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Editora e-Publicar – Livro de resumos do V Encontro Regional da Caatinga e II

Simpósio Nacional do Semiárido.


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Editora e-Publicar – Livro de resumos do V Encontro Regional da Caatinga e II
Simpósio Nacional do Semiárido.
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Editora Chefe
Patrícia Gonçalves de Freitas
2023 by Editora e-Publicar Editor
Copyright © Editora e-Publicar Roger Goulart Mello
Copyright do Texto © 2023 Os organizadores Diagramação
Copyright da Edição © 2023 Editora e-Publicar Dandara Goulart Mello
Direitos para esta edição cedidos à Editora e-Publicar Roger Goulart Mello
Projeto gráfico e capa
Patrícia Gonçalves de Freitas

Revisão DOI
Os organizadores https://dx.doi.org/10.47402/ed.ep.b23650393

Open access publication by Editora e-Publicar

LIVRO DE RESUMOS DO V ENCONTRO REGIONAL DA CAATINGA E II


SIMPÓSIO NACIONAL DO SEMIÁRIDO
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COMISSÃO ORGANIZADORA

Presidente
Profa. Dra. Ivanilza Moreira de Andrade
Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar)

Vice-presidente
Profa. Dra. Maria Helena Alves
Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar)

Comissão de Secretária Executiva e Gestão de Website


Doutoranda Ruanna Thaimires Brandão Souza
(PRODEMA/UFPI)
Doutorando Davi Nascimento Costa
(RENORBIO/UFC)
Graduando Deyvid Alves Zeidan
(Biologia/UFDar)

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Simpósio Nacional do Semiárido.
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Comissão Científica
Prof. Dr. Jesus Rodrigues Lemos
Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar)
Profa. Dra. Ivanilza Moreira de Andrade
Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar)
Profa. Dra. Maria Helena Alves
Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar)

Comissão de Logística
Doutoranda Ruanna Thaimires Brandão Souza
(PRODEMA/UFPI)
Doutorando Davi Nascimento Costa
(RENORBIO/UFC)
Mestranda Vera Lúcia Rocha da Silva
(PPGBiotec/UFDPar)

Comissão de Comunicação e Divulgação


Doutoranda Giovanna Santos de Souza
(PRODEMA/UFPI)
Doutorando Emerson Bruno Castro Mesquita
(PPGBiotec/UFDPar)
Doutorando Eduardo Moraes Souza
(RENORBIO/UFC)
Graduando Deyvid Alves Zeidan
(Biologia/UFDPar)

Comissão de Monitores
Ma. Nadine Teles Rodrigues Barreto
(UFPI)
Doutoranda Renata Brito Reis
(PPGBiotec/UFDPar)
Me. Nailton de Souza Araújo
(PRODEMA/UFPI)
Doutorando José Darlan Alves da Silva
(PPGBiotec/UFDPar)

COMISSÃO AVALIADORA DE RESUMOS SIMPLES E EXPANDIDOS

Profa. Dra. Eryka Andrades (UFPI)


Profa. Dra. Francisca Carla Silva de Oliveira (UESPI)
Profa. Dra. Geórgia de Souza Tavares (UFDPar)
Dra. Irlaine Rodrigues Vieira (UFDPar)
Profa. Dra. Ivanilza Moreira de Andrade (UFDPar)
Dra. Maria Francilene Souza Silva (FIOCRUZ)

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Profa. Dra. Maria Helena Alves (UFDPar)
Profa. Dra. Marlete Moreira Mendes Ivanov (UFPI)
Profa. Dra. Maria da Conceição Sampaio Alves Texeira (UESPI)
Profa. Dra. Rosa Helena Rebolças (UFDPar)
Dra. Raimunda Cardoso dos Santos (SEDUC/PI)
Prof. Dr. Jesus Rodrigues Lemos (UFDPar)
Dr. Muryllo dos Santos Nascimento (UFPI)
Prof. Dr. Francisco das Chagas Vieira Santos (UFPI)
Doutorando Jorge Izaquiel Alves de Siqueira (UFPE)
Doutorando Mateus Oliveira da Cruz (UNESP/Rio Claro)
Doutoranda Renata Brito dos Reis (UFDPar)
Profa. Doutoranda Bruna Brito Santos (SEDUC/PI)
Ma. Francinalda Maria Rodrigues da Rocha (EFA Chico Antonio Bié)

MEDIADORES - PALESTRA E/OU MESA-REDONDA

Profa. Dra. Ivanilza Moreira De Andrade (UFDPar)


Doutorando Davi Nascimento Costa (RENORBIO/UFC)
Doutoranda Maria Hortencia Borges dos Santos (PRODEMA/UFPI)
Mestranda Vera Lúcia Rocha da Silva (PPGBiotec/UFDPar)

COMISSÃO AVALIADORA DE TRABALHOS ORAIS


Dr. José Alex da Silva Cunha (UFPI)
Profa. Dra. Juliana Cardozo de Farias (SEDUC- CE)
Profa. Dra. Gardene Maria de Souza (UFPI)
Profa. Dra. Geórgia de Sousa Tavares (UFDPar)
Profa. Dra. Leiz Maria Costa Véras (UNINASSAU/UFDPar)
Profa. Dra. Marlete Moreira Mendes Ivanov (UFPI)
Profa. Dra. Maria Carolina de Abreu (UFPI/Picos)
Profa. Dra. Maria da Conceição Sampaio Alves Teixeira (UESPI)
Profa. Dra. Maria de Fátima Vieira Crespo (UFDPar)
Profa. Dra. Maria Gracelia Paiva Nascimento (UESPI-Corrente)
Profa. Dra. Maria Helena Alves (UFDPar)
Profa. Dra. Maria do Socorro Meireles de Deus (UFPI-Picos)
Profa. Dra. Rosa Helena Rebouças (UFDPar)
Prof. Dr. Genilson Alves dos Reis Silva (IFPI/Valença)
Prof. Dr. Guilherme Ramos da Silva (UESPI/Parnaíba)
Prof. Dr. Marcelo Souza Lopes (UFPI-Bom Jesus)
Dr. Muryllo dos Santos Nascimento (UFPI)
Doutoranda Antonia Alikaene de Sá (UFPI-Teresina)
Profa. Doutoranda Bruna Brito Santos (SEDUC/PI)

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Doutorando Davi Nascimento Costa (RENORBIO/UFC)
Doutorando Eduardo de Moraes e Sousa (RENORBIO/UFC)
Doutorando Jorge Izaquiel Alves de Siqueira (UFPE)
Doutorando José Darlan Alves da Silva (UFDPar)
Doutoranda Giovanna Santos de Souza (PRODEMA/UFPI)
Doutoranda Graziela de Araújo Lima (UEFS)
Doutoranda Letícia Sousa dos Santos (UFPI)
Doutorando Mateus Oliveira da Cruz (UNESP/Rio Claro)
Doutoranda Regigláucia Rodrigues de Oliveira (UEMA)
Doutoranda Suely Silva Santos (UFPI)
Ma. Francinalda Maria Rodrigues da Rocha (EFA Chico Antonio Bié)
Ma. Juelina Oliveira dos Santos (UFDPar)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


L788

Livro de resumos do V Encontro Regional da Caatinga e II Simpósio Nacional do


Semiárido / Organizadores Ivanilza Moreira de Andrade, Maria Helena Alves, Jesus
Rodrigues Lemos, et al. – Rio de Janeiro: e-Publicar, 2023.

Outros organizadores: Ruanna Thaimires Brandão Souza, Davi Nascimento


Costa.

Livro em PDF
DOI 10.47402/ed.ep.b23650393
ISBN 978-65-5364-239-3

1. Botânica. 2. Ecologia. 3. Zoologia. I. Andrade, Ivanilza Moreira de


(Organizadora). II. Alves, Maria Helena (Organizadora). III. Lemos, Jesus Rodrigues
(Organizador). IV. Título.

CDD 580
Elaborada por Bibliotecária Janaina Ramos – CRB-8/9166

Editora e-Publicar
Rio de Janeiro, Brasil
contato@editorapublicar.com.br
www.editorapublicar.com.br

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APRESENTAÇÃO
O Dia Nacional da Caatinga é celebrado no dia 28 de abril. Neste sentido, para registrar
a passagem deste dia, foram realizados o V Encontro Regional da Caatinga e II Simpósio
Nacional do Semiárido em Edição Virtual, com carga horária total de 30h. O intuito principal
foi despertar, conscientizar e esclarecer a comunidade regional sobre a importância de
conservar o Bioma Caatinga para o equilíbrio ambiental, bem como o manejo sustentável de
sua biodiversidade.
Nesta quinta edição, muito mais ampla e interdisciplinar, os participantes poderam ter
contato com o panorama atual do Bioma por meio de palestra, minicurso/oficina, mesa-redonda,
apresentação de trabalhos e concurso de fotografia. Neste contexto, tiveram a oportunidade de
interagir e trocar conhecimentos diversos sobre este valioso e peculiar Bioma brasileiro. O
evento também funcionou como um espaço de diálogo sobre a realidade social, cultural,
econômica e ambiental do semiárido brasileiro e suas interfaces.
A Caatinga é a maior região de Floresta Tropical Sazonal Seca da América do Sul e
única no mundo. Trata-se de um Bioma unicamente brasileiro, ocupando cerca de 11% do
território do país, localizado na região Nordeste do Brasil, abrangendo parte dos estados de
Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe,
além do estado de Minas Gerais.
Este bioma foi definido como Reserva da Biosfera da UNESCO e reconhecido como
uma das 37 grandes regiões naturais do planeta, conforme estudo coordenado pela Conservation
Internacional. Dentre suas características específicas pode-se enfatizar, principalmente a
diversidade cultural, riqueza de espécies e baixa disponibilidade hídrica em função da
irregularidade das chuvas. Essa complexidade natural e o contexto de usos e ocupações, carente
de informações cientificas, originaram um mau manejo, especificamente do solo e vegetação,
com práticas inadequadas, pelo menos ao longo dos últimos anos. Portanto, o conhecimento e
iniciativas que possibilitem sua conservação e manejo sustentável são de extrema importância.
A maior parte do semiárido brasileiro situa-se no Nordeste e estende-se até o setentrional
de Minas Gerais. A região ocupa cerca 12% do território nacional (1,03 milhão de km²) e
abrange 1.262 municípios brasileiros, onde aproximadamente 27 milhões de brasileiros/as
(12% da população brasileira) residem. Tem a maior parte do seu território coberto pela
Caatinga, o bioma brasileiro mais sensível à interferência humana e às mudanças climáticas
globais. Neste sentido, é fundamental a elucidação de informações e ações práticas que possam

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atenuar e/ou mitigar as problemáticas ambientais, bem como contribuir na responsabilidade
social e desenvolvimento humano.
Destaca-se que contribuíram com o evento 249 congressistas, com participação em
mesas-redondas, palestras e minicursos, ministrados por conferencistas nacionais. Ressalta-se
que estiveram representados 17 estados da federação e 88 instituições de ensino e foram
apresentados 90 trabalhos orais distribuídos entre 50 resumos simples e 39 resumos expandidos
demonstrando interesse e participação da comunidade “caatingueira”. Os resultados aqui
apresentados vem reforçar a característica extensionista e projeção nacional do evento.

Profa. Dra. Ivanilza Moreira de Andrade


Presidente do V ERC e II SNS

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PROGRAMAÇÃO DO V ENCONTRO REGIONAL DA
CAATINGA-ERC E II SIMPÓSIO NACIONAL DO
SEMIÁRIDO-SNS

25 DE ABRIL DE 2023

Conferência de abertura e Palestra Magna


Horário: 19:00h às 20:20h
Plataforma: Stream Yard (YouTube)

Presidente: Profa. Dra. Ivanilza Moreira de Andrade (UFDPAr)


Vice-presidente: Profa. Dra. Maria Helena Alves (UFDPAr)
Conferencista: Profa. Dra. Maria Jesus Nogueira Rodal (UFRPE)

26 DE ABRIL DE 2023

I. Mesa-redonda: Perspectivas e desafios para o desenvolvimento de estudos sobre a


biodiversidade no Semiárido
Horário: 8:00h às 10:00h
Plataforma: Stream Yard (YouTube)

Palestrantes:
Profa. Dra. Ivanilza Moreira de Andrade (UFDPar)
Dr. Tiago Cardoso da Costa Lima (Embrapa Semiárido)
Profa. Dra. Maria Somália Sales Viana (UVA)

II. Mesa-redonda: Desafios na abordagem de temas sobre o Semiárido no processo de


ensino-aprendizagem
Horário: 10:00h às 12:00hs
Plataforma: Stream Yard (YouTube)

Palestrantes:
Prof. Dr. Dênis Barros de Carvalho (PRODEMA/UFPI)
Profa. Dra. Geórgia de Souza Tavares (UFDPar)
Waldemar Justo do Nascimento Neto (Chefe do Parque Nacional de Sete Cidades)

Apresentação de trabalhos: 14h00min às 18h00min

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27 DE ABRIL DE 2023

Minicursos/Oficinas

Horário: 8h00min às 12h00min e 14h00min às 18h00min


Carga horária: 8h
Plataforma: Meet
N° de Vagas: 30

1. Oficina: Técnicas de identificação de espécies da Caatinga


Ministrantes: Ma. Hamanda Brandão Pinheiro (IDENTPLANTAS) e Me. José Vagner
Rebouças Filho (IDENTPLANTAS)

2. Minicurso: Estudos fitossociológicos: um panorama inicial


Ministrante: Doutoranda Graziela de Araújo Lima (PPG-Botânica/UEFS) e Profa. Dra.
Gracelia Paiva Nascimento (UESPI)

3. Oficina: Técnicas de fotografias da fauna


Ministrantes: Ma. Ocivana Araújo de Pereira (PRODEMA/UFPI) e Graduando Isac Santana
Menezes (UFDPar)

4. Minicurso: Introdução às técnicas de Software R


Ministrante: Prof. Dr. Pedro Bastos de Macedo Carneiro (UFDPar)

5. Minicurso: Agroecologia no semiárido


Ministrante: Prof. Dr. Flávio Luiz Simões Crespo (IFPI-Campus Cocal)

6. Minicurso: Importância das criptógamas no Semiárido


Ministrante: Profa. Ma. Regigláucia Rodrigues de Oliveira (UEMA)

7. Minicurso: Perspectivas biotecnológicas dos fungos do Semiárido


Ministrante: Doutorando Mateus Oliveira da Cruz (UNESP/Rio Claro)

8.Oficina: Confecção de materiais didáticos para o ensino no Semiárido: Biscuit


Ministrante: Mestranda Luana Maciel (PPGBC/UFPI)

9. Minicurso: Capturando dados de memória e conhecimento em sistemas médicos locais


Ministrante: Doutorando Jorge Izaquiel Alves de Siqueira (PPGBV/UFPE)

10. Minicurso: Fitoterápicos com enfoque em plantas da Caatinga


Ministrante: Doutoranda Renata Brito de Reis (PPG/BIOTEC/UFDPar)

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28 DE ABRIL DE 2023

III. Mesa-redonda: Etnobiologia no contexto do semiárido

Horário: 08h00min às 10h00min


Plataforma: Stream Yard (YouTube)

Palestrantes:
Prof. Dr. Ulysses Paulino de Albuquerque (UFPE)
Doutoranda Marina Barros de Abreu (UFRPE)

IV. Mesa-redonda: Potencial biotecnológico de espécies do semiárido: desafios, avanços


e panorama prospectivo
Horário: 10h00min às 12h00min
Plataforma: Stream Yard (YouTube)

Palestrantes:
Profa. Dra. Lana Grasiela Alves Marques (PPG-BIOTEC/UFC)
Prof. Doutorando Cristiano Coelho Nascimento (USP/SP)
Prof. Dra. Durcilene Alves da Silva (UFDPar)

Encerramento e premiação
Horário: 16h00min às 18h00min
Plataforma: Stream Yard (YouTube)

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Simpósio Nacional do Semiárido.
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................... 7
RESUMOS SIMPLES - Área temática: Botânica ................................................................. 22
FLORÍSTICA DO SERROTE DA TAPERA, RUSSAS, CEARÁ ............................................. 23
Francinara de Araújo Maciel
João Paulo de Andrade Nunes
FLORA DO PIAUÍ: FLORÍSTICA, ETNOBOTÂNICA E ATIVIDADE BIOLÓGICA DE
Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz (FABACEAE) ....................................................... 24
Nadine Téles Rodrigues Barreto
Alessandra Souza dos Santos
Emerson Bruno Castro Mesquita
Ivanilza Moreira de Andrade
COMPOSIÇÃO DA FLORA E IMPACTOS ANTRÓPICOS NA RESTINGA DO PIAUÍ .... 25
Ana Christina Soares Cunha
Nailton de Souza Araújo
Ruanna Thaimires Brandão Souza
FLORA ENDÊMICA DO BRASIL NA FLORESTA NACIONAL DE SOBRAL, CEARÁ ... 26
Francisca Waldislâne de Souza da Mota
Ana Maely Tomaz da Costa
Lysiane dos Santos Lima
Elnatan Bezerra de Souza
FLORA DO PIAUÍ: INFORMATIZAÇÃO E DIGITALIZAÇÃO DO HDELTA (HERBÁRIO
DELTA DO PARNAÍBA) ............................................................................................................... 27
Alessandra Souza dos Santos
Maria dos Milagres Carvalho Santos
Alisson Cristian Cardoso Olivindo
Ivanilza Moreira de Andrade
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Vigna unguiculata (L.) Walp. (FABACEAE)
SUBMETIDAS A EXTRATOS FOLIARES DE Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow &
R. W. Jobson (FABACEAE) .......................................................................................................... 28
Lailton da Silva Lima
Ana Clarisse da Silva Maia
Maria Amanda Menezes Silva
Wanessa Nepomuceno Ferreira
AVALIAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DA ARBORIZAÇÃO DA PRAÇA PADRE
CÍCERO, JUAZEIRO DO NORTE, SUL DO CEARÁ .............................................................. 29
Maria Amanda Nobre Lisboa
Alana de Oliveira Silva
Leonardo Vitor Alves da Silva
João Tavares Calixto Júnior
LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DA FAMÍLIA MYRTACEAE Juss.: IDENTIFICAÇÃO E
POTENCIALIDADES DAS ESPÉCIES ....................................................................................... 30
Maria Fabiana Negreiros da Silva
Luana Silva Lima
Ruanna Thaimires Brandão Souza
Ivanilza Moreira de Andrade

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PLANTAS MEDICINAIS DA CAATINGA USADAS POR MORADORES NO ENTORNO DA
FLONA DE PALMARES, PIAUÍ .................................................................................................. 31
Tiago Lemos
Pedro Paulo de carvalho Rocha
Letícia Sousa dos Santos
Patrícia Maria Martins Nápolis
BRIOFLORA DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE TAPACURÁ, PERNAMBUCO, BRASIL 32
Hugo Henrique Alves da Silva
Laryssa Gabryelle de Lima Souza
Mércia Patrícia Pereira Silva
LEVANTAMENTO FLORÍSTICO PRELIMINAR DE CONVOLVULACEAE Juss. DO
MUNICÍPIO DE ILHA GRANDE, PIAUÍ, BRASIL .................................................................. 33
Lara Vitoria Silva Azevedo
Amanda de Barros Pinto
Ruanna Thaimires Brandão Souza
Ivanilza Moreira de Andrade
FLORA DO MUNICÍPIO DE COCAL, PIAUÍ: PONTEDERIACEAE Kunth ....................... 34
Isac Santana Menezes
Jorge Izaquiel Alves de Siqueira
Jesus Rodrigues Lemos
Ivanilza Moreira de Andrade
ASPECTOS QUALI-QUANTITATIVOS DA ARBORIZAÇÃO URBANA NO INTERIOR DO
ESTADO DO CEARÁ: UMA REVISÃO ..................................................................................... 35
Clarine Vieira Gonçalves
Sara Cardoso Ferreira da Silva
Mario Jorge Vital de Melo
João Tavares Calixto Júnior
FLORA DA CAATINGA: MYRTACEAE ................................................................................... 36
Paulo Sérgio Neves dos Santos
MAPEAMENTO CIENTÍFICO DE Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. (FABACEAE) ....... 37
Ana Luzia de Oliveira Nunes
Davi Nascimento Costa
Ruanna Thaimires Brandão Souza
Ivanilza Moreira de Andrade

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Zea mays L. (POACEAE) SUBMETIDAS A


EXTRATOS FOLIARES DE Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson
(FABACEAE) .................................................................................................................................. 38
Ana Clarisse da Silva Maia
Lailton da Silva Lima
Ítalo Rodrigues Damasceno
Wanessa Nepomuceno Ferreira
LEVANTAMENTO FLORÍSTICO PRELIMINAR DE EUPHORBIACEAE Juss. DO
MUNICÍPIO DE ILHA GRANDE, PIAUÍ, BRASIL .................................................................. 39
Raissa Magalhães de Oliveira
Daiane de Sousa Almeida
Ruanna Thaimires Brandão Souza
Ivanilza Moreira de Andrade
FLORA DA CAATINGA: A FAMÍLIA BIGNONIACEAE NA REDE DE HERBÁRIOS DO
SpeciesLink. ...................................................................................................................................... 40
Elton de Moura Rodrigues
Alessandra Souza dos Santos
Ivanilza Moreira de Andrade

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FERTILIDADE DO SOLO EM ÁREA DE CULTIVO CONVENCIONAL POR 90 ANOS E
ÁREA DE VEGETAÇÃO NATIVA NA CAATINGA: CAMINHOS PARA
IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA AGROFLORESTAL ................................................ 41
Daniel de Moura Silva
Seliomar de Sousa Oliveira Santos
Marcos Antônio Santos Carvalho
Davi Leal dos Santos Barbosa
PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS (PANc) ENCONTRADAS NA
COMUNIDADE DE SÍTIO POCINHOS, QUIXERÉ, CEARÁ: UMA ABORDAGEM COM
AGRICULTORES........................................................................................................................... 42
Lídia Sousa Oliveira
João Paulo de Andrade Nunes
ESPÉCIES DE Byrsonima Rich. ex Kunth (MALPIGHIACEAE): USOS E
POTENCIALIDADES .................................................................................................................... 43
Ícaro Moreira Monteiro
Luan Nascimento de Oliveira
Ruanna Thaimires Brandão Souza
Ivanilza Moreira de Andrade
LEVANTAMENTO DA ARBORIZAÇÃO DA PRAÇA ALEXANDRE ARRAES, CRATO,
SUL DO CEARÁ ............................................................................................................................. 44
Alana de Oliveira Silva
Mardônio Freitas Rodrigues Ferreira
Maria Amanda Nobre Lisboa
João Tavares Calixto Júnior
O GÊNERO Combretum (Combretaceae) NO LITORAL DO PIAUÍ: UMA REVISÃO ........ 45
Vera Lúcia Rocha da Silva
Alessandra Souza dos Santos
Ivanilza Moreira de Andrade
LEVANTAMENTO FLORISTICO DA FAMÍLIA ANACARDIACEAE R.Br.: USOS E
POTENCIALIDADES DE ESPÉCIES NO SEMIÁRIDO .......................................................... 46
Josequias de Oliveira Souza
Nathalia Louise Nascimento Marques
Ruanna Thaimires Brandão Souza
Ivanilza Moreira de Andrade
FLORA ARBÓREA DO HORTO MEDFLORA DA UFDPar.....................................................47
Nathalia Louise Nascimento Marques
Rosângela Castro Silva
Alessandra Souza dos Santos
Ivanilza Moreira de Andrade
RELAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO E O BEM ESTAR DO AMBIENTE NA REGIÃO
NORDESTE ..................................................................................................................................... 48
Mardonio Freitas Rodrigues Ferreira
Alana de Oliveira Silva
Maria Amanda Nobre Lisboa
Arthur da Silva Nascimento

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MAPEAMENTO CIENTÍFICO DE Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. (FABACEAE) ....... 49
Ana Luzia de Oliveira Nunes
Davi Nascimento Costa
Ruanna Thaimires Brandão Souza
Ivanilza Moreira de Andrade
O GÊNERO IPOMOEA L. (CONVOLVULACEAE) NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA RASO DA
CATARINA, BAHIA, BRASIL ..................................................................................................... 50
Juthaí Araújo Santos Teixeira
Adilva de Souza Conceição
A INFLUÊNCIA DA CEGUEIRA BOTÂNICA NA CONSERVAÇÃO DA CAATINGA ...... 51
Keila Raianny Batista da Fonseca
Josefa Beatriz Lourenço Alexandre
Juliana Rodrigues de Sousa
RESUMOS SIMPLES - Área Temática: Conservação e Meio Ambiente (Ecologia) .......... 52
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DE RIOS EM DUAS UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO DA CAATINGA, NO PIAUÍ .......................................................................... 53
Wellyson Luis Prado Teixeira
Ada Lopes de Araújo
Marlete Moreira Mendes Ivanov
FLORA MELITÓFILA DO HORTO MEDFLORA DA UFDPar: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................................................... 54
João Paulo Rocha do Amaral
Alessandra Souza dos Santos
Ivanilza Moreira de Andrade
ATIVIDADE DE CAÇA EM COMUNIDADES RURAIS DA REGIÃO SUDESTE DO PIAUÍ
........................................................................................................................................................... 55
Kamila Fernanda Albuquerque Gonçalves
Lucas Ariel Sousa Aguiar
Vanessa Silva de Jesus
Tamaris Gimenez Pinheiro
ANÁLISE DA DIVERSIDADE DA COMUNIDADE ARBÓREA E ARBUSTIVA EM
CERRADO EM REGENERAÇÃO APÓS DESMATAMENTO E PLANTIO AGRICOLA NO
NORDESTE BRASILEIRO ........................................................................................................... 56
Ronaldo de Araújo Ibiapina
Rodrigo Ferreira de Morais
MUDANÇA TEMPORAL E ESPACIAL DO BANCO DE SEMENTES EM ÁREA DE
TRANSIÇÃO CERRADO CAATINGA EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE REGENERAÇÃO
........................................................................................................................................................... 57
Elton Janson da Cunha Lustosa Filho
Rodrigo Ferreira de Morais
RESUMOS SIMPLES - Área Temática: Ensino de Ciências ............................................... 58
UTILIZAÇÃO DE EXSICATAS (PLANTAS DA CAATINGA) COMO METODOLOGIA
PARA ALUNOS NO ENSINO DE BOTÂNICA .......................................................................... 59
Louridânya da Silva e Sousa
Lidiane Chagas de Carvalho
AS RIQUEZAS DA CAATINGA .................................................................................................. 60
Alexandra do Nascimento Gomes
Vera Lúcia Rocha da Silva
Jessica Maria Torres de Sousa Nascimento
Thaynara Fontenele de Oliveira

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USO DE PRANCHAS BOTÂNICAS DE ESPÉCIES ORNAMENTAIS COMO
FERRAMENTA MOTIVADORA AUXILIAR NO ENSINO DE BOTÂNICA ....................... 61
Giovana Amaral Umar
Jorge Izaquiel Alves de Siqueira
Isac Santana Menezes
AVIFAUNA DE SÃO BERNARDO-MA NA PLATAFORMA WIKIAVES: UMA POSSÍVEL
FERRAMENTA DE CONSERVAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS ..................................... 62
João Vitor de Sena Matos
Isac Santana Menezes
Mateus Gomes Diniz
Anderson Guzzi
USO DE PRANCHAS BOTÂNICAS PARA O ENSINO DE TAXONOMIA DE
FANERÓGAMAS ........................................................................................................................... 63
Jorge Izaquiel Alves de Siqueira
Isac Santana Menezes
Jesus Rodrigues Lemos
Ivanilza Moreira de Andrade
IMPORTÂNCIA DA DIDÁTICA COM MODELOS TRIDIMENSIONAIS NO ENSINO-
APRENDIZAGEM DE MORFOLOGIA VEGETAL ................................................................. 64
Lucas Marcos Amorim da Silva
Lino Manoel do Nascimento Filho
Ariane dos Santos Souza
Camila Chagas Correia
JOGOS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS: REALIZAÇÃO DE UMA ATIVIDADE LÚDICA
SOBRE CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA .............................................................................. 65
Erika Thais Silva de Sousa Oliveira
Lorrane Pinto de Mesquita
Taiane Maria de Oliveira
RESUMOS SIMPLES - Área Temática: Biotecnologia ........................................................ 66
Momordica charantia L. (CUCURBITACEAE): PROSPECÇÃO DE PROPRIEDADES
ANTIMICROBIANAS .................................................................................................................... 67
Álvaro Araujo Galeno
Ruanna Thaimires Brandão Souza
Davi Nascimento Costa
Ivanilza Moreira de Andrade
PERFIL FITOQUÍMICO DE CALOS DE Physalis angulata CULTIVADOS COM EXTRATO
DE LEVEDURA .............................................................................................................................. 68
Andressa Priscila Piancó Santos Lima
Alone Lima Brito
Lia D’Afonsêca Pedreira de Miranda
REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE A UTILIDADE BIOTECNOLÓGICA DA Copernicia
prunifera APLICADA AO TRATO GASTROINTESTINAL..................................................... 69
Ivã Sales Magalhães
Vanderlene Oliveira Rodrigues
Wendson de Ribamar Machado Corrêa
André Luis Fernandes Lopes
AVALIAÇÃO ANTIBACTERIANA E CITOTÓXICA DO EXTRATO DE Libidibia ferrea
(Mart. ex Tul.) L. P. Queiroz .......................................................................................................... 70
Francisco Douglas Oliveira Matias
Hávila Torres Araújo
Larissa dos Santos Pessoa
Daniel Fernando Pereira Vasconcelos

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RESUMOS SIMPLES - Área Temática: Zoologia ................................................................ 71
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DOS ACIDENTES COM SERPENTES DE INTERESSE
MÉDICO EM PICOS, PIAUÍ ........................................................................................................ 72
Alessandro Medeiro Evaristo
Fernanda Luz Costa
Edson Lourenço da Silva
Tamaris Gimenez Pinheiro

PAPEL DAS MACRÓFITAS AQUÁTICAS NA ESTRUTURAÇÃO DA COMUNIDADE DE


MOLUSCOS DO RIO CANINDÉ, BACIA DO PARNAÍBA, PIAUÍ ........................................ 73
Maria do Carmo Nunes Santos
Emerson Santos Castro
Manuella Feitosa Leal
Tamaris Gimenez Pinheiro
RESUMOS SIMPLES - Área Temática: Multidisciplinar .................................................... 74
AQUICULTURA NO SEMIÁRIDO: UMA PROSPECÇÃO CIENTÍFICA ............................ 75
Giovanna Santos de Souza
Artur Ricardo Fialho da Costa
Narlison Hiley Sousa dos Santos
Ruceline Paiva Melo Lins
RESUMOS SIMPLES - Área Temática: Micologia e Microbiologia ................................... 76
ATIVIDADE BIOLÓGICA DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS DO GÊNERO Mycena
(Mycenaceae) .................................................................................................................................... 77
Lohanny Cristina Lima da Silva
Bartholomeu Araújo Barros Filho
LEVEDURAS ENDOFÍTICAS ASSOCIADAS A FOLHAS DE PIMENTÃO (Capsicum
annuum L.) CULTIVADAS NO SISTEMA AGRÍCOLA CONVENCIONAL......................... 78
Erick Andrade da Silva
Thays Gabrielle Lins de Oliveira
Gladstone Alves da Silva
RESUMOS EXPANDIDOS - Área Temática: Botânica ....................................................... 79
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO SOBRE AS BRIÓFITAS DO ESTADO DO PIAUÍ
.......................................................................................................................................................... .80
Leonne Lopes Brito
Maria Helena Alves
INFLUÊNCIA DA PROFUNDIDADE DA SEMEADURA NA GERMINAÇÃO DAS
SEMENTES DE Mimosa tenuiflora (Mart.) Benth. ..................................................................... 83
Vanessa Reis Costa
Filipe Andrade dos Santos
Elizamar Ciriaco da Silva
A CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA E ASPECTOS QUÍMICOS DA FIBRA DO
ABACAXI VOLTADO PARA O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS TECNOLOGIAS .... 86
Jamily Leila Alcantara da Silva
Maria Luiza Moreira da Silva
Sueila Silva Araújo
Rivete Silva de Lima
INFLUÊNCIA DA ARIDEZ NOS TEORES DE FENÓIS TOTAIS E TANINOS EM Senegalia
bahiensis (BENTH.) SEIGLER & EBINGER (FABACEAE) ..................................................... 89
Arthur Vinícius da Silva Cabral
Gabriel da Silva Ramos
Marcela Maria Albuquerque Silva
Marciel Teixeira de Oliveira

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Simpósio Nacional do Semiárido.
17
CONFIABILIDADE DAS INFORMAÇÕES BOTÂNICAS NO INSTAGRAM SOBRE
CACTOS .......................................................................................................................................... 93
Maria Carolina de Abreu
Jeferson da Costa Teixeira
Paulo Henrique da Silva
Ykaro Richard Oliveira
CHECKLIST E POTENCIALIDADES DO COMPONENTE HERBÁCEO DE UM
FRAGMENTO DE CAATINGA EM CARUARU, PERNAMBUCO, BRASIL ....................... 97
Lucca Leonardo Rendall Silva
Bruno Ayron de Souza Aguiar
Juliana Ramos de Andrade
Elcida de Lima Araújo
DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES DE OXALIDACEAE NA CAATINGA PIAUIENSE .... 101
Guilherme de Sousa Araújo
Maria Carolina de Abreu
FREQUÊNCIA DE VISITANTES FLORAIS EM ESPÉCIE HERBÁCEA DISTÍLICA ..... 104
Artur Alves de Almeida
José Valdemilson dos Santos Silva
Charlane Moura da Silva
Camila Chagas Correia
CONVERGÊNCIA EVOLUTIVA DE CARACTERES XEROMÓRFICOS EM PLANTAS DA
CAATINGA: PADRÕES COMUMENTE OBSERVADOS E FUNCIONALIDADES ......... 107
Edinalva Alves Vital dos Santos
Lucas da Penha Xavier
Deibson Pereira Belo
Emília Cristina Pereira de Arruda
SEGUNDO VOLUME DO GUIA DE ÁRVORES DO BIOPARQUE ZOOBOTÂNICO DE
TERESINA: AMPLIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE A FLORA DO PIAUÍ .......... 111
Ana Cristina Gomes da Silva
Bruno Ayron de Souza Aguiar
Gardene Maria de Sousa
EFEITO DO DÉFICIT HÍDRICO NA TAXA DE CRESCIMENTO DE Commiphora
leptophleos (Burseraceae).............................................................................................................. 114
Juliana de Carvalho Paes Barreto
Gabriel da Silva Ramos
Joana Sherylyn Nicodemos Cordeiro
Mauro Guida dos Santos
A HIDRATAÇÃO DESCONTÍNUA BENEFICIA A GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE
Sesbania virgata (Cav.) Pers. ........................................................................................................ 119
Filipe Andrade dos Santos
Elizamar Ciríaco da Silva
PREDAÇÃO PRÉ-DISPERSÃO EM Cenostigma pyramidale (TUL.) GAGNON & G.P. LEWIS
......................................................................................................................................................... 123
Adenaely Rodrigues da Rocha
Lucas Marcos Amorim da Silva
José Valdemilson dos Santos Silva
Camila Chagas Correia
ODORES FLORAIS EM CACTACEAE: UMA FAMÍLIA SÍMBOLO DO SEMIÁRIDO .. 126
Vitória da Fonseca Dias
Sinzinando Albuquerque-Lima
Isabel Cristina Machado

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Simpósio Nacional do Semiárido.
18
DESEMPENHO GERMINATIVO DE Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit ...................... 130
Marana Tá Campos Bastos
Keydna Maria Vieira Batista
Wanessa Nepomuceno Ferreira
Maria Amanda Menezes Silva
GUILDA DE ABELHAS VISITANTES DE ESPÉCIES ENANTIOSTÍLICA Senna martiana
(Benth.) H.S. IRWIN & BARNEBY ............................................................................................ 133
Jhonatan Ferreira da Silva
José Valdemilson dos Santos Silva
Genésio Jose do Amaral Ramos
Camila Chagas Correia
RESUMOS EXPANDIDOS - Área Temática: Conservação e Meio Ambiente (Ecologia)...136
DISTRIBUIÇÃO POTENCIAL DE Cnidoscolus phyllacanthus BASEADO NO MODELO
MAXENT.........................................................................................................................................137
Antonio Gustavo de Almeida Batista
Paulo Regis Menezes Sousa
Selma Freire de Brito
INFLUÊNCIA DO USO DO HIDROGEL DE FRALDAS DESCARTÁVEIS NA BIOMASSA
DE MUDAS DE Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz .................................................. 140
Danielle Costa Pereira
Francisco Delleon Pereira Pinheiro
Guilherme Augusto Magalhães Junior
Maria Amanda Menezes Silva
QUAIS AS CARACTERÍSTICAS MAIS PLÁSTICAS DE UMA HERBÁCEA PERENE DA
CAATINGA EM RESPOSTA AO DÉFICIT HÍDRICO E LUMINOSO? ............................. 143
Bruno Ayron de Souza Aguiar
Júlia Arruda Simões
Clarissa Gomes Reis Lopes
Elcida de Lima Araújo
RELACIONAMENTO DOS APICULTORES DOS SERTÕES DE CRATEÚS E INHAMUNS
COM A FLORA APÍCOLA DA CAATINGA ........................................................................... 147
Angela Maria Bento Alves
Andeson Rodrigues da Costa
Liandro Torres Beserra
Isac Gabriel Abrahão Bomfim
ALTURA E DIÂMETRO DE MUDAS DE Libidibia ferrea (Mart. ex Tul) L. P. Queiroz
PLANTADAS COM HIDROGEL REUTILIZADO ................................................................. 152
Yure Batista Ribeiro Rodrigues
Danielle Costa Pereira
Guilherme Augusto Magalhães Junior
Maria Amanda Menezes Silva
RESUMOS EXPANDIDOS - Área Temática: Zoologia ..................................................... 155
LEVANTAMENTO ENTOMOLÓGICO DA CAATINGA A PARTIR DE DADOS DA
COLEÇÃO ZOOLÓGICA DELTA DO PARNAÍBA ............................................................... 156
Mariana de Freitas dos Santos
Tatiane Freitas dos Santos
Nayara Siqueira Oliveira
Pedro Bastos de Macêdo Carneiro

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19
DIVERSIDADE DE APÍDEOS E LEPIDÓPTEROS EM ÁREA DE CAATINGA ............... 160
Edlene da Silva dos Santos
Rodrigo André Lima Ferreira
José Valdemilson dos Santos Silva
Camila Chagas Correia
DIVERSIDADE DE LEPIDÓPTEROS EM ÁREA DE CAATINGA ..................................... 163
José Valdemilson dos Santos Silva
Graziele Delmiro dos Santos
Maria Clara da Silva Ferreira
Camila Chagas Correira
AVIFAUNA DO PARQUE ESTADUAL SERRA DE SANTO ANTÔNIO MUNICÍPIO DE
CAMPO MAIOR, PIAUÍ, BRASIL............................................................................................. 166
José Augusto Aragão Silva
Wedson de Medeiros Silva Souto
Carlos Magno Melo Braga
Leonardo Moura dos Santos Soares
MONITORAMENTO DOS PSITACÍDEOS REINTRODUZIDOS NA FAZENDA SANTO
ANTÔNIO, ÁREA DE SOLTURA DO CETAS-IBAMA EM CAXINGÓ-PIAUÍ ................. 171
Bruna Araújo Brandão
Girleno Vieira Nunes
Tatiane Freitas dos Santos
Irene Suelen de Araujo Gomes
Anderson Guzzi
PRESERVAÇÃO DE UMA AVE ENDÊMICA E AMEAÇADA DA CHAPADA DO
ARARIPE: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O PLANO DE AÇÃO DO SOLDADINHO DO
ARARIPE ....................................................................................................................................... 175
Maria Dandara Cidade Martins
Allysson Pontes Pinheiro
Alana de Oliveira Silva
Laíza Maria Ulisses Magalhães
RESUMOS EXPANDIDOS - Área Temática: Multidisciplinar ......................................... 178
O PODER DAS REDES SOCIAIS PARA SUPRIMIR A CEGUEIRA BOTÂNICA ............ 179
Francisco Ernandes Leite Sousa
Maria Pessoa da Silva
A PALHA DA CARNAÚBA COMO MATÉRIA-PRIMA DA RESISTÊNCIA INDÍGENA NO
SEMIÁRIDO ................................................................................................................................. 182
Geovana Mendes Barros
Leandro Vieira Cavalcante
OS ENCADEAMENTOS ENTRE AS EXPORTAÇÕES E O EXTRATIVISMO NA CADEIA
PRODUTIVA DA CERA DE CARNAÚBA ............................................................................... 186
Matheus Ângelo de Sousa Vieira
Jaíra Maria Alcobaça Gomes
Marica Gabrielli Sousa Campêlo Marinho
A CAPRINOCULTURA NO MUNICÍPIO DE SÃO MIGUEL DO TAPUIO NO PERÍODO DE
2000/2020 ........................................................................................................................................ 189
Márcia Gabrielli Sousa Campêlo Marinho
Jaíra Maria Alcobaça Gomes
Matheus Ângelo de Sousa Vieira

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20
SEGURANÇA HÍDRICA NO SEMIÁRIDO: UM ESTUDO DE CASO NO SERIDÓ
PARAIBANO ................................................................................................................................. 193
Gleydson Kleyton Moura Nery
Janiele França Nery
Fabiane Rabelo da Costa Bastista
A SIMBIOSE ENTRE OS PADRÕES CLIMÁTICOS NATURAIS E O NDVI NO
COMPLEXO DE CAMPO MAIOR ............................................................................................ 197
Vicente de Paula Sousa Júnior
Giovana Mira de Espindola
Javier Sparacino
RESUMOS EXPANDIDOS - Área Temática: Micologia e Microbiologia ........................ 201
PROSPECÇÃO DE MICORRIZAS NO BREJO DA CACHOEIRA EM BARRA-BA ........ 202
Luana Flozina dos Santos
Mislene Michely Alves Saldanha
Jaime Honorato Junior
Paulo Roberto de Moura Souza Filho
FUNGOS ENDOFÍTICOS EM FOLHAS DE BERINJELA (Solanum melongena L.)
CULTIVADA UTILIZANDO SISTEMAS DE MANEJO ORGÂNICO E CONVENCIONAL
EM PERNAMBUCO .................................................................................................................... 204
Oliver de Souza Vieira
Rejane Maria Ferreira da Silva
Gladstone Alves da Silva
RESUMOS EXPANDIDOS - Área Temática: Biotecnologia ............................................. 208
QUANTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO
SABUGI, SEMIÁRIDO BRASILEIRO ...................................................................................... 209
João Rafael Vieira Dias
Assucena Nogueira Batista Dantas
Camylla da Silva Dantas
ANÁLISE DO POTENCIAL TECNOLÓGICO PARA RESÍDUOS DA AGRICULTURA
FAMILIAR DO SEMIÁRIDO PARAIBANO NA PRODUÇÃO DE MATERIAIS
SUSTENTÁVEIS .......................................................................................................................... 212
Evilasio Anisio Costa Filho
Alessandra Maylin Andrelly Barbalho
Sueila Silva Araújo
Rivete Silva de Lima
BREVE REVISÃO DOS EFEITOS MEDICINAIS DA GOMA DO CAJUEIRO Anacardium
occidentale L................................................................................................................................... 216
Ruan Pábulo Bandeira Pinto
José Francisco de Oliveira Filho
Jéssica Maria Torres de Sousa Nascimento
Cecropia pachystachya TRÉCUL (URTICACEAE): AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE
AGUDA EM Artemia salina LEACH .......................................................................................... 220
Emerson Bruno Castro Mesquita
Renata Brito dos Reis
Alessandra Souza dos Santos
Ivanilza Moreira de Andrade
TRABALHOS PREMIADOS ............................................................................................. 224
PRÊMIO DE FOTOGRAFIA ............................................................................................. 227

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21
RESUMOS SIMPLES

Área temática:

Botânica

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22
FLORÍSTICA DO SERROTE DA TAPERA, RUSSAS, CEARÁ

Francinara de Araújo Maciel*, Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade


Estadual do Ceará, CE, Brasil.
João Paulo de Andrade Nunes, Docente orientador do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas pela
Universidade Estadual do Ceará, CE, Brasil.
*
Autor correspondente: francinara1997@gmail.com

O Brasil é um país megadiverso, apresentando uma porcentagem de 15% a 20% de


espécies presentes no globo. Dentro dessa biodiversidade, o domínio que se destaca é o da
Caatinga por ser rico em diversidade. A flora da Caatinga apresenta um aspecto seco, na
maioria das vezes, gerando uma interpretação equivocada sobre a diversidade florística.
Porém, essa floresta seca é rica e diversa. Nesse sentido, objetivou-se realizar o
levantamento florístico do Serrote da Tapera, localizado no município de Russas-CE, com a
produção de um guia de campo sobre a florística da Caatinga da região. A área é
bastante visitada, porém, pouco estudada. É considerado um símbolo para a
comunidade e, além de compor a paisagem, é um local de importantes práticas religiosas,
lá ocorre a festa de Santa Rita, na qual reúnem moradores de toda região do vale do
Jaguaribe, sempre aos finais de ano. Para a coleta de dados serão realizadas expedições
de campo na área de estudo no período seco e chuvoso a fim de conhecer sua diversidade
florística, as quais serão fotografadas, coletadas para a herborização e identificadas
por meio da literatura especializada, consulta a especialistas e ao banco de dados online Flora
do Brasil. A classificação seguirá o sistema Angiosperm Phylogeny Group IV e o nome dos
autores dos táxons o Índice Internacional de Nomes de Plantas. Posteriormente, os dados
taxonômicos serão distribuídos em uma planilha, utilizando o Software Microsoft
Excel®, analisando a composição florística e a quantidade do número de espécies. Em
seguida, será realizada a categorização dessas plantas de acordo com as informações de
família, nome cientifico e nome popular. Dessa forma, espera-se que as informações que
serão coletadas contribuam para elevar conhecimento sobre a diversidade florística do
Serrote da Tapera, bem como, auxiliar a população e pesquisadores a proteger e a conservar
área.

PALAVRAS-CHAVE: Biodiversidade; Caatinga; Conservação.

Apoio: UECE.

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23
FLORA DO PIAUÍ: FLORÍSTICA, ETNOBOTÂNICA E ATIVIDADE BIOLÓGICA
DE Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz (FABACEAE)

Nadine Téles Rodrigues Barreto*, Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade
Federal do Delta do Parnaíba, PI, Brasil.
Alessandra Souza dos Santos, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da UFDPar, PI,
Brasil.
Emerson Bruno Castro Mesquita, Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da
UFDPar, PI, Brasil.
Ivanilza Moreira de Andrade, Docente orientadora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da
UFDPar, PI, Brasil.
*
Autor correspondente: nadineteles@gmail.com

A espécie Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz (Fabaceae), conhecida como Jucá ou
Pau-ferro, é nativa do semiárido brasileiro que ocorre no estado do Piauí. Sua distribuição tem
sido registrada em levantamentos florísticos e etnobotânicos, na medicina tradicional do
Nordeste. O objetivo do trabalho foi realizar um panorama da ocorrência e uso medicinal de
Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz (Fabaceae) no Estado do Piauí. Para o
levantamento dos registros de ocorrência foram utilizados os dados de herbários
compartilhados na rede speciesLink. Para obtenção dos dados etnobotânicos e atividade
biológica realizou-se pesquisa bibliográfica. O Qualis das publicações foi verificado na
Plataforma Sucupira. Os dados foram tabulados e analisados em planilhas Microsoft Office
Excel 97 - 2003. Os registros de L. ferrea para o Piauí iniciaram em 1836 (total: 77), com
pico em 2018 (sete). O HDELTA detém o maior índice de incorporação (30), principalmente
na cidade de Parnaíba (oito registros). Os trabalhos de etnobotânica para o Piauí concentraram-
se no período de 2006 a 2022, com pico em 2017 (três), com usos antiinflamatórios e anti-
gripais, da casca do caule e frutos. Estudos comprovaram suas atividades anti-inflamatórias,
analgésicas, anticoagulantes, antiulcerogênicas, anti-histamínicas e antioxidante e sua ação
cicatrizante, antitumoral, hepatoprotetor, antimicrobiano e leishmanicida in vitro. O Jucá tem
ampla ocorrência no Piauí e relevante uso fitoterápico, demonstrando ser alternativa viável
para o tratamento de muitas doenças. Estudos com Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.)
L.P.Queiroz, tem demonstrado resultados significativos com promissoras e diversificadas
formas de aplicações biotecnológicas.

PALAVRAS-CHAVE: Bioatividade; Jucá; Medicina tradicional.

Apoio: UFDPar/CAPES/PIBIC/LAMOVE.

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24
COMPOSIÇÃO DA FLORA E IMPACTOS ANTRÓPICOS NA RESTINGA
DO PIAUÍ

Ana Christina Soares Cunha*, Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Universidade Federal do
Piauí, PI, Brasil.
Nailton de Souza Araújo, Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Universidade Federal do Piauí,
PI, Brasil.
Ruanna Thaimires Brandão Souza, Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente, PI, Brasil.
*Autor correspondente: soaresanachristina@ufpi.edu.br

Restinga apresenta uma formação semelhante aos ecossistemas de floresta atlântica,


tabuleiro, cerrado ou caatinga formando um complexo vegetacional costeiro. O estudo
justificou-se pela necessidade de ampliar os conhecimentos sobre os impactos
antrópicos, a existência de legislação conservacionista e composição da flora. Objetivou-
se realizar o levantamento da composição da flora de restinga do Piauí com base em dados
secundários e, discutir sobre os impactos socioambientais e a legislação ambiental associada à
proteção da restinga. A pesquisa caracterizou-se como bibliográfica e documental. De forma
complementar, realizou-se visitas às áreas de restinga e registros fotográficos. Os dados
secundários foram obtidos de Santos-Filho et al. (2009), Andrade et al. (2012), Santos-Filho
et al. (2015) e Santos-Filho et al. (2016). Foi discriminado o nível de ameaça de extinção
utilizando dados do REFLORA. Para a análise documental foi consultado o Código Florestal
Brasileiro e as Leis municipais. Constatou-se o registro de 255 espécies, pertencentes a
153 gêneros, divididas em 48 famílias. A família Fabaceae Lindl. (98) apresentou a maior
riqueza de espécies, seguida de Euphorbiaceae Juss. (21), Malvaceae Juss. (11) e Rubiaceae
Juss. (11). Os gêneros Croton L. e Mimosa L. foram mais representativos. Espécies da
caatinga foram as mais representativas na composição da vegetação do litoral piauiense.
Quanto ao nível de ameaça das espécies, duas (Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm.;
Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos) quase ameaçadas, cinco (Apuleia
leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr.; Cedrela odorata L.; Cereus mirabella N.P.Taylor;
Hymenaea parvifolia Huber; Pilocarpus microphyllus Stapf ex Wardlew.) vulneráveis
e 24 espécies menos preocupantes. Notou-se áreas desmatadas resultam do interesse do setor
imobiliário. Ilha Grande e Luís Correia contemplam em suas legislações a conservação da
restinga de modo específico. Conclui-se, que a expansão urbana e especulação imobiliária
provocam alerta à conservação desse ecossistema; sendo necessário estabelecer limites de
ocupação com base em critérios técnicos e científicos.

PALAVRAS-CHAVE: Conservação Ambiental; Delta do Parnaíba; Litoral do Piauí.

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25
FLORA ENDÊMICA DO BRASIL NA FLORESTA NACIONAL DE SOBRAL,
CEARÁ

Francisca Waldislâne de Souza da Mota*, Graduanda em Bacharelado em Ciências Biológicas pela


Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, CE, Brasil.
Ana Maely Tomaz da Costa, Graduanda em Bacharelado em Ciências Biológicas pela Universidade
Estadual Vale do Acaraú - UVA, CE, Brasil.
Lysiane dos Santos Lima, Mestra em Geografia e Colaboradora do Herbário Prof. Francisco José de Abreu
Matos da Universidade Estadual Vale do Acaraú – HUVA/UVA, CE, Brasil.
Elnatan Bezerra de Souza, Docente orientador do Curso de Ciências Biológicas pela Universidade Estadual
Vale do Acaraú - UVA, CE, Brasil.
Autor correspondente: lannymotta731@gmail.com

Espécies endêmicas são de extrema importância por agregarem valor para a conservação
de uma área, sendo a restrição geográfica das espécies uma característica relevante na
tomada de decisões sobre áreas prioritárias para conservação. O Domínio Caatinga, foi por
muito tempo o menos estudado, sendo considerado um ecossistema pobre em espécies e
consequentemente, também o de menor extensão territorial sob Unidades de Conservação
(UCs). No entanto, pesquisas vem comprovando que o mesmo possui uma
expressiva riqueza biológica, abrangendo um número significativo de táxons endêmicos
que devem ser melhor estudados. Diante disto, objetivou-se com este trabalho identificar as
espécies endêmicas do Brasil que ocorrem na FLONA de Sobral. A UC em estudo localiza-
se no distrito de Jaibaras, município de Sobral, Ceará, nas coordenadas geográficas
3º46'21,893" S e 40º31'24,445" W, abrangendo uma área de 661,01 hectares. A pesquisa
ocorreu de fevereiro/2019 a janeiro/2023 utilizando a metodologia usual empregada nos
estudos florísticos. Os espécimes foram identificados com o auxílio de sites e literatura
especializados, além de consultas a especialistas. Posteriormente as coleções foram
incorporadas ao acervo do Herbário Professor Francisco José de Abreu Matos (HUVA). Na
área de estudo, foram identificadas 31 espécies endêmicas do Brasil, dentre as quais 10 são
restritas da região Nordeste. O hábito mais representativo foi o herbáceo com 16 spp.
(51,6%), seguido do arbóreo com seis spp. e o arbustivo com quatro. Das espécies
identificadas destacam-se: Chamaecrista duckeana (P.Bezerra & Afr.Fern.) H.S.Irwin &
Barneby, Cordia oncocalyx Allemão, Echinodorus glandulosus Rataj e Sebastiania
macrocarpa Müll.Arg., por apresentarem distribuição especialmente localizada no Ceará. Com
base nos dados obtidos conclui-se que a área de estudo possui um número significativo de
endemismos, sendo 32,3% das espécies endêmicas do Nordeste. Os dados deste estudo
mostram-se importantes para a elaboração do futuro plano de manejo para a FLONA de Sobral.

PALAVRAS-CHAVE: Endemismo; Levantamento Florístico; Semiárido; Unidade de


Conservação.

Apoio: UFDPar/PIBIC/UFPI; Projeto BPI/Funcap (BP5-0197-00136.01.00/22).; Programa de


Bolsas de Permanência Universitária(PBPU); Herbário Prof. Francisco José de Abreu
Matos(HUVA); Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).

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26
FLORA DO PIAUÍ: INFORMATIZAÇÃO E DIGITALIZAÇÃO DO HDELTA
(HERBÁRIO DELTA DO PARNAÍBA)

Alessandra Souza dos Santos*, Bolsista de Apoio Técnico à Pesquisa do CNPq (INCT – Herbário Virtual
da Flora e dos Fungos), UFDPar, PI, Brasil.
Maria dos Milagres Carvalho Santos, Discente do curso de Ciências Biológicas pela Universidade Federal
do Delta do Parnaíba – UFDPar, PI, Brasil.
Alisson Cristian Cardoso Olivindo, Discente do curso de Ciências Biológicas pela Universidade Federal do
Delta do Parnaíba – UFDPar, PI, Brasil.
Ivanilza Moreira de Andrade, Docente orientadora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da
UFDPar, PI, Brasil.
*
Autor correspondente: alessantos.bio@gmail.com

O Herbário HDELTA, fundado em 2010, possui registro na Rede Brasileira de Herbários,


no Index Herbariorum (desde 2016), SISGEN e speciesLink (INCT-Herbário Virtual da
Flora e dos Fungos), armazenando registros da diversidade florística oriundos,
principalmente, de coletas em áreas de restinga, caatinga, carrasco, mata úmida e cerrado,
nos estados do Piauí, Ceará e regiões circunvizinhas. Diante da necessidade de ampliar e
divulgar os registros botânicos no estado do Piauí, objetiva-se divulgar informações
sobre a informatização e digitalização do acervo do HDELTA. Os dados foram obtidos a
partir do banco de dados do HDELTA. Foi realizada a informatização das informações das
amostras vegetais. Em seguida, foram digitalizadas as exsicatas. Os dados e as imagens
foram indexados no sistema de informação do speciesLink.net para consulta online.
Atualmente o HDELTA possui 8.069 amostras tombadas (2.456 espécies, 729 gêneros e
158 famílias de angiospermas), distribuídas em coleções de briófitas (134), fungos (69),
algas (68), Pteridófita (10), carpoteca (127) e didática (105). É o primeiro do estado do
Piauí a ser digitalizado, disponibilizando 370 imagens de exsicatas (61 espécies distribuídas
em 32 gêneros e 11 famílias). O acervo do HDELTA possibilita o acesso a informações
sobre a flora brasileira para a comunidade científica e toda a sociedade. O INCT-Herbário e
o IAPT (International Association for Plant Taxonomy) têm relevante contribuição junto
aos herbários, auxiliando na expansão do conhecimento e conservação da
biodiversidade.

PALAVRAS-CHAVE: Acervo virtual da flora; IAPT; Specieslink.

Apoio: UFDPar/HDELTA/INCT/IAPT.

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27
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Vigna unguiculata (L.) Walp. (FABACEAE)
SUBMETIDAS A EXTRATOS FOLIARES DE Pityrocarpa moniliformis (Benth.)
Luckow & R. W. Jobson (FABACEAE)

Lailton da Silva Lima*, Discente do Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agrárias e da


Biodiversidade – CCAB, Universidade Federal do Cariri – UFCA, Crato-CE, Brasil.
Ana Clarisse da Silva Maia, Discente do Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agrárias e da
Biodiversidade – CCAB, Universidade Federal do Cariri – UFCA, Crato-CE, Brasil.
Maria Amanda Menezes Silva, Docente colaboradora do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Ceará, campus Acopiara.
Wanessa Nepomuceno Ferreira, Docente orientadora do Curso de Agronomia do Centro de Ciências
Agrárias e da Biodiversidade – CCAB, Universidade Federal do Cariri – UFCA, Crato-CE, Brasil.
*Autor correspondente: lailton.lima@aluno.ufca.edu.br

O conhecimento das interações entre leguminosas arbóreas e culturas anuais é de


grande importância para o manejo dos sistemas agroflorestais. Assim, avaliou-se a
influência de extratos das folhas de catanduva (Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow &
R. W. Jobson) sobre a germinação de sementes do feijão-caupi (Vigna unguiculata
(L.) Walp.). No CCAB/UFCA, foram coletadas as folhas da catanduva e preparou-se um
extrato bruto (T5: 100%), utilizando-se 200g de folhas para 1L de água destilada. A partir
deste extrato, foram realizadas diluições para se obter os demais tratamentos (T4:75%;
T3:50%; T2: 25%), sendo que o controle (T1) foi constituído por água destilada. O teste de
germinação foi realizado em rolos de papel germitest, umedecidos com volume de três vezes o
peso do papel, acondicionados em BOD à 25ºC. O delineamento foi inteiramente
casualizado, com quatro repetições de 25 sementes/tratamento. O teor de umidade das
sementes foi de 10,06%. A ANOVA mostrou que a Porcentagem de Germinação (100%), o
Tempo Médio de Germinação (2,65 dias) e o Índice de Velocidade de Germinação (10,06)
do T1 não diferiram significativamente dos demais tratamentos, indicando que folhas da
catanduva não apresentam efeito alelopático sobre a germinação do feijão.

PALAVRAS-CHAVE: Alelopatia; Feijão-caupi; Pityrocarpa moniliformis.

