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Ministério de Discipulado EBD

EDB – Escola Bíblica Dominical


Classe de Adultos | Facilitador: Oséas 18

DESCANSO, DEPENDÊNCIA E PERDÃO


4"Mas no sétimo ano a terra terá um sábado de descanso, um sábado dedicado ao
Senhor. 12É jubileu e será santo a vocês; co­mam apenas o que a terra produzir.
13"Nesse ano do Jubileu cada um de vocês voltará para a sua propriedade.
18Pratiquem os meus decretos e obedeçam às minhas ordenanças, e vocês viverão

com segurança na terra”. Levítico 25:4,12,13, 18


Objetivos:
 Saber: Compreender a necessidade do descanso, da dependência de Deus e do perdão.
 Fazer: Desprender-se das coisas materiais e descansar no Senhor.
A essência da existência não é alimentar a ganância, mas desfrutar daquilo que Deus nos dá em Sua
onipotência. Ele não quer que desenvolvamos a cobiça, mas que desfrutemos Suas bênçãos.
No descanso diário (à noite) somos desafiados a confiar que nossas necessidades são supridas por Deus
(Salmo 127:1-2). No descanso semanal, reconhecemos Deus como Criador e também Provedor (Gênesis
2:1-3; Êxodo 20:8-11; João 5:16-17).
Além do descanso diário e semanal, Deus deu a Seu povo mais dois descansos:
1. O ano sabático: Se dava quando encerrava seis anos de atividades.
2. O ano jubileu: Se dava quando encerrava seis ciclos sabáticos.

O que significa ter um ano sabático?


O termo sabático vem do hebraico e significa “libertação”. Refere-se
a um ou mais dias da semana de descanso, como finais de semanas
e feriados. O ano sabático nada mais é do que essa pausa prolongada.
Também conhecido por Shemitá (“libertação”, na tradução literal do hebraico), o ano
sabático é descrito no Torá (livro sagrado do povo judeu) como o período de descanso
da terra, onde os judeus não podiam cultivar a agricultura. O ano sabático deveria ser
feito a cada sete anos, ou seja, seis anos de cultivo da terra e o sétimo é dedicado ao
seu descanso e recuperação. Esse sistema é seguido semanalmente pelas leis do
judaísmo, sendo seis dias de trabalho e o sétimo de descanso (shabat).
Em uma forma primitiva, Israel utilizava uma técnica de plantio e cultivo, o sábado
ganha nesse contexto uma nova identidade: agora não é somente um dia, agora é um
ano! O objetivo é deixar a terra descansar, para que ela não se desgaste ano após ano,
e sucessivamente, ela teria um ano inteiro para seguir seu fluxo natural, sem
interferência externa, seria colhido apenas o que Deus provesse de forma autônoma,
e exclusivamente do acaso.
A ganância do homem por poder, riqueza, status, fama podem chegar a extremos
perigosíssimos se não houver um controle e limitações. Assim essa lei visava colocar
“um freio” nisso. Nunca, no entanto, se tem notícia do cumprimento por qualquer
homem nesse planeta dessas observações relacionadas à terra e ao trabalho, pelo
contrário, o homem desenfreadamente tem explorado a terra, o próprio homem e
todos os seus recursos. Deus soberano sobre todas as coisas estabelece na terra a ser conquistada
leis para evitar a exploração da terra e de seus habitantes de forma inescrupulosa. Não há temor
de Deus diante do homem na sua plenitude por isso que o salmista diz pela boca do apóstolo Paulo
em Romanos: 10Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. 11Não há ninguém que entenda;
Não há ninguém que busque a Deus. 12Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há
quem faça o bem, não há nem um só.”
Lamentável! O Pr. Hernandes Dias Lopes falou sobre a teologia que esta determina a vida e que a
falta da pregação provoca a corrupção do povo e, posteriormente, o juízo de Deus de forma justa.
Quão mais severo não será o que tem responsabilidade de ensinar a reta palavra de Deus e pregá-
la e assim não faz somente para agradar o homem que desagrada a Deus!
Assim como o homem necessitava de um dia da semana para descanso, por ordem divina, o solo
da terra, sem adubo, precisava descansar por algum tempo para recuperar os nutrientes
necessários para as safras dos anos seguintes. Prescrições semelhantes se encontram em Êx.
23:10-11.
Não era o propósito dessa lei provocar a escassez de alimentos, mas dar descanso à terra. O que
fosse produzido naturalmente poderia ser colhido normalmente.
E a cada 50 anos deveria haver o ano do jubileu que era para ser um período de libertação e
restauração. Nesse ano também não se plantava nada e todos os pobres que contraíram dívidas
deveriam ser perdoados, obtendo assim a chance de recomeçar tudo novamente.
Bonito na teoria, mas na prática a ganância e a soberba do homem não permitiam o seu
cumprimento. Ainda assim, o Senhor advertiu que isso acabaria levando Israel ao exilio longe da
Terra Prometida – 26:34-35. A palavra de Deus cumpriu-se em 2 Cr 36:21. Entendendo a
gravidade disso, o povo voltou do exílio e prometeu cumpri-lo, conforme está em Ne 10:31, mas
ficou somente na promessa.
Eu entendo disso que não tememos ao Senhor, mas sim aos homens e queremos lhe agradar em
tudo, mesmo indo contra o Senhor, o que é um absurdo.
Em João 12:42 42Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por
causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. 43Porque amavam mais a glória dos homens
do que a glória de Deus.

