Prólogo

“Eu só enxergo tudo em preto e branco.

Dizem que você só consegue ver as cores do mundo quando

encontra ou descobre nosso primeiro amor.
Aos 16 anos, meus pais disseram que isso podia demorar, mas
a garota perfeita ia aparecer pra mim. Nessa época todos os
meus poucos amigos já tinham encontrado esse verdadeiro
amor e falavam maravilhas do mundo com cores… Às vezes
percebiam que me sentia excluído sobre isso ”Um dia você vai
achar seu amor, paciência. E com certeza ele vai ser um lindo
príncipe"

Mas então eu decidi esperar...Eu fiz 17...e 18...e 19.

Até que eu desisti de procurar essa “pessoa”; Afinal eu já

estava acostumada com o branco e preto, não sentia falta de
enxergar essas cores que todo mundo tanto falava. “
Capitulo 1
-Oh Alice, o vermelho é uma cor tão maravilhosa!

Nathalia delirou ao telefone. Sua voz normal e alegre ecoava

fortemente no ouvido de Alice. Ela tinha acabado de adquirir a
tal capacidade de ver cores, e ficou deslumbrada pelo
vermelho.
Mudando o telefone celular para a outra orelha e escondendo
uma mecha de cabelo atrás da orelha, Alice sorriu.
-Estou tão feliz por você, Nath. Só posso sonhar em ver
qualquer coisa diferente de preto, branco e um ocasional
cinza.

-Você encontrará sua alma gêmea ainda, tenho certeza disso.

Alice abraçou os joelhos com o braço livre. Todos os seus

amigos já estavam vendo as cores, e Nathalia parecia ser a
única pessoa que ela podia tolerar, já que não tinha visto
nenhum até agora.

Quase se sentiu magoada. De forma alguma foi culpa da amiga

por tê-la lembrado daquilo. A morena sabia que isso iria
acontecer. Ela vinha bajulando Marc há muito tempo, e era
apenas uma questão de tempo antes que o loiro se submetesse
aos seus sentimentos.
-Eu acho que sou muito tímida. Além de você, eu não me abro
com ninguém, vai ser difícil eu achar minha alma gêmea

-Você é tão adorável, Alice, alem que, você evoluiu muito desde
que começou na escola, sabe?

Ela pensou por um segundo. Deixou de ter “colegas” e

acumulou um grupo incrível de amigos. Nathalia a apresentou
a Gabi e Alex- Alguns outros também, mas para ser específico,
aqueles eram seus melhores amigos.

-É,concordo...

-Então..,tem planos para amanhã- Ele já estava sentindo

cheiro de problema,ela iria aprontar algo,com certeza.

-To pensando em ficar em casa terminando aquele meu

quadro- Pôde ouvir ela soltando uma risadinha -Por que?

-Sabe aquele primo que eu vivo falando?

-O Rafa?

-Isso! Ele vai se mudar pra nossa cidade amanhã, e não

conhece muito os lugares ne. Enfim, amanhã eu vou ir pra um
encontro com o Marc. Mas já que você vai estar livre amanhã,
pode levar ele pra conhecer a cidade?
-Mas Nath…- Ela faz uma pequena pausa, logo soltando um
longo suspiro em forma de rendimento-Eu vou, mas você vai
me pagar um sundae depois, eu tô a quase uma semana
tentando terminar o quadro, pensei em fazer isso amanhã até-
Mesmo que Alice não conseguisse identificar as cores, ela
amava desenhar e pintar; Até com os desenhos sendo tudo
preto e branco, seu traço era praticamente perfeito.

-Ah obrigada Ali, o que acha de irem juntos pra galeria depois?
Vai que pega uma inspiração pra terminar o quadro.
Alice assentiu se sentando na cama, por meros segundos
achou que a amiga iria arranjar um encontro com algum
garoto aleatório como sempre, porem, foi surpreendida dessa
vez. Até achando que aquilo ainda era um encontro arranjado,
iria aceitar, afinal já sabia um pouco de como era o garoto a
um longo prazo.
Alice já tinha formado mentalmente a imagem do garoto pelas
informações da Nathalia, um garoto alto e moreno, com olhos
Castanhos claros; ele parecisa ser bonito, mas não achava que
seria "O príncipe dos seus sonhos".

