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DEDICATORIA
PREFACIO.
Toda história precisa de um começo, um ponto de partida, uma origem, que desencadeou
todo o contexto e que baliza
todos os dias.
Desde muito cedo, aprendeu com o pai a se vestir bem, estudou em sua infância em
colégio interno, que possuía uniformes; e tradicionamente, aprendeu a trajar ternos
construidos de alfaiates, desde os mais simples até os mais elaborados.
Sapatos sempre brilhando, gravatas lindas; em fim, um homem impecável de se ver.
Nunca teve uma profissão certa por assim dizer, sempre trabalhou em muitas coisas
diferentes como, vendedor ambulante, caixeiro viajante, vendedor de imóveis,
embarcador, entre outras coisas. Fez um curso de comissário de Vôo e atuou como tal,
durante um tempo. Eterno sonhador, buscava dias melhores sempre; no entanto, tinha
convicção de que a felicidade morava longe de onde ele estava. Motivo pelo qual desde
cedo, teve carros e viajava muito pelo Braszil afora; em busca do sonho dos dias
melhores e de um trabalho que sustentasse a ele e familia.
Frases que nem preciso dizer, assumi como "ipsis literis" e segui em frente; me
construindo a partir das imagens de meu Pai e Mãe.
Vou contar um pouco mais sobre isso para que seja possível entender todo o curso
de vida e o contexto pelo qual fiquei tão doente; a tanto tempo e que até hoje, sigo
tratamento.
Desde muito cedo, amava me vestir com os ternos de meu Pai; enquanto ele saia
para trabalhar, eu escondido ia no guarda-roupas e provava um a um os lindos ternos de
afaiate que ele tinha.
Olhava no espelho e tentava me imaginar adulto; usando os mesmos ternos que
meu Pai usava. Aprendi com ele a fazer nó de gravata; dirigir; entre tantas outras coisas
que ele me ensinou no curso de sua vida.
CAPITULO I
Sobre como estudo minha doença e tento me tratar, além da medicina tradicional.
Desde a muito tempo sei que estou "psiquicamente doente"; realmente muitos anos e a
décadas faço acompanhamento médico, tanto psicológico quanto psiquiátrico. Além disso
tudo, estudo muito minha doença para entender o ciclo, efeitos, gatilhos e como posso
amenizar e conviver com isso.
Transtornos mentais e psquiátricos são extremamente complexos, de difícil diagnóstico,
tratamento e cura. São muito difíceis mas não impossíveis; entretanto, diferente de outro
tipo de doenças; não existe um tempo certo para o tratamento; normalmente leva anos e
muitas vezes uma vida toda. Na maioria dos casos mais graves, a exemplo do meu e de
muitas outras pessoas, existe grande prejuízo em praticamente todas as áreas da vida,
trabalho, familia, relacionamentos, vida social, emfim, praticamente tudo.
Uma vez com um transtorno mental mais sério, você perde praticamente todos os direitos
de um cidadão, muitas vezes negligenciado pela família, amigos, trabalho e até pelo
estado. Em vários casos é necessário recorrer à justiça para fazer valer o direito de estar
doente, ter um transtorno e estar em tratamento.
Bom, voltando à psicologia e psiquiatria; estou muito mas, muito longe mesmo de ser um
profundo conhecedor; apenas procuro me informar sobre minha doença nos campos de
psiquiatria e psicologia; e estive em tratamento, praticamente minha vida toda até hoje, o
que me permitiu, conhecer um pouco mais sobre as estruturas pisquicas, doenças, formas
de tratamento, tipos de profissionais, dentr outras coisas que são inerentes ao quadro.
Pode não parecer e sei que aparenta ser extremamente paradoxo, como por exemplo,
consigo escrever um livro mas, muitas vezes sou incapaz de sair de casa sem me perder;
Bom tenho um QI avaliado por profissinal de 143 pontos, considerado alto para os
padrões normais; isto, segundo o que dizem os médicos, permite que mesmo estando
"consideravelmente doente"; consiga fazer muitas coisas e pelo fato de aprender o
máximo possível com as doenças, faça com que consiga vencer um dia de cada vez.
ok, vamos lá, espero com toda a sinceridade que ajude à pessoas com o curso de meu
tratamento de alguma forma.
Psicologia.