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28
AVALIAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DA ARBORIZAÇÃO DA PRAÇA PADRE
CÍCERO, JUAZEIRO DO NORTE, SUL DO CEARÁ

Maria Amanda Nobre Lisboa*, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Diversidade


Biológica/Universidade Regional do Cariri - URCA, CE, Brasil.
Alana de Oliveira Silva*, Graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade Regional do Cariri – URCA.
Leonardo Vitor Alves da Silva, Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Regional do Cariri –
URCA.
João Tavares Calixto Júnior, Docente do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Regional do Cariri
- URCA.
*
Autor correspondente: amanda.lisboa@urca.br

A arborização urbana é uma prática importante, pois proporciona diversos benefícios, como
regulação da temperatura, melhoria da qualidade do ar e embelezamento da cidade. No
entanto, o seu planejamento e sua implementação requerem cuidados específicos, como a
escolha adequada das espécies e a manutenção constante das árvores. Objetivou-se com esse
estudo analisar quali-quantitativamente a arborização da praça Padre Cícero, um importante
ponto turístico de valor histórico-cultural, localizado em região de caatinga, no município de
Juazeiro do Norte, sul do Ceará. As coletas de dados ocorreram entre dezembro de 2022 e
janeiro de 2023, considerando apenas os indivíduos com DAP (diâmetro a altura do peito)
acima de 5 cm. Foram observadas a presença ou ausência dos problemas fitossanitários. O
material botânico foi depositado em herbário para identificação. Registrou-se 203 indivíduos
pertencentes a nove famílias e 18 espécies, sendo 57% exóticas e 43% nativas. Arecaceae é a
família com maior diversidade de espécies (06 spp.), seguido por Fabaceae (03 spp.) e
Moraceae (02 spp.). As espécies mais representativas foram Copernicia prunifera (Mill.)
H.E.Moore (27 - 13%) e Caesalpinia pulcherrima (L.) Sw. (22 - 10%). Na distribuição dos
indivíduos por classes de altura, observou que 42% estão na segunda categoria (4,1 - 8 m). Em
relação ao DAP, 37% dos indivíduos estão presentes na primeira classe (5 - 10 cm). Houve
conflitos entre a copa das árvores e a fiação elétrica, indicando que a arborização na praça não
está sendo realizada com manejo adequado. Dos indivíduos analisados 5% apresentaram
injúrias decorrentes de infestação por cupim ou fungo, sendo que a espécie Sabal maritima
(Kunth) Burret apresentou a maior incidência de infestação por cupim. Esses dados são
importantes para a compreensão da diversidade e do estado de conservação da vegetação da
praça, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias de manejo e conservação
adequadas.

PALAVRAS-CHAVE: Biodiversidade; Caatinga; Paisagismo.

Apoio: FUNCAP - Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e


Tecnológico.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
29
LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DA FAMÍLIA MYRTACEAE Juss.:
IDENTIFICAÇÃO E POTENCIALIDADES DAS ESPÉCIES

Maria Fabiana Negreiros da Silva*, Graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do
Delta do Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Luana Silva Lima, Graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba -
UFDPar, PI, Brasil.
Ruanna Thaimires Brandão Souza, Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente, UFPI, PI, Brasil.
Ivanilza Moreira de Andrade, Docente orientadora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da
UFDPar, PI, Brasil.
*Autor correspondente: fabiana.bio@ufpi.edu.br

A família Myrtaceae Juss. compreende aproximadamente 100 gêneros e 3.500 espécies e


é considerada uma das famílias mais importantes economicamente para o Nordeste,
ocupando a oitava posição em diversidade. O gênero Eugenia L. é um dos mais
representativos, possui cerca de 100 espécies identificadas no bioma Caatinga. As espécies
para esse táxon tem sido descrita na medicina como: antidiabético, antimicrobiano,
antiparasitário, dentre outros. Diante do exposto, este trabalho buscou identificar os
representantes da família Myrtaceae no município de Ilha Grande, Piauí, para
compreender a sua distribuição e utilização pela comunidade. As coletas foram
realizadas durante o período de dezembro de 2022 a março de 2023. A metodologia de
coleta e herborização seguiu o padrão para plantas vasculares. A identificação dos
espécimes foi realizada por meio de chave de identificação e com base no site Flora do Brasil
2020 e na rede de dados Specielink, bem como através de comparações com materiais
disponíveis no Herbário Hdelta e especialista da área. Os nomes e famílias foram descritas
segundo APG IV. Foram registrados quatro espécies distribuídas em três gêneros, sendo
elas Eugenia punicifolia (Kunth) DC., Eugenia flavescens DC., Syzygium cumini (L.)
Skeels e Camponesia aromática (Aubl.) Griseb. Conclui-se, portanto, a necessidade de estudos
taxonômicos da família Myrtaceae para o estado do Piauí, uma vez que essas pesquisas são de
extrema importância para o conhecimento da biodiversidade local. As espécies encontradas são
bastante utilizadas com potencial medicinal e vêm se tornando uma alternativa na terapêutica
de doenças tropicais negligenciadas. Reforça a necessidade de novos estudos com a espécie e
suas inúmeras utilidades na região, uma vez que os estudos para esse grupo ainda são escassos
na região.

PALAVRAS-CHAVE: Caatinga; Identificação; Myrtaceae.

Apoio: UFDPar/HDELTA/UFPI.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
30
PLANTAS MEDICINAIS DA CAATINGA USADAS POR MORADORES NO
ENTORNO DA FLONA DE PALMARES, PIAUÍ

Tiago Lemos*, Licenciando em Ciências da Natureza pela Universidade Federal do Piauí - UFPI, PI,
Brasil.
Pedro Paulo de carvalho Rocha, Licenciado em Ciências da Natureza pela UFPI, PI, Brasil.
Letícia Sousa dos Santos, Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela UFPI, PI, Brasil.
Patrícia Maria Martins Nápolis, Docente no Instituto de Ciências da Universidade de Brasília, UnB.
*Autor correspondente: tiagol882@gmail.com

O uso das plantas medicinais tem acompanhado a trajetória evolutiva da nossa espécie. A
coleta de dados dessa natureza em comunidades próximas a Unidades de Conservação (UC),
além de contribuir com dados etnobiológicos, podem subsidiar o manejo florestal
sustentável. Assim, objetivamos registrar o uso de plantas medicinais por comunidades
locais no entorno da UC Floresta Nacional (FLONA) de Palmares. A FLONA localiza-se
entre os municípios de Altos e Teresina, no Piauí. No seu entorno encontram-se mais de
10 comunidades, das quais seletamos aleatoriamente quatro (Soturno, Papagaio, Ladeira de
Terra e Bom Gosto). Em cada comunidade, foram aplicados formulários semiestruturados
(Parecer nº 3.724.055) a moradores maiores de 18 anos e residentes fixos a mais de 15 anos no
local. Para cada espécie foi calculado o Valor de Uso (VU) (VU = ∑U/n), onde U é nº de
citações da espécie e n o nº de informantes. Participaram 67 moradores (49 homens e 18
mulheres), com idades entre 19-82 anos. Dezoito espécies ocorrentes na Caatinga,
pertencentes a 18 gêneros e 11 famílias botânicas foram mencionadas como recurso
medicinal. A medicina tradicional incluiu o tratamento de inflamações em geral (n = 55) e
doenças no sistema digestório (n = 17). A parte mais usada das plantas foi a casca (n = 46) em
chás, garrafadas, lambedores e macerações. Astronium urundeuva (M.Allemão) Engl. e
Ximenia americana L. se destacaram em relação a frequência de citações e uso (VU = 0,42 e
VU = 0,37, respectivamente). Mimosa caesalpiniifolia Benth., Anacardium occidentale L. e
Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. foram usadas para curar gastrites/úlceras. Nossos
achados evidenciaram que plantas com potencialidades para tratar diferentes doenças são as
mais usadas nas comunidades e que é necessário sensibilizá-las do uso sustentável, pois a
retirada de cascas compromete a sobrevivência da planta e espécies quase ameaçadas de
extinção estão entre os recursos medicinais relatados.

PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento local; Etnofarmacologia; Unidade de Conservação.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
31
BRIOFLORA DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE TAPACURÁ, PERNAMBUCO,
BRASIL

Hugo Henrique Alves da Silva*, Licenciando em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de
Pernambuco - UFPE, PE, Brasil.
Laryssa Gabryelle de Lima Souza, Bacharelanda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de
Pernambuco - UFPE, PE, Brasil.
Mércia Patrícia Pereira Silva, Profa. Dra. da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, PE Brasil.
*
Autor correspondente: hugo.alvessilva@ufpe.br

As briófitas (hepáticas, musgos e antóceros) são plantas atraqueófitas de pequeno porte


amplamente distribuídas, com ca. de 1.650 espécies no Brasil, 609 no Nordeste e 321
em Pernambuco. Por outro lado, ainda remanescem lacunas de coleta no País. O objetivo
deste trabalho foi realizar um levantamento brioflorístico em um fragmento de Floresta
Semidecidual ainda inexplorado quanto à brioflora: a Estação Ecológica de Tapacurá,
localizada no município de São Lourenço da Mata, Pernambuco. Durante dois dias
consecutivos foram realizadas coletas sistemáticas em todos os substratos disponíveis
para o grupo através de caminhada exploratória. O método de coleta seguiu o padrão
descrito na literatura. Todas as amostras de briófitas foram identificadas em nível de espécie
utilizando lupa, microscópio óptico e literatura especializada. Foram identificadas 24
espécies, 15 musgos e 9 hepáticas, distribuídas em 11 famílias. Em ordem de riqueza:
Lejeuneaceae (6) Fissidentaceae (5), Sematophyllaceae (4), Plagiochilaceae (2),
Leucobryaceae (1), Stereophyllaceae (1) Leucomiaceae (1), Pterobryaceae (1), Frullaniaceae
(1), Calymperaceae (1) e Rutenbergiaceae (1). Os gêneros mais frequentes foram Lejeunea e
Fissidens. A brioflora registrada para a Estação Ecológica de Tapacurá está condizente com a
reportada para fragmentos florestais neotropicais. A área de estudo apresenta relevante
riqueza de espécies, correspondendo a 7,5% da diversidade de Pernambuco, apesar de as
espécies registradas serem amplamente distribuídas no Brasil. Estudos futuros na área de
estudo são necessários para ampliar o conhecimento de briófitas no Nordeste, bem como
entender os padrões e processos responsáveis pela diversidade local e regional.

PALAVRAS-CHAVE: Levantamento florístico; Hepáticas; Musgos.

Apoio: UFPE.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
32
LEVANTAMENTO FLORÍSTICO PRELIMINAR DE CONVOLVULACEAE Juss.
DO MUNICÍPIO DE ILHA GRANDE, PIAUÍ, BRASIL

Lara Vitoria Silva Azevedo*, Graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta do
Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Amanda de Barros Pinto, Graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta do
Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Ruanna Thaimires Brandão Souza, Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade
Federal do Piauí - UFPI, PI, Brasil.
Ivanilza Moreira de Andrade, Docente orientadora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da
UFDPar, PI, Brasil.
*Autor correspondente: lvitoria@ufpi.edu.br

A família Convolvulaceae Juss. compreende 50 gêneros e 1.880 espécies. No Brasil,


são encontrados 24 gêneros e cerca de 421 espécies, das quais 191 são endêmicas. A
região Nordeste é a segunda maior região com maior número de representantes, com 53% das
espécies ocorrentes no país. Embora para o estado do Piauí estejam registrados 12 gêneros e 76
espécies, das quais 67 estão listadas para o domínio fitogeográfico da Caatinga, não é possível
estimar o número real de espécies da família no estado, devido ao número reduzido de
pesquisas sobre o grupo. Diante da problemática, objetivou-se realizar um levantamento
das espécies de Convolvulaceae no município de Ilha Grande, Piauí, Brasil, a fim de
contribuir para as lacunas de conhecimento acerca dessa família no estado do Piauí. Para o
levantamento florístico das espécies, foram realizadas três coletas no município de Ilha
Grande, Piauí, nos meses de dezembro/2022 a março/2023, guiadas por moradores locais.
Para cada espécie foram coletadas amostras, que, posteriormente, foram depositadas no
Herbário HDELTA-UFDPar. Todos os espécimes vegetais foram herborizados seguindo a
metodologia padrão para herborização de angiospermas. Para a identificação do material,
foram realizadas consultas em bancos de dados on-line, acervo do Herbário HDELTA-
UFDPar e revisão na literatura especializada. Após a fase de identificação, as espécies
foram organizadas e classificadas em seus respectivos táxons. Ao todo, foram registrados dois
gêneros e três espécies: Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. & Schult., Ipomoea pes-caprae
(L.) R.Br. e Distimake aegyptius (L.) A.R. Simões & Staples. Os dados obtidos contribuem,
principalmente, para o preenchimento de lacunas de conhecimento de espécies consideradas
de importância na Caatinga e, além disso, subsidiam o entendimento e compreensão da
biodiversidade presente nessa região.

PALAVRAS-CHAVE: Convolvulaceae; Levantamento Florístico; Piauí.

Apoio: UFDPar/HDELTA.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
33
FLORA DO MUNICÍPIO DE COCAL, PIAUÍ: PONTEDERIACEAE Kunth

Isac Santana Menezes, Graduando em Ciências Biológicas pela UFDPar, PI, Brasil.
Jorge Izaquiel Alves de Siqueira*, Doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal,
Universidade Federal de Pernambuco, PE, Brasil.
Jesus Rodrigues Lemos, Professor do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFDPar, PI, Brasil.
Ivanilza Moreira de Andrade, Professora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFDPar, PI,
Brasil.
*
Autor para correspondência: ethnosiqueira@gmail.com

Pontederiaceae compreende seis gêneros e cerca de 40 espécies, com distribuição


Pantropical e ocorrendo por toda região tropical. O Brasil é considerado o centro de
distribuição da família e apresenta quatro gêneros e 26 espécies, das quais 10 estão registradas
para o estado do Piauí. Considera-se este número subestimado devido à escassez de estudos
sobre a flora do estado. Objetivou-se realizar o levantamento florístico de Pontederiaceae
para o município de Cocal, norte do Piauí, que apresenta vegetação classificada como
Caatinga/Carrasco. Para a coleta dos espécimes, excursões botânicas com coletas aleatórias,
foram realizadas entre janeiro de 2020 a dezembro de 2022, compreendendo períodos de
verão chuvoso e inverno quente. A identificação deu-se por comparação a guias
ilustrados, visitas a herbários virtuais, uso de chaves dicotômicas e descrições de materiais
para a família, bem como consultas a especialista do grupo. A flora de Pontederiaceae
em Cocal está representada por quatro espécies, distribuídas em três gêneros, as quais
incluem Eichhornia diversifolia (Vahl) Urb., Eichhornia heterosperma Alexander,
Heteranthera oblongifolia Mart. ex Schult. & Schult.f. e Hydrothrix gardneri Hook.f. Este
estudo contribui para a ampliação de nosso conhecimento sobre a flora de Cocal e do Piauí.
Fotografias das espécies e habitats, dados ecológicos e de distribuição geográfica são
apresentados.

PALAVRAS-CHAVE: Ervas aquáticas; Flora do Piauí; Levantamento florístico.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
34
ASPECTOS QUALI-QUANTITATIVOS DA ARBORIZAÇÃO URBANA NO
INTERIOR DO ESTADO DO CEARÁ: UMA REVISÃO

Clarine Vieira Gonçalves*, Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Regional
do Cariri – URCA, Crato, CE, Brasil.
Sara Cardoso Ferreira da Silva*, Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade
Regional do Cariri – URCA, Crato, CE, Brasil.
Mario Jorge Vital de Melo*, Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade
Regional do Cariri – URCA, Crato, CE, Brasil.
João Tavares Calixto Júnior, Docente do Curso de Ciências Biológicas - Universidade Regional do Cariri -
URCA, Crato, CE, Brasil.
*Autores correspondente: clarine.vieira@urca.br. mario.jorge@urca.br. sara.cardoso@urca.br

A arborização apresenta relevância significativa nos centros urbanos e é responsável


por benefícios ecológicos e sociais, auxiliando na qualidade de vida nas cidades e na
manutenção da biodiversidade local. Neste trabalho realizou-se levantamento bibliográfico
visando a análise da arborização urbana em municípios do interior do Estado do Ceará
(semiárido brasileiro) a fim de se interpretar resultados quali-quantitativos. A revisão foi
realizada nas bases de dados: Google Acadêmico, Scielo e Bireme (entre 2009 e 2021),
utilizando as palavras-chave: “arborização Ceará”, “árvores exóticas e nativas Ceará”,
“levantamento arborização Ceará” e “flora urbana Ceará” para a busca de artigos
científicos. Aspectos quali-quantitativos das espécies da flora urbana e a relação
exótica/nativa da arborização foram observados prioritariamente. Foram analisados 15
artigos onde se observou a predominância das famílias Fabaceae, Meliaceae e Moraceae
como as mais representativas (número de indivíduos). As exóticas Azadirachta indica
A.Juss.(2081 indivíduos), Ficus benjamina L. (1758), Senna siamea Lam. (583) e
Prosopis juliflora Sw. DC..(66 ind.) representam as espécies de maior abundância
informadas. A totalidade dos artigos observados (100%) aponta para quantidade
insatisfatória de indivíduos arbóreos com relação às populações dos municípios. “Quebra de
calçada” (41%), “contato com fiação elétrica” (36%) e “obstrução de ruas” (11%) foram os
problemas mais observados e “presença de pragas” (31%) foi o problema fitossanitário mais
predominante. Nesse sentido, notou-se que a arborização de municípios do interior do Ceará é
formada predominantemente por espécies exóticas, além de numericamente ser insatisfatória e
de baixa diversidade, o que pode acarretar, entre outros problemas, vulnerabilidade da
biodiversidade local e aumento do microclima urbano. Notou-se que a ausência ou carência de
políticas de planejamento e viabilização de ações voltadas à implementação e manejo das floras
urbanas, a serem implantadas nos municípios, relaciona-se diretamente com os prejuízos
observados, acarretando em impactos na qualidade de vida dos cidadãos do interior do Ceará.

PALAVRAS-CHAVE: Arborização urbana; Diversidade florística; Exótica.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
35
FLORA DA CAATINGA: MYRTACEAE

Paulo Sérgio Neves dos Santos*, Doutorando em Botânica pela Universidade Estadual de Feira de Santana,
BA, Brasil.
*Autor correspondente: paulosergio.ns@hotmail.com

Myrtaceae está entre as famílias mais representativas da flora brasileira. Com 1197 espécies
e 29 gêneros, ocorrendo em todo o território nacional e em todas as formações
vegetacionais. Dessas, 95 foram estimadas para a Caatinga, onde a família está entre
as quatro mais importantes do componente lenhoso. Contudo, muitas regiões carecem de
estudos sobre sua diversidade, o que dificulta os esforços para conservação da
biodiversidade que depende de dados sobre a diversidade e distribuição de espécies. Assim
buscamos realizar um levantamento florístico das espécies de Myrtaceae ocorrentes em
vegetação de Caatinga. Foram realizadas excursões para coleta de material botânico, além de
visitas às coleções de herbários. As espécies foram identificadas com o auxílio de literatura
especializada e comparações com as coleções de herbários e tipos nomenclaturais. Foram
registradas 126 espécies e nove gêneros, das quais 20 espécies são endêmicas. Os gêneros
mais representativos foram Eugenia (54), Myrcia (29), Psidium (22) e Campomanesia (9). A
Bahia abrigou ~72% do total de espécies, seguida por Pernambuco, com ~33%, Paraíba
com ~19%, Alagoas e Ceará com ~17,5%, Piauí e Sergipe com ~16%, Mina Gerais com
~11% e Rio Grande do Norte com ~5,5%. Com isso, observamos uma diversidade de
Myrtaceae maior do que a estimada pela Flora e Funga do Brasil, com a Caatinga abrigando
~10,5% do total de espécies estimado para o Brasil. Ademais, considerando a heterogeneidade
ambiental da Caatinga e que muitas áreas permanecem pouco amostradas, futuros trabalhos
podem ampliar a distribuição e riqueza de Myrtaceae nessa vegetação.

PALAVRAS-CHAVE: Eugenia; Florística; Semiárido.

Apoio: CAPES/UEFS.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
36
MAPEAMENTO CIENTÍFICO DE Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. (FABACEAE)

Ana Luzia de Oliveira Nunes*, Graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta do
Parnaíba – UFDPar, PI, Brasil.
Davi Nascimento Costa, Doutorando em Biotecnologia, UFC, CE, Brasil
Ruanna Thaimires Brandão Souza, Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente, UFPI, PI, Brasil
Ivanilza Moreira de Andrade, Docente orientadora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da
UFDPar, PI, Brasil.
*Autor correspondente: analuzia@ufpi.edu.br

Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf., conhecida popularmente como Flamboyant é uma
espécie arbórea exótica, pertencente à família Fabaceae Lindl., amplamente cultivada no
Brasil, por seu valor ornamental, sendo utilizada na arborização urbana em diferentes
ambientes, inclusive no semiárido. Diante disso, objetivou-se realizar um mapeamento
científico sobre o táxon. Trata-se de uma pesquisa quantitativa de caráter exploratório. A
pesquisa ocorreu em março de 2023. Realizaram-se buscas na base internacional de artigos
Scopus, e os descritores utilizados foram: “Delonix regia” sendo incluídos artigos
encontrados nos campos de busca “Título” e/ou “Resumo”. Analisados de acordo com
anos, áreas de publicação. Realizou-se também o mapeamento dos termos mais
relevantes que são agrupados de acordo com o critério de coocorrência, gerando um
mapa pelo software VOSviewer. Os dados foram tabulados em Excel 2019 (Microsoft).
Foram encontrados no total 504 artigos. As indexações registradas na base de dados
iniciaram em 1951 (n= 1), alcançando limiar em 2022 (n= 57). As áreas de publicação mais
representativas foram: Agricultura e Ciências Biológicas (19,1%), Ciências Ambientais
(12,7%) e Bioquímica (11,1%). Quanto ao mapeamento dos termos relevantes (que aparecem
em destaque no mapa de coocorrência), foram identificados 134 termos, que
destacam propriedades medicinais como: Antioxidantes (“Antioxidants”),
Fitoquímica (“Phytochemistry”) e investigação sobre os Flavonoides presentes na
espécie (“Flavonoid”). Conclui-se, portanto com esta revisão, que pesquisas envolvendo
D. Regia, são de notável relevância, tendo em vista o expressivo número de artigos
encontrados no mapeamento. Evidencia-se também, a necessidade de investigar o
potencial ornamental, propriedades medicinais e fitoterápicas da espécie, para contribuir
com o avanço científico e tecnológico.

PALAVRAS-CHAVE: Flamboyant; Leguminosas; Plantas Ornamentais.

Apoio: UFDPar/Hdelta/Lamove.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
37
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Zea mays L. (POACEAE) SUBMETIDAS A
EXTRATOS FOLIARES DE Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson
(FABACEAE)

Ana Clarisse da Silva Maia*, Discente do Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agrárias e da
Biodiversidade – CCAB, Universidade Federal do Cariri – UFCA, Crato-CE, Brasil.
Lailton da Silva Lima, Discente do Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agrárias e da
Biodiversidade
– CCAB, Universidade Federal do Cariri – UFCA, Crato-CE, Brasil.
Ítalo Rodrigues Damasceno, Discente do Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agrárias e da
Biodiversidade – CCAB, Universidade Federal do Cariri – UFCA, Crato-CE, Brasil.
Wanessa Nepomuceno Ferreira, Docente orientadora do Curso de Agronomia do Centro de Ciências
Agrárias e da Biodiversidade – CCAB, Universidade Federal do Cariri – UFCA, Crato-CE, Brasil.
*Autor correspondente: clarisse.maia@aluno.ufca.edu.br

Para o sucesso de sistemas agroflorestais e recuperação de áreas de Caatinga, deve-se


considerar os efeitos alelopáticos que estarão envolvidos, pois eles determinam a composição
florística e a predominância das espécies vegetais. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar
o efeito de extratos das folhas de catanduva (Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R.
W. Jobson) sobre a germinação de sementes do milho (Zea mays L.). No CCAB/UFCA,
foram coletadas folhas da catanduva e preparou-se um extrato bruto (T5: 100%), utilizando-se
200g de folhas para 1L de água destilada. A partir deste extrato, foram realizadas diluições
para se obter os demais tratamentos (T4:75%; T3:50%; T2: 25%), sendo que o controle (T1)
foi constituído por água destilada. O teste de germinação foi realizado em rolos de papel
germitest, umedecidos com volume de três vezes o peso do papel, acondicionados em BOD à
25ºC. O delineamento foi inteiramente casualizado, com quatro repetições de 25 sementes/
tratamento. O grau de umidade das sementes foi de 10,01%. A ANOVA revelou que a
Porcentagem de Germinação (94%), o Tempo Médio de Germinação (3,23 dias) e o Índice de
Velocidade de Germinação (7,41) do T1 não diferiram significativamente dos demais
tratamentos, indicando que folhas da catanduva não apresentam efeito alelopático sobre a
germinação do milho.

PALAVRAS-CHAVE: Alelopatia; Caatinga; Pityrocarpa moniliformis.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
38
LEVANTAMENTO FLORÍSTICO PRELIMINAR DE EUPHORBIACEAE Juss. DO
MUNICÍPIO DE ILHA GRANDE, PIAUÍ, BRASIL

Raissa Magalhães de Oliveira*, Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade


Federal do Delta do Parnaíba, PI, Brasil.
Daiane de Sousa Almeida, Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do
Delta do Parnaíba, PI, Brasil.
Ruanna Thaimires Brandão Souza, Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade
Federal do Piauí-UFPI.
Ivanilza Moreira de Andrade, Docente orientador do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da
UFDPar, PI, Brasil.
*Autor correspondente: raissamagalhaesbio@gmail.com

Euphorbiaceae é a nona família de plantas mais rica em espécies do país. As espécies podem
se apresentar como ervas, lianas, árvores, arbustos e semelhantes à cactáceas (afilas),
frequentemente possuindo látex. No Brasil possui cerca de 1.000 espécies, distribuídas em 63
gêneros. Ocorrem em todos os diferentes tipos de vegetação, mas presente principalmente no
domínio fitogeográfico Caatinga. A região Nordeste do Brasil é considerada um grande centro
de diversidade de espécies dessa família, o gênero mais estudado é Croton L., tanto por
abordagens da taxonomia clássica, como também pela sistemática filogenética feita
principalmente com dados moleculares. Este trabalho teve como objetivo realizar o
levantamento florístico de Euphorbiaceae Juss. no município de Ilha Grande, Piauí, Brasil, a
fim de contribuir para o conhecimento acerca dessa família na região. As coletas foram
realizadas durante o período de dezembro de 2022 a março de 2023. A metodologia de coleta e
herborização seguiu o padrão para plantas vasculares. A identificação dos espécimes foi
realizada por meio de chave de identificação e com base no site Flora e Funga do Brasil e na
rede de dados Specielink, bem como através de comparações com materiais disponíveis no
Herbario HDELTA e especialista da área. Os nomes e famílias foram descritas segundo APG
IV. Foram registrados cinco gêneros e cinco espécies: Croton glandulosus L., Cnidoscolus
urens (L.) Arthur., Dalechampia scandens L., Euphorbia prostrata Aiton., Jatropha
gossypiifolia L. Através desse levantamento é possível auxiliar na compreensão da
biodiversidade local e destacar espécie nativas importantes. Embora seja uma área pequena,
cujo levantamento florístico foi preliminar, os dados poderão subsidiar ações envolvendo a
conservação da flora na região.

PALAVRAS-CHAVE: Caatinga; Euphorbiaceae; Levantamento Florístico.

Apoio: UFDPar/HDELTA/.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
39
FLORA DA CAATINGA: A FAMÍLIA BIGNONIACEAE NA REDE DE HERBÁRIOS
DO SpeciesLink.

Elton de Moura Rodrigues*, Licenciando em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta
do Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Alessandra Souza dos Santos, Bolsista de Apoio Técnico à Pesquisa do CNPq (INCT - Herbário Virtual da
Flora e dos Fungos), UFDPar, PI, Brasil.
Ivanilza Moreira de Andrade, Docente orientadora do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da
UFDPar, PI, Brasil.
*Autor correspondente: bioteteu@ufpi.edu.br

A família dos Ipês (Bignoniaceae), com distribuição Pantropical, apresenta cerca de 850
espécies distribuídas em 120 gêneros. De caráter ecológico, ornamental, paisagístico e
econômico, esse grupo ocorre amplamente no Brasil, em todos os domínios fitogeográficos,
tendo a Caatinga como um dos que possui variedade florística e fisionômica bem distribuída
ao longo de sua extensão, com rica cobertura por espécies endêmicas. Com base no exposto,
objetivou-se levantar a ocorrência de táxons de Bignoniaceae na Caatinga, além de verificar o
seu status de conservação. O levantamento foi realizado no banco de dados SpeciesLink, a
grafia dos nomes verificada nos sites do IPNI (International Plant Names Index) e da Flora e
Funga do Brasil, a avalição do estado de conservação na Lista Vermelha de Espécies
Ameaçadas da IUCN (International Union for Conservation of Nature), bem como a
predominância de registros por estados e herbários. Foram listadas 239 espécies, distribuídas
em 31 gêneros (sendo Fridericia e Adenocalymma os mais representativos, 35 e 28 ssp. cada).
A IUCN classifica o grau de ameaça dos táxons como criticamente em perigo Handroanthus
grandiflorus Espírito-Santo & M.M. Silva, em perigo H. serratifolius (Vahl) S.Grose) e
vulnerável H. capitatus (Bureau & K.Schum.) Mattos e Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau
ex Verl.). As coletas datam de 1816 a 2022 (12.346 registros), com pico em 2009 (611
espécimes). O estado da Bahia detém o maior número de coletas (7.005), o Piauí foi o 4º
colocado (798). O herbário HUEFS é primeiro no ranking de registros (2.582). Dessa forma,
a composição florística da família Bignoniaceae na caatinga, quando devidamente identificada
e armazenada em coleções botânicas, aponta a sua fidedigna distribuição e evidencia a
preservação ou os possíveis impactos ecológicos à flora da localidade.

PALAVRAS-CHAVE: Bignoniaceas, Biodiversidade do semiárido, Florística.

Apoio: UFDPar/PIBEX/HDELTA.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
40
FERTILIDADE DO SOLO EM ÁREA DE CULTIVO CONVENCIONAL POR 90
ANOS E ÁREA DE VEGETAÇÃO NATIVA NA CAATINGA: CAMINHOS PARA
IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA AGROFLORESTAL

Daniel de Moura Silva, Graduando em Engenharia Agronômica pela Universidade Estadual do Piauí, PI,
Brasil.
Seliomar de Sousa Oliveira Santos, Biólogo(a), Mestrando(a) em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela
Universidade Federal do Piauí, PI, Brasil.
Marcos Antônio Santos Carvalho, Biólogo(a), Mestrando(a) em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela
Universidade Federal do Piauí, PI, Brasil.
Davi Leal dos Santos Barbosa*, Gestor Ambiental, Especializando em Direito Ambiental e Urbanístico
(UNIMAIS), Mestrando em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Piauí, PI, Brasil.
*Autor correspondente: davileal000@outlook.com

A avaliação da fertilidade do solo, por meio de análise laboratorial, tanto em área de


caatinga preservada quanto em área de cultivo convencional, compreende passo
fundamental para o manejo quando almeja-se o estabelecimento de um sistema agroflorestal
(SAF), uma vez que é necessária para a validação da viabilidade quanto à adequação do solo,
sua fertilidade e relações ecossistêmicas. Com o propósito de transacionar uma área
de manejo agrícola de aproximadamente 90 anos para um sistema de manejo
agroflorestal, objetivou-se avaliar a fertilidade do solo no bioma caatinga em área de
vegetação nativa e em área de cultivo convencional de milho e feijão, relacionando-as
com base em valores referentes ao carbono orgânico total (COT), matéria orgânica
particulada (MOP), potencial hidrogeniônico (pH), fósforo (P) e saturação por bases (V
%). Iniciou-se pela coleta de solo na área de vegetação nativa preservada e na área de
cultivo convencional, ambas com dimensões de 50mx50m. A amostragem do solo foi
realizada, percorrendo a área em zig-zag de maneira representativa. Foram extraídas 5
amostras compostas em cada área e em cada profundidade (0,00m-0,05m; 0,05m-0,10m e;
0,10m-0,20m). Para o tratamento dos dados obtidos nas análises laboratoriais, esses foram
convertidos em médias, correspondentes às profundidades e aos seus respectivos valores de
importância para a pesquisa, sendo por fim realizadas análises comparativas entre os valores
obtidos. Inferiu-se ausência de discrepância significativa entre os valores de matéria MOP,
pH e P entre as áreas, sendo os valores de COT nas profundidades de 0,00m-0,05m e de
0,05m-0,10m e, o valor de V% na profundidade de 0,05m -0,10m os únicos a apresentarem
diferença quando comparadas tais profundidades nas duas áreas, com maiores valores em área
de cultivo convencional, sugerindo maior ocorrência de organismos decompositores e de
condições favoráveis à decomposição da matéria orgânica.

PALAVRAS-CHAVE: Agricultura familiar; Agricultura sintropica; Conservação do solo.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
41
PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS (PANC) ENCONTRADAS NA
COMUNIDADE DE SÍTIO POCINHOS, QUIXERÉ, CEARÁ: UMA ABORDAGEM
COM AGRICULTORES

Lídia Sousa Oliveira*, Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Ceará - UECE, CE,
Brasil.
João Paulo de Andrade Nunes, Prof. Me. Colaborador da UECE, CE, Brasil.
*Autor correspondente: lidinhasousa17@gmail.com

As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) são todas as plantas que possuem uma
ou mais partes comestíveis e que ainda não façam parte do cotidiano da maioria da
população. Esses vegetais apresentam variados benefícios nutricionais, econômicos e
ambientais. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi identificar e analisar a percepção dos
Agricultores de Sítio Pocinhos acerca das Plantas Alimentícias Não Convencionais
(PANC), após o uso de uma cartilha, como também caracterizar essas PANC quanto ao seu
valor nutricional, alimentício e econômico. Foram realizadas expedições de campo para a
identificação das espécies de PANC. Após a identificação das espécies, as mesmas foram
tabeladas e em seguida a cartilha foi confeccionada. Nela foram abordados os nutrientes,
formas de uso, partes comestíveis, formas de cultivos, receitas e fotos das espécies. O
material de apoio foi aplicado em uma oficina a uma Associação de Agricultores na
comunidade de Sítio Pocinhos- Ceará, para facilitar o reconhecimento das espécies de
PANC que ali existem. Em seguida, foi aplicado um questionário estruturado a fim
de conhecer a percepção dos agricultores a respeito dessas espécies e sua importância. No
total, 20 espécies de PANC foram encontradas nas ruas, como também no quintal de alguns
moradores, distribuídas em 20 gêneros e 14 famílias. As famílias mais presentes foram
Amaranthaceae (2 spp. cada), Cactaceae (3 spp. cada), Cucurbitaceae (2 spp. cada), Fabaceae
(2 spp. cada), Lamiaceae (2 spp. cada) e Rubiaceae (2 spp. cada). Enquanto as demais são
representadas por uma espécie cada. Frente a isso, foi possível notar que os agricultores
ampliaram seus conhecimentos sobre as PANC, rompendo dessa forma os
preconceitos com as espécies. A partir da cartilha, uma identificação das espécies será mais

acessível, como também uma possibilidade de melhora nos hábitos alimentares da comunidade.

PALAVRAS-CHAVE: Cartilha; Conhecimento tradicional; Nutrição.

Apoio: UFDPar/PIBIC/UFPI.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
42
ESPÉCIES DE Byrsonima Rich. ex Kunth (MALPIGHIACEAE): USOS E
POTENCIALIDADES

Ícaro Moreira Monteiro*, Discente do curso de Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta do
Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Luan Nascimento de Oliveira, Discente do curso de Ciências Biológicas pela UFDPar, PI, Brasil.
Ruanna Thaimires Brandão Souza, Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade
Federal do Piauí-UFPI, PI, Brasil.
Ivanilza Moreira de Andrade, Docente orientador do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da
UFDPar, PI, Brasil.
*Autor correspondente: icaro.monteiro@ufpi.edu.br

Malpighiaceae Juss. compreende 77 gêneros e cerca de 1.300 espécies distribuídas em regiões


tropicais e subtropicais. O Brasil é um dos países com maior número de espécies, 574 (349
endêmicas) distribuídas em 45 gêneros (três endêmicas). Sendo o
gênero Byrsonima Rich. ex Kunth um dos mais representativos e constituído por cerca de 150
espécies de árvores, arbustos ou subarbustos. No Brasil ocorrem em todos os Estados e nos
domínios fitogeográficos da Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica e são amplamente
cultivadas devido seus frutos serem comestíveis, propriedades medicinais, ornamentais entre
outras. Objetivou-se realizar um levantamento florístico sobre espécies do gênero Byrsonima
Rich. ex Kunth ocorrentes em Ilha Grande, Piauí, a fim de contribuir para a compreensão da
diversidade e utilidades do táxon na região. Foram realizadas excursões mensalmente,
totalizando três excursões na área de estudo onde foram coletadas espécies e utilizado
metodologias usuais para herborização de plantas vasculares. As espécies vegetais foram
determinadas por meio de chaves de identificação taxonômica, comparação com espécimes do
herbário HDELTA da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), site especializados
como SpeciesLink, bem como por meio de contato com especialistas em taxonomia. Os nomes
científicos dos táxons foram verificados usando a Lista de Espécies do site Flora of Brazil 2020
e o site Tropicos do Missouri Botanical Garden (2023). Foram registradas três espécies do
gênero sendo elas Byrsonima crassifólia (L) Kunth, Byrsonima vacciniifolia A.Juss. e
Byrsonima coccolobifolia Kunth. Essas espécies são bastante utilizadas em Bioma Caatinga
com diversas possibilidades de uso, seja para consumo humano (sendo o mais usual e comum
para o gênero Byrsonima através do consumo de seu fruto popularmente conhecido como
murici), forragem para animais, ornamentação e uso em tratamentos medicinais, atendendo
diretamente às populações. Os resultados obtidos ressaltam ainda a importância da conservação
de espécimes desta área para a manutenção da biodiversidade local.

PALAVRAS-CHAVE: Caatinga. Levantamento Florístico. Malpighiaceae.

Apoio: UFDPar/PIBIC/HDELTA/.

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43
LEVANTAMENTO DA ARBORIZAÇÃO DA PRAÇA ALEXANDRE ARRAES,
CRATO, SUL DO CEARÁ

Alana de Oliveira Silva*, Graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade Regional do Cariri - URCA,
CE, Brasil.
Mardônio Freitas Rodrigues Ferreira, Graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade Regional do
Cariri - URCA, CE, Brasil.
Maria Amanda Nobre Lisboa, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Diversidade
Biológica/Universidade Regional do Cariri - URCA, CE, Brasil.
João Tavares Calixto Júnior, Docente do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Regional do Cariri
- URCA, CE, Brasil.
*Autor correspondente: alana.oliveira@urca.br

A arborização urbana se configura como a presença de qualquer vegetação arbórea inserida


em espaços públicos e privados de uma cidade, e sua ausência ou mau planejamento
condiciona efeitos negativos como o aumento da temperatura. Dessa forma, este estudo que é
parte de um projeto mais amplo de mapeamento da flora urbana do Cariri cearense, objetivou
reconhecer a quantidade, qualidade e diversidade da arborização da praça Alexandre
Arraes (Praça do Bicentenário), uma das mais importantes da zona urbana do município de
Crato, sul do Ceará, para fins de monitoramento e manejo. As coletas foram realizadas entre
novembro de 2022 e março de 2023, o material botânico foi depositado no Herbário
Caririense Dárdano de Andrade Lima (HCDAL/URCA). Problemas de fitossanidade foram
observados e registrados em ficha específica. Foram registrados 63 indivíduos distribuídos
em nove famílias, dez gêneros e dez espécies, sendo 70% exóticas e 30% nativas.
Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos apresentou a maior quantidade de
indivíduos (26) representando 41% do total, seguida por Pachira aquatica Aubl. e Ficus
retusa L., com (12) 19% e (10) 16% respectivamente. As demais apresentaram entre um e
cinco indivíduos. Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong., Mangifera indica L.,
Moquilea tomentosa Benth. e Terminalia catappa L. estão representadas por indivíduos de
grande porte (acima de 15m) e apresentam risco de acidentes com fiação elétrica. Em
relação ao status de conservação, todas as espécies presentes no local de estudo não estão
avaliadas quanto ao grau de ameaça. Foi observada a necessidade de realização de poda
periódica devido ao tamanho acentuado de alguns indivíduos, assim como enraizamento
adventício que pode provocar acidentes. Sugere-se que um plano de manejo seja elaborado e
executado visando o melhoramento da arborização da Praça Alexandre Arraes no que diz
respeito ao incremento de novas espécies e indivíduos e correção de problemas
existentes.

PALAVRAS-CHAVE: Arborização Urbana; Espaço verde urbano; Flora de Praças.

Apoio: FUNCAP/PIBIC/URCA.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
44
O GÊNERO Combretum (Combretaceae) NO LITORAL DO PIAUÍ: UMA REVISÃO

Vera Lúcia Rocha da Silva*, Mestranda em Biotecnologia pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba,
PI, Brasil.
Alessandra Souza dos Santos, Mestranda em Biotecnologia pela Universidade Federal do Delta do
Parnaíba, PI, Brasil.
Ivanilza Moreira de Andrade, Docente orientadora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas pela
Universidade Federal do Delta do Parnaíba, PI, Brasil.
*Autor correspondente: veraluciabiosphb@outlook.com

Combretum Loefl., pertencente à família Combretaceae, é um gênero de árvores, arbustos e


lianas nativas, não endêmico, presente em todos os domínios fitogeográficos do Brasil,
principalmente no bioma Caatinga. No Brasil, ocorrem 22 espécies (nove no estado do
Piauí). Algumas são utilizadas como anti-inflamatórias, antitumorais e antidiarreicas.
Assim, objetivou-se realizar um levantamento bibliográfico sobre gênero Combretum
no litoral piauiense e verificar seus usos etnobotânicos e aplicações biológicas. Na busca de
espécies de Combretum depositadas no Herbário HDELTA utilizou-se a plataforma
specieslink.net. Na pesquisa bibliográfica, para obter os trabalhos etnobotânicos usou-se os
descritores (nome da espécie AND etnobotânica), em português, inglês e espanhol e para as
atividades biológicas, usou-se os termos “nome da espécie” e “atividade biológica” (em
português, inglês e espanhol), presentes no título, resumo, palavras-chave e texto na íntegra.
Foram registradas seis espécies de Combretum (C. leprosum Mart., C. lanceolatum Pohl ex
Eichler, C. fruticosum (Loefl.) Stuntz, C. indicum (L.) Jongkind, C. mellifluum
Eichler e C. rotundifolium Rich.), predominando nas cidades de Parnaíba e Cajueiro da
Praia. As publicações etnobotânicas (1989 a 2023) mostraram o maior número de trabalhos
para C. indicum (11), seguido de C. fruticosum (seis) e C. leprosum (seis), principalmente
como medicinais. C. leprosum apresentou o maior índice de atividades biológicas (anti-
inflamatória, anti leishmaniose, antitumoral e cicatrizante. As publicações ocorreram
sobretudo nas revistas Ethnobotany Research & Applications, Functional Ecosystems and
Communities e Rev. Bras. Farmacogn. (etnobotânica, duas cada) e no repositório da
Universidade Federal do Mato Grosso (atividade biológica, duas). Diante dos usos populares
e a comprovação da potencialidade farmacológica para o gênero, necessita-se ampliar as
pesquisas, para novas descobertas, possibilitando o uso mais seguro para tratar doenças,
melhorando a qualidade de vida.

PALAVRAS-CHAVE: Etnoconhecimento; Flora; Medicinais.

Apoio: UFDPar/HDELTA/PROPOPI.

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45
LEVANTAMENTO FLORISTICO DA FAMÍLIA ANACARDIACEAE R.Br.: USOS E
POTENCIALIDADES DE ESPÉCIES NO SEMIÁRIDO

Josequias de Oliveira Souza*, Discente do curso de Ciências Biológicas pela Universidade Federal do
Delta do Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Nathalia Louise Nascimento Marques*, Discente do curso de Ciências Biológicas pela Universidade
Federal do Delta do Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Ruanna Thaimires Brandão Souza, Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente/UFPI, Brasil.
Ivanilza Moreira de Andrade, Docente orientadora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas pela
Universidade Federal do Delta do Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
*Autor correspondente: josequias.phb@ufpi.edu.br

A família Anacardiaceae é uma das famílias de angiospermas que apresenta espécies com
importância econômica por fornecerem frutos comestíveis, madeiras úteis e propriedades
medicinais. Sabe-se que da semente do cajueiro (Anacardium occidentale L.) obtém-se a
castanha-de-caju, enquanto o pedicelo frutífero suculento é comercializado in natura. Entre as
espécies que apresentam madeira de boa qualidade estão o gonçalo-alves (Astronium
fraxinifolium Schott ex Spreng.), o guaritá (Astronium graveolens Jacq.),a aroeira (Astronium
urundeuva (M.Allemão) Engl.),a aroeira-branca (Lithraea molleoides (Vell.) Engl.) e a braúna
(Schinopsis brasiliensis Engl.). Diante do exposto, objetivou-se com este estudo realizar o
levantamento das espécies de Anacardiaceae no município de Ilha Grande, Piauí, a fim de
verificar quais táxons pertencentes a família são utilizadas pela comunidade no Semiárido.
Foram realizadas excursões mensalmente, totalizando três excursões na área de estudo onde
foram coletadas espécies e utilizado metodologias usuais para herborização de espécies
vegetais. A flora do município foi determinada por meio de chaves de identificação taxonômica
e por comparação com espécimes do herbário HDELTA da Universidade Federal do Delta do
Parnaíba (UFDPar), bem como por meio de contato com especialistas em taxonomia. Os nomes
científicos dos táxons foram verificados usando a Lista de Espécies do site Flora of Brazil 2020
e o site Tropicos do Missouri Botanical Garden. Foram registradas cinco espécies distribuídas
em três gêneros, sendo elas Anacardium occidentale L. (caju), Mangifera indica L. (manga),
Spondias mombin L. (cajá), Spondias tuberosa Arruda (umbu) e a Spondias purpurea L.
(seriguela). Conclui-se a importância dessas excursões para o levantamento florístico, visando
estudos de espécies utilizadas para diversas finalidades no Semiárido.

PALAVRAS-CHAVE: Anacardiaceae; Flora; Semiárido.

Apoio: UFDPar/HDELTA.

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46
FLORA ARBÓREA DO HORTO MEDFLORA DA UFDPAR

Nathalia Louise Nascimento Marques*, Discente do curso de Ciências Biológicas pela Universidade
Federal do Delta do Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Rosângela Castro Silva, Discente do curso de Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta do
Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Alessandra Souza dos Santos, Especialista em Biodiversidade e Conservação, UESPI, PI, Brasil. Ivanilza
Moreira de Andrade, Docente orientadora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFDPar, PI,
Brasil.
*
Autor correspondente: nathalialouise.marques@gmail.com

O Horto MedFlora (Prof. Afrânio Gomes Fernandes) é um espaço dedicado ao cultivo de


representantes vegetais que engloba vertentes medicinais, comestíveis e ornamentais. Inclui
táxons naturalizados e nativos, como da restinga e caatinga. O mesmo possui importância
significativa no estudo científico e divulgação de conhecimento sobre seus usos, além de
produzir e permutar mudas para a comunidade em geral. Objetivou-se conhecer a flora arbórea
do Horto Medflora, da UFDPar. Inicialmente foram identificadas e listadas as espécies arbóreas
cultivadas e propagadas no horto. Estas foram classificadas quanto ao uso, origem, distribuição
geográfica e períodos de floração e frutificação. Foram obtidas 13 espécies, distribuídas em 12
gêneros e 7 famílias. As famílias mais representativas em número de espécies foram: Fabaceae
(Cenostigma pyramidale (Tul.) E. Gagnon & G.P. Lewis; Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf.
- Flamboyant; Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz - Jucá; Tamarindus indica L. -
Tamarindo), seguida de Myrtaceae (3) e Bignoniaceae (2). A origem dos táxons é nativa (6
ssp.) e cultivada (5 ssp.). A maioria (6 ssp.) é originária do Brasil e México (3 ssp.). O uso
alimentício predominou (7 ssp.), florescendo entre março e novembro e com frutificação o ano
inteiro. A incidência de espécies alimentícias expõe a importância do Horto MedFlora para a
comunidade em geral. A produção de mudas auxilia na transmissão do conhecimento
(empírico/científico) aos visitantes e usuários e na preservação dessas cultivares. Assim, faz-se
necessária a expansão deste espaço para ampliar a diversidade vegetal cultivada, incluindo as
nativas da região (medicinal, alimentícia e pancs).

PALAVRAS-CHAVE: Árvores; Consumo humano; Hortas urbanas.

Apoio: UFDPar/PIBEX/HDELTA.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
47
RELAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO E O BEM ESTAR DO AMBIENTE NA REGIÃO
NORDESTE

Mardonio Freitas Rodrigues Ferreira, Graduando em Ciências biológicas pela Universidade Regional do
Cariri - URCA, CE, Brasil.
Alana de Oliveira Silva, Graduanda em Ciências biológicas pela Universidade Regional do Cariri - URCA,
CE, Brasil.
Maria Amanda Nobre Lisboa, Bacharel em Ciências biológicas pela Universidade Regional do Cariri -
URCA, CE, Brasil.
Arthur da Silva Nascimento, Bacharel em Ciências biológicas pela Universidade Regional do Cariri -
URCA, CE, Brasil.

Tratando das funcionalidades e relevância que a arborização apresenta à sociedade, torna-


se evidente muitos benefícios que são proporcionados ao nordeste, pois relacionam-se ao
conforto térmico, saúde da população e melhora da qualidade do solo, do ar e da água
nos centros urbanos. Ressaltando também a necessidade de políticas públicas em prol da
ampliação de áreas verdes nos centros urbanos. Este trabalho busca destacar a conexão
entre a importância da arborização e o amplo bem estar do ambiente, tendo em vista que
os aspectos fundamentais para o equilíbrio dos espaços urbanos são dependentes de áreas
verdes que atuam como fator de regulação, melhorando também a qualidade de vida da
população. O presente trabalho compõe-se da análise de estudos que abordam a
arborização urbana na região Nordeste. Identificou-se, no período de 2012 e 2020, 7
publicações, que tratam da arborização no Nordeste em 7 periódicos: a Revista Brasileira de
Gestão Ambiental e Sustentabilidade, Revista Terra & Cultura, Revista Casa da Geografia de
Sobral, Revista Brasileira de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, Revista da Sociedade
Brasileira de Arborização Urbana, Revista Terr@ Plural, Revista Agropecuária Científica
no Semiárido , além do Repositório Institucional Universidade Federal do Ceará,a revista
Monografias Ambientais, Diário do Nordeste, Anais do Congresso Brasileiro de Gestão
Ambiental e Sustentabilidade e Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia
Ambiental. Os trabalhos analisados foram desenvolvidos em 4 estados do Nordeste:
Ceará, Paraíba, Pernambuco e Piauí, nas cidades: Fortaleza, Patos, Tuparetama e Sobral.
Nos trabalhos foram feitas análises quantitativas e qualitativas, malefícios das plantas exóticas,
levantamentos florísticos, planejamentos arbóreos e a pertinência de áreas verdes para a
população. Observou-se os benefícios que são proporcionados ao ambiente da região, tendo
em vista os aspectos climáticos associados ao Nordeste, assim como a importância do
planejamento para a implantação das áreas verdes, garantindo uma boa qualidade de vida.

PALAVRAS-CHAVE: Arborização Urbana; Caatinga; Nordeste.

Apoio: PIBIC/URCA.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
48
MAPEAMENTO CIENTÍFICO DE Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. (FABACEAE)

Ana Luzia de Oliveira Nunes*, Graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta do
Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Davi Nascimento Costa, Doutorando em Biotecnologia, UFC, CE, Brasil.
Ruanna Thaimires Brandão Souza, Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente, UFPI, PI, Brasil.
Ivanilza Moreira de Andrade, Docente orientadora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da
UFDPar, PI, Brasil.
*
Autor correspondente: analuzia@ufpi.edu.br

Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf., conhecida popularmente como Flamboyant é uma
espécie arbórea exótica, pertencente à família Fabaceae Lindl., amplamente cultivada no
Brasil, por seu valor ornamental, sendo utilizada na arborização urbana em diferentes
ambientes, inclusive no semiárido. Diante disso, objetivou-se realizar um mapeamento
científico sobre o táxon. Trata-se de uma pesquisa quantitativa de caráter exploratório. A
pesquisa ocorreu em março de 2023. Realizaram-se buscas na base internacional de artigos
Scopus, e os descritores utilizados foram: “Delonix regia” sendo incluídos artigos
encontrados nos campos de busca “Título” e/ou “Resumo”. Analisados de acordo com
anos, áreas de publicação. Realizou-se também o mapeamento dos termos mais
relevantes que são agrupados de acordo com o critério de coocorrência, gerando um
mapa pelo software VOSviewer. Os dados foram tabulados em Excel 2019 (Microsoft).
Foram encontrados no total 504 artigos. As indexações registradas na base de dados
iniciaram em 1951 (n= 1), alcançando limiar em 2022 (n= 57). As áreas de publicação mais
representativas foram: Agricultura e Ciências Biológicas (19,1%), Ciências Ambientais
(12,7%) e Bioquímica (11,1%). Quanto ao mapeamento dos termos relevantes (que aparecem
em destaque no mapa de coocorrência), foram identificados 134 termos, que destacam
propriedades medicinais como: Antioxidantes (“Antioxidants”), Fitoquímica
(“Phytochemistry”) e investigação sobre os Flavonoides presentes na espécie (“Flavonoid”).
Conclui-se, portanto com esta revisão, que pesquisas envolvendo D. regia, são de notável
relevância, tendo em vista o expressivo número de artigos encontrados no mapeamento.
Evidencia-se também, a necessidade de investigar o potencial ornamental, propriedades
medicinais e fitoterápicas da espécie, para contribuir com o avanço científico e tecnológico.

PALAVRAS-CHAVE: Flamboyant; Leguminosas; Plantas Ornamentais.

Apoio: UFDPar/HDelta/Lamove.

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49
O GÊNERO IPOMOEA L. (CONVOLVULACEAE) NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA
RASO DA CATARINA, BAHIA, BRASIL

Juthaí Araújo Santos Teixeira*, Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade


Vegetal pela Universidade do Estado da Bahia, Brasil.
Adilva de Souza Conceição, Docente orientadora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas e do
Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal (PPGBVeg/UNEB) pela Universidade do Estado
da Bahia, BA, Brasil.
*Autor correspondente: juthaiaraujo2015@gmail.com

O gênero Ipomoea L. inclui cerca de 700 espécies no globo, distribuídas principalmente nas
regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, o gênero está representado por 160 espécies, dentre
estas, 64 táxons são endêmicos do país. A Estação Ecológica Raso da Catarina, é uma das
maiores áreas protegidas do bioma Caatinga, que obriga uma biodiversidade rica e peculiar,
com área total de 105.282,00 ha, com coordenadas 38º44’00" a 39º29’20" W e 9º33’13" a
9º54’30" S. Com o objetivo de conhecer a flora e, acrescentar informações que viabilizem ações
para conservação e desenvolvimento sustentável da região, foi realizado o levantamento
florístico do gênero Ipomoea na Estação Ecológica Raso da Catarina. As coletas foram
realizadas mensalmente, no período de Abril/2022 a Fevereiro/2023. Durante as coletas foram
feitas anotações sobre o hábito, coloração das partes florais, período de floração e frutificação
entre outros. O material testemunho encontra-se depositado no herbário da Universidade do
Estado da Bahia – HUNEB (Coleção Paulo Afonso). As identificações dos espécimes foram
realizadas com base em coletas, análise do material botânico e bibliografias especializadas. O
gênero Ipomoea está representado na área de estudo por quatro espécies: I. bahiensis Willd. ex
Roem. & Schult., I. brasiliana (Choisy) Meisn., I. incarnata (Vahl) Choisy, e I. rosea Choisy.
Sendo I. brasiliana e I. incarnata as mais representativas na área de estudo. Dentre os táxons
catalogados na área de pesquisa I. bahiensis, I. brasiliana e I. rosea são exclusivos do Brasil,
onde a última espécie citada é endêmica do Nordeste. Os espécimes ocorrem em áreas
predominantemente abertas e conservadas sobre Caatinga arbustiva, com populações densas. A
catalogação das espécies do gênero Ipomoea L., contribuirá para o conhecimento da
biodiversidade vegetal da Estação Ecológica Raso da Catarina, e fornecerá subsídios científicos
para a conservação, preservação e exploração sustentável das espécies do gênero.

PALAVRAS-CHAVE: Florística; Semiárido; Caatinga.

Apoio: FAPESB/ UNEB.

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50
A INFLUÊNCIA DA CEGUEIRA BOTÂNICA NA CONSERVAÇÃO DA CAATINGA

Keila Raianny Batista da Fonseca*, Licenciandas em Ciências Biológicas pelo Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará- IFCE, CE, Brasil.
Josefa Beatriz Lourenço Alexandre, Licenciandas em Ciências Biológicas pelo Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará- IFCE, CE, Brasil.
Juliana Rodrigues de Sousa, Docente orientador do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do IFCE,
CE, Brasil.
*
Autor correspondente: keilajbe3@gmail.com

A cegueira botânica é um termo utilizado para nomear a incapacidade de reconhecer


a importância das plantas. Essa incapacidade está indiretamente relacionada ao
desmatamento e à degradação de ecossistemas, inclusive os da Caatinga. Por conseguinte, o
combate à cegueira botânica poderia representar uma alternativa para a conservação. Diante
do exposto, a presente pesquisa teve como objetivo identificar alternativas educacionais
que possam amenizar tal incapacidade. Para isso, foi realizado um estudo bibliográfico
observando em revistas sobre educação trabalhos que abordavam o ensino de botânica
e de ciências. Posteriormente, selecionamos e analisamos 16 artigos que tinham como
foco as estatísticas de aprendizagem dos alunos para as atuais metodologias de ensino
empregadas durante o ensino básico. Observou-se que, as aulas destinadas a essa área
têm se mostrado muito teóricas, pouco motivadoras e com poucas experiências de
laboratório e de campo, o que as torna desestimulantes para os alunos, pela
forma descontextualizada que os conteúdos são ministrados. Considerando que o
principal meio para a transformação da sociedade é a educação, percebemos a
necessidade da reformulação do ensino da botânica, pois a sua abordagem precisa
avançar para alcançar uma aprendizagem significativa nos alunos sobre o tema e possibilitar
a construção de consciência sobre o papel e a importância das plantas. A inserção de
metodologias diversificadas, como, por exemplo, jogos didáticos, paráfrase e tirinhas
ajudam na apresentação de conteúdos de forma mais dinâmica. Materiais
contextualizados e que correspondam à realidade do cenário pedagógico contemporâneo facilita
o processo de ensino-aprendizagem gerando significação dos conceitos botânicos e maior
familiaridade dos alunos com os conteúdos, tornando-os capazes de enxergar a sua importância.
Dessa forma, acreditamos que a utilização de meios didáticos que possibilitem essa geração de
significados possa facilitar o processo de construção do conhecimento, diminuindo a cegueira
botânica e consequentemente possa contribuir com a preservação da Caatinga.

PALAVRAS-CHAVE: Educação; Ensino de Botânica; Conscientização.

Apoio: IFCE campus Jaguaribe

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51
RESUMOS SIMPLES

Área Temática:

Conservação e Meio Ambiente


(Ecologia)

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52
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DE RIOS EM DUAS UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO DA CAATINGA, NO PIAUÍ

Wellyson Luis Prado Teixeira, Graduando em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Piauí -
UFPI, Teresina-PI, Brasil.
Ada Lopes de Araújo, Graduando em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Piauí - UFPI,
Teresina-PI, Brasil.
Marlete Moreira Mendes Ivanov*, Docente orientadora do Curso de Graduação em Ciências Biológicas da
UFPI, Teresina-PI, Brasil.
*Autor correspondente: mendes758@hotmail.com

As Unidades de Conservação (UCs) são áreas destinadas à preservação dos recursos


naturais, entre eles os cursos d’água e nascentes. O Código Florestal traz as regras quanto à
largura das Áreas de Preservação Permanente (APP) de rios e nascentes, as quais variam de
acordo com a largura do rio. É esperado que as APPs de rios dentro de UCs apresentem-se
conservadas. O objetivo deste trabalho foi realizar o mapeamento dos principais rios de
duas UCs da esfera estadual do estado do Piauí: as Áreas de Preservação Ambiental (APA)
das Nascentes do rio Longá (transição Cerrado/Caatinga) e das Nascentes do Rio
Canindé (Caatinga). O mapeamento foi realizado no QGIS. Primeiro foram criados os
arquivos shape (.shp) das UCs. Após confecção dos polígonos, selecionou-se a imagem de
satélite no plugin HCMGIS que, juntamente com os dados dos cursos d’água do Piauí
fornecidos no site da ANA, serviu para delimitar o curso do rio. Após isso, foi feito o buffer
da largura do rio e em seguida o buffer das APPs tendo como base as larguras do rio ao longo
do seu curso. A APA das Nascentes do Rio Canindé apresentou largura máxima de 18m,
mínima de 4m e média de 7,7m, enquanto a do Rio Longá apresentou 11m, 4m e 6,75m,
respectivamente para os mesmos parâmetros. Para os trechos do rio com até 10m de largura, o
Código Florestal estabelece APP de 30m; para largura de 10 a 50m, APP de 50m. O que se
observou foi que há trechos desmatados na APA Longá e que alguns deles não estão de
acordo com o Código quanto à largura da APP. Na APA do Rio Canindé foram observados
extensos trechos com desmatamento, inclusive abrangendo áreas de APP. Entende-se, assim,
que nem mesmo dentro de UCs a mata ciliar está sendo preservada como deveria.