Senhor, guarde nosso coração para que não amemos mais a glória dos
homens e nos esqueçamos de ti.

O que significa o Ano do Jubileu?


Seis anos semearás a tua terra, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás os
seus frutos; Porém ao sétimo ano haverá sábado de descanso para a terra,
um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo nem podarás a tua vinha.
Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira
que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos. E santificareis o ano
quinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será,
e tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família. (Levítico 25:1–4, 8–10)
O ano do jubileu (que provavelmente nunca aconteceu) deveria acontecer em Israel a cada 50
anos. A celebração tinha dois componentes: um retorno ao quinhão de terra original e liberdade
da servidão.
Levítico 25 antecipava o tempo em que Israel herdaria a Terra Prometida e cada tribo receberia
de Deus a sua herança (ver Josué 13). Com o passar do tempo, algumas pessoas seriam
inevitavelmente forçadas a vender parte de sua terra. Clima ruim, ladrões, má administração ou
indolência, não importava a causa da venda da terra, toda família receberia de volta no Ano do
Jubileu o seu quinhão de terra original. Os pobres obteriam alívio; os ricos perderiam parte da
terra que haviam comprado.
“Apesar de Deus ter concedido a terra a Israel como dádiva a ser desfrutada – Dt 6:10­12; 8:10­13
­, em última análise, ela ainda lhe pertencia e, caso os israelitas se mostrassem inquilinos
indesejáveis, podiam perder o usufruto dela. O povo não possuía a terra como um direito inalienável,
mas sim dentro das estruturas do relacionamento de aliança com Deus. A terra não era uma
propriedade privada a ser comprada e vendida, ao contrário, simbolizava a vida com Deus.” – BEG.
Muito pertinente a nota da Bíblia de Estudo Genebra sobre a terra e sobre os ocupantes dela. A
terra, a vida e tudo o que neles há não pertence a nós, mas a Deus! Ele é soberano e Senhor absoluto
sobre tudo. Tira de quem quer tirar e dá a quem quer dar, quem pois se lhe oporá? Quem poderá
acusa-lo de injustiça, ele que é a própria justiça?

Conexão com a vida:


Deus tinha um plano financeiro para lembrar a Seu povo que Ele era o seu Deus, aquEle que
cuidava deles. Um ano sabático foi instituído a cada sete, onde a terra descansava e nada
era plantado ou colhido. Tudo o que crescesse sem a intervenção humana poderia ser usado
por qualquer um, rico ou pobre, incluindo o estrangeiro.
Se um homem que tinha uma dívida tivesse que se vender a quem ele devia, poderia ser resgatado
(mesmo de um proprietário não-israelita) pela família e amigos. Mas o sétimo ano sabático era um
ano jubilar e todos os escravos tinham de ser libertados.
Nunca existiu um sistema financeiro igual ao que Deus instituiu para Israel. A economia operava
primariamente com base na terra, bens e serviços e não em dinheiro. Deus proibiu expressamente
as pessoas de cobrarem juros dos pobres. Os escravos eram tratados como servos contratados,
não como escravos.
Por causa da aproximação do ano do Jubileu a cada 50 anos, quando tudo era restituído, o valor da
terra dada como pagamento de dívida se desvalorizava em cerca de 2 por cento (1/50) ao ano.
Mas mesmo que seu valor caísse, o valor dos bens que ela produzia aumentava. O crescimento da
população ajudava a economia e evitava tanto a extrema pobreza, quanto a riqueza em demasia.
A terra, as pessoas e até mesmo os animais desfrutavam um descanso sabático.
Deus espera que mostremos bondade e compaixão para os pobres e os ajudemos em momentos
de necessidade.

