
profunda, a camada lamelar, onde ocorre aumento de espessura no ganho de peso, com
aumento do volume dos adipócitos.

19
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Sistema Linfático

Fisiologia do Sistema Linfático

O sistema linfático se assemelha ao sistema sanguíneo, que está intimamente


relacionado anatômica e funcionalmente ao sistema linfático, mas o sistema linfático não
possui um órgão central bombeador. A circulação linfática é produzida por meio de
contrações do sistema muscular ou de pulsações de artérias próximas aos vasos
linfáticos.

20
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
São três as funções básicas do sistema linfático: retorno do líquido intersticial para
a corrente sanguínea, destruição de microorganismos e partículas estranhas da linfa e
respostas imunes específicas, como a produção de anticorpos. É seu papel transportar as
células mortas, as células imunocompetentes, as partículas inorgânicas, as proteínas, os
lipídeos, as bactérias, os vírus, os produtos do catabolismo.

Ao passar pelos capilares linfáticos o líquido intersticial recebe o nome de linfa. A


linfa assemelha-se ao plasma sanguíneo, diferenciando-se apenas por não apresentar
células sanguíneas, sendo constituído principalmente por água, eletrólitos e de
quantidades variáveis de proteínas plasmáticas que escapam do sangue através dos
capilares sanguíneos.

Os vasos linfáticos são divididos em superficiais e profundos. Os superficiais


passam através da fáscia superficial e os linfonodos são usualmente encontrados onde as
grandes veias superficiais se anastomosam com as profundas. Os vasos profundos
geralmente seguem as veias profundas, que via de regra caminham com as artérias.

Capilares Linfáticos

A rede linfática origina-se nos capilares linfáticos. Os capilares são os menores


vasos condutores linfáticos e possuem células endoteliais que sobrepõem em escamas,
formando microválvulas que se tornam pérvias, permitindo sua abertura ou fechamento,
conforme o afrouxamento ou a tração dos filamentos de proteção. Quando ocorre a tração,
os filamentos permitem que a água, partículas, pequenas células e moléculas de proteínas
penetrem, formando a linfa. No interior dos capilares esse líquido não pode voltar aos
espaços intercelulares por causa da pressão no interior dos capilares, que força as bordas
das células endoteliais a se juntarem, fechando a válvula, impedindo o refluxo da linfa.

Existem alguns capilares linfáticos nas vilosidades intestinais, chamados de vasos


“lácteos”, auxiliando na absorção de gordura no trato digestivo.

A rede capilar linfática é rica em anastomoses, principalmente na pele, onde os


mesmos são dispostos de forma superficial e profunda, em relação à rede capilar

21
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
sanguínea. Nos vasos linfáticos e ductos, ocorre de forma diferente. Nos capilares
linfáticos, os espaços intercelulares são bem mais amplos, possuindo "fendas" entre as
células parietais, permitindo que as trocas líquidas entre o interstício e o capilar linfático se
façam com extrema facilidade não só de dentro para fora, como de fora para dentro do
vaso (Duque, 2000).

Pré-Coletores

Os pré-coletores se assemelham estruturalmente ao capilar linfático, com a


diferença de o cilindro endotelial interno ser coberto por um revestimento de tecido
conjuntivo, acompanhado de elementos elásticos e musculares, que proporcionam aos
vasos, propriedades físicas de alongamento e contratilidade. Em certos pontos prolongam-
se juntamente com as células endoteliais, para o lúmem do vaso, formando as válvulas ao
contrário dos vasos linfáticos iniciais os quais não possuem válvulas. Seu trajeto é
sinuoso, possuindo fibras colágenas e sua membrana basal é mais desenvolvida.

Coletores

Os coletores linfáticos são vasos mais calibrosos que correm longos percursos sem
se anastomosar. Apresentam uma estrutura semelhante às veias de grande calibre, sendo
o seu revestimento composto de três camadas: túnica íntima, túnica média e túnica
adventícia.

- Túnica íntima: mais interna, onde há fibras elásticas dispostas longitudinalmente.

- Túnica média: compõe a maior parte da parede do coletor, formada por


musculatura lisa arranjada em forma de espiral, seguindo a contratilidade do vaso.

- Túnica adventícia: É a mais externa e espessa de todas, formada por fibras


colágenas dispostas longitudinalmente, entre as quais existem fibras elásticas e feixes de
musculatura longitudinal.

22
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Os elementos da camada interna são freqüentemente orientados de forma
longitudinal, enquanto os da camada central formam uma espiral sólida e, por isso,
parecem estar dispostos de forma circular.

Tanto os vasos superficiais ou profundos, possuem numerosas válvulas bivalvares,


sendo os espaços compreendidos entre cada válvula chamados de linfangions. Este
possui contratilidade própria, configurando a unidade motriz do sistema linfático,
assemelhando-se a bomba cardíaca.

Esse coração do sistema linfático impulsiona a linfa por: contração da musculatura


lisa da parede dos vasos, de seis a sete vezes por minuto e por estiramento reflexo dos
vasos, através do enchimento do vaso, causando uma distensão que impulsiona a linfa
através da válvula para o próximo segmento.

A motilidade dos linfangions também são influenciados por outras ações paralelas:

- Bombeamento do sistema arterial;

- Bombeamento dos músculos;

- Movimentos respiratórios;

- Peristaltismo intestinal;

- Drenagem linfática;

- Pressão externa promovidas por enfaixamento e contensão elástica.

Linfonodos

Também conhecidos como gânglios ou nodos linfáticos. São formações localizadas


ao longo dos vasos do sistema linfático e são em número de 600 e 700 ao todo. Podem ter
diferentes formas, tamanho e coloração, podendo estar em grupos ou isolados. O gânglio
é formado por uma cápsula conjuntiva periférica que se adere ao tecido adiposo.

Normalmente estão localizados na região anterior às articulações. Possuem a


função de transportar a linfa em direção às cadeias ganglionares, filtrando suas impurezas

23
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
e produzindo linfócitos. A preservação do organismo contra qualquer agressão de
substâncias estranhas, através de uma reação imunológica muito complexa, é sua função
essencial.

Os gânglios estão envoltos por uma cápsula fibrosa e em seu interior possuem
septos conjuntivos que os dividem em lobos. A parte interna, que é o parênquima, é
formada por dois tipos de estruturas: a cortical, na periferia e a medular, mais
internamente.

As células que constituem o gânglio são: células reticulares e as linfóides.

- Reticulares: com a função de fagocitose e pinocitose.

- Linfóide: contém a memória imunológica, essencial em reações imunológicas. São


tão especializadas que podem reagir diretamente ou através de anticorpos.

A linfa é infiltrada no seio marginal ou subcapsular, contendo linfócitos e


macrófagos, sendo transportada em seguida por canais até o seio medular, onde a linfa é
recaptada pelos vasos eferentes que surgem no hilo.

Os vasos que chegam ao linfonodo são mais numerosos e mais finos (linfáticos
aferentes), do que os que saem (linfáticos eferentes), por conta disso o fluxo nessa região
é lento. A linfa que chega ao linfonodo percorre numerosas cavidades, os seios linfáticos,
onde as impurezas são retidas e passam para a linfa.

Os principais grupos de linfonodos estão na axila, virilha, pescoço, perna e em


outras regiões mais profundas do corpo.

Os nodos linfáticos, no caso de infecção, contribuem para impedir que o processo


infeccioso se dissemine ou provoque perturbações em outros pontos do organismo,
retendo os restos de microorganismos e dendritos de células mortas nos nodos. Esses
restos celulares são destruídos por células especializadas através da fagocitose.

O aumento do volume e da sensibilidade dos nodos linfáticos, localizados próximos


à área comprometida, é conhecido popularmente como “íngua”. Que nada mais é do que
um congestionamento da linfa por sobrecarga do trabalho das células dos nodos.

24
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Outra função de extrema importância dos linfonodos é a detecção de células
tumorais, na tentativa de impedir o processo de metástase, que é a disseminação dessas
células cancerosas para o resto do corpo. Sendo por esse motivo que o estudo do sistema
linfático durante o tratamento cirúrgico e radioterápico do câncer é essencial.

Circulação Linfática

As circulações linfáticas e sanguíneas estão intimamente relacionadas. Os capilares


linfáticos são dotados de alta permeabilidade, permitindo a passagem de proteínas,
cristalóides e água.

O fluxo da linfa é lento, por volta de três litros de linfa penetram no sistema
cardiovascular em 24 horas. Isso se deve ao fato de que ao contrário do sistema
cardiovascular, o sistema linfático para fluir depende de forças externas e internas do
organismo, como a gravidade, os movimentos passivos, a massagem ou a contração
muscular, a pulsação das artérias próximas aos vasos, o peristaltismo visceral e os
movimentos respiratórios.

A linfa, ao ser absorvida pelos capilares linfáticos, é transportada para os vasos pré-
coletores e coletores, passando através de vários linfonodos, a linfa em seguida é filtrada
e devolvida à circulação sanguínea, até atingir os vasos sanguíneos. Os vasos superficiais
e profundos do membro superior fluem em direção aos linfonodos axilares. E os vasos
superficiais e profundos do membro inferior fluem para os linfonodos inguinais superficiais.

A linfa de todo o organismo retorna à circulação sanguínea através de dois grandes


troncos: o ducto torácico e o ducto linfático direito. O ducto torácico recebe a linfa vinda
dos membros inferiores, do hemitórax esquerdo, e metade esquerda do pescoço e da
cabeça, além do membro superior esquerdo. Ele é formado pela junção dos troncos
intestinais, intercostais descendentes e lombares, se origina na cisterna do quilo, uma
dilatação situada anteriormente à segunda vértebra lombar, onde desembocam os vasos
que recolhem o quilo intestinal.

25
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
O ducto linfático direito recolhe a linfa proveniente do membro superior direito, do
hemitórax direito, do pescoço e da cabeça. Este ducto é formado pela união dos troncos
subclávio, jugular direito e broncomediastinal direito.

Toda a linfa coletada é filtrada pelo sistema linfático e lançada na corrente


sanguínea, recomeçando o seu circuito como plasma sanguíneo.

As moléculas pequenas vão, em sua maioria, diretamente para o sangue, sendo


conduzida pelos capilares sanguíneos, e as grandes partículas alcançam a circulação
através do sistema linfático. Mesmo macromoléculas passam para o sangue via capilares
venosos, sendo que o maior volume do fluxo venoso faz com que, no total, o sistema
venoso capte muito mais proteínas que o sistema linfático.

O transporte da linfa pode ser explicado pela hipótese de Starling sobre o equilíbrio
de forças. Uma dessas forças é a pressão de filtração (pressão hidrostática nos capilares
menos a pressão hidrostática do líquido intersticial), e a outra força é o gradiente de
pressão osmótica através da parede capilar ( pressão coloidosmótica do plasma menos a
pressão coloidosmótica do líquido intersticial). Sendo esta uma força de entrada, e como a
pressão coloidosmótica do líquido é geralmente desprezível, o gradiente equivale à
pressão oncótica. A água, rica em elementos nutritivos, sais minerais e vitaminas, ao
deixar a luz do capilar arterial, desemboca no interstício, onde as células retiram os
elementos necessários ao seu metabolismo e eliminam os produtos de degradação
celular. Em seguida, o líquido intersticial, através das pressões exercidas, retoma a rede
de capilares venosos.

Várias pressões são responsáveis pelas trocas através do capilar sanguíneo:

- Pressão hidrostática: é a pressão que impulsiona do fluido pela membrana capilar,


em direção ao interstício. A pressão média no capilar arterial é de cerca de 30 mmHg e no
capilar venoso de 15 mmHg. A pressão hidrostática intersticial é a que tende a movimentar
o fluido de volta para os capilares. Quando um indivíduo fica em pé, a pressão hidrostática
aumenta nos membros inferiores e diminui na cabeça.

- Pressão osmótica: é originada pela presença de moléculas protéicas no sangue e


no fluido intersticial. A pressão osmótica movimenta o fluido do interstício em direção o
capilar. Seu valor médio é de 28 mmHg nos extremos dos capilares. A pressão osmótica

26
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
intersticial representa a força oposta, que tende a retirar fluido dos capilares. Seu valor
médio é de 6mmHg nos extremos dos capilares.

- Pressão de filtração: é calculada pela diferença entre as pressões hidrostática


capilar e osmóticas, sendo no extremo arterial igual à pressão positiva de 8 mmHg,
produzindo assim uma ultrafiltração. No extremo venoso, corresponde a pressão negativa
de 7 mmHg, produzindo a reabsorção. Assim sendo, 90% do fluido filtrado é reabsorvido,
o restante é absorvido pelo sistema linfático.

- Pressão tissular: é a pressão exercida sobre o fluido livre nos canais tissulares. É
negativa na maioria dos tecidos. A pressão tissular total é o resultado da soma da pressão
hidrostática tissular e da pressão do tecido sólido. É negativa na maioria dos tecidos,
quando o interstício abre as junções endoteliais através dos filamentos de ancoragem.
Podendo ser positiva quando os músculos de contraem, comprimindo os linfáticos iniciais.

Grande parte do líquido dos tecidos na extremidade arterial do leito capilar retorna à
circulação sanguínea através das extremidades venosas dos capilares e das vênulas pós-
capilares. Aproximadamente dez a vinte por cento, entretanto, são conduzidos por um
sistema de finos capilares linfáticos, atravessando um ou mais grupos de linfonodos e
finalmente vasos linfáticos maiores antes de retornarem ao sistema venoso.

Para que a movimentação da linfa ocorra de forma significativa, depende de


diversas forças. O aumento da permeabilidade do capilar sanguíneo, aumentando o
volume e a pressão intersticial, leva à formação de mais linfa, o que conseqüentemente,
proporciona um aumento da permeabilidade capilar venosa, juntamente com o
extravasamento de líquido e de proteínas, levando também, ao aumento da entrada da
linfa dentro do capilar linfático. As mudanças de temperatura, como seu aumento ou
hipotermia, agem da mesma forma, aumentando o volume de líquidos intersticiais e o fluxo
da linfa. No interstício, as macromoléculas protéicas fracionam-se, adquirindo maior poder
osmótico, atraindo mais líquido para o interstício e potencializando os mecanismos
formadores de linfa.

A quantidade de líquido nos espaços intersticiais depende da pressão capilar, da


pressão do líquido intersticial, da pressão oncótica, da permeabilidade dos capilares, do
número de capilares ativos, do fluxo linfático e do volume total de líquido extracelular. A

27
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
relação entre as resistências pré- capilares e pós- capilares venular também é importante.
Alterações em alguns destes parâmetros leva a variações no volume do líquido intersticial.
O excesso de líquido no interstício é fator determinante do que classificamos como
edema.

A quantidade anormal de líquido nos espaços intercelulares ou nas cavidades do


organismo, é o que definimos por edema. O edema é uma conseqüência do aumento nas
forças que tendem a mover os fluidos do compartimento intravascular ao intersticial. As
principais causas que podem levar à formação de edema são: aumento da pressão
hidrostática, diminuição da pressão osmótica, obstrução da drenagem linfática e aumento
da permeabilidade vascular.

Fisiopatologia

A fisiopatologia do sistema linfático é caracterizada pela formação de edema, o qual


é de extrema importância para a área dermato - funcional.

Falar de edema ainda é contraditório, não se sabe ainda os mecanismos profundos


que levam a formação do edema, e seu sinais clínicos ainda são contraditórios. Alguns
sinais aparecem à noite outros, logo pela manhã, sendo este mais raro, mais evidente ao
levantar. A atividade física favorece a sua eliminação, mas em alguns casos o mais
indicado é o repouso.

O edema é o resultado do desequilíbrio entre o aporte líquido retirado dos capilares


sanguíneos pela filtragem e a drenagem desse líquido. O estado fisiológico é obtido
quando as vias de drenagem são suficientes para evacuar o líquido trazido pela filtragem,
ocorrendo uma constante renovação do líquido intersticial, onde as células do corpo
podem retirar os elementos necessários ao seu metabolismo. Se esse processo não for
interrompido, o edema certamente não aparecerá.

Quando o aporte de líquido filtrado, e o sistema de drenagem linfático é insuficiente,


não respondendo a essa demanda, ocorre um desequilíbrio. Os tecidos se enchem de

28
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
líquido, as pressões intrateciduais aumentam e a pele se distende. O tecido apresenta-se
inchado, ocorrendo o edema.

Esse tipo de edema é de origem vascular, o sinal característico é o de godet, ou


seja, uma pressão aplicada com o dedo o deprime, e ao retirar a pressão, a depressão
persiste.

Outro tipo de edema totalmente diferente acontece quando a rede de evacuação é


insuficiente, enquanto o aporte por filtragem é normal, não apresentando o sinal de godet.
Esse edema é de origem linfática.

Edema por Aumento de Aporte Líquido

O edema de origem vascular pode aparecer em conseqüência da pressão


hidrostática, pelo aparecimento das varizes, as flebites, a insuficiência cardíaca,
diminuição da pressão oncótica e alteração da parede vascular.

Edema Produzido por Defeito de Drenagem

Esse defeito leva a formação do linfedema e pode ser por: agenesia (defeito do
desenvolvimento), hipoplasia (diminuição da atividade), de origem hereditária ou adquirida,
incontinência valvular e obstrução linfática.

------------------- FIM DO MÓDULO I --------------------

29
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Curso de Fisioterapia
Dermatofuncional

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO II

DISFUNÇÕES ESTÉTICAS CORPORAIS

Neste capítulo falaremos a respeito de disfunções corporais que são


tratadas meramente como males que assombram a maioria das mulheres, mas, no
entanto, a maioria desses distúrbios é considerada atualmente como patologias, pois
apresentam alterações histopatológicas nos tecidos e anexos que os compõem
como: gordura localizada e obesidade, celulite, estrias, flacidez muscular e tissular,
quelóides e cicatrizes hipertróficas.

CELULITE OU HIDROLIPODISTROFIA GINÓIDE

Introdução:

Se você perguntar às mulheres o que mais as incomoda esteticamente, é


provável que as respostas incluam, além do ganho de peso, a celulite e as
famigeradas estrias. Para a maioria da população feminina, a ocorrência de celulite e
estrias torna a pele (e conseqüentemente a própria pessoa!) menos atraente.
Embora essas duas anomalias sejam bastante freqüentes, ainda há uma enorme
desinformação a respeito delas.

"Um golpe na auto-estima feminina em tempos anoréxicos, a celulite, já foi


retratada por Renoir como um componente estético e inerente à feminilidade. A
celulite chega a atingir 80% das mulheres com mais de 35 anos de idade. Em
diferentes estágios, ela está presente em praticamente todo o universo do
proclamado sexo frágil, sendo bastante rara em homens. Com baixo interesse por
parte da comunidade científica, este problema predominantemente estético segue
sem tratamentos cientificamente comprovados e dá margem às soluções milagrosas
oferecidas pela indústria de cosméticos”.

29
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Pintura das “Musas” retrata qual o padrão de beleza da época e desde os tempos remotos a
celulite e a gordura localizada assombra as mulheres. Fonte: site gettyimages.

Sem dúvida alguma, a celulite é um dos principais males que afetam a


estética do corpo feminino. A celulite é também conhecida pelos nomes de
lipoesclerose, Fibroedema Genóide (o mais usado cientificamente),
fibroedemagelóide, distrofia celular, dermohipodermosis celulítica, paniculopatia
edemato-fibrato-esclerótica, hidrolipodistrofia ginóide (pois acomete as mulheres) ou
ainda fibroedemaesclerose. A celulite é uma alteração histológica que ocorre no
tecido subcutâneo, afetando a homens e mulheres, sendo que mulheres são as mais
acometidas. A celulite geralmente torna-se evidente a partir da adolescência,
entretanto, atualmente, constamos que as crianças, principalmente meninas já são
vítimas desta doença.
A celulite é um fantasma na vida da mulher e, talvez a maior inimiga. Nove
entre dez mulheres sofrem com o problema, seja na forma mais suave ou no estágio
avançado, onde as depressões e saliências estão acentuadas. Pode aparecer na
puberdade, tanto na jovem magra, gorda, alta ou baixa.
A fisioterapia e a medicina estéticas possuem um arsenal eficiente de
tratamentos. Às vezes, é preciso combinar várias técnicas. É preciso colaborar:
praticar atividade física, manter uma alimentação saudável e beber bastante água.

30
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Os tratamentos podem recuperar a região afetada, mas precisam começar logo que
surgir o problema.

O que é celulite?

O termo celulite ou lipodistrofia ginóide foi criado há cerca de 150 anos para
se referir às depressões e irregularidades na superfície da pele. Seu uso popular,
porém, surgiu apenas após a década de 1960, período em que as pessoas
começaram a desenvolver o culto ao corpo.
Para compreendermos a fisiologia desses processos inflamatórios que
ocorrem na camada inferior da pele, conhecida como derme, temos que inicialmente
relembrar a sua estrutura. A derme é composta principalmente por tecido conjuntivo,
formado por diversos tipos celulares imersos em uma matriz amorfa hidratada.
Nessa matriz estão presentes também terminações nervosas, vasos sangüíneos,
linfáticos e fibras protéicas que proporcionam à derme resistência à tração (fibras
colágenas) e à elasticidade (fibras elásticas). Na porção inferior da derme – a
hipoderme –, ocorre um tecido adiposo que têm como funções básicas a modelagem
corporal, o amortecimento de impactos e o isolamento térmico, impedindo a perda
excessiva de calor. Além disso, as células desse tecido gorduroso, denominadas
adipócitos, estão envolvidas no armazenamento de lipídeos (que podem ser
convertidos em energia metabólica) e hormônios.
Celulite, como o próprio nome sugere, é uma inflamação da célula. Não traz
calor nem rubor como um processo inflamatório, mas leva a um grande edema, com
exsudato e conseqüente formação de fibroses. A celulite ocorre no nível das células
do tecido subcutâneo, onde a microcirculação dos capilares (pequenos e finos
vasos) no tecido adiposo encontra-se deficiente.
Atualmente, a celulite é considerada uma doença e não uma simples
deformação estética. A celulite manifesta-se no tecido conjuntivo localizado embaixo
da pele, devido à soma de várias alterações que são acionadas por diversos fatores,
como: herança genética, sedentarismo, problemas circulatórios, alimentação
inadequada, cigarro, álcool, estresse e desequilíbrio hormonal. Estes fatores

31
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
determinam várias modificações, como a compressão dos vasos locais e a projeção
do tecido gorduroso, o que ocasiona as conhecidas ondulações.
Segundo o Dicionário de Medicina Natural, editado pelo Reader´s Digest, o
termo celulite foi utilizado por médicos franceses, para o que acreditavam ser uma
forma de gordura que se acumula principalmente no corpo das mulheres, localizada
nas coxas, nas nádegas, nos braços e no abdome. O dicionário reconhece que a
celulite é especialmente freqüente, após a menopausa e que é difícil de eliminar.
"Profissionais de saúde e de beleza acreditam que a causa seja uma concentração
de toxinas nos tecidos do corpo, que cria bolsas de água, gordura e impurezas,
causando distúrbios na circulação. Esta teoria é controversa e muitos médicos não
acreditam que a celulite seja uma forma especial de gordura, não a reconhecendo,
em alguns casos, como uma situação de âmbito médico", pondera a publicação.
O que conhecemos como celulite, do ponto de vista científico, é denominada
por Lipodistrofia Ginóide. Trata-se de uma alteração que ocorre no tecido gorduroso.
Consiste na aparência de aspecto ondulado da pele, que pode, dependendo do
grau, apresentar depressões. A celulite é uma inflamação do espaço ao redor das
células adiposas que não diz respeito a aumento de gordura, embora esteja muito
relacionada à obesidade, ela também aparece em pessoas que não apresentam
problemas com peso e até mesmo as que estão abaixo do peso.

Celulite e seu aspecto de “casca de laranja”. Fonte: ADAN – National Library of Medicine.

32
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Histopatologia da celulite:

“A Celulite é uma alteração multifatorial e originária da própria condição


hormonal feminina.”

Quanto às causas da celulite, elas são várias e associadas. O que leva à


celulite é uma alteração com características hereditárias, ou seja, existe uma
predisposição genética associada ao próprio hormônio feminino, que se soma a um
problema de alteração circulatória local, também relacionada a uma diminuição da
drenagem linfática natural. A soma destes fatores resulta no aparecimento desta
aparência da pele, que chamamos de celulite. As partes mais vulneráveis para o
surgimento da celulite são os glúteos, a lateral, face interna e posterior da coxa, o
abdômen, a parte posterior e lateral dos braços e a face interna dos joelhos, locais
onde geralmente é associado à flacidez muscular e tissular, o que piora o seu
aspecto.

Flagelo que atinge todas as mulheres, a celulite acomete qualquer mulher, inclusive
desportistas e artista. Fonte: site gettyimages.

33
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Locais preferenciais onde a celulite se instala. Coincide com os locais onde é o maior
acúmulo de gordura localizada nas mulheres. Fonte: Internet – Wikipédia.

A celulite se desenvolve na parte mais superficial das três camadas de


gordura existentes abaixo da epiderme e derme, conhecida como hipoderme ou
camada subcutânea de gordura. As células de gordura na hipoderme estão
organizadas em câmaras de fios de tecido conjuntivo. A armazenagem de gordura e
o metabolismo das células adiposas reagem apenas aos hormônios, e não às dietas
ou exercício. Estas células adiposas, presentes nas duas camadas de reserva de
gordura, se encontram por baixo da hipoderme e estão dispersas numa rede solta.
Dependendo da dieta e do exercício, é variável o grau de armazenagem de gordura
e de metabolismo nestas camadas.

34
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A ocorrência da celulite é muito mais comum em mulheres do que em
homens, devido à maneira como músculos, gordura e tecido conjuntivo estão
distribuídos na pele feminina. Entre 85 e 98% das mulheres apresentam alguma
manifestação de celulite após a adolescência. Acredita-se que esse processo afete
igualmente mulheres de todas as faixas etárias, tipos corporais e etnias, e que
ocorra de forma indistinta entre mulheres comuns, atletas e top-models anoréxicas.
As “covinhas” da celulite ocorrem devido à saliência da gordura hipodérmica na
derme. Em mulheres, o tecido adiposo da hipoderme deposita-se em grandes feixes
verticais.

Esses feixes são separados por septos fibrosos perpendiculares à superfície


da pele, formando assim câmaras verticais. Esses septos, portanto, separam as
células gordurosas em grupos e são formados por fibras que ligam a pele à
musculatura localizada abaixo da hipoderme. Nos homens, se organiza
diagonalmente, e em pequenas unidades que, além de acumularem menos gordura,
não resultam em celulite. Além disso, diferentemente dos homens, as mulheres
apresentam uma reserva maior de gordura em alguns locais do corpo e uma derme
menos espessa e menos resistente ao acúmulo de lipídeos e à deformação dos
adipócitos.

Diante destas diferenças morfológicas, nas mulheres as células adiposas se


alargam em função do acúmulo de gordura. As paredes capilares tornam-se
excessivamente permeáveis, causando este acúmulo localizado de fluidos, que não
conseguem ser eliminados em função de uma drenagem linfática insuficiente. Com
isso, as células adiposas agrupam-se e ficam ligadas por fibras de colágeno,
impedindo a corrente sanguínea, provocando o endurecimento e contração dos fios
do tecido conjuntivo, que puxam a pele para baixo, resultando no aspecto irregular
que conhecemos por celulite.

Em especial, relaciona-se a celulite aos hormônios femininos, pois se


observa que ela se desenvolve durante os períodos de mudança hormonal, tais
como a puberdade, a menopausa, a síndrome pré-menstrual, a gravidez e durante o
início do uso da pílula. Os hormônios comandam mudanças na circulação

35
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
sanguínea, na drenagem linfática, na gordura e no tecido conjuntivo, o que provoca
a formação da celulite.

Assim, temos que a fisiopatologia do edema intersticial é um ciclo vicioso.


Com o aumento da pressão capilar, há uma diminuição da pressão oncótica do
plasma, que por sua vez ocasiona aumento da pressão oncótica do líquido
intersticial e conseqüente diminuição do fluxo linfático. Com o problema circulatório,
há um aumento de triglicerídeos dentro dos adipócitos, causando a sua hipertrofia e
aumentando mais a pressão dos capilares. Dessa forma, temos no tecido celulítico:
hiperviscosidade da substância fundamental amorfa com retenção hídrica e aumento
da gordura nos adipócitos.

A fibrose formada pela contração dos fios do conjuntivo bloqueia a


passagem de sangue e de oxigênio, o que leva à morte e à esclerose das células.
Também ocorre uma polimerização dos mucopolissacarídeos, juntamente com o
exsudato do edema intersticial. Estes processos caracterizam os estágios da celulite.

Também contribui para a celulite o aumento de peso, a má nutrição, a


quantidade insuficiente de água ingerida e o sedentarismo, que se não são causas
do mal, provocam a sua piora com o passar dos anos. A idade é acompanhada de
perda de consistência, tonalidade e tonicidade do tecido conjuntivo, o que torna a
celulite mais visível e flácida.

Estágios da Celulite:

A celulite apresenta-se sob a forma de vários estágios, e de acordo com


estágio em que se encontram as manifestações cutâneas mostram-se mais
exacerbadas. A seguir veremos os quatro estágios em que a celulite evolui:

• Estágio I ou Edematoso: há uma alteração das células do tecido


adiposo, porém a região afetada não apresenta modificação circulatória e nem dos
tecidos de sustentação, apenas uma dilatação venosa. Não há sinais visíveis na

36
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
pele nem dor neste estágio da celulite; ela só aparece quando fazemos compressão
da região;
• Estágio II ou Exsudativa: neste estágio a celulite caracteriza-se por
uma alteração circulatória por compressão das microveias e vasos linfáticos. O
sangue e a linfa ficam represados e, conseqüentemente, ocorre um edema
intercelular. Também há, um endurecimento do tecido de sustentação e as
irregularidades na pele ficam aparentes, mas ainda não existe dor. Nos estágios I e
II têm-se um bom resultado com correção da alimentação e drenagem linfática;
• Estágio III ou de Fibrose: a celulite neste estágio apresenta o aspecto
casca de laranja e fica dolorida. A fibrose se instala e a circulação acaba
comprometida. Podem aparecer vasinhos e microvarizes e uma sensação de peso e
cansaço nas pernas. A pele apresenta aspecto de “casca de laranja”. Aqui, a
intervenção deve contar com mais recursos;
• Estágio IV ou de Esclerose: é a fase considerada mais grave, com as
fibras mais duras, formando nódulos, e a circulação prejudicada. A pele apresenta
depressões e tem aspecto acolchoado. Ocorrem aderências à aponeurose muscular.
Na termografia, os aspectos anteriores aparecem como verdadeiros “buracos
negros”, que são regiões de circulação diminuída, representando uma coalização de
micronódulos e a formação de fibroses. As pernas ficam pesadas, inchadas e
doloridas e a sensação de cansaço é freqüente, mesmo sem esforço. Neste caso, os
tratamentos são demorados e com melhora parcial. O problema exige rigorosa
avaliação médica e até intervenção cirúrgica com subincision e lipoescultura,
principalmente se houver gordura localizada e depressões no tecido adiposo.

Independente do estágio em que se encontra a celulite, pode se apresentar


de duas formas, o que vai influenciar no seu tipo de tratamento. Ela pode ser celulite
flácida, em que ela vem acompanhada de flacidez muscular ou tissular (o que piora
em muito o seu aspecto), típica da paciente magra e com pele mais branca, pois são
pessoas menos providas de melanina e esta, por sua vez, também ajuda na
tonicidade da pele. A outra forma de celulite é a compacta, que está associada a
depósitos de gordura localizada.