PALAVRAS-CHAVE: Áreas preservadas, Geoprocessamento, Mapeamento, Matas Ciliares.

Apoio: ICV/UFPI.

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53
FLORA MELITÓFILA DO HORTO MEDFLORA DA UFDPar: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA

João Paulo Rocha do Amaral*, Discente do curso de Ciências Biológicas pela Universidade Federal do
Delta do Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Alessandra Souza dos Santos, Especialista em Biodiversidade e Conservação, UESPI, PI, Brasil. Ivanilza
Moreira de Andrade, Docente orientadora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFDPar, PI,
Brasil.
*
Autor correspondente: joao.amaral@ufpi.edu.br

A Caatinga abriga uma grande diversidade de espécies de insetos, incluindo


Hymenoptera (abelhas), Lepidoptera, Coleoptera, Diptera e Hemiptera, entre outros,
responsáveis pela polinização de até 90% das espécies de plantas na região, incluindo muitas
espécies endêmicas. Frente a isso, objetivou-se realizar uma revisão bibliográfica sobre a flora
apícola de plantas do semiárido cultivadas no Horto Medflora Prof. Afrânio Gomes
Fernandes. Foram usados os táxons nativos, com identificação confirmada, (Cactaceae -
Hylocereus undatus (Haw.) Britton & Rose - Pitaia); Fabaceae - Libidibia ferrea (Mart. ex
Tul.) L.P.Queiroz - Jucá); Myrtaceae - Eugenia uniflora L. - Pitanga) e Nyctaginaceae
- Bougainvillea spectabilis Willd. - Bougainvillea). Para a busca bibliográfica usou-se os
descritores: "Nome científico da espécie AND Pollinator OR floral visitors OR flower
visitors". Obteve-se 22 espécies da ordem Hymenoptera, distribuídas nas famílias Apidae
(17 ssp.), Halictidae e Colletidae (três e uma ssp., respectivamente). Os táxons mais citados
foram Apis mellifera (Linnaeus, 1758) e Trigona spinipes (Fabricius, 1793), cada um com
oito citações. T. spinipes é visitante de todas as espécies de plantas listadas, sendo
mais frequente na pitaia (quatro citações). A maior diversidade de espécies de
visitantes florais foi observada na Pitanga (13) e no Jucá (11). As abelhas polinizam as
quatro espécies analisadas, mostrando ser um importante polinizador no bioma caatinga. O
estudo destaca a importância dos insetos polinizadores para a preservação da biodiversidade
na região e identifica a presença de diversas espécies apícolas polinizadoras eficazes das
plantas estudadas. A pesquisa também destaca a necessidade de conservação dessas espécies de
plantas e de seus polinizadores para a manutenção da diversidade biológica no semiárido.

PALAVRAS-CHAVE: Apícola; Caatinga, Fauna entomológica.

Apoio: UFDPar/PIBEX/HDELTA.

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54
ATIVIDADE DE CAÇA EM COMUNIDADES RURAIS DA REGIÃO SUDESTE DO
PIAUÍ

Kamila Fernanda Albuquerque Gonçalves*, Graduandos do Curso de Licenciatura em Educação do


Campo, Ciências da Natureza. Universidade Federal do Piauí, campus Senador Helvídio Nunes de Barros. Picos,
Piauí.
Lucas Ariel Sousa Aguiar, Graduandos do Curso de Licenciatura em Educação do Campo, Ciências da
Natureza. Universidade Federal do Piauí, campus Senador Helvídio Nunes de Barros. Picos, Piauí.
Vanessa Silva de Jesus, Graduandos do Curso de Licenciatura em Educação do Campo, Ciências da
Natureza. Universidade Federal do Piauí, campus Senador Helvídio Nunes de Barros. Picos, Piauí.
Tamaris Gimenez Pinheiro, Docente do Curso de Licenciatura em Educação do Campo, Ciências da
Natureza. Universidade Federal do Piauí, campus Senador Helvídio Nunes de Barros. Picos, Piauí.
*
Autora correspondente: k.albuquerque@ufpi.edu.br

Embora os animais silvestres sejam protegidos por leis como Lei N. 5.197/1967,
Constituição Federal e Lei N. 9.605/98, a caça é uma atividade comum, principalmente entre
os moradores de comunidades rurais. Sendo assim, o presente trabalho objetivou investigar a
motivação dos caçadores para a prática. A pesquisa foi realizada com moradores dos
municípios de Itainópolis e Isaias Coelho, Piauí, mediante entrevistas semiestruturadas.
Participaram da pesquisa nove indivíduos, com idade média de 45 anos. Cinco deles
afirmaram possuir apenas o ensino fundamental incompleto, três são analfabetos e um
possui o ensino médio. A renda mensal declarada é de até um salário mínimo. O tempo que
exercem a caça variou de seis a 35 anos e a média de caçadas mensais é de seis vezes. Os
animais citados como os mais caçados foram: tatupeba, tatu china, lapixo, gambá, cutia e
caititu. O período considerado melhor para caça é o verão, época da seca na região. Apenas
dois entrevistados responderam que não consomem a carne dos animais provenientes da
caça, enquanto cinco afirmaram utilizar os animais caçados para fins medicinais, além da
alimentação. Nenhum dos entrevistados citou que praticava a caça por conta dos animais
serem prejudiciais para suas lavouras ou criação. Somente um dos participantes citou que
comercializava os animais caçados, esse também foi o único a responder que caçava por
necessidade, enquanto os demais enfatizaram que caçavam por lazer. Sete participantes
destacaram que a caçada contribui para a saúde física e mental. Os resultados sugerem
que a caça nos municípios investigados é frequente e motivada principalmente pelo lazer, e
não por necessidade alimentar ou à prevenção de danos. É importante que o poder público
fiscalize, crie espaços alternativos de lazer e promovam a sensibilização dos moradores sobre
a importância da conservação desses animais para o equilíbrio e saúde ambiental e
humana.

PALAVRAS-CHAVE: Animais silvestres; Caatinga; Conservação da biodiversidade.

Apoio: UFPI/CSHNB.

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55
ANÁLISE DA DIVERSIDADE DA COMUNIDADE ARBÓREA E ARBUSTIVA EM
CERRADO EM REGENERAÇÃO APÓS DESMATAMENTO E PLANTIO
AGRICOLA NO NORDESTE BRASILEIRO

Ronaldo de Araújo Ibiapina*, Mestrando em Biodiversidade e Conservação-PPGBC pela Universidade


Federal do Piauí-UFPI.
Rodrigo Ferreira de Morais, Docente orientador do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e
Conservação-PPGBC na Universidade Federal do Piauí-UFPI.
Autor* correspondente: dearaujo33ib@gmail.com

O estudo da diversidade em áreas em regeneração no Cerrado stricto sensu, pode fornecer


informações mais robustas para implantação de políticas e programas de recuperação de áreas
degradadas. O objetivo foi amostrar a comunidade arbórea e arbustiva em áreas com
diferentes estágios de regeneração após desmatamento e plantio agrícola e, explorar a
diversidade alfa, por meio de estimador de riqueza, rarefação e ranque de distribuição das
abundâncias e, a diversidade beta, por meio da sua partição em turnover e aninhamento e,
análise de similaridade, no município de Boa Hora - PI. O estudo foi realizado em três áreas
de Cerrado stricto sensu: 18 anos em regeneração, 35 anos em regeneração e uma área sem
relato de desmatamento pelo proprietário. Em cada área foi montada uma parcela de 50x50 m
que, foi posteriormente subdividida em subparcelas de 10x10 m. Foram amostrados todos os
indivíduos com Perímetro à Altura do Solo ≥ 10 cm. Na área com 18 anos em
regeneração foram amostrados 780 indivíduos, 16 famílias e 28 espécies. Na área com 35
anos em regeneração foram amostrados 972 indivíduos, 17 famílias e 31 espécies. Na área
sem histórico de desmatamento foram amostrados 747 indivíduos, 20 famílias e 33 espécies.
Na rarefação, não foram verificas sobreposições das curvas e dos seus intervalos de confiança
entre as áreas, evidenciando similaridade na riqueza. Nas três áreas, o raque das abundâncias
evidenciou que a diversidade é influenciada pela equabilidade com poucas espécies
dominantes e muitas espécies raras. Verificamos diferenças na composição de espécies entre
as áreas (MNDS stress = 0,199; PERMANOVA = R2 0,399 e p>0,001). A diferença na
composição de espécies foi mais determinada pelo turnover (0,95), do que pelo aninhamento
(0,010). Destacamos que o desmatamento e agricultura em área de Cerrado influenciam na
composição de espécies ocasionando a substituição das comunidades locais.

PALAVRAS-CHAVE: Diversidade beta; Florística; Sucessão ecológica.

Apoio: UFPI/UESPI/CAPES.

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56
MUDANÇA TEMPORAL E ESPACIAL DO BANCO DE SEMENTES EM ÁREA DE
TRANSIÇÃO CERRADO CAATINGA EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE
REGENERAÇÃO

Elton Janson da Cunha Lustosa Filho*, Universidade Estadual do Piauí - UESPI Campus Corrente, PI,
Brasil.
Rodrigo Ferreira de Morais, Universidade Estadual do Piauí - UESPI Campus Corrente, PI, Brasil.
*
Autor correspondente: eltonjanson2020@gmail.com

O banco de sementes pode ser considerado como a última instância de regeneração


das comunidades vegetais, e a presença de sementes viáveis no solo determinam a
direção da sucessão. Esta pesquisa visa responder as seguintes perguntas: Áreas mais
conservadas apresentam maior riqueza e densidade do banco de sementes? A diversidade
do banco de sementes para áreas conservadas será determinada pela equabilidade das
abundâncias e nas áreas iniciais pela dominância? O tempo de regeneração influencia na
composição de espécies, sendo a dissimilaridade influenciada pelo turnover? Duas
propriedades foram selecionadas, sendo duas áreas de cerrado regenerado (inicial e
intermediária) e uma área sem histórico de desmatamento (primária). Em cada área foi
implantada uma parcela com dimensões de 50 × 50 m e subdivididas em 25 subparcelas de
10 x 10 m. Foram 15 Unidades amostrais para cada área. Emergiram no banco de sementes
na área intermediária 2.615 indivíduos, área inicial com 2.449 indivíduos e área primária
2.273 indivíduos. As áreas em sucessão primária foram amostradas 41 espécies, seguindo
da intermediária com 40 espécies e sucessão inicial com 32 espécies. O estimador de riqueza
de Jackknife I foi menor para inicial (45±3 espécies) e maior para primária (60±4 espécies).
Os ranques das abundâncias evidenciaram que a diversidade das espécies foi influenciada pela
equidade das abundâncias para as três áreas. Houve diferenças na composição de espécies
entre as áreas (Permanova p= 0,001). A análise de diversidade beta evidenciou que a
mudança na composição de espécies foi influenciada pelo turnover (0,94 ou 94%). Nossa
pesquisa evidenciou que áreas em sucessão inicial apresentaram menor riqueza de espécies
quando comparados com as áreas em sucessão primária e intermediária. A diversidade do
banco de sementes para as áreas primárias e secundárias foi influenciada pela equidade das
abundâncias, onde as espécies dominantes influenciam no adensamento da comunidade e as
espécies com pouco indivíduos influenciam no incremento da riqueza local. As diferenças na
composição de espécies, sendo o turnover com maior influência na diversidade beta, é um
indicativo que o desmatamento e agricultura em áreas de ecótonos Cerrado Caatinga, podem
influenciar na formação e composição de banco de sementes persistentes.

PALAVRAS-CHAVE: Diversidade, Ecótono, Sucessão ecológica.

Apoio: PIBIC/UESPI.

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RESUMOS SIMPLES

Área Temática:

Ensino de Ciências

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58
UTILIZAÇÃO DE EXSICATAS (PLANTAS DA CAATINGA) COMO
METODOLOGIA PARA ALUNOS NO ENSINO DE BOTÂNICA

Louridânya da Silva e Sousa*, Docente (Professora de Ciências) da Rede Estadual de Ensino do Piauí, PI,
Brasil.
Lidiane Chagas de Carvalho, Profa. Colaboradora (Coordenadora da escola) da Rede Estadual de
Ensino do Piauí, PI, Brasil.
*
Autor correspondente: loury_dany@hotmail.com

As plantas são organismo de extrema importância para o Planeta fazendo parte do cotidiano
dos indivíduos que as utilizam amplamente pelas suas propriedades. No entanto, a botânica
enfrenta problemáticas quanto ao ensino e aprendizagem devido a sua complexidade,
apresentação e a relação dos alunos aos objetos de conhecimentos relacionados. As
exsicatas são amostras de plantas coletadas, prensadas, desidratadas e montada em papéis não
específicos para fins científicos. Dessa maneira, esse trabalho avaliou a utilização de
exsicatas como metodologia nas aulas de botânica. A metodologia de ensino foi desenvolvida
durante 03 (três) aulas ministradas para as turmas de 8° ano (A e B) com 27 e 26 alunos
respectivamente, estudantes do Ensino Fundamental da Educação Básica da Escola
Estadual Aprígio Pereira Bezerra da cidade de São Julião - PI, do componente curricular de
Ciências. A atividade iniciou-se com uma aula expositiva e dialogada, desenho da
estrutura floral, reconhecimento das estruturas presente na flor, além da produção das
exsicatas (plantas da caatinga) pelos próprios alunos e para finalizar o trabalho, uma
atividade avaliativa sobre as flores. Observou-se interesse e participação dos discente em
relação ao uso das exsicatas e as aulas foram muito bem avaliadas com resultados
equivalentes às perspectivas planejadas. Dessa forma, a metodologia utilizando as
exsicatas no ensino de botânica mostrou-se uma ferramenta crucial, viável e acessível que
pode ser utilizada para obter atenção e envolvimento dos estudantes para alcançar os objetivos
desejados de aprendizagem.

PALAVRAS-CHAVE: Botânica; Ensino; Exsicata.

Apoio: SEDUC/APB.

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59
AS RIQUEZAS DA CAATINGA

Alexandra do Nascimento Gomes*, Esp. em Docência do Ensino Superior pelo Instituto Superior de
Educação Programus- ISEPRO, PI, Brasil.
Vera Lúcia Rocha da Silva, Mestranda em Biotecnologia pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba,
Piauí, Brasil.
Jessica Maria Torres de Sousa Nascimento, Mestranda em Biotecnologia pela Universidade Federal do
Delta do Parnaíba, Piauí, Brasil.
Thaynara Fontenele de Oliveira, Esp. em Gestão e Docência do Ensino Superior-FID, PI.
Autor correspondente: profalexandrag@gmail.com

O Brasil é um país com variações de clima que favorecem a existência de diferentes


ecossistemas e de rica biodiversidade. No entanto, esses ambientes são explorados de maneira
não sustentável, ameaçando a existência de muitas espécies. A caatinga, por exemplo, é
ameaçada pelo desmatamento e outros impactos. Ações de sensibilização sobre a relevância
do bioma e dos impactos que o ameaçam fazem-se cada vez mais urgentes e a escola é um
excelente espaço para promover essas discussões. Este trabalho, objetivou ampliar o
conhecimento dos discentes sobre o bioma Caatinga e ainda investigar os conhecimentos
prévios dos discentes acerca do tema proposto e apresentar o bioma Caatinga de forma
diversificada e ativa.. A atividade foi desenvolvida com uma turma do 7º ano do ensino
fundamental II.Iniciando com a aferição de conhecimentos prévios com um questionário
(aberto) no Google Forms. Em seguida, realizou-se uma apresentação (projetor data show)
sobre o bioma Caatinga de forma expositiva e dialogada , seguida de um vídeo sobre o tema.
Ao final da apresentação a turma foi dividida em três equipes e cada uma produziu materiais
expositivos sobre o bioma Caatinga. Assim, a Equipe : 1 produziu desenhos sobre a fauna e a
flora ; Equipe 2 : expôs fotografias representativas do bioma ; Equipe 3:Lista dos principais
impactos ambientais nos últimos anos . Obtivemos como resultado do questionário a percepção
restrita e simplificada dos estudantes sobre a Caatinga. Durante a apresentação das produções ,
observou-se a reversão desse resultado, além de uma boa desenvoltura e segurança , resultante
da internalização do conhecimento produzido ativamente pela turma . Desse modo, considera-
se positivo o uso de diferentes recursos e métodos visto que esses além de contribuir para
ampliar o conhecimento, também desenvolvem o pensamento crítico e reflexivo , a autonomia
e oportuniza o protagonismo estudantil.

PALAVRAS CHAVES: Bioma; Conhecimento; Recursos didáticos.

Apoio: UFDPar/ HDELTA/ PROPOPI.

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USO DE PRANCHAS BOTÂNICAS DE ESPÉCIES ORNAMENTAIS COMO
FERRAMENTA MOTIVADORA AUXILIAR NO ENSINO DE BOTÂNICA

Giovana Amaral Umar*, Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul, MS, Brasil.
Jorge Izaquiel Alves de Siqueira, Doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal,
Universidade Federal de Pernambuco, PE, Brasil.
Isac Santana Menezes, Graduando em Ciências Biológicas pela UFDPar, PI, Brasil.
*
Autor correspondente: giovana_amaral@ufms.br

Tradicionalmente, o ensino de Ciências e Biologia é realizado de modo discursivo e com ênfase


em definições resumidas e termos técnicos, os quais apresentam-se frequentemente como
fator limitante ao aprendizado. Concomitantemente, há a desarticulação entre o conteúdo
abordado e a realidade vivenciada pelo aluno, ou ainda a defasagem dos livros didáticos no
que tange à representação de aspectos importantes como a flora regional. Com base
nesse cenário, é relevante que sejam planejadas e viabilizadas ações que intentem a
construção de um conhecimento significativo acerca de espécies vegetais, tornando-se
imprescindível a aplicação de metodologias que otimizem os processos de ensino e
aprendizagem em sala de aula. Nesse sentido, apresentamos uma proposta para o uso de
pranchas botânicas confeccionadas a partir de fotografias de plantas ornamentais para o
ensino de Botânica. O(a) professor(a) poderá fotografar plantas presentes no ambiente
escolar com seus alunos, editar e montar as pranchas usando a plataforma on-line Canva. O
uso deste recurso promove a aproximação entre o aluno e o objeto da abordagem do conteúdo
programático, suscitando o interesse destes na aquisição de novos conhecimentos. Defende-
se, através da nossa proposta, um ambiente em que os processos de conhecer e participar
acontecem simultaneamente no espaço-tempo presente, o que também familiariza os alunos
ao método científico. Espera-se, assim, que os estudantes, longe de serem agentes passivos
no processo de aprendizagem, tenham espaço para ser críticos e principalmente observadores
do meio em que vivem.

PALAVRAS-CHAVE: Espécies Ornamentais; Ensino de Botânica; Pranchas Botânicas.

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61
AVIFAUNA DE SÃO BERNARDO-MA NA PLATAFORMA WIKIAVES: UMA
POSSÍVEL FERRAMENTA DE CONSERVAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS

João Vitor de Sena Matos, Licenciando em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta do
Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Isac Santana Menezes*, Licenciando em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba
- UFDPar, PI, Brasil.
Mateus Gomes Diniz, Licenciando em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba -
UFDPar, PI, Brasil.
Anderson Guzzi, Professor do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFDPar, PI, Brasil.
*
Autor correspondente: isacmenezes@ufpi.edu.br

Atualmente são conhecidas no mundo cerca de 11.000 espécies de aves, das quais
1.971 ocorrem no Brasil, dado que o coloca entre os três países com maior avifauna do
planeta, entretanto, muitas das nossas espécies ainda seguem desconhecidas pela ciência.
Consonante a isso, faz-se necessário o desenvolvimento de estratégias de divulgação
científica que auxiliem na demonstração desta grande variedade nacional nos ambientes
extra-acadêmicos. Nesse sentido foi criada a plataforma on-line de ciência cidadã
WikiAves que visa a divulgação de informações sobre as aves brasileiras com foco na
conservação das espécies. O objetivo desta pesquisa foi fazer um levantamento da
diversidade da avifauna bernardense registrada no site supracitado e prospectar a sua
utilização no ensino das Ciências da Natureza e Biologia visando a conservação destes
animais. São Bernardo é um município do Leste do Maranhão com uma área de 1.005,824
Km2 e está sob o bioma Cerrado. As informações foram coletadas no dia 04 de março de
2023 a partir da lista de espécies da própria plataforma WikiAves encontrada no campo de
busca “Municípios/Áreas de observação” utilizando-se o nome do município de estudo.
Os resultados obtidos foram exportados para uma tabela do Excel na qual foram melhor
analisados. Foram encontrados registros de 87 espécies pertencentes à 35 famílias sendo as
mais representativas Tyrannidae (10); Thraupidae (8) e Cuculidae (6). 80 espécies estão
registradas por meio de fotografia e 15 espécies possuem registro sonoro. A lista de espécies é
oriunda da compilação do trabalho de três usuários da plataforma e o primeiro upload data de
2014. Os dados da plataforma podem ser usados como uma ferramenta didática no ensino de
Ciências e Biologia, abrangendo uma parcela da biodiversidade local, promovendo a
valorização do patrimônio natural presente na região e o desenvolvimento de projetos de
sensibilização ambiental nas escolas públicas do município.

PALAVRAS-CHAVE: Avifauna; Conservação; São Bernardo-MA.

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USO DE PRANCHAS BOTÂNICAS PARA O ENSINO DE TAXONOMIA DE
FANERÓGAMAS

Jorge Izaquiel Alves de Siqueira*, Doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal,
Universidade Federal de Pernambuco, PE, Brasil.
Isac Santana Menezes, Graduando em Ciências Biológicas pela UFDPar, PI, Brasil.
Jesus Rodrigues Lemos, Professor do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFDPar, PI, Brasil.
Ivanilza Moreira de Andrade, Professora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFDPar, PI,
Brasil.
*
Autor para correspondência: ethnosiqueira@gmail.com

Desenvolver estratégias para o ensino de Botânica, especialmente taxonomia de


fanerógamas
(TF) pode atuar como uma ferramenta mais efetiva para a motivação e o incremento do interesse
dos alunos pela área, que muitas vezes é percebida como difícil e distante da realidade dos
estudantes, podendo dificultar seus processos de ensino e de aprendizagem. Para contribuir com
o interesse e a motivação dos alunos pela área, propomos a aplicação do uso de pranchas
botânicas em aulas práticas dentro da TF. A presente prática está ilustrada a partir do uso de
fotografias dos períodos vegetativo e reprodutivo de Cearanthes fuscoviolacea Ravenna
(Amaryllidaceae), uma espécie de região semiárida. O objetivo é que os alunos desenvolvam
as habilidades e o conhecimento para o uso de uma chave dicotômica a partir da análise de
pranchas botânicas. Para a construção da chave de identificação para Amaryllidaceae no Piauí,
visitas foram conduzidas em herbários virtuais e no Herbário Delta do Parnaíba (UFDPar), em
bancos de dados on-line como JABOT, Flora e Funga do Brasil, SpeciesLink e adição de dados
de coletas do primeiro autor. Amaryllidaceae no Piauí está representada por sete espécies:
Cearanthes fuscoviolacea, Crinum americanum L., Griffinia gardneriana (Herb.) Ravenna,
Hippeastrum elegans (Spreng.) H.E.Moore, H. stylosum Herb., Zephyranthes cearenses (Herb.)
Baker e Z. sylvatica (Mart. Ex Schult. & Schult.f.) Baker. A edição e a montagem das pranchas
foram executadas no programa Adobe Photoshop versão 13.0. Duas delas foram confeccionadas
a partir do uso de fotografias de 30 estruturas de C. fusviolacea, as quais junto com a chave
dicotômica de Amaryllidaceae são apresentadas e discutidas para a efetivação da prática. A
proposta apresentada pode contribuir ao ensino de TF à medida que os alunos possam vivenciar
a experiência de usar uma chave dicotômica a partir da aplicação deste recurso visual.

PALAVRAS-CHAVE: Amaryllidaceae; Ensino de Botânica; Flora do Piauí.

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63
IMPORTÂNCIA DA DIDÁTICA COM MODELOS TRIDIMENSIONAIS NO
ENSINO-APRENDIZAGEM DE MORFOLOGIA VEGETAL

Lucas Marcos Amorim da Silva*, Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade
Estadual de Alagoas, AL, Brasil.
Lino Manoel do Nascimento Filho, Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade
Estadual de Alagoas, AL, Brasil.
Ariane dos Santos Souza, Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de
Alagoas, AL, Brasil.
Camila Chagas Correia, Docente orientadora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas pela
Universidade Estadual de Alagoas, AL, Brasil.
*Autor correspondente: lucas.silva15@alunos.uneal.edu.br

O ato de introduzir modelos tridimensionais didáticos no ensino-aprendizagem de disciplinas


que possuem uma complexidade no nível de conhecimento é uma ação que busca
promover uma linha de compreensão mais simplificada e de forma prática. A construção
de modelos tridimensionais didáticos é baseada na disciplina e no conteúdo. Sendo
assim, o presente trabalho possui um enfoque no desempenho cognitivo dos discentes. O
objetivo foi transmitir a ampla importância no desenvolvimento dos modelos 3D para o
desempenho dos alunos nos conteúdos de botânica. O presente estudo está sendo
desenvolvido em uma escola municipal de nível fundamental II, na cidade de Santana do
Ipanema, Alagoas. Para a compreensão e incentivo dos docentes presentes, com enfoque na
área de morfologia vegetal, foi realizada uma reunião com o intuito de mostrar a facilidade da
construção dos modelos didáticos, os benefícios e possíveis matérias de uso com um baixo
custo, e em seguida, foram aplicados alguns modelos em turmas pilotos, visto isso, outros
modelos estão em desenvolvimento e o projeto está em análise. Até o momento, o trabalho
está sendo desenvolvido com quatro (4) docentes da área de ciências. Portanto, o ensino
possui uma grande variedade de formas, e os modelos tridimensionais são de grande
ajuda na explicação dos conteúdos, visto que os materiais produzidos podem permanecer
armazenados no laboratório da escola, tendo a possibilidade de ser reutilizado em vários
momentos. Após a produção de alguns modelos 3d, foram ministradas seis (6) aulas com os
modelos, para que se possa avaliar o percentual de compreensão.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino-aprendizagem; Didática; Tridimensional.

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64
JOGOS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS: REALIZAÇÃO DE UMA ATIVIDADE
LÚDICA SOBRE CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA

Erika Thais Silva de Sousa Oliveira, Licencianda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do
Delta do Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Lorrane Pinto de Mesquita*, Licencianda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta do
Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Taiane Maria de Oliveira, Docente orientadora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da
UFDPar, PI, Brasil.
*
Autor correspondente: lorranepinto16@gmail.com

À medida que a cultura e as primeiras civilizações se desenvolveram, surgiram também


as primeiras tentativas de classificar as espécies já conhecidas. Em virtude disso, Linnaeus
propõe a primeira classificação hierárquica das espécies no século XVIII. Classificar e
nomear organismos tornava-se uma tarefa cada vez mais complexa, exigindo um conjunto
de regras e normas de forma a facilitar seu entendimento e posterior ensino. Sabe-se que,
atualmente a taxonomia é uma área de extrema importância que lida com uma grande
quantidade de espécimes e sem uma devida classificação, seria difícil o estudo preciso e vital
para a melhoria de conhecimento do mundo natural. Frente a isso, o objetivo deste trabalho
foi Identificar os seres vivos dentro dos níveis taxonômicas bem como compreender as
categorias taxonômicas atuais, destacando ainda as principais características dos
representantes de cada reino. A aplicação dessa atividade lúdica ocorreu durante o estágio
supervisionado II para os alunos do ensino médio no CEEP - Liceu Parnaibano e a
elaboração do material ocorreu por meio da confecção de placas com a nomeação de
cada um dos cinco reinos e ilustrações de representantes de cada reino, as quais os
alunos deveriam classificá-las de acordo com as características dos seres, como seus
representantes e associá-los para cada um dos cincos reinos. Através da atividade lúdica como
uma ferramenta de ensino, houve uma maior compreensão do conteúdo através do
reconhecimento de ilustrações da flora e fauna do Piauí. Observou-se que houve uma maior
interação por parte dos alunos, gerando dinamicidade a atividade. Dessa maneira, o conteúdo
de “Classificação dos Seres Vivos” foi assimilado de maneira eficiente. Portanto, é possível
afirmar que através do lúdico, os alunos são encorajados a interagir uns com os outros e
com o professor, ressaltando que essa metodologia atrai atenção e contribui para uma
aprendizagem interativa e dinâmica.

PALAVRAS-CHAVE: Classificação Taxonômica; Estágio supervisionado; Ludicidade.

Apoio: UFDPar.

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RESUMOS SIMPLES

Área Temática:

Biotecnologia

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Momordica charantia L. (CUCURBITACEAE): PROSPECÇÃO DE PROPRIEDADES
ANTIMICROBIANAS

Álvaro Araujo Galeno*, Graduando em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba
- UFDPar, PI, Brasil.
Ruanna Thaimires Brandão Souza, Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente, UFPI, PI, Brasil.
Davi Nascimento Costa, Doutorando em Biotecnologia, UFC, CE, Brasil.
Ivanilza Moreira de Andrade, Docente orientadora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da
UFDPar, PI, Brasil.
*
Autor correspondente: alvaroaraujo@ufpi.edu.br

Momordica charantia L. pertence à família Cucurbitaceae A. Juss. ocorrente no bioma


Caatinga e apresentando diversas utilidades. M. charantia é conhecida popularmente em
algumas regiões, como Melão-de-São-Caetano e tem sido usada como teor
etnofarmacologico para fins terapêuticos, dores intestinais em humanos ou tratamentos de
sarnas em animais domésticos. Diante do exposto, objetivou-se realizar um mapeamento
científico, a fim de traçar um histórico de publicações científicas sobre M. charantia L. e suas
propriedades antimicrobianas. Trata-se de uma pesquisa quantitativa de caráter exploratório.
A pesquisa ocorreu em março de 2023. Realizaram-se buscas nas bases de dados Web of
Science (WoS), PubMed e Scopus, onde os descritores utilizados foram:”Momordica
charantia” e “Momordica charantia AND antimicrobial activities” sendo incluídos
artigos e resumos. Os registros foram quantificados e analisados quanto ao ano, países e
áreas de publicação. Os dados foram tabulados individualmente e organizados em
forma de gráficos e tabelas gerados no Microsoft Excel (2019). Foram encontrados 10.124
artigos indexados junto as três bases científicas. A base de dados (WoS) constatou-se que a
Índia lidera o ranking entre os países com o maior número de publicações cientificas com
(n= 24), para os descritores “Momordica charantia AND antimicrobial activities”.
Conclui-se com esta revisão, que pesquisas envolvendo essa espécie são de notável
relevância. Reforça a necessidade de novos estudos com a espécie e suas inúmeras
utilidades.

PALAVRAS-CHAVE: Atividade Biologica; Caatinga; Plantas medicinais.

Apoio: UFDPar/PIBIC/HDELTA/UFPI.

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67
PERFIL FITOQUÍMICO DE CALOS DE Physalis angulata CULTIVADOS COM
EXTRATO DE LEVEDURA

Andressa Priscila Piancó Santos Lima*, Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular da


Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, Brasil.
Alone Lima Brito, Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Feira de Santana, BA,
Brasil.
Lia D’Afonsêca Pedreira de Miranda, Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular da Universidade
Estadual de Feira de Santana, BA, Brasil. Departamento de Ciências Biológicas da
Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, Brasil.
*
Autor correspondente: andressapianco@gmail.com

A espécie Physalis angulata L., conhecida popularmente como camapú, pertence à


família Solanaceae e tem ocorrência na Caatinga. Esta erva possui potencial nutricional,
ornamental e medicinal, e estudos fitoquímicos demonstram que suas plantas
possuem alcaloides, flavonoides e esteroides, e propriedade anti-inflamatória,
antinociceptiva, antimicrobiana, antitumoral, tripanossomicida e imunomoduladora. Devido
às potencialidades desta espécie, estratégias que visem promover a exploração sustentável e
aumentar a produção de compostos de interesse para uso pela indústria farmacêutica devem
ser testadas. Assim, a utilização de ferramentas biotecnológicas como a cultura de tecidos
vegetais é uma alternativa promissora, visto que tem sido aplicada para induzir in vitro a
produção de metabólitos secundários de interesse. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
produção de metabolitos secundários em calos de P. angulata cultivados in vitro com adição
de elicitor. Para tanto explantes do tipo hipocótilo e folha foram inseridos em tubos de
ensaio contendo meio de cultura acrescido de 2,4-D e diferentes concentrações do extrato
de levedura como elicitor. Após 45 dias de cultivo in vitro os tratamentos com maior média
para massa fresca dos calos foram utilizados na preparação dos extratos metanólicos, e em
seguida foi realizada a triagem fitoquímica através dos métodos de colorimetria para
detecção de taninos, terpenos, esteroides, alcaloides, flavonoides e antocianinas, de
colorimetria e fluorescência para presença de cumarinas, e teste da espuma para avaliação
das saponinas. A análise fitoquímica dos calos indicou a presença de alcaloides, cumarinas,
terpenos e saponinas, e ausência de taninos, esteroides, flavonoides e antocianinas, sendo
observado o mesmo comportamento para os calos oriundos de explantes do tipo folha e
hipocótilo. Conclui-se que o extrato de levedura é eficiente como elicitor na produção de
metabólitos secundários in vitro de P. angulata.

PALAVRAS-CHAVE: Calogênese; Cultivo in vitro; Potencial medicinal.

Apoio: UEFS.

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68
REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE A UTILIDADE BIOTECNOLÓGICA DA
Copernicia prunifera APLICADA AO TRATO GASTROINTESTINAL

Ivã Sales Magalhães*, Graduando em Biomedicina pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba -
UFDPar, PI, Brasil.
Vanderlene Oliveira Rodrigues, Graduando em Biomedicina pela Universidade Federal do Delta do
Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Wendson de Ribamar Machado Corrêa, Graduando em Biomedicina pela Universidade Federal do Delta
do Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
André Luis Fernandes Lopes, Doutorando em Biotecnologia pela Universidade Federal do Delta do
Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
*
Autor correspondente: iva.sales@ufpi.edu.br

Popularmente conhecida no nordeste brasileiro como carnaúba ou árvore da vida, a Copernicia


prunifera (Mill.) H.E.Moore é uma palmeira cultivada no ambiente seco da caatinga e
é utilizada como matéria prima para diferentes produtos. Nesse sentido, estudos sobre
suas possíveis aplicações biotecnológicas no trato gastrointestinal (TGI) humano, seriam de
grande utilidade para a prática clínica, considerando o potencial antioxidante e anti-
inflamatório dessa planta; já descritos previamente em outras bibliografias. Esse trabalho
tem o objetivo de verificar a aplicação biotecnológica da carnaúba descrita na literatura, e de
tal modo, identificar como seus subprodutos são utilizados no trato digestório. Para isso, uma
revisão integrativa foi realizada a partir de uma estratégia de busca nas bases Embase,
PubMed e Web of Science, utilizando-se dos seguintes descritores: “gastrointestinal
tract” OR “digestive tract” AND "carnaúba" OR “carnaubeira” OR “Copernicia
prunifera”. Essa captação resultou em 24 publicações, das quais 13 foram descartadas, 9
por estarem duplicadas e 4 por apresentarem fuga do tema; as 11 restantes foram
consideradas pertinentes ao objetivo desta revisão. Dentre os resultados obtidos, sete
estudos apontaram que a utilização de partículas ou matrizes originadas da cera de
carnaúba podem ser utilizadas para a metabolização regulada de fármacos, favorecendo a
biodisponibilidade de seus princípios ativos de forma prolongada; evitando possíveis
inativações gástricas. Entretanto, os demais artigos encontrados concordam que a
composição desses derivados possivelmente apresentariam danos ao TGI, podendo causar
aglomeração de lipídios, e possível toxicidade devido a lenta degradação de seus ácidos
graxos no organismo. Assim, apesar de suas características farmacocinéticas serem
desejáveis para alguns medicamentos, a potencialidade da carnaúba relacionada ao TGI
ainda não foi totalmente explorada, tendo em vista que a maioria dos artigos
encontrados aborda somente as propriedades da cera de carnaúba, a prospecção integral
dessa palmeira é essencial para o seu emprego biotecnológico no âmbito clínico.

PALAVRAS-CHAVE: Biotecnologia; Produtos biológicos; Trato gastrointestinal.

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69
AVALIAÇÃO ANTIBACTERIANA E CITOTÓXICA DO EXTRATO DE Libidibia
ferrea (Mart. ex Tul.) L. P. Queiroz

Francisco Douglas Oliveira Matias*, Graduando (a) em Biomedicina pela Universidade Federal do Delta
do Parnaíba, PI, Brasil.
Hávila Torres Araújo, Graduando (a) em Biomedicina pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba, PI,
Brasil.
Larissa dos Santos Pessoa, Doutora pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba, PI, Brasil.
Daniel Fernando Pereira Vasconcelos, Docente orientador do Curso de Biomedicina pela Universidade
Federal do Delta do Parnaíba, PI, Brasil.
Autor correspondente: douglasmatias@ufpi.edu.br

Libidibia ferrea, também conhecida como jucá, é uma árvore nativa da Caatinga. Suas cascas
e raízes são amplamente utilizadas na medicina popular. A L. ferrea é indicada para o
tratamento de infecções, pois apresenta forte ação antibacteriana. Além disso, como a
resistência a antibióticos pode comprometer o tratamento de infecções, o uso de produtos
naturais como a L. ferrea demonstra-se como uma alternativa viável. Ademais, essa planta está
ameaçada de extinção, o que reforça a importância do estudo para sua conservação. Em síntese,
o estudo da L. ferrea é importante para a medicina, cultura, conservação e economia do país.
Dessa forma, objetivou-se com este estudo, avaliar a atividade biológica in vitro do extrato de
L. ferrea. A análise do extrato etanólico do fruto de L. ferrea, executou-se 3 ensaios: Atividade
antibacteriana contra Staphylococcus aureus (ATCC 29213), Streptococcus mutans (ATCC
25175) e Enterococcus faecalis (ATCC 29212); atividade antibiofilme contra S. aureus e E.
faecalis; teste de citotoxicidade em células da linhagem não tumoral L929 (Fibroblasto murino).
Como resultados: O extrato de L. ferrea apresentou atividade antibacteriana contra as três
bactérias analisadas, S. aureus, S. mutans e E. faecalis que apresentaram CIM de 2 mg/mL, 4
mg/mL e 4 mg/mL, respectivamente. O extrato foi capaz de inibir 93,2 ± 1,5% do biofilme de
S. aureus na concentração de 500 µg/mL. L. ferrea não apresentou efeitos citotóxicos na
linhagem L929. Portanto, as análises realizadas in vitro demonstram bons resultados para o
extrato etanólico dos frutos de L. ferrea. Assim, a espécie apresenta-se como um potencial
agente para o combate de infecções.

PALAVRAS-CHAVE: Citotoxicidade; Microrganismos; Produtos Naturais.

Apoio: CAPES/CNPq/UFDPar.

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RESUMOS SIMPLES

Área Temática:

Zoologia

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ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DOS ACIDENTES COM SERPENTES DE
INTERESSE MÉDICO EM PICOS, PIAUÍ

Alessandro Medeiro Evaristo*, Graduando do Curso de Licenciatura em Educação Campo, Ciências da


Natureza pela Universidade Federal do Piauí, campus Picos, PI, Brasil.
Fernanda Luz Costa, Graduanda do Curso de Licenciatura em Educação Campo, Ciências da Natureza pela
Universidade Federal do Piauí, campus Picos, PI, Brasil.
Edson Lourenço da Silva, Prof. Colaborador do Instituto Federal do Piauí, campus Picos, PI, Brasil.
Tamaris Gimenez Pinheiro, Docente orientadora do Curso de Licenciatura em Educação Campo, Ciências
da Natureza pela Universidade Federal do Piauí, campus Picos, PI, Brasil.
*Autor correspondente: alessandromedeiro@ufpi.edu.br

Os acidentes ofídicos foram incluídos na lista de doenças tropicais negligenciadas por


ocorrer, principalmente, em populações pobres, que vivem na zona rural, perto de matas ou
locais com muito lixo. O objetivo deste trabalho é compilar as informações referentes
aos acidentes causados por serpentes de interesse médico no município de Picos, estado do
Piauí, a fim de colaborar com o planejamento de medidas preventivas na região. Os dados
foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Sistema
Único de Saúde (SUS), e corresponderam ao período de janeiro/2012 a dezembro/2022. Um
total de 389 acidentes foi contabilizado, o maior número deles ocorridos no ano de 2021
(20,8%), seguido de 2019 (13,1%) e 2020 (12,6%). Os demais sete anos somaram pouco
mais que 50% das notificações. Os meses de maior número de acidentes foram maio (12,1%),
seguido de abril (10,5%) e março (10,3%). Quanto aos aspectos sociodemográficos dos
acidentados, 76% envolveram pessoas do sexo masculino, com baixo nível de escolaridade.
Referente a cor/raça, 84% das vítimas se declaram parda e 80% das notificações se
concentraram em moradores da zona rural. Os acidentes foram classificados como leves
(60%) e moderados (32%). Os locais do corpo mais afetados pelas picadas foram os pés
(38,6%), mãos (14,4%) e dedos das mãos (13,6%). Do total de acidentes ofídicos se
destacaram os botrópicos (49,9%), seguidos dos provocados por serpentes não
peçonhentas (14,4%), crotálicos (8,5%) e elapídicos (2,6%). Casos não determinados
somaram 25%. Não houve registro de mortes. Pode-se destacar que os acidentes ofídicos na
região geográfica imediata de Picos, pelo número representativo de casos, é um problema
de saúde pública que exige planejamento e intensificação de ações, principalmente no
período de chuva, para informar a população sobre medidas de prevenção, em particular a
que vive no campo, a fim de diminuir os acidentes.

PALAVRAS-CHAVE: Acidentes Ofídicos; Doenças Tropicais Negligenciadas; Espécies


peçonhentas; Semiárido.

Apoio: UFPI/CSHNB.

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72
PAPEL DAS MACRÓFITAS AQUÁTICAS NA ESTRUTURAÇÃO DA
COMUNIDADE DE MOLUSCOS DO RIO CANINDÉ, BACIA DO PARNAÍBA, PIAUÍ

Maria do Carmo Nunes Santos, Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Piauí, campus Senador Helvídio Nunes de Barros.
Emerson Santos Castro*, Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Federal do Piauí,
campus Senador Helvídio Nunes de Barros.
Manuella Feitosa Leal, Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas – Zoologia, Universidade
Federal da Paraíba.
Tamaris Gimenez Pinheiro, Docente orientadora, Curso de Licenciatura em Educação do Campo, Ciências
da Natureza, Universidade Federal do Piauí, campus Senador Helvídio Nunes de Barros.
*Autor correspondente: emersoncastroreal@gmail.com

A vegetação aquática exerce papel de destaque nos ambientes límnicos pois


fornecem condições para o estabelecimento e sobrevivência de micro e macroinvertebrados,
dentre eles os moluscos. O objetivo deste trabalho é conhecer a composição das comunidades
de moluscos e macrófitas do Rio Canindé, Bacia do Rio Parnaíba, Piauí, a fim de compreender
as interações ecológicas envolvidas entre esses organismos. Os moluscos foram amostrados
em três porções do rio (nascente, média e foz), em setembro/2022. Os animais associados às
macrófitas foram obtidos a partir da coleta e lavagem das plantas. Um total de 152
moluscos foi amostrado, distribuídos em sete espécies, cinco da classe Gastropoda:
Heleobia sp. (n=28), Gundlachia radiata (n=18), Drepanotrema lucidum (n=17),
Melanoides tuberculata (n=14) e Pomacea sp. (n=8); e duas Bivalvia: Eupera sp. (n=47) e
Pisidium sp. (n=20). Considerando as porções do rio amostradas, a porção média
apresentou maior abundância (n= 146) e riqueza (n= 7) de moluscos. Oito espécies de
macrófitas foram amostradas no Rio Canindé: Commelina erecta, Eichhornia crassipes,
Ludwigia helminthorrhiza, Paspalidum sp., Paspalum sp., Pistia stratiotes, Polygonum
sp. e Salvinia auriculata. As espécies C. erecta e P. stratiotes não foram associadas a
nenhuma espécie de molusco e L. helminthorrhiza apresentou exemplares das sete espécies
desses animais. Quanto a porção do rio, a maior riqueza de macrófita foi detectada também
na porção média. Com base nos resultados, sugere-se que ambientes que apresentam maior
diversidade de macrófita tendem a sustentar maior diversidade de moluscos pois tornam-se
abrigo contra predadores, espaço para reprodução e alimentação (a própria planta ou matéria
orgânica produzida ou nela aderida), entre outros recursos. Assim, apesar da moderada riqueza
e abundância de moluscos, sua distribuição foi desigual entre as porções do Rio Canindé
analisadas, principalmente devido a heterogeneidade na ocorrência de macrófitas aquáticas no
curso do rio.

PALAVRAS-CHAVE: Bivalvia; Gastropoda; Semiárido.

Apoio: PIBIC/CNPq/UFPI.

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RESUMOS SIMPLES

Área Temática:

Multidisciplinar

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AQUICULTURA NO SEMIÁRIDO: UMA PROSPECÇÃO CIENTÍFICA

Giovanna Santos de Souza*, Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA/UFPI.


Artur Ricardo Fialho da Costa, Graduando em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta do
Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil.
Narlison Hiley Sousa dos Santos, Graduando em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Delta
do Parnaíba - UFDPar, PI, Brasil Docente orientador do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da
UFDPar, PI, Brasil.
Ruceline Paiva Melo Lins
*Autor correspondente: gih.ssouza@gmail.com

A região semiárida do Brasil abrange os nove estados do Nordeste e o Norte de Minas


Gerais, se destacando pelas altas temperaturas, pouca variação sazonal e disponibilidade
hídrica. Ainda sim, a aquicultura no semiárido é um dos destaques na cadeira produtiva do
país, que ocorre, principalmente, em acudes, reservatórios e rios da região. Neste trabalho
objetivou-se realizar uma prospecção científica sobre a aquicultura na região do semiárido,
utilizando-se as bases de dados Proquest, Scielo e Web of Science para artigos indexados.
Os descritores utilizados foram: “Aquicultura e semiárido” em português e “Aquaculture
AND semiarid” em inglês, nas bases de dados Proquest, Scielo e Web of Science, sendo
considerados válidos os artigos publicados em periódicos que apresentassem esses termos no
título e/ou no resumo. A pesquisa foi realizada no mês de abril de 2023. A base Proquest
apresentou o maior registro, com 105 artigos científicos na busca com os descritores em
português e 1613 na busca em inglês. Já a base Web of Science apresentou seis e 62, e
Scielo, dois e quatro artigos, nas buscas em português e inglês, respectivamente. Os
principais termos representativos das 946 publicações encontradas no período de 2018 a
2023, com descritores em inglês na base de dados Proquest foram: qualidade da água,
concentração de nutrientes, nitrogênio, produção, irrigação, mudanças climáticas, solo,
lençóis freáticos e peixes. Observa-se na literatura a preocupação com os impactos que a
produção aquícola, com destaque para a piscicultura, pode exercer sobre os recursos hídricos
na região semiárida, bem como a necessidade de se preservar os múltiplos usos da água.
Assim, para um conhecimento mais aprofundado sobre a aquicultura no semiárido sugere-se
estudos sobre novas tecnologias de produção e monitoramento dos impactos
ambientais, como temas importantes na busca da conservação dos recursos hídricos da região.

PALAVRAS-CHAVE: Nordeste; Proquest; Piscicultura.

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75
RESUMOS SIMPLES

Área Temática:

Micologia e Microbiologia

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76
ATIVIDADE BIOLÓGICA DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS DO GÊNERO
Mycena (Mycenaceae)

Lohanny Cristina Lima da Silva*, Graduanda em Licenciatura em Química pelo Instituto Federal do Piauí.
Bartholomeu Araújo Barros Filho, Docente do Curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal do
Piauí, PI, Brasil.
*Autor correspondente: lohannyclsilva@gmail.com

O gênero Mycena possui aproximadamente 500 espécies e é o maior gênero pertencente


à família Mycenaceae, que possui mais de 700 espécies catalogadas. Dessas espécies 68
são bioluminescentes, sendo 16 são encontradas no Brasil. Os fungos do gênero Mycena
são bioativos e de interesse químico-farmacológico. Portanto, o objetivo deste estudo foi
realizar um levantamento bibliográfico sobre os metabólitos secundários e atividades
biológicas de espécies de fungos do gênero Mycena. As pesquisas foram realizadas nos
bancos de dados Scopus, Scielo, Science Direct e Web of Science, usando as palavras-chave:
Mycena, secondary metabolites, biological activity e bioluminescence, sem restrição de data de
publicação por meio do Portal de Periódicos CAPES. Obteve-se um total de 40 publicações
registrando a atividade biológica de metabólitos secundários de fungos do gênero Mycena,
totalizando 21 espécies de fungos do gênero Mycena, sendo 8 bioluminescentes. Os artigos
pesquisados mostraram o isolamento de 77 metabólitos secundários, os principais
metabólitos relatados foram alcalóides, terpenos (diterpenos e sesquiterpenos), terpenóides,
estrobilurinas, compostos halogenados e poliinas. As principais atividades biológicas
descritas foram: atividade antibiótica, antifúngica, citotóxica, antiespasmódica, mutagênica,
alopática, antimicrobiana e aposemática. Os resultados obtidos contribuíram para o
conhecimento acerca do isolamento de metabólitos secundários de espécies do gênero
Mycena, especialmente as espécies de fungos bioluminescentes cujo estudo do
metabolismo secundário ainda é escasso.

PALAVRAS-CHAVE: Metabólitos secundários; Mycena; Prospecção científica.

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77
LEVEDURAS ENDOFÍTICAS ASSOCIADAS A FOLHAS DE PIMENTÃO (Capsicum
annuum L.) CULTIVADAS NO SISTEMA AGRÍCOLA CONVENCIONAL

Erick Andrade da Silva*, Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de
Pernambuco - UFPE, PE, Brasil.
Thays Gabrielle Lins de Oliveira, Doutoranda do PPG em Biologia de Fungos da UFPE, PE, Brasil e
orientadora do estudo.
Gladstone Alves da Silva, Professor do Departamento de Micologia da UFPE, PE, Brasil.
*Autor correspondente: erick.andradesilva@ufpe.br

Os microrganismos endofíticos se caracterizam por habitar os tecidos vegetais sem


causar danos visíveis. O pimentão (Capsicum annuum L.) por apresentar uma composição
rica em vitaminais e sais minerais, destaque-se entre as hortaliças mais consumidas e
apresenta um grande papel socioeconômico no setor agrícola brasileiro. O objetivo do
estudo foi verificar a riqueza de leveduras endofíticas isoladas de folhas de pimentão
cultivadas no sistema agrícola convencional. A coleta foi realizada na zona rural de Chã
Grande, Pernambuco. Fragmentos de folhas de pimentão foram desinfestados
superficialmente e inoculados em meio de cultura batata-dextrose-ágar acrescido de
cloranfenicol por três dias a 28 ºC. O DNA genômico dos fungos foi extraído, sendo
realizada amplificação e sequenciamento parcial do LSU nrRNA, utilizando os primers
LR1/LR5 e as espécies foram identificadas a partir das sequencias geradas. Foram
isoladas 76 leveduras endofíticas, sendo a mais frequente Moesziomyces antarcticus
(Goto, Sugiy. & Iizuka) Q.M. Wang, Begerow, F.Y. Bai & Boekhout com 42 isolados,
seguido de Moesziomyces bullatus (J. Schröt.) Vánky com 22, Dirkmeia
churashimaensis (T. Morita, Y. Ogura, M. Takash., N. Hirose, Fukuoka, Imura, Y. Kondo &
Kitamoto) F.Y. Bai, Q.M. Wang, Begerow & Boekhout e Kalmanozyma brasiliensis (J.V.C.
Oliveira, T.A. Borges, R.A.C. Santos, L.F.D. Freitas, C.A. Rosa, G.H. Goldman & D.M. Riaño-
Pachón) Q.M. Wang, F.Y. Bai, Begerow & Boekhout com 4 representantes cada,
Vishniacozyma taibaiensis Q.M. Wang & F.Y. Bai ex Yurkov, Hannaella sinensis (M.X. Li)
F.Y. Bai & Q.M. Wang, Filobasidium magnum (Lodder & Kreger-van Rij) Xin Zhan Liu, F.Y.
Bai, M. Groenew. & Boekhout e Sporobolomyces shibatanus (Okun.) Verona & Cif. com um
representante cada. Folhas de pimentão abrigam uma riqueza de espécies de leveduras já
relatadas como endófitas em diferentes hospedeiros vegetais, porém até onde sabemos, este é o
primeiro relato dessas espécies associadas a folhas de pimentão no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Capsicum annuum; Fungos endofíticos; Taxonomia.

Apoio: UFPE/FACEPE/CNPq.

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RESUMOS EXPANDIDOS

Área Temática:

Botânica

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LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO SOBRE AS BRIÓFITAS DO ESTADO DO
PIAUÍ

Leonne Lopes Brito*, Pós-graduando em Biologia Vegetal/Universidade Federal do Delta do Parnaíba.


Maria Helena Alves, Profa. Doutora Colaboradora da UFDPar.
*
Autor correspondente: leuyuro.lp18@gmail.com

INTRODUÇÃO

As briófitas pertencem a um grupo de pequenas plantas não vasculares que


compõem três filos: Bryophyta (musgos), Marchantiophyta (hepáticas) e Anthocerotophyta
(antóceros). Essas plantas apresentam um ciclo de vida simples e não possuem tecidos
especializados para transportar água e nutrientes. Além disso, não possuem raízes
verdadeiras, caules ou folhas, mas sim estruturas análogas que desempenham funções
semelhantes (ALVES; LEMOS, 2021).

O Brasil é um país que apresenta grande diversidade de briófitas, possuindo até o


momento 1.612 espécies, 140 gêneros e 117 famílias distribuídas em seu território, sendo
reconhecido como um dos países com maior diversidade de plantas em geral. Dentre as regiões
do Brasil, o nordeste brasileiro ganha destaque com 742 espécies registradas, posicionado como
a terceira região em números de espécies, ficando atrás do Sul e Sudeste (FLORA E FUNGA
DO BRASIL, 2023).

Localizado na região Nordeste, o estado do Piauí apresenta uma grande diversidade de


ecossistemas incluindo áreas de caatinga, cerrado, mata ciliar, floresta estacional semidecidual
e campos rupestres (SANTOS, 2018). Esse autor acrescenta que a variedade de ecossistemas
torna o estado do Piauí relevante para a conservação da biodiversidade brasileira. Entretanto,
estudos sobre a diversidade de briófitas no Piauí, são poucos, sendo relevante mais pesquisas e
estudos futuros para ampliar o conhecimento sobre a brioflora piauiense.

A presente pesquisa apresenta como objetivo o levantamento bibliográfico da


diversidade de briófitas do estado do Piauí, buscando contribuir para o conhecimento dessas
plantas não só para o estado, mas também para o Brasil e toda a comunidade de briólogos.

METODOLOGIA

O método utilizado constituiu em levantamento de dados através da plataforma


SpeciesLink e pesquisa bibliográfica de no máximo 10 anos realizada em teses e dissertações
utilizando a base de dados Catálogo de Teses e Dissertações (catalogodeteses.capes.gov.br) e,

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as bases de artigos Google Scholar, Scielo e Pubmed, onde as palavras “Piauí” e “briófitas”
foram associadas ao operador booleano “AND”. Essa prospecção foi realizada entre os meses
de fevereiro e março de 2023.

Foram utilizados os campos de pesquisa “título” e/ou “resumo”, considerando válidos


apenas os trabalhos que apresentavam os termos pesquisados e desconsiderados os documentos
que não satisfaziam os interesses da pesquisa. Para critério de exclusão, foram analisados os
resultados das publicações, sendo eliminados da pesquisa os resultados que já constavam na
plataforma SpeciesLink.

Os resultados foram tabulados e analisados no software Excel. Durante essa etapa foram
criadas tabelas com as informações coletadas na pesquisa bibliográfica, como os nomes das
espécies e o município onde as briófitas foram coletadas. Para contabilizar os resultados de
forma mais precisa, as intersecções foram contabilizadas apenas uma vez, considerando apenas
as espécies únicas encontradas em cada estudo. Com base nestas tabelas, foram gerados gráficos
para visualização dos dados. Além disso, foram analisadas estatisticamente os dados para
identificar padrões de ocorrência das famílias e espécies.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa no herbário virtual SpeciesLink quantificou 19 famílias, 30 gêneros e 55


espécies, no estado do Piauí (SPECIESLINK, 2023). Enquanto na pesquisa bibliográfica foram
identificados cinco artigos que contribuíram para o panorama da diversidade de briófitas na
região piauiense, dentre os quais Sousa e Oliveira (2019) com a adição de 20 espécies
registradas para a Cachoeira do Bota Fora. Moraes et al. (2021) contribuíram com o registro de
nove (09) espécies no Parque Estadual Cânion do rio Poti. Santos et al. (2021) que realizaram
o registro seis (06) espécies para o Bosque Sagrado da Guarita, Bom Princípio. Araújo et al.
(2021) realizou o registro de duas (02) espécies no Parque Ecológico da Cachoeira do Urubu,
Esperantina. O estudo de Silva et al. (2019) foi realizado com maior amplitude geográfica,
identificando 29 espécies em sete municípios do estado: Alto Longá; Piracuruca; Campo Maior;
Piripiri; Altos; Jatobá e Pedro II. No total foram contabilizadas 32 famílias, 49 gêneros e 121
espécies, evidenciando a importância das briófitas para o estado do Piauí.

CONCLUSÃO

Os resultados da pesquisa indicaram um número consideravelmente maior de espécies


em relação aos registros anteriores, revelando uma diversidade relevante. Esses resultados

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evidenciam a importância de pesquisas atualizadas e abrangentes para a compreensão da
biodiversidade em regiões específicas, como o estado do Piauí.

A diversidade de briófitas no estado reforça a importância da área para a conservação


da biodiversidade, bem como para futuros estudos taxonômicos e ecológicos. Ressaltando que
a elaboração do levantamento bibliográfico atualizado de briófitas para o estado do Piauí pode
servir como guia para estudos futuros e medidas de conservação da biodiversidade de briófitas
na região, garantido para a proteção e manejo adequado desses organismos em áreas naturais e
protegidas.

REFERÊNCIAS

ALVES, M. H.; LEMOS, J. R. Manual prático de botânica criptogâmica. São Paulo: Blucher,
2021.

ARAUJO, J.; OLIVEIRA, H. C; ALVES, M. H. Briófitas ocorrentes no Parque Ecológico


Cachoeira do Urubu, Esperantina-Piauí, Brasil, In: LEMOS, JR (org.) Tópicos Integrados em
Botânica, Atena Editora, 2021.

FLORA E FUNGA DO BRASIL. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <
http://floradobrasil.jbrj.gov.br

MORAES, L. A.; DA CONCEIÇÃO, G. M.; ARAÚJO, M. F. V. Brioflorula


(Bryophyta/Musgos e Marchantiophyta/Hepáticas) do Parque Estadual Cânion do Rio Poti,
Buriti dos Montes-PI. Geografia Ensino & Pesquisa, v. 25 e 28, 2021.

SANTOS, F. S.; SOUSA, S. R. V. S. [IN] CI (PI)ÊNCIA: PANORAMA GERAL DOS


ESTUDOS SOBRE BIODIVERSIDADE NO PIAUÍ. Revista Equador, v. 7, n. 2, p. 17-41,
2018.