O Ano do Jubileu e sua Aplicação Como Padrão de Justiça Social para Igreja Contemporânea

1. Fazemos o bem quando damos oportunidade para os pobres prosperarem: Não devemos
ser rudes para os pobres. Não devemos aproveitar-nos dos fracos. Mas, além disso, devemos
encontrar maneiras de lhes proporcionar um novo começo.
2. A Bíblia apoia a existência de propriedade privada: Em Israel, a terra era possuída não pelo
Estado, mas sim por indivíduos famílias, clãs e tribos. De fato, os direitos de propriedade eram
garantidos por Deus aos proprietários originais, em perpetuidade. A terra era deles e eles tinham
o direito de ganhar a vida por meio delas.
3. A Bíblia relativiza a propriedade privada: O direito de possuir propriedades não era
absoluto, mas derivado. O verdadeiro dono de toda terra era Deus (ver Lv 25.23). O Jubileu
recordava ao povo que eles não ganhariam o prêmio grande nesta vida, a propriedade privada não
e aquilo pelo qual devemos viver.
4. Nosso Deus é o Deus de segundas chances: Um texto como este poderia ser usado para
apoiar as leis de falência moderna e de reabilitação de prisioneiros. Certamente apoiaria a extinção
de uma rede de segurança social, pelo Estado, alguns poderiam argumentar, mas certamente no
âmbito familiar e da comunidade da aliança. O Jubileu tencionava dar, pelo menos para algumas
pessoas, uma chance de um novo começo. Também é bom prover essa mesma chance para os
pobres e desamparados em nossos dias.
5. Jesus é o nosso Jubileu. Quando Jesus leu o rolo de Isaías, em Lucas 4, sua mensagem simples
foi, em essência: “Eu sou o Jubileu”. Ele não apresentou um plano para uma reforma social, em vez
disso, Jesus afirmou claramente: “Hoje se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir” (Lc 4.21).

A ideia de justiça social ensinada por Jesus não tem nada a ver com igualdade de classes, mas
que cada um cumpra seu proposito na sociedade com dignidade e para a glória de Deus.

Comentário de Thomas Coke


Hebreus 3:11 “Assim jurei na minha ira: Jamais entrarão no meu descanso”.
Hebreus 4:9 “Resta, portanto, um descanso”
A palavra usada para descanso tinha sido υπόλοιπο, cessação do trabalho de parto: aqui é introduzido
um novo termo σαββατικός um descanso adequado ao sétimo dia, no qual Deus descansou. O apóstolo
havia dito, Hebreus 4:6, que o restante de Deus foi deixado sem ser possuído; aquela geração que Josué levou
a Canaã, não tomou posse do descanso de Deus; porque Deus, quatrocentos e cinquenta anos depois, fala de
seu descanso como ainda por entrar? portanto, seu descanso ainda permaneceu para o povo de Deus. Tudo o
que é dito aqui é: exortar os hebreus a permanecerem firmes em sua fé, provando a eles que o resto de Deus
nos pregou por Cristo, é infinitamente mais vantajoso e infinitamente superior ao que foi prometido por
Moisés. Era um estado de perfeita felicidade, paz, tranquilidade no céu: era uma cessação do trabalho, como
o próprio Deus desfrutou após a criação. Portanto, esse descanso deve ser o grande objetivo de nosso cuidado,
o grande ponto a ser respeitado; e o princípio pelo qual isso deve ser alcançado é uma fé firme e segura.

Leia Hebreus 3.7-19 - Aviso contra a incredulidade


Assim, como diz o Espírito Santo: "7Hoje, se vocês ouvirem a sua voz, 8não endureçam o coração,
(...)11Assim jurei na minha ira: Jamais entrarão no meu descanso 19Vemos, assim, que por causa da
incredulidade não puderam entrar.
Assim como o sábado semanal é um lembrete que precisamos descansar, temos aqui uma verdade
espiritual muito importante: devemos descansar no Senhor. “Porque o sábado foi feito por causa
do homem e não o homem por causa do sábado”. Marcos 2.27

Oração: “Oh, santo e justo Pai, perdoe­me do meu orgulho e egoísmo. Perdoe­me pela minha
arrogância e língua enganosa. Faça­me de novo pelo seu Espírito para ser santo em palavra e ação,
compassivo para com aqueles que têm necessidade e liberto do mal. A Ti, Ó Senhor, seja a glória na
minha vida e na sua Igreja para sempre e sempre. Eu oro em nome de Jesus. Amém.

Princípio para minha vida cristã da igreja e no mundo:


Desprender-se das coisas materiais e descansar no Senhor.

Desafio para Casa


" O temor do SENHOR é odiar o mal; a soberba e a arrogância, o mau caminho e a boca perversa,
eu odeio." Provérbios 8:13
Quando temos um respeito profundo e reverente para nosso santo Deus, amamos o que Ele ama
e odiamos o que Ele odeia. Deus odeia o mal (que neste caso é definido como orgulho, arrogância,
mau comportamento e fala desprezível). Estas coisas devem ser evitadas por cristãos e também
odiadas por eles. Deus quer que seu povo seja um povo de caráter – pessoas de humildade,
comportamento moral e fala positiva.

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