37
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Fatores Predisponentes e Agravantes da Celulite:

A celulite é multifatorial e o fator hormonal, o mais importante, não pode ser


excluído. Da mesma forma, o tempo é outro fator que influencia no aparecimento e
agravamento da celulite. Assim, a celulite é progressiva - piora com a idade - e
incurável, mas pode ser tratada e os tratamentos evoluem rapidamente.

Podemos dividir os fatores como gerais ou locais.

- Gerais:

• Hereditários: na maioria absoluta, em mulheres. Pode sofrer influência


ambiental;
• Alimentar: ingestão de açúcar e gorduras. A ingestão exagerada de sal
leva à retenção de líquidos, ajudando no edema intersticial;
• Metabólicos: associada ao aumento de peso e gestação;
• Vasculares: alterações microcirculatórias, retenções hídricas devido a
essas alterações;
• Patologias agregadas: obesidade, glandulares, neurológicas e
ortopédicas, mas essas causas são mais raras;
• Musculares: 80% dos casos vêm acompanhados por flacidez muscular,
mas também tem a tissular, o que aumenta o aspecto celulítico;
• Sedentarismo;
• Iatrogênicos: medicamentoso, geralmente hormonioterapia. Vinculado
à menarca, uso de anticoncepcionais e gestação. Ocorre um hiperestrogenismo
(hormônio feminino LDG), agindo na multiplicação dos adipócitos, formando
megadipócitos que comprimem a microcirculação, piorando o ciclo vicioso visto
anteriormente;
• Psicológicos;
• Hiperlordose exagerada;
• Disfunção hepática;
• Disfunção gastrointestinal;

38
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Bebidas alcoólicas;
• Cigarro;
• Estresse.

- Locais:
• Compressivos internos: tumores, gravidez, constipação, alterações
ginecológicas, etc.;
• Compressivos externos: vestuários, cintas;
• Tratamentos inadequados: massagem violenta.

Como Diagnosticar a Celulite:

Para se diagnosticar a celulite existem exames específicos como a


videocapilaroscopia por fibra ótica, videotermografia computadorizada e ultra-som.
Mas a celulite é uma doença facilmente reconhecida pela textura da pele: há um
endurecimento do tecido de sustentação e a formação de nódulos. Além destes
métodos citados acima, existem também outras maneiras de diagnosticar a celulite,
sendo elas:

• Termografia cutânea: método obtido por meio de contato por cristais


líquidos microencapsulados, um elemento importante para a prática de diagnóstico
da celulite, além de ser econômico. Com este método, poderemos ver através de
cores (cromaticidade) a irrigação sangüínea da pele e do tecido subcutâneo,
determinando as áreas celulíticas;
• Termometria cutânea: método que dá resultado exato. Realiza-se
através de diversos tipos de termômetros e permite observar ou precisar os pontos
mais frios e quentes;
• Xeroradiografia: é uma técnica que permite assimilar a presença de
áreas, nas quais o tecido tem maior ou menor densidade, bem como permite
observar a diversidade de estruturas se são duras ou moles. Assim como a
passagem entre os tecidos, diferenças entre o tecido cutâneo, subcutâneo e
muscular e as modificações que podem produzir-se nesses tecidos;

39
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Ecografia Bidimensional: é um método de alto custo com a
necessidade de profissionais altamente qualificados para a interpretação. Indica a
presença de nódulos e o diâmetro e textura do tecido conectivo envolvido, indicando
as alterações do tecido e da circulação local.

No entanto, esses exames ainda não contam com embasamento científico.


A falta de trabalhos científicos que comparem a eficácia dos tratamentos é um dos
grandes problemas para que o atendimento a esta demanda seja atendida por
profissionais. A termorregulação, utilizada para medir a alteração térmica da pele,
não pode ser arquivada para ser comparada com exames posteriores, e é um
sistema influenciado pela temperatura ambiente e pela temperatura do próprio
paciente. Teoricamente, no lugar onde há mais celulite há menor atividade
circulatória, o que pode ser medido por um sistema térmico, mas existem muitas
variáveis que influenciam no resultado, o que prejudica a utilização deste método
como diagnóstico científico para realizar uma comparação de resultados antes e
depois de um determinado tratamento.

O mesmo ocorre com a fotografia, pois é difícil tirar duas fotos em épocas
diferentes, com exatamente a mesma quantidade de luz e no mesmo ângulo,
tornando a quantificação de resultados muito difícil. Para que os diversos métodos
de avaliação da celulite tenham comprovação científica, é necessário o uso de
metodologia científica. Assim, seria possível excluir as influências psicológicas e as
avaliações tendenciosas. Algumas pacientes (digo isso por experiência prática)
enxergam celulite ou gordura localizada onde não existe, isto devido, sem dúvidas, a
problemas com sua própria estima.

Seria necessário também, que os parâmetros de medição de melhora


fossem confiáveis. A pesquisa científica sobre celulite é difícil, porque tem muita
variável que não chama a atenção dos profissionais envolvidos, que não a vêem
como uma doença. A comunidade médica ainda não encara o tratamento destas
alterações estéticas como uma necessidade para a melhora de qualidade de vida.

40
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Se o fator psicológico não for trabalhado, nenhum tratamento estético
mostrará resultados visíveis a este tipo de paciente, complicando o trabalho do
profissional.

Esses exames foram citados a título de curiosidade e informações, pois são


inviáveis na realidade das clínicas atualmente e as clientes também não estão
dispostas a fazer investimentos em exames que não possuem coberturas em
seguros de saúde. Faz-se a Avaliação Antropométrica, onde é medido o IMC (Índice
de Massa Corporal, em que se divide o peso pela altura ao quadrado) e a
cirtometria. No entanto, esses índices são mais úteis no caso de gordura localizada.
No caso de celulite, o ideal são fotos tiradas antes e depois do tratamento para
comparações.

Como prevenir a celulite?

Antes que a celulite se instale, você pode combatê-la. Alguns hábitos


incorporados ao dia-a-dia são muito válidos:

• Diariamente, após o banho, massageie as pernas e coxas com creme


anticelulite. Os movimentos devem ser leves, circulares e ascendentes, desde o
tornozelo até o quadril. O mesmo pode ser feito nos braços, indo até o ombro. O
processo serve para mobilizar os líquidos acumulados;
• Prefira saltos baixos: o uso de salto alto dificulta a circulação;
• Respire corretamente, para ajudar a liberar toxinas, relaxar as tensões
e auxiliar o sangue na sua função oxigenadora;
• A natação e a hidroginástica são as atividades especialmente
aconselhadas no combate à celulite, porque trabalham toda a musculatura de forma
harmoniosa, além de massagear os tecidos;
• Caso prefira algum outro exercício, escolha um de menor impacto, mais
moderado e sem movimentos bruscos, para não agredir os tecidos. Substitua, por
exemplo, a corrida pela caminhada;

41
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Sempre que puder, coloque as pernas para o alto, flexione e estenda os
dedos dos pés, faça rotação externa, interna, flexão e extensão dos tornozelos, para
facilitar o retorno venoso;
• Quando ficar muito tempo em pé ou sentada, descanse um pouco com
as pernas para cima;
• Prefira as peças folgadas e confortáveis. Não use cintas redutoras, que
dificultam a circulação venosa e linfática. As roupas justas também prejudicam a
circulação;
• Aumente a ingestão de frutas e vegetais crus e cozidos;
• Troque frituras por assados ou cozidos;
• Evite consumir açúcar refinado;
• Evite sal em excesso: ele favorece o edema, fator importante no
processo da celulite;
• Evite refrigerantes e bebidas alcoólicas em geral;
• Evite cigarro: a nicotina e o alcatrão aumentam a espessura dos vasos
sangüíneos, dificultando a circulação;
• Beba bastante água, para ajudar a eliminar as toxinas;
• Coma alimentos ricos em fibras (cereais integrais, frutas, verduras), a
fim de melhorar seu hábito intestinal.

O exercício físico é o principal fator combatente e preventivo da celulite. Fonte: site – gettyimages.

42
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Auxílio no Combate à Celulite:

Atualmente existem alguns suplementos e princípios ativos que auxiliam no


combate à celulite. A seguir veremos como tais suplementos agem em nosso
organismo:

• L-carnitina: tem como objetivo aumentar o consumo das gorduras, com


isto auxilia na queima de gorduras nas regiões comprometidas pela celulite;
• Castanha-da-índia: a castanha estimula a circulação cutânea e de
retorno, auxiliando assim na eliminação de toxinas subcutâneas;
• Centelha asiática: da mesma forma que a castanha-da-índia a centella
asiática estimula a circulação cutânea e de retorno, auxiliando na eliminação de
toxinas subcutâneas;
• Ginkgo biloba: o ginkgo atua ativando a microcirculação, aumentando a
perfusão de oxigênio aos tecidos.

Aqui estão alguns cosméticos que auxiliam no combate à celulite como eles
atuam no organismo. Por meio do resgate de substâncias milenares, como a
castanha- da- índia, o ginseng, o ginkgo biloba, a centella asiática, e a ajuda da
tecnologia, a indústria cosmética lança, a cada dia, produtos mais eficazes. Os
cosméticos anticelulíticos são complementos fundamentais na guerra contra a
celulite. De acordo com cosmetólogos e esteticistas, os anticelulíticos atuam sobre
as disfunções do tecido conjuntivo. Suas formulações devem conter ativos para
realizar três tarefas básicas: a lipólise, a drenagem e a reestruturação dos tecidos.

1. Na lipólise, os ativos estimulam enzimas a reduzir a reserva de gordura.


Nesta nova categoria de ativos estão à cafeína e a teofilina – extraídas do café, chá,
guaraná, cacau e mate – que degradam as gorduras e diminuem o volume corporal.

2. Na drenagem, os ativos facilitam a reabsorção dos líquidos intersticiais e


eliminam as toxinas. Pode ser induzido pelo uso do remoduline, um
descongestionante, que drena os tecidos e estimula a microcirculação e lipossomas
biorrubine, com ação desinfectante e antiedema.

43
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
3. Na reestruturação, os ativos induzem à reorganização do tecido conjuntivo
através da regeneração celular do tecido danificado. Os ativos indicados são: a
centella asiática, a elastina marinha, as glicoproteínas da soja e os complexos
minerais.

Entre os ativos mais utilizados contra a celulite estão os silícios orgânicos,


oligoelementos, os extratos vegetais, magnésio, cobalto e manganês.

Objetivos de Tratamento:

A Fisioterapia Dermatofuncional pode agir em várias frentes no combate a


celulite, mas o melhor tratamento para este mal que assombra as mulheres é a
prevenção. Infelizmente, a maioria das mulheres só procura tratamento quando já
estão nos estágio II, III e até IV, sendo que este último já necessita de intervenção
médica.

O nosso papel está em atuar sobre os fatores predisponentes (também


orientando a paciente), melhorar a microcirculação, degradar triglicerídeos e
despolimerizar os mucopolissacarídeos.

Obs.: Para este último item, vamos só salientar uma diferença entre a
gordura localizada e a celulite. Na gordura localizada, só há acúmulo de adipócitos,
o paniculoadiposo está normal. Já na celulite, o panículo adiposo apresenta edema
e esclerose.

Na lipogênese, há um balanço energético positivo dos triglicerídeos


formados a partir dos ácidos graxos livres e glicerol. Estes últimos depositam-se no
adipócito. Na lipólise, o balanço energético é negativo, os triglicerídeos são
fracionados em ácidos graxos e glicerol, indo para a corrente sanguínea e sendo
queimados.

44
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A seguir algumas modalidades de tratamento que auxiliam no combate à
celulite. Vale lembrar que esses tratamentos se misturam com os de gordura
localizada, pois os dois estão muito próximos no objetivo de degradar os
triglicerídeos e despolimerizar os mucopolissacarídeos. Mais a frente, no capítulo
sobre tratamentos, que o tratamento de celulite também pode se mesclar com o de
flacidez, pois como a vimos pode se apresentar também desta forma.

Tratamentos Para Celulite São Possíveis?

Massagens modeladoras, drenagens linfáticas, correntes russas,


eletrolipoforese, infravermelho, ultra-som, mesoterapia, lipoaspiração, lipoescultura,
cremes, pílulas, cirurgias... O manancial de armas contra a celulite é enorme e
produz muito dinheiro para a indústria que explora a angústia feminina, diante dos
quase inevitáveis furinhos no bumbum. É preciso, em primeiro lugar, diferenciar
alguns dos tratamentos: lipoaspiração e lipoescultura são técnicas cirúrgicas,
invasivas e que não têm por objetivo tratar a celulite, mas reduzir medidas. Todos os
métodos são alternativos para melhorar o aspecto da pele e de agir nas várias
etapas que causam a celulite.

• Drenagem linfática: indicada, seja qual for grau do problema devido


ao componente de retenção hídrica. No entanto, não temos resultados substanciais
nos graus III e IV. Trata-se de uma massagem suave, com movimentos lentos e
rítmicos que ajuda a eliminar líquidos retidos e toxinas, facilita o escoamento da linfa,
melhorando a circulação sangüínea e eliminando as toxinas. Pode ser feita com as
mãos ou com a ajuda de aparelhos, mas sempre por um profissional treinado e que
conheça a anatomia linfática;
• Endermologia: é um tipo de massagem mecânica realizada através de
um aparelho que produz um vácuo suave, que puxa e solta a pele, acompanhado de
movimentos que seguem a circulação linfática. Estimula a dissolução dos nódulos e
a eliminação da gordura, melhorando muito o processo de celulite;

45
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Indermoterapia: é uma técnica de drenagem linfática com sucção,
feita através de ventosas e roletes que exercem compressão sobre os tecidos
celulíticos, para que seu aspecto característico seja atenuado. Diminui a extensão da
região afetada e melhora a pele como um todo;
• Intrademoterapia: este tratamento é ministrado via oral ou injetada na
região afetada uma medicação lipolítica. Para sucesso desta técnica, a gordura
excedente tem que ser eliminada através de exercícios e com a ajuda de uma
reeducação alimentar. Caso contrário, a gordura volta para o local, aonde saiu e
pode até aumentar. A intradermoterapia, que só pode ser realizada por médicos
capacitados, deve ser combinada com outras técnicas, como a drenagem linfática
manual ou sucção, para um melhor resultado, pois o método isolado não é capaz de
resolver o problema da celulite, onde entra o nosso trabalho;
• Eletrolipoforese: agulhas finas, semelhantes às usadas na
acupuntura, ligadas a um aparelho especial que funciona com correntes polarizadas
que são introduzidas na pele. Elas transmitem impulsos elétricos que melhoram a
microcirculação, com a melhora do fluxo linfático e sangüíneo, que produziria a
dissolução dos nódulos de celulite.
• Esta técnica também pode ser realizada com grandes placas finas de
silicone condutivo, sendo uma maneira mais segura de ser realizada;
• Subincision: pequena intervenção cirúrgica, recomendada para as
depressões provocadas pela celulite mais avançada. Pode ser realizada
isoladamente para as depressões mais recentes e rasas, ou associada a uma
lipoescultura, no caso das mais antigas. Consiste em seccionar as fibroses no tecido
subcutâneo para reduzir as depressões decorrentes de "celulite" (aspecto "casca de
laranja"). É indicado para celulite grau III e IV. A subincision simples é feita no
consultório, com anestesia local, e a paciente volta para casa logo depois do
procedimento. O médico usa uma agulha fina e cortante para romper as fibras
enrijecidas, que repuxam a pele em algumas áreas e formam os furinhos. Não
precisa de pontos nem deixa cicatriz. O processo é rápido, levando em média 2
minutos para corrigir cada depressão. Não precisa lembrar que se trata de um
procedimento médico;

46
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Iontoforese: esta técnica consiste na introdução de medicamentos na
pele, através de corrente galvânica. Placas específicas são aplicadas na área
afetada, ajustadas com bandas elásticas. Sua intensidade varia de 5 a 15 MA, num
tempo máximo de 30 minutos. Na metade da seção, inverte-se a polaridade do
aparelho. As substâncias utilizadas durante o procedimento são soluções que
estimulam a despolimerização dos mucopolissacarídeos do tecido conjuntivo e a
degradação dos triglicerídeos;
• Ultra-som: aparelho que emite ondas de baixa freqüência numa
profundidade de 3 a 4 cm, agitando as moléculas de água da região, que se colide
com as células adiposas, promovendo a eliminação de gordura e toxinas. Esta
técnica não é eficiente para casos críticos de celulite e nem apresenta bons
resultados se usada isoladamente. Alguns pregam a utilização para fazer
penetração de substâncias;
• Manthus: é um equipamento computadorizado, constituído por
geradores de Ultra-Som e Correntes para tratamento de Hidrolipodistrofia ginóide
(celulite) e gordura localizada. Também utiliza as terapias combinadas, constituídas
por um potente transdutor de ultra-som 3 MHz (45W), associado a um transdutor de
estímulos elétricos tripolares, produzindo correntes de média freqüência, bem como
correntes polarizadas de grande penetração;
• Carboxiterapia: no tratamento da celulite e gordura localizada, a
infusão de gás no local tem como efeito provocar uma distensão que permite
promover a ruptura de algumas células de gordura, desencadeando reações
químicas de lipólise – processo que “rompe” as células gordurosas – além de
promover aumento da circulação de sangue na região, oferecendo mais nutrientes
aos tecidos tratados e “otimizando” a drenagem linfática da região afetada; isto
significa a eliminação mais rápida da gordura que foi mobilizada de dentro das
células gordurosas;
• Bandagem Crioterápica ou Fria: combate a celulite e, de quebra, a
gordura localizada e a flacidez. É definida pela aplicação de uma solução a base de
cânfora e mentol nas áreas atingidas, provocando uma queda de temperatura local.
Com isso, o organismo utiliza os lipídios de reserva, para recuperar seu equilíbrio

47
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
térmico, e desta forma há redução de volume aonde as bandagens foram aplicadas.
O choque térmico sobre a pele provoca a retração das fibras dos tecidos da derme,
reduzindo a flacidez. O aumento da circulação sangüínea favorece a drenagem
linfática auxiliando na melhora do quadro celulítico;
• Corrente ou Estimulação Russa: corrente excitomotora de média
freqüência que tem por objetivo melhorar o tônus da musculatura, combatendo a
flacidez, sendo eficaz nos casos de celulite flácida;
• Criotermólise: a sinergia da crioterapia, termoterapia,
dermotonificação e ionoforese estão unidas neste único equipamento para atuar nos
tratamentos de flacidez dérmica, pré e pós-cirúrgico, bem como na mobilização da
gordura localizada e celulite;
• Termoterapia: a termoterapia de aplicação localizada e controlada
permite que ocorra uma vasodilatação, aumentando o fluxo sangüíneo e nutrindo os
tecidos, bem como o aumento da permeabilidade celular, facilitando a penetração de
ativos. O disparo da termogênese local é um dos principais efeitos, pois é capaz de
mobilizar os tecidos adiposos e celulíticos a fim de diminuir a resistência dos
mesmos e suprimi-los.

Curiosidades sobre celulite:

• Temperatura corporal é mais fria onde há celulite;


• Com a gravidez, há uma piora da celulite;
• A celulite piora antes da menstruação;
• A celulite grau III e IV é dolorida;
• Tomar líquidos (água, sucos) ajuda no tratamento da celulite;
• Cremes para celulite melhoram em até 10%, mas devem ser aplicados
diariamente;
• A celulite não melhora em camas ginásticas passivas;
• Refrigerante diet não causa celulite;
• A lipoaspiração não elimina a celulite;

48
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• A dieta balanceada é fundamental para se obter um bom resultado.

Flacidez

Conceito:

A flacidez é a falta de tonicidade da pele ou músculo. A flacidez refere-se ao


estado mobilizado, frouxo ou lânguido do tecido. Ela pode ser muscular ou cutânea,
sendo gerada por fatores genéticos, ambientais e de maus hábitos, como falta de
exercícios físicos. Não há um fator único e específico que cause flacidez.

Está mais suscetível a flacidez os idosos (mais de 60 anos), porque ocorre


perda muscular e aumento de gordura. Os idosos também repõem menor
quantidade o colágeno e a elastina, que são as fibras mais importantes da
tonicidade da pele. Cirurgias que promovam perda de peso rápida também
favorecem a flacidez.

A flacidez muscular ocasiona-se devido à falta de exercícios físicos é


considerada a maior causa, pois quando os músculos não são solicitados
adequadamente, suas fibras atrofiam-se. O sedentarismo é considerado um dos
fatores mais freqüentes para seu aparecimento, seguido pela perda de massa
muscular e aumento do depósito gorduroso.

Quanto à flacidez tissular, percebe-se que a maior incidência de casos é na


mulher, devido a fatores hormonais e à gestação. Porém, outros fatores, como o
excesso de sol (fotoenvelhecimento), sedentarismo, alimentação inadequada e
efeito sanfona, contribuem para o envelhecimento fisiológico, que tem seu início por
volta dos 30 anos.

É mais fácil evitá-la do que combatê-la (com exercícios físicos, alimentação


rica em proteínas e dieta balanceada, evitar efeito sanfona, uso de cremes que
aumentam o tônus e a hidratação). Atualmente o que se utiliza são correntes

49
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
bioelétricas, como as microcorrentes, carboxiterapia, procedimentos que utilizam
laser e cosmecêuticos que sejam precursores de colágeno, como a vitamina C e
hidroxiprolina (aminoácido).

Fatores Predisponentes e Locais mais Comuns:

Maus hábitos alimentares, que geralmente vêm acompanhados de acúmulo


de gordura, provocam a perda do manto hidrolipídico, que é responsável pela
nutrição da pele, interferindo no processo do aparecimento da flacidez cutânea.
Podemos citar como fatores principais para ocasionar a flacidez: quadril retrovertido,
predisposição genética, idade, sol em excesso, maus hábitos alimentares e
vestuários inadequados, que dificulta a circulação sangüínea e linfática, o que leva a
não eliminação das toxinas altera o pH do tecido e facilita o aparecimento da celulite
flácida. Além disso, há o problema do trauma mecânico, que deforma a silhueta
devido à compactação do tecido adiposo (fibrose) abaixo da roupa. A ocupação
inadequada deste nos locais onde encontra espaço para sua acomodação forma a
"gordura localizada", juntando-se a flacidez.

O glúteo máximo e os músculos posteriores da coxa são músculos posturais


e, por isso, tônicos. Eles são responsáveis pela manutenção da postura corporal e
agem contra a tendência flexora do corpo (devido ao centro do eixo da gravidade).
Indivíduos que permanecem muitas horas sentados e não praticam atividades físicas
adquirem flacidez muscular, que podem ser acompanhadas de flacidez cutânea.
Outro fator que ocasiona esse processo é o aumento do tecido gorduroso em
detrimento da massa muscular. O tecido adiposo, por ser de preenchimento,
aumenta seu volume para minimizar o trauma mecânico (passar horas sentada) e o
músculo flácido facilita a deposição de gordura.

“A falta de atividades físicas faz com que, com o passar do tempo, nosso
corpo perca massa muscular. São os exercícios que garantem rigidez aos músculos
e favorecem o tônus nas regiões em que geneticamente temos dificuldades de

50
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
aumento de massa muscular, como o bumbum”, diz o personal trainer Paulo
Henrique Pinto Almeida. “As regiões mais atingidas pela flacidez muscular são o
bumbum, as coxas, os braços, no músculo do tchauzinho e o abdome,
especialmente nos flancos, também conhecidos como pneus laterais”, afirma Paulo.
A flacidez dérmica atinge o corpo todo, inclusive a face e o pescoço. Por causa de
dietas muito restritivas, excesso de sol e falta de exercícios físicos, muitas mulheres
sofrem com os dois tipos de flacidez. Discutindo mais a fundo o fator genético,
temos: “A mulher, além de ter, naturalmente, mais massa gorda no corpo do que o
homem, ainda sofre com disfunções hormonais freqüentes, que geram acúmulo de
líquidos em determinadas regiões do corpo. Isso aliado à falta de exercícios físicos
acaba resultando em flacidez muscular”, adverte o especialista.

Diferença entre flacidez de pele e flacidez de músculos:

A flacidez tecidual ou tissular refere-se quando a pele fica flácida, frouxa; já


a muscular se refere quando os músculos se encontram de uma maneira “mole”, não
tonificada.

A pele geralmente está sobreposta ao músculo e acompanha a tonicidade


do mesmo. Se o músculo está flácido, a pele também parece flácida, porém se a
pele está flácida e o músculo tonificado, então a aparência não é tão evidente. A
pele tem um tecido e o músculo é outro. O músculo espessa ou “cresce” conforme
os exercícios, já a pele não.

Como avaliar a flacidez:

Flacidez Dérmica: com os dedos polegar e indicador em forma de pinça,


aperte e estique o bumbum. Se quando soltar a pele voltar ao normal e ficar
esticada, não há flacidez dérmica. Mas se demorar a normalizar, a flacidez está
presente.

51
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Flacidez Muscular: contraia a musculatura da área. Se o músculo
apresentar mobilidade e contornos não definidos, isso é sinal de flacidez.

Dicas para Combater a Flacidez:

A mulher atual vive em um eterno engorda e emagrece no chamado efeito


estufa ou sanfona. Especialistas alertam que a flacidez adora esta rotina de perder e
ganhar peso inúmeras vezes. Cada vez que você emagrece, perde um pouco de
músculos, principalmente se o emagrecimento for brusco e não for acompanhado
pela prática de exercícios físicos. Se isso ocorrer seguidas vezes, não tem jeito, o
corpo fica flácido.

Para emagrecer sem correr este risco, não existe segredo: devemos ter uma
alimentação bem balanceada e perder peso com calma, degrau por degrau, para o
nosso corpo se acostumar com as novas formas. A atividade física mais indicada
para acompanhar o processo de emagrecimento é a musculação. Com este
exercício, uma parte da massa gorda é eliminada e outra é transformada em massa
magra, músculos. Se eles forem realizados regularmente, a relação
emagrecimento/rigidez muscular é garantida.

Também é muito importante melhorar o metabolismo da pele e músculos


ingerindo cerca de dois litros de água por dia. O combate aos radicais livres, que
levam à redução da produção de colágeno deve ser outra preocupação, e podem
ser realizados através da ingestão de alimentos ricos em proteínas como carnes,
peixes e ovo. E, ainda com alimentos ricos em antioxidantes, como as vitaminas A,
C, E o ômega-3, contido, por exemplo, no salmão. Outra dica é a aplicação de
cremes que contenham alfahidroxiácidos, retinóides, DMAE e a Idebenona,
descoberta recentemente.

52
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A musculação é a maior arma contra a flacidez. Fonte: site gettyimages.

Além disso, temos outras dicas importantes:

• A prática de musculação três vezes por semana é peça chave no


combate à flacidez. Peça para o seu instrutor da academia montar um programa
específico para fortalecer os músculos das áreas do seu corpo mais atingidas pelo
problema;
• Os exercícios aeróbios também são recomendados porque melhoram o
condicionamento físico e ajudam na perda de peso. As opções são variadas:
caminhada, corrida, bicicleta, natação e patinação;
• Mude sua alimentação. Consuma mais proteínas, soja, laticínios, frutas
e verduras e diminua o consumo de frituras e alimentos gordurosos em geral;
• Lembre-se de sempre usar filtro solar. Ele protege a pele contra o
envelhecimento precoce e contra a flacidez dérmica ou tissular.

Tratamentos estéticos eficazes:

A seguir, tratamentos que realmente podem ajudar a acabar com a flacidez.


Sejamos honestos: não existe milagre. Mas associados a exercícios físicos, estes
tratamentos podem ajudar bastante, na melhora da firmeza da pele. Confira como
funcionam e os benefícios de cada um:

53
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Intradermoterapia ou Mesoterapia: aplicação, com o uso de agulhas
finas, de substâncias que estimulam a produção de colágeno, melhorando a flacidez
dérmica. A indicação é de 10 a 15 sessões com periodicidade semanal;
• Carboxiterapia: terapia que utiliza a aplicação de gás carbônico na
derme, nível da pele onde se localiza o colágeno. Proporciona uma melhora intensa
do metabolismo da derme e, conseqüentemente, “otimiza” a produção de colágeno.
Não possui efeitos colaterais, exceto pelo risco de pequenos hematomas. É usado
para combater flacidez, celulite e gorduras localizadas;
• Ácido L Poliláctico: a aplicação desta substância é conhecida nas
clínicas de estética, como Sculptra. Este ácido tem a capacidade de produzir novos
colágenos no nosso corpo, por isso é usado para combater a flacidez dérmica, ou
seja, da pele. Deve ser aplicado com injeções em áreas de formação de sulcos da
face, como o bigode chinês e flacidez, como o contorno facial, o pescoço, o colo e o
dorso das mãos. A indicação é, em média, de três sessões mensais, uma proposta
interessante é a realização de uma única sessão na face em mulheres jovens para
prevenir o avanço da flacidez;
• Thermacool, Accent ou Aluma: são aparelhos que emitem energias
de radiofreqüência, que penetram profundamente na pele produzindo contrações
imediatas no colágeno da pele. Com o passar do tempo um novo colágeno é
produzido deixando a pele com aspecto mais firme. O tratamento varia de 1 a 10
sessões, dependendo do tipo de aparelho. Também são usados para combater a
gordura localizada e a celulite;
• Luz Intensa Pulsada: tecnologia que possibilita a aplicação de ondas
luminosas com energias precisas (semelhantes ao laser), que atingem o tecido alvo,
o colágeno danificado, produzindo sua reestruturação. Proporciona melhora do
relevo da pele reduzindo rugas finas, manchas e vasinhos superficiais. Interessante
também como tratamento de manutenção;
• Peeling de Cristal + Ácido Retinóico: é um moderno tratamento que
promove a renovação celular de forma progressiva. Consiste em um peeling químico
realizado com um jato de cristais na pele associado ao ácido retinóico;

54
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Corrente Russa ou Estimulação Russa: sua explanação foi vista no
capítulo sobre celulite. A corrente russa também é indicada para combater e
melhorar a flacidez já instalada. Essa modalidade de corrente consegue gerar tanto
fortalecimento muscular, quanto o aumento do trofismo muscular, determinando,
assim, a reversão do quadro;
• Accent: aparelho de radiofreqüência que produz grande quantidade
de calor na área tratada. Esse aumento de temperatura acelera a produção de
colágeno, substância que dá firmeza e sustentação à pele. Reduz também a gordura
localizada e diminui o aspecto da celulite no bumbum, pernas e na barriga. O médico
é o profissional habilitado a manusear este aparelho;
• Phydias: eletro-estimulação que recupera as fibras musculares,
modelando o corpo e dando sustentação à pele para tratar e evitar a flacidez. É
considerado um tipo de corrente russa.

Gordura Localizada e Obesidade:

Obesidade. Fonte: gettyimages.

55
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Introdução:

A obesidade, segundo a O.M.S (Organização Mundial de Saúde), é uma


doença causada pelo excesso de gordura no organismo. A obesidade é considerada
um problema de saúde pública, devido a sua alta incidência na população em geral.
De acordo com os dados da O.M.S dos seis bilhões de habitantes do planeta 23,4%
estão com excesso de peso. No Brasil, calcula-se que 40% da população estejam
acima do peso normal.

O fenômeno da obesidade também é conhecido como nediez ou pimelosa,


que origina da palavra grega pimelé, que significa gordura, com o radical ose, que
significa processo mórbido. Só por esta definição vocabular já é possível obter uma
idéia do quão grave pode ser tornar esta doença. Pode-se entender como obesidade
o acúmulo excessivo e patológico de gordura no organismo, que atinge tanto a seres
humanos quanto a animais.