SANTOS, J. C. V; OLIVEIRA, H. C; ALVES, M. H. Estudo das briófitas do Bosque Sagrado


da Guarita, Bom Princípio do Piauí, Piauí, Brasil. Investigação, Sociedade e Desenvolvimento,
[S. l.], v. 10, n. 5, 2021.

SILVA, A. C.; OLIVEIRA, H. C.; CONCEIÇÃO, G. Brioflora do Estado do Piauí: novos


registros para a caatinga e cerrado. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v.16, n.29, p. 171-179,
2019.

SOUSA, M. E.; OLIVEIRA, H. C. Briófitas de uma área ecotonal de caatinga/cerrado no estado


do Piauí, Brasil. Enciclopédia Biosfera, v.16, n.29, 2019.

SPECIESLINK NETWORK, 02-Mar-2023 15:38, specieslink.net/search

PALAVRAS-CHAVE: Briflorula do Piauí, Checklist de briófitas, Diversidade de brioflora.

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INFLUÊNCIA DA PROFUNDIDADE DA SEMEADURA NA GERMINAÇÃO DAS
SEMENTES DE Mimosa tenuiflora (Mart.) Benth.

Vanessa Reis Costa, Graduanda em Ciências Biológicas/ Universidade Federal de Sergipe.


Filipe Andrade dos Santos, Graduando em Ciências Biológicas/ Universidade Federal de Sergipe.
Elizamar Ciriaco da Silva*, Doutora, Professora Botânica/ Universidade Federal de Sergipe.
*
Autor correspondente: elizamar@academico.ufs.br

INTRODUÇÃO

A profundidade da semeadura é um fator de extrema relevância, considerando


sua relação direta com a emergência da plântula à superfície. Profundidades elevadas
podem dificultar esse processo, assim como profundidades reduzidas podem
aumentar a vulnerabilidade das sementes a quaisquer mudanças ambientais, tais como
temperatura, teor de umidade e grau de compactação do solo. Sendo assim, a profundidade
da semeadura ideal é aquela que facilite a absorção de água pelas sementes e de
nutrientes, a emergência e a sustentação da plântula, assegurando uma germinação rápida
e homogênea, com pouco gasto energético, proporcionando mudas vigorosas. (OLIVEIRA;
SCIVITTARO, 2007; SILVA et al., 2008).

A Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir., popularmente conhecida como jurema-preta,


pertence à família Fabaceae, possui ampla distribuição geográfica, além de ter
grande importância cultural, medicinal, econômica e ecológica, principalmente no Nordeste
brasileiro (ARAÚJO et al., 2004). Ademais, por ser uma planta nativa, tem alta
adaptabilidade a climas secos devido à suas características morfofisiológicos, como
folhas pequenas alternas e compostas e apresentar muitos espinhos no tronco, além da alta
capacidade de rebrota ao longo do ano, sendo bastante utilizada em áreas degradadas por
contribuir, substancialmente, para o aumento na disponibilidade de nitrogênio no solo,
beneficiando outras espécies (BAKKE et al., 2006; BENEDITO, 2012). Dessa forma, o
objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes profundidades de semeadura
sobre a germinação das sementes de Mimosa tenuiflora (Mart.) Benth.

METODOLOGIA

O experimento foi conduzido nos meses de agosto a outubro de 2022 em condições


semi-controladas, em casa de vegetação do Departamento de Biologia da
Universidade Federal de Sergipe (10º55’32’’S, 37º06’08’’W) em São Cristóvão. As

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sementes utilizadas foram oriundas de doação pelo Núcleo de Ecologia e Monitoramento
Ambiental (NEMA/UNIVASF). Devido à presença de dormência tegumentar na espécie, as
sementes foram escarificadas com ácido sulfúrico concentrado, por 30 minutos, para acelerar o
processo germinativo (BENEDITO et al., 2017). As sementes foram semeadas em bandejas
plásticas com medições de comprimento, largura e altura respectivamente de 43,5 cm, 29,6 cm
e 7,5 cm, tendo como substrato areia lavada.

A semeadura foi realizada em cinco níveis de profundidade, sendo: 1, 2, 3, 4 e 5 cm.


Cada bandeja foi dividida em quatro células, e cada célula correspondeu a uma repetição com
25 sementes. Ademais, adotou-se como critério para se considerar uma semente germinada a
emergência da parte área. Dessa forma, foram calculados parâmetros germinativos como a
porcentagem (%G), tempo médio (TMG), índice de velocidade de emergência (IVE),
velocidade média (VMG) e índice de sincronia (IS), utilizando o software GerminaQuant. Os
resultados foram testados quanto à normalidade pelo teste de Shapiro-Wilk, submetidos a
ANOVA e as médias comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05) e Mann-Whitney.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os parâmetros germinativos avaliados diferiram significativamente em relação às


diferentes profundidades. Dessa forma, observou-se que a profundidade de 3 cm demonstrou
melhores resultados para o processo de germinação da espécie, uma vez que manteve uma alta
taxa de germinabilidade, além de reduzir o tempo médio de germinação. Além disso, aumentou
o índice de velocidade de emergência e a velocidade média de germinação, produzindo
plântulas com germinação mais rápida e vigorosa. No entanto, o índice de sincronia não se
diferenciou estatisticamente em nenhuma profundidade. Contudo, a profundidade de 1 cm
demonstrou não ser adequado, visto que ocasionou uma redução significativa na porcentagem
de germinação e na velocidade média de germinação, havendo também um aumento no tempo
médio de germinação, o que pode indicar que, nesta profundidade, as sementes estão mais
vulneráveis à radiação, luminosidade, entre outros fatores que afetaram a germinação.

Tabela 1: Média dos parâmetros germinativos das sementes de Mimosa Tenuiflora que foram semeadas nas
seguintes profundidades: 1,2,3,4 e 5 cm.
Legenda: Porcentagem de germinação (%), tempo médio de germinação (TMG), índice de velocidade de
emergência (IVE), velocidade média de germinação (VMG) e índice de sincronia (IS).
Profundidade G%** TMG IVE VMG* IS**
da semeadura (dias)** (dias1)**

1 cm 5b 3ª 1,15ab 0,37b 0,42ª

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2 cm 12ab 1,50ab 0,74b 0,44ab 0,25ª
3 cm 21ª 1,56b 4,28ª 0,67ª 0,35ª
4 cm 16ab 1,5ab 1,13ab 0,46ab 0,08ª
5 cm 10ab 3,3ab 1,26ab 0,48ab 0,03ª
*Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey (P<0,05).
**Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Mann-Whitney.
Conclusão

Nas condições em que foi realizado o experimento conclui-se que a profundidade de


semeadura influencia na germinação das sementes, na velocidade de emergência e no
crescimento inicial de plântulas de Mimosa tenuiflora. A profundidade de 3 cm é mais indicada
para a semeadura da espécie por demonstrar melhores resultados dos parâmetros germinativos
considerados. A profundidade de 1 cm não é indicada para a germinação da espécie.

PALAVRAS-CHAVE: IVE; Jurema preta; Tempo médio de germinação.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, L. V. C.; LEITE, J. A. N. PAES, J. B. Estimativa da produção de biomassa de um


povoamento de jurema-preta (mimosa tenuiflora (willd.) Poiret. Com cinco anos de idade.
Biomassa & Energia, v. 1, n. 4, p. 347-352, 2004.

BAKKE, I. A.; BAKKE, O. A., ANDRADE, A. P.; SALCEDO. I. H. Regeneração natural da


jurema preta em Áreas sob pastejo de bovinos. Caatinga (Mossoró, Brasil), v.19, n.3, p.228-
235, julho/setembro 2006.

BENEDITO, C. P. Biometria, germinação e sanidade de sementes de jurema-preta (Mimosa


Tenuiflora Willd.) e juremabranca (Piptadenia stipulacea Benth.). Tese
doutorado,Universidade Federal Rural do Semi-Árido, 2012.

BENETIDO, C. P., RIBEIRO, M. C. C., TORRES, S. B., GUIMARÃES, I. P., & OLIVEIRA,
K. J. B. Superação de dormência, temperaturas e substratos na germinação de sementes de
Mimosa tenuiflora Willd. Semina: Ciências Agrárias, p.125–134, 2017.
DOI:https://doi.org/10.5433/1679-0359.2017v38n1p125.

OLIVEIRA, R. P.; SCIVITTARO, W. B. Tegumento e profundidade de semeadura na


emergência de plântulas e no desenvolvimento do porta-enxertoTrifoliata. Revista Brasileira
de Sementes, n. 29, p. 229-235, 2007.

SILVA, R. P.; CORÁ, J. E.; FURLANI, C. E. A.; LOPES, A. Efeito da profundidade de


semeadura e de rodas compactadoras submetidas a cargas verticais na temperatura e no teor de
água do solo durante a germinação de sementes de milho. Ciência e Agrotecnologia, Lavras,
v.32, n.3, p.929-937, 2008.

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A CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA E ASPECTOS QUÍMICOS DA FIBRA DO
ABACAXI VOLTADO PARA O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS TECNOLOGIAS

Jamily Leila Alcantara da Silva*, Discente do Curso de Ciências Biológicas/Universidade Federal da


Paraíba.
Maria Luiza Moreira da Silva, Discente do Curso de Química Industrial/Universidade Federal da Paraíba.
Sueila Silva Araújo, Docente do Departamento de Engenharia de Materiais/Universidade Federal da Paraíba.
Rivete Silva de Lima, Docente do Departamento de Sistemática e Ecologia/Universidade Federal da Paraíba.
*Autor correspondente: jamilyleilaalcantara@gmail.com

INTRODUÇÃO

O extenso território brasileiro, caracterizado por variadas condições climáticas e


por distintos tipos de solos, apresenta uma produção agrícola extremamente diversificada
que confere ao país o título de principal produtor mundial de vários mercados
(ALBUQUERQUE, 1997). Devido a essas condições do plantio, o abacaxi é um dos
frutos que ganham mais destaque, considerando seu alto teor energético e sua composição,
rica em nutrientes favoráveis para a saúde humana, além de ser uma excelente fonte de
renda para pequenos agricultores. Sabe-se que suas folhas, em questão, são uma fonte rica em
celulose, o polímero mais abundante da terra. Além de ser renovável, biodegradável e de
baixo custo, apresenta excelentes características em suas propriedades físicas e mecânicas
(BARROS, 2020). Esse polissacarídeo é um dos componentes mais importantes na
composição da parede da fibra do abacaxizeiro, apresenta estrutura química linear
emparelhadas por ligações de hidrogênio entre os grupos hidroxila, além disso a celulose é
um dos constituintes da biomassa lignocelulósica. A estrutura lignocelulósica da biomassa
vegetal refere-se à sua parede celular, composta de celulose, hemicelulose e lignina
fortemente ligadas entre si, e se destaca como uma matéria-prima altamente disponível e
promissora para processos de conversão (MOURA; ARAÚJO 2019). A produção agrícola
vem crescendo muito nos últimos anos, em decorrência desse crescimento houve também
um aumento de subprodutos agroindustriais. Portanto o aproveitamento desses resíduos
tecnológicos é fundamental para promover a sustentabilidade agrícola e a conservação do
ambiente, reduzindo as perdas de nutrientes e otimizando o seu aproveitamento
(EMBRAPA, 2005). Com base no exposto acima, neste trabalho nosso objetivo foi realizar
caracterização anatômica e apresentar os aspectos químicos da fibra do abacaxi voltado para o
desenvolvimento de novas tecnologias.

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METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do presente trabalho utilizamos a preparação de lâminas


histológicas da folha do abacaxi com o emprego de historresina como forma de inclusão. Foram
utilizadas Ananas comosus (abacaxi) coletadas no município paraibano de Sapé, transportado
para o Laboratório de Anatomia Vegetal (LAVeg)- UFPB, onde as amostras foram limpas e
fixadas em FAA50 (JOHANSEN, 1940). A desidratação do material foi feita utilizando a série
gradual de etanol (70%, 80%, 90%, 96% e 100%), mantendo-se durante 1 hora em cada
concentração e em temperatura ambiente. Após este procedimento, foi realizada a pré-
infiltração com historesina por cerca de 2 horas, já na solução de infiltração com historresina
as amostras foram levadas à geladeira por cerca de 15 dias. O processo de inclusão foi realizado
transportando as amostras para um molde, levando em consideração a orientação desejada da
amostra. Após a polimerização da historresina, o material foi retirado do molde e fixado no
suporte de madeira com adesivo “super bonder” e foram seccionadas da forma desejada. Em
micrótomo de deslize, Leica SM 2010R, foram obtidos cortes com espessuras de 4-5 µm, feito
a seguir a coloração com uma mistura de safrablau e após isso as lâminas para observação foram
montadas. Para uma melhor visualização da fibra do abacaxi para alguns estudos, realizamos o
branqueamento dessa folha. Segundo Azevedo (2011), o branqueamento pode ser definido
como um processo que visa branquear a polpa celulósica por meio da remoção ou modificação
de substâncias que originam a cor escura. Assim, realizou-se o tratamento com o agente
oxidante, Peróxido de Hidrogênio (H2O2) e Ácido Acético Glacial (CH₃COOH). Nessa etapa
utilizou a proporção de 1:1, onde em vidro foram adicionados 15 g de folhas secas cortadas,
120 mL de Peróxido de Hidrogênio e 120mL de Ácido acético glacial, a solução foi levada para
a estufa a 60ºC por 12 horas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise microscópica da folha do abacaxi através das secções no micrótomo observou


a presença de fibras em sua estrutura, nas quais encontram-se organizadas paralelamente ao
longo da folha, formando o tecido esclerênquima e organizadas em feixes para a sustentação.
Estas, fibras, apresentam uma parede secundária composta por celulose, hemicelulose e lignina,
a qual confere resistência. A etapa do branqueamento da fibra do abacaxizeiro, observou-se as
dissociações das fibras e por consequência a formação de cordões. Entretanto, quando as fibras
secaram na estufa, houve um ressecamento causando um endurecimento da folha que quando
entraram em contato com a água não houve solubilidade, com a ajuda da maceração notou-se a

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formação de uma pasta branca que pode ser utilizada em pesquisas futuras para novas
tecnologias.

CONCLUSÃO

É notório que o avanço tecnológico voltado para reaproveitamento de resíduos


agrícolas, principalmente aqueles que têm grande potencial para desenvolvimento de tecnologia
sustentável, vem sendo bastante visado devido ao seu crescimento. Além de métodos bastante
eficazes que tem por objetivo analisar, observar e expor a celulose como forma de estudo para
as possibilidades de uso que visam atender as necessidades da sociedade, logo se faz necessário
que existam pesquisas mais aprofundadas e o uso da multidisciplinaridade como meio de
aprendizagem.

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE , Teresinha Costa Silveira de. FRUTICULTURA NO NORDESTE DO


BRASIL. SEMINÁRIO DE FRUTICULTURA NA AMERICA LATINA, [s. L.], p. 107-137,
[1997]. Disponível em: https://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/131402. Acesso em:
30 mar. 2023.

AZEVEDO, Marco Antônio Bandeira. DIFERENTES PROCESSOS DE


BRANQUEAMENTO DA CELULOSE E SEUS EFEITOS NAS PROPRIEDADES
FÍSICAS E CRISTALINIDADE, https://repositorio.ufmg.br/custom/presentation.jsp, 8 abr.
2011. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/SFSA-
95JVPB/1/tese_marco_vs_final.pdf. Acesso em: 20 mar. 2023.

BARROS, Silma de Sá. SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE NANOCELULOSE A


PARTIR DA FOLHA DE ABACAXI (Ananás comosus (L) Merril) CV. VITÓRIA.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Materiais) – Universidade Federal do Amazonas –
UFAM, [S. L.], 2020.

EMBRAPA. Compostagem de resíduos orgânicos para uso na agricultura, [s. L.], 10 mar.
2005. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-
servico/129/compostagem-de-residuos-organicos-para-uso-na-agricultura. Acesso em: 20 abr.
2023.

JOHANSEN, Donald Alexander. Plant microtechnique. First . ed. New York and London:
McGRAW-HILL BOOK COMPANY, Inc., 1940. 522 p. V. 1. ISBN 5811225.

MOURA, Heloise Oliveira Medeiros de Araújo. Investigação do efeito de pré-tratamentos


na estrutura de biomassas lignocelulósicas para o isolamento de celuloses de alta
reatividade. 2019. 107f. Dissertação (Mestrado em Química) – Centro de Ciências Exatas e da
Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019. Disponível em:
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/27779. Acesso em: 05 abr. 2023.

PALAVRA-CHAVE: Biodegradáveis; Celulose; Química.

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INFLUÊNCIA DA ARIDEZ NOS TEORES DE FENÓIS TOTAIS E TANINOS EM
Senegalia bahiensis (BENTH.) SEIGLER & EBINGER (FABACEAE)

Arthur Vinícius da Silva Cabral,* Graduando em Ciências Biológicas Bacharelado pela Universidade
Federal de Pernambuco.
Gabriel da Silva Ramos, Graduando em Ciências Biológicas Bacharelado pela Universidade Federal de
Pernambuco.
Marcela Maria Albuquerque Silva, Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia
Vegetal/Universidade Federal de Pernambuco.
Marciel Teixeira de Oliveira, Professor Adjunto da Universidade Federal de Pernambuco.
*
Autor correspondente: arthur.cabral@ufpe.br

INTRODUÇÃO

O déficit hídrico é uma condição que pode limitar o desenvolvimento e a sobrevivência


das plantas em um ecossistema. Estudos indicam que variações pluviométricas exercem
influência nas características funcionais das plantas para sua sobrevivência (ARNAN , 2018;
OLIVEIRA , 2020). A Caatinga, como um ecossistema de floresta tropical sazonalmente seco
(FTSS), apresenta condições edafoclimáticas que podem ser prejudicadas com a intensificação
da aridez (MENDES, 2015). Para sobreviver às adversidades de um clima semiárido, as plantas
desenvolvem mecanismos que permitem sua manutenção durante o período de seca, incluindo
o aumento na produção de compostos fenólicos, que ajudam a proteger contra fatores como
herbivoria, solo com baixa fertilidade ou salino e fitopatógenos (YANG, 2018). Na Caatinga, a
família Fabaceae é uma das mais representativas, e as plantas desse grupo geralmente
apresentam um crescimento lento e investimento em defesa química quando pressionadas por
esse ambiente (ALBUQUERQUE, 2012). A síntese desses compostos de defesa pode sofrer
influência direta pela disponibilidade hídrica ao longo dos anos (ALBERGARIA, 2020). Posto
isso, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a influência da aridez nos teores de fenol
total e taninos em Senegalia bahiensis, uma planta da família Fabaceae.

METODOLOGIA

O estudo foi realizado no Parque Nacional do Catimbau, em Buíque - PE, nas


instalações do Projeto Ecológico de Longa Duração – Catimbau (PELD-Catimbau). A região
apresenta clima semiárido (tipo Bsh segundo a classificação Köppen-Geiger), com temperatura
média anual de 23°C e uma variação significativa nos níveis de precipitação, variando entre
480–1100 mm por ano (RITO, 2017).

Para quantificação dos teores de fenóis totais e taninos, foram utilizadas cascas do caule

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de três indivíduos adultos da espécie S. bahiensis. Porções padronizadas (retiradas à altura do
peito) das cascas foram coletadas ao longo de áreas com menores precipitações de 578, 591
mm3, e maiores precipitações 866 e 903 mm3 médias por ano.

A determinação dos teores de fenóis totais e taninos foi realizada seguindo o protocolo
descrito por Amorim et al. (2008). As amostras de cascas do caule foram desidratadas à
temperatura ambiente (cerca de 25 °C) e moídas. Foram pesados 500 mg de amostra e
adicionadas a erlenmeyer de 50 mL, juntamente com 25 mL de metanol a 80% (v/v). Os extratos
foram aquecidos em uma chapa metálica por 30 minutos e submetidos à filtração em papel filtro
para balão volumétrico de 50 mL. O resíduo filtrado foi solubilizado em metanol para completar
o volume do balão para evitar perdas residuais.

O teor de fenóis totais foi obtido pelo método Folin-Ciocalteu, onde 0,5 mL das
amostras das parcelas de seca e 0,25 mL das parcelas de chuva dos extratos brutos foram
transferidos para balão volumétrico de 25 mL. Foram adicionados 5 mL do reagente Folin–
Ciocalteu a 10% (v/v) e 2,5 mL de carbonato de sódio 7,5% (m/v), seguido de adição de água
destilada para completar o volume. As amostras foram mantidas no escuro por 30 minutos e,
em seguida, levadas para leitura em espectrofotômetro a 760 nm. Os valores foram expressos
em mg/100 g de matéria seca. A quantificação do teor de taninos totais foi determinada pelo
método de precipitação da caseína, onde 6 mL dos extratos bruto foram adicionados em frasco
erlenmeyer de 50 mL, contendo 12 mL de água destilada seguidos da adição de 1,0 g de pó de
caseína, e agitados mecanicamente por 3 horas. A solução foi filtrada em balão volumétrico de
25 mL, com adição de água para completar o volume. Em seguida, foi feita a quantificação dos
fenóis residuais, coletadas alíquotas de 1,5 mL para amostras de parcelas com menor
precipitação e 0,75 mL para amostras de parcelas com maior precipitação, que foram
transferidas para balão volumétrico de 25 mL e tratadas como descrito anteriormente pelo
método de Folin-Ciocalteu. Ao final do procedimento, foi determinado o teor de fenóis
residuais, expressos em mg/100 g de matéria seca de fenol residual não complexo. O conteúdo
de taninos totais foi calculado através da diferença entre os valores de fenol total e o nível de
fenol residual não complexo, expresso em mg/100 g de matéria seca de tanino total.

Os dados foram submetidos a análises estatísticas, como os testes de normalidade e


homogeneidade Shapiro-Wilk e Levene, e a uma análise de variância seguida da aplicação do
teste de Turkey.

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90
RESULTADOS E DISCUSSÃO

As médias de produção de fenóis totais e taninos foram significativamente diferentes


(p=0,000001) em um gradiente de aridez. As parcelas com menor precipitação (578 a 591 mm)
apresentaram concentrações médias de fenóis totais 48,37% menores em comparação com
parcelas com maior precipitação (866 e 903 mm) (Figura 1), assim como nas concentrações de
taninos, que apresentaram redução 46,82% (Figura 1). Esses resultados vão contra a hipótese
de disponibilidade de recursos (COLEY, 1985) de que em locais mais áridos, as plantas
produzem mais compostos fenólicos, que já foi corroborada por outros estudos
(ALBERGARIA, 2020; YANG, 2018). Nossas análises mostraram que mais 50% do teor total
de compostos fenólicos presentes na casca da S. bahiensis eram referentes a taninos, que se
mantiveram independente da precipitação. Houve uma diferença estatisticamente significativa
entre as respostas individuais na concentração de compostos fenólicos, com a parcela de menor
teor sendo cerca de 56,24% menor do que a parcela com maior produção. Portanto, pode ser
proposto que a faixa ótima para a produção desses compostos seja de 866 mm para a espécie
em estudo. De acordo com Araújo (2008), a composição fenólica de taninos na casca é bastante
concentrada como em outros gêneros da mesma família e pode ser influenciada pela
precipitação.

Figura 1: Níveis de fenol total e taninos entre diferentes precipitações em casca da espécie Senegalia
bahiensis. Letras minúsculas indicam diferentes variações estatísticas no composto ao longo do
gradiente, letras maiúsculas indicam variações entre os compostos na precipitação.

CONCLUSÃO

Em resumo, Senegalia bahiensis apresentou menores concentrações de fenol total e


taninos em decorrência de uma menor precipitação. Logo, tendo em vista um cenário de maior
desertificação e mudanças climáticas na Caatinga, essa espécie pode ter seus mecanismos

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91
regulatórios afetados podendo dificultar a perpetuação e desenvolvimento da espécie.

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, U. P. et al. Caatinga revisited: ecology and conservation of an important


seasonal dry forest. The Scientific World Journal, v. 2012, 2012.

ALBERGARIA, E. T.; et al. The effect of water deficit stress on the composition of phenolic
compounds in medicinal plants. South African Journal of Botany, v. 131, p. 12-17, 2020.

ARAÚJO, T. A. D S. et. al. A new approach to study medicinal plants with tannins and
flavonoids contents from the local knowledge. Journal of ethnopharmacology, v. 120, n. 1,
p. 72-80, 2008.

ARNAN, X. et al. Increased anthropogenic disturbance and aridity reduce phylogenetic and
functional diversity of ant communities in Caatinga dry forest. Science of the Total
Environment, v. 631, p. 429-438, 2018.

AMORIM, E. L. C. et. al. A simple and accurate procedure for the determination of tannin and
flavonoid levels and some applications in ethnobotany and ethnopharmacology. Functional
Ecosystems and Communities, v. 2, n. 1, p. 88-94, 2008.

COLEY, P. D.; et. al. Disponibilidade de recursos e defesa anti-herbívora vegetal. Ciência , v.
230, n. 4728, pág. 895-899, 1985.

MENDES, S. M.. Impactos das Mudança Climáticas na Disponibilidade Hídrica no Bioma


Caatinga. 2015. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco.

OLIVEIRA, A. C. P. De et al. The response of plant functional traits to aridity in a tropical dry
forest. Science of The Total Environment, v. 747, p. 141177, 2020.

RITO, K. F. et al. Precipitation mediates the effect of human disturbance on the Brazilian
Caatinga vegetation. Journal of Ecology, v. 105, n. 3, p. 828-838, 2017.

YANG, Li et. al. Response of plant secondary metabolites to environmental factors. Molecules,
v. 23, n. 4, p. 762, 2018.

PALAVRAS-CHAVE: Compostos fenólicos; Caatinga; Pluviosidade

Apoio: Laboratório de Fisiologia Vegetal (LFV) - UFPE, Propesqi.

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92
CONFIABILIDADE DAS INFORMAÇÕES BOTÂNICAS NO INSTAGRAM SOBRE
CACTOS

Maria Carolina de Abreu*, Professora Associada II/Universidade Federal do Piauí.


Jeferson da Costa Teixeira, Licenciado em Ciências Biológicas/Universidade Federal do Piauí.
Paulo Henrique da Silva, Mestrando pelo Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e
Conservação/Universidade Federal do Piauí.
Ykaro Richard Oliveira, Professor – Mestre/Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Piauí.
*
Autor correspondente: mariacarolinabreu@ufpi.edu.br

INTRODUÇÃO

Os cactos possuem adaptações para sobreviverem em locais áridos, desde o acúmulo


de água em seu caule até a modificação de suas folhas em espinhos (PILLAR; LANGE,
2015). Devido a hábitos semelhantes e adaptações convergentes, espécimes de
Euphorbiaceae (família) e Apocynaceae (família) podem ser equivocadamente
identificados como representantes de Cactaceae (família), de modo que o termo “cacto”
pode ser indevidamente utilizado para além das cactáceas (GENERALI, 2018).

As redes sociais, como o Instagram, estão sendo cada vez mais utilizadas no
processo de ensino-aprendizagem, especialmente em Biologia, com uso de variados recursos
(GAMARO et al., 2021). Nesse contexto, observa-se como crescente a busca e o número de
perfis voltados às cactáceas, seja à comercialização e/ou para fins de divulgação
científica e de estudos (RIBEIRO; TORRES, 2022).

Na nomenclatura botânica ocorre uma série de regras que levam a um


reconhecimento das espécies, cujo nome científico é único, global, distinto e estável,
caracterizando cada espécie de forma que não ocasione um caos para a ciência (RAPINI,
2004). Desse modo, aliando a popularização do Instagram e a devida utilização dos termos
botânicos, objetivou-se avaliar informações disponibilizadas em feeds de perfis dessa rede
acerca de cactos, verificando se as nomenclaturas apresentadas atendem às regras botânicas
e certificando se os “cactos” divulgados pertencem mesmo à família Cactaceae.

METODOLOGIA

A partir da rede social Instagram, objeto de análise deste estudo, foram


realizadas buscas e análises qualitativas de conteúdos por meio da utilização de
palavras-chave em referência às cactáceas: “cactos”, “suculentas” e “Cactaceae”. O acesso
exploratório para o levantamento de perfis dos usuários relacionados ao tema foi feito

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93
através da página “@jefersontexeira”, entre fevereiro e março de 2022. Foram
adotados como critérios de inclusão: 1) perfil e postagens em português; 2) divulgação de
cactos e plantas suculentas e 3) existência de, no mínimo, 200 seguidores; e exclusão: 1)
perfis não voltados para a divulgação de cactáceas e 2) não apresentar publicações dentro do
recorte temporal entre março de 2020 e março de 2021.

A verificação da grafia científica apresentada no feed dos perfis levantados foi feita
por meio do sítio do POWO (https://powo.science.kew.org/), cujas buscas foram
procedidas e comparadas ao banco de imagens dessa ferramenta.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram encontrados 148 perfis de usuários na rede social Instagram, a partir da busca
dos descritores, sendo 60 perfis encontrados para “cactos”, 61 perfis para “suculentas” e
27 perfis para “Cactaceae”. Dentre os 148 perfis encontrados, 67 eram voltados à
comercialização das plantas, 57 eram blogs pessoais com a finalidade de divulgar suas
coleções; 13 perfis se identificavam como contas informativas e 11 perfis eram voltados ao
comércio de roupas ou adereços com imagem desérticas ou da fauna xerófila. A partir
dos critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 10 (dez) perfis que tiveram suas
postagens analisadas quanto à nomenclatura científica correta (Tabela 1).

Tabela 1: Número de postagens analisadas quanto à nomenclatura das espécies.

Perfis Postagens Postagens Postagens Postagens com nome Postagens sem a


analisadas com nome com nome científico incorreto nomenclatura
vernacular científico correto científica

I 239 19 8 153 59

II 436 22 133 110 171

III 558 7 28 132 391

IV 361 1 0 0 360

V 51 2 20 23 6

VI 149 9 0 31 109

VII 334 2 2 23 307

VIII 775 4 25 101 645

IX 262 17 4 194 47

X 126 1 84 11 30

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Dentre as 3291 publicações analisadas, apenas 9% apresentaram nomes científicos
escritos corretamente, 23% continham algum erro nomenclatural, enquanto 65% das
publicações não traziam os nomes científicos das espécies. Os erros mais comuns encontrados
foram: o uso indevido de letra maiúscula no início do epíteto específico; a citação de apenas o
epíteto genérico ou apenas o epíteto específico; e a inversão dos epítetos, com o específico
aparecendo antes do nome do gênero.

Foi percebido um elevado número de publicações que não indicavam os nomes


científicos das espécies, sendo tais exemplares citados apenas como “cacto” ou “suculenta”.
Além disso, algumas espécies de Euphorbiaceae (família) foram mencionadas como “cacto”
em algumas publicações.

Barbastefano et al. (2013) relatam que erros na escrita científica são comuns nas redes
sociais, sendo os mais habituais o uso de homônimos, grafias diferentes, mudanças de nomes,
nomes incompletos e abreviações. Segundo Osaki et al. (2021), tais erros divulgados nas redes
sociais podem ter relação com o despreparo dos criadores de conteúdo, sendo fundamental uma
maior preparação desses criadores para que sejam disseminados corretamente os diferentes
conteúdos.

CONCLUSÃO

O Instagram é uma rede social que possibilita discernir uma vasta gama de informações
e uma troca de conhecimentos entre os seus usuários. Entretanto, no que se refere à escrita
científica, percebe-se que as regras nomenclaturais botânicas não são devidamente seguidas na
divulgação de espécies da família Cactaceae, seja por fins didático-científicos ou comerciais.

REFERÊNCIAS

BARBASTEFANO, R. G. et al. Impactos dos nomes nas propriedades de redes sociais: um


estudo em rede de coautoria sobre e sustentabilidade. Perspectivas em Ciência da
Informação, v.18, n.3, p.78-95, 2013.

GAMARO, G.D.; PADILHA, D.; FRÓES, L. Bioquímica nossa de cada dia: integração entre
ensino e extensão em tempo de Pandemia. Expressa Extensão, v.26, n. 1, p. 233- 239, 2021.

GENERALI,A. C. Diferenças entre eufórbias ecactos. Pra quem tem estilo, São José dos
Pinhais PR, 20 de fev. de 2018. Disponível em: <https://www.praquemtemestilo.com/2018/02/

OSAKI, T.S. et al. Ensino de botânica através do uso das redes sociais - realização de oficinas,
abordagem nas ruas e conquistas de seguidores. Extensão em Revista, Pernambuco, v. 7, n.2,

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95
p. 80-94, 2021.

PILLAR, V.P.; LANGE, O. Os campos do sul. Porto Alegre: Rede Campos Sulinos-UFRGS,
v 1, p. 58, 2015.

RAPINE, A. Modernizando a taxonomia. Biota Neotropica, v. 4, n. 1, p. 1-4, 2004.

RIBEIRO, R. T. M.; TORRES, M. B. R. Bot@nica no Instagram: análise de perfis focados em


conteúdos sobre plantas. Revista cocar, v.16, N.034, pp.1-17, 2022.

PALAVRAS-CHAVE: Cactaceae; Nomenclatura botânica; Rede social.

Apoio: Universidade Federal do Piauí (UFPI).

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CHECKLIST E POTENCIALIDADES DO COMPONENTE HERBÁCEO DE UM
FRAGMENTO DE CAATINGA EM CARUARU, PERNAMBUCO, BRASIL

Lucca Leonardo Rendall Silva*, Graduado em Biologia pelo Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Bruno Ayron de Souza Aguiar, Pos-doutorando pela Universidade Federal do Piauí.
Juliana Ramos de Andrade, Professor/Pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco.
Elcida de Lima Araújo, Professor/Pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco.
*
Autor correspondente: luccarendall1@gmail.com

INTRODUÇÃO

A Caatinga é um ecossistema exclusivamente brasileiro com baixa pluviosidade e um


período seco que pode durar até nove meses. Esta região ocupa mais de 10% do
território nacional, sendo importante pela alta diversidade de espécies e serviços
ecossistêmicos que oferece à sociedade (TABARELLI, 2018). A Caatinga contém uma
variedade de tipos vegetacionais, com elevado número de espécies e remanescentes de
vegetação bem preservada, incluindo táxons raros e endêmicos (MAIA, 2017). No entanto, é
pouco valorizada e atualmente 46% do seu território é desmatado e explorado de forma
ilegal, o que contribui para a diminuição da riqueza de espécies da região (SOUTO et al.,
2018). Embora sejam conhecidos 29 gêneros botânicos endêmicos do domínio ecogeográfico
da Caatinga, os estudos realizados na região têm foco no componente lenhoso ou
arbustivo, resultando em defasagem de conhecimento dentro dos diferentes estratos
vegetativos do ecossistema (OLIVEIRA; PRATA; PINTO, 2018).

A degradação da Caatinga vem acelerando nos últimos anos devido à exploração


ilegal de lenha nativa, sobrepastoreio e desmatamento para agricultura, resultando em
problemas ecossistêmicos como a redução da diversidade biológica e da produção primária
(PNCD, 2016-2020). Para a conservação deste ecossistema, é necessário tomar conhecimento
da vegetação e os possíveis usos legais, sobretudo das espécies herbáceas, ainda pouco
estudadas em comparação com espécies arbóreas ou arbustivas, embora apresentem
riqueza superior aos componentes citados (ALBUQUERQUE et al., 2012). É importante
destacar o papel ecológico que as espécies herbáceas exercem no ecossistema, já que elas
desempenham uma parte fundamental no funcionamento de uma floresta seca. Isso ocorre
porque o sistema radicular dessas plantas ajuda a sustentar as partículas do solo, além de
reter sementes e nutrientes essenciais para a fauna local (SOUZA, 2020). Assim, este estudo
visa elaborar um checklist e potencialidades do componente herbáceo de um fragmento
de Caatinga em Caruaru-

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97
Pernambuco, detalhando as famílias mais representativas do local.

METODOLOGIA

Caracterização da área de estudo: O estudo foi realizado no fragmento de Caatinga,


onde está inserido o Instituto Agronômico de Pesquisa (IPA), localizado no município de
Caruaru, Pernambuco (8°14'18"S, 35°55'20"W, 535 m de altitude). O fragmento apresenta
áreas antropizadas e conservadas bem delimitadas. Segundo dados do Instituto a região possui
uma precipitação média anual de 662.3 mm (1960-2021).

Checklist e potencialidades: Foram realizadas coletas utilizando o método de coleta


usual no fragmento. Os indivíduos foram identificados com auxílio de chaves taxonômicas e
fotos das espécies no local. Para identificação das famílias utilizamos o APG IV (2016). Além
das coletas de campos analisamos banco de dados do Laboratório de Ecologia de Ecossistemas
Naturais-UFRPE. A espécies das famílias mais representativa foram analisadas em relação às
suas potencialidades (medicinal, Alimentício, Forrageira, Aromática, Ornamental) utilizando
as bases de dados como Google Scholar, Alice, BDPA e SciELO.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram identificadas 86 espécies herbáceas distribuídas em 77 gêneros e 35 famílias


botânicas (Tabela 1, Figura 1). A família Asteraceae apresentou maior riqueza com 9 espécies
(10,4%), seguida por Malvaceae e Euphorbiaceae (9,3%). Entre as espécies listadas, 78 (90,7%)
foram identificadas a nível de espécie e 8 (9,3%) apenas a nível de gênero. No fragmento
estudado, a família Asteraceae se mostrou dominante, conhecida pela importância econômica
e uso na medicina, ornamentação e alimentação. Algumas espécies, como Bidens bipinnata,
Pluchea sagittalis e Tridax procumbens, são usadas popularmente para tratamento de diversas
enfermidades no tratamento de inflamações, reumatismo, hipertensão, diabetes, dentre outros
(Tabela 1). No entanto, a maioria das espécies são caracterizadas como ervas daninhas ou
hospedeiras de pragas em lavouras (MOREIRA; BRAGANÇA, 2011). A segunda família mais
representativa é a Euphorbiaceae, caracterizada pela presença de látex em suas espécies, sendo
usada para atender à alimentação humana e animal, a produção de biocombustível e o uso
paisagístico (JÚNIOR, 2018). Por seguinte a família Malvaceae, clado que reúne diversos
gêneros botânicos de interesse econômico, principalmente nas indústrias têxtil, oleífera e na
floricultura, com espécies que ocupam áreas de lavouras, pastagens, hortas e pomares, entre
outros ambientes antropizados (MOREIRA; BRAGANÇA, 2011).

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Tabela 1: Checklist e potencialidades da família herbácea mais representativa de um fragmento de Caatinga em
Caruaru, Pernambuco, Brasil. “-” não possui informações.
Nome
Família/espécie vernacular Medicinal Alimentício Forrageiro Aromática Ornamental
Asteraceae
Bidens bipinnata L. Xerém x x x - -
Picãozinho-
Bidens subalternans DC. x x
preto x - -
Blainvillea rhomboidea Cass. Erva-de-palha x - - - x
Conocliniopsis sp. R.M. King & H.
Rob. Mentrasto roxo x - - - x
Centratherum punctatum Cass. Feijão de Porco x x x
Delilia biflora (L.) Kuntze Delilia - - - - -
Emilia fosbergii Nicolson Falsa-serralha x - - - -
Melanthera sp. Rohr Asteraceae x - x - -
Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera Arnica x x - x x
Tridax procumbens L. Picão x x x - -

Figura 1: Riqueza de famílias em componente herbáceo de um fragmento de Caatinga, no município de


Caruaru, Pernambuco, Brasil.
10
8
6
4
2
0
Amaryllidace…

Amaranthac…

Aristolochiac…
Convolvulace…

Plantaginace…

Plumbaginac…
Commelinac…
Asteraceae

Araceae

Apocynaceae

Moraceae
Malvaceae

Acanthaceae
Boraginaceae

Passifloraceae

Dioscoriaceae

Begoniaceae

Molluginaceae

Verbenaceae
Euphorbiaceae
Fabaceae

Lythraceae

Poaceae

Agavaceae

Rubiaceae
Talinaceae

Cleomaceae

Loasaceae
Bromeliaceae

Orchidaceae

Cucurbitaceae

Lamiaceae

Onagraceae

Polygalaceae
Portulacaceae Fonte: própria (2023).

CONCLUSÃO

A elaboração de um checklist herbáceo de um fragmento de Caatinga permitiu


identificar as espécies mais comuns na região, destacando a família Asteraceae e seu potencial
econômico e medicinal. O conhecimento das potencialidades e limitações é essencial para o
manejo adequado das espécies e valorização dos recursos naturais da Caatinga.

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, U. P. et al. Caatinga revisited: ecology and conservation of an important


seasonal dry forest. The Scientific World Journal, v. 2012, p. 1-18, 2012.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Plano Nacional de Combate à Desertificação (PNCD)

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2016-2020. Brasília: MMA, 2016.

MAIA, J. M. et al. Motivações socioeconômicas para a conservação e exploração sustentável


do bioma Caatinga. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 41, 2017.

MOREIRA, H. D. C.; BRAGANÇA, H. B. N. Manual de identificação de plantas infestantes.


FMC Agricultural Products, 2011.

OLIVEIRA, E. V. da S.; PRATA, A. P. do N.; PINTO, A. de S. Caracterização e atributos da


vegetação herbácea em um fragmento de Caatinga no Estado de Sergipe, Brasil. Hoehnea, v.
45, n. 2, p. 159-172, 2018.

SOUTO, J. S. et al. Biodiversity of the Caatinga: conservation challenges. In: Silva, J. M. C.,
Leal, I. R., & Tabarelli, M. (Eds.). Caatinga: the largest tropical dry forest region in South
America (pp. 33-46). Springer International Publishing, 2018.

SOUZA, J. D. et al. Dynamics in the emergence of dormant and non-dormant herbaceous


species from the soil seed bank from a Brazilian dry forest. Journal of Plant Ecology, v. 13, n.
3, p. 256-265, 2020.

TABARELLI, M. et al. Caatinga: legado, trajetória e desafios rumo à sustentabilidade. Ciência


e Cultura, v. 70, n. 4, p. 25-29, 2018.

PALAVRAS-CHAVE: Asteraceae, Famílias botânicas, Plantas medicinais.

Apoio: UFPI, UFRPE, UFPE, CNPq, FAPEPI, FACEPE

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100
DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES DE OXALIDACEAE NA CAATINGA PIAUIENSE

Guilherme de Sousa Araújo*, Graduando em Bacharelado em Engenharia Agronômica pela Universidade


Federal do Piauí, PI, Brasil.
Maria Carolina de Abreu, Professora Associada II/Departamento de Biologia/Programa de Pós-graduação
em Biodiversidade e Conservação/ Universidade Federal do Piauí, PI, Brasil.
*Autor correspondente: guigui.0@ufpi.edu.br

INTRODUÇÃO

Oxalidaceae R.Br. é uma família de plantas que apresenta desde ervas a subarbustos
ou arbustos, frequentemente com sistemas subterrâneos desenvolvidos e raramente
arvoretas, apresenta cinco gêneros e cerca de 565 espécies (MABBERLEY, 2008).
Esta família pertencente a ordem Oxalidales está distribuída nos continentes nas faixas
quentes e úmidas que permeiam toda região tropical a subtropical (SOUZA & LORENZI,
2008) e possuem uma tendência cosmopolita. No Brasil não existe um estudo amplo sobre
taxonomia do gênero Oxalis, como exposto por Grigoletto et al. (2014), sendo o
conhecimento sobre esse grupo de plantas disperso em floras locais e regionais. Averrhoa
L., Biophytum DC., Dapania Korth, Sarcotheca Blume e Oxalis L. são os gêneros da família
Oxalidaceae. No Piauí são registrados apenas dois gêneros: Averroa e Oxalis.

O Piauí é um estado ecotonal abrigando áreas de Caatinga propriamente dita e áreas


de transição com o Cerrado, esta área de transição se encontra ao longo de uma faixa que vai
do norte, entre o centro-leste e o vale do Baixo e Médio Parnaíba, entre o Alto Parnaíba e o
Sudeste (CEPRO, 1996). Para o Piauí ainda não existe um estudo taxonômico com
descrições morfológicas, distribuição geográfica e ilustrações específico para a família
Oxalidaceae. Tendo em vista a área de abrangência da Caatinga no estado, é importante
entender quais espécies da família Oxalidaceae ocorrem nestas áreas, assim como a
distribuição destas espécies nos municípios da Caatinga piauiense. Portanto este estudo tem
por objetivo revelar as espécies da família Oxalidaceae que ocorrem na Caatinga
piauiense assim como sua distribuição.

METODOLOGIA

A pesquisa foi construída com base na análise de exsicatas do Herbário Graziela


Barroso (TEPB) assim como em banco de dados digitais, armazenadas em sites de pesquisas
de domínio público: specieslink, disponível em: https://specieslink.net e o site REFLORA
- Plantas do

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Brasil: disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora . Os dados de georeferenciamento foram
retiradas das fichas das exsicatas e foram a base para construção de mapa de distribuição
geográfica das espécies.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após observação e análise de 88 exsicatas, oriundas de imagens disponibilizadas e


pertencentes aos acervos EAC, TEPB (presencialmente), UFP, FLOR, HST e HUESF.
Verificou-se que 32 dos registros pertenciam a áreas de Caatinga apresentando coletas nos
municípios de: Campo Grande do Piauí, Caracol, Picos, São João do Piauí, São José do Piauí e
São Raimundo Nonato. Para a Caatinga Piauiense foram registradas quatro espécies de
Oxalidaceae: Oxalis divaricata Mart ex Zucc, Oxalis glaucescens Norlind, Oxalis psoraleoides
Kunth e Oxalis sepium A.St-Hil. Em termos de esforço de coleta São Raimundo Nonato
apresentou o maior número de exsicatas (22 registros), seguido de Caracol (3) e Picos (2) os
demais municípios apresentaram um único registro. Os municípios em destaque abrigam os
Parques Nacionais (PARNA), PARNA Serra da Capivara e PARNA Serra das Confusões o que
pode ser um fator influenciador no número de registros.

Reconhecidas popularmente como “azedinhas” ou “trevos” as espécies de Oxalis


apresentam caracteres fenotípicos semelhantes, o que as torna semelhantes e fáceis de serem
confundidas, entretanto é possível identificar e diferenciar as espécies por caracteres
morfológicos. Oxalis divaricata é uma espécie frequentemente presente em solo arenoso
reconhecidas popularmente com azedinhas. Erva delicada, presença de ramos com tricomas por
vezes glandulares, com ocorrência em ambientes abertos, folhas trifolioladas apresentando
folíolos oblongos, lineares ou lanceolados, inflorescência em cimeira dicasial com muitas flores
vistosas, pentâmeras e amarelas, frutos do tipo cápsula. Esta espécie foi a melhor representada
da flora da Caatinga piauiense com 14 registros sendo São Raimundo Nonato o município com
o maior número de registros.

Oxalis glaucescens ocorre em regiões de Caatinga arbórea arbustiva e está associada a


regiões cercadas de árvores ou arbustos e com pouca umidade. É uma erva com caule ereto ou
prostrado bem ramificado, possui ramos hirsutos com folhas trifolioladas com folíolos
pubescente, obcordiformes, inflorescência cimeira dicasial, flores pentâmeras e amarelas, frutos
capsulas globoides levemente achatadas. Para a Caatinga Piauiense foram quatro registros três
em São Raimundo Nonato e um em Caracol.

Oxalis psoraleoides foi coletada em Caatinga arbustiva no Piauí. Arbusto de caule aéreo

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102
ereto, ramos relativamente glabros e pubescentes nos ápices, folhas trifolioladas com folíolos
pubescente, obelíptico, elíptico, lanceoladas ou oblongos; inflorescências umbeliformes, com
flores pentâmeras amarelas ou brancas, fruto em cápsula. Para a Caatinga Piauiense foram nove
registros com destaque ao município de São Raimundo Nonato.

Oxalis sepium ocorre no leste do Brasil em áreas de Mata Atlântica. São ervas ou
subarbustos, caule aéreo glabros, folhas trifolioladas, folíolos lanceolados, obelípiticos e
oblongos, inflorescências dicasiais, flores pentâmeras amarelas ou alvas, cápsulas ovoides. Para
a Caatinga Piauiense foram três registros em São Raimundo Nonato.

CONCLUSÃO

Para a Caatinga Piauiense pode-se observar que os municípios de São Raimundo Nonato
e Caracol tiveram maior número de coletas registradas para a família Oxalidaceae. Desta forma
pode-se interligar a execução de pesquisas florísticas nas áreas do PARNA Serra da Capivara
e PARNA Serra das Confusões como uma das causas de registros de plantas em coleções
botânicas o que propicia o conhecimento da biodiversidade vegetal de tais áreas de Caatinga e
do Estado do Piauí. O número de espécies registrada para Oxalidaceae evidencia que a Caatinga
é um importante domínio vegetacional para tal família botânica.

REFERÊNCIAS

GRIGOLETTO, D.; BERTUZZI, T.; EISINGER, S.M..; CANTO-DOROW, T.S.; COLUSSO,


C.S. The genus Oxalis L. (Oxalidaceae) in Rio Grande do Sul, Brazil. Ciência e Natura, ed.
Especial II v.36, n.2, p.594–612, 2014. Disponível em:
https://periodicos.ufsm.br/cienciaenatura/article/view/13220/pdf

MABBERLEY, D.J. A portable disctonary of plants, their classifications and uses.


Cambridge University Press, Cambrigde, 3º ed. 1040p., 2008. Disponível em:
https://www.cabdirect.org/cabdirect/abstract/20083188502

SOUSA, V.C. & LORENZI, H. 2008. Botânica sistemática: guia ilustrado para
identificação das famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG
II. São Paulo: Instituto Plantarum. 2. ed. 703 p. 2008Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais
do Estado do Piauí (CEPRO). Diagnóstico das condições ambientais do estado do Piauí.
Teresina. 420p. 1996. Disponível em:
http://www.cepro.pi.gov.br/download/200804/CEPRO16_6695f7c23c.pdf

Palavras-chave: Semiárido; São Raimundo Nonato; Oxalis.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
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FREQUÊNCIA DE VISITANTES FLORAIS EM ESPÉCIE HERBÁCEA DISTÍLICA

Artur Alves de Almeida*, Graduando em Ciências Biológicas/Universidade Estadual de Alagoas.


José Valdemilson dos Santos Silva, Graduando em Ciências Biológicas/Universidade Estadual de Alagoas.
Charlane Moura da Silva, Doutoranda em Biologia Vegetal/Universidade Federal de Pernambuco. Camila
Chagas Correia, Doutoranda em Biologia Vegetal/UFPE. Docente do Curso de Licenciatura em Ciências
Biológica – UNEAL.
*Autor Correspondente: Jarmsalmeida@gmail.com

INTRODUÇÃO

Visitantes florais são animais que buscam, nas flores, recursos para si ou sua prole. Às
vezes uma mesma planta pode receber um grande aspecto de visitantes, como é o caso
de espécies cujas flores oferecem muito néctar (SANTOS et al., 2016). Nem todo visitante
floral é polinizador, em certos casos, o visitante pode exercer o papel de pilhador, tomando
para si o atrativo da planta assim interferindo no ciclo reprodutivo da mesma, esse
tipo de comportamento ocorre praticamente em todo tipo de angiosperma, desde herbáceas
até arvores.

Herbácea compreende todo um conjunto de plantas comumente designadas apenas


como “ervas” na linguagem popular, são plantas que possuem caule flexível ou não lenhoso e
geralmente possuem um porte físico menor. Certas herbáceas, como indivíduos da espécie
Melochia tomentosa L, apresentam heterostilia do tipo distilia e característica melitófilas.
Distilia é um tipo de sistema reprodutivo que utiliza características morfológicas e fisiológicas
como forma de potencializar a xenogamia. (CONSOLARO et al., 2009).

O estudo teve como objetivo observar a frequência de visitantes florais em plantas


herbáceas distílicas em um bioma de Caatinga antropizada, tendo em foco indivíduos da espécie
Melochia tomentosa L, uma das 54 espécies com distribuição pantropical, das quais 4 são
endêmicas no Brasil (GONÇALEZ; ESTEVES. 2017). Também foi realizada a classificação
das espécies visitantes baseadas em sua ordem, espécie e número de indivíduos com intuito de
distinguir as espécies com maior predominância de visitas. No decorrer da pesquisa, foi
observado que, dentre todos os visitantes, houve uma predominância maior de visitas da abelha
Apis melifera.

METODOLOGIA
Os dados da pesquisa foram obtidos através da observação diária em um indivíduo da

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104
espécie Melochia tomentosa L durante um período de sete dias, duas horas por dia (das 06:00h
à 08:00h da manhã). O local escolhido para o estudo foi uma área de Caatinga antropizada,
localizada na cidade de Santana do Ipanema - Al, em específico em uma área próxima ao
Campus II da Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL (coordenadas 9º22’30’’S
37º13’58ºW). Em seguida, os dados foram levados ao Laboratório de Pesquisa em
Angiospermas da Caatinga – LaPac, localizado no Campus II da UNEAL, onde foi realizado o
reconhecimento das espécies visitantes através de fotos tiradas no local e guias de identificação
seguido de um levantamento quantitativo dos visitantes, bem como uma quantificação das
ordens dos visitantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da observação diária em cada indivíduo de Melochia tomentosa, foi possível


observar a presença de indivíduos de três ordens: Hymenoptera, que compreende as abelhas e
vespas, Lepdoptera, a qual representa as borboletas e as mariposas e por fim, um único
indivíduo da ordem Apodiforme que não foi possível identificar a qual espécie ele pertencia
devido à falta de materiais como fotos ou descrições detalhadas do mesmo.

A identificação das espécies foi realizada por meio de fotos retiradas em campo e, ao
todo, foi possível identificar 6 indivíduos de diferentes espécies: Danaus plexippus, Junonia
evarete, Urbanus dorantes e Urbanus proteus (Netnature, 2015) como membros da ordem
Lepdoptera, além de Apis melifera e Trigona spinipes da ordem Hymenoptera.

Segundo Melo et al., (2010, p. 5)

As abelhas da espécie Apis melifera possuem maior frequência de visitas no início da


manhã, um pouco depois do forrageamento da abelha Trigona spinipes, isso ocorre
devido ao baixo número de flores abertas nos horários iniciais do dia. [...]
CONCLUSÃO

Após a análise dos dados obtidos e identificação das espécies, foi definido que os
indivíduos da ordem Hymenoptera, em especifico os membros da espécie Apis melifera, foram
os que mais se destacaram durante o período de observação devido a predominância de
visitantes em cada exemplar de Melochia tomentosa L.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Guia de identificação de campo para lepidópteros de São Paulo. Netnature, 2015.
Disponível em: https://netnature.wordpress.com/2013/08/13/guia-de-identificacao-de-campo-

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para-lepidopteros-de-sao-paulo/?unapproved=28489&moderation-
hash=c7eb35150b3552a146af06cf594951fb#comment-28489

CONSOLARO et al. Distilia e homostilia em espécies de Palicourea Aubl. (Rubiaceae) do


Cerrado do Brasil Central. Brazilian Journal of Botany, 2009, v. 32, n.4

GONÇALEZ, V.M.; ESTEVES, G. L.. Estudo taxonômico de Melochia L. (Byttnerioideae,


Malvaceae) na região Sudeste do Brasil. Hoehnea, v.44, n.3, p. 431-448, jul. 2017.

MELO et al. Visitantes florais, frequência de visitas e comportamento de pastejo dos potenciais
polinizadores em abóbora (Curcubita moschata D. var. JACAREZINHO). p 1-7, 2010.

SANTOS et al. Quando um visitante floral é um polinizador? Rodriguesia. p 1-13, 2016.

PALAVRAS-CHAVE: Lepdopteras; Melochia, Visitantes Florais.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
106
CONVERGÊNCIA EVOLUTIVA DE CARACTERES XEROMÓRFICOS EM
PLANTAS DA CAATINGA: PADRÕES COMUMENTE OBSERVADOS E
FUNCIONALIDADES

Edinalva Alves Vital dos Santos*, Doutorando pelo Programa de Pós-graduação em


Biodiversidade/Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Lucas da Penha Xavier, Doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Botânica/Universidade Federal de
Viçosa.
Deibson Pereira Belo, Doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Biodiversidade/Universidade Federal
Rural de Pernambuco.
Emília Cristina Pereira de Arruda, Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal/Universidade
Federal de Pernambuco.
*
Autor correspondente: ednalvaalvesvital@gmail.com

INTRODUÇÃO

Espécies não relacionadas filogeneticamente, mas que compartilham


habitats semelhantes e, em teoria, as mesmas pressões seletivas, podem adquirir
características fenotípicas similares, uma manifestação do fenômeno de convergência
evolutiva (LOSOS, 2011). Exemplos incluem o surgimento de espinhos, a suculência e até
mesmo o metabolismo ácido das crassuláceas (MAC) em diferentes linhagens de plantas que
ocorrem em biomas secos (EDWARDS, 2019; RINGELBERG et al., 2020).

As plantas que toleram altos níveis de radiação, elevadas temperaturas e uma


baixa disponibilidade hídrica são conhecidas como xerófitas, enquanto o conjunto de
caracteres de cunho estrutural ou funcional que conferem certo grau de tolerância são ditos
xeromórficos (WARMING, 1909 apud FAHN; CUTLER, 1992). Espécies com tais
características ocorrem na Floresta Tropical Sazonalmente Seca do Brasil, a Caatinga, um
mosaico de vegetação com sazonalidade bem marcada e alta riqueza de suculentas
(FERNANDES; CARDOSO; QUEIROZ, 2020).

Sendo assim, uma pergunta a ser discutida é se em Florestas Tropicais


Sazonalmente Secas haveriam caracteres xeromórficos mais comumente observados nas
espécies vegetais. Um conjunto de caracteres possível de avaliação é o proveniente da
anatomia dos órgãos vegetativos, por serem de fácil acesso e por já existir uma listagem
dos mais observados em espécies xerófitas oriundas de diferentes regiões áridas e
semiáridas (ver FAHN; CUTLER, 1992). Portanto, este trabalho teve como objetivos:
i) identificar caracteres anatômicos xeromórficos em folhas e caules de espécies
filogeneticamente distintas que o correm na Caatinga; ii) observar possíveis padrões de

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107
caracteres nos diferentes grupos estudados e; iii) fornecer uma base de dados iniciais desses
caracteres para a Caatinga.

METODOLOGIA

As coletas ocorreram no Parque Nacional Vale do Catimbau, Buíque-PE, sendo uma


parte do material fixada em FAA50 por 48 horas e, posteriormente, conservada em álcool etílico
70% (JOHANSEN, 1940). Outra parte foi herborizada seguindo a metodologia usual (ROTTA;
CARVALHO; BELTRAMI, 2008). Para este estudo selecionamos cinco espécies: Byrsonima
crassifolia (L.) Kunth (Malpighiaceae), Senna acuruensis (Benth.) H.S. Irwin & Barneby
(Fabaceae), Ipomoea brasiliana (Choisy) Meisn (Convolvulaceae), Anemopaegma sp.,
(Bignoniaceae) e Jatropha mutabilis (Pohl) Baill (Euphorbiaceae). As identificações foram
realizadas com auxílio da literatura especializada e pelo livro Caatinga: espécies lenhosas e
herbáceas (LIMA, 2012).

Em laboratório, secções paradérmicas da lâmina foliar (adaxial e abaxial) e transversais


(pecíolo e caule) foram realizadas à mão livre, coradas e montadas seguindo a metodologia
usual (KRAUS; ARDUIN, 1997), e observadas. Os caracteres xeromórficos aqui analisados
foram selecionados com base na obra de Fahn e Cutler (1992) e os dados qualitativos obtidos
foram comparados e serão discutidos a seguir.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em secção paradémica, as paredes anticlinais das células epidérmicas são retas em


ambas as superfícies de Anemopaegma sp., J mutabilis e B. crassifólia (Figura 1A-B) e sinuosas
em ambas as faces de I. brasiliana e S. acuruensis (Figura 1C-D). As folhas hipoestomaticas
são comuns na maioria das espécies, com exceção Jatropha mutabilis cuja folha é
anfiestomática (Figura 1A-B). Tricomas tectores simples e glandures (Figura 1E-F) são comuns
nas espécies estudas, os simples e glandulares ocorrem em ambas as superfícies de
Anamopaegma e I. brasiliana, somente simples em ambas as superfícies de J. mutabilis e na
superfície abaxial de S. acuruensis.