A psicologia é a área do conhecimento humano, responsável por estudar, interpretar,
avaliar e tratar as pessoas no campo dos sentimentos, comportamento e atitudes, tanto
conscientes como inconscientes.
É através deste conhecimento que é possível tratar, reescrever e ressignificar
doenças, traumas, desvios de comportamento, autoconhecimento, entre outras coisas.
A psicologia foi, com o passar dos anos, dividida em campos e áreas distintas de
conhecimento e tratamento, segundo os pesquisadores, com formas diferentes de
compreensão e tratamento das áreas da psicologia humana.
Posso citar algumas que tive contato; psicologia Freudiana, psicologia Youngana;
psicologia Beahavorista ou comportamental; terapia cognitivo-comportamental; cada uma
dessas, possui características diferentes e percepções que se enquadram a cada pessoa
de forma distinta.
Seria absurdamente negligente se tentasse explicar os contextos de cada uma; não tenho
formação suficiente para isso e o própósito deste livro é ajudar e não atrapalhar um
tratamento; cada uma das áreas de psicologia tem um objetivo específico e cabe a cada
um escolher qual melhor se assemelha, bem como quais profissionais escolher.
Entretanto, posso dizer com toda a certeza do mundo, que existem ótimos e
péssimos profissinais atuando. Tive contato com os dois lados; profissionais, que não
possuiam qualificação suficiente para diagnosticar corretamente meu caso. O que
atrapalhou em anos meu tratamento. Entretanto, não sou de terceirizar a culpa. em
verdade, meu caso é bem específico. Tenho atualmente tres CIDS em tratamento e
poucos profissionais poderiam acertar. Estou a quase dez anos doente; como falei
anteriormente, ou mais, coisa que talvez nem soubesse.
Ok, voltando ao foco.
Areas diferentes da psicologia atuam de formas mais ou menos intensamente em
nossa psique, tanto no consciente como no inconsciente e, novamente afirmo, podem
tanto curar como piorar e muito algum tipo de doença ou transtorno mental. Por isso, digo,
pesquisem muito, entendam muito seus CIDS e localizem o profissional com maior
acertividade para seu caso.
Vou tentar explicar o mais básico possível; que vale tanto para a psicologia quanto
para a psiquiatria.
Todos temos uma coisa que se chama aparelho psíquico. Não é nada orgânico
nem neurológico, ainda que resida dentro de nós. O aparelho psíquico é responsável por
nossa vida consciente e inconsciente; por nossas ações durante todo o curso de nossas
vidas. Está em formação desde o momento que nascemos, até o momento que morremos
e herdamos a maior base de nossa construção "psqiquica" de nossos pais e das
experiencias que vamos formando desde o momento da infância.
– EGO
– O EGO é a parte mais consciente do aparelho, é a segunda parte do
aparelho psíquico.
O EGO é a construção do “EU” psíquico, propriamente dita. É quem nos tornamos
ou, quem gostaríamos de ser “um EU projetado”. O EGO é construído apartir de
experíencias vivídas; tanto na infância, juventude e fase adulta. E é o maior responsável
pela construção e manutenção de nossa personalidade; durante toda a vida. Alterações
nesta estrutura psíquica, podem gerar inúmeros transtornos mentais, como também são
conhecidas as doenças.
(maiores_detalhes).
– ALTER OU SUPEREGO
–
O AlterEGO ou SUPEREGO, é a parte que chamamos de a “lei” do “eu”. É o maior
veículo de castração do EGO; o SUPEREGO é a parte do aparelho psíquico; responsável
pela “lei”; não a do mundo mas a do “eu”; É ele que diz ao EGO o que se pode ou não
fazer; ou ainda até onde se deve ou não seguir em determinado assunto ou situação.
Existem pessoas com o SUPEREGO dominante; esta é uma característica de pessoas
muíto rígidas; que normalmente consideram-se ditadores da lei ou que tem sempre razão
em tudo; nestes casos, em via de regra; É o SUPEREGO determinando as coisas tanto
para o “eu” da pessoa, como muito comunmente, elas queiram verbalizar e fazer valer o
que acreditam ser o certo. Alterações nesta estrutura, podem gerar GRAVISSIMOS
transtornos mentais nas pessoas. Falaremos disso mais adiante.