A obesidade é hoje um problema mundial. Não é um problema só seu ou da


sua família. O mundo todo tem sofrido com isso e por algumas razões muito
concretas: nosso estilo de vida, da raça humana, mudou. Éramos seres ativos,
andávamos a pé, nos exercitávamos em nossas atividades diárias. Mas, hoje com
todas as facilidades e confortos da vida moderna, com todo o avanço tecnológico,
desenvolvemos um estilo de vida baseado no sedentarismo (é a Lei do Menor
Esforço). E que é um padrão muito difícil de quebrar porque nós também passamos
a viver com pressa, preocupados com mil e uma atividades, com prazos a cumprir,
coisas a fazer. Tudo isso nos tirou o tempo de fazer as coisas à moda antiga –
caminhar leva mais tempo que ir de carro, subir escadas leva mais tempo que andar
de elevador… E, desse modo, fica difícil usar da arma número um contra a
obesidade. Na qual é mover corpo sempre, toda hora, exercitar-se, mesmo quando
está longe da academia.

Além disso, há outro fator que pesa sob todos nós e que alimenta,
literalmente, o problema coletivo da obesidade. Estamos falando do tipo de
alimentação a que estamos agora habituados. A chamada comida processada – que

56
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
é tudo aquilo que é lindo, gostoso, rápido e prático de se fazer e que encontramos
nos supermercados e em lojinhas espalhadas pela cidade – nos colocaram longe
das folhas, das fibras, das frutas e verduras. E nos aproximaram dos conservantes
(em grande parte, açúcar e sal), dos carboidratos e dos lipídios (que é o mesmo que
gordura). E esses ingredientes são um prato cheio para o desenvolvimento da
obesidade.

E existe ainda outro fator que é social quando falamos em causas para a
obesidade, e que é o estresse. Cada um de nós encontra um jeito de lidar com a
pressão do nosso dia-a-dia – um fator que aumentou consideravelmente depois que
as sociedades modernas descobriram a pressa e a obsessão com o sucesso, a
“beleza” e a riqueza. E uma forma comum de se tentar administrar, mesmo que de
modo equivocado, esse estresse é a comida. E aqui, falamos de volume de comida
e também do tipo de comida, já que o açúcar nos dá energia rápida, ou seja, uma
sensação positiva que sentimos em questões de segundos e que nós nos
acostumamos a perseguir pelo dia afora, enquanto somos perseguidos pelo
fantasma da obesidade.

O tecido adiposo é um tipo especial de conjuntivo onde se observa


predominância de células adiposas (adipócitos). Essas células podem ser
encontradas isoladas ou em pequenos grupos no tecido conjuntivo comum, porém a
maioria delas se agrupa no tecido adiposo espalhado pelo corpo. Em pessoas de
peso normal, o tecido adiposo corresponde a 20 - 25% do peso corporal na mulher e
15 - 20% no homem (JUNQUEIRA & CARNEIRO, l999).

O tecido adiposo é o maior depósito de energia (sob a forma de


triglicerídeos) do corpo. As células hepáticas e o músculo esquelético também
acumulam energia, mas sob a forma de glicogênio. Como a alimentação é feita a
intervalos, e os depósitos de glicogênio são menores, é importante a existência dos
grandes depósitos de triglicerídeos que são usados para fornecer entre as refeições.
Além do papel energético, o tecido adiposo tem outras funções.

57
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Localizando-se embaixo da pele, modela a superfície, sendo em parte
responsável pelas diferenças de contorno entre o corpo da mulher e do homem.
Forma também coxins absorventes de choques, principalmente na planta dos pés e
na palma das mãos. Como as gorduras são más condutoras de calor, o tecido
adiposo contribui para o isolamento térmico do organismo. Além disso, preenche os
espaços entre outros tecidos e auxilia a manter certos órgãos em suas posições
normais (JUNQUEIRA & CARNEIRO, l999).

Somente 5% das obesidades são de causa endócrina. Em geral a causa se


deve ao sedentarismo, maus hábitos alimentares, principalmente na infância, causas
psicológicas (estresse, depressão, ansiedade) e também, genéticas (a chance é de
70% para quem tem pais obesos). Os procedimentos investigativos envolvem
exames de eletrocardiografias, ultra-sonografias e dosagens laboratoriais de
colesterol e hormônios. Como também a bioimpedância que calcula o excesso de
gordura no corpo pelo processamento dos dados clínicos através de um programa
de computador. O teor de gordura no corpo gira em torno de 22% para a mulher e
15% para os homens. Índices superiores devem levar à investigação quanto ao local
onde estão depositados os excessos de gordura (fígado ou superfície corpórea).

Classificação:

Segundo DÂMASO (2001), a obesidade pode ser classificada em quatro


tipos, de acordo com a distribuição dos depósitos de gordura:

• TIPO I - Caracterizado pelo excesso de massa adiposa corporal total


sem concentração particular;
• TIPO II - Caracterizado pelo excesso de gordura subcutânea na região
abdominal e do tronco, também conhecida como do tipo andróide ou obesidade do
tipo "maçã", pois o aspecto corporal do indivíduo assemelha-se a esta fruta. A
obesidade tipo II está associada ao aumento da fração LDL-C, estimulando o
desenvolvimento de problemas cardiovasculares e a resistência à ação da insulina.

58
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Este tipo de obesidade manifesta-se, sobretudo, nos homens sob efeito hormonal da
testosterona e de corticóides;
• TIPO III - Caracterizado pelo excesso de gordura vísceroabdominal,
que também está associada a problemas cardiovasculares e a resistência à ação da
insulina;
• TIPO IV - Caracterizado pelo excesso de gordura glúteo-femural,
também conhecida como do tipo ginóide ou obesidade do tipo "pêra". A obesidade
do tipo IV pode estar mais suscetível a alterações nos períodos de gestação
(principalmente repetidas) e desmame precoce. Este tipo de obesidade manifesta-se
principalmente em mulheres sob efeito hormonal dos estrógenos, em geral a partir
da puberdade.

A obesidade quanto ao padrão regional de gordura pode ser avaliada de


acordo com a relação abdômen/quadril (McARDLE, l998).

Como obter a relação:

• Medir a circunferência ao redor do abdômen ao nível do umbigo


estando de pé e relaxado, sem encolher a barriga;
• Medir a circunferência do quadril, sobre as nádegas onde a
circunferência é maior;
• Dividir a medida da cintura pela medida do quadril.

Relação de risco significativo para a saúde:

• Homens: > 0,95cm*


• Mulheres: > 0,80cm (McARDLE, 1998)

* Alguns autores consideram a medida para homens > 0,90cm

A obesidade pode, ainda, ser classificada fisiologicamente, em hipertrófica,


hiperplásica e hipertrófica/hiperplásica. A obesidade hipertrófica está relacionada ao
aumento no tamanho das células de gordura (adipócitos), e ocorre freqüentemente
em adultos. A obesidade hiperplásica representa o aumento no número de

59
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
adipócitos, ocorrendo principalmente nos primeiros anos de vida, na adolescência e
em períodos de gravidez (último trimestre da gravidez), tornando-se estes
susceptíveis ao desenvolvimento de obesidade. Já a obesidade
hipertrófica/hiperplásica relaciona-se ao aumento tanto no número quanto no
tamanho das células de adipócitos, e ocorre em períodos similares a hiperplásica
(DÂMASO, 2001).

A obesidade quanto ao grau de morbidade pode ser classificada, entre


outros, por meio de métodos antropométricos: IMC e medidas das dobras cutâneas.
O IMC (índice de massa corporal) é a medida de diagnóstico populacional mais
utilizada para estudos epidemiológicos. Este é obtido, medindo-se o peso (kg) e a
estatura (m) do indivíduo. A partir dos valores obtidos, calcula-se o IMC (kg/m2),
dividindo-se o peso pela altura ao quadrado, podendo-se, então, identificar o grau de
obesidade (DÂMASO, 2001).

De acordo com o cálculo do seu IMC (índice de massa corpórea), a partir de


seu peso e altura, temos o seguinte:

• < 20=Magro
• 20 a 25 = Normal
• 25 a 30 = Sobrepeso
• >30 = Obeso.

Segundo McARDLE (2001), o IMC não leva em consideração a composição


proporcional do organismo. Mais especificamente o numerador na equação do IMC é
afetado por outros fatores, além da gordura corporal excessiva, tais como: massa
óssea, muscular (principalmente em atletas) e até mesmo a quantidade de volume
plasmático. Em indivíduos relativamente magros com uma massa muscular
excessiva em relação á estatura em virtude da constituição genética ou treinamento
com exercícios, um IMC alto poderia dar origem a uma interpretação incorreta de
gordura excessiva.

60
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A lógica para a medida das pregas cutâneas se baseia no fato de que uma
grande parte do conteúdo corporal total da gordura fica localizada nos depósitos
adiposos existentes debaixo da nossa pele e ela está diretamente relacionada com a
gordura total. Desta maneira, pode ser um bom subsídio para a predição da
quantidade de gordura corporal (DOMINGUES FILHO, 2002).

A grande vantagem de se utilizarem às medidas de espessura das dobras


cutâneas no estudo da composição corporal está no fato de que, além de se
obterem informações quanto à estimativa da quantidade do componente de gordura
total. Torna-se possível conhecer o padrão de distribuição do tecido subcutâneo
pelas diferentes regiões do corpo, o que se denomina topografia da gordura
subcutânea.

A técnica de espessura do tecido subcutâneo é aplicável devido sua relativa


facilidade quanto à utilização em condições de estudo de campos e de
levantamentos em grande número de sujeitos, associada às menores restrições
culturais. Por se tratar de medidas externas das dimensões corporais, a
possibilidade de treinamento de pessoal e a obtenção de reprodutibilidade das
medidas elegeram a técnica antropométrica por meio das medidas de espessura de
dobras cutâneas, como a de maior aplicabilidade quando do envolvimento de
crianças e adolescentes.

Uma maneira de analisar as medidas de espessura das dobras cutâneas é a


utilização do somatório dos valores observados em várias regiões anatômicas, junto
a fórmulas (protocolos) ou tabelas.

Conforme DOMINGUES FILHO (2002), os pontos anatômicos mais


utilizados para avaliação são:

• Peitoral (pt): é uma dobra diagonal a ser medida a meia distância entre
a linha axilar anterior e o mamilo (homens), e a um terço da distância da linha
anterior numa posição equivalente (mulheres);

61
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Biciptal (bi): é determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braço,
na sua face anterior, no ponto de maior perimetria aparente do ventre muscular do
bíceps;
• Triciptal (tr): é determinada na face posterior do braço, mas também
paralelamente ao eixo longitudinal, sendo o ponto no meio do caminho entre o
acrômio e o olecrânio. Um detalhe: o braço deve estar em extensão e relaxado;
• Subescapular (sb): está localizada a dois centímetros abaixo do ângulo
inferior da escápula;
• Axilar média (am): está localizada no ponto de articulação entre a 5ª e
6ª costela e ligeiramente acima da ponta inferior do processo xifóide;
• Supra-ilíaca (si): obtida na metade da distância entre a crista ilíaca e o
último arco costal, sobre a linha axilar média. Um detalhe importante é que o
indivíduo afaste levemente o braço direito para trás, para permitir a medida;
• Abdominal (ab): é obtida a dois centímetros à direita da borda lateral da
cicatriz umbilical;
• Coxa (cx): é determinada sobre o músculo retofemural, a dois terços da
distância do ligamento inguinal e a borda proximal da rótula.

A gordura localizada abdominal é a mais comum e mais prejudicial à saúde. Fonte: Fonte:
gettyimages.

62
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Estatísticas:

A obesidade na adolescência está associada a vários problemas, sendo


mais prevalentes as conseqüências deletérias na área psicossocial e a persistência
de obesidade na idade adulta, acompanhada de suas comorbidades. Alguns estudos
revelam que 50% das crianças obesas aos 6 meses de vida e 80% daquelas aos 5
anos, serão sempre obesas. Um adolescente obeso tem mais de 70% de vir a ser
um adulto obeso (VIUNISKI, 2000).

Adolescentes, segundo a O.M.S, são pessoas com idade entre l0 e l9 anos e


representam 20 % da população global. Cerca de 84% dos adolescentes estão em
países em desenvolvimento. E apesar de sua porcentagem em relação a outros
grupos etários estar aumentando, pouca atenção tem sido dispensado à sua
nutrição. Nos Estados Unidos, em apenas três anos, entre l988 e l99l, a prevalência
de obesidade na adolescência aumentou em 6%.

Segundo a O.M.S, em l975 tínhamos no Brasil, um pouco mais de 8% de


crianças e adolescentes subnutridos e cerca da metade, 4% de obesos. Esse
quadro se inverteu e atualmente os dados apontam para 9% de obesidade e
somente 3% de subnutridos (VIUNISKI, 2000).

A presença da obesidade pode ocasionar diversas alterações metabólicas e


associações com vários tipos de doenças tais como: hipertensão, diabetes, doenças
coronarianas, problemas respiratórios, além de diminuir a longevidade. De acordo
com estatísticas da O.M.S, somente 60% dos obesos chegam aos 60 anos, em
comparação a 90% das pessoas magras. Apenas 30% dos obesos chegam a atingir
70 anos, enquanto 50% dos magros o fazem. A idade de 80 anos é alcançada por
apenas l0% dos obesos, comparando-se a 30% dos magros, perfazendo-se a razão
de um para três.

A independência crescente dos adolescentes, o aumento da participação na


vida social e programas atarefados influenciam seus hábitos alimentares.
Freqüentemente, comem rápido e fora de casa. Na adolescência ocorre um aumento

63
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
no consumo de carboidratos, gorduras e proteínas e menor consumo em vitaminas,
minerais, fibras, devido a modificações comportamentais e ambientais da própria
idade, a substituição das refeições tradicionais, por lanches ricos em carnes, queijos,
a troca das frutas por sorvetes, doces e refrigerantes, às preferências caseiras.

A influência da propaganda de alimentos pouco nutritivos e a necessidade


de estarem sempre testando novidades os levam às escolhas erradas. Os padrões
de refeições dos adolescentes são freqüentemente caóticos. Os adolescentes
deixam de fazer mais refeições em casa, conforme se tornam mais velhos,
freqüentemente deixando de tomar o café da manhã e de almoçar (KRAUSE, l994).

Prevenção e Tratamento:

O novo conceito de tratamento para obesidade baseia-se em quatro pontos:


a reeducação alimentar, a prática de atividades físicas prazerosas, a mudança de
pensamento em relação à obesidade e em alguns casos a adoção de remédios mais
recentes, que em vez de diminuir a fome, aumentam a saciedade e diminuem a
absorção da gordura (SATO, 2001).

A atividade física vem sendo utilizada ao longo dos anos como um dos
principais recursos para combater e controlar a obesidade. O estilo de vida moderno,
no entanto, que tem como característica básica à inatividade física, não favorece em
nada para que o índice de obesidade no mundo possa diminuir (DÂMASO, 2001).

Muitas pessoas fazem dezenas e centenas de abdominais para eliminar a


gordura localizada. O abdominal é um exercício que ajuda a definir e fortalecer o
abdômen, deixando mais forte esta região. Para eliminar a gordura localizada na
região do abdômen o exercício ideal para queimar gordura é o aeróbico: é um
exercício de grande duração e intensidade (caminhada, corrida, natação, bicicleta,
ginástica aeróbica, dança, etc.).

64
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A atividade física não necessariamente é programada, levar o cachorro para
passear, andar de bicicleta, subir escadas, são atividades diárias importantes para o
desenvolvimento físico e motor do adolescente, se praticadas regularmente.

Na adolescência, as mudanças corporais e psicológicas, reforçam a


necessidade de uma atividade física, principalmente durante o estirão, pois estimula
a proliferação dos chamados osteoblastos (células que contribuem para o
crescimento do tecido ósseo) (BODY, l997).

De acordo com a O.M.S, os pais têm uma importante responsabilidade na


vida ativa dos seus filhos, pois:

• Se a mãe pratica atividade física, o filho é 2 vezes mais ativo;


• Se o pai pratica atividade física, o filho é 3,5 vezes mais ativo;
• Se o pai e a mãe praticam atividades físicas, o filho será 6 vezes mais
ativo.

As duas áreas de prioridade nas estratégias de prevenção, controle e


tratamento da obesidade são os incrementos do nível de atividade física e a melhora
na qualidade da dieta. O mais importante em termos de incremento do nível de
atividade física é o estímulo para evitar os hábitos sedentários e a adoção de um
estilo de vida ativa. Para BODY (l997), existem várias evidências científicas
apontando que o controle da ingestão alimentar associado ao exercício físico ou
atividade física regular é mais efetivo no controle do peso corporal.

A atividade estimula o desenvolvimento das fibras musculares que compõem


os diversos músculos do corpo.

Conforme pesquisas realizadas por GUEDES (l997), adolescentes


envolvidos regularmente em programas de atividades físicas apresentam menor
quantidade de gordura corporal e maior proporção de massa magra, com flutuações
diretamente relacionadas com o estímulo do esforço a que são submetidos.

65
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Um controle alimentar pode não ser suficiente, nem a solução para a
reversão do estado de maior adiposidade em jovens, uma vez que alterações na
dieta nessas idades podem causar deficiências na ingestão de importantes
nutrientes ao próprio crescimento e ao estado de saúde. Cientes disso, desde que a
maior causa da obesidade na adolescência seja o baixo nível de prática de atividade
física, talvez investir na tentativa de reverter esse quadro de inatividade física possa
ser a melhor e a mais saudável opção na diminuição da quantidade de gordura
(GUEDES, l997).

A freqüência cardíaca de adolescentes ativos torna-se menor, tanto em


repouso como durante todos os níveis de exercícios físicos. Além de demonstrar
uma recuperação pós-esforço físico mais rápido do que adolescentes não-ativos.

Os exercícios devem ser realizados regularmente cerca de três a cinco


sessões por semana. Apesar de os programas envolvendo níveis de intensidade e
duração suficientes produzirem algumas melhorias cardiorrespiratórias, em vigência
de uma freqüência de treinamentos inferior a três dias na semana, são mínimas ou
inexistentes as perdas ponderais e da gordura corporal observadas. Além disso, as
melhorias no endurance cardiorrespiratório variam somente entre mínimas e
modestas, nos programas que prevêem um número inferior a três sessões por
semana (geralmente abaixo de 10%). Os participantes de programas cuja freqüência
varia entre uma a duas sessões por semana freqüentemente se queixam de que
suas sessões de exercício são muito espaçadas, quebrando a continuidade do
treinamento. Uma outra queixa comumente ouvida é a seguinte: "É como se eu
estivesse sempre reiniciando o programa a cada sessão”. A experiência dos autores
demonstra que tais impressões freqüentemente levam à desistência (POLLOCK,
1993).

O esquema de dias alternados é o mais freqüentemente recomendado, pois


o tempo de descanso entre as sessões deve ser preciso para que as adaptações
fisiológicas e músculos esqueléticos ocorram e os indivíduos não sofram lesões,
entre em fadiga muscular ou perca condicionamento físico por sessões muito
espaçadas (POLLOCK, l993).

66
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Um tema relacionado ao conceito da intensidade dos exercícios, sobre o
qual muito pouco se conhece, é a função do treinamento de resistência nos
programas de controle de peso. Parece realmente claro que o treinamento de
resistência pode auxiliar os jovens a melhorarem sua força muscular e resistência,
desta maneira auxiliando seu desempenho e participação futura em esportes e
atividades de dança. Como o treinamento de força, em geral, envolve levar os
grupos musculares durante todo o tempo ou próximos à falha momentânea, ele é de
alta intensidade, mesmo quando a energia global não seja tão alta quanto nas
sessões de treinamento aeróbico. A alta intensidade dos exercícios, e os aumentos
resultantes de tecidos musculares (massa magra), podem levar as alterações
favoráveis da composição corporal (BOUCHARD, 2003).

A partir das considerações feitas até o momento, sugerimos a seguinte


proposta de atividades a serem desenvolvidas pelos respectivos profissionais
atuantes no tratamento da obesidade, de forma multiprofissional e de acordo com
suas respectivas necessidades, mediante estudos diagnósticos prévios e avaliações
periódicas do estado de saúde do indivíduo obeso (DÂMASO, 2001).

De acordo com DÂMASO (2001), em todas as propostas de atividades, além


do respeito à atuação multiprofissional na estruturação das mesmas, o profissional
envolvido deve estar atento às seguintes considerações:

• Respeitar a individualidade biológica;


• Respeitar o quadro clínico e a gravidade de qualquer desordem que a
pessoa apresente;
• Respeitar a fase do desenvolvimento motor, fisiológico e intelectual.

A Fisioterapia Dermato-Funcional pode auxiliar nos tratamentos que atuam


diretamente na gordura localizada que ocorre através de equipamentos que
aceleram o metabolismo provocando a queima calórica. A termo-crioterapia é muito
eficaz; equipamentos como o Manthus trazem grandes resultados, mas vale
ressaltar que isso só ocorre em certos graus de obesidade. Nenhuma técnica é
milagrosa em casos mais graves e os bons resultados dependem de um conjunto

67
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
com a atividade física, principalmente exercícios aeróbicos, e dieta balanceada.
Cabe ao terapeuta orientar quanto essa prática e ser claro em relação aos
resultados.

Estrias Atróficas

Conceito:

Outro problema odiado por dez entre dez mulheres são as estrias ou striae
distensae. As estrias são lesões paralelas e lineares que podem alcançar vários
centímetros de extensão e que surgem após a ruptura das fibras elásticas que
sustentam a derme. Também são conhecidas como:

• Víbices;
• Vergetures;
• Stretch Marks;
• Lash Marks.

É uma atrofia tegumentar adquirida, e sinuosas em estrias de um a mais


milímetros de espessura. Normalmente, são avermelhadas no início, depois se
tornam esbranquiçadas e brilhantes. Podem ser raras ou numerosas e são
perpendiculares às linhas de fenda da pele, mostrando um desequilíbrio elástico.
Geralmente são bilaterais e as literaturas dizem que são simétricas, mas não é o que
se observa na prática. Essas fendas da pele são formadas pela união de
glicoproteínas, associadas à fibrilina, fibulina e a um componente amorfo
denominado elastina.

Podem aparecer em ambos os sexos, no entanto são predominantes nas


mulheres. Nas meninas podem aparecer entre 12 a 14 anos e nos meninos, entre 13
e 15 anos. Localizam-se freqüentemente nos glúteos, seios, abdômen, coxas, região
lombossacra, e são menos comuns, mas podem surgir na fossa poplítea, região
ilíaca, tórax, antebraço e porção anterior do cotovelo.

68
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Estrias recentes (ainda avermelhadas). Fonte: site www.publishspain.com.

Estrias brancas. Fonte: site farmais.com.

Histopatologia:

As estrias possuem um componente inflamatório no início e, por isso, são


sinais clínicos prurido, vermelhidão, dor e erupção papular levemente eritematosa. A
fase seguinte já é bem pré-estabelecida, pois elas já evoluem para forma
esbranquiçada, sendo denominadas de estrias albas.

A aparição das estrias parece ser multifatorial, mas sabe-se que os


componentes mecânicos e hormonais são os mais aceitáveis. O aparecimento das
estrias é mais comum em períodos de crescimento acelerado, como durante a
adolescência, a gravidez ou em ocasiões em que há um ganho elevado de peso em
um curto espaço de tempo. Pessoas que perdem e ganham peso sucessivamente
(efeito sanfona) também são alvos preferenciais das estrias. Outro fator no qual

69
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
pode levar à formação dessas lesões é a prática de exercícios físicos que
hipertrofiam os músculos, como a musculação, mas normalmente isto é visto em
pessoas que tomam algum tipo de anabolizante para uma hipertrofia muscular mais
rápida o que causa uma distensão dos tecidos. Nessas ocasiões, as fibras elásticas
são submetidas a uma forte tensão e podem acabar por se romper. Hormônios
glicocorticóides produzidos durante esses períodos (adolescência, gravidez) ou
utilizados topicamente para tratamento de doenças (corticoesteróides, por exemplo)
também contribuem para o surgimento das estrias.

Esses hormônios inibem a ação dos fibroblastos, células responsáveis pela


produção e manutenção das fibras e substância amorfa do tecido conjuntivo. Isto
também acontece em pessoas que fazem tratamento com corticóides,
desenvolvendo a Síndrome de Cushing (enfermidade que altera o metabolismo
protéico, pois o cortisol bloqueia a atividade fibroblástica). As estrias dessa
Síndrome são geralmente violáceas e não tem nenhum tipo de resultados nos
tratamentos para amenizá-las, diferente daquelas que foram ocasionadas
mecanicamente. Os corticoesteróides ocasionam:

• Diminuição da taxa de glicose das células epidérmicas;


• Reduzem a biossíntese de colágeno;
• Degradação acelerada do colágeno;
• Redução da elasticidade da derme.

Analisando o que foi escrito anteriormente, então temos duas grandes


teorias que explicam o aparecimento das estrias: a mecânica e a endocrinológica. A
Teoria Mecânica diz respeito ao estiramento dos tecidos de uma maneira acelerada,
mas analisando profundamente, a mecânica não é a causa e sim um fator
secundário do hormonal. A Teoria Endocrinológica ou Metabólica diz que todos os
episódios onde as estrias aparecem têm ligação com hormônios. Na adolescência,
há um aumento de hormônios andrógenos, como o 17-cetosteróide, causado por um
hiperpituitarismo basófilo. O mesmo também ocorre na gestação. Em pacientes
obesos, há um aumento da secreção de 17-cetosteróides e 17-cetogênicos. Tudo

70
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
isto ocorre porque nessas três situações há um aumento da atividade do córtex da
supra-renal. Com uso de corticóides tópicos e sistêmicos ocorre uma hiperplasia da
adenocortical, mesmo em pacientes magros. Como já descrito o que o excesso
desses hormônios causa na síntese de colágeno, então a Teoria Endócrina
realmente é a mais aceitável.

As estrias são mais comuns nas mulheres, mas podem acometer também o sexo
masculino. Fonte: Internet – Wikipédia.

A hereditariedade está envolvida no surgimento da celulite e das estrias. Os


hormônios sexuais femininos também contribuem para o aparecimento de ambos os
processos. A celulite, por exemplo, é raramente observada em homens, exceto no
caso de indivíduos deficientes na produção de hormônios androgênicos ou em
pacientes que estejam passando por uma terapia com estrogênio – um hormônio
sexual feminino – para combater o câncer de próstata. Contudo, a simples presença
ou ausência dos hormônios sexuais femininos e o fato de haver casos de celulite e
estrias em mães e avós não justifica a ocorrência desses processos, que dependem
de eventos complexos em que estão envolvidos diversos fatores. Temos casos de
meninas com muitas estrias distribuídas por todas as regiões do corpo e sem
histórico de obesidade ou grandes estirões de crescimento após a menarca e que
suas mães ou avós não possuem uma só estria.

71
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Prevenção:

Quando falam de estrias, fica difícil falar a respeito de prevenção, pois a


maioria das causas está ligada a fatores hormonais, coisas com as quais fica difícil
lutar. Podemos prevenir a obesidade, com dieta balanceada e exercícios físicos. No
caso de pessoas que fazem musculação, não fazer uso de produtos que estimulem
o crescimento rápido e exagerado de massa muscular.
Dizem que o uso de óleos e cremes na gestação previne o aparecimento
das estrias. O óleo de amêndoas doce passou como a única medida preventiva
durante anos, apesar de não apresentar nenhum resultado. Resumindo: a gestante
pode literalmente “dormir dentro de uma banheira de óleo” que não prevenirá estrias.
O que acontecerá é um aumento da hidratação da pele (que também só é
conseguido com cremes e emulsões, pois óleo não produz hidratação, só
umectação). Aumentando a hidratação, temos uma pele de melhor qualidade.

Objetivos dos Tratamentos:

Para traçar um tratamento é importante saber os objetivos. Devem saber


que as estrias são difíceis de tratar e que qualquer tratamento apenas amenizará,
mas em algumas vezes, até em 80%. As estrias vermelhas apresentam maior
resultado, pois estão no início do processo inflamatório e este pode ser revertido.
Temos por objetivo substituir o tecido lesado por células parenquimatosas do
mesmo tipo e função. Deve-se provocar um lixamento para retirada da pele morta e
provocar um processo inflamatório para que haja novo recrutamento vascular. A
proposta é a ativação das substâncias das proteínas albuminóides do tecido
conjuntivo (colágeno, elastina e reticulina), fazendo uma compactação e
reagregação das fibras para que haja os depósitos destas proteínas, “cimentando” o
tecido lesado.

72
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Tratamentos para estrias:

• Striat: é uma estimulação dérmica que provoca um processo


inflamatório em toda a extensão da estria, gerando um aumento na produção de
colágeno com posterior regeneração. É utilizado um equipamento em forma de
caneta com uma pequena agulha na ponta através da qual é estimulado o processo
inflamatório agudo;
• Microdermoabrasão: aparelho que utiliza microcristais de hidróxido de
alumínio que são “jateados” nas estrias sob forma de pressão e ao mesmo tempo
aspirados para um reservatório dentro do aparelho. Causa uma irritação nas estrias,
levando a um estímulo de um novo colágeno, e conseqüentemente diminuição das
mesmas. Esta técnica também é conhecida como peeling de cristais. Bastante
animador. Cuidado com tendências a quelóides e manchas;
• Peelings químicos: Uso de substâncias químicas sob a forma de
oclusão ou não, podendo ser combinada com a microdermoabrasão. Tem como
objetivo a esfoliação da pele e o estímulo de um novo colágeno. As substâncias
mais utilizadas são o ácido retinóico e o ácido glicólico;
• Laser HeNeon: utilizado na fisioterapia. Tem a ação de bioestimular a
circulação. Não apresenta resultados consideráveis;

• Luz Intensa Pulsada: tecnologia que possibilita a aplicação de ondas


luminosas com energias precisas (semelhantes ao laser), que atingem o tecido-alvo,
o colágeno danificado, produzindo sua reestruturação. Proporciona melhora do
relevo da pele reduzindo estrias, além de rugas finas, manchas e vasinhos
superficiais. Interessante também como tratamento de manutenção;
• Eletroterapia: Corrente galvânica em microamperes. Quando utilizada
em intensidades de 100 a 280 uA, com polaridade negativa, a ação polar da corrente
age no processo inflamatório. Produz alguns resultados animadores;
• Escarificação: lesão física produzida por agulha, tendo o mesmo
mecanismo de ação do processo inflamatório. Causa muito desconforto e ainda não
se têm parâmetros de resultados;

73
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Microcorrentes: não possuem trabalhos acurados sobre os resultados.
Objetivo: estimular a síntese de colágeno. Esta corrente apresenta grandes
resultados na flacidez tissular, que geralmente acompanha as estrias pós-
gestacionais. Neste caso, melhora-se, em muito, a qualidade da pele.

Striat – galvanopuntura para estrias. Fonte: site Fisiobelle.

Quelóides e Cicatrizes Hipertróficas:

Definição:

A última etapa do processo cicatricial é denominada fase de maturação.