Em secção transversal as paredes periclinais externas são visualmente espessas na


maioria das espécies, exceto em S. acuruensis que se mostrou delgada. O tipo de mesofilo
isobilateral foi exclusivo de B. crassifolia (Figura 1G) e nas demais espécies o mesofilo é
dorsiventral (Figura 1H). Idioblastos cristalíferos foram observados apenas em I. brasiliana e
J. mutabilis (Figura 1I), fibras pericíclicas estão presentes na nervura e pecíolo de

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108
Anemopaegma sp., S. acuruensis e B. crassifolia, enquanto calotas esclerenquimáticas são
exclusivas para Anemopaegma sp.

Em secção transversal do caule registrou-se tricoma simples em Anemopaegma sp, I.


brasiliana e S. acuruensis, e os idioblastos contendo cristais foram encontrados em I. brasiliana
e J. mutabilis (Figura 1I), esclereides ocorrem no parênquima cortical de J. mutabilis (Figura
1K) e calotas de esclerênquima localizadas no parênquima cortical foi um padrão comum a
maioria das espécies (Figura 1K), com exceção de I. brasiliana. As fibras pericíclicas também
ocorrem na maioria das espécies, exceto em J. mutabilis.

Apenas a os tricomas, paredes periclinais externas espessadas e a ocorrência de


esclerênquima foram caracteres xeromórficos comuns na maioria das espécies estudadas.
Interessantemente, dentre as funções atribuídas a essas características observadas, a diminuição
da perda de água via transpiração é um denominador comum. Isso ocorre porque as paredes
espessadas formam uma barreira contra a saída de água dos tecidos, da mesma forma que um
indumento de tricomas aumenta a camada superficial da folha e o mesmo ocorre(FAHN;
CUTLER, 1992; OKSANEN, 2018).

Figura 1. Anatomia das folhas e caules de espécies da Caatinga: A-B. Jatropha mutabilis: Epiderme com
estômatos e paredes anticlinais retas: A. face adaxial, B. face abaxial. C-D. Senna acuruensis: Folha
hipoestomática e paredes sinuosas, C. Face adaxial, D. Face abaxial. E. Ipomoea brasiliana: tricoma glandular,
F. S. acuruensis: tricoma simples, G. Byrsonima crassifolia: Mesofilo isobilateral, H. S. acuruensis: Mesofilo
dorsiventral, I. Detalhe do caule de J.mutabilis mostrando drusas, Detalhe mostrando periciclo fibroso em I.
brasiliana, K. Detalhe mostrando esclereídes em J.mutabilis, L. Detalhe do caule de Anemopaegma sp,
mostrando calotas esclerenquimáticas.
CONCLUSÃO

Com base nessa análise preliminar é possível notar que as espécies de diferentes famílias
que ocorrem na Caatinga apresentam uma série de caracteres xeromórficos que variam entre si,
com apenas a presença de tricomas, espessamento de paredes periclinais externas da epiderme

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Simpósio Nacional do Semiárido.
109
e ocorrência de esclerênquima aparentando serem caracteres mais comumente presentes. É
importante salientar que a maioria dos caracteres observados detém uma função de proteção
contra a perda excessiva de água, o que provavelmente confere certa vantagem no período de
estiagem. Assim, é necessária uma maior amostragem de espécies pertencentes a diferentes
famílias para verificar com maior acurácia se este padrão de resultados permanece o mesmo ou
difere em termos de caracteres e funções dos mesmos.

REFERÊNCIAS

EDWARDS, E. J. Evolutionary trajectories, accessibility and other metaphors: the case of C4


and CAM photosynthesis. New Phytologist, v. 223, n. 4, p. 1742–1755, 2019.

FAHN, A.; CUTLER, D. F. Xerophytes. Berlin: Stuttgard, 1992.

FERNANDES, M. F.; CARDOSO, D.; QUEIROZ, L. P. An updated plant checklist of the


Brazilian Caatinga seasonally dry forests and woodlands reveals high species richness and
endemism. Journal of Arid Environments, v. 174, n. March 2019, p. 104079, 2020.

JOHANSEN, D. . Plant Microtechnique. New York: McGraw-Hill Book, 1940.

KRAUS, J. E.; ARDUIN, M. Manual básico de métodos em morfologia vegetal. Rio de


Janeiro: Universidade Rural do Rio de Janeiro, 1997.

LIMA, B. G. Caatinga: espécies lenhosas e herbáceas. Universidade Federal Rural do Semi-


Árido: Editora Universitária, 2012.

LOSOS, J. B. Convergence, adaptation, and constraint. Evolution, v. 65, n. 7, p. 1827–1840,


2011.

OKSANEN, E. Trichomes form an important first line of defence against adverse


environment—New evidence for ozone stress mitigation. Plant Cell and Environment, v. 41,
n. 7, p. 1497–1499, 2018.

RINGELBERG, J. J. et al. Biomes as evolutionary arenas: Convergence and conservatism in


the trans-continental succulent biome. Global Ecology and Biogeography, v. 29, n. 7, p. 1100–
1113, 2020.

ROTTA, E.; CARVALHO, L. C.; BELTRAMI, M. Z. Manual de Prática de Coleta e


Herborização de Material Botânico. Documentos [Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária], v. 173, p. 1–31, 2008.

WARMING, E. Ecology of Plants. Oxford: Clarendon Press, 1909.

PALAVRAS-CHAVE: Adaptação, Esclerofilia, Semiárido.

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110
SEGUNDO VOLUME DO GUIA DE ÁRVORES DO BIOPARQUE ZOOBOTÂNICO
DE TERESINA: AMPLIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE A FLORA DO PIAUÍ

Ana Cristina Gomes da Silva*, Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade
Federal do Piauí.
Bruno Ayron de Souza Aguiar, Pós-doutorando pela Universidade federal do Piauí.
Gardene Maria de Sousa, Professora Associada III/Universidade Federal do Piauí Brasil.
*
Autora correspondente: gomescr.ana@gmail.com

INTRODUÇÃO

Os parques são importantes instrumentos para a conservação da natureza além


de propiciar oportunidades de lazer, recreação e educação ambiental e conhecimento da
fauna e flora aos habitantes das cidades. Quando utilizados como ferramentas para
difusão do conhecimento, eles podem servir como geradores de formação de uma
consciência crítica relacionada com a importância e necessidade de conservação dos recursos
naturais (FREITAS et al., 2002; SOBREIRA et al., 2015). O Bioparque Zoobotânico de
Teresina, localizado na zona urbana da cidade de Teresina, entre o rio Poti, a PI 112 e
Universidade Federal do Piauí, se constitui como uma das maiores e mais importantes áreas
verdes do perímetro urbano da cidade de Teresina.

Pelo acesso fácil, a difusão do conhecimento sobre a flora por meio de um guia pode
ser uma grande ferramenta de sensibilização aos frequentadores do local. O
aprofundamento no conhecimento das espécies e visualização das mesmas é uma
maneira de estimular a interpretação ambiental, elucidando a linguagem da natureza para
a linguagem comum das pessoas (MENGHINI, 2005).

A elaboração de um guia de plantas tem a função de transmitir conhecimento


e conscientizar o público visitante do parque em relação aos grupos vegetais presentes,
grupos estes, que fazem parte ou estão inseridos na rica flora piauiense. O objetivo desta
iniciativa é desenvolver um segundo volume do guia didático de Árvores Bioparque
Zoobotânico de Teresina (PI) para expandir o conhecimento das espécies previamente
catalogadas. A proposta é oferecer uma ferramenta que permita a identificação rápida e
precisa das espécies arbóreas e arbustivas por meio de fotografias e descrições
morfológicas, além de fornecer informações detalhadas sobre suas ocorrências e usos.
Espera-se que esta iniciativa possa contribuir significativamente para a promoção do
conhecimento da flora do Estado do Piauí e fomente ações de conservação e preservação da
biodiversidade local.

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111
METODOLOGIA

O estudo foi realizado em áreas de proteção permanente (APPs) no Bioparque


Zoobotânico de Teresina, que possui 137 hectares de área verde localizado na zona urbana da
cidade de Teresina, entre o rio Poti, a PI 112 e Universidade Federal do Piauí. A vegetação do
parque está situada em uma região ecotonal que abriga espécies pertencentes aos biomas
Amazônico, Cerrado e Caatinga (AGUIAR et al., 2016). Para a realização deste trabalho, foi
conduzida uma revisão bibliográfica abrangente sobre o conteúdo a ser abordado, com o
objetivo de fornecer apoio à confecção do segundo volume do guia de Árvores. Coletas e
registros fotográficos de materiais botânicos no Bioparque já haviam sido realizados para a
produção do primeiro volume do guia, e todo o material coletado posteriormente foi
incorporado ao presente trabalho. Além disso, foram realizadas coletas e os registros
fotográficos em campo (2022/2023) para complementar e atualizar o número de espécies do
guia. O material botânico foi coletado de acordo com as normas para trabalho em taxonomia de
Mori et. (1989) e depositadas no herbário Graziela Barroso (TEPB) da Universidade Federal
do Piauí. As fotografias foram registradas com auxílio de uma câmera semi-profissional
Fujifilm Finepix S4000 de 14 mega pixels de zoom óptico 30X.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o levantamento realizado no Bioparque Zoobotânico, foram catalogadas e


descritas 25 espécies arbóreas nativas adicionais, pertencentes a 13 famílias botânicas distintas.
As espécies incluem representantes dos biomas Caatinga, Cerrado e Floresta Amazônica, além
de gêneros exóticos. Novos registros de ocorrência das espécies foram incorporados às famílias
Anacardiaceae, Bignoniaceae, Fabaceae, Lecythidaceae, Malvaceae. Identificamos os
primeiros representantes das famílias Chrysobalanaceae, Combretaceae, Euphorbiaceae,
Lamiaceae Myrtaceae, Arecaceae, Rhamnaceae e Rutaceae.

Destas famílias as que contribuem com maior número de espécies foram a Fabaceae
com cerca de 40% dos representantes, seguido da família Combretaceae com 12% e
Bignoniaceae com 8% do total. Corroborando com os dados apresentados, de acordo com Lewis
et al. (2005) a família Fabaceae é a terceira maior família dentre as angiospermas, distribuídas
amplamente em todo o mundo, sendo uma das mais importantes economicamente. Segundo
Loiola et al. (2009), a família Combretaceae possui uma distribuição cosmopolita, ocorrendo
predominantemente nos trópicos. Lohmann (2004), afirma que a família Bignoniaceae possui
distribuição nas regiões tropicais dos continentes, predominando nas florestas neotropicais,

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Simpósio Nacional do Semiárido.
112
sendo um componente lenhoso com grande representatividade florística. O guia segue o mesmo
padrão gráfico do anterior, sendo composto de 68 páginas e dividido da seguinte forma: capa,
contracapa, apresentação do guia, apresentação do parque, descrições das espécies, dicionário
de termos botânicos, referências e agradecimentos aos pesquisadores que contribuíram nas
identificações das espécies.

CONCLUSÃO

A produção do Guia de árvores e arbustos do Bioparque Zoobotânico de Teresina é um


marco importante no conhecimento da flora da região, uma vez que disponibiliza um recurso
valioso para o público visitante do local. O guia possibilita a identificação rápida das espécies
vegetais arbóreas e arbustivas por meio de seu material que contém fotografias e descrições
detalhadas. Além disso, é um importante instrumento para a preservação da biodiversidade
vegetal da região, contribuindo para a conscientização ambiental e o desenvolvimento de
estudos científicos na área. Portanto, a elaboração do segundo volume do guia permitiu a
inclusão de novas espécies que não foram contempladas no primeiro volume, ampliando ainda
mais o conhecimento sobre a flora presente no Bioparque e na região do Piauí como um todo.

REFERÊNCIAS

AGUIAR, B. A. de S.; SOARES, E. S. S.; MASRUA, M. L. A.; OLIVEIRA, M. C. P. de;


LOPES, A. V. F.; SOUSA, G. M. Biologia floral e reprodutiva de Cenostigma macrophyllum
Tul. (Fabaceae) no Parque Zoobotânico de Teresina, Piauí. Journal of Environmental
Analysis and Progress, v. 1, n. 1, p. 84 – 95, 2016.

FREITAS, W. K.; MAGALHÃES, L. M. S.; Guapyassú, M. S. Potencial de uso público do


Parque Nacional da Tijuca. Acta Scientiarum. Technology, Maringá, v. 24, p. 1833-1842
2002.
MENGHINI, F. B. As trilhas interpretativas como recurso pedagógico: caminhos traçados
para a educação ambiental. 2005. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade do Vale
de Itajaí, Itajaí, 2005.

SOBREIRA, M. G. A.; FORTES, A. C. C.; DANTAS, F. R.; SANTOS, L. A.; PEREIRA. T. J.


S. M. Parque Ambiental João Mendes de Olímpio de Melo: estrutura, funcionamento e uso
como instrumento de educação ambiental na cidade de Teresina, Piauí. Anais do VI Congresso
Brasileiro de Gestão Ambiental, Porto Alegre: IBEAS, 2015.

PALAVRAS-CHAVE: Ecótono; Flora; Guia.

Apoio: Universidade Federal do Piauí (UFPI).

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113
EFEITO DO DÉFICIT HÍDRICO NA TAXA DE CRESCIMENTO DE Commiphora
leptophleos (Burseraceae)

Juliana de Carvalho Paes Barreto*, Graduandos em Bacharelado em Ciências Biológicas - Universidade


Federal de Pernambuco.
Gabriel da Silva Ramos, Graduandos em Bacharelado em Ciências Biológicas - Universidade Federal de
Pernambuco.
Joana Sherylyn Nicodemos Cordeiro, Mestranda No Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal –
UFPE.
Mauro Guida dos Santos, Professor titular da Universidade Federal de Pernambuco - Centro de Biociências.
*
Autor correspondente: juliana.paesbarreto@ufpe.br

INTRODUÇÃO

A seca é um dos fatores limitantes do desenvolvimento vegetal, sendo uma


das principais causas de mortalidade de árvores no mundo, influenciando a distribuição
e a diversidade de espécies (FLEXAS, 2002; CHAVES, 2016). Uma das consequências
mais documentadas, como efeito do déficit hídrico, é a redução da produtividade e do
crescimento das plantas, que pode ser gerado pelo fechamento parcial dos estômatos, o
que reduz a transpiração e absorção de CO2, logo, afeta as taxas fotossintéticas da planta
(MCDOWELL, 2008; SCALON , 2011). Sob efeito do déficit hídrico as plantas tendem a não
resistir frente ao estresse da falta de água, por investir em fechamento estomático e, por
consequência, diminui taxas de fotossíntese e transpiração, o que leva à morte por falta de
carbono. Sendo esse, um processo comum de plantas que reduziram gradualmente suas trocas
gasosas, desde o início do déficit hídrico (SANTOS et al., 2021). A espécie Commiphora
leptophloeos (Mart.) JB Gillet (Burseraceae), nativa da Caatinga, apresenta adaptações para
tolerar períodos de seca entre elas a caducifolia (queda foliar sazonal) que visa reduzir a
perda de água para o ambiente, além disso, apresenta adaptações anatômicas no caule para
retenção de água e em paralelo descarta porções do ritidoma expondo uma camada
clorofilada do caule (ARAÚJO, 2007). Tal característica confere a essa espécie uma
importante fonte local de carbono para a sobrevivência da planta durante períodos de déficit
hídrico. Nesse contexto, essa espécie pode se constituir como um importante modelo em
estudos que busquem entender as respostas e estratégias adotadas pelas plantas em
ambientes secos. Assim, o objetivo deste trabalho avaliou as estratégias de crescimento
inicial de C. leptophloeos submetida ao déficit hídrico em um experimento controlado.

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114
METODOLOGIA

O estudo foi conduzido no Parque Nacional do Catimbau em Buíque – PE, nas


instalações do Projeto Ecológico de Longa Duração – Catimbau (PELD-Catimbau), inserido no
ambiente de Floresta Tropical Sazonalmente Seca (FTSS) (8°35′22.11′′S, 37°14′49.83′′W). A
espécie escolhida para o estudo foi Commiphora leptophloeos (Mart.) JB Gillet (Burseraceae).
As sementes da espécie foram coletadas de indivíduos adultos, dentro do Parque.

As sementes foram colocadas para germinar em tubos de PVC (0,75 m de comprimento,


0,045 m de diâmetro). As plantas cresceram sob condições ideais de irrigação (400 ml) durante
quatro meses, totalizando 30 mudas de C. leptophloeos, após o crescimento de quatro meses
das plantas, foram estabelecidos dois tratamentos: Controle (rega a cada 2 dias com 400 ml de
água) e déficit hídrico (suspensão total da rega), passados 29 dias de seca, as plantas foram
reidratadas com 400 ml. Após as implementações dos tratamentos, foram realizadas
mensurações de condutância estomática da planta, a cada dois dias, e de medidas biométricas
(altura, número de folhas e diâmetro do caule a nível do solo), realizadas semanalmente, para
acompanhar a taxa de crescimento das plantas no tratamento Controle e do tratamento de déficit
hídrico. A condutância estomática (gs) foi medida em folhas saudáveis, completamente
expandidas, às 9h da manhã utilizando o porômetro (SC – 1 Leaf Porometer, METER Group)
e as medidas biométricas foram feitas com régua milimetrada e paquímetro digital. Para avaliar
o efeito do déficit hídrico nas plantas os dados foram submetidos à análise de variância
unidirecional (ANOVA), tendo como fator os tratamentos controle e déficit hídrico, as médias
foram verificadas pelo teste Student Newman Keuls a 5%.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

● Número de folhas e Altura


Mesmo em diferentes regimes hídricos, não foi visto diferença significativa no número
de folhas e altura (Figura 1A e 1B).

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115
Figura 1: Número de folhas [A], altura (cm) [B], diâmetro acima do solo (DAS) (mm) [C] e condutância
estomática (gs) (mmol/m2s) [D] de plantas jovens de Commiphora leptophleos, submetida ao déficit hídrico.
Letras diferentes indicam diferenças estatísticas, asterisco indicando diferença estatística entre os tratamentos.

● DAS e Condutância.
Durante o experimento, o DAS do tratamento de déficit apresentou valores inferiores
quando comparado ao tratamento controle. Ao final dos 36 dias de experimento, o DAS das
plantas submetidas ao tratamento de déficit hídrico apresentou uma redução de 12,62% em
relação ao tratamento controle (Figura 1C).

Os nossos resultados indicam que, para C. leptophloeos, o desenvolvimento das plantas


jovens submetidas ao déficit hídrico não foi afetado pela seca, entretanto, durante o período de
seca, observamos uma redução nos valores de DAS. A partir do terceiro dia da imposição da
seca, observamos uma queda nos valores de condução estomática do tratamento de déficit
quando comparadas ao tratamento controle. Na reidratação (dia 32 do experimento),
observamos uma recuperação nos valores de condutância do tratamento de déficit, se
equiparando aos valores do tratamento controle.Plantas adaptadas aos ambientes secos podem
apresentar modificações fisiológicas e anatômicas e morfológicas (BERGMANN BUENO,
2021) a fim de tolerar os estresses abióticos dos ambientes em que elas se desenvolvem. Uma
resposta primária das plantas submetidas ao estresse hídrico é em relação ao seu crescimento,
em que a redução desse parâmetro pode surgir devido à perda de turgor celular decorrente da
baixa disponibilidade de água para as células em crescimento (BHARGAVA; SAWANT, 2013)
. No entanto, em C. leptophloeos os parâmetros de desenvolvimento primário observados,
especificamente altura e número de folhas foram mantidos mesmo em plantas submetidas ao

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116
estresse hídrico. Tal tolerância pode ser devido ao armazenamento de água no caule, causando
assim o intumescimento dos tecidos caulinares (MEINZER, 2004). Fazendo um paralelo com
o observado para DAS, ao longo do período de seca, a planta pode ter utilizado essas respectivas
reservas para suprir as necessidades de água reduzindo a turgidez dos tecidos armazenadores
presentes no caule ocasionando a diminuição do DAS nas plantas (CHAGAS, 2004).

CONCLUSÃO

Concluímos, portanto, que apesar do estresse hídrico gerado pelos períodos de seca
afetarem o desenvolvimento das plantas, C. leptophloeos apresenta adaptações que lhe permite
tolerar o déficit hídrico mantendo seu desenvolvimento. Estudos mais aprofundados são
necessários para compreender as estratégias de contribuição das taxas fotossintéticas do caule
verde e a retenção hídrica utilizadas por essa espécie para tolerar as adversidades dos ambientes
como são as FTSS.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, E. et al. Dynamics of Brazilian Caatinga – A Review Concerning the Plants,


Environment and People. Global Science Books: Functional Ecosystems and Communities,
Recife, v. 1, n. 1, p. 15-28, abr. 2007.

BERGMANN BUENO, A.. Ecophysiological adaptations of cuticular water permeability of


plants to hot arid biomes. 2021. Tese de Doutorado. Universität Würzburg

BHARGAVA, S.; SAWANT, K. Drought stress adaptation: metabolic adjustment and


regulation of gene expression. Plant Breeding, [s. l.], v. 132, p. 21-32, 2013. DOI:
10.1111/pbr.12004

CHAGAS, R. K., et al. (2004). Crescimento diametral de espécies arbóreas em Floresta


Estacional Semidecidual ao longo de seis anos. VILAS BOAS, O.; DURIGAN, G. Pesquisas
em conservação e recuperação ambiental no Oeste Paulista: resultados da cooperação
Brasil/Japão. São Paulo: p 265-290.

CHAVES, M. M. et al. Controlling stomatal aperture in semi-arid regions-The dilemma of


saving water or being cool? Plant Science, v.251, p.54–64, 2016.

FLEXAS, A. J.; BOTA, J.; ESCALONA, M. J., SAMPOL, B., MEDRANO, H. Effects of
drought on photosynthesis in grapevines under field conditions. Funct. Plant Biology, v.29,
p.461-471, 2002.

MEINZER, F.C., JAMES, S.A.; GOLDSTEIN, G. Dynamics of transpiration, sap flow and use
of stored water in tropical forest canopy trees. Tree Physiology [s.l.]. Aug;24, v. 8, p. 901-909,
2004.

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117
SANTOS M, BARROS V, LIMA L, FROSI G, SANTOS MG (2021). Whole plant waterstatus
and non‐structural carbohydrates under progressive drought in a Caatinga deciduous woody
species. Trees. https://doi.org/10.1007/s00468-021-02113.

PALAVRAS-CHAVE: Burseraceae; Floresta seca; Tolerância à seca.

Apoio: Laboratório de Fisiologia Vegetal (LFV) - UFPE- Propesqi/CNPq

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118
A HIDRATAÇÃO DESCONTÍNUA BENEFICIA A GERMINAÇÃO DE SEMENTES
DE Sesbania virgata (Cav.) Pers.

Filipe Andrade dos Santos*, Graduando em Ciências Biológicas/Universidade Federal de Sergipe.


Elizamar Ciríaco da Silva (Orientadora), Doutora em Botânica, Professora, Laboratório de Fisiologia e
Ecofisiologia Vegetal/UFS.
*
Autor correspondente: filipeandradest@gmail.com

INTRODUÇÃO
Ambientes de clima árido e semiárido, como a Caatinga e outras Florestas Tropicais
Sazonalmente Secas (FTSS), estão suscetíveis a escassez hídrica devido à condições climáticas
como a baixa concentração e irregularidade das chuvas, juntamente com altas temperaturas.
Além disso, estima-se que devido as mudanças climáticas globais haja uma intensificação e
prolongamento dos eventos de seca em FTSS (ALLEN et al., 2017).

Dessa forma, espécies vegetais presente em regiões com essas características


experimentam uma hidratação descontínua em diferentes estágios do seu desenvolvimento,
principalmente durante o processo germinativo. Sabe-se que a germinação é uma etapa crucial
para o sucesso reprodutivo das plantas e que os fatores edafoclimáticos exercem grande
influência nessa etapa, principalmente a disponibilidade hídrica, visto a sensibilidade das
sementes às suas variações (MEIADO et al., 2010)

Desse modo, alguns estudos demonstram que a hidratação descontínua durante a


germinação de sementes pode interferir de três maneiras: a primeira beneficia o processo
germinativo através da ativação da memória ao estresse, proporcionando maior tolerância a
estresses ambientais e melhorando os parâmetros germinativos (SANTOS JÚNIOR; FREITAS;
SILVA, 2021). A segunda forma é maléfica, uma vez que pode causar danos ao embrião e aos
tecidos embrionários, prejudicando ou inviabilizando a germinação. Já a terceira forma seria
neutra, uma vez que não possui qualquer influência na germinação das sementes (MEIADO et
al., 2010; LIMA, 2019).

Portanto, diante das implicações ecológicas, o objetivo desse estudo foi compreender a
influência da hidratação descontínua na germinação de sementes de Sesbania virgata (Cav.)
Pers. (Fabaceae), conhecida popularmente como Saranzinho ou Mãe-José. Espécie de
leguminosa lenhosa ocorrente na Caatinga e que possui características para uso na restauração
de áreas degradadas (FLORENTINO; MOREIRA, 2009), buscando verificar a ocorrência de

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119
benefícios, danos ou neutralidade dos ciclos de hidratação e desidratação sobre a germinação
das sementes.

METODOLOGIA

O estudo foi conduzido entre os meses de Junho a Julho de 2022 em condições semi-
controlada no Laboratório de Fisiologia e Ecofisiologia Vegetal (LFEV) e em casa de vegetação
do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Sergipe (10º55’32’’S, 37º06’08’’W)
em São Cristóvão, à leste do estado de Sergipe. As sementes utilizadas foram oriundas de
doação pelo Núcleo de Ecologia e monitoramento ambiental (NEMA) da Universidade Federal
do Vale do São Francisco (UNIVASF), coletadas em área nativa de Caatinga.

Para aplicação dos ciclos de hidratação e desidratação, as sementes foram previamente


escarificadas com ácido sulfúrico (Sigma-Aldrich® P.A., 95-97%) para superação de
dormência tegumentar e em seguida foi realizada a curva de embebição e secagem para
determinar os tempos de hidratação e desidratação a serem aplicados, seguindo metodologia de
Meiado et al. (2010). Portanto, estabeleceu-se como tempo de hidratação o período de 9 (nove)
horas, o correspondente a ½ da fase I (tempo X) e 4 (quatro) horas de desidratação, que foi o
tempo necessário para que as sementes retornassem ao peso inicial.

Dessa forma, as sementes foram submetidas a zero (controle), um (1C), dois (2C) e três
(3C) ciclos de hidratação e desidratação, conforme tempos estabelecidos na curva e embebição
e secagem, como tratamentos condicionantes e pré-germinativos. Em seguida, foram colocadas
para germinar em areia lavada disposta em bandejas plásticas com 43,5cm x 29,6cm x 7,5cm
de comprimento, largura e profundidade, respectivamente, com cinco repetições de 25 sementes
por tratamento.

A germinação foi acompanhada por 15 (quinze) dias, sendo realizada contagem de


germinação diária e com esses dados calculou-se a porcentagem (%G), velocidade (VMG),
tempo médio (TMG), índice de velocidade de emergência (IVE) e sincronia de germinação (SI)
utilizando-se o programa GerminaQuant versão 1.0. Os resultados foram testados quanto a
normalidade pelo teste de Shapiro-Wilk, submetidos a ANOVA e as médias foram comparadas
pelo teste de Tukey (p<0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados mostram que, de maneira geral, a aplicação dos ciclos de hidratação e


desidratação não interferiu na germinabilidade das sementes da espécie, uma vez que não houve

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120
diferença estatística significativa para a %G. No entanto, os ciclos de HD influenciaram de
forma significativa na redução do tempo médio de germinação nos tratamentos 1C, 2C e 3C
quando comparados ao controle. De maneira semelhante, a hidratação descontínua aumentou o
índice de velocidade de emergência das plântulas, conjuntamente com o aumento da velocidade
média de germinação e a sincronia (Tabela 1).

Esses dados demonstram que a passagem por 1 (um), 2 (dois) e 3 (três) ciclos de HD
aumenta a viabilidade das sementes, fazendo com que essas requeiram um menor tempo para
completar o processo germinativo e o façam com maior sincronia. Tais características podem
ser cruciais para a sobrevivência e um desenvolvimento vegetal satisfatório.

Resultados semelhantes aos obtidos nesse estudo foram encontrados por Hora e Meiado
(2016) e Lima (2019), nos quais a hidratação descontínua não interferiu na germinabilidade das
sementes de Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae) e mimosa tenuiflora (Willd.)
Poir. (Fabaceae), entretanto, beneficiou parâmetros como TMG, VMG, IVE e SG.
Ciclos de HD %G* TMG (dias)* IVE (dias1)* VMG* SG*
0C 95a 4,36ª 5,50b 0,22b 0,51c
1C 93a 2,05b 11,40a 0,48a 0,89a
2C 93a 2,04b 11,45a 0,48a 0,91a
3C 82a 2,29b 9,27ab 0,43a 0,62b
Tabela 1: Parâmetros germinativos de sementes de S. virgata submetidas a ciclos de HD. Legenda:
Porcentagem de germinação (%G), tempo médio de germinação (TMG), índice de velocidade de germinação
(IVE), velocidade média de germinação (VMG) e sincronia de germinação (SG).
*Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste de Tukey (P>0,05%).
CONCLUSÃO

Conclui-se que a hidratação descontínua beneficia a germinação de sementes


de Sesbania virgata (Cav.) Pers. (Fabaceae), favorecendo os parâmetros germinativos da
espécie e, apesar de não interferir na sua germinabilidade, aumenta o vigor de suas
sementes, o que pode proporcionar a produção de mudas mais tolerantes e viáveis para uso
em projetos de reflorestamento. Ademais, sugere-se a realização de novos estudos que visem
entender quais os efeitos dos ciclos de HD na sobrevivência e tolerância de mudas da espécie
sob estresses ambientais.

REFERÊNCIAS

ALLEN, K. et al. Will seasonally dry tropical forests be sensitive or resitent to future
changes

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Simpósio Nacional do Semiárido.
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in rainfall regimes? Environmental Research Letters, V. 12. 023001. 2017.

MEIADO, M.V; ALBUQUERQUE, L.S.C; ROJAS-ARÉCHIGA; LEAL I.R. Seed


germination responses of Cereus jamacaru DC. ssp. jamacaru (Cactaceae) to environmental
factors. Plant Species Biology. 2010. 25: 120-128.

HORA, I.S.; MEIADO, M.V. A hidratação descontínua de sementes favorece a produção de


mudas de Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae). Agroforestalis News, v.1, n.1,
p.20-24, 2016.

LIMA, A.T. Memória hídrica de sementes: implicações ecofisiológicas durante a


germinação e o desenvolvimento inicial de espécies da Caatinga. 2019. 98 f. Dissertação
(Mestrado em Ecologia e Conservação) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE,
2019.

SANTOS JÚNIOR, J. L.; FREITAS, R. S.; SILVA, E. C. Discontinuous hydration improves


germination and drought tolerance in Annona squamosa seedlings. Research, Society and
Development, [S. l.], v. 10, n. 3, p. e56710313706, 2021.

FLORENTINO, L. A.; MOREIRA, F. M. S. Características simbióticas e fenotípicas de


Azorhizobium doebereinerae, microssimbiote de Sesbania virgata. Revista Árvore, v. 33, n.
2, p. 215-226, 2009

PALAVRAS-CHAVE: Hidrocondicionamento; Pré-germinativo; Priming.

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122
PREDAÇÃO PRÉ-DISPERSÃO EM Cenostigma pyramidale (TUL.) GAGNON & G.P.
LEWIS

Adenaely Rodrigues da Rocha*, Graduando em licenciatura ciências biológicas/Universidade Estadual De


Alagoas.
Lucas Marcos Amorim da Silva, Graduando em licenciatura ciências biológicas/Universidade Estadual De
Alagoas.
José Valdemilson dos Santos Silva, Graduando em licenciatura ciências biológicas/Universidade Estadual
De Alagoas.
Camila Chagas Correia, Docente do Curso de Ciências Biológicas – UNEAL/Campus II.
*
Autor correspondente: rochaadenaey@gemail.com

INTRODUÇÃO

A predação de sementes é um processo ecológico comum em comunidades


vegetais. Seus efeitos resultam em uma baixa distribuição espacial de espécies, bem como a
densidade e a qualidade dos frutos. Os danos das sementes podem ser observados em dois
estágios, no pré-dispersivo e após a dispersão (Garcia; Tavares 2004). Os predadores mais
comuns são insetos de hábito generalista e de pequeno porte. (Howe, H.F.; Smallwood 1982).

Muitas plantas desenvolvem mecanismos de defesa com o intuito de minimizar


os efeitos causados por essa predação, por exemplo, a presença de tegumentos duros que
impedem uma hidratação imediata das sementes (Filho et al. 1997). A produção em maior
quantidade de sementes também pode ser considerada uma atitude estrategista,
conseguindo saciar os predadores e garantindo que haja dispersão das que restarem
(Madeira, 1997).

Cenostigma pyramidale [Tul.] Gagnon & G. P. Lewis (Fabaceae), conhecida


popularmente como “catingueira”, é uma espécie lenhosa, arbórea e endêmica do bioma
Caatinga. Bastante conhecida pelo seu uso medicinal, também é vítima do uso exploratório de
sua madeira (MAIA, 2012). Partindo desse pressuposto, o presente trabalho tem o objetivo de
avaliar e quantificar os níveis de predação e pré-dispersão de frutos e sementes em Cenostigma
pyramidale.

METODOLOGIA

O presente estudo foi realizado em uma área de caatinga sob efeito antrópico, localizada
nas seguintes coordenadas (–9.374967, -37.232779), no município de Santana do Ipanema-AL.
Foram separados 5 indivíduos de forma aleatória para obtenção de dados, sendo colhidos 100
frutos de cada conforme o ciclo reprodutivo de fevereiro de 2023. Logo, foram levados ao

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123
laboratório do Grupo de Pesquisa em Taxonomia de Angiospermas da Caatinga, GPTAC, para
identificar os possíveis danos causados às sementes e aos frutos. A presença de orifícios
característicos na superfície de ambos foi considerada como evidência de predação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre os 500 frutos analisados, 246 apresentaram algum tipo de dano conforme
descritos por individuo no gráfico 1.1., diferindo dos 254 que não apresentaram danos. Destes,
2.752 sementes foram analisadas, sendo 652 com danos e 2.100 sem danos (Gráfico 1.2).

1.1 Gráfico com a quantidade de frutos que apresentaram dano na superfície.


70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
INDIVIDUO 1 INDIVIDUO 2 INDIVIDUO 3 INDIVIDUO 4 INDIVIDUO 5

COM DANO SEM DANO

1.2 Gráfico com níveis gerais de sementes que apresentaram danos.

24%

sementes danificadas
sementes sem danos

76%

Apesar do grande número de frutos atingidos (246), a parcela de sementes danificadas


mostra-se bem menor em comparação com 24% das sementes predadas (gráfico 1.2), ainda é
possível observar no gráfico 1.1 que a diferença em proporção não se mostra tão alta entre frutos
danificados e não danificados em relação à média de 20% entre os indivíduos. Como estratégia

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124
reprodutiva, as plantas que demonstram esse comportamento de resistência a predadores
tendem a apresentar menores níveis de perda em sua dispersão (Madeira 1997), é importante
pontuar que esses níveis podem variar entre locais e anos.

CONCLUSÃO

Conclui-se que, apesar da Cenostigma pyramidale ter sofrido grandes níveis de


predação em seus frutos a taxa de sementes afetadas apresenta níveis baixos de predação. Isso
pode ser entendido como uma baixa ameaça para uma possível dispersão de suas vagens.

REFERÊNCIAS

FILHO, J.P.L.; GUERRA, S.T.M.; LOVATO, Mª.B.; Scotti, Mª.R.M.M.L. Germinação de


sementes de Senna macranthera, Senna multijuga e Stryphnodendron polyphyllum - Revista
Pesquisa Agropecuária Brasileira, 32(4): abril, 1997.

GARCIA, E.; TAVARES, F. - Efeito da predação de sementes no recrutamento de espécies


vegetais. Monografia de Pós-graduação em Ecologia.Instituto de Biologia. UNICAMP, SP,
2004.

HOWE, H.F.: SMALLWOOD, J. 1982. Ecology of seed dispersal. Annual Review of Ecology
and Systematics, 13: 201 228, 1982.

MADEIRA, A. J. Fenologia e defesa contra predadores de sementes em espécies congenéricas


simpátricas (Chamaecrista, Leguminosae). Dissertação de Mestrado. UFMG, Belo
Horizonte, MG, 1997.

MAIA, G. N. Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades. 2.ed. Printcolor Gráfica e


Editora, Fortaleza. 413 p; 2012.

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125
ODORES FLORAIS EM CACTACEAE: UMA FAMÍLIA SÍMBOLO DO
SEMIÁRIDO

Vitória da Fonseca Dias*, Mestranda pela Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal/Universidade


Federal de Pernambuco.
Sinzinando Albuquerque-Lima, Doutor pelo Programa de Pós-graduação em Biologia
Vegetal/Universidade Federal de Pernambuco.
Isabel Cristina Machado, Docente do Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal/Universidade
Federal de Pernambuco.
*
Autor correspondente: vi.dias11@hotmail.com
INTRODUÇÃO

A percepção do cheiro é um dos sentidos básicos e muitos polinizadores usam


esse sentido apurado para localizar as flores, sendo capazes de discriminar seu odor alvo de
uma mistura de outros aromas naturais e antropogênicos (RIFFELL et al., 2014). Não é
novidade que o odor floral é um fator chave na atração dos polinizadores, e seu papel na
especiação e evolução das Angiospermas é inegável (WHITEHEAD; PEAKALL, 2009).
Várias famílias utilizam uma diversidade de compostos voláteis florais para chamar
atenção desses polinizadores, os quais aprendem a associar um determinado aroma a
alguma recompensa (KNUDSEN; TOLLSTEN; BERGSTRÖM, 1993; WRIGHT;
SCHIESTL, 2009; MORÉ et al., 2021).

Dentre as Angiospermas, a família Cactaceae é reconhecida por suas folhas


modificadas em espinhos e caules suculentos e por sua distribuição quase exclusiva nas
Américas, sendo um grupo característico de regiões áridas e semiáridas, como a Caatinga
(KAISER; TOLLSTEN, 1995; HUNT, 2006). É considerável a diversidade no conjunto de
características florais em Cactaceae tais como como cor, forma, tamanho, horário de antese
(MARTINS et al., 2020). Da mesma forma, os compostos voláteis responsáveis pelo odor
floral dos cactos são amplamente variáveis e fortemente ligados à variação floral e aos
sistemas de polinização. Nesse sentindo, compreender de forma sistemática os odores florais
em Cactaceae se faz essencial, visto que muitos representantes usam desse atrativo para sua
polinização, garantindo assim um provável sucesso reprodutivo. Esse trabalho, portanto,
teve como objetivo geral reunir e analisar as informações existentes na literatura sobre
odores florais na família Cactaceae, a fim de realizar uma revisão sobre o panorama sobre a
temática.

METODOLOGIA
Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica do período de 1945 a 2023 visando

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126
encontrar publicações, as quais permitissem uma listagem dos voláteis que compõem o odor
floral dos representantes da família. Foram utilizadas palavras chaves tanto em inglês como em
português como “Cactaceae”, “Flower”, “Floral scents”, “Chemical characterization”, “volatile
floral compounds”, “Atrativos florais” x “odores florais” “síndrome floral”, para consulta nas
principais plataformas disponíveis, Scopus, Web of Science, Scielo e Periódicos Capes. De
forma complementar, para o levantamento dos compostos voláteis, foram utilizados os dados
encontrados na plataforma Pherobase. Em seguida, foi criada uma planilha de dados, a qual
continha informações como a tribo, o gênero e a espécie da planta, o horário da antese, os
compostos presentes nos odores florais para cada espécie e suas classes químicas.

Para investigar as possíveis diferenças entre os voláteis florais emitidos pelas distintas
espécies, bem como as prováveis relações entre os odores florais das espécies inseridas no
banco de dados e sua relação com os sistemas de polinização, os quais eram descritos nas
publicações, foi realizado o cálculo do índice de dissimilaridade de Bray Curtis. Por fim,
baseado nessa matriz, foi feito uma análise de Escalonamento Multidimensional Não Métrico
(NMDS), no software PAST 4.03.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram encontrados um total de 27 publicações com diferentes abordagens a respeito do


odor floral na família Cactaceae, dos quais cinco artigos retratavam de forma sistemática a lista
de compostos florais, nominando os voláteis e suas respectivas classes de compostos para uma
determinada espécie. Nas demais publicações foram encontradas pesquisas com uma conotação
mais descritiva a respeito do odor floral pela percepção humana. Além disso, muitos estudos
focavam em relatar apenas um composto predominante no odor floral de uma ou mais espécies
de cactos, como o trabalho de Svoboda e Greenaway (2003) que retrataram o citral como
componente do odor floral de Pereskia aculeata Mill.

Foi possível encontrar registros para 26 espécies de cactos, pertencentes a 12 gêneros,


dentro de quatro tribos da família Cactaceae. A tribo mais representativa foi Trichocereeae,
enquanto os gêneros mais representativos foram Echinopsis Zucc., Selenicereus (Berger)
Britton & Rose e Peniocereus (Berger) Britton & Rose. Ao todo foram contabilizados 180
compostos químicos, alguns dos quais foram compartilhados entre diferentes espécies. A classe
química predominante na composição do odor floral foram os terpenóides, mas também foi
encontrado compostos nitrogenados, sulfurados, fenólicos, entre outros.

De acordo com Kaiser e Tollsten (1995), as adaptações na composição de aromas em

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127
Cactaceae, estão relacionados com o tipo de polinizador envolvido. Tal fato foi corroborado
através da análise multivariada que permitiu evidenciar que as espécies que apresentam guildas
de polinizadores em comum, possuem compostos químicos similares ou até mesmo iguais na
composição de seu odor floral. Ademais, foi possível perceber que há uma similaridade com
relação ao horário de abertura das flores, visto que o conjunto que agrupa as espécies
esfingófilas e quiropterófilas, ou seja, espécies com antese noturna, se mostram próximos
quando comparados ao grupo das espécies polinizadas por abelhas, com antese diurna.

Atualmente, aproximadamente 2% dos representantes da família Cactaceae apresentam


dados a respeito da composição dos voláteis presentes no odor floral. No caso dos cactos
brasileiros, embora o leste do País, o qual corresponde a região semiárida, seja um centro de
endemismo de diversidade da família, até então existem poucas informações sobre o odor floral
na família em espécies ocorrentes em território nacional. No entanto, é importante destacar que
o estudo de Albuquerque-Lima et al. (2023) traz a lista da composição química do odor floral
de Cereus jamacaru DC., o Mandacaru, uma espécie símbolo do semiárido brasileiro muito
retratado na cultura nordestina

CONCLUSÃO

Sobre o estado da arte em relação a temática do odor em Cactaceae foi possível perceber
que muitas das publicações existentes não focam em indicar os voláteis florais e suas
respectivas classes químicas. Foi possível listar uma variedade de compostos encontrados,
alguns deles presentes em mais de uma espécie. Além disso, com a análise estatística ficou
evidente, que a similaridade dos odores florais está relacionada aos seus polinizadores. Por fim,
se faz necessário mais pesquisas que se aprofundem na composição química dos aromas florais
dos representantes da família Cactaceae, muitos dos quais estão presentes no semiárido
brasileiro, já que muitos cactos investem no odor floral como um dos atrativos principais para
atrair seus polinizadores e garantir o sucesso reprodutivo da espécie.

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE-LIMA et al. The iconic cactus of the Caatinga dry forest, Cereus jamacaru
(Cactaceae) has high sphingophily specialization and pollinator dependence. An. Acad. Bras.
Cienc. Manuscript accepted, 2023.

HUNT, D. The new cactus lexicon. Text Volume. DH Books, Milborne Port. 373p. 2006.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
128
KAISER, R.; TOLLSTEN, L. An introduction to the scent of cacti. Flavour and Fragrance
Journal, v. 10, n. 3, p. 153-164, 1995.

KNUDSEN, J. T.; TOLLSTEN, L.; BERGSTRÖM, L. Gunnar. Floral scents—a checklist of


volatile compounds isolated by head-space techniques. Phytochemistry, v. 33, n. 2, p. 253-280,
1993.

MARTINS, C. et al. Pollination biology of the endangered columnar cactus Cipocereus


crassisepalus: a case of close relationship between plant and pollinator. Acta Botanica Brasilica,
v. 34, n. 1, p. 177-184, 2020.

RIFFELL, J. A. et al. Flower discrimination by pollinators in a dynamic chemical environment.


Science, v. 344, n. 6191, p. 1515-1518, 2014.

SVOBODA, K. P.; GREENAWAY, R. I. Lemon scented plants. International Journal of


Aromatherapy, v. 13, n. 1, p. 23-32, 2003.

WRIGHT, G. A.; SCHIESTL, F. P. The evolution of floral scent: the influence of olfactory
learning by insect pollinators on the honest signalling of floral rewards. Functional Ecology, v.
23, n. 5, p. 841-851, 2009.

PALAVRAS-CHAVE: Cactaceae; Polinização; Voláteis florais - (Instituição de Fomento:


CNPq).

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129
DESEMPENHO GERMINATIVO DE Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit

Marana Tá Campos Bastos*, Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas/IFCE Campus Acopiara.


Keydna Maria Vieira Batista, Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas/ IFCE Campus Acopiara.
Wanessa Nepomuceno Ferreira, Professora/UFCA.
Maria Amanda Menezes Silva, Professora/IFCE Campus Acopiara.
*
Autor correspondente: marabastos418@gmail.com

INTRODUÇÃO

A espécie Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit foi introduzida no Brasil


com finalidade econômica, medicinal e energética (RAMIREZ et al., 2022). As sementes
germinam e a planta cresce em solos calcários e ambientes secos, sendo utilizada na
agricultura e em pastagens como alimentação animal (RIBEIRO et al., 2019). Para a
germinação de sementes da espécie, por ser considerada uma semente dura (MELO et al.,
2022), a superação de dormência é usada para tornar o tegumento permeável a água e a
oxigênio, e para promover condições para absorção de umidade (CARNEIRO, 1975).

Portanto, o presente trabalho tem como objetivo analisar como diferentes métodos de
quebra de dormência das sementes de L. leucocephala podem afetar a Porcentagem de
germinação (PG), o Tempo médio de germinação (TMG), o Índice de velocidade de germinação
(IVG) e o Comprimento da radícula (CR).

METODOLOGIA

O lote de sementes de L. leucocephala foi coletado no Sítio Riacho Verde na cidade de


Deputado Irapuan Pinheiro-CE e foi separado em quatro tratamentos, cada tratamento com
quatro repetições de 25 sementes. Os tratamentos usados para avaliar a quebra de dormência
foram controle, ácido sulfúrico 98% por 15 minutos, escarificação manual com lixa nº 100 e
água quente a 80ºC por 10 minutos.

O experimento foi realizado no Laboratório de Biodiversidade do IFCE Campus


Acopiara. As sementes foram colocadas em placas de petri esterilizadas e forradas com dupla
camada de papel germitest, umedecidas com água destilada com quantidade equivalente a 2,5
vezes o peso do papel (BRASIL, 2009). Posteriormente as placas foram colocadas na B.O.D.
na temperatura de 30ºC e fotoperíodo de 12h.

Durante o experimento, diariamente foi realizada a contagem das sementes germinadas

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130
(emissão da radícula de 2 mm). A partir desses resultados foram analisados os dados de
porcentagem de germinação (PG), Índice de velocidade de germinação (IVG) e Tempo médio
de germinação (TMG). No último dia do experimento foi medido o comprimento da radícula
utilizando paquímetro digital.

Com os resultados obtidos foi feito o teste de normalidade Shapiro-Wilk. Dados com
distribuição normal foram submetidos a ANOVA, com médias comparadas pelo teste de Tukey,
enquanto dados sem distribuição normal foram analisados por meio do Kruskal-Wallis, e as
médias comparadas por Mann-Whitney. As análises foram realizadas no programa Past.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir das análises foi possível observar que a porcentagem de germinação e o índice
de velocidade de germinação de L. leucocephala foram maiores no tratamento de escarificação
manual, sendo os menores valores observados no tratamento controle. As maiores radículas
foram no tratamento químico e não houve diferença no tempo médio de germinação (Tabela
01). Igualmente ao trabalho aqui presente, Mendonça et al. (2020) observaram que o melhor
tratamento para escarificar sementes de L. leucocephala era o manual, com lixa n 100,
germinando 97,50% das sementes plantadas. Ainda sobre a escarificação manual, Araújo
(2020) observou que o uso de lixas nº 180 também foi eficaz para a quebra de dormência, com
82% de sementes germinadas. Devido ao seu tegumento duro (MELO et al., 2022), a lixa é
eficiente para a quebra de dormência de sementes da espécie.

Tabela 1: Porcentagem de germinação (PG), Tempo médio de germinação (TMG), Índice de velocidade de
germinação (IVG) e Comprimento da radícula (CR), em função de distintos tratamentos de quebra de dormência
da espécie L. leucocephala.
Tratamentos PG TMG IVG CR
C 21c 4,00a 0,15c 21,87b
EQ 72b 4,72a 5,31b 41,72a
EM 94a 2,32a 11,02a 35,19b
EAQ 89b 6,51a 4,46c 33,39a
Legenda: C - Controle, EQ - Escarificação química em ácido sulfúrico concentrado a 95% por 15 minutos, EM -
Escarificação mecânica com lixa nº 100, EAQ - Imersão em água quente (80ºC) por 10 min.

CONCLUSÃO

É possível concluir que a escarificação química e manual possibilitaram maiores taxas


de germinação para as sementes de L. leucocephala, sendo a escarificação manual o método
mais eficiente.

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131
REFERÊNCIAS

ARAÚJO, P. S. Superação de dormência e qualidade da luz na germinação de sementes de


Leucaena leucocephala (Lam.) De Wit. Research, Society and Development, v. 9, n. 10, p.
1-16, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i10.8450. Disponível em:
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/8450. Acesso em: 15/04/2023.

BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para Análise de


Sementes. Brasília, 2009, p. 1-399.

CARNEIRO, J. G. A. Métodos de quebra de dormência de sementes. Floresta, v. 6, n. 1, p. 24-


30, 1975.

MELO, R. L. et al. Métodos para superação de dormência da espécie Leucaena leucocephala


submetidos ao substrato comercial e orgânico. In: MEDEIROS, A. M. Livro De Resumos: I
Mostra Científica De Estatística-Ufpi, Fortaleza: editora in vivo, 2022, p. 35-39.

MENDONÇA, A. J. T. et al. Superação de dormência em sementes de Leucaena leucocephala


(Lam). de Wit. com métodos físicos e químicos. Revista Verde de Agroecologia e
Desenvolvimento Sustentável, v. 15, n. 3, p. 325-329, 2020. DOI: 10.18378/rvads.v15i3.7754.
Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7560081. Acesso em:
15/04/2023.

RAMIREZ, J. L. A. et al. A review on bioenergetic applications of Leucaena leucocephala.


Industrial Crops and Products, v. 182, p. 1-12, 2022. DOI:
https://doi.org/10.1016/j.indcrop.2022.114847. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0926669022003302?via%3Dihub.
Acesso em: 15/04/2023.

RIBEIRO, V. M. et al. Efeito alelopático de Leucaena leucocephala e Hovenia dulcis sobre


germinação de Mimosa bimucronata e Peltophorum dubium. Iheringia, Série Botânica, v. 74,
p. 1-7 2019. DOI: https://doi.org/10.21826/2446-82312019v74e2019006. Disponível em:
https://isb.emnuvens.com.br/iheringia/article/view/435. Acesso em: 15/04/2023.

PALAVRAS-CHAVE: Espécie Exótica; Sementes; Superação de Dormência.

Apoio: IFCE.

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132
GUILDA DE ABELHAS VISITANTES DE ESPÉCIES ENANTIOSTÍLICA Senna
martiana (Benth.) H.S. IRWIN & BARNEBY

Jhonatan Ferreira da Silva*, Graduandos em Ciências Biológicas/Universidade Estadual de Alagoas. José


Valdemilson dos Santos Silva, Graduandos em Ciências Biológicas/Universidade Estadual de Alagoas.
Genésio Jose do Amaral Ramos, Graduandos em Ciências Biológicas/Universidade Estadual de Alagoas.
Camila Chagas Correia, Doutoranda em Biologia Vegetal/Universidade Federal de Pernambuco.
*
Autor correspondente: jfsilvapro@gmail.com

INTRODUÇÃO

A relação inseto-planta se configura como um mecanismo de adaptação entre


os envolvidos, essa relação muitas vezes pode se tratar de algo benéfico para ambos,
como a polinização (Bascompte e Jordano 2007), ou pode ser uma relação negativa, como a
herbivoria. Na literatura atual, o conjunto de insetos que são herbívoros e polinizadores são
conhecidos como guilda.

Segundo Root (1973), guildas são definidas como grupos funcionais de organismos
que usam os mesmos recursos de modo semelhante. Essas guildas formam uma rede
complexa de relações com as plantas hospedeiras. No caso da Senna martiana (Benth.) H.S.
Irwin & Barneby (Fabaceae – Caesalpinioideae), devido a sua arquitetura diferenciada
(espécie enantiostílica) e a sua recompensa (apenas pólen) é necessário que as flores sejam
vibradas (“buzz-pollination”) pelos seus polinizadores, os quais devem ser específicos.
(Almeida 2014; Correia, et al., 2021).

Esses fatores associados à alta taxa de antropização da Caatinga podem afetar a


frequência dos visitantes na planta. Santos et al., (2016) retrata que visitantes são aqueles
animais que buscam recursos nas flores e, entre eles, temos aqueles que são esporádicos,
frequentes, oportunistas, pilhadores, generalistas ou especialistas. Além disso, a frequência
desses visitantes pode atrapalhar o fitness reprodutivo da planta, já que muitos não são
polinizadores efetivos. Para os autores supracitados, polinizadores efetivos são todos aqueles
que realizam uma transferência de pólen das anteras para o estigma da flor de uma mesma
espécie de planta

Pensando nisso, o objetivo desse trabalho é entender e analisar a frequência de visitantes


florais e os seus impactos na S. martiana, a qual está presente em uma área de Caatinga
antropizada.

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133
METODOLOGIA

O estudo foi realizado numa área de Caatinga antropizada próxima a Universidade


Estadual de Alagoas – UNEAL/Campus II, localizada no munícipio de Santana do Ipanema-
AL. As observações foram realizadas, durante 30 dias consecutivos, com o auxílio de três
observadores. O critério para a escolha dos indivíduos desse trabalho foi a disponibilidade dos
espécimes na área.

Ao todo, foram selecionados um total de 15 indivíduos, nos quais foram observadas 10


flores, sendo 5 de morfo direito e, 5 de morfo esquerdo (n=150). Os animais coletados foram
depositados na coleção entomológica do Laboratório de Pesquisa em Angiospermas da
Caatinga – LAPAC, para identificação e conservação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A floração observada da S.martianna ocorreu principalmente durante os meses de


outubro a dezembro. A sua antese ocorreu por volta das 5:00h da manhã, e os seus polinizadores
começaram a aparecer nesse mesmo horário. Os visitantes identificados e coletados foram
Xylocopa grisescens (Lepeletier, 1841), Xylocopa frontalis (Oliver, 1789), Bombus sp
(Swederus, 1787), Trigona spinipes (Fabricius, 1793), e Apis melífera. O pico de visitas ocorreu
entre as 8:00h e as 12:00h, nesses horários tivemos o maior aumento de temperatura.

Ao todo, tivemos 1903 mil visitas, destas: Bombus sp, X. frontalis, X. grisescens foram
considerados polinizadores efetivos, já que eles tocavam nas estruturas reprodutivas, além de
vibrarem liberando o pólen. Enquanto Trigona spinipes e Apis mellifera foram pilhadores, pois
possuíam hábitos semelhantes, chegavam à flor e retiravam o que queriam sem tocar nas partes
reprodutivas, além de danificar a corola delas, afetando o seu fitness.

Trabalhos como o de Correia et al., (2021), que foi realizado em uma área de Caatinga
preservada em Pernambuco com a S. siamea, e o de Carvalho et al., (2005), que teve como
espécie modelo S. rugosa em uma reserva ecológica no cerrado de MG, tiveram resultados
semelhantes com as mesmas espécies citadas, referenciando um padrão do comportamento
dessas abelhas nos ambientes onde vivem. Santos et al., (2007) também encontra resultados
semelhantes, mesmo sendo com uma espécie diferente, no qual as abelhas citadas pelo autor
corroboram com os dados aqui vistos.

É interessante notar que mesmo sendo uma área de caatinga antropizada, os serviços de
sistemas ecológicos ainda resistem, isso indica uma plasticidade do ambiente ao lutar e conviver

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134
com os impactos causados.

CONCLUSÃO

A Senna martiana é uma importante espécie que contribui para a sobrevivência de uma
grande gama de abelhas em um local de modificação de paisagem, o seu pólen pode ser, muitas
vezes, uma das poucas fontes proteicas dessas espécies nesses ambientes. Além disso, essa
guilda de polinizadores pode servir como um mecanismo de facilitação no estabelecimento da
espécie em determinados ecossistemas.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, N.M. Enantiostilia e relações reprodutivas em espécies da subtribo Cassiinae


(Fabaceae-Caesalpinioideae). 129 f. Tese de Doutorado. (Programa de Pós-Graduação em
Botânica) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife. 2014.

BASCOMPTE, J. & JORDANO, P. 2007. Plant-Animal mutualistic networks: The


Architecture Of Biodiversity. Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics. V 38,
p. 567-593. 2007.

CARVALHO, A. P. G. O.; SILVA, C. I.; AUGUSTO, S. C. Visitantes florais e polinização de


Senna rugosa (G. Don) H. S. Irwin & Barneby (Leguminosae, Caesalpinioideae). In: VII
CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL. Anais. 2005

CORREIA, C.C.; SILVA, C.M.; LIMA, J. R. F.; ALMEIDA, N. M. Guilda de Abelhas


Visitantes das Flores de Senna siamea (Lam.) H.S Irwan & Barneby. In: 37ª REUNIÃO
NORDESTINA DE BOTÂNICA. Org: SHINYA, Thais Yumi.; VILARINHO, Milena Perreira.
2021, PI. Anais eletrônicos. Editora; UESPI, 2021.

ROOT, R. B. Organization of a plant-arthropod association in simple and diverse habitats: The


fauna of collards (Brassica oleracea). Ecological Monographs. v. 43, p. 95-124, 1973.

SANTOS, A.S.; SILVA, C. I. DA.; PINHEIRO, M.; KLEINERT, A. DE M. P. Quando um


visitante floral é um polinizador? Rodriguésia, v 67, p. 295–307. 2016.

SANTOS, M. J.; MACHADO, I. C.; LOPES, A. V. Biologia reprodutiva de duas espécies de


Jatropha L. (Euphorbiaceae) em caatinga, Nordeste do Brasil. Brazilian Journal of Botany, v.
28, n. Braz. J. Bot., 2005 28(2), p. 361–373, 2005.

PALAVRAS-CHAVE: Guilda; Senna martiana; Polinizadores.

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135
RESUMOS EXPANDIDOS

Área Temática:

Conservação e Meio Ambiente


(Ecologia)

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136
DISTRIBUIÇÃO POTENCIAL DE Cnidoscolus phyllacanthus BASEADO NO
MODELO MAXENT

Antonio Gustavo de Almeida Batista*, Graduando em Ciências Biológicas no Centro de Educação


Ciência e Tecnologia da Região dos Inhamuns, da Universidade Estadual do Ceará.
Paulo Regis Menezes Sousa, Professor do curso de Ciências da Computação, da Universidade Estadual Vale
do Acaraú.
Selma Freire de Brito, Professora do curso de Biologia, do Centro de Educação Ciência e Tecnologia da
Região dos Inhamuns, da Universidade Estadual do Ceará.
*Autor correspondente: ant.batista@aluno.uece.br

INTRODUÇÃO

O Nordeste do Brasil caracteriza-se pelo clima semiárido e pela presença dominante


da Caatinga em quase todo seu território (FERNANDES; QUEIROZ, 2018). Dentre as
espécies que caracterizam a paisagem está Cnidoscolus quercifolius Pohl conhecida
popularmente como favela ou faveleira (Euphorbiaceae). C. quercifolius apresenta
diferentes usos como para a alimentação animal, o uso medicinal, além de ambiental,
como na recuperação de áreas degradadas (DRUMOND, 2016). Ao longo dos anos
diversos fatores tem contribuído para a degradação da Caatinga como o desmatamento, as
queimadas, o pastoreio excessivo de gado e as práticas agrícolas. Como resultado diversas
espécies (como C. quercifolius) têm apresentado significativa redução e o desenvolvimento
de pesquisas que possam auxiliar no processo de conservação e uso sustentável tornam-se
fundamentais.