-Ei...Como é o vermelho?

-Vamos ver...

Nathalia pensou por um segundo.

-Vermelho é tipo raiva, algo feroz. Ou algo mais fofo;Quando
Marc corou, o vermelho iluminou suas bochechas. Foi tão
adorável.

Alice sorriu. Ele estava feliz por sua amiga, realmente, mas
havia apenas uma pequena parte dela que estava ... com ciúme.

Ela também queria alguém para revelar as cores que nunca

pode ver. Alguém que realmente a entendesse. Alguém que
poderia tirá-la de seu delicado casulo de uma vez por todas.
Infelizmente, isso seria pedir muito, é claro, já fazia mais de
duas décadas que não encontrava esse alguem, não é como se
ele fosse surgir assim do nada naquele momento.

-Estou tão feliz por você, você merece isso. Acho que vou
agora. Tenho que me preparar para dormir. Estou pensando
que dormir cedo vai me fazer bem.

-Sem problema, vejo você amanhã a tarde?

-Vejo você amanhã.

Pressionando o botão desligar em seu telefone. Passou os

olhos no seu guarda roupa a procura de algo pra vestir no dia
seguinte "Uma roupa de sair que não chame atenção" Iria ser o
usual, calça e moletom, era o que gostava e se sentia
confortável. Depois de se arrumar pra dormir, resolveu
pentear o cabelo enquanto observava a lua; era algo que
gostava de fazer, ainda mais quando havia uma música calma
de fundo. A luz da lua iluminava muito o delicado rosto dela, o
ressaltando principalmente nas bochechas rosadas. Ela puxou
uma de suas cadeiras pra varanda e se sentou apoiada com os
braços no parapeito. Carros, luzes, prédios, pessoas e milhares
de outras coisas. Como era o centro da cidade, suspeitava que
seria colorido, então dava a certa angústia de não poder ver
isso.
-Eu sinto falta de algo que nunca conheci, que eu nunca
conheci.

seu protetor de tela se iluminou. Era u

'Vamos Marinette, atenda o telefone!' Marc pensou consigo

mesmo enquanto caminhava pelo chão de madeira de seu
quarto. Ele tinha que contar a Marinette as notícias
emocionantes.

"Olá?" O rosto de Marinette apareceu na tela.

"Marinette! Você nunca vai adivinhar o quê!" As bochechas de

Marc doíam de tanto sorrir. Ele tinha sido capaz de ver tantas
coisas novas devido ao fato de que agora ele podia ver o
vermelho.

"O que é Marc !? Você está sorrindo, então deve ser algo bom!"
"Eu posso ver o vermelho!"

Marinette sorriu amplamente. Sua amiga parecia

genuinamente feliz, e isso a deixava feliz. "Você está brincando
?! Sério !? Você tem que me contar tudo! Com quem você
estava ?!"

Nathaniel enrolou uma mecha de cabelo. "O Marc .." Marinette

sorriu.

"Continue-" "Ele ficou um pouco chateado quando terminamos

a escola e teve um pequeno colapso quando chegamos ao CC."
Marc olhou para baixo. Ele havia se esquecido dos eventos que
o levaram a ver as cores em primeiro lugar.

Nathaniel estava claramente incomodado com o que

aconteceu. "Algumas pessoas estavam criticando o que ele
estava vestindo e simplesmente não sendo muito amigáveis.
Tivemos um momento em que eu disse a ele que ele valia
muito mais do que ele pensava e
Como rotina normal tinha ido buscar seu café pra ir até a
faculdade; me sentei no banco e esperei meu pedido, fiquei um
tempo mexendo no celular. Quando uma pessoa na cafeteria
chamou minha atenção, foi amor à primeira vista e assim que
nossos olhares se cruzaram, as cores começaram a surgir.

Era um mundo tão lindo e maravilhoso….Mas essa pessoa não era

o menino perfeito.

Era uma menina.