Neste período o colágeno jovem será remodelado, reorganizando-se e adquirindo
maior força tênsil. O tipo de cicatriz é diretamente ligado à forma de cicatrização da
ferida e técnica de sutura cutânea realizada. Para falarmos destes tipos de
disfunções, serão descritos os tipos de cicatrizes:

• Normotrófica: a cicatrização é assim denominada quando a pele


adquire o aspecto de textura e consistência anterior ao trauma;

• Atrófica: ela é assim denominada quando sua maturação não atinge o


trofismo fisiológico esperado, surgindo, geralmente, por perda de substância tecidual
ou sutura cutânea inadequada;

74
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Hipertrófica: ocorre quando o colágeno é produzido em quantidade
normal, mas a sua organização é inadequada, oferecendo aspecto não harmônico. A
cicatriz respeita o limite anatômico da pele;
• Brida cicatricial: são cicatrizes indesejadas localizadas nas regiões
articulares e, por essa razão, podem provocar limitações funcionais;

Quelóides:

A cicatrização, dependendo de características peculiares, nem sempre


resulta em pele lisa. Um quelóide é um caso especial de cicatriz. São lesões
fibroelásticas, avermelhadas, escuras, rosadas e às vezes brilhantes, com formato
de corcova. Podem ocorrer na cicatrização de qualquer lesão da pele e até mesmo
espontaneamente. Geralmente crescem, e apesar de inofensivas, não contagiosas
e indolores, as lesões podem se tornar um problema estético importante. Os
quelóides são formados dentro de tecidos enferidados. O colágeno, que é usado no
tratamento de feridas tende a deixar a área da cicatriz muito maior, muitas vezes
produzindo uma protuberância maior do que a cicatriz original.
Embora comumente estejam em locais de lesão prévia (acidental ou
cirúrgica) os quelóides podem ocorrer espontaneamente. Podem ocorrer no local de
um piercing, nas orelhas, sobrancelhas, tronco e outros locais. Eles acontecem em
locais de trauma, cirurgia, úlceras de pressão, vacinas, acne, varicela (catapora),
lesões repetidas por vestuário, abrasões e infecções e onde corpos estranhos
perfuraram ou prejudicaram a pele.

O quelóide não regride, e quando excisado (retirado cirurgicamente) tende a


recorrer. Ocorre igualmente em ambos sexos embora seja relatado incidência maior,
dentre os jovens, nas do sexo feminino, provavelmente refletindo uma maior
frequência do uso de brincos. Indivíduos negros têm cinquenta vezes mais quelóides
que os de outras etnias em geral.

Não existe locais específicos de surgimento de quelóides. Porém os locais


mais comuns são a região do músculo deltóide nos braços e áreas que sofrem

75
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
tensão durante a cicatrização, como a região pré-esternal. A região anterior do tórax
é bem acometida, mas as mamas, em geral, são preservadas.

Os quelóides às vezes acontecem em lugares onde a pele não foi ferida. Os


quelóides diferem das cicatrizes normais por sua textura mais espessa e por
ultrapassar os limites da cicatriz. Algumas pessoas são propensas à formação de
quelóides e podem desenvolvê-los em vários lugares. Quando um quelóide está
associado a uma incisão (corte) ou uma lesão da pele, o tecido cicatricial do
quelóide continua a crescer durante um tempo depois que a ferida original já se
fechou, ficando progressivamente maior e mais visível.

Quelóide. Fonte: site – www.medicalsol.com.br

Cicatriz Hipertrófica:

A cicatriz hipertrófica é diferente do quelóde. A cicatriz hipertrófica é um


desordenamento das fibras de colágeno, e o quelóde é uma produção exagerada de
fibras de colágeno.

Cicatriz hipertrófica. Fonte: www.dermis.net.

76
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
História na Medicina:

Os quelóides foram descobertos por cirurgiões egípcios em 1700 a.C. Baron


Jean Louis Alibert identificou o quelóide como uma entidade em 1806 e o chamou de
cancróide. Posteriormente, ele modificou o nome para quelóide, com o fim de evitar
a conotação cancerígena. A palavra é derivada do grego chele, que significa garra
de carangueijo e o sufixo -oide, ou forma de. Sua clínica no Hospital Saint Louis foi
durante muitos anos o centro mundial da dermatologia.

Os Olmecas do México na era pré-Colombiana utilizavam a escarificação


como meio de decoração dos seus corpos. Na era moderna, mulheres da Núbia no
Sudão são intencionalmente escarificadas com quelóides fasciais como forma de
decoração. Os Nuer e Nuba utilizam implantes labiais, tatuagens quelóides na região
frontal, mento e sobre o lábio e sobrancelhas. Como parte do ritual, os nativos da
Papua-Nova Guiné realiza incisões na pele de forma a inserirem barro ou cinza nas
lesões de forma a que estas desenvolvam tumefacções permanentes. Este ritual,
doloroso, torna-os membros respeitados da sua comunidade tribal sendo honrados
pela sua coragem e resistência.

Quadro Clínico:
Os quelóides normalmente não apresentam sintomas além de sua presença
visual e tátil. Eles são caracteristicamente brilhantes, lisos e de aspecto
arredondado; elevados na pele, podendo ser cor-de-rosa, púrpura ou marrom. Eles
podem ser macios, firmes ou “borrachudos” ao toque; causam em geral coceira,
sensibilidade ou incômodo. Além disso, podem ser esteticamente pouco
apresentáveis, sendo motivo de ansiedade e vergonha ao paciente. Um quelóide
grande na pele em cima de uma junta pode interferir com o movimento articular.

Diagnóstico:

Nos primeiros meses sua identificação pode ser difícil, confundida com uma
cicatriz normal, mas, a seguir, o crescimento excessivo e desordenado faz com que
a cicatriz cresça além dos limites da lesão original. Ela torna-se lisa ou irregular,

77
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
escurecida e de consistência rígida, facilitando o diagnóstico. Porém, a
característica principal é o avanço além dos limites esperados.

Em casos raros, o médico pode remover um pedaço pequeno da pele para


encaminhar ao laboratório de patologia para ser examinado ao laboratório de
anatomia patológica (biópsia).

Prevenção:

Pessoas que são propensas aos quelóides devem evitar cirurgia estética.
Quando a cirurgia for necessária em tais pessoas, os cirurgiões devem tomar certas
precauções especiais para minimizar a formação dos quelóides no local da incisão.
Exemplos de técnicas que poderiam ser usadas para minimizar a formação dos
quelóides incluem a cobertura da ferida com fita de papel hipoalergênica durante
várias semanas depois da cirurgia, cobrindo a ferida com folhas pequenas feitas de
um gel de silicone. Ou usando injeções de corticóide ou indicar radioterapia no local
da ferida cirúrgica no início do período curativo.

Tratamentos:

Os quelóides não têm um tratamento único e a maioria dos tratamentos não


dão resultados satisfatórios completamente. Dois ou mais tratamentos podem ser
combinados para aumentar a eficácia. Se a pessoa decide procurar tratamento para
uma cicatriz de quelóide, ela terá os melhores resultados se começarem o
tratamento tão logo esta apareça. Deve-se procurar um médico dermatologista ou
cirurgião plástico para estes principais tratamentos disponíveis, que incluem:

• Cirurgia: Essa cirurgia requer grandes cuidados pré e pós-operatórios.


Alguns quelóides que recidivam após a excisão podem ser de dimensões superiores
aos originais, existindo cerca de 45% de probabilidade de recorrência após cirurgia.
Contudo, quelóides são menos propensos a recidivar se a remoção cirúrgica for
combinada com outros tratamentos. A remoção cirúrgica ou por laser pode ser
seguida de injecção intra-lesional com corticóide de forma a tentar evitar a

78
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
recorrência. A sutura da pele inclui técnicas como a plastia em V e em W como
tentativas de reduzir a tensão da pele, as quais reduzem a incidência da recurrência
destas lesões após excisão;

• Pensos: Pensos húmidos executados em gel de silicone ou folhas de


silástico foram testados com sucesso como forma de reduzir a proeminência dos
quelóides ao longo do tempo. Este tipo de tratamentos não só é seguro como
indolor;

• Corticóides injetáveis: Corticóides injectáveis são principalmente


utilizados quando a cicatriz começa a espessar ou se o doente é já um conhecido
formador de quelóide. Séries de injecções com acetonato de triancinolona ou outro
corticosteróide podem reduzir o tamanho do quelóide, embora as injecções possam
ser desconfortáveis e causem todos os efeitos acumulativos e colaterais no
organismo nos quais os corticóides são conhecidos;

• Compressão: Ligaduras de compressão aplicadas no local durante


vários meses, por vezes até 12 meses, provocam redução das dimensões da lesão.
Funcionam melhor quando utilizadas como prevenção de novas lesões;

• Criocirurgia: É um excelente tratamento para quelóides pequenos e


que ocorrem em pele levemente pigmentada. É freqüentemente combinada com
injeções mensais de cortisona. O uso da crioterapia é limitada já que causa
despigmentação da pele. A pele é congelada e ocorre redução da circulação
subjacente. Seu efeito, na verdade, é uma queimadura local por congelação.
Descasca superficialmente a pele;

• Radioterapia: Pode ser usada, mas freqüentemente não vai fundo o


suficiente para afetar órgãos internos. Radiação ortovoltaica é mais penetrante e
levemente mais eficaz. Não se conhecem provas de que possa causar qualquer
forma de câncer após muitos anos de uso, mas é muito cara. Tratamentos com
radiação podem reduzir a formação de uma cicatriz se for usada logo após a
cirurgia, durante o tempo em que a ferida cirúrgica está se curando;

79
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Terapia a laser: É uma alternativa à cirurgia convencional para
remoção de quelóides. Lasers podem descascar bem a pele superficialmente, mas
freqüentemente não reduzem a massa de quelóide. O uso de dye-tuned lasers não
tem mostrado melhores resultados do que o laser frio;

• Novos tratamentos: O uso de drogas para tratar doenças auto-imunes


ou cânceres têm se mostrado promissoras. Isso inclui interferon-alfa, 5-fluoruracil e
bleomicina. É necessário estudos e avaliações complementares antes do uso
generalizado.

Prognóstico:
Os quelóides podem continuar a crescer lentamente durante semanas,
meses ou anos. Eles podem deixar de crescer espontaneamente, mas não
desaparecem sem tratamento. Depois de desenvolvido, o quelóide é permanente, a
menos que seja retirado ou tratado. É comum serem retirados / tratados e depois
voltarem. Os quelóides são, na maior parte das vezes, problemas benignos,
estéticos e que não causam câncer (tumor maligno) por si só, a menos que seja
tratado com radioterapia, o que pode levar a esse risco.

Tratamento Dermato-Funcional:

A Fisioterapia Dermato-Funcional também tem uma importante função na


prevenção e tratamento. Os recursos utilizados são:
• Vacuoterapia: elimina a dor e retira a sensação de “repuxamento”.
Também amolece os tecidos;
• Compressão Física Local: trata-se de uma compressão elástica com
pressão constante de 25 a 300 mmHg. Este procedimento mantém as fibras do
tecido de reparação mais alinhadas;
• Massagem Cicatricial: previne aderências. A técnica mais utilizada
atualmente é a crochetagem.

80
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A Crochetagem é uma técnica de tratamento fisioterapêutico ainda pouco
conhecida, tanto em suas aplicabilidades quanto em seus resultados. As cicatrizes,
provenientes de traumatismos ou de fibrose cicatricial cirúrgica, geram
progressivamente aderências entre os planos teciduais, limitando o movimento
normal entre eles. A Crochetagem percutânea promove uma ação mecânica nestas
aderências, causando uma liberação e permitindo que possam ocorrer novamente
deslizamentos entre os planos tissulares. As aderências cicatriciais também podem
trazer conseqüências para o sistema músculo esquelético, resultando em alterações
funcionais. As amplitudes totais fisiológicas dos movimentos nas articulações,
relacionadas direta e indiretamente com a região anatômica da cicatriz, podem estar
prejudicadas pela aderência dos tecidos moles provenientes do processo de
cicatrização.

A eficiência e a rapidez de resultados recuperam não só a saúde física,


como também atinge a esfera social do paciente. A importância social fica logo
demonstrada quando o paciente, por não sofrer as conseqüências de um tratamento
longo ou de uma enfermidade que de alguma forma seja incapacitante para suas
atividades de lazer e profissionais, retorna à vida corriqueira. Rapidamente
recuperado da disfunção física, este paciente pode retornar às suas atividades
normais sem que tenha sido afetada sua saúde social e, desta maneira, também se
preserva uma possível conseqüência psicológica.

Definição:

A Crochetagem é um método utilizado no tratamento das algias do aparelho


locomotor, através da busca da remoção das aderências e dos corpúsculos irritativos
interaponeuróticos, ou mioaponeuróticos, com o uso de ganchos colocados e
mobilizados sobre a pele.

81
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Histórico:

O fundador desta técnica é o fisioterapeuta sueco Kurt Ekman, que trabalhou


na Inglaterra ao lado do Dr. James Cyriax, durante anos após a Segunda Guerra
Mundial. Frustrado por causa dos limites palpatórios das técnicas convencionais,
inclusive a massagem transversa profunda de Cyriax, ele colaborou
progressivamente com a construção de uma série de ganchos e uma técnica de
trabalho específica para os mesmos. Sua reputação se desenvolveu depois do
tratamento com sucesso de algias occipitais do nervo de Arnold, de epicondilites
rebeldes e de tendinites de calcâneo, também rebeldes.

Durante os anos 70, ele ensinou seu método para vários colegas, como Dr.
P. Duby e Dr. J. Burnotte. Estes perpetuaram o ensino de Ekman, dando-lhe uma
abordagem menos sintomática da disfunção. De fato, no início Ekman tinha uma
abordagem direta e agressiva, ou seja, dolorosa. Esta abordagem prejudicou
durante muito tempo o uso da técnica como a preferencial. Os doutores P. Duby e J.
Burnotte se inspiraram no conceito de cadeias musculares e da filosofia da
osteopatia para desenvolver uma abordagem da lesão mais suave, através da
denominada diafibrólise percutânea.

Os efeitos da diafibrólise percutânea:

Sua ação mecânica:

• Nas aderências fibrosas que limitam o movimento entre os planos de


deslizamento tissulares;
• Nos corpúsculos fibrosos (depósitos úricos ou cálcios) localizados
geralmente nos lugares de estases circulatório e próximo às articulações;
• Nas cicatrizes e hematomas, que geram progressivamente aderências
entre os planos de deslizamento;
• Nas proeminências ou descolamentos periósteos.

82
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Efeitos circulatórios a observação clínica dos efeitos da diafibrólise
percutânea parece demonstrar um aumento da circulação linfática. O rubor cutâneo
que segue uma sessão de crochetagem parece sugerir uma reação histamínica.

No seu efeito reflexo a rapidez dos efeitos da diafibrólise percutânea,


principalmente durante a crochetagem ao nível dos trigger points, sugere a presença
de um efeito reflexo.

Principais indicações:

• As aderências consecutivas a um traumatismo levando a um derrame


tecidual;
• As aderências consecutivas a uma fibrose cicatricial iatrogênica
cirúrgica;
• As algias inflamatórias, ou não inflamatórias, do aparelho locomotor:
miosite, epicondilites, tendinites, periartrites, pubalgia, lombalgia, torcicolo etc.;
• As nevralgias consecutivas a uma irritação mecânica dos nervos
periféricos, occipitalgia do nervo de Arnold, nevralgia cervico-braquial, nevralgias
intercostais, ciatalgia e outras;
• As síndromes tróficas dos membros: algoneurodistrofia, canal do carpo;
• Outras da traumato-ortopedia.

Principais contra-indicações:

• Terapeuta agressivo ou não acostumado com o método;


• Os maus estados cutâneos: pele hipotrófica, ulcerações, dermatoses
(eczema, psoríase);
• Os maus estados circulatórios: fragilidade capilar sanguínea, reações
hiperhistamínicas, varizes venosas, adenomas;
• Pacientes que estão fazendo uso de anticoagulantes;
• Abordagem demasiadamente direta em processos inflamatórios
agudos.

83
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Descrição do método:

O princípio do tratamento se baseia numa abordagem do tipo centrípeta,


iniciando de fora para dentro dos tecidos. Na presença de uma dor em um local
específico, o terapeuta inicia sua busca palpatória manual nas regiões afastadas
(proximais e distais) do foco doloroso.

Esta busca palpatória segue as cadeias musculares e fáscias lesionadas


que estão em relação anatômica (mecânica, circulatória e neurológica) com a lesão.
Esta concepção permite evitar o aumento da dor, chamado de efeito rebote,
conseqüência de um tratamento exclusivamente sintomático. A técnica da
Crochetagem comporta três fases sucessivas: palpação digital, palpação
instrumental e diafibrólise.

A primeira fase é da palpação digital, na qual consiste em uma espécie de


amassamento, realizado com a mão palpatória, permitindo delimitar grosseiramente
as áreas anatômicas a serem tratadas.

Palpação instrumental é a segunda fase e se realiza com a utilização do


gancho em função do volume da estrutura anatômica a tratar. Ela permite localizar
com precisão as fibras conjuntivas aderentes e os corpúsculos fibrosos. Com o
gancho em uma das mãos, posiciona-se a espátula, colocando-a ao lado do dedo
indicador localizador da mão palpatória. O conjunto posiciona-se perpendicular às
fibras tissulares a serem tratadas. A mão palpatória cria um efeito em onda com os
tecidos moles, onde o polegar busca colocar esta onda dentro do gancho. A
penetração e busca palpatória são efetuados através de movimentos lentos ântero-
posteriores. Durante esta última fase, os movimentos da mão palpatória precedem
aos movimentos da mão com o gancho, o que permite reduzir a solicitação dos
tecidos controlando melhor a ação do gancho.

A impressão palpatória instrumental traduz por um lado, resistência


momentânea, seguida de um ressalto durante a passagem da espátula do gancho
num corpo fibroso, e por outro lado, uma resistência seguida de uma parada brusca

84
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
quando encontra uma aderência. Estas últimas impressões só podem ser percebidas
quando o gancho está em movimento, pelo indicador da mão repousado no gancho.
Estas sensações se opõem àquelas de fricção e de superfície lisa, encontradas nos
tecidos saudáveis.

A terceira fase, fibrólise, corresponde ao tempo terapêutico. Esta fase


consiste, no final do movimento de palpação instrumental, em uma tração
complementar da mão que possui o gancho. Este movimento induz, portanto, um
cisalhamento, uma abertura, que se visualiza como um atraso breve entre o
indicador da mão palpatória e a espátula do gancho.

Esta tração complementar é feita para alongar, ou romper as fibras


conjuntivas que formam a aderência, ou mesmo deslocar ou a achatar o corpúsculo
fibroso.

A técnica perióstea é utilizada para um trabalho de deslocamento de áreas


de inserções ligamentares ou tendinosas no periósteo. Ela consiste em uma
raspagem superficial da estrutura anatômica, com a ajuda do gancho, associado a
uma mobilização manual do tecido periósteo. Ela é utilizada para uma abordagem
terapêutica articular.

Embora esta técnica não seja de domínio exclusivo da Fisioterapia, por ser
um recurso de manipulação de tecidos corpóreos, entende-se que está no âmbito
dela. Por ser recente existe pouca bibliografia a respeito, sendo na maioria em
francês e alemão. No Brasil a técnica é difundida e utilizada por fisioterapeutas,
tendo sido aperfeiçoada em seu instrumental pelo fisioterapeuta Professor Mestre
Henrique Baumgarth, osteopata, sendo utilizada com sucesso comprovado em sua
clínica. Assim, a proposta deste trabalho fundamenta-se no pioneirismo da técnica
no Brasil, que pode ser descrita e ilustrada em um caso, como abaixo:

Segundo Baumgarth, 2003 a avaliação das aderências cicatriciais sob o


ponto de vista da crochetagem, consiste na aplicação sobre a cicatriz do esquema
em estrela em seis ramos de Meigne (Fig. A). Segundo o esquema em estrela de

85
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Maigne, serão avaliados os seguintes parâmetros de mobilidade do tecido:
parâmetro de flexão, de extensão, de látero-flexão direita e esquerda, de rotação
direita e esquerda e, e por último o parâmetro de compressão que avaliará o grau de
maciez e macicez do tecido. Respeitando os parâmetros observados pela avaliação
manual vai desenvolver-se a crochetagem objetivando-se recuperação da
mobilidade do tecido (MAIGNE, 1996).

(Fig. A) Manobras. Fonte: site – www.fisioterapia.com.

86
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
O método de tratamento consiste em utilizar-se o gancho para realizar a
fibrólise nas áreas aderidas da cicatriz, com o objetivo de promover a liberação
tecidual. A abordagem da cicatriz segundo a crochetagem pode ser dividida
didaticamente em três etapas, onde a primeira compreenderá quatro trajetos de
aplicação e a segunda, e a terceira, dois trajetos. (BAUMGARTH, 2003)

Na primeira etapa (Fig. B) se realizam movimentos curtos de tração em um


eixo paralelo à cicatriz por todo seu trajeto longitudinal da direita para a esquerda e
da esquerda para direita, este procedimento deve ser realizado bilateralmente, de
modo que se completem quatro trajetos de aplicação, dois em cada lado da cicatriz.

(Fig. B) Manobras. Fonte: site – www.fisioterapia.com.

Na segunda etapa (Fig. C) os movimentos serão realizados em um eixo


perpendicular a cicatriz, também por todo seu trajeto longitudinal. Estas trações
perpendiculares devem ser realizadas de maneira que cruzem sobre a cicatriz. Estes
movimentos também serão realizados bilateralmente, de modo que sigam dois
trajetos de aplicação de uma extremidade a outra da cicatriz.

87
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
(Fig. C) Manobras. Fonte: site – www.fisioterapia.com.

Na terceira etapa (Fig. D) os movimentos serão realizados de maneira


semelhante à segunda etapa, seguindo os mesmos eixos e trajetos, a diferença será
que nesta etapa os movimentos não cruzarão sobre a cicatriz, ou seja, os
movimentos terão início imediatamente após o bordo mais eterno da cicatriz.
Novamente os movimentos devem ser realizados bilateralmente para que se sigam
dois trajetos de aplicação ao longo de toda cicatriz.

(Fig. D) Manobras. Fonte: site – www.fisioterapia.com.

88
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Se juntarem todas as etapas, obterão o seguinte esquema, com oito trajetos
de aplicação que cobrirão toda a área da cicatriz, conforme demonstrado na figura
abaixo.

(Fig. E) Manobras. Fonte: site – www.fisioterapia.com.

----------------- FIM MÓDULO II ----------------

89
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Curso de
Fisioterapia Dermatofuncional

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO III

DISFUNÇÕES ESTÉTICAS FACIAIS

Acne

A acne é o martírio de muitos adolescentes. Justamente na época em que a


imagem tem tanta importância, surgem os cravos e as espinhas, diminuindo a auto-
estima do jovem que, muitas vezes, afasta-se do convívio social por vergonha ou
para evitar as brincadeiras dos colegas. Alguns casos são resistentes aos
tratamentos convencionais, geralmente prolongados e mal tolerados pelos
adolescentes. Outros podem se tornar muito graves, deixando cicatrizes.

Definição:

A acne é um distúrbio inflamatório que freqüentemente atinge os


adolescentes. Por ser um distúrbio que se manifesta no folículo pilo-sebáceo, ela
afeta áreas onde as glândulas sebáceas são maiores, mais numerosas e mais
ativas. Nos casos mais leves, a acne consiste em pequenos comedões e poros
dilatados, porém, ela pode progredir para um estágio patológico de ruptura dos
filamentos sebáceos, formação pustular, atrofia e lesões inflamatórias, nódulos e
cistos, podendo gerar seqüelas cicatriciais e deformidades.

Rosto tomado pela acne. Fonte: site – www.medicallook.com.

91
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Causas:

A causa principal da acne é a superatividade das glândulas sebáceas e,


como conseqüência, o acúmulo de sebo em seus filamentos, apresentando uma
retenção de massa córnea. O excesso de sebum (mistura de lipídios, ácidos graxos,
ésteres, esqualeno e colesterol) pode ser convertido em ácidos graxos livres
irritantes e comedogênicos pela ação de microorganismos (Propionibacterium acnes,
Staphylococcus epidermis e a levedura, Pityrosporum ovale) presentes nas
glândulas sebáceas. Além disso, a secreção hormonal excessiva também contribui
para a formação da acne. Na puberdade e no período pré-menstrual, há um
aumento da secreção dos hormônios sexuais pela glândula endócrina.

A ação destes hormônios androgênicos sobre o folículo pilosebáceo faz com


que o folículo produza maior quantidade de sebo, levando ao aparecimento da acne.
Outros fatores que também interferem no aparecimento da acne são: estresse
emocional, fadiga, uso inadequado de cosméticos, entre outros.

Tipos de Acne:

A acne pode ser classificada em acne primária (acne vulgaris) e acne


secundária (hormonal, cosmética, escoriada, medicamentosa, solar, etc.):

• Acne Primária: Também intitulada de acne vulgaris, a acne primária


corresponde à acne de adolescentes e adultos jovens, onde as predisposições
genéticas, estimuladas pelo início da produção hormonal, favorecem o
desenvolvimento das lesões clínicas;

• Acne Secundária: É a acne que advém de fatores diversos como: uso


de cosméticos inadequados, uso de medicamentos (principalmente corticóides), e de
vitaminas do complexo B, exposição excessiva ao sol, entre outros.

92
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Tipos de Acne Vulgaris:

• Acne Comedoniana ou Grau I: presença de cravos sem sinais de


inflamação;

Acne grau I. Fonte: site – www.medicalwellnesscenter.com.

• Acne Pápula Pustulosa ou Grau II: presença de pápulas inflamadas e


pústulas com importantes sinais inflamatórios;

Acne grau II. Fonte: site – www.medicalwellnesscenter.com.

93
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Acne Nódulo Cística ou Grau III: além de comedões, pápulas e
pústulas, também há a formação de lesões nódulos císticos com predominantes
sinais inflamatórios;

Acne grau III. Fonte: site – www.medicalwellnesscenter.com.

• Acne Conglobata ou Grau IV: caracterizada por pápulas pustulosas


doloridas e profundas. Há o predomínio de lesões nódulo-cistíticas em grande
extensão. Agrupamento de comedões.

Acne grau IV. Fonte: site – www.medicalwellnesscenter.com.

94
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Manifestações Clínicas:

A acne normalmente aparece na face, principalmente nas bochechas, testas


(adolescentes) e queixo (mulheres adultas). Ela aparece com menor freqüência no
pescoço, tórax e costas, porém, no tórax, as lesões são mais profundas e deixam
seqüelas visíveis. As manifestações clínicas da acne podem ser: inflamatórias e não
inflamatórias.

Exemplos de acne graus III e IV, respectivamente. Fonte: site – www.medicalwellnesscenter.com.

As lesões inflamatórias vêm determinadas pelos comedões fechados ou


abertos, e se dividem:

• Superficiais: edematosas ou pigmentadas transitoriamente;

• Profundas: nódulos e cistos um pouco dolorosos, regularmente muito


persistentes, que dão origem a cicatrizes. Tanto as pústulas como os cistos podem
romper espontaneamente, expulsando uma secreção sebo-purulenta ou sebo-
sanguinolenta.

95
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Controle:

A aplicação de produtos tópicos (cosméticos) isolada é adequada para o


tratamento dos casos de acne brando. Para casos mais graves, indica-se a procura
de um médico especialista, que normalmente prescreve o uso de cosméticos
associado a alguma medicação específica (como antibióticos e reposição hormonal).
Vale lembrar que, em ambos os casos, educar o indivíduo sobre a natureza da
enfermidade e elaborar um programa diário de higiene facial é fundamental. A
limpeza deverá ser efetuada com sabonetes especiais e água todos os dias.

Cosméticos oleosos são altamente comedogênicos, e podem causar acne


cosmética, portanto, não deverão ser utilizados. Espremer as lesões e limpeza
excessiva também deve ser evitado.

Os tratamentos especializados devem ser específicos para cada indivíduo,


levando em consideração a variedade clínica, sexo, idade, extensão da área
afetada, etc. A cosmetologia tem grande papel no controle da acne. Os seguintes
ativos cosméticos são indicados para o tratamento e prevenção da acne:

• Calêndula;

• Própolis;

• Babosa (Aloe Vera);

• Resorcina;

• Enxofre;

• Alantoína;

• Caolin;

• Óxido de Zinco

Há uma lista de produtos que devem ser utilizados como rotina pelo
paciente com acne e que contenham os princípios ativos citados acima:

• Emulsão de Limpeza;
96
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Loção Tônica;

• Gel Secativo;

• Máscara Secativa.

Tratamentos:

Para os estágios iniciais da acne (I e II), apenas o acompanhamento


Cosmetológico e a intervenção da Fisioterapia Dermatofuncional trazem grandes
resultados. Devem ser realizadas sessões de Limpeza de Pele ou Higienização
Profunda, onde os comedões são retirados, é feita uma esfoliação da pele e a
colocação de máscaras secativas. Há uma técnica muito eficaz, mas que atualmente
foi substituída pela cosmetologia de última geração; trata-se do desincruste, que
será citado mais tarde. O Peeling de Cristal pode ser utilizado por fisioterapeutas e é
um forte aliado, tanto no tratamento da acne como nas suas seqüelas, se essas se
instalarem em casos mais graves.

Ao falar dos graus mais elevados de acne (III e IV), a intervenção médica
faz-se necessária. Os peelings mais profundos e a prescrição de medicamentos
tópicos e orais só podem ser realizados por Dermatologistas. O medicamento mais
utilizado atualmente é a isotretinoína.

Derivada da vitamina A, a isotretinoína é uma substância que age nas


glândulas sebáceas, reduzindo seu tamanho e conseqüentemente a secreção de
sebo, e altera permanentemente a sua composição. Age ainda evitando a obstrução
da abertura do folículo piloso e reduz a inflamação. Usualmente, percebe-se melhora
da acne desde o início do tratamento com a isotretinoína, mas é possível ocorrer
uma piora entre a segunda e a sexta semana. Depois, ocorre a evolução gradativa
para o desaparecimento das lesões. Ela consegue acabar com a doença, na maioria
dos casos, em cerca de 6 a 8 meses.

97
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Exemplo do procedimento de Limpeza de pele (extração de comedões). Fonte: site – Fisio
Belle.

Efeitos Colaterais da Isotretinoína:

Os efeitos colaterais variam de pessoa para pessoa e devem ser controlados


por médico. O mais grave é a teratogenia, geração de defeitos permanentes no feto.
Por isso, o uso de isotretinoína é proibido em gestantes e é imprescindível que as
mulheres realizem teste de gravidez antes de iniciar o tratamento. As mulheres que
têm vida sexual ativa devem usar dois métodos anticoncepcionais concomitantes
durante o tratamento e por pelo menos dois meses após o final do tratamento.

No Brasil, expicula-se uma certa negligência por parte do governo, dos


médicos e dos fabricantes com a prescrição da isotretinoína pode causar defeitos
congênitos tão graves quanto os causados pela Talidomida nos anos 50. Esse
estudo foi feito com 61,2% dos dermatologistas registrados no Conselho Regional de
Medicina do Distrito Federal. Em gestantes, a droga causa, além de inflamações de
pele em vários graus, morte do feto ou malformações graves como hidrocefalia e
microftalmia, em alguns casos associadas com defeitos nos vasos sanguíneos. Em

98
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
não-gestantes, os outros possíveis efeitos colaterais são reversíveis e desaparecem
após o término do tratamento:

• Ressecamento labial (ocorre em 100% dos casos);


• Ressecamento das mucosas bucal, nasal, genital e ocular;
• Queda e ressecamento de cabelo;
• Sangramento nasal (devido ao ressecamento da mucosa);
• Ressecamento intenso da pele;
• Dores musculares e nas articulações;
• Diminuição da imunoresistência;
• Asma e bronquite entre outras possíveis complicações respiratórias;
• Dor de cabeça;
• Aumento do colesterol e triglicerídeos;
• Alterações das enzimas hepáticas.

Cuidados:

• A pele fica mais sensível ao sol, devendo ser protegida com o uso de
filtros solares;
• Combata o ressecamento das mucosas com cremes umectantes nos
lábios, soro fisiológico no nariz, lubrificante ocular nos olhos e lubrificante próprio
para mucosa genital feminina;
• Usuários de lentes de contato podem necessitar de lubrificantes
oculares com maior frequência;
• Não tome antibióticos do tipo tetraciclina ou seus derivados, devido à
possibilidade de surgirem efeitos colaterais resultantes da interação entre os
medicamentos;
• Tome o medicamento durante ou após as refeições;
• Deve-se evitar a ingestão de bebidas alcoólicas durante o tratamento;

99
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• No caso de mulheres é extremamente importante que não fiquem
grávidas durante o período de tratamento, tal gravidez será de alto risco e de grande
perigo para o bebê.