A modelagem de potencial distribuição é uma técnica que usa dados de ocorrência das
espécies e variáveis ambientais para estimar a probabilidade de estabelecimento em diferentes
regiões (nicho ecológico) (PADALIA et al., 2015). Estes modelos visam, por exemplo, a
auxiliar na determinação das condições adequadas para a ocorrência de espécies tendo como
finalidade sua conservação (YANG et al., 2022). Diante disso, o objetivo dessa pesquisa foi
realizar um modelo de potencial distribuição de C. quercifolius para o Nodrdeste do Brasil
baseado no modelo do Maxent.

METODOLOGIA

Foram coletados os dados de ocorrência de C. quercifolius no site do GBIF


(https://www.gbif.org), sendo coletados 637 pontos de ocorrência no Nordeste do Brasil. Em
seguida dezenove variáveis bioclimáticas foram obtidas a partir do conjunto de dados do
Worldclim 2.1 (www.worldclim.org), com resolução espacial de 2,5 minutos. Usando uma

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Simpósio Nacional do Semiárido.
137
análise de correlação foram excluídas aquelas com correlação igual ou maior que 80%. Assim,
foram selecionadas para a modelagem dez variáveis: sazonalidade de temperatura (bio4),
temperatura mínima no mês mais frio (bio6), variação da temperatura anual (bio7), temperatura
média no quarto mais chuvoso (bio8), precipitação anual (bio12), precipitação do mês mais
chuvoso (bio13), precipitação do quarto mais seco (bio17), precipitação do quarto mais quente
(bio18), precipitação do quarto mais frio (bio19) e elevação.

A modelo de distribuição foi realizada no software MaxEnt versão 3.4.4, foram


realizadas dez iterações usando 70% dos pontos de ocorrência para treinamento e 30% para
validação do modelo. A precisão do modelo foi examinada com base na área sob a curva (AUC)
e da curva ROC (Receiver Operating Characteristic), sendo que quanto mais próximo de 1,
melhor o desempenho do modelo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O desempenho médio do modelo baseado no AUC foi de 0,93, indicando que o modelo
foi eficiente para prever a ocorrência de C. quercifolius. Dados de ocorrência da espécie foram
coletados em quase todos os estados do Nordeste, a exceção foi o Maranhão (Figura 1A).

Figura 1: Ocorrência de Cnidoscolus quercifolius (A) e sua potencial distribuição (B) no Nordeste do Brasil.
O mapa de potencial distribuição de C. quercifolius no Nordeste mostra que as áreas
com maior probabilidade (acima de 75%) estão concentradas principalmente nos estados da
Bahia e Pernambuco. Enquanto no Maranhão as probabilidades de ocorrência ficam entre 0 e
25% (Figura 1B). As áreas com maior probabilidade de ocorrência de C. quercifolius podem
ser alvos de investimentos para o plantio em larga escala ou reflorestamento de áreas
degradadas, uma vez que esta espécie mostra um importante potencial para usos em diferentes
áreas (DRUMOND, 2016).

As variáveis que mais afetaram a potencial ocorrência de C. quercifolius foram a bio12,

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138
a bio4, a elevação e a bio8, que juntas explicam 73,4% da ocorrência. A precipitação anual
acima de 600 mm causa redução da ocorrência (Figura 2A), sazonalidade da temperatura
(desvio padrão x 100) entre 140 e 180 favorecem sua ocorrência (Figura 2B), sua ocorrência
cresce em elevações de 400 a 1000m (Figura 2C) e a temperatura do quarto mais chuvoso acima
de 22°C aumenta seu estabelecimento (Figura 2D).

Figura 2: Resposta de Cnidoscolus quercifolius a bio12 (A), bio4 (B), elevação (C) e bio8 (D).

CONCLUSÃO

As áreas do Nordeste com maior probabilidade de ocorrência de C. quercifolius estão


concentradas principalmente nos estados da Bahia e de Pernambuco. As variáveis que mais
afetam a probabilidade de ocorrência desta espécie são a precipitação anual, a sazonalidade da
temperatura e as elevações da temperatura do quarto mais chuvoso.

REFERÊNCIAS

DRUMOND M. A. Caracterização e Usos das Espécies da Caatinga: subsídio para


programas de restauração florestal nas Unidades de Conservação da Caatinga (UCCAs).
Petrolina: Embrapa Semiárido, 2016.

FERNANDES, M. F.; QUEIROZ, L. P. de. Vegetação e flora da Caatinga. Ciência e cultura,


v. 70, n. 4, p. 51-56, 2018.

PADALIA, H.; SRIVASTAVA, V.; KUSHWAHA, S.P.S. How climate change might
influence the potential distribution of weed, bushmint (Hyptis suaveolens)? Environmental
Monitoring and Assessment, v. p.187- 210, 2015.

YANG, J.; HUANG, Y.; JIANG, X.; CHEN, H.; LIU, M.; WANG, R. Distribuição geográfica
potencial das Isoetes vegetais ameaçadas sob atividades humanas usando MaxEnt e
GARP. Ecologia Global e Conservação, v.38, p.e02186, 2022.

PALAVRAS-CHAVE: Conservação de espécie; faveleira; modelagem de nicho.

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139
INFLUÊNCIA DO USO DO HIDROGEL DE FRALDAS DESCARTÁVEIS NA
BIOMASSA DE MUDAS DE Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz

Danielle Costa Pereira*, Licencianda em Ciências Biológicas/IFCE Campus Acopiara.


Francisco Delleon Pereira Pinheiro, Licenciando em Química/IFCE Campus Quixadá.
Guilherme Augusto Magalhães Junior, Professor/IFCE Campus Quixadá.
Maria Amanda Menezes Silva, Professora/IFCE Campus Acopiara.
*
Autor correspondente: danielle.costa.pereira08@aluno.ifce.edu.br

INTRODUÇÃO

Devido ao crescimento da população humana há grande geração de resíduos, que tem


como uma das consequências os impactos ambientais oriundos do descarte inadequado
(ANDRADE, 2022). A fralda descartável é um resíduo comum que demora muito para
ser degradado. Uma das substâncias presentes nas fraldas é o polímero superabsorvente
(hidrogel) que possui capacidade de retenção de água e age positivamente como
condicionador do solo (VASCONCELOS et al., 2020).

Na Caatinga, devido à baixa quantidade de água no solo e baixa pluviosidade, o uso de


hidrogel comercial tem se mostrado eficiente para a retenção e liberação lenta da água, e vem
sendo comercializado para a produção de mudas de espécies florestais de
qualidade
(NASCIMENTO, 2021). No entanto, não se sabe se o reuso do hidrogel proveniente das fraldas
descartáveis produz os mesmos efeitos. Deste modo, o objetivo dessa pesquisa é avaliar a
influência do uso do hidrogel proveniente de fraldas descartáveis no investimento em biomassa
de mudas da espécie Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz.

METODOLOGIA

O estudo foi realizado no IFCE Campus Acopiara e Quixadá. As sementes de L. ferrea


passaram por tratamento pré-germinativo de escarificação química em H2SO4 por 15 minutos
(OLIVEIRA, 2021). Para a preparação do hidrogel, o material absorvente da fralda foi retirado
e seco em estufa à temperatura de 80 ºC por 12h.

O plantio foi realizado em um viveiro com telhado que permite a passagem da luz e ao
mesmo tempo evita a passagem da água. Para a preparação do substrato utilizou-se 6 kg de
areia, 1 kg de argila e 1 kg de esterco curtido em cada balde com capacidade de 10 litros. Foram
feitos quatro tratamentos, cada um com cinco repetições: Com hidrogel e irrigação diária; Com
hidrogel e irrigação a cada 4 dias; Sem hidrogel e irrigação diária; Sem hidrogel e irrigação a

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Simpósio Nacional do Semiárido.
140
cada 4 dias. Nos tratamentos com hidrogel foram usados 5g do produto para 1 litro de água, e
em seguida foram depositados nos substratos. A irrigação foi realizada com 300 ml de água
para cada repetição. O experimento durou três meses, e após este período foram analisados o
número de folhas, o comprimento da raiz primária, o teor da matéria seca das folhas, da raiz
primária, das raízes secundárias, e da madeira.

Valores das características funcionais coletadas nos diferentes tratamentos foram


submetidas ao teste de normalidade de Shapiro-Wilk. Dados com distribuição normal foram
submetidos a análises de variância, tendo as médias comparadas pelo teste de Tukey. Dados
sem distribuição normal foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo teste Mann
Whitney. Ambas as análises foram realizadas ao nível de 5% de probabilidade e com auxílio
do programa estatístico Past.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir dos resultados obtidos nos indivíduos de L. ferrea pode-se observar que houve
diferenças significativas nas variáveis número de folhas, teor da matéria seca das raízes
secundárias e comprimento da raiz primária (Tabela 01).

Quanto ao número de folhas, os tratamentos com hidrogel irrigação diária e a cada


quatro dias, bem como sem hidrogel irrigação diária, obtiveram os melhores resultados,
apresentando maior número de folhas. Diante dessa perspectiva, Nomura et al. (2019) ao
analisarem diferentes quantidades de hidrogel comercial em uma concentração de 3gL-1
observaram que as mudas de Carica papaya L. tiveram maior número de folhas e maior
comprimento da raiz. Isso comprova que a utilização do hidrogel, quer seja comercial ou de
reuso, tem sido uma alternativa eficaz no ganho de biomassa, uma vez que no nosso estudo ao
aumentar o intervalo entre as irrigações apenas o tratamento com hidrogel obteve bons
resultados.

Nas demais características analisadas foi observado que as diferenças ocorreram abaixo
do solo. O teor da matéria seca da raiz secundária e o comprimento da raiz primária foram
maiores quando a irrigação ocorria a cada quatro dias, independente da presença ou da ausência
do hidrogel. Isso ocorre devido a estratégia da planta em buscar água. Ao aumentar o intervalo
entre irrigações e diminuir a disponibilidade hídrica, as plantas tendem a investir mais nas
características que auxiliam na busca pelo recurso.

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141
Tabela 01: Características funcionais coletadas de indivíduos de L. ferrea submetida a diferentes tratamentos.
Tratamentos Nf TMSF TMSRP TMSRS TMSM CR
CH - 1 dia 29a 0,3095a 0,5763a 0,1861b 0,4879a 13,42b
CH - 4 dias 34,6a 0,3183a 0,5289a 0,3339ª 0,4701a 18,14a
SH - 1 dia 30,2a 0,3245a 0,5961a 0,2085b 0,5058a 15,46b
SH - 4 dias 21,6b 0,3166a 0,4167a 0,3086ª 0,4957a 17,76a
Legenda: CH – Com hidrogel irrigação diária; CH – Com hidrogel irrigação a cada 4 dias; SH – Sem hidrogel
irrigação diária; SH – Sem hidrogel irrigação a cada 4 dias; Nf – Número de folhas; TMSF – Teor de matéria
seca da folha; TMSRP – Teor de matéria seca da raiz primária; TMSRS – Teor de matéria seca da raiz
secundária; TMSM – Teor de matéria seca da madeira; CR – Comprimento da raiz. Letras diferentes indicam
diferença estatística.
CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos é possível afirmar que o uso de hidrogel proveniente
de fraldas descartáveis favorece o ganho de biomassa de mudas de Libidibia ferrea.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, R. W. N. Gestão de Resíduos Sólidos no Meio Rural: Uma Revisão. In: SEABRA,
G. (org.). Terra [livro eletrônico]: paisagens e sociobiodiversidade. Ituiutaba, MG: Editora
Barlavento, 2023. p. 760-773. Disponível em:
https://www.mediafire.com/file/rp4sjvgivctftx5/Livro_II_-//_CT_2022.pdf/file. Acesso em: 17
abr. 2023.

NASCIMENTO, L. C. Doses e modo de aplicação de hidrogel para desenvolvimento inicial


de espécie arbórea nativa. 2020. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia)
- Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2021. Disponível em:
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/58878 . Acesso em: 17 abr. 2023.

NOMURA, M. et al. Avaliação de diferentes quantidades de hidrogel na produção de mudas


de mamão papaya. Ipê Agronomic Journal, Minas Gerais, v. 3, n. 1, p. 19-25, 2019.

OLIVEIRA, V. N. S. Condicionamento fisiológico em sementes de jucá (Libidibia ferrea


(Mart. ex Tul.) L.P. Queiroz var. ferrea) submetidas a salinidade. 2021. 50 f. Dissertação
(Mestrado em Ambiente, Tecnologia e Sociedade) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido
(UFERSA), Mossoró, RN, 2021. Disponível em:
https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/6839. Acesso em:17 abr. 2023.

VASCONCELOS, M. C. et al. Superabsorbent hydrogel composite based on starch/rice husk


ash as a soil conditioner in melon (Cucumin melo L.) seedling culture. Journal of Polymers
and the Environment. v. 28, p. 131-140, 2020.

PALAVRAS-CHAVE: Matéria seca; Polímero superabsorvente; Absorção de água;


Recuperação de áreas degradadas.

Apoio: IFCE campus Acopiara e CNPq.

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142
QUAIS AS CARACTERÍSTICAS MAIS PLÁSTICAS DE UMA HERBÁCEA PERENE
DA CAATINGA EM RESPOSTA AO DÉFICIT HÍDRICO E LUMINOSO?

Bruno Ayron de Souza Aguiar*, Pesquisador/Professor pela Universidade Federal do Piauí.


Júlia Arruda Simões, Graduada em Biologia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Clarissa Gomes Reis Lopes, Pesquisador/Professor pela Universidade Federal do Piauí.
Elcida de Lima Araújo, Professor da Universidade Federal de Pernambuco.
*
Autor correspondente: bruno_ayron@hotmail.com

INTRODUÇÃO

A plasticidade fenotípica é a capacidade do fenótipo de mudar sua


expressão morfofisiológica e comportamental em resposta aos fatores ambientais
durante o seu desenvolvimento. Isso significa que, o mesmo genótipo vegetal pode
expressar diferentes fenótipos, uma estratégia evolutiva importante para sua
sobrevivência e reprodução em ambientes variáveis e imprevisíveis (FORSMAN, 2015).
Neste estudo, adotamos o conceito sensu lato da plasticidade, que considera as mudanças
fenotípicas que ocorrem em resposta às variações ambientais (MURREN et al., 2015). No
semiárido, fatores como água e luz variam sazonalmente e afetam o ciclo de crescimento das
plantas (AGUIAR et al., 2020). Estes fatores têm um impacto direto na dinâmica da
paisagem, resultando em uma maior ou menor sobreposição das árvores, causando
variações na área exposta ao sol. As espécies herbáceas que crescem abaixo do dossel,
necessitam de estratégias eficientes para tolerar essas mudanças ambientais (ANDRADE
et al., 2015), resultando em maior plasticidade fenotípica nas suas características
vegetativas.

Nestes ambientes estão previstas reduções de até 30% na quantidade de chuvas, sendo
válido pensar na possibilidade de maior irregularidade na disponibilidade de luz no sub-bosque
(ALVAREZ-ANÕRVE et al., 2012). Perspectiva esta, que valida uma discussão a respeito da
resistência do componente herbáceo, que naturalmente é mais sensível às variações de
luminosidade e chuva (ANDRADE et al., 2015). Diante disso, se faz necessário um estudo para
compreender estas respostas frente às variações da disponibilidade de luz e água. Para isso,
investigaremos a espécie Talinum triangulare (Jacq.), uma herbácea com ampla distribuição
nas florestas tropicais e elevada densidade na Caatinga. A espécie apresenta alto valor
alimentício, medicinal, sendo utilizada na recuperação de áreas degradadas (OGBO et al.,
2017). A questão central deste estudo é: Quais seriam as características mais plásticas de uma
herbácea perene da Caatinga em resposta ao déficit hídrico e Luminoso?

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143
METODOLOGIA

Obtenção das mudas e aclimatação: Mudas da espécie foram obtidas por meio da
germinação das sementes coletadas em um fragmento de Caatinga do Instituto de Pesquisa
Agropecuária (IPA) em Caruaru-PE (Agosto/2017). Após 30 dias de aclimatação, 210
indivíduos foram transferidos para sacos de polietileno (250 cm2; 3 kg de solo do fragmento),
sendo 90 distribuídos paras as simulação das chuvas (casa de vegetação) e 120 para simulação
da luminosidade (viveiros com sombreamento). Ambas as simulações foram mantidas por 6
meses (período chuvoso).

Simulação das chuvas: Com os dados de chuvas cedidos pelo IPA (60 anos: 1956-2016),
classificamos dez anos chuvosos (>891,4mm), sete anos secos (<433,3 mm) e 43 anos próximos
da media histórica (>433,3mm<891,4 mm). Os tratamentos de simulação das chuvas (SC)
foram: Tchuvoso- SC de anos chuvosos; Tcontrole- SC de anos próximos à média histórica;
Tseco- SC de anos secos; com 30 repetições por tratamento. A administração hídrica foi diária
calculada pela média diária (mm) de cada conjunto de anos. Neste estudo utilizamos a
simulação da estação chuvosa.

Simulação da luminosidade: Construímos viveiros com 4 tratamentos de


disponibilidade de luz: T100: sol pleno (11638,9 lux / controle), T70: 70% (8203,5 lux), T50:
50% (5729,5 lux) e T30: 30% (3669,7 lux) de luminosidade, utilizando tubos de PVC e telas
de sombreamento de polietileno preto, com 30 repetições por tratamento, mantidas em 100%
da capacidade de campo.

Atributos coletados: Semanalmente aferimos a produção de folhas, altura e diâmetro


com auxílio paquímetro digital. Ao final do experimento, aferimos a biomassa seca das folhas,
caules e raízes, utilizando uma estufa de secagem e balança de precisão semianalitica.
Selecionamos 30 folhas por tratamento, as quais foram escaneadas e mensuradas a área foliar
(AF-cm²) com auxílio do programa Image J.

Plasticidade Fenotípica: Utilizamos os valores máximos do crescimento para calcular


o RDPI (“índice de plasticidade da distância relativa”). Esse índice variar de 0 até o máximo 1,
alta plasticidade acima de 0,6 (VALLADARES, 2006).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todas as características vegetativas analisadas se mostraram plásticas no déficit hídrico


e luminoso (Figura 1). A espécie apresentou uma plasticidade média abaixo de 0,6, o que indica

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144
um estado de alerta e desempenho menos favorável diante da variabilidade do meio, com menor
plasticidade observada no diâmetro em ambos os déficits. Isso sugere que a espécie pode estar
enfrentando limitações ambientais em seu desenvolvimento. No entanto, variações na
plasticidade indicam que existem diferenças na alocação de recursos para características que
maximizam a sobrevivência e o sucesso reprodutivo das espécies (POOTER et al., 2012).

As características mais plásticas nas reduções das chuvas foram a biomassa da raiz
(0.51) e caules (0.28), enquanto no déficit luminoso a biomassa das folhas (0.34), raízes (0.31),
e por seguinte a área foliar com 0.25 em ambas as simulações (Figura 1). Em condições de
baixa luminosidade, as plantas herbáceas podem aumentar sua área foliar como uma forma de
compensação e, assim, aumentar a taxa de fixação de carbono (ZHAO et al., 2012), como
observado neste estudo. A geófita apresentou maior plasticidade nas raízes em resposta às
variações das chuvas. Isso significa que a espécie não necessariamente mantém maior fixação
de carbono para sustentar suas raízes vivas na estação desfavorável (seca sazonal). No entanto,
a maior variabilidade no crescimento das raízes confere à planta uma maior eficiência na
captação de água, seja das camadas mais profundas ou superficiais do solo (KOOYERS, 2015).

Figura 1: Índice de plasticidade fenotípica (RDPI) nos traços vegetativos de Talinum triangulare (Jacq.) Will.
ao efeito simulado das chuvas e luminosidade.

Fonte: própria (2023).


CONCLUSÃO

A capacidade de adaptação das herbáceas a mudanças ambientais pode ser favorecida


pela plasticidade fenotípica. Embora seja positiva, a alta plasticidade pode ter custos elevados,
especialmente diante das mudanças climáticas previstas. É preciso avaliar cuidadosamente se
essa capacidade será benéfica ou não em um ambiente específico.

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REFERÊNCIAS

AGUIAR, B. A. S. et al. The effect of reducing soil water availability on the growth and
reproduction of a drought-tolerant herb. Acta Oecologica, v. 107, p. 10361, 2020.

ALVAREZ-AÑORVE, M. Y. et al. Functional regeneration and spectral reflectance of trees


during succession in a highly diverse tropical dry forest ecosystem. American Journal of
Botany, v. 99, n. 5, p. 816-826, 2012.

ANDRADE, J. R. et al. Influence of microhabitats on the performance of herbaceous species


in areas of mature and secondary forest in the semiarid region of Brazil. Revista de Biologia
Tropical, v. 63, n. 2, p. 357-368, 2015.

KOYERS, N. J. The evolution of drought escape and avoidance in natural herbaceous


populations. Plant Science, v. 234, p. 155-162, 2015.

OGBO, E. M. et al. Growth and yield response of Talinum triangulare (Jacq.) Willd to NPK
fertilizer application in Benin City, Nigeria. African Journal of Agricultural Research, v. 12,
n. 38, p. 2849-2854, 2017.

POORTER, H. et al. Biomass allocation to leaves, stems and roots: Meta-analyses of


interspecific variation and environmental control. New Phytologist, v. 193, p. 30-50, 2012.

VALLADARES, F. et al. Quantitative estimation of phenotypic plasticity: bridging the gap


between the evolutionary concept and its ecological applications. Journal of Ecology, v. 94, n.
6, p. 1103-1116, 2006.

ZHAO, D. et al. Effect of shade on herbaceous peony under high temperature. Plant Physiology
and Biochemistry, v. 61, p. 187-196, 2012.

PALAVRAS-CHAVE: Chuvas; Semiárido; Pplasticidade fenotípica.

Apoio: UFPI, UFRPE, UFPE, CNPq, FAPEPI, FACEPE.

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146
RELACIONAMENTO DOS APICULTORES DOS SERTÕES DE CRATEÚS E
INHAMUNS COM A FLORA APÍCOLA DA CAATINGA

Angela Maria Bento Alves*, Graduandoa de Bacharelado em Zootecnia/Instituto Federal de Educação,


Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) - Campus Crateús.
Andeson Rodrigues da Costa, Graduando de Bacharelado em Zootecnia/Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) - Campus Crateús.
Liandro Torres Beserra, Docente do curso de Bacharelado em Zootecnia/ IFCE - Campus Crateús.
Isac Gabriel Abrahão Bomfim, Zootecnista (TAE), orientador/ IFCE - Campus Crateús.
*
Autor correspondente angela.maria.bento61@aluno.ifce.edu.br

INTRODUÇÃO

A região dos Sertões de Crateús e Inhamuns, inserida no semiárido nordestino e


em vegetação de Caatinga, apresenta desafios adaptativos para a biota, incluindo as
abelhas africanizadas (Apis mellifera L.), devido à sazonalidade imposta pelo clima, a quase
ausência de recursos florais durante boa parte do ano, bem como a intensa pressão antrópica e
degradação sofrida (MAIA et al., 2017). Esse é o contexto que a apicultura enfrenta para se
desenvolver nesses territórios. Atividade agropecuária essa que se destaca nessa região
por gerar aos agricultores familiares uma opção de diversificação de renda (MASCENA et
al. 2023).

É natural que os apicultores se preocupem com a flora apícola, pois a ausência dela
impossibilita as abelhas de extraírem seus recursos alimentares, necessários para sua
sobrevivência e para a produção apícola. Por isso, é importante praticar a apicultura em
harmonia com o meio ambiente, garantindo a racionalidade e a sustentabilidade da atividade e
do próprio bioma (BOMFIM et al., 2022). Diante desse contexto, o objetivo deste estudo foi
avaliar como os apicultores dos Sertões de Crateús e Inhamuns se relacionam com a flora
apícola da Caatinga, onde seus apiários estão localizados.

METODOLOGIA

Os dados utilizados neste estudo foram extraídos da plataforma das Rotas de Integração
Nacional, um programa desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR)
em colaboração com o Centro de Inovação e Difusão de Tecnologias para o Semiárido
(CIDTS), pertencente ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).
Nele foi conduzido um levantamento do perfil dos apicultores cadastrados no Polo Crateús-
Inhamuns da Rota do Mel, por meio de um questionário estruturado composto por 87 perguntas,
aplicado durante o ano de 2021 e respondido por 97 apicultores cadastrados no referido polo.

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147
O presente trabalho enfoca cinco dessas perguntas, as quais abordam a compreensão, utilização
e conservação da flora apícola pelos apicultores.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados evidenciaram que todos os apicultores dos Sertões de Crateús e Inhamuns


que responderam ao questionário utilizam a flora nativa como fonte primária de alimento para
as colônias de abelhas africanizadas (Figura 1). A Caatinga, quando bem conservada e
manejada, possui vegetação capaz de suprir as necessidades energética e proteica dessas
colônias (PEREIRA et al., 2014), fator imprescindível para a viabilidade econômica da criação
de abelhas (SOUZA, 2007).

Referente às fontes alimentares utilizadas pelas colônias de africanizadas, os resultados


indicaram que 70,1% dos apicultores da região dos Sertões de Crateús e Inhamuns utilizam
alimentação energética artificial, como xarope de água e açúcar, para manter as colônias durante
o período seco do ano. Além disso, 29,9% desses produtores utilizam também a alimentação
proteica (Figura 1). A prática da alimentação artificial é recomendada por Paulino (2007) nos
períodos de estiagem para reduzir as perdas anuais de colônias, pois perdas superiores a 20%
comprometem a lucratividade do apicultor.

Figura 1: Fontes alimentares utilizadas pelas colônias de abelhas africanizadas (Apis mellifera) em apiários nos
Sertões de Crateús e Inhamuns.
Durante o período chuvoso na Caatinga, as propriedades apresentam floradas nativas,
entre as quais se destacam o bamburral (Hyptis suaveolens) presente em 93%, seguido do
marmeleiro (Croton sonderianus) em quase 89% e do sabiá (Mimosa caesalpiniifolia) que se
faz presente em cerca de 86% dos apiários (Figura 2A). Tais floradas contribuem
significativamente para o desenvolvimento e multiplicação das colônias, além da produção de
mel pelas suas floradas massivas, fornecedoras de néctar e pólen em abundância para as abelhas

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148
(DEMARTELAERE et al., 2010).

Por outro lado, durante o período seco, as principais floradas presentes nessas
propriedades são: juazeiro (Ziziphus joazeiro), presente em quase 93% delas, aroeira
(Myracrodruon urundeuva) em mais de 70% e angico (Anadenanthera colubrina) em
aproximadamente 65% (Figura 2B). Essas espécies arbóreas merecem destaque, uma vez que
florescem num período do ano em que há uma carência de recursos alimentares para as abelhas.
Além disso, elas estão bastante ameaçadas por intensas supressões pelas ações antrópicas,
voltadas para exploração madeireira e agropecuária na Caatinga (PEREIRA et al., 2006).

A B
Figura 2: Floradas mais presentes em apiários nos Sertões de Crateús e Inhamuns durante o período chuvoso
(A) e seco (B).
No que concerne às ações de reflorestamento, os resultados revelaram que 64% dos
apicultores pesquisados ainda não realizam reflorestamento com plantas nativas da Caatinga
que florescem no período seco (Figura 3A). De acordo com Pereira et al., (2006) e Pereira et
al. (2014), é recomendável preservar e enriquecer a Caatinga com plantas poliníferas e
nectaríferas que florescem mesmo na estiagem, a fim de fornecer recursos para as abelhas e
reduzir a necessidade de alimentação artificial, promovendo a sustentabilidade econômica e a
recuperação do bioma.

Sobre o calendário apibotânico, os resultados mostraram que 58% dos apicultores


cadastrados entendem como se comporta a época de florescimento das plantas apícolas em seus
territórios. Segundo Alves e Carneiro (2021), conhecer a época de floração das espécies
vegetais mais visitadas pelas abelhas é fundamental para o sucesso da apicultura, especialmente
em regiões como a Caatinga, que apresentam variações sazonais na oferta de recursos
alimentares para esses insetos. Assim, os apicultores podem planejar o manejo anual de seus
apiários com maior eficácia, reduzindo as perdas e garantindo colônias mais fortes, o que,
consequentemente, aumenta a produtividade das colônias. Ademais, manejo e esforço para
preservação, regeneração e enriquecimento da Caatinga trazem benefícios diretos à apicultura
(PEREIRA et al., 2006).

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Figura 3: Conhecimento pelos apicultores acerca do calendário apibotânico local(A) e prática anual de
reflorestamento com plantas apícolas nativas da Caatinga que florescem no período seco (B).

CONCLUSÃO

Conclui-se que a apicultura nos Sertões do Crateús e Inhamuns se baseia na flora da


Caatinga tanto no período chuvoso como no seco, com a utilização de alimentação
complementar, que poderia ser minimizada se os apicultores intensificassem as práticas de
reflorestamento com plantas apícolas que florescem no período seco e aprimorassem o
conhecimento sobre a época de floração das espécies vegetais que contribuem para a
manutenção e produção das colônias e de seus produtos apícolas.

REFERÊNCIAS

ALVES, Cézar Augusto Tavares; CARNEIRO, Maria do Carmo. Calendário da flora apícola
para produtores no município de Major Izidoro, Alagoas. Diversitas Journal, v.6, n.1, p. 1741-
1747, 2021.

BOMFIM, Isac Gabriel Abrahão; OLIVEIRA, Mikail Olinda; CAVALCANTE, Marcelo


Casimiro. Introdução à apicultura: criação racional de abelhas melíferas. Quixinau: Novas
Edições Acadêmicas, 2022.

DEMARTELAERE, Andréa Celina Ferreira et al. A flora apícola no semiárido brasileiro.


Revista Verde, v.5, n.1, p.17-22, 2010.

MAIA, Josemir Moura et al. Motivações socioeconômicas para a conservação e exploração


sustentável do bioma Caatinga. Desenvolvimento e meio ambiente, v. 41, p. 295-310, 2017.

MASCENA, Valdênio Mendes et al. Revisão em apiários de abelhas africanizadas no


semiárido: segurança, diagnóstico e soluções. In: SILVA, Y.L. et al. (org.). Comunicação na
extensão rural. Fortaleza: Editora In Vivo, 2023. p.7-24.

PAULINO, Francisco Deoclécio Guerra. Alimentação artificial. In: SOUZA, Darcet Costa
(org.). Apicultura: manual do agente de desenvolvimento rural. 2.ed. Brasília: Sebrae, 2007.
p.101-108.

PEREIRA, D.S et al. Alimentação de abelhas Apis mellifera L. (Africanizadas) no período de


estiagem, no Semiárido Nordestino, Brasil. Revista Verde de Agroecologia e

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150
Desenvolvimento Sustentável, v.9, n.1, p.87-92, 2014.

PEREIRA, F.M. et al. Flora apícola no Nordeste. Teresina, PI: Embrapa Meio-Norte, 2006.
104p. (Documentos, 104).

SOUZA, Darcet Costa Localização e instalação de apiários. In: ____ (org.). Apicultura:
manual do agente de desenvolvimento rural. 2.ed. Brasília: Sebrae, 2007. p.63-70.

PALAVRAS-CHAVE: Apicultura; Flora apícola; Caatinga.

Apoio: MDR e CIDTS.

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ALTURA E DIÂMETRO DE MUDAS DE Libidibia ferrea (Mart. ex Tul) L. P. Queiroz
PLANTADAS COM HIDROGEL REUTILIZADO

Yure Batista Ribeiro Rodrigues*, Licenciando em Ciências Biológicas/IFCE Campus Acopiara. Danielle
Costa Pereira, Licenciando em Ciências Biológicas/IFCE Campus Acopiara.
Guilherme Augusto Magalhães Junior, Professor/IFCE Campus Quixadá.
Maria Amanda Menezes Silva, Professora/IFCE Campus Acopiara.
*
Autor correspondente: yure.batista.ribeiro08@aluno.ifce.edu.br

INTRODUÇÃO

A água é um recurso vital para o desenvolvimento das plantas. No entanto, o recurso


pode estar escasso e submetê-las ao estresse hídrico, fazendo com que absorvam menos água
e nutrientes, levando a mudanças no corpo dos indivíduos (CAMPOS; SANTOS;
NACARATH, 2021). O estresse hídrico é comum em regiões semiáridas por conta da
baixa quantidade de água no solo e estações chuvosas limitadas a períodos curtos no ano
(BRITO; MOURA; GAMA, 2007).

Sabendo que a falta de água é um empecilho para a produção de mudas, bem como
para planos de recuperação de áreas degradadas (HERCULANO et al., 2022), é
importante que alternativas que possam melhorar essa situação sejam estudadas. Uma dessas
alternativas é a utilização de hidrogel comercial, que é um polímero superabsorvente que
auxilia na retenção e maior disponibilidade de água no solo (FELIPPE et al., 2020).

Com base nas informações apresentadas o objetivo deste trabalho foi avaliar a
eficiência do uso de hidrogel de fraldas descartáveis no crescimento de mudas de Libidibia
ferrea (Mart. ex Tul.) L.P. Queiroz. Presume-se que plantas cultivadas com hidrogel
apresentam maiores valores de altura e diâmetro, necessitando assim de uma menor
quantidade de água para irrigação.

METODOLOGIA

O hidrogel foi retirado de fraldas descartáveis já utilizadas no Laboratório de Química


do IFCE campus Quixadá. Em seguida foi seco em estufa com temperatura de 80 ºC por 12h.
As sementes de L. ferrea que foram usadas passaram pelo tratamento pré-germinativo
de escarificação química em ácido sulfúrico por 15 minutos (WALTER et al., 2018)
no Laboratório de Biodiversidade do IFCE Campus Acopiara.
As sementes foram plantadas em vaso com capacidade de 10L. O substrato foi

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152
constituído de 1 Kg de argila, 6 Kg de areia e 1 Kg de esterco bovino curtido. Os vasos foram
distribuídos em quatro tratamentos, com cinco repetições cada: sem o hidrogel com irrigação
diária, sem hidrogel com irrigação a cada quatro dias, com hidrogel e com irrigação diária e
com hidrogel e com irrigação a cada quatro dias. Nos tratamentos com hidrogel foram
adicionadas ao substrato 5g do produto diluídas em 1 litro de água. Para a irrigação foram
utilizados 300 ml em cada vaso.

Quanto às medições, elas foram realizadas de forma mensal, durante três meses, sendo
medido o diâmetro e a altura dos indivíduos, com paquímetro digital e fita métrica,
respectivamente. Para comparar os dados de diâmetro e altura de todos os tratamentos foi
utilizado o teste de normalidade de Shapiro-Wilk. Dados com distribuição normal foram
submetidos a análises de variâncias (ANOVA), seguida pelo teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade. Dados sem distribuição normal foram investigados pelo teste de Kruskal-Wallis,
e as médias comparadas por meio do teste Mann Whitney. Todas as análises foram realizadas
com auxílio do PAST.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após análise dos resultados foi observado que não houve diferença significativa na
altura e no diâmetro de indivíduos de L. ferrea entre os tratamentos analisados ao longo do
tempo (Tabela 1). Apesar de não ter ocorrido uma diferença estatística entre o uso ou não do
hidrogel é possível perceber que a irrigação a cada quatro dias foi eficiente. Tal resultado
demonstra que as plantas foram resistentes ao estresse, crescendo bem em situações de escassez
e disponibilidade de água no solo (BOGARIM, 2014; CONTI; NAZZI, 2020).

Tabela 1: Dados de altura e diâmetro dos indivíduos de Libidibia ferrea medidos ao longo de três meses.
Alt-1 Alt-2 Alt-3 Diâ-1 Diâ-2 Diâ-3
CH - 1 dia 20,8 a 62 a 107,2 a 1,76 a 3,62 a 4,78 a
CH - 4 dias 16,4 a 54 a 90,4 a 1,80 a 3,46 a 5,02 a
SH - 1 dia 19,4 a 66,2 a 91 a 1,80 a 3,52 a 4,68 a
SH- 4 dias 18,2 a 58 a 84,6 a 1,66 a 3,30 a 4,82 a
Legenda: CH-1 dia - com hidrogel irrigação diária, CH-4 dias - com hidrogel irrigação a cada quatro dias, SH-1
dia - sem hidrogel irrigação diária, SH-4 dias: sem hidrogel irrigação a cada quatro dias; Alt - Altura; Diâ -
Diâmetro; 1, 2 e 3 - Medições nos três meses. Letras iguais indicam semelhança estatística.

CONCLUSÃO

Os resultados permitem concluir que a hipótese inicial foi refutada. Apesar de não haver
diferenças estatísticas, a utilização do hidrogel é uma alternativa eficaz para o crescimento de
indivíduos de L. ferrea. No entanto, ressaltamos a importância de que outras características dos

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153
indivíduos sejam analisadas, bem como indivíduos de outras espécies e diferentes quantidades
de hidrogel. Assim, será possível a obtenção de resultados mais robustos sobre a eficiência do
uso do produto.

REFERÊNCIAS

BOGARIM, E. P. A. de. Uso de hidrogel no desenvolvimento de espécies nativas, visando


aplicação em áreas degradadas. Dissertação de mestrado em ciência e tecnologia ambiental.
Dourados / MS. Março de 2014.

BRITO, L. T.; MOURA, M. S. B. de; GAMA. G. F. B (ed). Potencialidades da água de chuva


no Semiárido brasileiro. Petrolina: Embrapa semiárido, 2007.

CAMPOS, A. J. M. de.; SANTOS, S. M.; NACARATH, I. R. F. F. Estresse hídrico em plantas:


uma revisão. Research, Society and Development, v.10, n.15, 2021

CONTI, I. M.; NAZZI, S. S. Eficiência do hidrogel na mitigação do déficit hídrico e no


crescimento de mudas de Eugenia myrcianthes Nied. TCC. Universidade Federal da Grande
Dourados. Mato Grosso do Sul. 2020.

FELIPPE, D. et al. Crescimento, sobrevivência e trocas gasosas de mudas de Eucalyptus dunnii


Maiden submetidas a regimes de irrigação e aplicação de hidrogel. Revista Forestal
Mesoamericana Kurú, v. 17, n. 40, p. 11-20, 2020.

HERCULANO, E. V. de A. et al. Alocação de fitomassa e de água em mudas de espécie


florestal da Caatinga submetida ao estresse hídrico. Revista Geama, v. 8, n.3, p. 45–52, 2022.

WALTER, L. S. et al. Influência de tratamentos pré-germinativos e crescimento inicial de


plântulas de Libidibia ferrea. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 38, 2018.

PALAVRAS-CHAVE: Escassez hídrica; nativa da caatinga; Fralda descartável; Polímero


superabsorvente.

Apoio: (IFCE Campus Acopiara).

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154
RESUMOS EXPANDIDOS

Área Temática:

Zoologia

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155
LEVANTAMENTO ENTOMOLÓGICO DA CAATINGA A PARTIR DE DADOS DA
COLEÇÃO ZOOLÓGICA DELTA DO PARNAÍBA

Mariana de Freitas dos Santos*, Graduanda do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas/Universidade


Federal do Delta do Parnaíba.
Tatiane Freitas dos Santos, Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento em Meio
Ambiente/Universidade Federal do Piauí.
Nayara Siqueira Oliveira, Graduanda do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas/Universidade
Federal do Delta do Parnaíba.
Pedro Bastos de Macêdo Carneiro, Orientador, Biólogo da Universidade Federal do Delta do Parnaíba.
*
Autor correspondente: marianafssantos520@gmail.com

INTRODUÇÃO

A Caatinga está entre os seis principais biomas do Brasil, tendo ocorrência exclusiva
no país, com sua principal área distribuída na Região Nordeste (TABARELLI et al., 2018).
Por conta do uso insustentável de recursos naturais, o Bioma Caatinga vem sendo
sistematicamente modificado, o que pode ocasionar um processo irreversível de degradação
(OLIVEIRA et al., 2013) e de perda de biodiversidade (SANTOS, 2022).

A Coleção Zoológica Delta do Parnaíba (CZDP) localizada na Universidade Federal


do Delta do Parnaíba, representa fonte permanente de pesquisa, servindo como um repositório
de biodiversidade. Desse modo, possui um vasto número de espécies, com mais de
5.000 exemplares, organizados em vários tipos de acervos científicos. O entomóforo (i.e.,
acervo de insetos) da CZDP constitui aproximadamente 48% de seu acervo geral. O acervo
contido nas coleções entomológicas é de grande importância, pois possuem arquivos
biológicos que podem ser utilizados no ensino e na pesquisa como fontes de informação sobre
determinadas espécies, além do registro da diversidade biológica de uma região específica
(RESTELLO et al., 2015).

Os insetos possuem papel fundamental no equilíbrio ecológico, visto que estão


envolvidos no processo de decomposição de matéria orgânica, no fluxo energético da cadeia
trófica, como também atuam como importantes polinizadores e dispersores de sementes
(SANTOS; BARROS, 2021). Considerando a importância ecológica desse grupo, o presente
trabalho teve como objetivo realizar o levantamento entomológico da Caatinga e sua
distribuição dentro do bioma a partir dos dados registrados na CZDP.

METODOLOGIA
Para a realização do levantamento foram utilizados os dados de registro de 2421

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156
espécimes que foram doados por alunos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da
UFDPAR, esses estão catalogados na Coleção Entomológica da CZDP. Os exemplares estão
organizados em planilha no Excel, seguindo o padrão Darwin Core, e disponíveis no programa
Specify 6. A pesquisa teve início com a filtragem dos espécimes registrados em municípios da
Caatinga (Fonte: IBGE 2019) através da opção "Filtro" do Excel que foi aplicada na coluna
“county”, na qual estão as cidades de ocorrência. Por conseguinte, os exemplares registrados
no bioma foram copiados para uma nova planilha denominada “Insecta Caatinga”. Em seguida,
a opção “Filtro” foi aplicada na coluna “order” da nova planilha para filtrar as ordens
catalogadas, cada ordem foi disposta em novas abas distintas.

Para saber a quantidade de indivíduos de cada ordem, a fórmula


“=CONT.SE(intervalo;critério)”, que analisa a repetição de um termo (critério, nesse caso o
nome da ordem) em uma coluna (intervalo, a coluna “order”), foi aplicada em cada uma das
abas das ordens. Por fim, foi feito o levantamento de quais cidades cada ordem foi registrada,
utilizando a opção “Filtro” na coluna “county”, e da quantidade de espécimes de cada ordem
em cada município, avaliando a repetição das cidades através da fórmula
"=CONT.SE(intervalo;critério)".

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre os 2.421 espécimes do acervo entomológico, 2.108 (~87%) foram encontrados


em área de Caatinga, distribuídos em 19 municípios da seguinte maneira: Parnaíba (n=1.700);
Luís Correia (n=132); Ilha Grande (n=121); Camocim (n=25); Cajueiro da Praia (n=22); Cocal
(n=21); Bom Princípio (n=19); Piripiri (n=15); Piracuruca (n=14); Barroquinha (n=11); Chaval
(n=11); Pedro II (n=5); Granja (n=3); Cocal dos Alves (n=3); Tianguá (n=2); Campina Grande
(n= 1); Carnaubal (n= 1); Ubajara (n= 1) e Viçosa (n= 1). Quanto às ordens dos exemplares
registrados, no total foram 12 em área de Caatinga, sendo estas: Coleoptera (n= 673);
Hymenoptera (n=459); Hemiptera (n=278); Lepidoptera (n=233); Orthoptera (n=219); Diptera
(n= 139); Odonata (n= 34); Blattodea (n= 38); Mantodea (n= 19); Neuroptera (n= 14); Isoptera
(n=1) e Phasmatodea (n=1).

Diante dos dados obtidos, pôde-se constatar que a maioria dos espécies foram coletados
na região do litoral piauiense (~96,4%), sobretudo no município de Parnaíba (~80,6%). Essa
quantidade pode estar relacionada ao fato de que o acervo entomológico foi doado, em sua
maioria, por alunos da Universidade Federal do Delta do Parnaíba, localizada neste município.

Apesar da elevada concentração geográfica dos exemplares, o número de ordens de

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157
insetos na CZDP é similar ao observado em estudos anteriores que fizeram levantamentos da
entomofauna em áreas de caatinga no Piauí (OLIVEIRA et al., 2013; SANTANA et al., 2023).
Esses estudos mostraram que a abundância das diferentes ordens de inseto pode mudar
dependendo da localidade e da época do ano em que foram feitas as coletas, de forma que não
é possível ainda estabelecer um padrão de dominância para o estado.

A investigação da diversidade de insetos de determinada região pode auxiliar no


conhecimento da qualidade daquele ambiente, além da identificação de seu nível de degradação
(COSTA et al., 2013). São necessários, portanto, novos esforços que ampliem a cobertura
geográfica e taxonômica do entomóforo da CZDP, inclusive no sentido de se chegar a uma
identificação mais precisa, pelo menos a nível de espécie, dos exemplares contidos na coleção.

CONCLUSÃO

Através do presente levantamento do acervo entomológico da Coleção Zoológica Delta


do Parnaíba, foi possível observar uma boa cobertura taxonômica (em termos de número de
ordens representadas) porém uma baixa cobertura geográfica (a maioria absoluta dos
exemplares vindo do litoral piauiense). Os números apresentados indicam a relevância e
importante contribuição dos dados presentes no acervo, demonstrando que o mesmo é
indispensável no processo do conhecimento e no registro da biodiversidade regional. Ao mesmo
tempo, apontam para lacunas de conhecimento que precisam ser preenchidas em estudos
futuros, sobretudo no sentido de refinar a escala geográfica e taxonômica dos exemplares
coletados.

REFERÊNCIAS

COSTA, C. C. A. et al. Entomofauna presente no conteúdo da serapilheira em área de caatinga


na floresta nacional do Açu-RN. Revista Verde, v. 8, n. 4, p. 50–56, 2013.

OLIVEIRA, I. B. R. et al. Diversidade da entomofauna em uma área de Caatinga no município


de Bom Jesus-PI, Brasil. Científica, v. 41, n. 2, p. 150–155, 2013.

RESTELLO, R. M. et al. Coleção Entomológica do Museu Regional Do Alto Uruguai: Ênfase


em Papilionidae (Lepidoptera, Papilionoidea). Perspectiva, v. 39, p. 43–49, 2015.

SANTOS, T. DA S. Levantamento entomológico em área de Caatinga como bioindicador de


qualidade ambiental. Revista Multidisciplinar de Educação e Meio Ambiente, v. 3, n. 1,
2022.

SANTOS, T. DA S.; BARROS, R. P. DE. Entomofauna em área de Caatinga no município de

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158
Batalha –AL. Revista Ambientale, v. 13, n. 2, p. 53–59, 2021.

SANTANA, M. A. N.; SOUSA, N. R.; OLIVEIRA-FILHO, M. C.; SILVA-SALUSTINO, A.;


RIBEIRO, L. S.; ABREU, K. G.; SILVA, J. V. B. Levantamento entomológico no sistema de
base ecológica e convencional na macrorregião de Picos-PI. Scientific Electronic Archives, v.
16, n. 1, 2023.

TABARELLI, M. et al. Caatinga: legado, trajetória e desafios rumo à sustentabilidade. Ciência


e Cultura, v. 70, n. 4, p. 25–29, 2018.

PALAVRAS-CHAVE: Caatinga; Entomológico; Insetos.

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DIVERSIDADE DE APÍDEOS E LEPIDÓPTEROS EM ÁREA DE CAATINGA

Edlene da Silva dos Santos*, Graduanda em Ciências Biológicas/Universidade Estadual de Alagoas.


Rodrigo André Lima Ferreira, Graduando em Ciências Biológicas/Universidade Estadual de Alagoas.
José Valdemilson dos Santos Silva, Graduando em Ciências Biológicas/Universidade Estadual de Alagoas.
Camila Chagas Correia, Doutoranda em Biologia Vegetal/Universidade Federal de Pernambuco.
*
Autor correspondente: Edlenesantos028@gmail.com

INTRODUÇÃO

O bioma Caatinga ocorre exclusivamente no Brasil, com grande presença de área


no Nordeste onde o clima que domina é o semiárido (menos de 800mm de precipitação/
ano), totalizando 734.000 km2 (SILVA et al., 2004). Essa área com essas condições abriga
uma rica biodiversidade, com mais de 1000 espécies vegetais endêmicas ou não endêmicas
catalogadas e uma grande variedade de animais dos mais diversos gêneros.

O Semiárido brasileiro corresponde, praticamente, aos limites do bioma


Caatinga. Sendo uma das regiões com menor número de unidades de conservação e com
maior deficiência em estudos da biodiversidade de borboleta e em relação aos apídeos
principalmente as abelhas, Zacca e Bravo (2012) ainda apontam que a fauna deles está sub
amostrada.
Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi realizar um levantamento da diversidade
de Apídeos e Lepidópteros presentes em área urbana antropizada de Caatinga, e registrar a
variedade de espécies que vivem nessas condições ambientais.

METODOLOGIA

Os dados desse estudo foram obtidos através de observações e registros feitos com
auxílio de uma câmera fotográfica. A área explorada para obtenção e coleta desses dados foi
numa área de Caatinga antropizada nas proximidades da Universidade Estadual de Alagoas –
UNEAL/Campus II localizada no município de Santana do Ipanema – AL localizada com as
seguintes coordenadas: 9°22'40.0"S 37°14'42.0"W.

Após 5 dias consecutivos de observações os dados coletados foram levados ao LAPAC


– Laboratório de Angiospermas da Caatinga, e foi feito uma pesquisa bibliográfica para
identificar a taxonomia das espécies coletadas no campo. (Figura 1)

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Figura 1: Área utilizada para realização do estudo em questão.

Fonte: Google Earth (2023).


RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve uma grande variedade de espécies das mais variadas famílias de artrópodes, entre
elas as famílias Vespidae, Nymphalidae e Apidae. Ocorreu grande presença da abelha Apis
mellifera da família Apidae, o que difere dos resultados do trabalho feito por Mônica et al.,
(2007), no qual o maior número de espécies foi constituído por membros da família
Nymphalidae. A predominância de Apis mellifera no presente estudo é a presença da espécie
vegetal Melissa oficinalis, que segundo Bertoli et al., (2019), é uma planta aromática e que
fornece recursos como néctar e pólen durante todo o ano, e que tem seu ápice da floração no
verão, o que justifica sua presença expressiva no mês de março, época de verão na Caatinga.
(Figura 2).

Figura 2: Espécies encontradas. (A) Euptoieta hegesia, (B) Apis mellifera, (C) Junonia genoveva., (D) Polistes
canadensis, (E) Anarthia jatrophae.

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CONCLUSÃO

Concluiu-se que a área de estudo, mesmo estando localizada em perímetro urbano e com
influências antrópicas, ainda possui uma diversidade considerável das mais variadas espécies
de gêneros diferentes de Apídeos e Lepidópteros.

REFERÊNCIAS

BERTOLI, J. F.; Gonçalves, C. C.; Gonçalves, R. B. & Carrijo, T. F. Cartilha Agroecológica


das Abelhas Solitárias. Santo André – SP, Universidade Federal do ABC, Brasil, 2019.

DE SOUZA, B. I; ARTIGAS, R. C; DE LIMA, E. R. V. CAATINGA E


DESERTIFICAÇÃO. Mercator - Revista de Geografia da Universidade Federal do Ceará.,
Fortaleza, v. 14, p. 132-150, 2015. DOI DOI: 10.4215/RM2015.1401. 0009. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/mercator/a/zxZxXjPfrx9HjpNj8PLVn4B/?format=pdf&lang=pt.
Acesso em: 11 abr. 2023.

DESSUY, M. B.; DE MORAIS, Ana. B. B. Diversidade de borboletas (Lepidoptera,


Papilionoidea e Hesperioidea) em fragmentos de Floresta Estacional Decidual em Santa
MARIA, Rio Grande Do Sul. Revista Brasileira de Zoologia 24 (I): 108-120, março 2007,
Santa Maria, Rio Grande Do Sul, 2007.

ZACCA, T.; BRAVO, F. Borboletas (Lepidoptera: Papilionoidea e Hesperioidea) da porção


norte da Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Apídeos e Lepidópteros, Campinas São Paulo.
V. 2, n. 12, p. 7. 2012.

PALAVRAS-CHAVE: Artrópodes, Bioma, Caatinga.

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DIVERSIDADE DE LEPIDÓPTEROS EM ÁREA DE CAATINGA

José Valdemilson dos Santos Silva*, Graduando em Ciências Biológicas/Universidade Estadual de


Alagoas. Graziele Delmiro dos Santos, Graduando em Zootecnia/Universidade Estadual de Alagoas.
Maria Clara da Silva Ferreira, Graduando em Zootecnia/Universidade Estadual de Alagoas.
Camila Chagas Correira, Doutoranda em Biologia Vegetal/Universidade Federal de Pernambuco.
*
Autor correspondente: Valdemylson2016@gmail.com

INTRODUÇÃO

A Ordem Lepidóptera compreende cerca de 160.000 espécies, da qual existem cerca


de 18 mil borboletas (KRISTENSEN et al., 2007). As principais famílias são:
Hesperiidae, Papilionidae, Pieridae, Nymphalidae, Riodinidae, Lycaenidae (FREITAS, 2010).
As borboletas são conhecidas pela diversidade de espécies coloridas, característica essa que as
ajudam a atrair seus parceiros, dando início ao acasalamento (KRISTENSEN et al., 2007).

As borboletas desempenham um importante papel nas questões de interações


ecológicas, como por exemplo, a relação mutualística que existe entre elas e as plantas, onde a
maioria realizam sua metamorfose e posteriormente exercerão sua função como polinizadores
(RECKEL, 2021).

Nesse sentido, o trabalho teve como objetivo principal analisar a diversidade de espécies
de Lepidópteros (Borboletas) presentes na área de Caatinga delimitada. Com intuito de fazer
um levantamento quantitativo de qual família das espécies presentes mais se sobressaiu nesta
área.

METODOLOGIA

Os dados do estudo foram obtidos por meio de observações diárias, durante 31 dia
consecutivos no mês de janeiro de 2023, entre 05:00h e 11:00h, em área de Caatinga
antropizada nas proximidades do Campus II da Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL
(-9.374945 e -37.232654) localizada no munícipio de Santana do Ipanema-AL, com intuito de
contabilizar e fotografar as espécies presentes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante as observações, foi possível registrar uma diversidade considerável de


borboletas presentes na área, com um total de 17 espécies distribuídas em quatro famílias,
identificadas e catalogadas a partir de Santos (2020) e EMBRAPA (2020). (Tabela 1)

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Tabela 1: Espécies, famílias e quantidade de indivíduos observados.
Espécie Família Quantidade de Indivíduos
Urbanus proteus (Linnaeus, 1758) Hesperiidae 34
Urbanus dorantes (Hübner, 1870) Hesperiidae 11
Battus polydamas (Linnaeus, 1758) Papilionidae 57
Heraclides anchisiades capys (Hübner, 1809) Papilionidae 16
Pyrisitia nise (Cramer, 1775) Pieridae 54
Ascia monuste (Linnaeus, 1764) Pieridae 116
Ascia monuste orceis (Godart, 1819) Pieridae 54
Anteos clorinde (Godart, 1824) Pieridae 18
Aphrissa statira (Cramer, 1777) Pieridae 39
Euptoieta hegesia (Cramer, 1779) Nymphalidae 97
Junonia evarete (Cramer, 1779) Nymphalidae 106
Agraulis vanillae (Linnaeus, 1758) Nymphalidae 37
Danaus plexippus (Linnaeus, 1758) Nymphalidae 42
Danaus gilippus (Cramer, 1775) Nymphalidae 29
Hamadryas iphthime (Bates, 1864) Nymphalidae 55
Callicore sorana (Godart, 1824) Nymphalidae 7
Anartia jatropae (Linnaeus, 1763) Nymphalidae 72

Foi perceptível a predominância da família Nymphalidae, com um total de oito espécies


e 445 indivíduos registrados durante a avaliação da frequência de visitas. O presente trabalho
divergiu com os resultados do estudo realizado por Nogueira et al., (2017), que realizaram
pesquisa semelhante, com levantamento de Lepidópteros numa região semiárida, no qual a
família com maior predominância foi Pieridae, representada por borboletas nectarívoras.

A divergência dos dados se deu possivelmente devido a estação que cada estudo foi
realizado. O trabalho de Nogueira et al., (2017), por exemplo, foi realizado em períodos
chuvosos e primavera, onde ocorre boa parte do desabrochamento de flores que oferecem néctar
como recurso floral (BALDONI, 2021).

Entretanto, o presente estudo foi realizado no verão e houve uma baixa significativa na
família Pieridae, e aumento da família Nymphalidae, isso devido ao déficit hídrico durante a
pesquisa, onde houve a baixa oferta de néctar pelas plantas com estabelecimento e oferta de
outros recursos florais, com baixa de espécies nectarívoras e alta de frugívoras (SANTOS;
CARLESSO, 1998).

CONCLUSÃO

Concluiu-se que, diante a amostragem e discussão dos resultados obtidos, as borboletas


frugívoras da família Nymphalidae tiveram um maior destaque diante as demais famílias,
devido ao déficit hídrico no momento do presente trabalho, onde as plantas estavam oferecendo
outros recursos atrativos além de néctar.

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REFERÊNCIAS

ARAGUAIA, M. Borboletas (Ordem Lepidoptera, grupo Rhopalocera). Brasil Escola.


Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/animais/borboleta.htm. Acesso em: 10 de março
de 2023.

BALDONI. Início da Primavera. Disponível em: https://baldoni.com.br/2021/09/22/inicio-da-


primavera/. Acesso em: 29 de março de 2023.

BROWN JR, K. S.; FREITAS, A. VL. Diversidade de Lepidoptera em Santa Teresa, Espírito
Santo. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão, v. 11, n. 12, p. 71-118, 2000.

RECKEL, D. S. B. LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE A RELEVÂNCIA


DAS BORBOLETAS (LEPIDOPTERAS) PARA O EQUILÍBRIO AMBIENTAL PARA
PRODUÇÃO DE CARTILHA EDUCATIVA. Instituto Federal do Espírito Santo. Santa
Teresa, p. 12, 2021.

DUARTE, M. et al. Insetos do Brasil: diversidade e taxonomia. Ribeirão Preto: Holos. p. 625-
682, 2012.

EMBRAPA. Cerrados - Coleção entomológica da Embrapa Cerrados. Disponível em:


https://www.embrapa.br/cerrados/colecao-entomologica. Acesso em: 7 de março de
2023.FREITAS, A. V. L. Impactos potenciais das mudanças propostas no Código Florestal
Brasileiro sobre as borboletas. Biota Neotrop. 10(4). p.54-58.KRISTENSEN, N. P.; SCOBLE,
M. J.; KARSHOLT, O. Lepidoptera phylogeny and systematics: the state of inventorying moth
and butterfly diversity. Zootaxa. 1668:699-747, 2007.

NOGUEIRA, M. F. Borboletas nectarívoras (lepidoptera: papilionoidea e hesperoidea) de


uma área no semiárido brasileiro. Anais II CONIDIS, Campina Grande: Realize Editora,
2017. Disponível em: https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/33248. Acesso em: 12 de
março de 2023.

SANTOS, J. P. et al. Guia de identificação de tribos de borboletas frugívoras.


Amazônia. Monitoramento de Biodiversidade. MMA/ICMBio/GIZ. Brasília. Brazil, 2014.

SANTOS, R. F.; CARLESSO, R. Déficit hídrico e os processos morfológico e fisiológico das


plantas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e ambiental. v.2, n.3, p.287-294, 1998.

PALAVRAS-CHAVE: Borboletas; Caatinga; Clima.

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AVIFAUNA DO PARQUE ESTADUAL SERRA DE SANTO ANTÔNIO MUNICÍPIO
DE CAMPO MAIOR, PIAUÍ, BRASIL

José Augusto Aragão Silva*, Doutorando em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA – UFPI).
Wedson de Medeiros Silva Souto, Docente do Departamento de Biologia, CCN, UFPI, Campus Teresina,
Piauí.
Carlos Magno Melo Braga, Mestrando em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA- UFPI).
Leonardo Moura dos Santos Soares, Docente do Centro de Estudos Superiores de Coelho Neto, UEMA,
Maranhão, Brasil.
*
Autor correspondente: aragaojoseaugusto11@gmail.com

INTRODUÇÃO

O Brasil é um dos países com maior diversidade de aves do mundo, totalizando 1.971
espécies, incluindo residentes e visitantes (PACHECO et al. 2021). Esta riqueza está
distribuída por todo o território e apresentam uma variedade de especificidades em relação à
alimentação, reprodução e habitat (STOTZ et al. 1996; SICK, 1997).