O tratamento da acne com a isotretinoína é, em geral, seguro, desde que


seja adequadamente acompanhado pelo médico. Seus efeitos colaterais são bem
conhecidos e podem ser controlados através de exames periódicos, que devem ser
solicitados pelo dermatologista responsável pelo tratamento e de acordo com a
evolução do paciente.

Formas de Apresentação:

• Uso tópico - Gel;


• Administração oral - Cápsulas.

Acne tratada com Isotretinoína

Acne tratada com Isotretinoína

100
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Exemplo de acne tratada com isotretinoína. Fonte: site - www.dermatologiaonline.com.

Rugas Faciais:

O envelhecimento celular é acelerado sob a influência do meio ambiente.


Num mesmo indivíduo, a pele pode estar preservada em áreas cobertas pela roupa,
normalmente, e mais envelhecida em áreas expostas à ação cumulativa das
radiações actínias do sol.

Para entenderem melhor a fisiologia do envelhecimento, verão o que


acontece em cada camada da pele neste processo:

• Epiderme: a epiderme se adelgaça devido ao aplainamento dos cones


interpapilares e da diminuição do número e volume das células;

• Derme: na derme ocorre a atrofia por destruição das fibras colágenas e


fibras elásticas, dando à pele aspectos característicos. Chamado de elastose solar
ocorre freqüentemente em regiões expostas às radiações dos raios ultravioletas do
sol;

• Hipoderme: A alteração da epiderme e da derme caracteriza-se pelo


afinamento da pele cuja cor adquire tonalidade ligeiramente amarelada,
aparecimento de pregas, rugas, telengectasias (pequenos vasos) e manchas
escuras (melanose solar).
101
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Envelhecimento Cutâneo:

Envelhecer é natural e deve ser um processo sem traumas e com cuidados


adequados. No início do século passado, a longevidade do homem era bem menor:
a média de vida era cerca de 50 anos. Hoje, um número maior de pessoas chega à
terceira idade, atingindo 80 a 90 anos com certa facilidade. Ao mesmo tempo em
que cresce a expectativa de vida, valoriza-se cada vez mais a juventude, o jovem e o
belo são cultuados como ideal e as pessoas sofrem muito em decorrência do
envelhecimento.

O envelhecimento é caracterizado pelo desgaste dos vários setores do


organismo, gerando alterações no seu funcionamento. Muitas teorias tentam explicar
o mecanismo do envelhecimento, mas nenhuma delas compreende
satisfatoriamente a gênese completa do processo. A longevidade maior de certas
raças e mesmo de certas famílias colabora com a idéia da influência genética em
relação ao envelhecimento. Os genes podem codificar a mensagem para o início do
processo do "envelhecimento", completando que as informações genéticas, com o
tempo, talvez fiquem inadequadas, propiciando defeitos incompatíveis com o
funcionamento celular perfeito.

Os radicais livres também participam da gênese do processo, originando


reações químicas, principalmente a oxidação. Estas reações desencadeiam
processos nocivos ao organismo e são influenciadas por radiações, doenças, fumo,
estresse. Além disso, as alterações hormonais, a falência ou deficiência do sistema
endócrino participa das alterações próprias do envelhecimento.

O sistema imunológico: responsável pelo processamento das defesas do


organismo, também se desgasta com o passar do tempo. As funções imunológicas,
principalmente aquelas ligadas à imunidade celular, tornam-se eficientes,
propiciando ao idoso maior número de processos infecciosos, inflamatórios e
carcinogênicos.

102
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
O processo de envelhecimento é natural e vem de acordo com a genética e os hábitos de
vida de cada indivíduo. Fonte: forum.imasters.uol.com.br.

Gênese do envelhecimento cutâneo:

O processo de envelhecimento do organismo está relacionado com a perda


da capacidade funcional e de reserva, mudança da resposta celular aos estímulos;
perda da capacidade de reparação e predisposição do organismo à doença. As
células humanas têm capacidade finita de reprodução, entrando, então, no processo
chamado senescência. A idade é paralela a senescência celular e tem o mesmo
controle genético. Existem exceções como células germinativas, stem cells
(totipotentes) e células cancerosas que se reproduzem sem parar, influenciadas por
mecanismos desconhecidos.

O telômero é a porção terminal do cromossomo eucariótico e o protege da


degradação. Segundo a Dra. Denise, com a idade, o telômero torna-se mais curto
em todas as células, menos naquelas germinativas e cancerosas. Estas têm maior
quantidade de telomerase, que é uma transcriptase reversa com capacidade de
replicar o telômero. A telomerase se expressa nas células germinativas e
cancerosas evitando o desaparecimento do telômero e conseqüentemente o
desgaste e senescência das células. A oxidação ocorre constantemente no
organismo humano causando dano, principalmente, ao DNA celular. Ela aumenta
com a idade e nas células senescentes. Quanto mais oxidação, menor grau de

103
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
reparação, maior número de mutações, maior deterioração celular e maior formação
de tumores.

No envelhecimento do organismo há queda dos hormônios de uma maneira


geral. Ocorre a andropausa, com diminuição dos andrógenos, a menopausa, menor
quantidade de estrógenos, e também a chamada somatopausa, que é o
rebaixamento do nível do hormônio do crescimento. Produzido durante o sono pela
glândula pituitária em grande quantidade na puberdade, explica a dermatologista,
completando que sua diminuição provoca perda da massa magra e aumento do
depósito de gordura. Homens de mais de 60 anos, quando tratados com hormônio
do crescimento aumentam a massa muscular, perdem excesso de gordura e
aumentam o tônus da pele. A reposição do hormônio do crescimento vem sendo
cogitada em certas situações específicas, ressalta.

Existem diferenças marcantes entre o envelhecimento intrínseco e o


fotoenvelhecimento que são coerentes com as alterações bioquímicas e
moleculares. No envelhecimento pela idade, a textura da pele é lisa, homogênea e
suave com atrofia da epiderme e derme, menor número de manchas e discretas
formações de rugas. No fotoenvelhecimento a superfície da cútis é áspera, nodular,
espessada, com inúmeras manchas e rugas profundas e demarcadas.
Histologicamente, a atrofia e retificação da epiderme no envelhecimento cronológico
contrastam com a acantose da pele actínica. Os queratinócitos são normais na
primeira e displásicos na pele foto-exposta. Os melanócitos estão diminuídos
conforme a idade, mas aumentam em número e distribuem irregularmente o
pigmento na pele lesada pela luz ultravioleta. A pele envelhecida tem menor
quantidade de elastina e colágeno e vascularização normal. Na pele actínica
aparece à zona de GRENZ (faixa eosinofílica cicatricial). As fibras de colágeno têm
maior desorganização e as elásticas transformam-se em massas amorfas (elastose),
enquanto os vasos têm paredes duplicadas e infiltradas linfohistiocitários ao seu
redor, caracterizando a heliodermatite.

104
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Classificação das Rugas:

As rugas se dividem em:

• Primárias: É uma depressão linear que interrompe a uniformidade da


superfície cutânea por diminuição da camada hipodérmica ou por atrofia dérmica;

• Secundárias: São continuações das rugas da primeira fase. A troca de


fase é variável no tempo e depende de cada indivíduo, acentuando a profundidade
inicial;

• Terciárias: A aparição tardia ocorre por ptose cutânea (queda ou


deslocamento). É observável em uma pele que perdeu sua elasticidade e tonicidade
pelo peso do tecido, ou seja, por flacidez, levando ao deslocamento em queda da
pele da face.

Tipos de Envelhecimento:

• Envelhecimento verdadeiro intrínseco: esperado (previsível inevitável e


progressivo). Pode ser retardado, mas nunca parado;

• Envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento: por exposição


continuada, abusiva aos raios solares. A pele apresenta, precocemente, alterações
comuns à pele senil.

O primeiro tipo representa aquele comum aos órgãos e o segundo mais


intenso e evidente, é o que ocorre devido aos danos causados pela radiação
ultravioleta. O envelhecimento causado pela idade é mais suave, lento e gradual,
causando danos estéticos muito pequenos. Já o fotoenvelhecimento é mais danoso
e agressivo à superfície da pele, sendo responsável por modificações como rugas,
engrossamento, manchas e o próprio câncer de pele.

105
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
O fotoenvelhecimento não é intensificação do envelhecimento cronológico,
mas têm características próprias muito diferentes do envelhecimento comum. Sendo
assim, a pele vai apresentar características diferentes em áreas expostas e não
expostas. Além disso, o Sol passa a ser o principal fator em relação ao
fotoenvelhecimento. O espectro eletromagnético da luz tem vários tipos de radiação
com diferentes tipos de comprimento de onda. As radiações apresentam diferentes
penetrações e respostas relacionadas ao seu comprimento de onda e ao local onde
será absorvida. Os fótons que carregam esta energia são absorvidos por moléculas
da pele que a transformam em calor.

Neste processo, dependendo da radiação e da energia, pode haver um


dano importante no DNA celular, explica a dermatologista. As ondas mais
importantes relacionadas ao fotoenvelhecimento são aquelas chamadas de radiação
ultravioleta. As radiações com comprimento de onda menor que 200nm não
ultrapassam a camada de ozônio e em geral não atingem a pele. As radiações
ultravioletas B e A são aquelas mais relacionadas aos danos causados à pele e
também as mais conhecidas e estudadas. A luz visível e a radiação infravermelha
também causam prejuízos à pele e suas ações vêm sendo muito pesquisadas nos
últimos anos. Várias referências demonstram que essa parte do espectro pode
potencializar os efeitos maléficos da radiação ultravioleta B e A.

Resumidamente, podem afirmar que a radiação ultravioleta B causa danos


agudos a cútis tais como: avermelhamento e queimaduras e danos crônicos como
câncer de pele e envelhecimento. Essa radiação penetra superficialmente e está
principalmente entre as 10 e 15 horas do dia. A radiação ultravioleta A penetra mais
profundamente na pele atingindo a derme causando menos eritema e queimadura.
No entanto, devido a sua maior penetração, é responsável pelo envelhecimento e
também pelo câncer de pele. Ela está presente durante todo o dia, outra alteração
marcante causada pelo Sol é a diminuição das células de Langerhans, responsáveis
pela resistência imunológica da pele.

106
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Também temos dois tipos de rugas:

• Rugas de Expressão: É a acentuação permanente das pregas normais


da face. Exemplo: pés-de-galinha (pequenas rugas do ângulo externo do olho).
Pequenas rugas peribucais (em torno da boca) tornando difícil a maquiagem dos
lábios;

• Sulcos: Os sulcos são secundários ao afrouxamento cutâneo-muscular


por alteração da derme-hipoderme e ação da gravidade. Exemplo: Queixo duplo.
Sulcos nasogenianos - queda do tecido gorduroso contribui para acentuação dos
sulcos (do nariz aos lábios).

Envelhecimento das Mãos:

Nas mãos, o envelhecimento ocorre igualmente como no rosto, pois é uma


área muito exposta ao sol. O indivíduo não dedica os mesmos cuidados da face,
geralmente é mais danificada. Os recursos para tratamento das mãos são os
mesmos do rosto. Exemplo: Cremes, peeling, laser, implantes.

Tratamento:

O tratamento do envelhecimento cutâneo passa pela observação dos fatores


envolvidos no seu desenvolvimento, como envelhecimento cronológico,
fotoenvelhecimento, flacidez, linhas de expressão. Na prevenção do
fotoenvelhecimento o filtro solar de amplo espectro, utilizado por longo prazo, diminui
o número de manchas, rugas leves e previne o aparecimento de queratoses e
câncer de pele. Sabe-se hoje que seu uso precoce e continuado evita o dano
cumulativo e previne o envelhecimento actínico, mas a tretinoína continua sendo o
tratamento tópico mais conhecido e embasado para o fotoenvelhecimento, agindo
nas diversas camadas da pele.

107
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A tretinoína ou ácido retinóico promove uma compactação da camada
córnea, a proliferação da camada espinhosa, uma diminuição da atipia celular e
normalização do número e da atividade dos melanócitos. Atua também na derme
promovendo o aumento do colágeno tipo VII, angiogênese, aumento a síntese de
colágeno e diminuição da massa elastótica.

Muitos princípios ativos vêm sendo empregados para diminuir os efeitos do


tempo na pele. As vitaminas antioxidantes, como a vitamina C e a vitamina E, são
benéficas tanto por via sistêmica como tópica e além do efeito antioxidante
apresentam ação fotoprotetora discreta, que, somada aos benefícios dos filtros
solares, melhora também a formação de colágenos. Outra classe de princípios ativos
muito úteis no tratamento do envelhecimento da pele é a dos fitoestrógenos.
Normalmente utiliza-se a isoflavona e o extrato glicólico de soja que ajudam a suprir
a falta de hormônio feminino na pele. Estas formulações agem melhorando a
hidratação e a elasticidade da pele, pelo seu efeito hidratante, antioxidante e
renovador celular. Ainda temos o cobre, oligoelemento essencial para o organismo,
também vem sendo empregado no combate ao envelhecimento. Ele age
estimulando a atividade dos fibroblastos e a produção de colágenos conferindo
maior firmeza e elasticidade à pele, suavizando as rugas. Segundo especialistas, o
dimetilaminoetanol (DMAE ou deanol) é uma droga que recentemente vem sendo
muito utilizada no tratamento da flacidez cutânea.

O DMAE age “otimizando” a liberação de acetilcolina, melhorando, assim, a


concentração muscular. Sabe-se que promove melhora na hidratação e turgor da
pele, conferindo-lhe maior firmeza, suavizando as rugas. Todos estes princípios
ativos citados são utilizados, para o tratamento tópico, sob a forma de géis, cremes e
loções. No entanto, há alternativas mais invasivas e muito mais efetivas no
tratamento do envelhecimento e as veremos mais adiante.

Os peelings químicos são capazes de remover parte da pele, de acordo com


a profundidade com que são realizados, promovendo uma renovação e regeneração
da pele. Quanto mais profundo for o peeling, mais efetivo contra o

108
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
fotoenvelhecimento. Em casos de rugas profundas e elastose solar, os peelings
profundos, como o fenol e o resurfacing com laser de CO2, são mais indicados. A
recuperação no tratamento com esses peelings é mais demorada, porém são os
mais profundos os que garantem um rejuvenescimento cutâneo marcante e
duradouro. Com o uso de Lasers, as rugas são praticamente vaporizadas. Para este
fim são inúmeros os tipos de Lasers no mercado.

Outra opção muito utilizada para correção de sulcos é o preenchimento


cutâneo, no qual são utilizados diversos preenchedores, principalmente à base de
ácido hialurônico. Mas a vedete do momento é a Bioplastia, preenchimento com uma
substância denominada polimetacrilato; trata-se de um tipo de cimento, sendo um
preenchimento mais duradouro.

A toxina botulínica tipo A vem sendo utilizada para tratamento estético há


aproximadamente 10 anos. Essa toxina atua por meio da paralisação de feixes
musculares específicos, causando a atenuação das rugas de expressão. Seu efeito
inicia-se 48 horas após a aplicação e, no máximo em 15 dias. A duração dos efeitos
benéficos é de 4 a 6 meses. Depois desse período, os músculos reassumem os
seus movimentos originais. Apesar de certa polêmica que envolve tal técnica,
quando efetuada por profissionais habilitados, tem pouco percentual de
complicações e bons resultados. Pode ter como principal complicação a ptose
(queda) da pálpebra.

Não se pode esquecer-se das várias técnicas de cirurgia plástica, como o


lifting e a blefaroplastia (cirurgia para a ptose palpebral), capazes de atenuar rugas e
eliminar sobras de pele e flacidez. Tratar o envelhecimento é um desafio, porém, a
cada dia, a tecnologia avança na luta para que as pessoas se tornem cada vez mais
jovens. Devemos reforçar que essas técnicas invasivas são de uso exclusivo
médico. Teremos mais adiante um capítulo que fale das técnicas utilizadas pela
fisioterapia dermatofuncional, técnicas essas que também trazem grandes
resultados.

109
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Manchas (Hipercromias, Hipocromias e Discromias):

Introdução:

As manchas na pele são um tormento para homens e mulheres que buscam


uma aparência saudável e jovem. A marca de uma espinha, as sardas e os
cloasmas de gravidez são as mais comuns e podem ser prevenidas e apagadas.
Como todo tratamento, se começar logo nos primeiros sintomas, as chances de
sucesso são imensas. Se forem prevenidas com protetor solar diário então, uma
pele lisa e aveludada é garantida.

As manchas são uma variação de cor na pele - quantidade de melanina - e


podem aparecer marrons, brancas ou vermelhas e variar sua intensidade de acordo
com a predisposição de cada pessoa.

A pele tem células especiais chamadas melanócitos. A sua função é produzir


uma substância escura que se difunde por toda a pele, a melanina. Esta substância
tem ligação com a cor da pele e com seu nível de sensibilidade aos raios solares.
Nas pessoas albinas (extremamente brancas), existe uma deficiência na produção
de melanina. Por este mesmo motivo (deficiência de melanina), os albinos são muito
sensíveis ao Sol (uma vez que não possuem a proteção natural conferida pela
melanina). Já as pessoas negras têm maior produção de melanina e,
conseqüentemente, tom de pele mais escuro e menos sensibilidade ao Sol. Quando
a distribuição da melanina torna-se irregular na pele, surgem as manchas, que são
áreas mais escuras ou mais claras.

Definição e Tipos:

Os médicos utilizam o termo mácula para referirem-se às manchas. Elas são


quaisquer mudanças na cor normal de pele da pessoa. Estas alterações podem ser
mais claras em relação ao tom de pele (hipocrômicas) ou então mais escuras
(hipercrômicas). Estas mudanças para escurecimento ou clareamento podem ser
causadas, respectivamente, pelo aumento ou diminuição da quantidade da melanina

110
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
e melanócitos em determinada área da pele. Algumas vezes, estas mudanças de cor
podem aparecer de forma avermelhada. Nestes casos, são causadas pelo aumento
do número de vasos debaixo da pele (hemangioma). São comuns em crianças,
principalmente nos recém-nascidos. As manchas também podem ser artificiais. O
melhor exemplo são as tatuagens.

Há vários tipos de manchas:

Sardas:

As sardas ou efélides são manchas pequenas que parecem um ponto. Por


isso, são chamadas de manchas puntiformes pelos médicos. Nestes pontos, tem-se
um aumento da quantidade de melanina.

Existe uma tendência familiar a desenvolver sardas. Elas surgem


principalmente nas pessoas de pele clara e ruiva (fototipos I e II), nos locais da pele
mais atingidos por queimaduras solares, como rosto, ombros e colo. As sardas
escurecem durante o verão e quase desaparecem no inverno, quando não há
exposição ao Sol.

Não há risco de evolução das sardas para melanoma (câncer de pele). No


entanto, como o surgimento das sardas é mais freqüente em pessoas que têm
menos proteção natural contra os raios solares, é importante que estejam atentas ao
surgimento de outras manchas suspeitas. Caso haja alguma dúvida, devem procurar
um dermatologista. As pessoas que têm sardas precisam proteger-se mais quando
se expõem ao Sol, pois estão mais sujeitas a queimaduras. Um exagero pode
provocar o envelhecimento precoce da pele.

Mancha Senil:

São manchas que aparecem na pele das pessoas com idade mais
avançada. São causadas pela exposição ao Sol (melanoses solares). Como os
efeitos do Sol são cumulativos, estas manchas costumam aparecer após os 45 anos
de idade. Por isso são relacionadas com a senilidade. As manchas senis são
111
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
acastanhadas, de tamanhos diversos, mas sempre maiores que as sardas. Seus
limites são precisos e aparece em maior quantidade nas áreas expostas ao Sol,
como rosto, antebraços e dorso das mãos. Praticamente não há chances de
transformação para o melanoma. Geralmente são tratadas por questões estéticas.

Mancha de Gravidez:

Existem alguns tipos de manchas grandes acastanhadas na face, que têm o


Sol como fator desencadeante. São chamadas pelos médicos de melasmas. Surgem
principalmente nas regiões malares (maçãs do rosto), na testa, nariz, lábio superior e
têmporas. Aparecem principalmente nas mulheres, mas também podem acometer os
homens. Alguns fatores que influenciam seu surgimento: uso de anticoncepcionais,
tendências genéticas e características raciais.

As manchas de gravidez são melasmas. As alterações hormonais


provocadas neste período, associadas à exposição solar, levam ao seu surgimento.

Manchas Brancas:

Muitas hipocromias (manchas brancas) representam doenças de pele, como


Vitiligo, Hanseníase, Pitiríase versicolor, Sífilis... Algumas delas até se beneficiam de
um pouco de Sol. Outras precisam de tratamento com antibióticos específicos e
acompanhamento através de exames de laboratório, pois podem trazer
conseqüências graves para a sua saúde. Também existem manchas claras que
surgem devido à exposição solar. São elas:

• Leucodermia pontuada (ou punctata): Apagá-las totalmente não é


tarefa fácil, para não dizer impossível. Mas alguns tratamentos prometem reduzir
uma boa parte delas ou, pelo menos, torná-las menos evidentes. Esses pequenos
pontos, bem mais claros que o tom da pele, costuma invadir os braços, as pernas e
o colo a partir dos 30 ou 35 anos. Normalmente, são resultados de anos de
exposição ao sol sem proteção. E são difíceis de apagar para sempre, aparece em
decorrência da menor atividade do melanócito, devido a seu envelhecimento;

112
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Exemplo de puntacta. Fonte: site – picasaweb.google.com.

• Pitiríase alba ou eczemátide: São manchas hipocrômicas,


arredondadas, maiores que 1-2 cm, de bordas irregulares, que se distribuem na
face, tórax, dorso e braços. Em geral, são um pouco mais ásperas que o restante da
pele. Neste caso, o melanócito também fica menos ativo, mas não porque
envelhece, mas porque fica “preguiçoso”, por isso pode se recuperar com banhos
adequados e uso de hidratantes. Não tem qualquer relação com o “pano branco” ou
pitiríase versicolor, que é causada por um fungo.

Fonte: picasaweb.google.com.

113
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Pinta ou Sinal:

“Pinta” ou “sinal” é sinônimo de nevos ou nevus pigmentados. Nevos são


aumentos no número de células na pele, que podem ser pigmentadas ou não.
Aparecem desde o nascimento (congênitos) ou durante a vida (adquiridos). Na
maioria das vezes são benignos, pois não têm características de câncer. No entanto,
algumas pintas e manchas (lentigos) são formadas por um acúmulo de células que,
em alguma época da vida, podem sofrer transformação cancerígena. O câncer no
qual elas podem se transformar é o melanoma. A grande maioria das pintas
aumenta de volume durante a vida. Isso não significa que elas irão transformar-se
em melanoma. É importante fazer um exame regular destas pintas. Uma
transformação maligna é indicada por alteração na cor, aumento do diâmetro ou
irregularidade das bordas.

Exemplo de nevo. Fonte: Internet – www.odontodicas.com.

Dois tipos de nevos merecem atenção especial, pelo seu maior risco de
evolução para câncer de pele. São eles:

• Nevos Melanocíticos Congênitos Gigantes: São nevos pigmentados


(melanocíticos), que nascem com o indivíduo (congênitos) e que têm um tamanho
maior que 20 cm. Esses nevos podem ou não apresentar pêlos. Há de 5 a 10% de
risco de desenvolvimento de melanoma, probabilidade bem maior que a do nevo
melanocítico congênito pequeno;
• Nevos Atípicos: Os nevos atípicos são geralmente maiores que os
nevos comuns (6 mm), podem ter bordas irregulares, limites imprecisos, várias

114
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
tonalidades de marrom, castanho e vermelho. Localizam-se, freqüentemente, na
porção superior do tronco, nos braços e coxas. Seu potencial de transformação para
o melanoma pode ser de até 10 a 15%.

Manchas Ocasionadas por Outros Fatores:

• Substâncias Fotossensibilizantes: Perfumes, refrigerantes e frutas


como o limão, a laranja, a tangerina e o figo contêm substâncias fotossensibilizantes,
ou seja, tornam-se reativas ao entrar em contato com o Sol. Estas substâncias
provocam uma “alergia” ou até “queimadura” na pele, que fica com manchas
avermelhadas, acastanhadas e até mesmo com bolhas, acompanhadas ou não de
coceira e ardência no local. Como depende da exposição da pele ao sol e ao contato
com as substâncias fotossensibilizantes, as áreas mais comumente afetadas são o
dorso das mãos, colo e os lábios. Podem ter formato bizarro ou pontilhado, causado
por respingos de limão espremido. Portanto, evite colocar perfumes ou beber
limonadas, sucos de frutas, caipirinhas e se expor ao Sol;
• Uso de Medicamentos: Existem remédios despigmentantes, muitas
vezes usados sem orientação médica para efeitos estéticos. Cuidado: você pode
estar ocultando características de doenças mais graves. Consulte um
dermatologista, e não use nenhum medicamento sem indicação de um especialista;
• Manchas Causadas por Lesões: Picadas de insetos, queimaduras
leves e arranhões costumam deixar a pele manchada. A princípio as lesões são cor
de vinho, rosadas, mas depois podem se tornar castanhas, já que o organismo
"deposita" melanina nos locais onde houve uma inflamação, particularmente nas
pessoas de pele morena ou dourada, as mesmas que pegam bronzeado com
facilidade. A acne também deixa manchas avermelhadas escuras, por longo tempo
após as espinhas terem desaparecido, fazendo com que cada espinha nova que
apareça cause aborrecimento por muitos meses;
• Manchas em Áreas Sensíveis: As manchas que aparecem em áreas
sensíveis como as axilas e a parte interna das coxas são um grande incômodo à

115
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
maioria das mulheres, principalmente as de pele mais escura. A maioria delas é
classificada como dermatite de contato causada pelo uso de desodorantes ou pela
depilação. Deve-se analisar antes se estas manchas são micoses para só depois
fazer um tratamento adequado.

As manchas de Sol podem ser tratadas, mas sempre sob orientação do


dermatologista. Tratamento significa melhorar, nem sempre eliminar definitivamente.
Dependendo do caso, são indicadas substâncias despigmentantes e /ou ácidos,
peelings superficiais ou até mesmo laser ou luz intensa pulsada.

A principal causa das manchas é a exposição solar sem fotoproteção. Fonte: site –
www.tendenciaesaude.com.

Manchas de Envelhecimento:

O envelhecimento cronológico pode fazer com que se tenha mais


vulnerabilidade a pintas e manchas localizadas, pois o organismo vai perdendo a
capacidade de filtrar as células defeituosas. A pele perde parte da capacidade de se
defender do sol, além do fato da radiação ser cumulativa ter sido guardada na
memória da célula durante as décadas de vida.

As famosas melanoses actínicas nas mãos, sardas brancas em pernas e


antebraços, avermelhamento na lateral do pescoço (chamada poiquilodermia) e as
lesões pré-cancerosas, ásperas como as queratoses actínicas são exemplos dos

116
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
efeitos causados na pele ao longo dos anos e que podem ser amenizados com o
uso do protetor solar.

Manchas na mão por envelhecimento. Fonte: site – www.lagoasanta.com/saude/manchas_pele.

Tratamentos:

• Ácido retinoico + Hidroquinona: as fórmulas feitas com estes dois


componentes são bastante usadas e a concentração de cada um dependerá do tipo
de pele, profundidade da mancha e outros fatores individuais que são analisados
pelo dermatologista em cada caso. Em algumas ocasiões, recebem corticóides para
aumentar a eficiência das fórmulas. Os efeitos colaterais são descamação e pele
levemente rosada. Eles devem ser aplicados à noite e de preferência no inverno.
São receitados numa consulta simples ao dermatologista;
• Microcauterização: um dos métodos mais eficientes e simples para
tratar sardas escuras e claras, melanoses (manchas localizadas), queratoses
actínicas e pintas superficiais. Um aparelho com ponta finíssima e quente é aplicado
em cima de cada lesão. A carga elétrica causa destruição da mancha indesejada. O
processo pode ser feito em qualquer tipo de pele e o dermatologista aplica cremes
anestésicos ou anestesia local em cada lesão antes de realizar o procedimento, que
é rápido e de baixo custo, podendo ser feito durante uma consulta simples. O efeito
colateral é deixar crostas por 10 dias no rosto e de 15 a 30 dias no resto do corpo;
• Neve Carbônica: ideal para loiras e ruivas, é quase indolor, este
método consiste numa ponta congelada de um aparelho, aplicando sobre as lesões

117
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
que são destruídas pelo frio intenso. Deixa crostas por um período de 10 a 30 dias e
necessita de três aplicações para garantir resultados satisfatórios;
• Amelan: a aplicação é feita no consultório com um dermatologista e há
uma manutenção em casa. Este método é usado para tratar de melasmas e
cloasmas. Há uma leve descamação e vermelhidão que pode ser disfarçada com o
uso de protetor solar e hidratante;
• Novos tipos de Laser:

- Laser Quantum: é atualmente o mais usado para resolver as manchas


avermelhadas do pescoço, que até então representavam um problema de difícil
resolução com ótimo resultado. É útil também para melanoses;

- Laser de Co2: pode ser usado para melanoses e queratoses. No caso de


peelings de laser (Resurfacing a laser), seu alto custo e resultados semelhantes aos
peelings de ATA (ácido tricloracético), período de recuperação longo (três a seis
meses) e os riscos de hiperpigmentação e cicatrizes tem desestimulado seu uso
para este fim, colocando-o em segundo e terceiro planos;

- Laser de Rubi: esta variação do comprimento do laser é bastante usada


para minimizar sardas escuras.

Cuidados com a Pele:

Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva na
Terra, as pessoas de todos os fototipos devem estar atentas e se protegerem
quando expostas ao sol. Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, ou seja:
pele clara, sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além destes, os que
possuem antecedentes familiares com histórico da doença, queimaduras solares,
incapacidade para bronzear e pintas.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda que todas as medidas


de proteção sejam adotadas quando houver exposição ao sol: uso de chapéus,
camisetas e protetores solares. Também deve ser evitada a exposição solar entre 10

118
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
e 16h (horário de verão). É importante ressaltar que as barracas usadas na praia
sejam feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As
barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV
ultrapassam o material.

Para o uso de filtros solares, é sugerida a reaplicação a cada duas horas. O


ideal é que o Fator de Proteção Solar (FPS) seja, no mínimo, 15.

Sobre o Bronzeamento Artificial:

A Sociedade Brasileira de Dermatologia não recomenda o uso das câmaras


de bronzeamento artificial para fins estéticos, pois os raios emitidos por essas
máquinas podem trazer prejuízos à saúde, como envelhecimento precoce e câncer
da pele. A fim de coibir a prática indiscriminada do bronzeamento, a SBD atuou junto
à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na regulamentação dos
estabelecimentos que possuem tais câmaras – RDC nº 308, de 14 de novembro de
2002.

Desde 18 de fevereiro de 2003, estes estabelecimentos têm que apresentar


à Vigilância Sanitária local o Termo de Ciência e Avaliação Médica do cliente,
cadastro de clientes atendidos pelo estabelecimento com datas, duração e intervalos
das sessões de cada um e registro de reações adversas ocorridas nas sessões.
Além disso, deverão mostrar que estão realizando manutenção e limpeza dos
equipamentos e afixar em local visível licença de funcionamento, avisos e cuidados
no uso do aparelho. Serão obrigados ainda a realizar rotinas de limpeza e
desinfecção dos equipamentos.

Os estabelecimentos são obrigados a apresentar à Vigilância Sanitária um


comprovante de treinamento do operador da máquina em curso oferecido pelo
fornecedor do aparelho (fabricante ou importador). Deve também ter procedimentos
de manutenção preventiva e corretiva, entre eles a medição da intensidade da

119
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
radiação emitida pelas lâmpadas em níveis seguros, a fim de garantir o
funcionamento adequado dos aparelhos.

A resolução também proíbe o uso da técnica para menores de 16 anos e por


jovens com idade entre 16 e 18 anos que não apresentarem autorização do
responsável legal. E quem não fornecer ou apresentar Avaliação Médica indicando
situação de risco também estará impedido. As Avaliações Médicas realizadas mais
de 90 dias antes do início das sessões do cliente não serão aceitas. Além disso, o
usuário deverá assinar um Termo de Ciência, no qual declara ter conhecimento do
resultado da Avaliação Médica e dos riscos do uso da técnica.

As propagandas dos estabelecimentos que utilizam câmaras de


bronzeamento também são fiscalizadas. Elas devem apenas informar a finalidade do
uso da técnica, sem induzir ou estimular a utilização de procedimentos de
bronzeamento. Caso o façam ou ainda indiquem que a prática não precisa de
avaliação médica, será considerada propaganda enganosa.

As vigilâncias sanitárias estaduais e municipais devem fazer a fiscalização e


orientação dessas regras. Os estabelecimentos que não se adequarem à nova regra
estão sujeitos às penalidades da Lei nº 6.437/77, que prevê desde notificação até
multas que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão.

Câmara de bronzeamento artificial. Fonte: Internet – www.ensoltec.com.br

As câmaras de bronzeamento artificial são constituídas por uma estrutura


de acrílico transparente que permite a passagem da luz gerada por uma série de
lâmpadas. Algumas câmaras possuem lâmpadas apenas na sua parte superior, o
que exige que o paciente se vire, após cerca de 20 minutos, para o completo
120
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
bronzeamento; outras possuem lâmpadas em toda sua circunferência, tornando a
mudança de decúbito desnecessária. O uso de protetores oculares é imperativo
durante as sessões, pois existe o risco de queimadura da córnea e até cegueira.

Os fabricantes das câmaras de bronzeamento relatam que suas lâmpadas


apenas emitem UV-A1, porém como não existe uma regulamentação rígida que
controle sua fabricação, bem como não existe fiscalização sobre seu uso. Pouco se
pode dizer da credibilidade desta fonte de emissão luminosa e sobre os riscos do
desenvolvimento do câncer de pele. Nos EUA, o bronzeamento artificial já faz parte
da lista de agentes carcinogênicos, e é contra-indicado pelos médicos.

Exemplo de lesões cancerígenas causadas por câmaras de bronzeamento artificial. Fonte:


Internet – www.qmc.ufsc.br.

Assim, para preservar a sua própria saúde, os usuários das câmaras de


bronzeamento artificial devem se certificar se estas regras estão sendo cumpridas.

-------------------- FIM MÓDULO III ------------------

121
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Curso de
Fisioterapia Dermatofuncional

MÓDULO IV

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO IV

TRATAMENTOS ESTÉTICOS PARA AS DISFUNÇOES ESTÉTICAS


CORPORAIS

Trataremos neste capítulo das várias opções de tratamentos estéticos que o


mercado da medicina estética e da fisioterapia dermato-funcional oferecem, desde
os já conhecidos, os ultrapassados e os mais modernos. Algumas das técnicas que
serão citadas são de uso exclusivo da medicina, mas estaremos expondo aqui a
título de informação e curiosidade, pois um bom profissional da área
dermatofuncional deve conhecer a todos os tratamentos existentes. Seja para atuar
junto ao médico ou mesmo para esclarecer algum paciente quando alguma
informação lhe for solicitada.

Carboxiterapia

Conceito e História:

A técnica de CARBOXITERAPIA, apesar de ser um método novo, nasceu


na França na década de 30 e possui publicações a partir dos anos 50, mas foi
difundida pela Itália onde há 13 anos é utilizada em Medicina Estética. O novo
método consiste em pequenas doses de C02 (gás carbônico medicinal) que são
administradas por um Dispositivo de Controle de Fluxo (ICD – Infusion Control
Device). O anido-carbônico é um gás atóxico, não embólico e presente normalmente
como parte do metabolismo celular das trocas gasosas. O CO2 puro medicinal é o
mesmo utilizado em cirurgias de videolaparoscopia (para promover
pneumoperitônio), histeroscopia e como contraste em arteriografias. O tratamento
consiste em aplicação subcutânea através de injeção hipodérmica nas regiões
afetadas. Ainda existe na literatura aplicações pela vias transcutâneas, nas formas
de banhos secos e água carbonada, estes tendo maior aplicação em
balnearioterapia.
123
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Mecanismo de Ação:

A ação farmacológica do anidro-carbônico é bem estabelecida em envolve


vasodilatação local com conseqüente aumento do fluxo vascular e aumento da
pressão parcial de oxigênio (pO2) resultante da potencialização do efeito Bohr, ou
seja, há redução da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio, resultando em maior
quantidade deste disponível para o tecido. Entre outros, os estudos realizados por D
aniello C. e cols. do Departamento de Cirurgia Plástica da Universidade de Siena –
Itália demonstrou a ação terapêutica do CO2, administrado pela via subcutânea,
sobre o microcírculo vascular. Através de exames como: videocapilaroscopia e Laser
Doppler, evidenciaram-se a vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo e aumento
da pressão parcial de oxigênio. Também evidenciou ser um método inócuo, através
de estudos histopatológicos de biópsias de tecidos de pacientes tratados, pois não
houve alterações do tecido conectivo (tanto de estruturas vasculares como
nervosas) com o tratamento.
Lembramos que o gás carbônico é um metabólico normal em nosso
organismo e em situações de repouso nosso corpo produz cerca de 200 ml/min do
mesmo, aumentando a produção do mesmo em até 10 vezes frente ao esforço
físico. Ou seja, os volumes deste gás injetados são inferiores a estes valores, outro
motivo pelo qual a carboxiterapia é um método seguro com o mínimo de efeitos
colaterais. Nos quais podem ser observados durante o tratamento e as aplicações,
como dor durante o tratamento, pequenos hematomas devido à punção da agulha e
sensação de crepitação no local devido ao pequeno enfisema subcutâneo que se
forma no local. Também não causa alergias. O gás permanece agindo no organismo
por até 40 horas.
O tratamento estético é utilizado nas regiões afetadas pela celulite, gordura
localizada, flacidez de pele e estrias. Em outras áreas médicas, é utilizada para
patologias como arteriopatias, flebopatias, úlceras vasculares e psoríase. Tornou-se
terapêutica freqüente na Europa, principalmente na Itália e na França, onde é
reconhecida para uso da Saúde Pública. Na Europa seu uso é aprovado para o
tratamento de patologias do sistema circulatório, incluindo arteriopatias obstrutivas
periféricas, úlceras diabéticas e vasculares e na lipodistrofia ginóide.
124
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Para a aplicação utiliza-se agulha de insulina, com a aplicação de pequenas
quantidades de dióxido de carbono (alto grau de pureza – 99,9%), entre 300 e 400
ml por sessão (algumas literaturas defendem quantidades de até 1 litro por sessão).
Em geral, utilizam-se sessões bi-semanais, num total de 12 a 20, sendo permitido
um novo ciclo depois de 6 a 10 meses.

Indicações:

As indicações e regiões do corpo para aplicação de carboxiterapia :


• Gordura Localizada: Região Axilar Anterior e Posterior, Supra e Infra-
Umbilical, região do trícipes e bíceps braquial (anterior e posterior do braço),
Abdômen e Dorsal, Trocanteriana, Joelho interno, Coxa Interna, Culotes;
• Flacidez de Pele – Abdômen, Dorsal, Pescoço, Colo, Papada e Mãos,
Pálpebras – superior e inferior, Linha Mandibular;
• Ondulações Pós-Lipoaspiração e Hlpa (hidrolipoaspiração);
• Estrias;
• Calvície (em fase de testes – com bons resultados);
• Celulite (hidrolipodistrofia ginóide);
• Linhas de expressão e aumentos dos sulcos faciais, nas bolsas abaixo
dos olhos;
• Disfunções Circulatórias.

No tratamento da Celulite e Gordura Localizada, a infusão de gás no local


tem como efeito provocar uma distensão que permite promover a ruptura de
algumas células de gordura, desencadeando reações químicas de lipólise –
processo que “rompe” as células gordurosas – além de promover aumento da
circulação de sangue na região, oferecendo mais nutrientes aos tecidos tratados e
“otimizando” a drenagem linfática da região afetada; isto significa a eliminação mais
rápida da gordura que foi mobilizada de dentro das células gordurosas.

125
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Já no tratamento de flacidez de pele, que é mais comum em abdômen, face
interna de coxas, braços, pescoço, colo e região da papada. A técnica da
carboxiterapia promove aumento do fluxo de sangue para a região, além de
estimular a produção de colágeno e fibras elásticas, responsáveis pela firmeza da
pele. Por esse mesmo princípio, a técnica tem ótimos resultados em tratamentos de
rejuvenescimento facial.
Mais recentemente, estudos estão sendo realizados – na Itália e no Brasil –
para o tratamento de estrias, principalmente as estrias largas, onde nota-se melhora
da textura da pele e da coloração, também pelo princípio da renovação das fibras
colágenas e de elastina.
A carboxiterapia trata-se de um tratamento da área de Medicina Estética.

Aplicação de Carboxiterapia. Fonte: Internet – www.terramagazine.com.br.

A Carboxiterapia também pode ser aplicada na face, colo e pescoço. Fonte: Internet –
www.pernambuco.com.
126
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Protocolos de aplicação de CO2:

Os estudos atuais têm mostrado que a aplicação é essencialmente mais


“Área dependente“ e menos “Volume dependente“. Isto significa que o responsável
pela aplicação não deve ficar preso à dosagem e utilizar mais a inspeção do campo
de aplicação, verificando a distenção, a crepitação e entumescimento da pele,
respeitando sempre a sensibilidade à dor e desconforto. As dosagens podem ser
alteradas de acordo com o volume que cada paciente apresenta.

Aplicação Gord Local. Flacidez Celulite Bolsa Infra-Sup Pescoço


Estrias

Posição da 90 Graus 30 Graus 45 Graus Horizontal -So bizel Horizontal


Horizontal
Agulha

Fluxo 60–80 ml/m 80-100ml/m 80-100ml/m 80 ml /m 80ml/m


100ml/m

Tempo Aplicação
Médio por pun-
tura . 1 a 1 1/2 min 1 a 1 ½ min 1 segundo 1 minuto 1 a 1 1/2

Aplic /Semana 2a 3 x 2 x 3 x (*) 1 x 1 x 1a 2x

Tabela de aplicação da Carboxiterapia. Fonte: Cd-Rom Manual de Instruções do Carboxide


– AWL.

127
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Já há no mercado aparelhos portáteis de Carboxiterapia, controlam fluxo e tempo. Fonte:
CD-Rom Carboxide Control AWL.

Subcision:

Atualmente há um tratamento novo e com a promessa de maior eficiência


contra a celulite grau IV chamado Subcision. Esta técnica consiste em anestesia
local e método de descolamento da fibrose que existe no nível do tecido adiposo.
Trata-se de um procedimento de pequeno porte, ou seja, ambulatorial, podendo ser
realizado em consultório. Menos agressivo que um procedimento cirúrgico, como a
lipoaspiração, o Subcision é mais agressivo que a mesoterapia. Talvez este seja um
dos primeiros tratamentos que está permitindo a documentação científica da melhora
nos pacientes.

Ele está indicado para um grau de celulite que tem retração, não é para os
primeiros graus. Também é bem localizado não sendo aplicado na coxa inteira, mas

128
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
apenas nos pontos mais atingidos, onde há adesão da derme e epiderme com os
tecidos mais profundos.

Vale ressaltar que se trata de um procedimento realizado exclusivamente


por médicos, assim como a mesoterapia, sendo citado aqui por motivo de
informação.

Como é realizada a Técnica de Subcision. Fonte: Internet – www.doraullmamn.com.br.

Criotermólise:

Trata-se de um tratamento não invasivo para redução de gordura localizada


e flacidez dérmica. Para explicar melhor o seu mecanismo é necessário falar um
pouco sobre a termorregulação corporal. A temperatura do interior do corpo –
“centro” – mantém-se quase exatamente constante, dentro de uma variação de 0,6º
C dia, exceto quando a pessoa apresenta um estado febril. A temperatura
superficial, ao contrário da temperatura central, aumenta e diminui com a
temperatura do meio ambiente. Essa é a temperatura importante quando nos
referimos à capacidade da pele em perder calor para o meio ambiente. A pele, os

129
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
tecidos subcutâneos e a gordura dos tecidos subcutâneos constituem um isolador
térmico para o corpo.

A maior parte do calor é produzida nas porções mais profundas do corpo, o


isolamento por debaixo da pele constitui um meio efetivo para manter as
temperaturas internas normais, apesar de permitir que as temperaturas da pele
aproximem-se da temperatura do meio ambiente. A temperatura do corpo é regulada
por mecanismos nervosos através dos centros reguladores da temperatura,
localizados no hipotálamo.

Entretanto, para esses mecanismos operarem terão que existir detectores de


temperatura. A pele possui até dez vezes mais receptores ao frio que ao calor em
algumas partes do corpo. Muitos dos sinais para a identificação do frio originam-se
nos receptores periféricos, porém esses sinais ajudam a controlar a temperatura
corporal, principalmente através do hipotálamo. O mecanismo global para o controle
térmico do hipotálamo é denominado termostato hipotalâmico. Quando o termostato
hipotalâmico constata que a temperatura corporal está alterada, adota
procedimentos apropriados, destinados a reduzir ou aumentar o calor.

Muitas vezes, para se manter o equilíbrio térmico, é necessário produzir


calor internamente. Para isso, utiliza-se a energia armazenada nos adipócitos,
transformando gordura em calor. Quando isso ocorre, há como conseqüência a
diminuição do volume dos adipócitos, ocasionando a redução de medidas. Se
mantiver uma fonte térmica externa aquecendo o tecido superficial, provocará um
desequilíbrio entre a superfície do organismo e seu interior.

Para se restabelecer esse equilíbrio térmico, nosso termostato provoca a


sudorese ou calafrios. O objetivo é levar líquido à superfície externa do tecido por
evaporação, a fim de baixar a temperatura externa ou causar contração muscular
para gerar calor. Ocorre que a fonte externa permite que o hipotálamo busque outra
forma para se restabelecer. Já que não se consegue regular a temperatura externa,
só resta a alternativa de elevar a temperatura interna. Para isso, é necessário que se

130
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
reduza calor internamente. Esse calor virá das nossas reservas orgânicas na
transformação de gordura em calor, ocasionando, assim, a queima de gordura.

A sinergia (dos recursos de crioterapia, termoterapia, dermotonificação e


iontoforese) apresenta características importantes e fundamentais nos tratamentos
de flacidez dérmica, pré e pós-cirúrgico, bem como na mobilização da gordura
localizada e celulite. Isto ocorre na criotermólise. A termoterapia de aplicação
localizada e controlada permite que ocorra uma vasodilatação, aumentando o fluxo
sangüíneo e nutrindo os tecidos, bem como o aumento da permeabilidade celular,
facilitando a penetração de ativos. O disparo da termogênese local é um dos
principais efeitos, pois é capaz de mobilizar os tecidos adiposos e celulíticos a fim de
diminuir a resistência dos mesmos e suprimi-los.

A vasoconstrição induzida na aplicação da crioterapia localizada tem como


efeito a diminuição do fluxo sangüíneo e a permeabilidade da membrana,
possibilitando a redução de edemas. Com o resfriamento, o metabolismo tecidual
diminui e menos metabólitos são produzidos, proporcionando o aumento do tônus
vascular. No trauma e na inflamação, a crioterapia previne o extravasamento
sangüíneo, diminuindo a quantidade de fibrinas e uma menor síntese de colágeno,
minimizando, assim, a aderência, o que é muito interessante na atuação de pós-
operatório e medicina desportiva.

A associação da ionoforese termoativa seguida da crioterapia é muito


interessante, pois os efeitos do aumento de temperatura induzidos pela corrente
galvânica (2 mA – 6 mA) e a penetração de princípios ativos pela ação terapêutica
dessa corrente fazem com que ocorra uma diminuição rápida da temperatura,
realizando uma vasoconstrição e impedindo que as substâncias ativas ionizadas
sejam carreadas pela circulação, ficando, dessa forma, restritas à área de aplicação,
potencializando sua atuação e seus resultados. A alternância entre a vasodilatação
e a vasoconstrição produz um aumento do bombeamento sangüíneo, aumentando o
fluxo sangüíneo e potencializando a quantidade de nutrientes para facilitar o reparo
dos tecidos e também diminuindo o edema.

131
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A função dermotonificação/microcorrente atua acelerando a síntese de ATP
e de proteínas, incrementando a regeneração celular e melhorando, assim, o tônus
dérmico. Após a aplicação, é de grande valia a utilização da crioterapia para elevar o
tônus dérmico através do efeito da vasoconstrição. A iontoforese, por sua vez,
realiza a transferência de princípios ativos e pode ser associada à temperatura entre
25º C e 25º C, de acordo com o objetivo do tratamento.

O aparelho trabalha alternadamente o frio e o calor em uma velocidade


muito rápida para combater a gordura localizada e a celulite. A técnica é realizada
através de um manípulo, chamado célula de peltier, responsável por uma mudança
brusca de temperatura. Como o manípulo atinge uma área limitada, não há
ocorrência de calafrios nem sudorese. O método é eficaz, pois combina a sinergia
das ações usadas em métodos isolados usados com sucesso, tais como: a ação da
mobilização dos tecidos adiposos e celulíticos através do calor gerado e da ação
vasoconstritora e a ação da melhora da flacidez cutânea.

Na hora da aplicação é importante usar primeiro o frio, pelo fato já citado da


pele ter mais receptores ao frio, o que permite um desequilíbrio térmico mais rápido.
Se fosse mantido só o frio, o hipotálamo condicionaria o organismo a adaptar-se a
esta sensação, não provocando mais as reações necessárias. O frio também é
importante por que agride o fibroblasto, estimulando a neoformação de fibras
elásticas e de colágeno.

Este é um procedimento que pode ser realizado pela Fisioterapia.

Aplicação de Criotermólise. Fonte: Internet – www.advicemaster.com.br.


132
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Endermologia:

Conceito e História:

O tratamento é realizado com um aparelho que massageia o corpo,


promovendo a melhora da circulação e a eliminação de toxinas. É eficiente no
combate à celulite, gordura localizada e na diminuição da tensão muscular. A
endermologia foi criada na França nos anos 70. O principal objetivo da técnica era
eliminar cicatrizes decorrentes de queimaduras e acidentes. Depois de algumas
sessões, o criador da técnica, Louis Paul Guitay, observou que na região tratada
havia uma melhora, principalmente, na redução de celulite e gordura localizada. A
textura da pele fica lisinha, sem contar que tonifica a musculatura remodelando o
corpo. Mas cuidado! Caso esse tratamento seja aplicado incorretamente pode
provocar flacidez na pele, rompimento de vasinhos e deixar o corpo todo dolorido.

Esse aparelho é formado por uma bomba a vácuo que aspira o ar no tubo e
na ventosa e graças a um potenciômetro sua capacidade de sucção pode ser
regulada. Quando a ventosa é colocada em contato com a pele, e o orifício do tubo
de sucção é fechado, a aspiração, cria um vácuo provocando uma sucção na pele.
Devido ao fato do eletrodo de vidro ser transparente, facilita-se a visualização da
reação da pele durante sua aplicação, evitando lesões. A atuação mais intensa da
sucção é do tipo mecânico, porque se observam mobilizações do estrato cutâneo
profundo com deslocamento do tecido de sulcos como rugas favorecendo a
produção de colágeno.

O aparelho é composto por dois rolinhos que deslizam sobre a pele e


realizam uma tração no corpo, aumentando em até três vezes a drenagem linfática e
a produção de colágeno (substância responsável pela elasticidade da pele). É
importante ressaltar que essa ação permanece até seis horas após o término da
sessão. A endermoterapia é aplicada principalmente na parte externa e interna das
coxas, nas costas, na região interna dos braços e no abdômen.

133
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Durante a sessão, veste-se uma espécie de macacão de tecido especial,
parecido com o de meia elástica. Com essa roupa, além de facilitar o deslizamento
do aparelho, não há riscos de puxar os pêlos.
Com a endermoterapia, além de amenizar os problemas de celulite e
gordura localizada, têm-se ainda o efeito de uma pele lisinha e rejuvenescida, com
mais tônus e elasticidade. Essa diferença é fácil de perceber quando se pinça a
pele, como se estivesse dando um beliscão. Em uma pele envelhecida cria-se uma
prega e ela volta lentamente, ao contrário da jovem, que o retorno é instantâneo. É
recomendada também, no pré e pós-operatório da lipoaspiração. Mas, só podem ser
realizadas 15 dias após a cirurgia. Além de ajudar na cicatrização, a endermoterapia
ajuda a eliminar as possíveis sobrinhas de gordura.

Sua aplicação pode ser importante quando se pretende atingir os planos


mais profundos da pele como nas cicatrizes, tecido fibroso, rugas e após
intervenções cirúrgicas. Sua aplicação corporal se dá nas regiões: abdominal,
pernas e glúteo, podendo ser utilizada como drenagem linfática e como estímulo
para abertura e fechamento dos gânglios, facilitando ainda mais o trabalho de
drenagem. Provoca intensa hiperemia em pouco tempo, facilitando a circulação
sangüínea e linfática.

A variação da intensidade da sucção permite que se realizem diferentes


tipos de estímulos, por exemplo, com uma pressão máxima e durante 1 segundo,
pode-se realizar a abertura e fechamento dos gânglios antes e depois,
respectivamente, da drenagem. Já para a drenagem podem utilizar uma pressão
entre 30 e 50 mmHg, em velocidade lenta, facilitando o movimento da linfa pela
sucção, na direção do gânglio mais próximo. Os valores das pressões são
aproximados, pois variam de acordo com a sensibilidade de cada paciente, podendo
ser maior ou menor.

Sua utilização nos pré e pós-operatórios em plásticas corporais são muito


amplos, tanto para prevenir como para tratar os edemas decorrentes das cirurgias.
Sendo que no pré atuará mais no sentido de desobstrução e preparação dos vasos
e no pós além de desobstruir, acelera a cicatrização por ativar a neoformação de
134
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
vasos. Previne a formação de aderências e quelóides, ou atenua se já existem, por
atuar nas fibras colágenas, desfibrosando-as e melhorando a oxigenação tecidual. É
importante realizar esse tratamento após a aprovação médica, evitando
complicações futuras.
Para manter o bom resultado da endermoterapia, recomenda-se realizar
uma manutenção periódica com uma sessão a cada quinze dias, três meses após o
término do tratamento. Desta forma os resultados permanecerão por mais tempo,
mas não esqueça de que tudo dependerá do organismo e estilo de vida de cada um.

Vantagens da Endermoterapia:
• Diminui a celulite e gordura localizada;
• Alivia tensões musculares;
• Favorece a eliminação de toxinas;
• Promove a drenagem linfática;
• Estimula a produção de colágeno;
• Tonifica e diminui a flacidez da pele.

Vacuoterapia:

É uma técnica semelhante em execução e objetivos a Endermoterapia, que


realiza uma sucção sobre a pele através de ventosas que tem formas e diâmetros
diferentes e que podem ser utilizadas em diversos tipos de tratamentos estéticos
para atenuar os quadros de celulite e gordura localizada. A diferença das técnicas
está nos rolamentos que existem nos cabeçotes da endermologia. Suas aplicações
são massagens: modeladora, redutora e relaxante, e ainda drenagem linfática. Atua
também na estética facial.

135
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Vacuoterapia. Fonte: Internet – www.fisiobelle.com.br.

A aplicação corporal se dá nas regiões: abdominal, costas, pernas e glúteo.


Provoca intensa hiperemia em pouco tempo substituindo a aplicação destas técnicas
manuais, que são bastante exaustivas, ativando a circulação sangüínea e linfática. A
massagem modeladora e redutora deve ser realizada com movimentos rápidos, a
drenagem com movimentos lentos e a relaxante com movimentos pulsados ou de
rolamento. Atua, ainda, em tecidos cicatriciais e fibrosos presentes, após
intervenções cirúrgicas. Suas ventosas são de vidro ou de plástico para possibilitar a
visualização da hiperemia formada durante a aplicação e facilitar a assepsia antes e
após o uso. As mangueiras são de silicone, que permitem transparência e
flexibilidade, além de maior durabilidade.

Tanto a endermologia como a vacuoterapia podem ser realizadas


por fisioterapeutas.

136
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Estimulação Muscular (Correntes Excitomotoras)

Introdução e Conceitos:

O objetivo desta técnica é tonificar a musculatura no sentido de enrijecê-la,


atenuando a flacidez muscular e modelando os músculos, proporcionando melhores
contornos e formas corporais. Trata-se de um equipamento que gera corrente
(alternadas ou não) a qual muda sua polaridade em um determinado tempo pré-
estabelecido, e que realiza uma estimulação muscular por excitação nervosa. Cada
estímulo provoca uma contração e em seguida há um período de repouso.

A sucessão de impulsos segue uma determinada ordem denominada


freqüência, cuja unidade de medida é Hertz. Essa freqüência traduz o número de
impulsos em cada segundo, por exemplo, uma freqüência de 10Hz significa que
estão passando dez estímulos em cada segundo. Os equipamentos possuem vários
tipos de ondas, as quais diferem no tempo de sustentação da contração; e muitos
valores de freqüência, as quais determinam a profundidade de alcance da corrente,
sendo que quanto maior o valor desta, maior será a profundidade alcançada, e maior
será o número de fibras recrutadas durante a contração. A contração muscular
ocorrida sob a ação desta corrente assemelha-se muito ao resultado do trabalho
muscular observado na contração isométrica ativa. De acordo com a colocação das
placas e com o objetivo do tratamento, esses aparelhos realizam as contrações
isotônicas e isométricas. As aplicações podem ser feitas nas regiões - anterior e
posterior do corpo: abdômen, coxa anterior, interna de coxa, posterior de coxa,
panturrilha, braços e glúteos.

Tipos de Correntes:

Há vários tipos de correntes excitomotoras, dentre elas temos:

• Farádica: a mais antiga e conhecida, um tanto ultrapassado;


• Ultra-excitante;
137
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Ritmo Sincopado;
• FES: mais utilizada para recuperação funcional de músculos lesados;
• Interferencial;
• Russa: a mais atual e de maiores resultados.

O que diverge uma corrente da outra são os seguintes parâmetros:

• Forma de onda;
• Largura de pulso;
• Freqüência do pulso;
• Amplitude máxima.

São denominadas correntes de média freqüência, pois estão em freqüências


acima de 1.000 Hz, isto faz com que essas correntes tenham baixa resistência à
pele; tenham uma sensibilidade agradável (isto faz com que as pessoas suportem
uma intensidade maior e aumentem o campo de estimulação) e tenha uma pequena
largura de pulso (menor que 125 uS). A freqüência máxima que trabalham é de
2.500 Hz (freqüência em que trabalha a Corrente Russa). Acima disto, já são
denominadas de alta freqüência e não são excitomotoras.

As correntes excitomotoras podem ser polarizadas (íons migram de um pólo


a outro) ou despolarizadas.

Parâmetros de Utilização:

As modulações que devem ser reguladas para que haja contração eficiente
são:

• T on – T off: tempo de contração e repouso da corrente;


• Subida e descida: tempo em que a corrente sobe e desce da
contração;
• Subida – sustentação – descida – repouso;
138
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Freqüência;
• Amplitude;
• Intensidade e freqüência (VIF) – para não ter efeitos de acomodação.

Esses parâmetros não devem ser fixos para que não haja acomodação e
reduzam o aspecto de ação.

Algumas pessoas julgam as correntes excitomotoras ineficientes, mas isto


se deve a uma avaliação inadequada, a não instrução do paciente, manuseio
inadequado por parte do terapeuta, a equipamentos não confiáveis, não
padronização de protocolos e a colocação errônea dos eletrodos.

A padronização do protocolo deve englobar a colocação correta dos


eletrodos, os parâmetros da corrente utilizada, o tempo de estimulação utilizada e o
período de estimulação.

A colocação dos eletrodos deve obedecer aos seguintes parâmetros:

• Ser proporcional à área do músculo;


• Deve abranger o músculo selecionado;
• De fácil colocação e remoção;
• De baixa resistência elétrica; de baixo custo e duráveis;
• Evitar as proeminências ósseas;
• Evitar áreas hipossensíveis;
• Serem colocados nos pontos motores ou em cada extremidade do
ventre muscular;
• Não serem colocados nos tendões musculares, pois estes dão grande
resistência à corrente.

Por isso, temos que os melhores eletrodos são os de silicone, que são
formados por fibra de carbono. São os de maior condutividade e de menor custo.

139
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
OBS: Ponto motor é o local de maior concentração de placas neuromotoras
por área no músculo, sendo aí o local onde a contração é mais acentuada, pois é o
local onde o nervo se insere no ventre muscular.

Agora falaremos das duas correntes mais utilizadas na área de dermato-


funcional. A primeira já está sendo “aposentada”, sendo a pioneira das correntes
excitomotoras. A segunda é a “vedete” da eletroestimulação atualmente.

Corrente Farádica:

Descoberta em 1831 por Michael Farady, que descobriu o fenômeno da


indução, possibilitando a estimulação de nervos e músculos, sendo definida como
uma corrente de baixa freqüência, alternada. Tem como efeitos:
• Efeitos sobre nervos motores: promove contração muscular que poderá
ser bastante eficiente se a estimulação for feita no ponto motor. Ponto Motor = local
onde o nervo se insere no músculo.
• Efeitos sobre nervos sensitivos: sensação de comichão ou leve
ardência (recrutamento de fibras musculares);
• Efeitos na contração muscular: promove trocas celulares iguais na
contração muscular voluntária, trabalhos musculares, isto é, a corrente farádica leva
ao aumento do número de fibras musculares atuantes, elevando o volume do
músculo, melhorando força e resistência;
• Efeitos sobre o retorno venoso: devido à contração muscular que a
corrente proporciona, aumenta o retorno venoso linfático pela ação do
bombeamento;
• Efeitos na circulação: com o trabalho de contração muscular ocorre o
aumento de O2, aumento do metabolismo que acarretará em um maior fluxo
circulatório.

Suas técnicas de aplicação são:


• Bipolar: (+ e -) respectivamente origem e inserção muscular;
140
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Unipolar: (+ e -) origem nervosa e ponto motor.

O tempo de aplicação é de 5 minutos. Temos que levar em consideração


que a corrente farádica só será usada quando o paciente tiver dificuldade a realizar
contração indicada para paresia, atrofia e fraqueza muscular, 30 contrações por min.
Sem causar fadiga muscular.
Suas indicações são paresia, atrofias, contrações dolorosas ex.:
meniscetomia, reabsorção de edema traumático, diminuir e evitar aderências,
melhorar a circulação.
Esta corrente tem como contra-indicações o estado febril, extrema idade,
paralisia espástica, degeneração de axônio, perda de sensibilidade, região pré-
cordial, paralisia flácida com reação de degeneração.

Corrente Russa:

Introdução:

Na década de 80, foi verificado que os astronautas russos, ao retornarem da


missão espacial, sofriam de flacidez, atrofia, e fadiga muscular. Observando este
quadro cientistas desenvolveram uma corrente excitomotora (Corrente Russa) para
solucionar o problema no menor tempo possível.