No nordeste brasileiro, especificamente no bioma Caatinga, já foram catalogadas


cerca de 548 espécies de aves, incluindo residentes e visitantes (ARAÚJO; SILVA,
2017). Os estudos de levantamento desempenham um papel crucial na identificação da rica
biodiversidade de aves nos biomas brasileiros, bem como na avaliação das possíveis
mudanças nas espécies em resposta às alterações ambientais (SILVEIRA et al. 2010).

Quando se trata de unidades de conservação, é de extrema importância identificar


as espécies presentes e quantificá-las por meio de um inventário de espécies, pois essa
ferramenta é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de manejo e conservação,
bem como para a tomada de decisões para sua implementação (SILVA, 2005).

O Complexo Vegetacional de Campo Maior que integra a Unidade de Conservação


“Parque Estadual de Santo Antônio”, contém áreas que representam uma tensão ecológica
entre os biomas Caatinga e Cerrado, e apresenta uma diversidade de fauna e flora
significativa (FARIAS; CASTRO, 2004). Neste sentido, esta pesquisa teve como objetivo
inventariar a comunidade de aves presente na área do Parque Estadual, município de Campo
Maior, Piauí, Brasil. Especificamente caracterizou-se o grau de endemismo, sensitividade,
estrutura trófica e aspectos conservacionistas da avifauna.

METODOLOGIA
Para coleta de dados da avifauna selecionou-se oito transectos na área do parque,

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166
utilizando-se os métodos de amostragem Índice Pontual de Abundância (IPA) e Listas de
Mackinnon. Foram realizadas duas campanhas de amostragem entre 21 e 28 de agosto de 2021
(período seco) e 02 a 09 de fevereiro de 2022 (período chuvoso), totalizando 100 h de esforço
amostral e 105 IPA’s. A amostragem ocorreu predominantemente no período do amanhecer.

A abundância relativa das espécies foi obtida por meio do cálculo do Índice Pontual de
Abundância (IPA), que corresponde ao número total de contatos obtidos para determinada
espécie, dividido pelo número total de amostras. Para obtenção da frequência de ocorrência de
cada espécie, foi calculado o Índice de Frequência nas Listas (IFL), dividindo-se o número de
Listas de Mackinnon em que cada espécie ocorreu pelo número total de listas obtidas.

As guildas tróficas foram determinadas conforme Sick (1997). O grau de endemismo


das espécies para o bioma Caatinga seguiu Silva et al. (2003) e Araújo; Silva (2017) e no âmbito
nacional Piacentini et al. (2015). As espécies foram classificadas em alta, média e baixa
sensibilidade ás perturbações antrópicas (ARAÚJO; SILVA, 2017; SILVA et al. 2003). A
nomenclatura científica e popular seguiu a lista do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos
(CBRO, 2021) (PACHECO et al. 2021). Verificou-se o status de conservação das espécies por
meio da Lista da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, 2022) e Livro da
Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (ICMBIO, 2018). Utilizou-se análises estatísticas para
obtenção do índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) e equitabilidade de Pielou (J’). A
estimativa da diversidade de espécies foi verificada pelo estimador não-paramétrico Jackknife
I.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Registrou-se o total de 161 espécies de aves na área do parque estadual, distribuídas em


21 ordens e 43 famílias. A família Tyrannidae foi a mais representativa (n=26 spp.), seguido
por Thraupidae (n=15) e Columbidae (n=10). A prevalência de espécies da família Tyrannidae
não é surpresa, pois é a maior família de aves do ocidente, ocupando diversos tipos de ambientes
e agrupando a maioria das espécies encontradas no país (SICK, 1997). O estimador Jacknife I
estimou uma riqueza de 196 espécies de aves para a área em estudo. Deste modo, 82% da
riqueza de espécies estimada foi registrada na área em estudo.

O índice de diversidade de Shannon-Wienner foi alto (H’=4,17) quando comparado aos


valores usualmente indicados para o grupo aves. Segundo Souto et al. (2008), os valores do
Índice de Shannon (H’) podem variar de 0 a 5. Assim, sugere-se que na área em estudo não há
uma maior dominância de grupos em detrimento de outros, pois a diversidade é alta. O índice

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167
de equitabilidade obtido (J’= 0,82) foi alto, sugerindo que há uma distribuição uniforme em
relação ao número de indivíduos entre as espécies registradas, não havendo espécies
dominantes na área.

Em relação ao índice de abundância, nos 105 IPAs registrou-se um total de 2.777


contatos, com uma média de 26,44 contatos por amostra. Entre as espécies com mais contatos
estavam Eupsitulla aurea (periquito-rei) (n=367 contatos) e Columbina squammata (rolinha-
fogo-apagou) (n=205). Esses resultados refletem a facilidade de adaptação dessas espécies aos
tipos de ambientes, possuindo distribuição ecológica extensa, não restrita a um único local.

Com relação ao índice de frequência nas Listas de Mackinnom, as espécies mais comuns
com 10 ou mais registros foram Amazona aestiva (papagaio-verdadeiro) e Pitangus sulphuratus
(bem-te-vi), ambas com 43% de registros e Columbina squammata (n=39%). Esses resultados
sugerem a facilidade de adaptação dessas espécies a diferentes ambientes, possuindo
distribuição ecológica ampla e extensa.

Na área do parque estadual registraram-se seis das 22 espécies consideradas endêmicas


do bioma Caatinga: Picumnus pygmaeus (Picapauzinho-pintado), Pseudoseisura cristata
(casaca-de-couro), Icterus jamacaii (corrupião), Agelaioides fringillarius (asa-de-telha-pálido),
Paroaria dominicana (cardeal-do-nordeste) e Sporophila albogularis (golinho) e uma espécie
endêmica do bioma Cerrado: Saltatricula atricollis (batuqueiro). Esses resultados refletem
estudos realizados anteriormente no estado do Piauí que também registraram a presença da
maioria das espécies endêmicas do bioma caatinga (SANTOS et al. 2012; SILVEIRA;
SANTOS, 2013).

Quanto à capacidade adaptativa aos distúrbios ambientais, a maioria das espécies foram
classificadas como de alta capacidade adaptativa (n= 90 spp.; 50%), seguido por média
capacidade (n= 43; 26%) e baixa capacidade (n= 28 espécies; 18%). Diante desse cenário, é
importante concentrar as pesquisas científicas nas espécies mais sensíveis, buscando identificar
espécies em maior risco de serem afetadas pelas alterações ambientais (SILVA et al. 2003).
Nenhuma espécie foi classificada em categoria de ameaça de extinção de âmbito nacional. Por
outro lado, as espécies Amazona aestiva e Primolius maracanã (Maracanã) estavam listadas na
categoria Quase Ameaçada (NT) da IUCN.

No tocante as guildas tróficas, identificou–se um predomínio de aves insetívoras (n=78


spp.; 48,4%), seguido dos frugívoros (n=25; 15,5%) e granívoros (n=17; 10,5%). O predomínio
de insetívoros pode estar relacionado tanto à disponibilidade de alimento durante todo o ano,

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168
como também a uma maior adaptação a diferentes ambientes (SCHERER et al. 2005).

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos através dos métodos de amostragem foram satisfatórios, pois o


esforço amostral da riqueza de espécies foi considerado alto. Compilou-se informações
detalhadas sobre a riqueza e estrutura da comunidade de aves, composição, sensibilidade e
conservação das espécies. De forma geral, a estrutura da comunidade de aves na área do parque
revelou a presença de uma comunidade de aves típica do bioma Cerrado, ecótono
Cerrado/Caatinga e áreas abertas adjacentes. Identificou-se também um alto número de espécies
endêmicas do bioma caatinga e com alta capacidade adaptativa às perturbações antrópicas.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, H. F. P.; SILVA, J. M. C. The avifauna of the Caatinga: biogeography, ecology,


and conservation. In: SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.; LEAL, I. R. (eds.). Caatinga: the
largest Tropical Dry Forest regionin South America. New York: Springer, p.181–210, 2017.

FARIAS, R. R. S.; CASTRO, A. A. J. F. Fitossociologia de trechos da vegetação do complexo


de Campo Maior, Campo Maior, PI, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 18, p. 949-963, 2004.

ICMBIO. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Livro Vermelho da


Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: v. I. MMA. 1. ed. Brasilia, DF. 2018.

IUCN. The IUCN Red List of Threatened Species. Version 2022-1. Disponível em:
<https://www.iucnredlist.org>. 2022. Acesso em: 03 mar. 2022.

PACHECO, J. F. et al. Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological
Records Committee – second edition. Ornithology Research, v. 29, n. 2, p. 94-105, 2021.

PIACENTINI, V. Q. et al. Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian


Ornithological Records Committee. Revista Brasileira de Ornitologia, v. 23, n. 2, p. 91-298,
2015.

SANTOS M. P. D.; SANTANA, A.; SOARES, L. M. S.; SOUSA, S. A. Avifauna of Serra


Vermelha, South of Piauí, Brazil. Revista Brasileira de Ornitologia, v. 20, p. 199-214, 2012.

SCHERER, A. et al. Estrutura trófica da Avifauna em oito parques da cidade de Porto Alegre,
Rio Grande do Sul, Brasil. Ornithologia, v.1, p. 25-32, 2005.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira S.A, 912 p.,1997.

SILVA, J. M. C.; SOUZA M. A.; BIEBER, A. G. D.; CARLOS, C. J. Aves da caatinga: status,
uso do habitat e sensitividade, p. 237-273. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M., SILVA, J.M.C.
(Eds.). Ecologia e Conservação da caatinga. Recife, Ed. Universitária da UFPE. 2003.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
169
SILVA, M. The Brazilian Protected Areas Program. Conservation Biology, v. 19, n. 3, p. 608-
611, 2005.

SILVEIRA, L. F.; SANTOS, M. P. D. Bird richness in Serra das Confusões National Park,
Brazil: how many species may be found in an undisturbed Caatinga? Brazilian Journal of
Ornithology, v. 20, n. 49, p. 11, 2013.

SILVEIRA, L. F. et al. Para que servem os inventários de fauna? Estudos avançados, v. 24, p.
173-207, 2010.

SOUTO, P. C. et al. Comunidade microbiana e mesofauna edáficas em solo sob caatinga no


semi-árido da Paraíba. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 32, n. 1, p. 151-160, 2008.

STOTZ, D. F. et al. Neotropical Birds: Ecology and Conservation. 1. ed. The University of
Chicago Press, Chicago. 478p, 1996.

PALAVRAS-CHAVE: Aves; Diversidade; Conservação; Composição; Estrutura da


comunidade.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
170
MONITORAMENTO DOS PSITACÍDEOS REINTRODUZIDOS NA FAZENDA
SANTO ANTÔNIO, ÁREA DE SOLTURA DO CETAS-IBAMA EM CAXINGÓ-PIAUÍ

Bruna Araújo Brandão*, Mestra pelo Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente/
Universidade Federal do Piauí.
Girleno Vieira Nunes, Graduado em Ciências Biológicas/Universidade Federal do Piauí.
Tatiane Freitas dos Santos, Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio
Ambiente/Universidade Federal do Piauí.
Irene Suelen de Araujo Gomes, Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio
Ambiente/Universidade Federal do Piauí.
Anderson Guzzi, Doutor em Zoologia; Professor da Universidade Federal do Delta do Parnaíba
(UFDPar/Parnaíba/PI).
*
Autor correspondente: brunaaraujobrandao@hotmail.com

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a reintrodução de espécies em seu habitat natural, tem se


mostrado um grande aliado na conservação (LOPES; SANTOS, 2010). Para analisar seu
sucesso e impacto, o monitoramento é uma importante ferramenta (SILVEIRA et
al., 2010), principalmente quando realizado logo após a soltura das espécies (CHIVERS,
1991).

Os psitacídeos possuem 27% de suas espécies classificadas como ameaçadas pela IUCN
(2023), devido à agricultura, caça, captura e exploração de madeira (OLAH et. al., 2016). Das
390 espécies de psitacídeos do mundo, 87 ocorrem no Brasil, onde 30% delas estão ameaçadas
de extinção (BIRD LIFE INTERNACIONAL, 2017).

Diante disso, o objetivo do presente estudo foi realizar o monitoramento de dois grupos
de psitacídeos reintroduzidos na Fazenda Santo Antônio no município de Caxingó, Piauí, a fim
de analisar o sucesso das reintroduções e contribuir com a conservação destas espécies.

METODOLOGIA

O monitoramento foi realizado na Fazenda Santo Antônio, cadastrada junto ao IBAMA


como área de soltura de espécies. A fazenda está no município de Caxingó situado na
microrregião do litoral piauiense com latitude 03º21'24"S e longitude 41º44'29.92" W. Dois
grupos de psitacídeos oriundos do CETAS/ IBAMA (Centro de Triagem de Animais Silvestres)
em Teresina. O primeiro grupo, com 13 espécimes de Amazona amazônica (Linnaeus, 1758)
chegou no dia 10 de fevereiro de 2014 e o segundo grupo com 12 indivíduos de Amazona
amazonica, dois de Alipiopsitta xanthops (Spix,1824) e um indivíduo de Amazona aestiva, que
chegou no dia 29 de junho de 2016.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
171
O monitoramento ocorreu uma vez por mês durante a manhã, entre 05:30h e 09:30h. O
método utilizado foi o de ponto de escuta de raio longo (100m). Para os contatos visuais e
auditivos foram utilizados binóculos (8X30 e 10X50) e um gravador digital, com microfone
direcional multiamplificado YOGA.

Houve um período de quarentena de 15 dias com alimentação suplementar diária de


frutas e mistura de sementes. O primeiro grupo de indivíduos foi solto no dia 25 de fevereiro
de 2014 e o segundo no dia 14 de julho de 2016. A soltura dos dois grupos ocorreu seguindo a
metodologia de soltura branda. Após a soltura, as aves do primeiro grupo foram monitoradas
dois anos e meio e as do segundo grupo por um ano.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O período de quarentena permitiu a interação com a avifauna local e formação de


grupos e casais que facilitaram sua saída e sobrevivência em vida livre, e foi maior que em
outras reintroduções (JOFFILY, 2010; LOPES; SANTOS, 2010), mas apresentou resultados
positivos, demonstrando que se deve adaptar a necessidade das espécies, visando sempre o
sucesso da reintrodução.

Durante o dia, as aves do primeiro grupo se mantinham dispersas pela área da fazenda,
visitando os viveiros apenas para se alimentar e, durante a noite, para repousar. Já o segundo
grupo apresentou comportamento diferente, se dispersando nos primeiros dias após a soltura e
não mais retornando para as proximidades do viveiro. Os comportamentos e aproximação
inicial das espécies se mostrou comum à maioria das solturas de psitacídeos (JOFFILY, 2010)
pois os psitacídeos são considerados forrageadores de ponto central.

Algumas aves do primeiro grupo apresentaram comportamentos de socialização com os


seres humanos. Já no segundo grupo, apenas em alguns indivíduos durante o período que
estavam no viveiro, pois se dispersaram assim que eram soltos. Esse comportamento assim
como a sua diminuição com o decorrer do monitoramento, mostra ser comum em reintroduções
de psitacídeos no Brasil (VALLE; CHAGAS, 2010).

Os avistamentos do primeiro grupo mostraram variações entre o período úmido e o seco,


que apresentou menor número, semelhante ao padrão dos trabalhos de Malves e Sousa (2010),
Joffily (2010) e Seixas (2009), devido os indivíduos soltos terem buscado outras áreas para
alimentação (CHANDLER; ROYLE; KING, 2011) que classifica essa situação como “ausência
temporária”. Os indivíduos do segundo grupo raramente foram avistados e não foi possível

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172
analisar a influência da sazonalidade sobre eles.

CONCLUSÃO

A área escolhida para soltura e monitoramento foi considerada promissora para a


espécie reintroduzida Amazona aestiva, devido ao histórico de ocorrência, confirmado por
trabalhos científicos e disponibilidade de alimentos. Os espécimes foram progressivamente se
adaptando, fato confirmado após a ocorrência e registro da reprodução na área. Os indivíduos
passaram a depender cada vez menos da alimentação suplementar e houve grande dispersão
para outras regiões, demonstrando sucesso na reintrodução monitorada. Ademais, através desse
estudo será possível direcionar pesquisas, esforços e observação da avifauna para essa região,
contribuindo para o saber científico e o estímulo ao contato com a natureza.

REFERÊNCIAS

BIRDLIFE INTERNATIONAL, IUCN. Red list for birds. 2017. Disponível em:
http://datazone.birdlife.org. Acesso em: 24/01/2023.

CHANDLER, R. B., ROYLE, J. A., KING, D. I. Inference about density and temporary
emigration in unmarked populations. Ecology, v. 92, 1429–1435, 2011.

CHIVERS, D. J. Guidelines for re-introductions: procedures and problems. In J. H. W. GIPPS,


(ed.). Beyond captive breeding: re-introducing endangered mammals to the wild. Oxford:
Zoological Society of London, v. 62, 89-99, 1991.

IUCN. The IUCN Red List of Threatened Species. 2023. Disponível


em:z<http://www.iucnredlist.org>. Acesso em: 23/03/2023.

JOFFILY, D. Soltura monitorada de exemplares do periquitão-maracanã, Aratinga


leucophthalma (Statius Muller, 1776) apreendidos pelo Ibama no estado do Rio de Janeiro
e aspectos da alimentação de indivíduos da família Psittacidae. Seropédica, RJ. Dissertação
de mestrado. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2010.

LOPES V. A.; SANTOS E. B. A soltura de psitacídeos reabilitados pelo CRAS no Pantanal


Sul-Mato-Grossense: Casos de Sucesso reprodutivo de animais humanizados. Reintrodução
de psitacídeos, 2010.

MALVES, P. B. SOUSA, C. R. Notas sobre soltura na fazenda Santiago, Município de Colinas-


TO. Reintrodução de psitacídeos, v.1, 45-47, 2010.

OLAH, G. et al. Ecological and socio-economic factors affecting extinction risk in parrots.
Biodiversity and Conservation, v. 25, 205–223, 2016.

SEIXAS, G. H. F. Ecologia alimentar, abundância em dormitórios e sucesso reprodutivo


do papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) (Linnaeus, 1758) (Aves: Psittacidae), em um

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Simpósio Nacional do Semiárido.
173
mosaico de ambientes no Pantanal de Miranda, Mato Grosso do Sul, Brasil. Campo
Grande, MS. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 2009.

SILVEIRA, L. F. et al. Para que servem os inventários de fauna? Estudos Avançados, v. 24,
n. 68, 173-207, 2010.

VALLE, A.; CHAGAS, N. Reintrodução de araras na Chapada Imperial DF: Condicionamento


de vôo, preferência alimentar e percepções no ecoturismo. Reintrodução de psitacídeos, v. 1,
51-54, 2010.

PALAVRAS-CHAVE: Conservação; Aves; Reintrodução.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
174
PRESERVAÇÃO DE UMA AVE ENDÊMICA E AMEAÇADA DA CHAPADA DO
ARARIPE: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O PLANO DE AÇÃO DO
SOLDADINHO DO ARARIPE

Maria Dandara Cidade Martins*, Graduando pelo curso de Ciências Biológicas/Universidade Regional do
Cariri.
Allysson Pontes Pinheiro, Orientador Professor do curso de Ciências Biológicas/ Universidade Regional do
Cariri.
Alana de Oliveira Silva, Graduando pelo curso de Ciências Biológicas/Universidade Regional do Cariri.
Laíza Maria Ulisses Magalhães, Graduando pelo curso de Ciências Biológicas/Universidade Regional do
Cariri.
*
Autor correspondente: maria.dandara224@urca.br
INTRODUÇÃO

Antilophia bokermanni Coelho & Silva, 1998 é uma espécie de ave pertencente à
família Pipridae, e recebeu o nome popular de soldadinho-do-araripe. Este pássaro, é a
única ave endêmica do Ceará, estando globalmente ameaçado de extinção, se encontrando
entre as aves classificadas como criticamente em perigo por órgãos internacionais e correndo
risco claro de desaparecer do mundo, restando menos de 800 indivíduos na natureza (SILVA,
2011).

Nesse sentido, o soldadinho-do-araripe por viver em uma área tão reduzida da Chapada
do Araripe, mesmo com ocorrência localizada na Área de Proteção Ambiental (APA), a ave
sofre com a disputa por habitat, principalmente a conservação das águas, além de agravos como
a ocupação da área, assim como incêndios e canalização de nascentes (SILVA, 2011). Este
problema, está associado também a criação da APA ser recente, apenas de 1997, e a descrição
da espécie ter sido feita apenas no ano 1998 (SILVA, 2011). Esse fato restringiu de forma
brusca o tempo de resposta ao risco da espécie há cerca de 23 anos.

O objetivo desse trabalho foi o levantamento de informações entre moradores do Cariri


para averiguação do conhecimento a respeito da espécie, sua atual situação de extinção, que
forneçam dados para a elaboração de um Plano de Educação Ambiental que vise proteger a
espécie, retirá-la de sua situação de extinção e sensibilizar a população a atuar em sua proteção
ativamente, além de cobrar de órgãos públicos uma fiscalização e políticas de proteção mais
adequada, visando o desenvolvimento sustentável da região sem ameaçar a espécie.

METODOLOGIA

O presente trabalho é um estudo de caso do tipo exploratório como definido por Gil
(2002) por aprofundar um problema e formular hipóteses sobre um fenômeno ainda pouco

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175
explorado, nesse sentido ainda apresenta uma abordagem quali-quantitaviva dos resultados.

Foram aplicados questionários do Google forms com o objetivo de levantar informações


da população local acerca dos conhecimentos gerais da espécie e sua área de ocorrência. O
presente questionário foi aplicado entre moradores da região do Cariri, no Centro-Sul do estado
do Ceará, residentes de; Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Mauriti, Jardim, Brejo Santo,
Várzea Alegre e Milagres.

Nessa perspectiva, os questionários foram aplicados durante os dias de 10 de maio de


2021, até o dia 21 de maio de 2021, através da divulgação nas redes sociais, onde um total de
32 respostas foram analisadas, compreendendo apenas pessoas acima de 18 anos. Esses dados
foram posteriormente tabulados através do Microsoft Excel e organizados em porcentagens e
gráficos em forma de barras, colunas e pizza, assim como analisados e posteriormente
discutidos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A coleta dos questionários abrangeu um público de 18 a 49 anos, atingindo em sua


maioria estudantes do Ensino Superior de diversas áreas, sendo classificados entre trabalhador
e estudante. Assim, 27 participantes são estudantes, e 5 são trabalhadores ativos,
correspondendo respectivamente a 84,4% e 15,6% dos entrevistados.

Sob esse viés, perguntados acerca das 3 espécies de passarinhos que conheciam, 14
participantes citaram o soldadinho-do-Araripe, contabilizando 41% dos participantes. Dentre
nomes populares de outras espécies mais citadas, tivemos Bem-te-vi, Pardal, Canário-Belga,
Rolinha. Esse dado demonstra que grande parte dos participantes já tem conhecimento sobre o
Antilophia bokermanni Coelho & Silva, 1998 (espécie) levando-o em consideração mesmo que
indagado a citar espécie dentre do grande grupo dos pássaros os participantes o citaram.

Tratando-se sobre a localização geográfica do habitat do soldadinho-do-araripe, de


forma mais específica a presença de água, o resultado foi satisfatório, visto que 25 participantes,
equivalente a 78,12% dos entrevistados, sabiam que a espécie vive próximo as fontes de água.

No entanto, a respeito dos responsáveis pela conservação e preservação da espécie, o


grupo deu respostas diversas, responsabilizando empresas privadas e órgãos públicos,
reafirmando principalmente a participação da população local como um todo para cuidar da
espécie, demostrando que esse papel ainda não está claro para a comunidade.

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Dessa forma, indagados sobre a participação ativa na conservação do pássaro, a maioria
respondeu não ter oferecido nenhum tipo de contribuição, o que se mostra como um quadro
preocupante

CONCLUSÃO

Portanto, conclui-se que apesar das ações iniciais já executadas por ONG’s, governos
municipais e estaduais, assim como Universidades a população em geral, mesmo que com um
grau de instrução maior e reconhecendo a espécie, ainda conhece muito pouco sobre o pássaro
e seus hábitos, dessa forma não se sente aproximada a importância de conservar seus habitats e
consequentemente conservá-la.

Nessa perspectiva, ações dentro do campo educacional ainda são uma das peças-chave
para a construção de conhecimentos em escolas, Universidades e na comunidade
principalmente das cidades onde a espécie ocorre, promovendo assim uma ideia de
pertencimento e de identificação com o soldadinho-do-araripe.

Outrossim, a promoção de eventos que divulguem o macho e a fêmea, incentivo as


crianças e até doações de pessoas físicas pelo Pix, são ações que promovem um contato mais
próximo com a luta pela conservação da espécie e aliado a presença constante nas mídias sociais
pode levar a mensagem ao maior número de pessoas possível.

REFERÊNCIAS

COELHO, A. G. M.; SILVA, W. A. G. A new species of Antilophia (Passeriformes: Pipridae)


from Chapada do Araripe, Ceará, Brasil. Ararajuba, v. 6, n. 2, p. 81-84, 1998.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

SILVA, W. A. G. Plano de ação nacional para a conservação do soldadinho- do-araripe/


Weber Andrade de Girão e Silva, Karina Vieiralves Linhares: Organizadores: Weber Andrade
de Girao e Silva, Karina Vieiralves Linhares, Alberto Alves Campos (Série Espécies
Ameaçadas; 15), Brasília, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ICMBio,
2011.

PALAVRAS-CHAVE: Conservação; Chapada-do-Araripe; Soldadinho-do-Araripe

Apoio: GEAS URCA – Grupo de Estudos em Animais Silvestres da Universidade Regional do


Cariri, LACRUSE URCA – Laboratório de Crustáceos do Semiárido da Universidade Regional
do Cariri, ONG AQUASIS

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RESUMOS EXPANDIDOS

Área Temática:

Multidisciplinar

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O PODER DAS REDES SOCIAIS PARA SUPRIMIR A CEGUEIRA BOTÂNICA

Francisco Ernandes Leite Sousa*, Graduando do curso de licenciatura plena em ciências biológica
(UESPI).
Maria Pessoa da Silva, Professora Adjunta da Universidade Estadual do Piauí.
*
Autor correspondente: franciscoelsousa@aluno.uespi.br

INTRODUÇÃO

Desde o início da história humana, as plantas têm sido uma parte fundamental do
nosso dia a dia. Utilizamos plantas para alimentação, medicina, decoração, perfumes e muitos
outros usos. As plantas são uma fonte de nutrientes, compostos químicos e beleza natural, e
seu uso foi documentado em diferentes culturas e épocas. Entretanto, cada vez mais vemos as
plantas sendo desvalorizadas, perdendo espaço e entrando em extinção. Na educação
inicial, existe muito pouco conteúdo sobre botânica, contribuindo assim para o
crescimento da cegueira botânica. O termo "cegueira botânica" foi empregado por
Wandersee e Schussler em 1999 para explicar essa dificuldade humana de observar e,
consequentemente, atribuir importância às plantas que estão ao seu redor (WANDERSEE
e SCHUSSLER, 1999). Além disso, fatores biológicos relacionados à visão também
contribuem para essa dificuldade, já que nossa visão consegue processar dados de apenas uma
pequena porcentagem de toda a imagem captada pelos olhos humanos. Segundo Camelo
Júnior et al. (2022), a Cegueira Botânica é um agravante não só educacional e/ou científico,
mas uma problemática sociocultural. Azevedo et al. (2019), destaca a importância das
plantas, afirmando que é preciso compreender que as plantas são organismos vivos e
dispõem de funções importantíssimas ao ciclo da vida, auxilia o ser humano na tomada de
decisões cruciais para ao meio ambiente, como a dita reforma agrária e ao desmatamento
mais conscientemente, incumbindo ao ensino básico este pensamento integrador no cidadão.
Com esse trabalho objetivou-se testar as redes sociais como ferramenta de combater a
cegueira botânica, este texto descreve um projeto realizado com a utilização das redes sociais
(Instagram, Tiktok e Youtube) como ferramenta experimental.

METODOLOGIA

Para inicio do projeto foi criado contas em duas plataformas. No instagram foi criado o
perfil intitulado (professor Ernandes Leite & cegueira botânica.), com postagens diárias de
imagens e vídeos, incluindo resumos concisos, além de pôsteres informativos, no youtube o
perfil intitulado (Colírio Botânico), postagens de vídeos curtos e longo sobre a flora piauiense,

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179
posteriormente foi criado uma conta na plataforma Tiktok com o perfil intitulado (professor
botânico Ernandes Leite), com vídeos curtos e breve informação sobre o conteúdo. Os vídeos
foram gravados em aulas de campo, coletas botânicas e em buscas diárias na natureza, as plantas
encontradas e coletadas digitalmente com uso de câmera ou smartphone, A identificação das
espécies foi feita por meio de pesquisa comparativa em herbários virtuais e artigos científicos
como o INCT (Herbário Virtual da Flora e dos Fungos), sendo o nome e autoria do material
coletado autenticados na plataforma eletrônica do Missouri Botanical Garden (MOBOT,
2021)., e posteriormente postada nas plataformas. Todo material postado se refere à flora
piauiense principalmente a região do complexo vegetacional de Campo Maior-PI, uma área de
transição entre cerrado, caatinga e Mata Atlântica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O projeto de uso das redes sociais como ferramenta contra a cegueira botânica, deu
inicio em junho de 2021, com a pandemia do Covid-19 as interações com as redes sociais
começaram ao aumentar, o perfil no instagram com 1140 seguidores, o conteúdo teve uma boa
aceitação às visualizações de conteúdo chegam a uma media de 1mil (1k) visualização por
conteúdo postado semanalmente, a conta no youtube o conteúdo teve uma queda na aceitação,
chegando a no máximo 700 visualizações mensal, já no tiktok o perfil conta com 2400
seguidores e 18.3 mil curtida, o conteúdo teve uma alta na aceitação chegando a 23 mil
visualizações por conteúdo. A qualidade do material postado e o tempo de interação influencia
muito na entrega dos conteúdos pelas plataformas. Para Draeger et al. (2016), as redes sociais
no ensino de botânica atuam como ferramentas que facilitam a produção de conhecimento e
auxilia na troca de informações. Patrício e Gonçalves (2010), afirmam que as redes sociais
contribuem para a troca de informações, já que grande parte da população interagem mais no
virtual.

CONCLUSÃO

Com base nos aspectos observados, podemos afirmar que as redes sociais têm potencial
para contribuir significativamente para a redução ou até mesmo a cura da cegueira botânica. A
interação com o conteúdo relacionado à botânica tem sido extremamente bem-sucedida,
incentivando mais pessoas a buscar nas redes sociais uma ferramenta auxiliar para transmitir
informações sobre esse tema. Ao utilizar as redes sociais como meio de disseminação, é
possível alcançar um público ainda maior. É interessante notar o crescente número de perfis
profissionais relacionados à botânica nas redes sociais, incluindo herbários, instituições de

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180
ensino e outros. Com isso, podemos concluir que as redes sociais apresentam um grande
potencial para combater a cegueira botânica e promover o conhecimento sobre essa área tão
importante.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, H. J. C. C.; RIBEIRO, S. A. C.; SÁ, N. P. A Cegueira Botânica no ensino de


biologia: um relato de caso. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento,
v. 11, p. 129-136, 2019.

CAMELO JÚNIOR, A. E.; GONÇALVES, A. dos S.; SILVA, T. C.; DUARTE, M. H. F.;
CINTRA, M. C. da S.; SILVA, G. S. da. Unveiling botanical blindness between
undergraduates and graduates of the Biological Sciences course, Maranhão, Brazil.
Research, Society and Development, v. 11, n. 11, e311111133410, 2022. DOI: 10.33448/rsd-
v11i11.33410. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/33410. Acesso
em: 01 abr. 2023.

DRAEGER, D. I.; YONEZAWA, W. M.; PEGORARO, R. Fundamentos da ciência das redes


presentes nas redes sociais virtuais como instrumento de ensino de Biologia. Revista Brasileira
de Ensino de Ciências e Tecnologia, v. 9, n. 3, 2016.

MOBOT. Disponível em: http://www.ipni.org. Acesso em: 01 abr. 2023.

PATRÍCIO, R.; GONÇALVES, V. Facebook: rede social educativa? In: I Encontro


Internacional TIC e Educação, 2010, Lisboa. Anais do I Encontro Internacional TIC e
Educação. Lisboa: Universidade de Lisboa, Instituto de Educação, p. 593-598, 2010.

WANDERSEE, J.; SCHUSSLER, E. Preventing Plant Blindness. The American Biology


Teacher, v. 61, n. 2, p. 84-86, fev. 1999. Disponível em: https://doi.org/10.2307/4450624.
Acesso em: 31 mar. 2023.

PALAVRAS-CHAVE: Comunicação, Flora Piauiense, Preservação,.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
181
A PALHA DA CARNAÚBA COMO MATÉRIA-PRIMA DA RESISTÊNCIA
INDÍGENA NO SEMIÁRIDO

Geovana Mendes Barros*, Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade


Federal do Rio Grande do Norte – Bolsista CAPES.
Leandro Vieira Cavalcante, Docente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
*
Autora correspondente: geovana.barros.603@ufrn.edu.br

INTRODUÇÃO

Encontrada no Semiárido brasileiro, mais precisamente nos estados do Piauí, Ceará


e Rio Grande do Norte, a carnaúba (Copernicia prunifera (Miller) H. E. Moore,
Arecaceae), caracterizada por ser uma “fonte inestimável de recursos úteis a sobrevivência”,
há séculos é utilizada pelos povos indígenas dessa região, que em virtude da sua
diversidade de usos, a consideram a “árvore da vida (D’ALVA, 2004, p. 155),”. É
com base nas suas várias utilizações, que esse trabalho se atentará ao uso da palha da
carnaúba para a confecção de peças artesanais no município de Itaiçaba, na região do Vale do
Jaguaribe, no semiárido cearense.

De acordo com Barros (2021), a cultura do artesanato em palha da carnaúba, por ser
uma prática que atravessa gerações, demarca uma das permanências dos povos indígenas que
habitaram a região jaguaribana, mas que foram silenciados pelo projeto colonial, ao passo que
hoje resistem por meio das manifestações culturais. Com isso, a iniciativa desta produção
acadêmica parte de um trabalho de campo realizado no município de Itaiçaba direcionado a
entender as territorialidades das artesãs. Nesse sentido, temos como objetivo apresentar
elementos que reafirmam a presença da resistência indígena nos processos da produção
artesanal procedente da palha de carnaúba.

METODOLOGIA

Alicerçada em procedimentos metodológicos qualitativos, essa pesquisa foi realizada


em Itaiçaba/CE, município caracterizado pela paisagem composta por carnaubais e pela cultura
do artesanato em palha de carnaúba. Desse modo, a fim de compreender questões sociais e as
dinâmicas dessa prática artesanal, realizamos entrevistas semiestruturadas com 21 artesãs.
Entre as questões para suscitar o diálogo estavam: Como iniciou o trabalho no artesanato?;
Como ocorre a retirada da palha?; O artesanato pode ter sido uma prática iniciada pelos
indígenas?. As narrativas produzidas pelas entrevistas foram analisadas em dois níveis, um
baseado em estudos prévios e o outro na busca de elementos pertinentes para compreensão o

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182
que estamos pesquisando.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Diante das narrativas das mulheres sobre as experiencias, percebemos que a faixa etária
das artesãs entrevistadas, vai de 40 a 70 anos de idade, e que os primeiros contatos com a palha
da carnaúba para produção artesanal, foi ainda infância, por volta dos 5 a 6 anos de idade. Essas
mulheres contam que até 10 anos atrás, a coleta da palha ocorria livremente nas matas, e que
hoje, para conseguir produzir o artesanato, é necessário comprar a matéria-prima. Essa retirada
da palha, atualmente, é exercida, principalmente, por homens, pois as artesãs, em decorrência
da idade ou dos problemas de saúde, são impossibilitadas de realizarem essa parte do processo.

No decorrer dos diálogos com essas mulheres sobre as peças que produziam e das
técnicas da retirada da palha, identificamos alguns termos no qual consideramos que
simbolizam a resistência indígena nessa manifestação cultural. Após realizar a busca dos
significados desses nomes em dicionários, constatamos que eles são oriundos da língua Tupi.
No quadro 1, podemos observar os termos, a definição utilizada pelas mulheres e os significados
encontrado nos dicionários.

Quadro 1: Termos relacionados à carnaúba que possuem origem Tupi.


Termos Usado para definir Significados
Árvore de onde se retira a A palmeira Copernicia cerifera - Caraná - ou
Carnaúba
palha escamoso, cascudo, cheio de asperezas;
Barca, cesto, embarcação, gaiola, receptáculo,
Uru Bolsa usada nas pescarias
recipiente, vasilha, vaso;
Batoré Palha pequena Do tupi antigo "mba'e", "coisa";
Vara de bambu para
Taboca O tronco oco;
cortar a palha
Mangará Palha centro Planta da família das aroidiáceas, coração;
"kandugûasu" e "kandumirĩ" - roedores da família
Cuandu Carnaúba de porte médio
dos coendídeos;
Fibra das mais resistentes para linha de anzóis e
Tucum Fibra da carnaúba
para o fabrico de cordas e redes.
Fonte: Elaborado pela autora com base nos dicionários de Sampaio (1987) e Carvalho (1987).
Mesmo com as muitas modificações da língua tupi, percebemos que esses termos ainda
carregam semelhanças com os possíveis significados originais. Dentre esses, Cuandu é o que
mais nos causou estranheza, mas de acordo com Johnson (1970 apud D’ALVA, 2004), a
carnaúba recebe essa alcunha porquê quando está em seu porte médio, conserva os seus
primeiros talos e isso dá a ela um aspecto espinhento, semelhante a um porco-espinho.

Para além dos termos origem indígena, no Vale do Jaguaribe, registra-se que um dos
povos indígenas que habitaram esse território, os Paiaku, tinham habilidades com a palha da

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183
carnaúba e a utilizavam para produzir utensílios, especialmente, para usos domésticos. Mas esse
povo “desapareceu” durante o período colonial em consequência de silenciamento e massacre,
e hoje, nesse território, não temos povos indígenas reconhecidos oficialmente. (BARROS,
2021). Desse modo, mesmo com a “ausência” indígena, em alguns municípios dessa região, a
exemplo de Itaiçaba, a cultura do trançado da palha da carnaúba que atravessa gerações ainda
é latente.

Quando questionadas se o artesanato de palha pode ter sido uma prática iniciada pelos
povos indígenas, algumas artesãs não souberam responder pois nunca haviam refletido sobre a
origem dessa tradição. Já outras mulheres afirmaram, como podemos ver na fala da seguinte
artesã que disse “essa fundamentação vem de longe e em algum momento chega neles”. O
sentido dessa prática no presente está mais associado a geração de renda, do que a uma
resistência cultural, mas diante disso, constatamos que ela é a resistência dos indígenas que
“desapareceram” e deixaram, por meio da memória dos sujeitos, uma forma sobreviver em
outros tempos. Então, palha da carnaúba pode ser considerada a matéria-prima da resistência,
pois mesmo após séculos do “desaparecimento” desses povos, uma prática comum a eles ainda
continua sendo difundida na contemporaneidade.

CONCLUSÃO

Para concluir, a questão indígena no Vale do Jaguaribe é uma temática que anseia ser
pauta de investigações, pois os rastros dos que existiram antes de nós encontram-se em
profundezas e pesquisas como essa que estamos construindo são capazes de encontra-los. Por
isso esse trabalho, além de contribuição acadêmica sobre essa temática, é um alerta para a
necessidade de fazermos um exercício de reflexão com os sujeitos para o despertar da
conscientização sobre o valor simbólico que o artesanato em palha de carnaúba possui sobre a
história desse território.

REFERÊNCIAS

BARROS, Geovana Mendes. A questão indígena do Vale do Jaguaribe: massacre,


aldeamento e destino da etnia Paiacu. 2021. 86f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
em Geografia) – Universidade Estadual do Ceará, Limoeiro do Norte, 2021.

CARVALHO, Moacir Ribeiro de. Dicionário tupi (antigo) português. Salvador: Empresa
Gráfica da Bahia, 1987.

D’ALVA, Oscar Arruda. O extrativismo da carnaúba no Ceará. 2004. 186f. Dissertação

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(Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza,
2004.

SAMPAIO, Teodoro. O tupi na geografia nacional. 5 ed. São Paulo: Editora Nacional, 1987.

PALAVRAS-CHAVE: Artesanato; Carnaúba; Palha.

Apoio: CAPES.

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Simpósio Nacional do Semiárido.
185
OS ENCADEAMENTOS ENTRE AS EXPORTAÇÕES E O EXTRATIVISMO NA
CADEIA PRODUTIVA DA CERA DE CARNAÚBA

Matheus Ângelo de Sousa Vieira*, Aluno do curso de Ciências Econômicas UFPI.


Jaíra Maria Alcobaça Gomes, Professora do Departamento de Ciências Econômicas e Programa de Pós-
graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFPI.
Marica Gabrielli Sousa Campêlo Marinho, Mestranda do Programa em Desenvolvimento e Meio
Ambiente/Universidade Federal do Piauí.
*
Autor correspondente: matheus12angelo@gmail.com

INTRODUÇÃO

A carnaúba é uma palmeira encontrada exclusivamente em território


nacional, conhecida popularmente como árvore da vida tem significativa importância
histórica e econômica para a população sertaneja, principalmente dos estados do Piauí e
Ceará, seja para fins de subsistência ou econômicos. A arvore é encontrada
majoritariamente na caatinga e é importante exemplo da riqueza e diversidade ambiental
existente nesse bioma.

Símbolo do extrativismo vegetal brasileiro, sendo a cera de carnaúba o produto de maior


relevância econômica, que devido sua capacidade de encadeamento derivam cadeias produtivas
dos vernizes, lubrificantes, tintas, componentes eletrônicos entre outros (GOMES et. al, 2006,
ALVES, COELHO, 2006).

Entender o funcionamento da cadeia produtiva da cera de carnaúba, todo seu processo


produtivo e como ela se desdobra em um complexo processo de exportação da cera na situação
de commodity, ajuda a compreender o funcionamento este segmento da economia nordestina e
conhecer as oscilações no mercado do pó de carnaúba, elo extrativista.

O trabalho objetiva analisar a produção da cera de carnaúba nos estados do Piauí e


Ceará, compreender a produção e os elos que a ligam à atividade exportadora da cera.

METODOLOGIA

A pesquisa tem os estados do Ceará e Piauí como área de estudo, porque são
responsáveis pela maior parte da produção de cera de carnaúba que é produzida equivalente a
94% da produção de pó da carnaúba segundo dados da PEVS/IBGE, Produção da Extração
Vegetal e Silvicultura/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, nós anos de 2019 a 2022.
As informações coletadas vêm de base de dados secundários da PEVS/IBGE referente a
produção e ComexStat, o sistema de estatísticas do comercio exterior, no que diz respeito à

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186
exportação. Efetua-se análise gráfica e tabular.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A tabela 1 mostra a produção de pó da carnaúba pelos estados do Piauí e Ceará, detendo


a participação de 96% da produção total. O Piauí é o maior produtor desse mercado, com 56%
da oferta total.

Tabela 1: Produção de pó de carnaúba nos estados do Piauí e Ceará f(2019-2021).


Ano 2019 2020 2021
Região produção % produção % produção %
Brasil 19465 100 19453 100 19453 100
f Piauí 10970 56 10813 56 11122 56
Ceará 7702 40 7824 40 7975 40
Outros 793 4 816 4 356 4
Fonte: PEVS/IBGE (2019-2021)
No que tangencia a produção de cera de carnaúba bruta, o estado do Ceará é o maior
produtor tendo o equivalente a mais de 50% da produção total ao longo dos anos estudados, o
Piauí não apresenta representatividade na produção de cera de carnaúba de origem. Isso é
visível na tabela 2:

Tabela 2: Produção da cera de origem no estado do Ceará em toneladas (2019-2021)


Ano 2019 2020 2021

Região produção % produção % produção %


Brasil 905 100 805 100 642 100
Piauí - - - - - -
Ceará 589 65 547 68 519 81
Outros 316 35 258 32 123 19
Fonte: PEVS/IBGE (2019-2021).
A maior parte da produção da cera de carnaúba é destinada à exportação, no gráfico 1
é visualizado os principais destinos da exportação pelos estados do Piauí e Ceará, sendo a
Alemanha e Estados Unidos os maiores demandantes do produto e que em ambos os casos
representam juntos mais de 40% de fatia do mercado, consolidando-se como grandes agentes
importadores, do Piauí são importados respectivamente 23,4% e 22,5% da exportação total
enquanto do Ceará a Alemanha é responsável por 21,3% e os Estado Unidos por 23,1% do total.

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Gráfico 1: Países que importam cera vegetal do Piauí e Ceará (2019-2022)

Fonte: ComexStat (2019-2022).

A cadeia produtiva da cera de carnaúba mostra-se inalterada ao longo das décadas


estudas, autores como Gomes et. al (2006) e Alves e Coelho (2006) já apontavam uma relação
entre Piauí e Ceará como principais produtores exportadores desse mercado.

CONCLUSÃO

Nos Estados do Piauí e Ceará, principais regiões ofertantes, há um movimento de


crescimento no nível de produção do pó da cera de carnaúba em relação ao período estudado,
mas que mantem a já discutida relação entre os estados.

O cenário da cadeia produtiva da cera de carnaúba não se alterou nos últimos anos,
mantendo a dinâmica de produtores exportadores e destinos dessa produção, apresentando um
padrão semelhante ao difundido na literatura.

REFERÊNCIAS

ALVES, M. O. & COELHO, J. D. 2006. Tecnologia E Relações De Produção No


Extrativismo Da Carnaúba No Nordeste Brasileiro, 44º Congresso, Jul 23-27, 2006,
Fortaleza, Brasil, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
(SOBER). Disponível em: https://ideas.repec.org/p/ags/sobr06/147510.html, acessado em: 20
dezembro de 2022.

GOMES, J. M. A. et al. Cadeia produtiva da cera de carnaúba: diagnóstico e cenários. 1.


ed. Teresina - PI: Editora gráfica UFPI, 2006.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE, Produtos da


Extração Vegetal e Silvicultura-PEVS, 2019 - 2021. Disponível em:
https://sidra.ibge.gov.br/home/pms/brasil. Acessado em: 15 fev. 2023.

COMEX STAT. Exportação e Importação Geral. Comex Stat, 2019 – 2022. Disponível em:
http://comexstat.mdic.gov.br. Acesso em: 22 fev. 2023.

PALAVRAS-CHAVE: Extrativismo vegetal; Mercado externo; Pó de carnaúba.

Apoio: Agradecimentos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico


(CNPq), pelo apoio recebido por intermédio do financiamento disposto à bolsista autora deste
resumo.

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A CAPRINOCULTURA NO MUNICÍPIO DE SÃO MIGUEL DO TAPUIO NO
PERÍODO DE 2000/2020

Márcia Gabrielli Sousa Campêlo Marinho*, Mestranda do Programa em Desenvolvimento e


Meio Ambiente/Universidade Federal do Piauí.
Jaíra Maria Alcobaça Gomes, Prof.ª da Universidade Federal do Piauí.
Matheus Ângelo de Sousa Vieira, Aluno do curso de Ciências Econômicas - UFPI.
*Autor correspondente: gabriellicampelo35@gmail.com

INTRODUÇÃO

A caprinocultura vem sendo considerada como uma atividade estratégica para o


desenvolvimento do semiárido e com forte potencial econômico. Isso se deve, as características
adaptativas dos caprinos, ao perfil socioeconômico dos criadores brasileiros e por constituir
uma atividade historicamente desenvolvida na região nordestina.

A criação de caprinos está ligada ao ser humano desde o princípio da civilização, e foi
importante para auxiliar no surgimento de assentamentos fixos, fornecendo carne, pele e leite,
que ainda hoje são utilizados (SAMPAIO et al., 2009).

Por sinal, é oportuno reconhecer a relevância social dessa atividade, bastante recorrente
na agricultura familiar, cooperando com a subsistência de famílias (NASCIMENTO, 2016).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2020), o rebanho atual


é de 12.101,686 de cabeças, em nível nacional. A criação de caprinos está fortemente
concentrada na Região Nordeste, com 11.497,991 cabeças, o que corresponde a 95% do
rebanho nacional, alcançando nível de crescimento de 4,3% em relação a 2019, demonstrando
a adaptação desses animais às condições ambientais do Semiárido, especialmente no bioma
Caatinga.

A economia de São Miguel do Tapuio, baseia-se em práticas agropecuárias, de extração


vegetal e silvicultura. Entretanto, de modo geral, notou-se o aumento de atividades ligadas à
pecuária, destacando-se a caprinocultura.

Tendo isso em vista, o objetivo do trabalho foi verificar a evolução do efetivo de


caprinos no município de São Miguel do Tapuio, Piauí, no período compreendido entre 2000 e
2020, evidenciando os aspectos econômicos advindos dessa atividade.

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189
METODOLOGIA

São Miguel do Tapuio situa-se em área de transição entre Cerrado e Caatinga,


apresentando uma vegetação composta por cactáceas de diversos gêneros, Pilosocereus
pachycladus (bromeliáceas macambiras), palmeiras (principalmente carnaubeiras) Copernicia
prunifera, entre outras espécies de clima Semiárido.

Nas bases da Produção da Pecuária Municipal foram obtidas informações


correspondentes às variáveis efetivo dos rebanhos, tipo de rebanho, relativas ao período de
2000 a 2020; e no Censo Agropecuário, número de estabelecimentos agropecuários de 2006 e
2017, consoante o IBGE.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nos últimos anos, a caprinocultura vem assumindo um papel meritório no agronegócio


brasileiro, deixando de ser uma atividade de subsistência e passando a ter maior ênfase como
atividade de grande importância econômica, principalmente para a região semiárida do
Nordeste brasileiro que concentra 90% do efetivo do rebanho nacional.

Nessa direção, o estado do Piauí conta com 1.914,146 (16,65%) do rebanho regional
(PPM, 2020), ficando atrás apenas da Bahia, com 3,6 milhões; e de Pernambuco, com 3,1
milhões.

São Miguel do Tapuio, que tem a caprinocultura como a principal atividade do setor
primário, vem acompanhando a tendência de crescimento do efetivo no País e do estado, fato
que se manifesta ao longo dos últimos cinco anos (a partir de 2017).

No aludido contexto, somam-se a esses fatores: a ampliação dos mercados regionais; o


surgimento de casas de carnes especializadas; a valorização da gastronomia regional; o aumento
do valor de comercialização; além de melhorias, em termos técnicos, em relação à produção de
caprinos (MAGALHÃES et. al. 2020).

A efetiva retomada produtiva deu-se entre os anos de 2017 e 2020, com uma variação
de 33,55% entre 2016 e 2017, mantendo essa variação positiva nos anos seguintes. O incentivo
por meio de financiamentos bancários para os pequenos produtores proporcionou melhoria
locais, o que pode ter incentivado a recuperação da caprinocultura.

Em relação aos estabelecimentos agropecuários, em quase todas as propriedades de


pequeno e médio porte, é comum a criação desses animais. Não obstante, o custo inicial e final

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da produção depende do sistema de criação ou da finalidade dos animais.

O Censo 2017 descortinou que a caprinocultura de São Miguel do Tapuio ampliou não
apenas o efetivo de rebanho, mas foi acompanhada do aumento do número de estabelecimentos
agropecuários, com a exploração de caprinos, saltando de 858, em 2006, para 1.070, em 2017,
perfazendo um crescimento de 19,81%. Tal aspecto refletiu no aumento do número de animais
comercializados (IBGE, 2019).

CONCLUSÃO

Diante dos dados apresentados, a produção de caprinos em São Miguel do Tapuio teve
um comportamento constante entre os anos de 2017 e 2020, com base na Produção da Pecuária
Municipal (IBGE). Logo, apresentou um cenário favorável para os anos seguintes.

Nesse sentido, em face dos achados desta pesquisa, é possível ratificar a importância da
caprinocultura para a região semiárida, por ser uma atividade que não requer altos
investimentos, representando uma alternativa viável para a região, devido à capacidade de
adaptação do rebanho. Ademais, a atividade proporciona geração de trabalho e renda, e
fortalece os valores da tradição local dos produtores rurais.

REFERÊNCIAS

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo agropecuário 2017: resultados


definitivos. 2019. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/agricultura-
e-pecuaria/21814-2017-censo-agropecuario.html. Acesso em: 15 jul. 2021.

IBGE. Pesquisa da Pecuária Municipal. Tabela 3939: efetivo dos rebanhos, por tipo de
rebanho. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/3939. Acesso
em: 16 mar. 2023.

MAGALHAES, K. A.; HOLANDA FILHO, Z. F.; MARTINS, E. C. e LUCENA, C. C. de.


Caprinos e ovinos no Brasil: análise da Produção da Pecuária Municipal 2019. Boletim do
Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos, n. 11, dez. 2020. Disponível em:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1128480. Acesso: 15 mar.2023.

NASCIMENTO V. S. O.; LIMA, E. S.; PINHEIRO, G. O.; SOUZA, V. A. F. Caprinocultura:


desenvolvimento e desafios. Atas de Saúde Ambiental – ASA, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 132-
137, ago. 2015. ISSN 2357-7614. Disponível em:
https://www.bibliotecaagptea.org.br/zootecnia/caprinocultura/artigos/CAPRINOCULTURA
%20DESENVOLVIMENTO%20E%20DESAFIOS.pdf. Acesso em: 16 mar. 2023.

SAMPAIO, B. R.; SAMPAIO, Y.; LIMA, R.; AIRES, A.; SAMPAIO, G. A economia da
caprinocultura em Pernambuco: problemas e perspectivas. Rev de Econ., v. 35, n. 2, p. 137-

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159, 2009. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/economia/article/view/17207. Acesso em: 16
mar. 2023.

PALAVRAS-CHAVE: atividade econômica; caprinocultura; pecuária.

Apoio: Agradecimentos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico


(CNPq), pelo apoio recebido por intermédio do financiamento disposto à bolsista autora deste
resumo.

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SEGURANÇA HÍDRICA NO SEMIÁRIDO: UM ESTUDO DE CASO NO SERIDÓ
PARAIBANO

Gleydson Kleyton Moura Nery*, Pesquisador PCI do Núcleo de Biodiversidade do Instituto Nacional do
Semiárido – INSA.
Janiele França Nery, Professroa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – IFPB.
Fabiane Rabelo da Costa Bastista, Coordenadora do Núcleo de Biodiversidade do Instituto Nacional do
Semiárido - INSA.
*
Autor correspondente: gleydson.kleyton@gmail.com

INTRODUÇÃO

A região semiárida brasileira, desde muito cedo tem sido caracterizada como uma
região com inúmeros obstáculos para o desenvolvimento social e econômico, em virtude da
escassez de recursos hídricos e seus consequentes impactos. A precipitação média anual da
região oscila entre 500 e 850 mm com chuva concentradas no primeiro semestre, além de
apresentar uma elevada evaporação (entre 2100 a 2600 mm) e com solos com baixa
capacidade de infiltração e armazenamento tornando a única fonte de água, rios,
intermitente (GÜNTNER & BRONSTERT, 2004).

Deste modo, como alternativa de sobrevivência a comunidade da região


semiárida desenvolveu meios de armazenamento que garantam o suprimento hídricos de
qualidade, em especial para zona rural visto que, a distribuição da água armazenada em
reservatórios dá-se por meio de sistemas que interligam os domicílios, promovendo ganhos de
escala que tornam essa solução muito mais eficiente do que processos individualizados. No
entanto, no meio rural, especialmente em regiões com baixa densidade demográfica e com
problemas de escassez de fontes superficiais e subterrâneas, a instalação de estruturas
coletivas de abastecimento de água, muitas vezes, é inviável economicamente, não havendo
incentivos para o investimento público ou privado (MOURA RAID, 2017).

Sendo assim, o desenvolvimento e implantação de tecnologias para armazenamento da


água em áreas rurais no semiárido, apresentam-se como estratégia importante para superação
da pobreza, garantia da segurança alimentar e convivência/adaptação climática, sustentável ao
longo do tempo, surgindo assim a utilização de Cisternas (NERY & NERY, 2021).

Apesar de ser uma alternativa amplamente difundida e sustentável, há


implicações importantes a serem levadas em consideração visto que, por ser um
armazenamento independente e muitas vezes comunitário aspectos de seguranças hídrica
devem ser levados em consideração (NERY et al., 2021). Deste modo, objetivou-se com este

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trabalho avaliar a segurança hídrica no âmbito da qualidade de água armazenada em
cisternas no Seridó do Estado da Paraíba.

METODOLOGIA

O estudo foi realizado na microrregião do Seridó paraibano, em 25 unidades familiares


da zona rural, participantes da Rede Água Coletivo, distribuídas em 05 munícipios do Seridó
do paraibano, sendo eles (i) Pocinhos, (ii) Olivedos, (iii) Soledade, (iv) São Vicente do Seridó
e (v) Juazeirinho. Esta região se encontra dentro do “polígono da seca” do Brasil (área que se
estende entre o norte do estado de Minas Gerais até maior parte do nordeste do país).
A população tem como principais atividades econômicas a agricultura de subsistência e a
pecuária (ADH, 2004; BRASIL, 2005).

No período de outubro a fevereiro de 2021, foram coletadas amostras de água para


avaliação do pH, condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos (STD), cor,
turbidez, mensuradas com sonda multiparamétrica (Horiba U-50), coliformes fecais
termotolerantes (Colilert), concentrações de sódio e potássio (Fotometria de Chama), em
cisternas destinadas ao armazenamento de água para consumo humano.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A água armazenada nas cisternas, majoritariamente derivam de água de chuva


e abastecimento por carros pipas (56%), contudo algumas famílias utilizam apenas água de
carro pipa (24%) ou apenas águas de chuva (20%). Com ausência de um sistema de
abastecimento consolidado nas zonas rurais, o abastecimento torna-se vulnerável a
variação climática forçando, assim, essas comunidades a desenvolverem estratégias e
ampliarem a diversidade de fontes hídricas para abastecimento (NERY et al., 2021).

As águas analisadas apresentaram pH variando de neutro a básico,


condutividade elétrica superior a 100uS/cm e teores de sólidos totais dissolvidos de 0.1 g/L. A
cor das águas apresentou valores de 2 a 145uC, com maiores valores nas cisternas localizadas
nas cidades de Soledade (Tabela 1).

Sódio e potássio são sais de extrema importância para o organismo, contudo seu
consumo em exagero pode comprometer o funcionamento de vários órgãos. Os teores
medidos de potássio variaram de 1.7 a 71.6 em Juazeirinho.

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Tabela 1: Média e Desvio Padrão (±) das variáveis químicas e microbiológicas avaliadas em águas de cisternas
localizadas na zona rural de 5 municípios do Seridó Paraibano.
Município Pocinhos Olivedos Soledade São Vicente Juazeirinho
pH 7.9 ± 0.8 7.5 ± 0.5 6.9 ± 0.2 6.9 ± 0.3 10.2 ± 0.2
CE (µg/L) 147.3 ± 16.4 194.7 ± 78.6 231.0 ± 96.5 181.2 ± 49.7 139.4 ± 28.6
STD (g/L) 0.1 ± 0.1 0.1 ± 0.05 0.2 ± 0.06 0.1 ± 0.1 0.1 ± 0.1
Cor (uC) 2.0 ± 0.1 21.7 ± 34.5 145.5 ± 51.2 8.8 ± 17.6 48.0 ± 74.8
Turbidez (uT) 0.6 ± 0.51 1.4 ± 2.14 3.9 ± 0.53 0.8 ± 0.6 1.2 ± 1.11
Na (µg/mL)
+
15.2 ± 9.9 8.2 ± 1.83 7.0 ± 2.31 7.7 ± 2.13 24.5 ± 7.94
K (µg/mL)
+
1.77 ± 1.57 7.057 ± 13.4 10.7 ± 13.1 0.02 ± 0.04 71.68 ± 31.7
Coliformes totais Presente Presente Presente Presente Presente
E coli Presente Presente Presente Presente Presente

Coliformes totais e E. coli estiveram presentes em todas as amostras analisadas. Uma


vez que, o sistema de abastecimento é alternativo e por muitas vezes comunitário, esta fonte
podem apresentar tanto contaminação e riscos à saúde da população no momento do manejo e
gestão do recurso como também durante o transporte e manutenção das tecnologias sociais de
armazenamento (GOMES, HELLER, PENA, 2012).