Um equipamento com tecnologia de ponta (microprocessado e digitalizado),


adotado pelos maiores centros de estética do mundo. É indolor e extremamente
eficiente no tratamento da flacidez, modelagem corporal e recuperação com
aumento da força muscular. Não é uma ginástica passiva. O paciente participa
ativamente do tratamento. É eficaz para homens e mulheres porque respeita a
fisiologia muscular e o seu metabolismo, trabalhando as fibras vermelhas e brancas
proporcionando resultados rápidos e altamente satisfatórios.

141
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Corrente Russa - é um equipamento com tecnologias avançadas, diferentes
das outras correntes existentes, por ser de média freqüência, fixada em 2500HZ,
duplamente modulada, provocando maior contração até os músculos em planos
profundos.

Na primeira modulação, selecionamos o tipo de fibra a ser trabalhada, assim


como a carga aplicada à musculatura. Na segunda, o tempo de sustentação da
contração e o intervalo de tempo entre contrações consecutivas. Somente esse tipo
de modulação é capaz de atingir todos os tipos de fibras que compõem um músculo
e que se classificam em:

• FIBRAS VERMELHAS: Ativadas primeiramente em um movimento, são


responsáveis pela atividade postural, movimentos lentos e moderados. Têm grande
capacidade de concentração, são resistentes e dinâmicas. Sua freqüência tetânica
fica entre 20 HZ e 30 HZ;
• FIBRAS INTERMEDIÁRIAS: Não tão resistentes quanto às vermelhas,
nem tão rápidas como as brancas, são trabalhadas em exercícios de baixo impacto;
• FIBRAS BRANCAS: Recrutadas numa atividade de explosão, alta
velocidade ou movimento de destreza. Para ativá-las é necessária uma freqüência
entre 50 HZ e 100 HZ. São responsáveis pelo aparecimento da flacidez,
principalmente a partir dos 40 anos, quando diminuem, significativamente, até a
ausência do neurotransmissor que excita a contração destas fibras. Por ser uma
fibra superficial, é responsável pelo contorno corporal, e a dificuldade em recrutá-la
nos movimentos rotineiros faz da Corrente Russa um recurso exclusivo de excelente
resultado no combate à flacidez associado à modelagem corporal.

Outra característica da Corrente Russa é sua capacidade de realizar, de


forma verdadeira, uma contração isométrica, isotônica e isocinética trabalhando o
músculo em sua capacidade máxima num tempo de terapia reduzido em relação a
outros recursos. Sua utilização é fácil, podendo ser trabalhados vários grupos
musculares, respeitando os agonistas e antagonistas em contrações alternadas.
Usando como exemplo o caso do membro superior; quando trabalhamos os

142
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
músculos bíceps (flexor do antebraço) e tríceps braquial (extensor do antebraço),
quando acontece à estimulação elétrica no músculo bíceps, o tríceps deve ficar em
repouso. No momento do repouso do bíceps, acontece o estímulo da contração do
tríceps. Assim, o princípio de agonismo e antagonismo continuam preservados. Se
caso forem colocados os dois músculos para contraírem ao mesmo tempo, a força
de contração de um, anula a contração do outro e em nenhum dos dois ocorrerá
uma contração muscular eficaz. No caso de uma contração simultânea, ainda ocorre
o risco de lesão muscular, pois como dito anteriormente, o paciente deve participar
ativamente da contração (ou seja, ele deve fazer o movimento muscular no mesmo
momento do estímulo elétrico no músculo). E se ele realizar uma contração de um
músculo no momento em que seu antagonista também for estimulado, este último
poderá sofrer uma lesão. Portanto, este princípio deve ser respeitado.

Um fator que também chama a atenção é a quantidade de energia


necessária a um bom resultado, respeitando os parâmetros fisiológicos musculares.
Essa característica se define na relação de fase onde o profissional vai determinar a
carga (20% 35% e 50%) de acordo com as condições apresentadas pelo paciente
e sua evolução no decorrer das sessões. O tempo de exposição e o tempo de
relaxamento é outro ponto importante a ser avaliado, já que se alteram de acordo
com a progressão das sessões.

Também pode ser utilizada como tratamento preventivo para que seja
mantido o fortalecimento muscular. Por ser uma corrente de corrente de média
freqüência, ela tem a capacidade de realizar uma contração muscular vigorosa,
ativando mais unidades motoras para esse processo. A corrente russa é a mais
indicada para combater e melhorar a flacidez já instalada. Como sabemos, essa
modalidade de corrente consegue gerar tanto o fortalecimento muscular, quanto o
aumento do trofismo muscular, determinando, assim, a reversão do quadro.

Temos como efeitos fisiológicos da Corrente Russa:

• Aumento da vascularização;

143
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Melhora do tecido conjuntivo devido à eliminação dos detritos
toxímicos;
• Melhora do aporte de enzimas e nutrientes na corrente sangüínea;
• Melhora da circulação linfática, eliminando as toxinas acumuladas nas
células responsáveis por todas as reações inestéticas;
• Aumento da flexibilidade tissular;
• Tonificação e fortalecimento muscular.

Colocação de placas da Estimulação Russa. Fonte: Internet – www.fisiobelle.com.br.

É utilizada nas seguintes patologias estéticas:

• Hipotonia muscular de:


• - Abdômen;
• - Glúteos;
• - Membros inferiores;
• - Membros superiores;
• - Interno de coxa;
• Fortalecimento e aumento de tônus muscular:
• - Pós-parto;

144
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• - Pós-emagrecimento;
• - Pré e pós-lipoaspiração;
• Melhora da performance de atletas:
• - Recuperação da força muscular;
• - Melhor rendimento;
• - Preparação para qualquer trabalho;
• Reeducação postural;
• Estimulação do fluxo sanguíneo e linfático.

Ultra-som:

Definição:

Forma de energia mecânica que consiste de vibrações de alta freqüência. As


ondas ultra-sônicas são longitudinais e provocam oscilações nas partículas do meio
onde se propagam.
Ondas ultra-sônicas: 20.000 a 20.000.000 de ciclos/s.
1ciclo/segundo = 1 Hertz
Audição humana = 20 a 20.000.000 de ciclos/s
Freqüência: 1 Hertz = 1 ciclo/s 1Khz = 1.000 ciclos/s 1MHz = 1.000.000
ciclos/s.
A maioria da freqüência envolvida na fala e na música fica em torno de 30 a
40.000Hz.
Freqüência média para diagnóstico por imagem: 5 a 20 MHz.
Freqüência de onda para terapia: 0.7 a 3 MHz.

Produção de Ondas:

Corrente elétrica => cristal de quartzo => diafragma metálico => vibração
mecânica => propagação da onda => oscilação das partículas do meio.

145
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Tipos de Ondas ultra-sônicas:
• Longitudinais ou Compressional: são ondas mais comuns e são
transportadas em meios líquidos;
• Transversais: propagação de ondas em sólidos;
• Estacionárias: são produzidas quando a onda refletida se sobrepõe á
onda incidente.

Características do Ultra-som:

• Reflexão: Pode ocorrer quando o ultra-som trafega de um meio (tecido)


para outro. Ocorre quando a impedância acústica dos meios for diferente. As
seguintes interfaces são as principais a serem consideradas quando se aplica ultra-
som terapêutico: osso/periósteo, tecido/ar, cabeçote/transdutor/ar, osso/tecido mole,
interfaces de tecidos conjuntivos;
• Refração: Desvio da onda de som nas várias interfaces dos tecidos. A
onda de som penetra no tecido ou interface a um ângulo (chamado ângulo de
incidência) e sai deste tecido ou interface a um ângulo diferente (ângulo de
refração);
• Atenuação: A amplitude e intensidade diminuem à medida que as
ondas de ultra-som sob sua forma de feixe passam através de qualquer meio.
1 MHz 3 MHz
- Tecido adiposo: 5 atenua ½ 1.6 atenua ½
- Tecido Muscular: 9 atenua ½ 3 atenua ½
- Tendão: 10 atenua ½ 3.5 atenua ½
- Pele: 11 atenua ½ 4 atenua ½

• Absorção: a absorção do ultra-som ocorre a nível molecular. Proteínas


são as que mais absorvem. O ultra-som é bem absorvido por: ligamentos, cápsulas
intra-articulares, tendões com alta concentração de colágeno, proteína no músculo e
hemoglobina. A absorção do ultra-som depende de: impedância acústica do tecido,

146
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
densidade do tecido e suas interfaces, freqüência do ultra-som, quantidade de
proteína do tecido, quantidade de água, reflexão e refração;
• Transmissão: Ondas de ultra-som propagam-se mais facilmente em
determinados tecidos que em outros. Isto é determinada pela impedância acústica
característica de cada tecido.

Modo:

• Contínuo: Aquecimento dos tecidos devido ao ultra-som contínuo:


- Músculo (vascularizado) => calor dissipado => não há aumento de
temperatura importante.
- Tendão e ligamento (menos vascularizado) => aumento de temperatura
relativamente maior.
• Pulsado: Efeito de pulsação: O gerador ultra-sônico contém um circuito
para ligá-lo em disparos curtos, ou pulsos. Os efeitos mecânicos predominam e não
os térmicos. A quantidade de energia introduzida é um quinto da que seria
introduzida através do modo contínuo.

Efeito Físico (não térmicos):

• Cavitação: É a formação de pequenas bolhas gasosas nos tecidos


como resultado da vibração do ultra-som. São de dois tipos: cavitação estável ou
transitória. A pulsação reduz o risco de dano devido à cavitação;
• Corrente Acústica: É um fluxo circulatório constante devido ao toque de
redação. Além disso, como resultado de algum tipo de cavitação, ocorre um
movimento localizado e unidirecional de líquido em torno da bolha que está sendo
vibrada (microcorrenteza);
• Ondas Estacionárias: Resultado da sobreposição das ondas refletidas
sobre as ondas incidentes;
• Micromassagem.

147
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Efeitos Fisiológicos:

Não térmicos:
• Aumento da permeabilidade da membrana e difusão celular;
• Aumento do transporte dos íons de cálcio através das membranas das
células;
• Liberação de histamina;
• Degranulação dos mastócitos;
• Aumenta a síntese e elasticidade do colágeno;
• Aumenta a taxa de síntese de proteínas (permeabilidade lisossomal);
• Movimentos peristálticos das arteríolas.

Efeitos térmicos:

• Temperatura local é elevada em torno de 40º a 45º ocorrendo


hiperemia;
Aumenta à taxa metabólica dos tecidos = ↑ necessidade de O2 = ↑ fluxo
sangüíneo = ↑ permeabilidade das membranas;
• Aumenta a extensibilidade do colágeno (tendões, cicatrizes, cápsulas
articulares);
• Diminui a sensibilidade dos elementos neurais (elevação do limiar de
dor): receptores cutâneos, mecanoceptores, nociceptores;
• Efeito esclerolítico.

Efeitos Terapêuticos:

Efeitos não térmicos:


• Regeneração e reparação de tecidos moles;
• Estimulação de calo ósseo;
• Ativação do ciclo de cálcio;

148
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Diminuição do espasmo muscular (depressão pós-excitatória da
atividade ortosimpática).

Efeitos térmicos:

• Aumento da mobilidade da articulação;


• Aumento da circulação sangüínea (movimentos peristálticos);
• Redução do espasmo muscular;
• Alívio da dor.

Princípios da aplicação:

• Meio de acoplamento: a água é um bom meio;


• Movimento contínuo do cabeçote;
• Aplicação em contato direto;
• Aplicação em banho de imersão;
• Aplicação com bolsa de água.

Dosagem:

Depende de:
• Tamanho da área a ser tratada – 1 min. para 1w/cm2 (ERA);
• Profundidade da lesão a partir da superfície;
• Natureza da lesão;
• Grau da celulite e da gordura localizada.

Contra-indicações:

• Neoplasias;
• Epífise de crescimento;
• Infecções agudas;
149
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Problemas vasculares (hemorrágicos) ou trombose venosa recente;
• Implantes metálicos;
• Gônadas;
• Olhos;
• Útero em gestação;
• Tecido nervoso exposto;
• Diabetes.

Aplicação de Ultra-som. Fonte: Internet – www.fisiobelle.com.br

Corrente Galvânica:

• Corrente Galvânica: Primeira forma de corrente elétrica a ser


utilizada, em 1780 por Luigi Galvani na Itália;
• Corrente Diadinâmica: Descoberta por volta de 1929, por Bernard, um
físico que estudava sobre a corrente elétrica, se poderia melhorar a dor.

150
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Definição:
Corrente de baixa freqüência, com fluxos de elétrons constantes, em apenas
uma direção e sentindo. Eletrosmose.

Efeitos Físicos:

• Efeitos sobre nervos sensitivos: relata sensação de coceira,


formigamento e comichão, não podendo relatar sensação de agulhadas, ardência ou
dor. Pode causar queimaduras rapidamente;
• Efeitos térmicos: aquecimento sobre o local de aplicação devido ao
aumento da circulação periférica;
• Efeito Físico – Iônico: responsável pela dissociação eletrolítica.

Efeitos fisiológicos:

• Hiperemia com maior concentração no pólo negativo (-);


• Oxigenação e relaxamento tecidual;
• Aumento da circulação periférica;
• Nutrição tecidual;
• Aumento do metabolismo (vasodilatação reflexa);
• Maior concentração de nutrientes, eletrólitos, anticorpos e leucócitos,
favorecendo a reparação tecidual e defesa.

Efeitos Analgésicos:

A corrente galvânica aumenta o limiar de excitabilidade das fibras nervosas


sensitivas, diminuição da dor, pela migração de fluídos do pólo + para o pólo –
(diminuindo edemas), diminuindo a acidez, diminuição do tônus das fibras nervosas
simpáticas (que são as fibras que conduzem a dor).

151
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Tempo de aplicação:

Aproximadamente 25 minutos com eletrodos de tamanhos iguais com


técnica bipolar.

Dose – Intensidade:

A dosagem será pré-estabelecida de acordo com a sensibilidade do pacote.


A intensidade é de 0,5 mA por cm2 de superfície de área do eletrodo.

Cuidados / Técnicas de Aplicação:

• Indicação para o pólo +: artrite, artralgia, ciatalgia, distensão, bursite,


introdução de íons +, lombalgia, mialgia, neuralgia, neurite, tendinite.
• Indicação para o pólo -: artrose, contusão, fibrose, hidratação
tecidual, introdução de íons -, transtornos tróficos.

Contra-indicações:

• Hipersensibilidade;
• Feridas abertas;
• Perda de sensibilidade;
• Estado febril.

Iontoforese:

Chamada de galvanoterapia ou galvanização é o uso da corrente galvânica


para fins terapêuticos, utilizando-se exclusivamente dos seus efeitos polares para
esta técnica que consiste em uma atuação da corrente galvânica sobre a pele

152
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
aumentando o processo de absorção dos princípios ativos dissolvidos em
substâncias aquosas.

Ela trabalha da seguinte maneira: os tecidos biológicos apresentam uma


grande quantidade de íons positivos e negativos dissolvidos nos líquidos corporais,
os quais podem ser colocados em movimento ordenado por um campo elétrico
polarizado aplicado na superfície da pele. Estes movimentos iônicos dentro dos
tecidos têm importantes conseqüências, físicas e químicas. No caso da Fisioterapia
Dermatofuncional, a corrente realiza a facilitação da penetração de enzimas
lipolíticas como Centella Asiática, Algas Marinhas, Hialuronidase nos tratamentos
corporais, atuando no tecido adiposo, reduzindo a gordura localizada, a celulite e
modelando o contorno corporal.

A corrente galvânica é do tipo contínua e com sentido unidirecional, ou seja,


os elétrons caminham num só sentido: do pólo negativo para o positivo. São
utilizados dois eletrodos, um positivo (vermelho) outro negativo (preto), havendo
necessidade dos dois estarem em contato com o cliente fechando o circuito. Seus
efeitos são agrupados em quatro grupos: efeitos eletroquímicos, osmóticos,
modificações vasomotoras e alterações na excitabilidade. Esses efeitos também
incrementam o resultado nos tratamentos estéticos, pois podem promover um
incremento na nutrição do tecido, ocorrendo um aumento da circulação local, que
ocorre principalmente no nível do pólo negativo, o que é mais estimulante.

Devemos tomar alguns cuidados na iontoforese:

• A droga deve ser administrada pelo eletrodo de mesma polaridade;


• Não há justificativa para inversão de polaridade durante a terapia;
• O posicionamento dos eletrodos deve obedecer a uma disposição
transversal;
• A intensidade deve ser calculada de acordo com o tamanho do
eletrodo, sendo no mínimo de 4 mA (eletrodo de tamanho padrão);
• A concentração do produto deve ser mantida a mais baixa possível,
entre 1 a 4%;
153
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• O solvente deve ser a água deionizada;
• Os eletrodos não devem ser posicionados sobre soluções de
continuidade (lesões), podendo ocorrer queimaduras locais;
• O tempo de aplicação deve manter-se abaixo de 20 minutos;
• O material entre o eletrodo metálico e a pele deve ser descartável.

Eletroforese de Grande Superfície:

Definição:

É uma técnica em que empregamos a corrente galvânica contínua de baixa


intensidade em faixas condutoras como recurso de atuação para promover inúmeros
efeitos fisiológicos sobre o metabolismo orgânico, como a correção de desequilíbrios
elétricos e de intercâmbios de íons presentes nos tecidos alterados, como na LDG
(Lipodistrofia Ginóide – Celulite).

A corrente elétrica do tipo Galvânica provoca modificações na polaridade


das membranas celulares aumentando a sua permeabilidade e, como conseqüência,
intensificando as trocas metabólicas. Os equipamentos são calculados para transpor
o isolante natural do corpo, a queratina depositada na camada córnea, sem produzir
sensações desagradáveis ao usuário. Superado este obstáculo formam-se os
campos elétricos que produzem a migração de grandes moléculas protéicas alojadas
em diferentes planos cutâneos. Esta ativação do metabolismo resulta em ampla
mobilização dos líquidos intersticiais trazendo como conseqüência aumento da
diurese com eliminação das toxinas.

Os equipamentos possuem um recurso de inversão da polaridade, o que


proporciona às células maior consumo de energia, a qual é retirada das reservas
energéticas, ocasionando a redução do tecido adiposo. No início são aplicados o
pólo positivo no tronco e o pólo negativo nos membros inferiores, após ocorre essa
inversão automaticamente, durante a metade do tempo da aplicação.

154
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
As transformações induzidas na intimidade dos tecidos criam condições para
que se estabeleçam os seguintes efeitos biológicos:

• Ativação do metabolismo tecidual;


• Aumento da diurese;
• Maior eliminação dos detritos orgânicos;
• Melhoria da circulação sangüínea;
• Regeneração dos tecidos;
• Regularização da circulação linfática.

As transformações induzidas pela passagem da corrente Galvânica durante


o processo de eletroforese determinam os seguintes efeitos sobre o organismo
humano:

• Atenuação da sensação de pernas cansadas;


• Atenuação de varículas;
• Desintoxicação orgânica;
• Redução dos perímetros do organismo;
• Redução do peso;
• Redução de linfoedemas e de edemas.

O aparelho possui simples aplicação, utilizando-se bandagens de tecido,


laváveis, e faixas elásticas. O eletrodo não pode estar em contato direto com a pele
para que não haja cauterização (queimaduras). Sua aplicação está ilustrada na
figura a seguir.

Aplicação de eletroforese de grandes superfícies. Fonte: Internet – www.ck.com.br.


155
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Indicações da Eletroforese:

• Nas LDG de qualquer grau;


• Nas adiposidades;
• Nas deficiências do retorno veno-linfático;
• Na desintoxicação orgânica;
• Na normalização do metabolismo orgânico.

Efeitos fisiológicos da Eletroforese:

• Ativação dos mecanismos fisiológicos realizados pela membrana


plasmática: como transporte ativo e passivo, osmose, permeabilidade seletiva,
endocitose, exocitose;
• Aumenta o metabolismo: por dinamização das trocas iônicas
intracelulares e teciduais, modificando a composição dos líquidos intersticiais e o
meio intracelular;
• Efeitos circulatórios: observados tanto no sistema sangüíneo como no
linfático, com maior aporte de nutrientes e melhoria da oxigenação tecidual;
• Redução de edemas: por maior eliminação de líquidos e toxinas retidos
nos espaços intersticiais;
• Efeitos sobre o sistema nervoso: atuando como sedante e analgésico;
• Aumento da produção de ATP: promovendo ativação metabólica e
maior produção da energia intracelular.

Contra-Indicações:

Além das já apresentadas quanto ao uso de corrente elétrica, são passíveis


de observação todas as alterações da integridade da pele, como quadros alérgicos,
psoríase, ferimentos (picadas de insetos, pelos encravados, cortes, raspões),
queimaduras por exposição solar, depilações recentes, etc.

156
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Eletrolipoforese:

Definição:

Nesta técnica também utilizamos a corrente galvânica polarizada em placas


retangulares e finas de borracha condutora, que promove os efeitos fisiológicos
apresentados na Eletroforese, mas com adaptações de tipos de ondas e freqüências
para proporcionar outras funções como lipólise no tecido adiposo.

Indicações da Eletrolipoforese:

• Na LDG e adiposidades localizadas;


• Na ativação da circulação veno-linfática;
• Na dessensibilização do tecido cutâneo;
• Na desintoxicação orgânica;
• Na redução de edemas.

Efeitos fisiológicos da Eletrolipoforese:

• As ondas elétricas específicas para eletrolipoforese fazem com que as


células adiposas percam a capacidade de reter lipídeos, quebrando-os e liberando-
os para o interstício, de onde são retirados pelas vias circulatórias, podendo ser
consumidos ou eliminados;
• Reduz as massas adiposas excessivas presentes no tecido
subcutâneo;
• Ativa as funções da membrana plasmática (osmose, transporte ativo e
passivo, endocitose, exocitose), favorecendo trocas iônicas;
• Acelera os sistemas: circulatório e linfático;
• Promove redução dos edemas.

157
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Protocolos de Aplicação:

Para a execução da técnica basta observar a integridade da pele nas


regiões a serem trabalhadas e adaptar as placas nas regiões trabalhadas com
intervalos de 5 cm entre elas. Colocar os jacarés em alternância, ou seja, um (+),
outro (–).

Existem equipamentos com vários tipos de ondas que podem realizar


funções como lipólise (quebra das moléculas de gordura), drenagem linfática,
estimulação do fluxo sangüíneo e, portanto, serem utilizados em várias aplicações
nos protocolos corporais. O tempo de cada sessão é de 30 minutos, podendo ser
aplicada com intervalos de 5 dias e até de 4 semanas.

Aplicação de eletrolipoforese com agulhas. Fonte: Internet – www.fisiobelle.com.br.

158
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Aplicação de eletrolipoforese com as placas de silicone. Fonte: Internet –
www.belezzen.com.br.

Avaliação Estética:

• Observar as contra-indicações gerais de uso para corrente elétrica;


• Presença de cicatrizes;
• Existência de cirurgias, problemas circulatórios e nefropatias;
• Alterações da integridade da pele, como quadros alérgicos, psoríase,
ferimentos (picadas de insetos, pelos encravados, cortes, raspões), queimaduras por
exposição solar, depilações recentes, etc.

Contra-Indicações:

• Epilepsia;
• Cardíacos e portadores de marca-passo;
• Neoplasias;
• Gravidez;
• Quadros Infecciosos;
• Próteses metálicas;
• Fobias à corrente elétrica.
159
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Microcorrentes:

É um tipo de corrente galvânica modificada, modulada em tipos de ondas,


com valores de freqüência e com amperagem medida em milionésimos de Ampére
(mA). Essas variáveis quando combinadas, efetuarão trabalhos específicos. O
objetivo da técnica é promover a revitalização cutânea, melhorando a flacidez
muscular, elasticidade, a viçosidade e o brilho da pele. Isso ocorre devido à
formação de um campo bioelétrico natural, que promove revitalização celular. A
seleção do tipo da onda se deve a cada etapa de trabalho, ao grau de flacidez e ao
estado geral da pele, sendo algumas utilizadas para flacidez mais leves e outras
para flacidez mais acentuada.
Os problemas ocasionados pelo mau funcionamento das vias de intercâmbio
em decorrência da má circulação e da disfunção do sistema linfático, ocasionam
ineficácia na nutrição e na eliminação de toxinas. Esses aspectos associados a
fatores relacionados com o modo de vida do paciente e sua forma individual de
utilizar os músculos da face, também refletem no tônus muscular, responsável pelo
aspecto viçoso da juventude, ocasionando, por exemplo, o aparecimento de sulcos
nasogenianos, linhas de expressão e outras exteriorizações.
Desenvolvida a partir de 1982, através dos conceitos de Cheng, a técnica é
realizada por estímulos elétricos sutis e subsensoriais, captados ao nível celular,
atuando sobre a epiderme, derme, hipoderme e músculos.

Efeitos fisiológicos das Microcorrentes:


• Aumento das funções de permeabilidade seletiva, transporte ativo e
passivo, osmose, difusão, endocitose, exocitose pelas membranas celulares,
favorecendo a ativação do metabolismo celular;
• Aumento em até 500% da produção de ATP utilizando-se intensidades
entre 50 e 1000 mA;
• Aumento do número de fibroblastos com melhoria na reorganização de
fibras colágenas, reticulares e elásticas dentro dos tecidos;
• Aumento da síntese de proteínas;
• Aumento de 30 a 40% no transporte de aminoácidos;
160
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Melhoria da captação de oxigênio local;
• Aumento das trocas iônicas;
• Melhoria do tônus muscular;
• Intensificação da circulação sangüínea e linfática nos plexos vasculares
dérmicos superficiais e profundos;
• Redução do número de microorganismos patogênicos com
conseqüente redução do processo infeccioso;
• Aumento da velocidade de síntese dos tecidos de reparo na
cicatrização;
• Melhoria da qualidade do tecido cicatricial produzido em queimaduras e
demais lesões cutâneas.

Indicações das Microcorrentes na Estética Facial:

• Revitalização Cutânea;
• Protocolos de acne vulgar;
• Drenagem linfática facial;
• Desintoxicação tecidual;
• Combate à flacidez muscular;
• Controle do fotoenvelhecimento;
• Combate à involução cutânea precoce.

Protocolos de Aplicação das Microcorrentes:

A freqüência, o tipo de onda (suave, moderada, pulsada, forte) e a


intensidade devem ser utilizados segundo o quadro clínico do paciente a ser tratado.
São encontrados eletrodos com pólo positivo e pólo negativo de metal
esférico, ou bastonetes ou com porta-cotonetes, ou ainda com luvas condutoras.
Os eletrodos com cotonetes devem ser molhados em produto cosmético
aquoso, condutor de corrente (loções nutritivas e hidratantes) e são utilizados para

161
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
pinçamentos nos músculos ou em deslizamentos para aplicação da loção como
recurso revitalizante da pele.
Os eletrodos esféricos facilitam a atuação na última etapa de aplicação da
técnica que, em geral, é fase onde se busca a drenagem linfática e a ionização de
iontos para revitalização facial.

Avaliação Estética:

Na avaliação estética facial devem ser analisados os seguintes aspectos:


1. As contra-indicações gerais de uso para as correntes elétricas
2. Presença de cirurgias
3. Presença de dermatoses, dermatites e outras alterações da integridade da
pele como psoríase, reações alérgicas, queimaduras de sol, quadros inflamatórios e
infecciosos, acne rosácea, etc.

Contra-Indicações das Microcorrentes:

• Gestantes;
• Epiléticos;
• Portadores de próteses metálicas;
• Portadores de marca-passo;
• Cardiopatas;
• Infecções cutâneas;
• Neoplasias;
• Através do globo ocular;

Etapas de Aplicação:

A técnica atinge tanto a camada superficial da pele, possibilitando a


movimentação dos líquidos intersticiais, como a camada superficial da musculatura
facial, estimulando as fibras. O tratamento se divide em três fases: na primeira fase o

162
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
objetivo é promover a movimentação de líquidos; na segunda, promover a
estimulação muscular e na terceira ionizar um produto com características nutritivas
e hidratantes, próprias para revitalização cutânea.
Já na segunda etapa, priorizamos a estimulação da musculatura com
movimentação no sentido das fibras, seguindo-as em um mapa anatômico. A
terceira consiste em ionizar um produto cujos benefícios estão diretamente
relacionados com o princípio ativo do produto. Essa técnica representa um avanço
significativo em relação aos tratamentos disponíveis até há pouco tempo, uma vez
que o equipamento possibilita alcançar melhorias visíveis desde a primeira
aplicação.
É certo que essas melhorias são temporárias, mas conforme o tratamento é
realizado, o benefício e as transformações tornam-se mais duradouros, pois o efeito
da corrente continua agindo mesmo após a aplicação. Esses benefícios não são
definitivos visto que os efeitos do tempo continuarão a incidir sobre o organismo.
Para a aplicação são utilizados dois eletrodos porta-cotonetes junto com uma
solução aquosa, geralmente solução N.M.F. (Natural Moisturizing Factor, fator
hidratante sintético semelhante ao encontrado na pele, rico em aminoácidos, lactato
e sais), conhecida por Uréia, nas duas primeiras etapas e dois eletrodos em esfera
para ionização com algum produto ionizável.

As formas de aplicação das microcorrentes (eletrodos bastões, cotonetes e luvas). Fonte:


Internet – www.belezain.com.br.

163
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Eletroporação:

A aplicação de corrente, continua durante tempos muito longos pode resultar


em polarização da pele, diminuindo o fluxo iônico e conseqüentemente a eficácia de
qualquer tratamento. Esta diminuição parece ser inversamente proporcional à
duração do tempo de aplicação. A polarização da pele pode ser contornada com o
uso de corrente galvânica pulsada, pois durante a pausa entre os pulsos a pele
retorna ao seu estado de repouso (não polarizada). O transporte iônico pode
diminuir se a pulsação da corrente tiver freqüência muito alta. Trata-se de um
equipamento para tratar celulite, estrias e gordura localizada (e em alguns casos
calvície, rugas e flacidez de pele) – a tríade que deixa qualquer mulher à beira de
um ataque de nervos – prometem combater todas essas imperfeições em níveis
profundos da pele e sem agulhas.

Hoje, um dos métodos mais usados e também mais eficazes contra esses
problemas é a mesoterapia, técnica que consiste em injetar nas camadas da derme
substâncias indicadas contra esses inimigos. Mas, justamente por ser feito com
agulhas, o método assusta quem não suporta levar picada. Além disso, oferece
riscos de hematomas e infecções.

Funciona da seguinte maneira: os compostos ativos são espalhados na área


a ser tratada. Depois, um equipamento criado especialmente para aplicação do
método emite ondas de ultra-som sobre o local. Em seguida, são irradiadas
correntes elétricas e eletromagnéticas. Segundo os médicos que estão adotando o
tratamento, essa combinação deixa a célula extremamente permeável à entrada das
substâncias. Trata-se de um fenômeno químico que permite que a medicação seja
mais bem absorvida.

A eletroporação também serve para a realização de tratamento contra a


calvície – pesadelo que está para o homem como a celulite está para a mulher. O
mecanismo de aplicação da técnica é o mesmo. A diferença são as substâncias
ativas utilizadas, obviamente indicadas contra a queda dos fios (finasterida, por
exemplo).
164
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Mecanismo de funcionamento da Eletroporação a nível celular. Fonte: site
www.advicemaster.com.br.

A forma de aplicação, indicações e contra-indicações são as mesmas da


Criotermólise (tópico 4.3), pois se tratam de equipamentos de cabeçotes e
propriedades semelhantes.