CONCLUSÃO

Com a instabilidade no acesso a água pelo uso de fontes alternativas para o


abastecimento podemos identificar um aumento na vulnerabilidade da qualidade hídrica,
podendo acarretar em prejuízos a saúde pública.

REFERÊNCIAS

GOMES, U.A.F.; HELLER, L.; PENA, J.L. A national program for large scale rainwater
harvesting: an individual or public responsibility? Water Resources Management, v. 26, n. 9,
p. 2703-2714, 2012.

GÜNTNER, A.; BRONSTERT, A. Representation of landscape variability and lateral


redistribution processes for largescale hydrological modelling in semi-arid areas. Journal of
Hydrology, n. 297, p. 136-161, 2004.

MOURA RAID, M. A. Soluções técnicas de abastecimento de água e modelos de gestão:


um estudo em quinze localidades rurais brasileiras. 2017. Dissertação (Mestrado) -
Programa de Pós-Graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017.

NERY, J. F.; NERY, G. K. M.; MELO, M. N.; MEDEIROS, S. S. Águas Inseguras?


Monitoramento da qualidade da água estocada em cisternas no semiárido paraibano. Revista
Principia, n. 54, p. 113-120, 2021.

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NERY, G. K. M.; NERY, J. F. Cadê a água que estava aqui? Disponibilidade e qualidade
hídrica no semiárido. In: COSTA et al. (Org.). Alternativas de disponibilidade e uso dos
recursos hídricos para o desenvolvimento sustentável do semiárido. 1ed.Campina Grande - PB:
EDUEPB, v. 1, p. 1-352, 2021.

PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de água; Cisternas; Vulnerabilidade.

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A SIMBIOSE ENTRE OS PADRÕES CLIMÁTICOS NATURAIS E O NDVI NO
COMPLEXO DE CAMPO MAIOR

Vicente de Paula Sousa Júnior*, Doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e


Meio Ambiente/UFPI.
Giovana Mira de Espindola, Professora do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio
Ambiente /UFPI.
Javier Sparacino, Pesquisador/ CERNR, Universidad Nacional de Córdoba, Argentina.
*
Autor correspondente: vicentepsj@ufpi.edu.br

INTRODUÇÃO

A Caatinga brasileira e, principalmente, as regiões semiáridas são altamente sensíveis


a alterações fenológicas devido à presença de água, que possui influência direta nas
alterações bióticas e abióticas da atividade de clorofila e pigmentação foliar das
Florestas Tropicais Sazonais Secas, da abreviação em inglês SDTF (MEDEIROS et al.,
2022; SOUSA JÚNIOR et al., 2022). Os Padrões Climáticos são anomalias de temperatura no
Oceano Pacífico e afetam principalmente o regime de precipitação de chuvas (FREIRE et
al., 2011). El niño atua na redução de precipitação em relação a sua média histórica
enquanto La ninã provoca efeito contrário (PEREIRA et al., 2011). Por isso, os estudos de
monitoramento da cobertura vegetal devem incorporar a influência desses eventos no
regime de chuvas, que pode alteraram bruscamente a coloração foliar verde nas SDFT.

O Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI) é usado para medir a saúde


da vegetação, utilizando as bandas espectrais que mais responde a vegetação
(Infravermelho próximo) e a que menos responde (vermelho) para sua obtenção
(MENESES; ALMEIDA, 2012). Objetivou-se analisar a relação entre eventos climáticos
naturais e alterações no NDVI para o Complexo de Campo Maior localizado na região
semiárida da Caatinga dos estados do Piauí, Maranhão e Ceará.

METODOLOGIA

Foram usados dados do CHIRPS e Landsat-8 no Google Earth Engine para obter a
precipitação média anual e o NDVI de 2016 a 2020, adotando as datas estabelecidas por
Sousa Júnior et al. (2022). Os mapas foram produzidos no QGIS e dados secundários da
Golden Gate Weather Services foram usados para classificar a intensidade de eventos de El
Niño e La Niña.

É importante salientar a coleção de dados do CHIRPS possuem a resolução espacial de


0.05° e dados in situ para criar séries temporais em análises de tendências no monitoramento

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do regime de chuvas. Além disso, o NDVI obtido é feito a partir do empilhamento de imagens
Landsat-8 reduzidas à mediana para as datas de cada ano.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Figura 1 apresenta a distribuição espacial da precipitação média anual no CCM,


podendo destacar que a região Sul do mesmo apresenta valores menores de precipitação,
enquanto isso, a região Noroeste tem maiores quantidades de chuva.

Figura 1: Precipitação média anual em (a) 2016; (b) 2017; (c) 2018; (d) 2019; (e) 2020.

Fonte: Autores, 2023.


A Figura 2 mostra os mapas de NDVI para cada ano, evidenciando que o aumento da
precipitação a partir de 2018 levou ao surgimento de áreas com maior vigor da vegetação
(>0.75) na região sul do CCM, o que pode levar a uma interpretação incorreta das classes de
vegetação na região.

Figura 2: NDVI aplicado para os anos (a) 2016; (b) 2017; (c) 2018; (d) 2019; (e) 2020.

Fonte: Autores, 2023.


A Tabela 1 é o recorte temporal dos eventos climáticos, nela é possível observar a
intensidade e qual tipo de evento está associado para o período de tempo. Quando El niño se
apresentou, ocorreu diminuição de chuvas e valores de NDVI.

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Tabela 1: Eventos El Niño e La Niña no período de 2015 a 2020 com valores de ONI por trimestre. WE=El
Niño Fraco, VSE=El Niño Muito Forte, WL=La Niña Fraca, ML=La Niña Moderada.
Inten. Ano JJA JAS ASO SON OND NDJ DJF JFM FMA MAM AMJ MJJ
VSE 15/16 1.5 1.9 2.2 2.4 2.6 2.6 2.5 2.1 1.6 0.9 0.4 -0.1
WL 16/17 -0.4 -0.5 -0.6 -0.7 -0.7 -0.6 -0.3 -0.2 0.1 0.2 0.3 0.3
WL 17/18 0.1 -0.1 -0.4 -0.7 -0.8 -1 -0.9 -0.9 -0.7 -0.5 -0.2 0
WE 18/19 0.1 0.2 0.5 0.8 0.9 0.8 0.7 0.7 0.7 0.7 0.5 0.5
19/20 0.3 0.1 0.2 0.3 0.5 0.5 0.5 0.5 0.4 0.2 -0.1 -0.3
ML 2020 -0.4 -0.6 -0.9 -1.2 -1.3 -1.2
Fonte: Adaptado de GGWEATHER, 2023.
Um evento de El Niño intenso resultou em mudanças no regime de chuvas e vegetação,
conforme ilustrado nas Figuras 1 e 2. Em particular, o evento mais grave de El Niño em 2016
teve um impacto significativo na vegetação, como evidenciado na Figura 2. Esses eventos
podem interferir na identificação e classificação de classes de uso e cobertura do solo (SOUSA
JÚNIOR et al., 2022).

CONCLUSÃO

Os eventos El Niña e La Niña influenciam na precipitação, que promove alterações na


pigmentação foliar da vegetação e, consequentemente, nos índices espectrais de vegetação que
utilizam dos conceitos de absorção, reflexão e emissão de energia eletromagnética de suas
bandas espectrais para classificação e geração de mapas de uso e cobertura do solo. A
importância de incluir análise dos eventos de padrões climáticos nesses estudos para melhor
entendimento e interpretação dos seus resultados, como também para evitar classificação
equivocada em áreas de vegetação devido aos valores de NDVI se faz importante.

REFERÊNCIAS

FREIRE, J. L. M.; LIMA, J. R. A.; CAVALCANTI, E. P. Análise de aspectos meteorológicos


sobre o Nordeste do Brasil em anos de El niño e la niña. Rev.Bras. de Geografia Física.
Recife, 2011, p. 429-44.

GGWEATHER. Site eletrônico. Disponível em: < https://ggweather.com/>.

MEDEIROS, R.; ANDRADE, J.; RAMOS, D.; MOURA, M.; PÉREZ-MARIN, A.M.;
SANTOS, C.A.; SILVA, B.B.; CUNHA, J. Remote Sensing Phenology of the Brazilian
Caatinga and Its Environmental Drivers. Remote Sens. 2022, 14, 2637. DOI:
https://doi.org/10.3390/rs14112637

MENESES, P. R.; ALMEIDA, T. de (Org.). Introdução ao processamento digital de imagens


de sensoriamento remoto. Universidade de Brasília (UNB) – Instituto de Geociências (IG).
Brasília, 2012, p. 266. Livro eletrônico

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PEREIRA, V. C.; SOBRINHO, J. E.; OLIVEIRA, A. D.; MELO, T. K.; VIEIRA, R. Y. M.
Influência dos eventos el niño e la niña na precipitação pluviométrica de Mossoró-RN.
Enc. Biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v. 7, n.12, 2011, p.1-13.

SOUSA JÚNIOR, V. P.; SPARACINO, J.; ESPINDOLA, G. M.; ASSIS, R. J. S. Land-Use


and Land-Cover Dynamics in the Brazilian Caatinga Dry Tropical Forest. Conservation
2022, 2, 739-752. DOI: https://doi.org/10.3390/conservation2040048

PALAVRAS-CHAVE: Índice espectral; El niño; La niña.

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RESUMOS EXPANDIDOS

Área Temática:

Micologia e Microbiologia

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PROSPECÇÃO DE MICORRIZAS NO BREJO DA CACHOEIRA EM BARRA-BA

Luana Flozina dos Santos*, Graduanda do curso de Agronomia pela Universidade Federal do Oeste da
Bahia.
Mislene Michely Alves Saldanha, Graduanda do curso de Agronomia pela Universidade Federal do Oeste
da Bahia.
Jaime Honorato Junior, Docente orientador da Universidade EARTH.
Paulo Roberto de Moura Souza Filho, Docente colaborador da Universidade Federal do Oeste da Bahia.
*
Autor correspondente: luana.s0550@ufob.edu.br

INTRODUÇÃO

A diversidade biológica no solo é uma característica que influencia diretamente no


desenvolvimento dos vegetais, desse modo importante ao ecossistema. Neste sentido, os
fungos micorrízicos se destacam como microrganismos não patogênicos que se associam
de forma simbiótica com as raízes de plantas. Essa associação possibilita às plantas uma
maior absorção de água e nutrientes, sendo assim um importante mecanismo de suporte
vegetal sob condições adversas (FOLLI-PEREIRA, M. S. et al., 2012). Os fungos
micorrízicos são divididos em: ectomicorrizas, que se estabelecem comumente na parte
exterior das raízes, e endomicorrizas, também chamados de fungos micorrízicos arbusculares
(FMA), que conseguem se desenvolver no interior das raízes, sendo o último grupo o
objeto do presente trabalho (MOREIRA E SIQUEIRA, 2006). Os FMA apresentam
interações de menor grau de especificidade quando comparados com as ectomicorrizas,
garantindo assim sua presença em uma maior quantidade de espécies vegetais. Desta forma, o
presente trabalho teve como objetivo a prospecção de FMA na comunidade de Brejo da
Cachoeira no município de Barra-BA. Situada numa região de clima semiárido
(CLASSIFICAÇÃO KOPPEN), caracterizado por elevadas temperaturas e baixa
precipitação.

METODOLOGIA

A coleta foi realizada no Brejo da Cachoeira (10°49'48,2"S 43°14'21,2"O) situada nas


proximidades de Veredas, que é caracterizada por possuir solo de textura arenosa, com a
presença de elevado conteúdo de matéria orgânica e aspecto húmico. Foram coletadas cinco
amostras de solo da rizosfera de cinco espécies espontâneas de gramíneas em estádio
reprodutivo. Após as coletas, as amostras foram submetidas ao processo de peneiramento
úmido e centrifugação em gradiente de densidade. Para a centrifugação em diferentes
densidades utilizou-se água e sacarose a 45%, foram realizadas duas rodadas de centrifugação

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em diferentes velocidades e intervalos de tempo, o que resultou em sobrenadantes que foram
avaliados em microscópio estereoscópico(GERDEMANN e NICOLSON, 1963).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da avaliação, constatou-se a presença de esporos micorrízicos viáveis nas


amostras da rizosfera das cinco gramíneas espontâneas do Brejo da Cachoeira. Os esporos
encontrados apresentaram diferenças morfológicas, indicando a presença três morfotipos de
FMA na rizosfera das plantas coletadas No que se refere ao quantitativo de esporos encontrados,
foram realizadas 20 rodadas com amostras de 50 g de solo em cada e resultou em uma média
de 32,4 esporos por rodada.

CONCLUSÃO

A partir dessas observações é possível inferir que essas associações micorrízicas são
capazes de favorecer o desenvolvimento das espécies vegetais que vivem sob condições
adversas, tendo em vista que as amostras foram prospectadas em locais com diferentes
características ambientais, além das espécies possuírem algumas particularidades como as
analisadas, por serem espontâneas e estarem em um ambiente não cultivado anteriormente.
Estudos como este são importantes para obter conhecimento acerca da diversidade biológica
dos solos e possibilitar maior entendimento acerca da relação solo-planta com ênfase na
contribuição dos microrganismos para esta relação.

REFERÊNCIAS

FOLLI-PEREIRA, M. S. et al. Micorriza arbuscular e a tolerância das plantas ao estresse. Rev.


Bras. Ciênc. Solo, 2012. https://doi.org/10.1590/S0100-06832012000600001.

GERDEMANN, J. W.; NICOLSON, T. H. spores of mycorrhizal endogone species extracted


from soil by wet ieving and decanting. Transactions of the British Mycological society London,
v. 46, p. 234244, 1963.

MOREIRA, F. M. S.; SIQUEIRA, J. Microbiologia e bioquímica do solo. 2. UFLA. 2006.

PALAVRAS-CHAVE: Fungos; Caatinga; Veredas.

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FUNGOS ENDOFÍTICOS EM FOLHAS DE BERINJELA (Solanum melongena L.)
CULTIVADA UTILIZANDO SISTEMAS DE MANEJO ORGÂNICO E
CONVENCIONAL EM PERNAMBUCO

Oliver de Souza Vieira*, Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de
Pernambuco - UFPE, PE, Brasil.
Rejane Maria Ferreira da Silva, Pós-doutoranda do PPG em Biologia de Fungos da UFPE, PE, Brasil e
orientadora do estudo.
Gladstone Alves da Silva, Professor do Departamento de Micologia da UFPE, PE, Brasil.
*
Autor correspondente: oliver.s.vieira30@gmail.com

INTRODUÇÃO

Os fungos endofíticos são micro-organismos encontrados no tecido vegetal de diversas


plantas, como plantas com sementes, musgos, licófitas, antóceros, entre outros, sem
causar malefícios ao hospedeiro. Esses fungos são distribuídos do ártico aos trópicos, estão
presentes em sistemas agrícolas e florestas com uma ampla diversidade (ARNOLD, 2007).

Conhecer a composição das comunidades de fungos endofíticos e o impacto


causado por diferentes tipos de cultivo pode auxiliar no desenvolvimento e no
aperfeiçoamento dos sistemas agrícolas. Na literatura já existem trabalhos relatando as
interações entre fungos endofíticos e diferentes vegetais de interesse econômico, como em
plantas medicinais (SUN et al., 2008), mas ainda não há trabalhos realizados com folhas de
berinjela (OLIVEIRA et al., 2014; SILVA et al., 2023)

A berinjela Solanum melongena L. (KNAPP et al., 2019) é uma das mais de mil
espécies de plantas do gênero Solanum L. (KNAPP et al., 2019). Originária da Índia, foi
introduzida no Brasil pelos portugueses no século XVI e hoje é cultivada por pequenos
produtores em quase todo o território brasileiro (DE OLIVEIRA FINCO et al., 2009).

A comunidade de fungos endofíticos que habitam as folhas de berinjela ainda é


desconhecida e não há relatos que comparam a composição dessas comunidades encontradas
nos diferentes manejos orgânico e convencional. Este trabalho tem como objetivo conhecer a
comunidade fúngica presente no tecido vegetal desta planta e estudar como as
diferentes práticas agrícolas influenciam a composição destas comunidades.

METODOLOGIA

As coletas das folhas de berinjela foram realizadas em sistemas de cultivo orgânico e


convencional, nos municípios de Lagoa de Itaenga e na zona rural de Chã Grande,

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respectivamente, sendo esta última cidade integrante do semiárido pernambucano. As amostras
foram fragmentadas em discos de 6 mm de diâmetro, desinfestadas em álcool 70% (30
segundos), hipoclorito de sódio (NaOCl) a 3% (2 minutos) e em seguida lavadas com água
destilada esterilizada. Posteriormente, seis fragmentos foram depositados em placas de Petri
contendo meio Batata Dextrose Ágar acrescido de cloranfenicol (50 mg/L-1).

Após o isolamento, foi realizada a identificação morfológica das colônias puras dos
fungos, utilizando características macroscópicas e microscópicas. A identificação foi realizada
com o auxílio de literatura especializada (SEIFERT et al., 2011).

A extração do DNA genômico foi realizada, com o material previamente triturado,


conforme Oliveira et al. (2014). Os parâmetros para amplificação e as concentrações dos
reagentes (dNTPs, cloreto de magnésio, Taq DNA polimerase e tampão de reação) foram os
mesmos descritos por Oliveira et al. (2014). Marcadores de DNA foram utilizados de acordo
com cada gênero ou grupo de fungos identificados, tais como TEF, ITS e GAPDH (STILLER;
HALL, 1997; BERBEE et al., 1999). Os produtos de PCR foram purificados usando o kit
Wizard® SV Gel and PCR Clean-Up System (Promega, Madison, Wisconsin, USA), sendo
posteriormente encaminhados para sequenciamento na Plataforma Multiusuária de
Sequenciamento e Expressão Gênica do Centro de Biociências da UFPE. As sequências obtidas
foram comparadas com as sequências depositadas na plataforma Genbank, por meio da
ferramenta BLASTn.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram isolados 413 fungos endofíticos distribuídos em 25 gêneros e 45 espécies, sendo


222 encontrados no cultivo convencional e 191 no cultivo orgânico. Destacaram-se os gêneros
Cladosporium, Colletotrichum e Alternaria como os mais frequentes.

Os gêneros Cladosporium e Colletotrichum, de maior recorrência no presente estudo,


são comumente encontrados como endófitos em diversos vegetais. Além disso, esses fungos
podem beneficiar a planta hospedeira melhorando seu crescimento, aumentando sua tolerância
a fatores estressantes e desenvolvendo resistência à herbivoria e patógenos (DE SILVA, 2017).
Outro gênero com grande prevalência no estudo foi Alternaria, espécies desse gênero já foram
relatadas como tendo hábitos endofíticos e estão associadas a diversos substratos
(WOUDENBERG et al., 2013).

Onze isolados distribuídos em quatro espécies de fungos endofíticos leveduriformes

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(Filobasidium Magnum (LIU et al., 2015), Moesziomyces antarcticus (WANG et al., 2015)
Moesziomyces aphidis (WANG et al., 2015) e Papiliotrema laurentii (LIU et al., 2015)) foram
encontradas apenas em folhas de berinjela no cultivo convencional. Essa particularidade, pode
ser explicada pelas propriedades fisiológicas específicas desses fungos e provavelmente a
adaptação dos mesmos a ambientes e condições de estresse diferentes, sendo provavelmente
espécies mais resistentes quando submetidas aos agroquímicos utilizados (JOUBERT; DOTY,
2018). Silva et al. (2023) também relataram fungos leveduriformes em folhas de sorgo
cultivadas em área de Caatinga em Pernambuco.

Vinte oito espécies foram encontradas associadas a folhas de berinjela no cultivo


convencional e 28 associadas ao cultivo orgânico. Apesar da riqueza de espécies serem iguais,
apenas 11 espécies foram comuns entre os sistemas de cultivos. Uma análise de Coordenadas
Principais (PCoA) foi realizada para verificar a distribuição das comunidades de fungos
endofíticos entres os sistemas de cultivos. Foi observado que ambos os sistemas (orgânico e
convencional) mostram diferentes comunidades de fungos endofíticos, sugerindo que diferentes
práticas de manejo influenciam diretamente a composição da comunidade de fungos endofíticos
em folhas de berinjela.

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos até o presente momento sugerem que as diferentes práticas de


manejo, orgânico e convencional, influenciam a distribuição e composição de fungos
endofíticos encontrados nas folhas de berinjela Solanum melongena (KNAPP et al., 2019),
sendo importante o conhecimento das espécies que compõem as comunidades fúngicas
endofíticas em folhas de berinjela para o manejo de doenças e para contribuir com a produção
deste vegetal.

REFERÊNCIAS

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212, 2013.

PALAVRAS-CHAVE: Comunidade fúngica; Endofíticos; Sistema agrícola.

Apoio: FACEPE/CNPq/UFPE.

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207
RESUMOS EXPANDIDOS

Área Temática:

Biotecnologia

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208
QUANTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO
SABUGI, SEMIÁRIDO BRASILEIRO

João Rafael Vieira Dias*, Graduando em bacharelado em Geografia pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN/CERES).
Assucena Nogueira Batista Dantas, Graduanda em bacharelado em Geografia pela Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN/CERES).
Camylla da Silva Dantas, Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio
Ambiente. (PRODEMA/UFRN).
*
Autor correspondente: jrafael.ufrn@gmail.com

INTRODUÇÃO

A região semiárida brasileira sempre apresentou problemas como a escassez de


água, principalmente no que diz respeito aos reservatórios superficiais, isso devido
a uma variabilidade climática preeminente. Essa região tem um deficit considerável no
escoamento superficial dos rios por questões particulares de cada região, como por
exemplo, os longos períodos de estiagem, as oscilações pluviométricas, solos sob rochas
cristalinas e a grande possibilidade dos solos adentrarem em um processo de desertificação
(MMA, 2006).

O Rio Sabugi pertence a grande Bacia Hidrográfica do Piranhas-Açu e compreende


cerca de oito municípios, tendo sua cabeceira de drenagem localizada no município de São
Mamede/PB se estendendo até o Rio Seridó, que fica no município de Caicó/RN. O objetivo
desta pesquisa foi realizar uma contagem preliminar e uma caracterização superficial dos corpos
de água na Bacia do Rio Sabugi (PB/RN), que está situada na região semiárida dos estados do
Rio Grande do Norte e Paraíba.

METODOLOGIA

A bacia hidrográfica do Rio Sabugi se encontra na porção mais seca do domínio das
Caatingas brasileiras, com temperaturas que variam dos 27 aos 29°C (AB’SABER, 1974). Está
sob a Superfície Erosiva Aplainada (Depressão Sertaneja), influenciada por chuvas irregulares
e clima semiárido, apresentando um aspecto vegetacional de caatinga arbórea e arbustiva, solos
rasos e pedregosos, sujeitos a erosão (RAO et al., 2015; VELOSO et al., 2002; SANTOS;
AQUINO, 2016). Considerando o que foi dito anteriormente, foi realizado um mapeamento de
todos os corpos hídricos inseridos na Bacia do Sabugi por meio da utilização da plataforma
Google Earth Engine, para a obtenção de imagens de satélite e logo em seguida fez-se o uso
das ferramentas de vetorização do software QGIs, versão 3.24 (QGIS TEAM, 2021).

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209
RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Bacia Hidrográfica do Sabugi apresenta uma área de drenagem bastante considerável,


a qual está inserida na Bacia Hidrográfica do Piranhas-Açu que ocupa uma área total de
drenagem com ~43.698 km2. De acordo com os resultados obtidos por processos de vetorização
no QGIs, realizado com imagens recentes, foi contabilizado um total de 327 açudes distribuídos
no entorno da bacia. Além disso, houve a separação desses reservatórios por intervalo de
tamanho, a fim de que fosse dada a importância de seus usos.

Após a realização do processo de vetorização, iniciou-se a contagem e separação dos


açudes identificados. Contabilizando cerca de 327 açudes, que foram divididos em seis classes
de tamanhos variando de 0,1 - 558,4 ha. Distribuídos nos seguintes grupos: ocupando cerca
de 0,1 - 3,5 ha identificou-se 182 reservatórios; de 3,6-8,3 ha somaram 87 reservatórios; na
dimensão de 8,4 - 16,8 ha contabilizou-se 38 reservatórios; com 16,9 - 32,7 foram 15
reservatórios; com 32,8 - 143,1 ha tem-se um resultado de apenas 4 reservatórios e ,por fim,
apenas 1 reservatório no intervalo de 143,2 - 558,4 ha.

Diante dos dados apresentados acima, observa-se que os reservatórios de menor


tamanho (0,1-32,7 ha)encontram-se principalmente nas pequenas propriedades rurais e somam
a maior quantidade de reservatórios, principalmente com suas atribuições atrelados à
subsistência das pequenas comunidades rurais do entorno. Contudo, os açudes de maior porte
(32,8-558,4), embora também estejam localizados em zonas rurais, têm seus usos mais voltados
ao abastecimento urbano, e os maiores foram construídos pelo Poder Públicos.

CONCLUSÃO

A metodologia utilizada para a realização do trabalho se mostrou bastante eficaz nos


resultados, porém apresentando uma instabilidade nos valores obtidos devido às imagens de
satélite serem recentes e antecedente ao período chuvoso da região, sendo quantificada apenas
as áreas que apresentavam água em sua superfície. Além da contabilização dos reservatórios,
aplicamos ao Sabugi a caracterização das Áreas Úmidas propostas por Junk et.al (2015),
considerando as seguintes AUs: AUs interiores, AUs com níveis de água flutuante, AUs sujeitas
a pulsos plurianuais de curta duração e AUs em depressões no Nordeste Semiárido.

Infere-se, portanto, que houve uma grande quantidade de açudes contabilizados, isso
talvez esteja relacionado principalmente às políticas públicas de construção de açudes no
Nordeste, que em virtude da frequência das secas, haja a necessidade de se pensar no futuro e

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210
garantir água armazenada.

REFERÊNCIAS

AB'SABER, Aziz Nacib. O domínio morfoclimático semi-árido das caatingas brasileiras.


Geomorfologia, n. 43, p. 1-39, 1974.

JUNK, Wolfgang J. et al. Definição e classificação das Áreas Úmidas (AUs) brasileiras: base
científica para uma nova política de proteção e manejo sustentável. Classificação e
delineamento das Áreas Úmidas brasileiras e de seus macrohabitats, p. 13-76, 2014.

Ministério do Meio Ambiente. Articulação do Semi-árido Brasileiro – ASA e Deutsche


Gesellschaft fur Technische Zusammenarbeit – GTZ. Parceria para o Combate à
Desertificação: Governo Federal, Sociedade Civil e Cooperação Alemã. Recife/PE/MMA.
2006.[D2]

QGIS TEAM, Q. D. QGIS Geographic Information System: Free Software Foundation. 2015.
Disponível em: <https://www.qgis.org/pt_BR/site/forusers/download.html>>. Acesso em 15
dez. 2021.

RAO, V. Brahmananda et al. Uma atualização sobre as características das chuvas no Brasil:
variações sazonais e tendências em 1979-2011. Jornal Internacional de Climatologia , v. 36,
n. 1, pág. 291-302, 2016.

SANTOS, F.A.; AQUINO, C.M.S. Panorama da Desertificação no Nordeste do Brasil:


Características e Suscetibilidades. Interespaço, v. 2, n. 7, p. 144-161, 2016.

VELLOSO, Agnes L. et al. 1ª edição 2002.

PALAVRAS-CHAVE: Quantificação, Bacia Hidrográfica, Áreas Úmidas.

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211
ANÁLISE DO POTENCIAL TECNOLÓGICO PARA RESÍDUOS DA
AGRICULTURA FAMILIAR DO SEMIÁRIDO PARAIBANO NA PRODUÇÃO DE
MATERIAIS SUSTENTÁVEIS

Evilasio Anisio Costa Filho*, Discente do Departamento de Engenharia de Materiais/Universidade Federal


da Paraíba.
Alessandra Maylin Andrelly Barbalho, Discente do Departamento de Engenharia de
Materiais/Universidade Federal da Paraíba.
Sueila Silva Araújo, Docente do Departamento de Engenharia de Materiais/Universidade Federal da Paraíba.
Rivete Silva de Lima, Docente do Departamento de Sistemática e Ecologia/Universidade Federal da Paraíba.
*
Autor correspondente: anisio.evilasio@gmail.com

INTRODUÇÃO

As mudanças climáticas têm implicações incontestáveis na vida da população


mundial. No semiárido Brasileiro, as condições climáticas cada vez mais extremas, como
mudanças no regime hídrico e diminuição das chuvas, a desertificação e as altas temperaturas
intensificam os desafios para o desenvolvimento sustentável da região, que possui a
agricultura familiar como uma das principais formas de subsistência (TAVARES et al.,
2019).

Embora responsável por grande parte da produção dos alimentos na região, a agricultura
familiar ainda é limitada pela dificuldade de acesso às tecnologias, insumos, assistência técnica
e financeira, além das dificuldades na comercialização (MARENGO et al., 2022). Diante desse
cenário desafiador, é necessário adotar abordagens que lidem com essas dificuldades, e a
utilização de resíduos provenientes da agricultura familiar é um plano de ação efetivo para
fortalecer o meio ambiente, a economia e a resiliência das comunidades.

Essa estratégia promove o desenvolvimento de produtos e processos mais eficientes e


de menor impacto para o meio ambiente, já que além de serem materiais biodegradáveis e
renováveis, são rejeitos reintroduzidos no ciclo de produção (DE LIMA, 2019). Esses materiais
naturais, renováveis e neutros em carbono, podem substituir materiais sintéticos nocivos, e,
quando utilizados em tecnologias para agricultura, potencializam a economia de água e energia,
a captura de carbono e a geração de renda.

METODOLOGIA

Para identificar as três principais culturas produzidas pela Agricultura Familiar no


Semiárido Paraibano, foi realizada uma busca na base de dados do Censo Agropecuário 2017
do IBGE, desconsiderando as culturas de forrageira e as em grão. Além disso, foi feita uma

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212
revisão bibliográfica nas bases virtuais Scopus e Web of Science, considerando apenas estudos
publicados nos últimos 10 anos. Para garantir a seleção dos melhores artigos, foram aplicadas
a ordenação por número de citações, índice

Qualis CAPES (Quadriênio 2017 - 2020) e data de publicação. Para aumentar a


sensibilidade da busca, foram utilizados palavras-chave e descritores como “Agricultural
waste”, “Valorization”, “Sustainability”, “Agroecology” e “bio-based materials”, incluindo os
nomes das espécies identificadas no Censo Agropecuário.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A tabela abaixo mostra as culturas produzidas pela Agricultura Familiar do Semiárido


Paraibano selecionadas.

Tabela 1: Culturas selecionadas por ordem de quantidade produzida pela agricultura familiar no semiárido da
Paraíba. * Produção em mil frutos.
Nome Popular Nome Científico Produção pela agricultura familiar (ton.)
Abacaxi* Ananas comosus L. 25.005
Banana Musa paradisiaca L. 24.741
Saccharum officinarum
Cana-de-açúcar L. 22.766
Fonte: IBGE (2017).
Os resíduos do abacaxi, da banana e da cana-de-açúcar apresentam grande potencial no
desenvolvimento de materiais sustentáveis para a agricultura, já que possuem compostos que
podem ser utilizados como precursores para diversas tecnologias. As folhas do abacaxi, por
exemplo, servem na produção de carvão ativado, eficaz na remoção de corantes de soluções
aquosas (ASTUTI et al., 2019).

O núcleo e a casca podem ser usados na produção de bioetanol e enzimas proteolíticas,


com potenciais aplicações na indústria de alimentos e medicamentos (GIL; MAUPOEY, 2018).
Estudos demonstram que cascas de banana podem ser empregadas na purificação de água e
geração de energia através da carbonização hidrotérmica (YUSUF et al., 2020), enquanto a
seiva do pseudocaule da bananeira é um retardador de chama eficiente (BASAK et al., 2015),
e suas fibras aplicadas na produção de materiais compósitos verdes (NGUYEN; NGUYEN,
2022).

Por fim, os resíduos da cana-de-açúcar têm sido usados como um material de base
biológica para a produção de películas biodegradáveis (NANTHAKUMAR et al., 2020), na
mitigação de metais pesados na água (IWUOZOR et al., 2022), e também como carga para
materiais de construção (XU et al., 2018).

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213
CONCLUSÃO

É possível afirmar que os resíduos da produção agrícola paraibana, em especial do


semiárido, possuem um grande potencial tecnológico de materiais sustentáveis, principalmente
voltadas à agricultura familiar. Assim, a demanda por pesquisa e desenvolvimento
multidisciplinar deve ser incentivada para possibilitar a produção de novos produtos que
atendam as demandas da sociedade, incentivando o uso de recursos naturais e fortalecendo a
economia local através da geração de trabalho e renda de forma sustentável.

REFERÊNCIAS

ASTUTI, W. et al. Thermal conversion of pineapple crown leaf waste to magnetized activated
carbon for dye removal. Bioresource Technology, v. 287, p. 121426, 2019.

BASAK, S. et al. Thermally stable cellulosic paper made using banana pseudostem sap, a
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DE LIMA, J. F. Feira da Agricultura Familiar de Serraria-PB e as Tecnologias


Agroecológicas para o Fortalecimento e Valorização dos Agricultores Familiares. 2019.
Universidade Federal da Paraíba, Bananeiras, 2019.

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MARENGO, Jose A. et al. Drought in Northeast Brazil: A review of agricultural and policy
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NANTHAKUMAR, K.; YENG, C. M.; CHUN, K. S. Tensile and water absorption properties
of solvent cast biofilms of sugarcane leaves fibre-filled poly(lactic) acid. Journal of
Thermoplastic Composite Materials, v. 33, n. 3, p. 289–304, 1 mar. 2020.

NGUYEN, T. A.; NGUYEN, T. H. Study on Mechanical Properties of Banana Fiber-


Reinforced Materials Poly (Lactic Acid) Composites. International Journal of Chemical
Engineering, v. 2022, 2022.

TAVARES, V. C.; DE ARRUDA, Í. R. P.; DA SILVA, D. G. Desertificação, mudanças


climáticas e secas no semiárido brasileiro: uma revisão bibliográfica. Geosul, 2019.

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214
XU, Qing et al. Characteristics and applications of sugar cane bagasse ash waste in cementitious
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YUSUF, I. et al. Valorisation of banana peels by hydrothermal carbonisation: Potential use of


the hydrochar and liquid by-product for water purification and energy conversion. Bioresource
Technology Reports, v. 12, p. 100582, 2020.

Palavras-chave: Agricultura familiar; Engenharia de Materiais; Tecnologia.

Apoio: Grupo de Pesquisa “Agroecologia e Tecnologia Para Agricultura Familiar”

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BREVE REVISÃO DOS EFEITOS MEDICINAIS DA GOMA DO
CAJUEIRO Anacardium occidentale L.

Ruan Pábulo Bandeira Pinto*, Graduando em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta do
Parnaíba.
José Francisco de Oliveira Filho, Graduando em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Delta do
Parnaíba.
Jéssica Maria Torres de Sousa Nascimento, Mestranda em Biotecnologia pela Universidade Federal do
Delta do Parnaíba Vínculo/instituição.
*
Autor correspondente: pabulobandeira@ufpi.edu.br
INTRODUÇÃO

O bioma Caatinga ocupa uma grande parte da região nordeste, estudos têm
demonstrado a ampla composição de seus componentes vegetais, apresentando uma flora rica
em substâncias bioativas para fins medicinais e biotecnológicos (MAIA, 2012;
FERNANDES; QUEIROZ, 2018).

Nativa da América Tropical e muito bem distribuída na Caatinga, Anacardium


occidentale L. pertencente à família Anacardiaceae. Conhecida popularmente por cajueiro,
tem uma utilização comprovada de seus órgãos no âmbito da medicina. Estudos apontam
seu potencial para recursos terapêuticos e/ou cura de feridas, inflamações, infecções e
problemas gastrointestinais, essencialmente, em virtude de propriedades provenientes de seus
metabólitos secundários (NOVAES et al., 2021).

Nessa perspectiva, a utilização da goma do cajueiro, que é um polissacarídeo,


está ganhando um destaque substancial nas áreas de bioquímica e farmacologia em virtude do
seu uso ser sustentável e facilidade no isolamento, e abundância no meio ambiente (DODI et
al., 2011). Novaes et al. (2021) em revisão, descreveu que a goma do cajueiro, apresentou de
acordo com a literatura, potencialidade para atividades cicatrizantes, antibacterianas,
gastroprotetoras e antidiarreicas.

Portanto, o estudo teve por intuito principal fomentar uma breve revisão literária,
focando nas propriedades farmacológicas do exsudato, utilizando artigos que exploram essa
análise geral voltados para a ocupação medicinal da goma do cajueiro.

METODOLOGIA

O presente estudo, consiste em uma breve revisão de literatura, onde a produção se deu
pela análise de trabalhos coletados através de ferramentas de pesquisas em suas bases de
dados, como Scielo, Bireme, Web of Science e Scopus, que resultaram respectivamente em

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216
199, 1032, 1493 e 2.499 artigos encontrados referentes aos descritores utilizados, de
maneira geral. O período de busca dos artigos ocorreu entre 20 de março de 2023 e 12 de
abril de 2023. Foram utilizados nas pesquisas os seguintes descritores: "anacardium
occidentale ", "medicinal effect " e "Cashew Gum". Houve um afunilamento dos trabalhos a
partir da junção dos descritores "anacardium occidentale" AND "Cashew Gum" AND "
effect medicinal", resultando em 8 artigos, presentes 2 no Bireme, 4 no Web of Science e 2
no Scopus. Dos artigos resultantes, 4 foram excluídos e 4 selecionados para compor os
resultados, em virtude das informações descritas relatarem uma potenciação da aplicação
medicinal da goma do cajueiro, corroborando com o propósito do presente estudo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O quadro 1 demonstra os estudos eleitos para a revisão final, elucidando seus conteúdos
organizados por autor, objetivo, metodologia/resultado e conclusão.

Quadro 1: Estudos selecionados para a presente revisão.

Autor Objetivo Metodologia / Resultados Conclusão

Avaliar o potencial A goma foi purificada para o experimento. As Tanto a goma de caju
antimicrobiano de dois bactérias foram introduzidas em ágar PCA, MRS bruta quanto a pura
tipos de goma de e Sabouraud. Realizou-se teste de concentração apresentaram atividade
CAMPOS et cajueiro (bruta e inibitória mínima (MIC) e concentração antimicrobiana.
al., (2012) purificada) contra oito bactericida mínima (MBC). Os resultados contra todas as bactérias
microrganismos. desmontaram atividade antimicrobiana contra Gram-positivas testadas.
vários microorganismos.

Realizar testes in vitro Estudo experimental com 20 camundongos PJU demonstrou ser
para a possível machos infectados por S-180 para o uma substância com
atividade antitumoral desenvolvimento de tumores e análises atividade antitumoral
FLORÊNCI do PJU frente a histológicas, para a contagem de leucócitos de contra as células
O, et al., ( camundongos grupos tratados e não tratados com PJU. sarcoma 180.
2007) transfectados com o Constatou uma redução no peso médio tumoral
sarcoma 180. dos animais tratados com PJU.

Avaliar o efeito do Formulação de emulsão segundo método de A emulsão contendo


tratamento tópico de MENESTRINA et al (1998). Realização de POLICAJU 150 mg.ml-
lesões cutâneas, procedimento cirúrgico em camundongos para a 1 favorece a resolução
utilizando-se a emulsão produção de lesões cutâneas. Análise de grupos do período inflamatório.
SCHIRATO contendo POLICAJU tratados com salina, ácido ascórbico e
et al., (2006) na evolução da fase POLICAJU. A partir dos resultados evidenciou-se
inflamatória do sinais flogísticos menos acentuados no grupo
processo cicatricial controle.
cutâneo.

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Estimar as propriedades Estudo experimental, com indução de diarréia A goma do cajueiro
ARAÚJO et antidiarreicas da GC aguda em ratos. Tratamento com a GC e análise obteve efeito
al., (2015) em modelos de diarreia do trânsito gastrointestinal e acumulação de antidiarreico em todos
aguda, inflamatória e fluidos intestinais. Obteve-se efeito antidiarreico os modelos estudados.
secretora em roedores. no modelo induzido por óleo de rícino.

Fonte: Os autores, 2023.


Como foi visto no quadro 1, a GC obteve resultados promissores em diversas análises
de aplicações. Campos et al. (2012) atestou em testes a atividade em bactérias gram-positivas,
no entanto, apenas a GC pura foi capaz de inibir a E. coli e P. aeruginosa. Florêncio et al. (
2007) em seu estudo justifica que apesar da atividade se faz necessário a utilização de novos
polissacarídeos para explicar o mecanismo de defesa da ação antidiarreica.

Em seu estudo Schirato et al. (2006) optou por uma aplicação única da emulsão de
POLICAJU, em razão de estudos anteriores relatarem a perda da atividade biológica em
decorrência de fracionamento das doses por 10 dias. Araújo et al. (2015) demonstrou que a GC
obteve efeito antidiarreico no modelo induzido por óleo de rícino, diminuindo o volume de
fluidos intestinais e a severidade da diarréia.

CONCLUSÃO

A seleção e análise dos estudos demonstraram que a goma do cajueiro (Anacardium


occidentale L.) apresenta potencial para atividades medicinais, no entanto, ainda é pouco
explorado estudos específicos nesse sentido. O presente estudo explicitou a importância do
incentivo ao desenvolvimento de pesquisas sobre as propriedades do exsudato (goma do
cajueiro), tendo em vista que há em andamento estudos das aplicações para ações
antimicrobianas, anti-tumorais, farmacológicas, cicatrizantes, anti-inflamatórias e
antidiarreicas.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, T. et al., Estudo das propriedades antidiarreicas da goma do cajueiro, um


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Cecropia pachystachya TRÉCUL (URTICACEAE): AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE
AGUDA EM Artemia salina LEACH

Emerson Bruno Castro Mesquita*, Doutorando pelo Programa de Pós-graduação em


Biotecnologia/Universidade Federal do Delta do Parnaíba.
Renata Brito dos Reis, Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Biotecnologia/Universidade Federal
do Delta do Parnaíba.
Alessandra Souza dos Santos, Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Biotecnologia/Universidade
Federal do Delta do Parnaíba.
Ivanilza Moreira de Andrade, Orientadora/Docente do Programa de Pós-graduação em
Biotecnologia/Universidade Federal do Delta do Parnaíba.
*
Autor correspondente: ebcmesquita@hotmail.com

INTRODUÇÃO

O uso de plantas medicinais é comum em diversas culturas, sua utilidade a elevou


como fórmula farmacêutica, contribuindo para formação e desenvolvimento das ciências
médicas. A validação do uso medicinal de espécies vegetais é necessária para legitimar o
conhecimento tradicional, proporcionando eficácia e segurança enquanto agente terapêutico
(ROCHA et al., 2021).

No contexto etnomedicinal, destaca-se Cecropia pachystachya Trécul., pertencente


à família Urticaceae e gênero Cecropia, amplamente distribuída na região Neotropical,
nas Américas Central e do Sul, presente em regiões de clima úmido e tropical (ARAGÃO
et al., 2013). Apresenta hábito arbóreo de médio a grande porte, pouco ramificada, com
folhas largas e lobadas, tronco oco e segmentado (BERG; ROSSELLI, 2005).

O uso de suas folhas na medicina popular é indicado para o tratamento de


afecções respiratórias, cardiovasculares, hepáticas e diabetes (DUQUE et al., 2016). As
atividades biológicas elucidadas para C. pachystachya foram: anti-inflamatória,
antinociceptiva, citotóxica e hipoglicemiante (ARAGÃO et al., 2013), anti-hipertensiva,
cardiotônica e sedativa (CONSOLINI; MIGLIORI, 2005), antidepressiva (ORTMANN et al.,
2017), antibacteriana e antifúngica (MESQUITA et al., 2018) cicatrização de feridas e
antioxidante (DUQUE et al., 2016), hepatoprotetora e leishmanicida (MAQUIAVELI et al.,
2014). As principais atividades atribuídas ao táxon se devem a presença de compostos
fenólicos, em especial as flavonas C-glicosiladas como o ácido clorogênico, catequinas,
epicatequinas e flavonoides (ORTMANN et al., 2017).
Em relação a segurança do uso enquanto fitoterápico, é fundamental investigar sua

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220
toxicologia. O teste indicado é toxicidade frente à Artemia salina Leach, bioensaio utilizado na
pesquisa de produtos naturais para avaliar o potencial toxicológico de extratos vegetais. O
ensaio, apresenta vantagens, por ser um método rápido e econômico, que resulta em dados dos
efeitos toxicológicos, auxiliando na pesquisa pré-clínica ou padronização de fitoterápicos,
conferindo segurança de uso de extratos vegetais, frações ou suas substâncias isoladas
(HIROTA et al., 2012). Diante do exposto objetiva-se avaliar a toxicidade aguda dos extratos
foliares etanólicos e metanólico de Cecropia pachystachya frente ao microcrustáceo Artemia
salina.

METODOLOGIA

Para o teste de toxicidade aguda de folhas jovens de C. pachystachya, coletadas no


município de Ilha Grande – PI, foram utilizados os cistos do microcrustáceo Artemia salina
Leach, conforme a metodologia de Meyer et al. (1982). Após 24h de exposição, A. salina vivas
e mortas foram contadas, sendo consideradas vivas as que apresentaram qualquer tipo de
movimento próximo a luminosidade. A Concentração Letal Média - CL50 foi estimada pelo
método estatístico PROBIT, usando o programa IBM SPSS Statics 20. A classificação de
toxicidade foi estabelecida seguindo os critérios de Meyer et al. (1982), onde CL50 < 1 mg/ml
“tóxico” e CL50 > 1 mg/ml “não tóxico”.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os testes de toxicidade evidenciaram que os extratos etanólico e metanólico de C.


pachystachya, demonstraram ser Não Tóxicos frente aos organismos testados (, pois a
concentração letal nos referidos testes foi > 1. (Tabela 1).

Tabela 2: Toxicidade em A. salina dos extratos foliares alcoólicos de C. pachystachya.

Extrato CL50 (mg/ml) Desvio Padrão Classificação Meyer


Etanólico 3,41 1,24 Não Tóxico
Ilha Grande - PI
Metanólico 3,83 0,34 Não Tóxico
Fonte: Autores, 2022.
Verificou-se resultado semelhante de não toxicidade frente à A. salina para C.
pachystachya, em extrato metanólico proposto por Simões e Minguzzi (2011), devido a não ou
a baixa mortalidade do crustáceo. Resultado semelhante foi elucidado em extrato metanólico
de C. hololeuca, cujo resultado do CL50 >1000 ppm, com ausência de toxicidade (GOMES et
al., 2016).

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221
CONCLUSÃO

No que diz respeito aos estudos de toxicologia do tipo letal-agudo há poucos dados com
extratos etanólico e metanólico de C. pachystachya frente à A. salina como bioindicador. Desse
fato, há necessidade de estudos posteriores que possa subsidiar os resultados encontrados nesta
análise. Pactua-se, que os resultados aqui apresentados permitem um melhor direcionamento
para testes in vivo das atividades biológicas atribuídas ao táxon, como antifúngica,
antimicrobiana, parasiticida e antioxidante, uma vez que os extratos se mostraram atóxicos.

REFERÊNCIAS

ARAGÃO, D. M. O. et al. Anti-inflammatory, antinociceptive and cytotoxic effects of the


methanol extract of Cecropia pachystachya trécul. Phytotherapy Research, Estados Unidos,
v. 27, n. 6, p. 926–930, 2013.

BERG, C. C.; ROSSELLI, P. F. Cecropia. New York: Flora Neotropica; Botanical Garden,
2005.

CONSOLINI, A. E.; MIGLIORI, G. N. Cardiovascular effects of the South American


medicinal plant Cecropia pachystachya (ambay) on rats. Journal of Ethnopharmacology, v.
96, n. 3, p. 417- 422, 2005.

DUQUE, A. P. et al. In vivo wound healing activity of gels containing Cecropia pachystachya
leaves. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 68, n. 1, p. 128-138, 2016.

GOMES, JOÃO VICTOR DUTRA et al. Triagem fitoquímica e avaliação das atividades
trombolítica e citotóxica de Cecropia hololeuca Miq. (Urticaceae), Lippia alba (mill.) N.E.Br.
Ex p. Wilson (Verbenaceae) e Zanthoxylum rhoifolium Lam (Rutaceae). Infarma-Ciências
Farmacêuticas, v. 28, n. 1, p. 10-15, 2016.

HIROTA, B.C.K.; et al. Toxicity evaluation in vitro: applicability of brine shirimp artemia
salina lethality. Visão Acadêmica, v. 13, n. 2, 2012.

MAQUIAVELI, C. C.; et al. Cecropia pachystachya extract attenuated the renal lesion in 5/6
nephrectomized rats by reducing inflammation and renal arginase activity. Journal of
Ethnopharmacology, v. 158, p. 49 5 -7, 2014.

MESQUITA, Alvelino Serafim et al. Avaliação do perfil farmacognóstico e antimicrobiano do


extrato etanólico do caule de C. pachystachya. Infarma-Ciências Farmacêuticas, v.30, n.2
p.115-122, 2018.

MEYER, B. et al. Brine shrimp: a convenient general bioassay for active plant
constituents. Planta medica, v.45, n.5, p.31-34, 1982.

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222
ORTMANN, C. F. et al. LC/QTOF profile and preliminary stability studies of an enriched
flavonoid fraction of Cecropia pachystachya Trécul leaves with potential antidepressant like
activity. Biomedical Chromatography, n. September 2016, p. 1–13, 2017.

ROCHA, L. P. B. da. et al. Use of medicinal plants: History and relevance. Research, Society
and Development, [S. l.], v. 10, n. 10, p. e44101018282, 2021.

SIMÕES, V.N.; MINGUZZI, S. Estudo Fitoquímico e Testes Biológicos das Folhas da


Cecropia pachystachya Trecul. Anais do 7° ENIC, 2011.

PALAVRAS-CHAVE: Toxicidade aguda; Extratos alcoólicos; Planta Medicinal.

Apoio: LAMOVE, HDELTA, PPGBiotec.

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TRABALHOS PREMIADOS

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TRABALHOS PREMIADOS

MULTIDISCIPLINAR

Título Autores (as)


A palha da carnaúba como matéria-prima Geovana Mendes Barros, Leandro
da resistência indígena no semiárido Vieira Cavalcante
Aspectos epidemiológicos dos acidentes Alessandro Medeiro Evaristo,
com serpentes de interesse médico em Fernanda Luz Costa, Edson
Picos, Piauí Lourenço da Silva, Tamaris Gimenez
Pinheiro

BIOTECNOLOGIA

Título Autores (as)


Breve revisão dos efeitos medicinais da Ruan Pábulo Bandeira Pinto, José
goma do cajueiro (Anacardium Francisco de Oliveira Filho, Jéssica
occidentale) Maria Torres de Sousa Nascimento
Cecropia pachystachya trécul (Urticaceae): Emerson Bruno Castro Mesquita,
avaliação da toxicidade aguda em Artemia Renata Brito dos Reis, Alessandra
salina leach Souza dos Santos, Ivanilza Moreira
de Andrade
Quantificação e caracterização da bacia João Rafael Vieira Dias, Assucena
hidrográfica do rio Sabugi, Nordeste do Nogueira Batista Dantas, Camylla da
Brasil Silva Dantas

MICOLOGIA E MICROBIOLOGIA

Título Autores (as)


Fungos endofíticos em folhas de berinjela Oliver de Souza Vieira, Rejane
(Solanum melongena L.) cultivada Maria Ferreira da Silva, Gladstone
utilizando sistemas de manejo orgânico e Alves da Silva
convencional em Pernambuco
Revisão integrativa sobre a utilidade Ivã Sales Magalhães, Vanderlene
biotecnológica da Copernicia prunifera Oliveira Rodrigues, Wendson de
aplicada ao trato gastrointestinal Ribamar Machado Corrêa, André
Luis Fernandes Lopes

CONSERVAÇÃO E MEIO AMBIENTE (ECOLOGIA)

Título Autores (as)


Quais as características mais plásticas de Bruno Ayron de Souza Aguiar, Júlia
uma herbácea perene da caatinga em Arruda Simões, Clarissa Gomes
resposta ao déficit hídrico e luminoso? Reis Lopes, Elcida de Lima Araújo

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ENSINO DE CIÊNCIAS

Título Autores (as)


Uso de pranchas botânicas para o ensino Jorge Izaquiel Alves de Siqueira,
de taxonomia de Fanerógamas Isac Santana Menezes, Jesus
Rodrigues Lemos, Ivanilza Moreira
de Andrade

ZOOLOGIA

Título Autores (as)


Citogenética de duas espécies do genêro Rafael de Jesus Santos, Adrianne
Gynaikothrips (Thysanoptera: Oliveira Miranda, Jamille de
phlaeothripidae) EM JEQUIÉ-BA Araújo Bitencourt e Juvenal
Cordeiro Silva Junior

BOTÂNICA

Título Autores (as)


Composição da flora e impactos Ana Christina Soares Cunha,
antrópicos na restinga do Piauí Nailton de Souza Araújo,
Ruanna Thaimires Brandão Souza
O gênero Ipomoea L. (Convolvulaceae) na Juthaí Araújo Santos Teixeira,
Estação Ecológica Raso da Catarina, Adilva de Souza Conceição
Bahia, Brasil
Convergência evolutiva de caracteres Edinalva Alves Vital dos Santos,
xeromórficos em plantas da Caatinga: Lucas da Penha Xavier, Deibson
padrões comumente observados e Pereira Belo, Emília Cristina
funcionalidades Pereira de Arruda

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PRÊMIO DE FOTOGRAFIA

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227
PRÊMIO DE FOTOGRAFIA 1º COLOCADO

Autor da foto: Carlos Magno Melo Braga

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228
PRÊMIO DE FOTOGRAFIA - 2º COLOCADO

Autor da foto: Bruna Araujo Brandão

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229
PRÊMIO DE FOTOGRAFIA - 3º COLOCADO

Autor da foto: Carlos Henrique Silva de Oliveira

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FOTOGRAFIAS ENVIADAS PARA O V ENCONTRO REGIONAL DA CAATINGA E II
SIMPÓSIO NACIONAL DO SEMIÁRIDO

Alexsandro Bezerra-Silva Ariane Leite do Nascimento Bruna Araújo Brandão

Carlos Henrique Silva de Oliveira Carlos Magno Melo Braga Francisco José Carvalho Moreira

Giovana Amaral Umar Isac Santana Menezes Juthaí Araújo Santos Texeira

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FOTOGRAFIAS ENVIADAS PARA O V ENCONTRO REGIONAL DA CAATINGA E II
SIMPÓSIO NACIONAL DO SEMIÁRIDO

Leonne Lopes Brito Lucas Matheus de Siqueira Ribeiro da Silva Márcia Gabrielle Sousa
Campêlo Marinho

Mardonio Freitas Rodrigues Ferreira Maria Dandara Cidade Martins Maria Gracelia Paiva Nascimento

Maria Helena Alves Mateus Gomes Diniz Samara Ferreira Costa

Yure Batista Ribeiro Rodrigues

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Caatinga

Mata branca dos Tapuias


Campo dos bois mandingueiros
Com tons, cores e visagens
Fechada para os Vaqueiros
Dos versos do Patativa
Da melosa com seus cheiros

Mata verde do retorno


Da asa branca e a avoante
Da terra fértil e chã
Clamando que nela plante
Semente, Honra e Justiça
Bases para ir avante

A mata seca, dormente


Apresenta a esperança
Do sono que acordará
Pra mostrar sua pujança
Exemplo pra nós humanos
Exigindo uma mudança

Caatinga seca da vida


Do sertanejo, um forte
Se existe desavença
É o latifúndio da morte
Que na indústria da seca
Reproduz seu passaporte

Amor, paixão e coragem


Amizade e compaixão
São bases do sertanejo
Pra enfrentar o rojão
Falta enfrentar as causas
Que destroem nosso sertão

A Caatinga do Gonzaga
Do Acauã e Juazeiro
Todo junho sempre mostra
Como é ser um festeiro
Mas falta se revoltar
Contra um tal de grileiro

Se preparar pro domínio


Da ciência, crença e medo
Enfiar num saco só
O coronel e o grileiro
Deixando chupando cana
O aristocrata e herdeiro

Caatinga da vida nova


Que se recicla sem pena
Mostrando pra o sertanejo
Que o errado é o sistema
Penoso qual o lamento
Do canto da Seriema.

Paulo Gustavo Alencar (PRODEMA/UFPI)

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APOIO E AGRADECIMENTOS

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Ivanilza Moreira de Andrade
Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal
do Ceará, em nível de bacharelado (1994) e Licenciatura (1993),
mestrado em Biologia Vegetal pela Universidade Federal de
Pernambuco (1996), doutorado em Curso de Botânica pela
Universidade Estadual de Feira de Santana (2006) e Pós-doc no
Royal Botanic Gardens, Kew Londres e Museu de História Natural
Londres. Atualmente, é professora associada IV da Universidade do
Delta do Parnaíba (UFDPar); professora permanente do Programa de
Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBIOTEC - Nível Mestrado e
Doutorado) e do Programa de Desenvolvimento e Meio Ambiente,
PRODEMA (Nível Mestrado e Doutorado); e curadora do herbário
HDELTA da UFDPar. Tem experiência na área de Botânica, com
ênfase em Sistemática de Fanerógamas (especialmente com o grupo Araceae), morfometria,
variabilidade genética, citogenética e botânica econômica.

Maria Helena Alves


Possui graduação em Ciências Biológicas e Especialização em
Botânica pela Universidade Federal do Ceará, em nível de
bacharelado, Mestrado em Criptógamos pela Universidade
Federal de Pernambuco, Doutora em Ciências Biológicas
(Botânica) pela Universidade de São Paulo. Professora
aposentada pela Universidade Federal do Piauí/Campus Ministro
Reis Velloso-CMRV e Colaboradora na Universidade Federal do
Delta do Parnaíba - UFDPAR. Autora dos livros “O PIBID e o
Ensino de Ciências: Possibilidades criativas de aprendizagem”,
“Fungos do ar e do solo: do isolamento à detecção enzimática” e
Manual prático de Botânica Criptâmica.

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Jesus Rodrigues Lemos
Possui Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal
do Piauí, Mestrado em Biologia Vegetal pela Universidade Federal
de Pernambuco, Doutorado em Ciências Biológicas (Botânica) pela
Universidade de São Paulo e Pós-Doutorado no Royal Botanic
Gardens, Kew, Londres. Desenvolve estudos e pesquisas na área de
Botânica, com ênfase em Florística e Fitossociologia da vegetação
de caatinga, Fitogeografia do semi-árido brasileiro e Ensino de
Botânica. É Professor Associado IV do Curso de Ciências Biológicas
da Universidade Federal do Delta do Parnaíba- UFDPar (anterior
Universidade Federal do Piauí/Campus Ministro Reis Velloso).

Ruanna Thaimires Brandão Souza


Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do
Piauí, Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela
Universidade Federal do Piauí, Doutoranda em Desenvolvimento e
Meio Ambiente - Associação Plena em Rede PRODEMA (UFPI).
Desenvolve estudos na área de Botânica com foco em florística e
fitossociológia de áreas de Restinga, Etnobotânica e Ensino de
Botânica. Participa como colaboradora das atividades de extensão,
ensino e pesquisa junto ao herbário HDELTA da Universidade
Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar).

Davi Nascimento Costa


Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal
do Delta do Parnaíba- UFDPAR (anterior Universidade
Federal do Piauí/Campus Ministro Reis Velloso), Pós-
graduado em Produtos naturais de plantas e derivados,
Doutorando em Biotecnologia pelo RENORBIO (UFC).
Integra o Laboratório de Oncologia Experimental (LOE),
localizado no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de
Medicamentos (NPDM), da Universidade Federal do Ceará,
atuando em pesquisas com foco em antineoplásicos. Possui
experiência na área de Microbiologia, com ênfase em triagem
fitoquímica e atividade antibacteriana de extratos de plantas.
Atua também nos seguintes temas: Ensino de Botânica, Diversidade vegetal e Educação
Ambiental.

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