Thermacool:

Definição:

O ThermaCool é um equipamento de radiofreqüência, criado nos EUA para


o tratamento da flacidez da face sem cirurgia. O ThermaCool causa uma contração
da pele, sem cortes, hematomas, inchaço ou descamações fortes e sem se afastar
das atividades normais e sob anestesia local. Utilizada para o tratamento de um dos

165
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
mais difíceis problemas do envelhecimento facial que é a flacidez da pele do rosto e
do pescoço.
Quando o ThermaCool é aplicado sobre a superfície da pele, esta é resfriada
(epiderme) e ao mesmo tempo uma energia de radiofreqüência é passada para as
camadas mais profundas (derme). Assim é criada uma reação química nas
estruturas mais profundas, mais especificamente no colágeno, que faz a pele retrair.
Não há cortes, lesões superficiais, edemas ou equimoses, nem há necessidade de
afastamento do trabalho ou das atividades esportivas. O resultado esperado é uma
pele mais firme, que vai surgindo de dentro para fora, seguindo a aplicação. Todos
os tipos de pele podem ser tratados.
Quatro meses depois que o Tratamento com Radiofreqüência / ThermaCool
foi realizado, há a deposição de um novo colágeno, mais denso, e um aumento
apreciável na espessura da epiderme. Assim o resultado do tratamento com o
ThermaCool não é imediato, havendo um período de tempo de meses para que se
torne aparente, que é o período necessário para que se forme o colágeno.

Exemplo de equipamento ThermaCool. Fonte: Internet – Google.

O tratamento é realizado sem internação, mas o paciente permanece um


pouco na própria clínica. Isso ocorre porque é necessária sedação, pois a aplicação
pode gerar dor. É aplicado um mecanismo de geração de frio, que em 6 segundos
faz com que a pele seja resfriada a temperaturas muito baixas, em sua superfície.
Posteriormente é aplicada por 2,5 segundos a radiofreqüência, que eleva muito a
temperatura da pele.
166
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Na superfície, a temperatura se elevará menos, porque ela está muito
gelada, enquanto na profundidade a temperatura se elevará muito porque não está
gelada. O aumento da temperatura provocada pela radiofreqüência, na
profundidade, levará as alterações positivas no colágeno e na derme que são as
responsáveis pelos resultados.

Ação esquemática do ThermaCool que alternam frio e calor intensos, por ondas resfriantes
e de rádio freqüência. Fonte: Internet – Google.

A ponteira do ThermaCool. Fonte: Internet – Google.

167
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Indicações:

O ThermaCool pode ser utilizado isoladamente ou associadamente para


ação em diversas condições inestéticas como:

• Flacidez da pele facial;


• Flacidez da pele do pescoço;
• Rugas periorbitais e frontais;
• Elevação das sobrancelhas.

Este quadro magnificado de pele (antes) retrata uma densidade diminuída


de Colágeno e uma epiderme fina (camada superior de pele) que é típico da pele
com envelhecimento. Quatro meses depois que o Tratamento com
Radiofreqüência/ThermaCool foi realizado, há novo Colágeno, mais denso, e um
aumento apreciável na espessura da epiderme (depois).

Antes Depois

Informações Gerais:

O procedimento de Tratamento com Radiofreqüência/ThermaCool foi


desenvolvido para ajudar a recuperar os sinais de envelhecimento da pele. Sua ação
ocorre por retração dos tecidos que formam a pele. Utilizado para tratamento de
rugas periorbitais, mas também é conhecido como Thermalift, por ter uma ação na
flacidez facial.

168
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A Radiofreqüência (RF) gera energia e forte calor sobre a camada mais
profunda da pele enquanto a superfície se mantém resfriada e protegida. Assim
causa contração do colágeno. Posteriormente é obtida a produção de Neocolágeno
que vai produzir uma melhora ainda maior no aspecto da pele.
Cada aplicação é seguida de uma sensação de frio imediato, seguida por
uma sensação mais quente e mais breve, seguido novamente por uma sensação
fria. A sedação do paciente confere conforto ao procedimento. Dependendo do
tamanho da área tratada, o procedimento pode tomar de alguns minutos à uma hora.
Podem-se retomar as atividades normais imediatamente. Uma vermelhidão
pequena pode ser vista em alguns pacientes, mas normalmente desaparece logo
depois do tratamento. Complicações do aquecimento podem ocorrer, mas são raras.
Não há cuidado especial que seja necessário após o tratamento, protetor solar é
recomendado.
Os resultados aparecem gradualmente de 2-6 meses, embora alguns
pacientes obtenham uma resposta mais cedo.
Um único tratamento pode produzir bons resultados. Entretanto, o médico
avaliará o número e freqüência de tratamentos requeridos, que depende da
gravidade do caso e é específico para cada paciente. O processo de envelhecimento
permanece, porque o tempo continua a passar inexoravelmente. Como todos os
tratamentos de envelhecimento, o resultado do tratamento com ThermaCool também
sofrerá a ação do tempo.

Esquema de ação do ThermaCool. A ação do frio e calor. Fonte: Internet – Google.

169
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Accent Pro:

Definição:

Equipamento de radiofreqüência que aplicado na pele causa um


aquecimento da derme e subcutâneo, promovendo um estímulo para produção de
colágeno e redução da gordura. Dessa maneira promove rejuvenescimento da pele
do rosto e do corpo, reduzindo significativamente a flacidez e celulite.
É indolor, rápido, sem período de recuperação.
A energia eletromagnética fornecida pelo Accent Pro promove aquecimento
volumétrico controlado. Duas antenas (ponteiras) emitem radiação eletromagnética
na freqüência de 40.68 MHz. Nesta freqüência, as ondas eletromagnéticas
provocam oscilação das moléculas de água. Esta oscilação transforma a energia
eletromagnética em energia térmica. Assim, o Accent aquece todos os tecidos que
contêm moléculas de água, independentemente de sua condutividade. Utilizando
uma tecnologia avançada, a energia se soma em profundidade determinada,
evitando o aquecimento excessivo da pele e tornando o tratamento muito eficaz. O
aquecimento promove regeneração do colágeno, quebra de tecido adiposo e fibroso,
aumento da circulação e drenagem de fluídos.
O tratamento pode ser realizado a cada 2 semanas. O número de sessões
necessárias varia de 3° a 8 dependendo da região e da gravidade.

Indicações Clínicas:

• Redução de Celulite;
• Redução de Gordura;
• Melhora na aparência das cicatrizes;
• Tratamento Pós-lipoaspiração;
• Tratamento de Lipoma;
• Acne;
• Estrias.
170
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
As ondas eletromagnéticas capazes de elevar a temperatura interna da
região tratada atingem a camada da pele em que o colágeno é produzido. Aquecido,
o colágeno se reorganiza e estimula a produção de novas fibras. O calor rompe as
células de gordura, que caem na corrente sanguínea e são eliminadas.
O Accent Pro é considerado uma evolução do ThermaCool no quesito
tratamento da flacidez do envelhecimento facial e corporal porque oferece resultados
mais duradouros, pela formação de um novo colágeno (uma das fibras de
sustentação e preenchimento na pele) e, conseqüentemente, o enrijecimento. Este
tratamento não é doloroso, dando apenas uma sensação de queimação da pele, e é
interrompido quando chega a 40ºC, evitando, assim, possíveis queimaduras.
Mas atenção: o método não é indicado para tratamento de grandes áreas ou
casos graves, extensos de gordura, pois não substitui a lipoaspiração.
A forma de aplicação e contra-indicações do equipamento são como do
ThermaCool, pois são equipamentos semelhantes em forma, função e tipo de onda
(RF – Radiofreqüência).

Foto do Accent Pro. Fonte: Internet – Google.

Manthus:

O nome Manthus veio da composição manta (arraia gigante que envolve sua
presa e dispara uma descarga elétrica letal) e hus (hidrolipoclasia ultra-sônica), pois
seu cabeçote transdutor de grandes dimensões produz um feixe potente de ultra-
171
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
som aliado a correntes elétricas de grande ação na celulite e gordura localizada. É
um equipamento computadorizado, constituído por geradores de Ultra-Som e
Correntes Estereodinâmicas para tratamento de Hidrolipodistrofia ginóide (celulite) e
gordura localizada. Também utiliza as terapias combinadas, constituídas por um
potente transdutor de ultra-som 3 MHz (45W), associado a um transdutor de
estímulos elétricos tripolares, produzindo correntes de média freqüência, bem como
correntes polarizadas de grande penetração.
Os objetivos destas combinações são:
• Otimizar as funções de lipólise e ativação do sistema neurovegetativo,
melhorando consideravelmente a remoção do depósito de gordura localizada;
• Utilizar a iontoforese em associação a fonoforese, intensificando a
introdução de princípios ativos;
• Hidrolipoclasia – procedimento que produz a lise (“quebra”) da célula
de gordura;
• Otimização da lipólise ultra-sônica através de cabeçote de grande
dimensão, proporcionando aumento da área a ser tratada e/ou diminuição do tempo
de exposição do ultra-som.

Diferentemente da estimulação russa, que atua no enrijecimento do


músculo, o Manthus age na pele, através da eletroporação. Para cada local do corpo
pode ser usado um composto de medicamentos, que penetra nos poros e chega às
células adiposas, promovendo um esvaziamento das mesmas. Entre os benefícios,
está a eliminação de gordura pelas fezes e urina, ocasionando a perda considerável
de gordura localizada.
A média estimada para os resultados é de 5% de redução do peso, a cada
sessão, para quem está "de bem com a balança". No entanto, é importante lembrar
que os efeitos variam de acordo com a alimentação e forma de vida do paciente. Os
que estão acima do peso podem conjugar dieta, exercícios físicos e a aplicação do
ultra-som para potencializar a terapia.
Se comparado a carboxiterapia, técnica já citada que utiliza gás carbônico
para diminuir celulite, flacidez e cicatrizes, a grande vantagem está na ausência de

172
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
agulhas. O ultra-som não causa dor, somente um formigamento que será de acordo
com a sensibilidade da cliente. Há quem se submeta a técnica e cite a sensação
relaxante que o aparelho de ultra-sonografia proporciona.
A sessão do Manthus dura 20 a 30 minutos e começa com a aplicação de
um gel condutor sobre o local indicado. Em seguida, o aparelho de ultra-som é
passado na região através de movimentos circulares. O tempo deve ser respeitado,
para evitar uma penetração excessiva das ondas e dos produtos. Se esse período
for alterado, a pessoa corre o risco de sofrer efeitos secundários, como stress,
redução do nível de glicose no sangue, fadiga, irritação, anorexia e até resfriados.
Logo após, o gel é retirado com uma toalha e o paciente pode realizar suas
atividades diárias normalmente.
O Manthus é contra-indicado somente para gestantes, pessoas com
marcapasso e próteses metálicas (são as mesmas contra-indicações para qualquer
técnica da eletroterapia). O número de sessões varia de acordo com os objetivos do
paciente.
Outras indicações do Manthus, além da questão estética, é que o tratamento
pode ser usado para retirar cicatrizes internas, as fibroses residuais. A sensação de
incômodo causada pela ondulação acentuada pode ser desfeita por meio do
Manthus. Para quem está com tudo em cima, mas pretende dar uma melhorada no
tônus da pele, o tratamento também é indicado.

Fotos do Manthus e sua forma de aplicação. Deve-se colocar muito gel para que haja
perfeito acoplamento. Fonte: Internet – www.acessa.com/mulher.

173
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
No pós-opertório, o Manthus pode ser uma alternativa para a eliminação de
hematomas. Neste caso, a aplicação é feita modo pulsado, propiciado pelo aparelho
específico (foto, à esquerda). O cabeçote grande (foto, à direita) permite um tempo
de terapia mais curto, em áreas mais extensas, como abdômen e glúteos.
Além do que já citado anteriormente, o equipamento ainda conta com uma
freqüência que realiza uma potente drenagem linfática, pois trabalha com o tônus
dos pequenos capilares. Também possui uma corrente analgésica, a endophasis
interferencial. Temos, então, um equipamento completo.
Resumidamente, temos todas as ações do Manthus:

• Terapia Combinada: combinamos os eficientes efeitos do ultra-som na


lipotripisa conjugando a aplicação com uma corrente de ação espacial (estéreo-
dinâmicas) para ativação do sistema linfático;
• Ultra-som de alta potência (45 watts) aliado com correntes polarizadas
para promover tratamentos de Meso-Fono-Ionto;
• Aplicações para Hidrolipoclasia como aplicação prévia, antecedendo
cirurgias plásticas, lipoaspiração e lipoescultura;
• Tratamentos pós-cirúrgicos de hematomas provocados por cirurgias
plásticas e lipoaspirações;
• Abrandamento de aderências;
• Tratamentos com fonoforese e Iontoforese.

Visão geral do equipamento. Fonte: Internet – www.kld.com.br

174
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Termoterapia:

É uma técnica utilizada nos tratamentos corporais para a redução da gordura


localizada devido ao aumento da absorção dos princípios ativos dos produtos
favorecendo a modelação corporal. São utilizados cosméticos cujos princípios ativos
são termos-ativos, ou seja, melhoram as funções quando utilizado com calor.

Essa técnica pode ser realizada por aparelhos corporais, sendo exemplos:

• Mantas Quentes: dependendo do fabricante, este equipamento leva o


nome de Termolipo ou Termo CK, sendo que essas mantas podem ser aplicadas no
abdômen, membros superiores e inferiores, sendo que em cada canal a intensidade
do calor pode ser regulada independentemente;
• Manta térmica: é única e encobre o corpo todo;
• Forno de Bier, velho conhecido, que consiste num forno em forma de
semicírculo, que é colocado sobre a paciente e vedado com toalhas em suas
extremidades para que não haja perda do calor;
• Radiação Infra-Vermelha: é uma forma de calor superficial por
conversão, na qual a radiação eletromagnética incidente na pele provoca fortes
impactos com as moléculas, que se chocam determinando um aumento de
movimento e, portanto, de energia cinética. A conseqüência disto é o aquecimento
do meio absorvente logo nos primeiros milímetros dos tecidos, ou no máximo, no
primeiro centímetro. Os equipamentos que produzem este tipo de radiação estão no
mercado conhecidos como Invel ou Photon Dome.

Fonte: www.kenkkopatto.com.br

175
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Quando aplicamos o calor ocorre, no local da aplicação, uma ativação do
metabolismo celular com aumento do consumo de oxigênio pelos tecidos,
melhorando a nutrição tecidual. Observamos, ainda, modificações na permeabilidade
da membrana celular, aumento da síntese protéica e da atividade enzimática. A
hiperemia também proporciona um aumento no transporte de elementos de defesa
como anticorpos, leucócitos, gamaglobulinas o que traz um importante efeito
antiinflamatório local. Sobre as terminações nervosas o calor provoca aumento do
limiar da dor causando analgesia e nos receptores musculares causa o relaxamento,
auxiliando nos quadros de tensão e "stress". Notamos, ainda, que surge um
aumento da diurese e da sudorese, efeitos importantes sob o ponto de vista
desintoxicante.

Exemplo de equipamento de mantas quentes corporais para Termoterapia. Fonte: site da


CK.

Resumindo, temos como efeitos do calor:

• Relaxamento muscular e de outras estruturas superficiais;


• Vasodilatação cutânea;
• Aumento do fluxo sanguíneo superficial;
• Aumento da permeabilidade capilar superficial;
176
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Aumento da sudorese;
• Aumento de leucócitos através da parede dos vasos.

Quando aplicamos calor, devemos tomar algumas precauções para que não
se queime a pele da cliente. Em uma forma de protocolo, passamos gel com
princípios de redução de gordura localizada e celulite. Cuidado: nunca utilize
produtos que contenham princípios hiperemiantes, que causem aumento da
temperatura local, pois a união deste calor com o da termoterapia poderá ocasionar
queimaduras. Após passar o gel, envolver a paciente com filme osmótico (tipo
rolopack de cozinha) ou com ataduras de crepe umedecidas. Estas ataduras
poderão estar umedecidas em água que contenha sais térmicos ou em vinho tinto
seco, para fazer a Vinhoterapia Corporal. Os polifenóis deste tipo de vinho ajudam
no metabolismo da gordura dentro dos adipócitos, degradando-os.

Outro cuidado é analisar o custo-benefício da utilização do calor. O calor só


pode ser utilizado em pacientes com grande quantidade de gordura localizada ou em
obesas, pois em pessoas que tenha pouca gordura, há um superaquecimento da
região por não ter uma grande camada de tecido para penetrar. Então, ocorre uma
elevação da temperatura acima do permitido, o que causa desnaturação protéica, ou
seja, as proteínas da pele (colágeno e elastina) degradam-se, causando flacidez
tissular. Neste caso, o custo é maior do que o benefício, pois temos outras técnicas
eficientes para depósitos localizados menores.

Intradermoterapia Corporal:

É um procedimento médico que apresenta bons resultados na melhora da


celulite e gordura localizada. É uma técnica que aproxima o medicamento do lugar
da patologia. O medicamento estará presente no local afetado, onde vai agir. Por
isso, doses mínimas de substância são suficientes.
É de extrema eficiência, pois quando um medicamento é administrado por
via oral circula pelo sistema vascular atingindo todos os órgãos. A intradermoterapia
tem ação localizada e é realizada com o uso de agulhas muito curtas e finas,
177
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
injetando-se medicamentos que melhoram a circulação e medicamentos lipolíticos
(que "queimam") a gordura dos tecidos. São necessárias de 10 a 12 sessões para
se obter bons resultados.
A Intradermoterapia é uma técnica segura de tratamento quando realizada
por médicos que conhecem a anatomia, a fisiologia do corpo humano e a
farmacologia dos medicamentos.

Exemplo de mesoterapia com agulha. Os princípios são injetados direto no lugar da gordura
localizada ou celulite. Fonte: Internet – www.cuide-sebem.com.br.

Informações Sobre Intradermoterapia:

• Dor:
a) Dor devido à picada: ocorre pela ruptura da pele. Depende da agulha
utilizada, sendo de maior ou menor intensidade.
b) Dor devido à composição ou mistura injetada: depende do Ph, da
viscosidade, da velocidade e do volume administrado por unidade de microinjeção.
Alergias: Geralmente as alergias em Intradermoterapia são devidas a
fenômenos locais. É importante a anamnese do paciente para que se possam
investigar os antecedentes alérgicos. Em caso de dúvida é possível fazer um teste
prévio ao início das aplicações. Ex.: eritema local, choque anafilático. (Reação
Sistêmica).
• Hematomas;
• Investigar o uso dos medicamentos;
• Investigar doenças.

178
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Argiloterapia:

A argila é uma terra especial que absorve os princípios vitais do sol, da água
e do ar, constituindo-se em um poderoso agente de recuperação física. Rica em
silício, ferro, cálcio, sódio, potássio, magnésio, titânio, cloro, fósforo, carbono,
manganês e enxofre, a argila participa da síntese do colágeno, têm propriedades
queratolíticas e ativa os processos metabólicos. Absorve impurezas do organismo e
até cicatriza feridas.

Aplicação de Argila. Fonte: Internet – www.belezain.com.br.

Indicações da Técnica:

• Favorece a reprodução celular integral afinando e clareando a pele;


• Estimula a circulação sangüínea e linfática;
• Efeito depurativo dos tecidos por absorção de toxinas;
• Estimula a atividade orgânica da pele (promove aquecimento);
• Promove a reconstituição do tecido;

179
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Estimula as funções orgânicas;
• Tem efeito calmante e destrói bactérias;
• Combate inflamação e edema;
• Ajuda melhorar a aparência estética da pele, pela ação cicatrizante e
regeneradora;
• Melhora a microcirculação, irrigando o panículo adiposo;
• Aumenta a oxigenação, a nutrição e a taxa de ATP, que elimina os
restos metabólicos e acelera a reprodução de colágeno, elastina e reticulina;
• Promove a lipólise (quebra das moléculas de gordura);
• Diminui a taxa de água acumulada nos adipócitos;
• Despolariza a substância amorfa, que está em forma de gel, reduzindo
assim as medidas;
• O oligoelemento magnésio promove o equilíbrio mineral e catalisador
dos órgãos, elimina toxinas, ácido úrico e o déficit dos rins que provocam edemas.

Modo de aplicação da argiloterapia, com pincel. Fonte: Internet – www.belezain.com.br.

O tratamento com as bandagens quentes e vem obtendo excelentes


resultados na área estética. Os princípios ativos, juntamente com as faixas, fazem
com que o corpo reaja através da pressão e descompressão, ou seja, faz uma
compactação de tecidos, efetuando uma drenagem linfática na região aplicada.

180
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Este tratamento tem a seguinte função:

• Redução de medidas;
• Modelagem do corpo;
• Diminuição do abdômen;
• Definição da cintura;
• Redução de culotes;
• Combate à celulite;
• Compactação de tecidos;
• Eliminação de edemas do corpo, principalmente dos membros
inferiores.

Contra-Indicações:

• Cardíacos;
• Gestantes;
• Flebites;
• Varizes dilatadas;
• Trombose;
• Hipertensos;
• Febre;
• Células cancerígenas presentes.

Gesso Redutor:

O gesso redutor é uma técnica muito utilizada na estética para redução


rápida de medidas, consistindo em um verdadeiro “engessamento” da cliente com
ataduras de gesso comuns ou com princípios ativos redutores. Esse engessamento
181
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
causa uma compressão local, fazendo uma drenagem linfática e uma modelagem
corporal. O gesso pode ser tanto termoterápico (aquecendo o local da aplicação),
como crioterápico (esfriando a região), cada um com sua finalidade específica.
Ambos produzem redução de medidas, mas o gesso crioterápico age também no
combate à flacidez pelo mesmo princípio da bandagem crioterápica. Quando nosso
organismo é submetido às baixas temperaturas, imediatamente um estímulo é
mandado para o sistema nervoso central (a pele possui muito mais receptores para
o frio do que para o calor). Assim, o cérebro manda um estímulo de volta para que a
queima calórica seja ativada para tentar reequilibrar a temperatura corporal; ao
mesmo tempo começam os calafrios e os tremores musculares involuntários pela
contração muscular em defesa ao frio. Assim vemos que o frio aumenta o tônus
muscular combatendo a flacidez.

Exemplo das formas de colocação de gesso redutor. Fonte: Internet –


www.prosaude.com.br.

A técnica consiste em passar um creme na cliente conforme o efeito


desejado (termoativador ou crioterápico). Há no mercado ataduras gessadas que já
possuem princípios ativos específicos para esse efeito (combate à gordura, flacidez

182
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
ou celulite). Caso contrário, se preferir utilizar as ataduras normais usadas na
ortopedia (que possuem um custo menor) coloque o princípio ativo desejado na
água em que se vai umedecer a atadura. Após a atadura bem umedecida e retirando
o excesso de líquido ou água para que não fique muito mole, peça para sua cliente
murchar bem o abdômen, “prendendo o ar”, e então comece a enrolar bem o corpo
da cliente em pé. Algumas pessoas fazem esse procedimento com a cliente deitada
(decúbito dorsal). Podem-se também enrolar braços e membros inferiores. Após
esse procedimento, passe filme osmótico em cima do gesso no caso de ser gesso
termoterápico. Esse procedimento não pode ser feito no gesso crioterápico, pois o
efeito deste está na evaporação do produto.

Exemplo de ataduras gessadas que estão disponíveis no mercado. De acordo com a cor é a
concentração de princípios ativos, podendo também ser termo ou crioteráico. Fonte: Internet –
www.dbclean.com.br.

A cliente pode aguardar o tempo total da terapia na clínica ou pode ir para


casa envolta nas ataduras, permanecendo mais tempo engessada, potencializando
os resultados.
183
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Esta técnica tem as mesmas indicações da técnica de Termoterapia, pois ela
também promove aumento da temperatura local, compressão e drenagem. O
mesmo pode-se dizer do gesso crioterápico em relação à bandagem fria. Este
método apresenta apenas alergias como contra-indicação.

Drenagem Linfática:

Sua finalidade principal é esvaziar os líquidos exsudados e os resíduos


metabólicos pelo meio de manobras nas vias linfáticas e nos linfonados. As
indicações da drenagem linfática têm-se ampliado, mas nem sempre corretas. A
drenagem tornou-se um mito, um remédio milagroso para qualquer problema
estético.
A drenagem manual age no sentido de ativar, limpar, regular e nutrir os
tecidos. A aceleração da Drenagem Linfática renova o líquido intersticial, renova a
capacidade de autodefesa e autopurificação do corpo-humano.
Para que seja realizada de um modo correto e com finalidade científica é
importante o conhecimento da anatomia e funcionamento do sistema linfático e a
correta indicação da patologia. Pode ser manual ou realizada por aparelhos.

Breve revisão do sistema linfático:

O sistema linfático representa uma via auxiliar de drenagem do sistema


venoso. Líquidos provenientes do interstício (entre tecidos) são devolvidos ao
sangue através da circulação linfática, que está ligada à circulação sanguínea e aos
líquidos teciduais. O sistema linfático é composto por:

• Linfa;
• Vias linfáticas:
- Capilares linfáticos;
- Vasos linfáticos;

184
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
- Troncos linfáticos;
• Tecidos Linfóides:
- Gânglios linfáticos;
- Baço;
- Amídalas;
- Timo.

Quando ocorre traumatismo com secção (corte) de partes moles, ocorre a


formação de novos vasos linfáticos. Assim, a exemplo dos casos de cirurgia que
afetam os vasos linfáticos, a formação de novos vasos ocorre em uma semana,
restabelecendo a drenagem.

Edema Persistente:

Geralmente, quando ocorre lesão mais extensa, ou, em casos de infecção


importante que venha a prejudicar a formação de novos vasos linfáticos, pode
instalar-se um quadro de edema persistente. A circulação sanguínea realiza um
"circuito fechado". A circulação linfática de sua rede é imensa, constituída por "lagos"
ou sinus no interior dos tecidos e dos órgãos, seguidos por vasos de diversos
tamanhos, a rede linfática é duas vezes mais extensa que a rede sanguínea. É uma
circulação lenta, perde velocidade com qualquer alteração nos tecidos que
esmaguem os delicados vasos, como edemas, hematomas, contrações musculares,
baixa pressão sanguínea e outras alterações.
É bastante ramificada ao nível de sua rede superficial, dérmica, que se
interconecta com sua rede profunda, quanto ao nível de suas múltiplas conexões
ganglionares. A imunidade adquirida é conseqüência do tecido linfóide, localizado
principalmente nos linfonodos, como também no baço, nas áreas submucosas do
aparelho gastrintestinal, na medula óssea. Devido à distribuição do tecido linfóide
pelo corpo, os organismos invasores ou toxinas são identificados antes que passem
a se espalhar muito pelo corpo. Os linfonodos são estruturas imunologicamente
ativas e estão organizadas em grupos no trajeto dos vasos linfáticos. São eles:

185
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Cervicais;
• Axilares;
• Inguinais.

Mas há também os:

• Occipitais;
• Retro-auriculares;
• Parotídeos;
• Submandibulares;
• Mediastinais;
• Mesentéricos;
• Poplíteos.

Quando a linfa passa pelos linfonodos, ela é filtrada de toda a substância


estranha que fica "presa" no linfonodo. A composição da linfa é bastante variável,
pois ela vai coletando substância ao longo do seu trajeto pelo corpo.

Ação Fisiológica das Manobras de Drenagem:

• Dinamização do peristaltismo dos coletores e, conseqüentemente,


aumento do ritmo natural que se prolonga por horas após a drenagem;
• Desentupimento sistemático das vias de acesso à região afetada;
• Suaviazação e "desfibragem" minuciosa da organização conjuntiva;
• Solicitação máxima da reabsorção;
• Eliminação progressiva nas principais zonas de drenagem da estase
(estagnação) dos tecidos e de todos os resíduos tóxicos resultantes do traumatismo.

Efeitos Positivos:

• Melhor oxigenação;
186
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Melhora a defesa e ação antiinflamatória;
• Aumento do potencial reparador;
• Dinamização de todos os processos catalisadores de uma boa
cicatrização.

Indicações:

• Lipodistrofia ginóide (celulite);


• Gordura localizada (controverso);
• Pré e pós-cirurgia plástica e pós-lipoaspiração.

Contra-Indicações:

• Febre;
• Afecções cutâneas;
• Insuficiência cardíaca;
• T.V.P. (Trombose Venosa Profunda): É um dos fatores mais perigosos
para os profissionais que executam a drenagem linfática, pois os sintomas de
linfoedemas em MMII e TVP, a primeira vista são bem parecidos, exceto por
algumas peculiaridades a serem observadas pelo profissional no momento da
realização da avaliação. As complicações podem ser extremamente sérias, como
por exemplo: um acidente vascular cerebral isquêmico, uma TEP (Trombo Embolia
Pulmonar), IAM (Infarto Agudo do Miocárdio), onde poderia conduzir nosso paciente
até à morte;
• Neoplasias (Câncer): Neste momento a contra-indicação se deve ao
caso de tumores ativos, não tratados ou em tratamento, após ser tratado
clinicamente, o médico do paciente poderá autorizar a drenagem linfática, do qual
sem essa medida de segurança e a autorização do médico, o profissional não
deverá realizar a drenagem. Pois poderá estar contribuindo para um processo de
metástase, ou seja, transportando células cancerígenas por todo o corpo do

187
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
paciente, e conseqüentemente o aparecimento de novos tumores em diversas partes
do organismo;
• I.C.C. (Insuficiência Cardiocongestiva): Trata-se de uma doença que se
refere à diminuição da capacidade do coração em bombear sangue e suprir as
demandas normais de oxigênio e nutrientes do organismo, com a circulação de
retorno prejudicada. O paciente pode apresentar edemas, o que poderia levar o
profissional a realizar um diagnóstico errado, e iniciar um tratamento de drenagem
linfática e com isto, sobrecarregar ainda mais o músculo cardíaco. Agravando ainda
mais o quadro do paciente, por isso devemos sempre ficar atento aos casos de
cardiopatias em geral;
• Infecções agudas: Nos casos de infecções agudas, com, por exemplo,
bronco-pneumonias, DSTs, hepatite, endocardites, a drenagem é contra-indicada
devido a sua grande atuação em todo sistema imunológico, e devido aos agentes
causadores de infecções agudas estarem sendo fagocitados pelos macrófagos nos
gânglios linfáticos, “linfonodos“. Por isso o profissional deve estar atento ao
aparecimento de linfonódos ou gânglios linfáticos aumentados, “ínguas”, o que
sugere uma hiperestimulação do sistema imunológico e conseqüentemente a
existência de algum tipo de infecção no organismo. A drenagem pode com isto
interferir no processo de combate ao agente patológico, bem como agravar o
processo infeccioso por todo o organismo;
• Filariose: Trata-se de um helminto (verme) transmitido pela picada de
um inseto (pernilongo) e que vive quase que exclusivamente em seres humanos. Os
vermes se alojam no sistema linfático enovelando-se, o que ocasiona no
congestionamento ou até mesmo a obstrução quase que total da passagem da linfa.
As manobras linfáticas podem tanto ser inúteis como podem também agravar alguns
casos, isto devido apenas à evolução patológica da enfermidade cabe ressaltar que
em alguns casos de filariose o paciente tem de ser submetido a processo cirúrgico
para desobstrução do trajeto.

188
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Indicações Estéticas da Drenagem Facial:

• Pré e pós-cirurgia plástica;


• Tratamentos de revitalização facial.

Partindo deste raciocínio, as drenagens linfáticas (tanto por aparelhos


quanto manuais), podem ser úteis ao ajudar a drenar os líquidos que se acumulam
nas pernas, assim como todos os tratamentos que ajudam o sangue a circular
melhor, também podem apresentar resultados.

Manobras de Drenagem Linfática Manual no abdômen. Fonte: - www.fisiobelle.com.br.

Manobras de Drenagem Linfática Manual nos MMII. Fonte: - www.fisiobelle.com.br.

189
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Manobras de Drenagem Linfática Mecânica (por aparelhos). Fonte: - www.fisiobelle.com.br.

------------- FIM MÓDULO IV ------------

190
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores

Você também pode gostar