CAPITULO II
CAPITULO III
CAPITULO IV
CAPITULO IV
– Vencer um dia de cada vez é uma tarefa muito mais complexa e difícil do
que se imagina. É preciso muita determinação e força de vontade,
principalmente quando se tem os transtornos que temos. É uma tarefa
árdua, que demanda esforço psíquico, cansa absurdamente e normalmente
não tem nenhum resultado prático. É quase como chover no molhado. No
meu caso, tarefas complexas são absurdamente exaustivas; tarefas mais
simples são possíveis de se realizar. Entretanto enfrento muita resistiencia
em todos os lados que enxergo.
– Quando tenho que sair para fazer uma compra por exemplo, de mais de um
ítem, no supermercado por exemplo, absolutamente tudo precisa ser
anotado. Senão não consigo realizar a tarefa.
– Cartões? Perdi a conta de quantos cartões de débito ou crédito já perdi na
vida e precisei ter que pedir novamente.
– Antigos amigos? Esqueça, eles simplesmente te esquecem; mais fácil você
se adaptar a doença, mudar o foco, buscar outras coisas e aprender a viver
de outra forma. Uma coisa que ouvi e tenho vivenciado é o seguinte: Se as
antigas pessoas saem de sua vida; outras entram, de outra forma. Tão ou
mais significativas para você.
– Certo dia, fui almoçar perto de casa e, na mesa ao meu lado, impossível de
não me ver; uma psicóloga que costumava ser muito minha amiga; no
começo de minha doença ela me ajudou bastante mas, com o passar do
tempo, se afastou de mim. Procurei manter o contato mas, não houve
retorno e a confirmação do esquecimento se deu, quando a vi ao meu lado
comendo e simplesmente não me vendo; me tornei absurdamente invisível
aos olhos da sociedade e de praticamente todos.
– Para quem tem esse tipo de transtorno, se sente absolutamente vulnerável
e; condutas como estas doem de forma a cortar o coração e doer na alma.
– Quanto ao perdão? Fica a critério de cada um.
– Voltando a vencer um dia de cada vez. Para mim, todos os dias sem
exceção são os mesmos dias, não existe diferença; apenas um dia de cada
vez a ser vencido. Realizo muitas tarefas, desde a manhã até a noite e, no
dia seguinte, é tudo a mesma coisa. Exatamete igual ao dia anterior; a maior
parte do que leio é esquecido; me apego muito na música, na leitura,
escrever, como faço agora; mas, a maldita voz permanece o tempo todo,
desde manhã até a noite, em todas as tarefas que realizo. Então tenho que
fazer muitas paradas, o tempo todo para não entrar em colapso; um colapso
hoje, pode comprometer todo o tratamento e muito possivelmente não
consiga mais voltar; Motivo pelo qual, parei há muito tempo de estabelecer
metas ou prazos ou coisas que não possa mais dar conta. A voz por sí só já
é insuportável.
– Quanto à família, desisti há muito tempo de tentar explicar alguma coisa.
Melhor ficar em silencio do que ter mais problemas. Normalmente nem falo
mais mas, procuro ajudar em tudo que posso. No entanto, sempre tenho
problemas por me esquecer das coisas. Assim, procuro ficar o mais em
silencêncio possível. Para evitar maiores problemas. Quanto mais em
silencio ficar, menos pior é. Sei que meu tratamento é e será longo, por
muito tempo, assim, o silencio é meu maior guia. Eles não conseguem me
perceber como uma pessoa doente, sempre acreditam que estou bem,
quando não estou. Os apagões são sempre constantes; diários e a melhor
coisa a fazer é ficar em silencio no quarto. E não falar mais. Quanto menos
falar, menos pior é. Praticamente todos da minha famlia não acreditam em
mim, mesmo depois deste tempo todo, e, honestamente, desisti de tentar
explicar o que acontece; todos os dias. Como não quero arrumar mais
problemas em casa, o silencio é meu maior guia. Tenho todos os dias,
tentado vencer doenças que são praticamente impossíveis de serem
vencidas; mas todo dia, como não me lembro dos dias anteriores, são
sempre os mesmos dias. A forma, menos pior de enfrentar uma doença
destas é o silencio, o isolamento. Tentar explicar o que já tentei explicar por
anos a fio é inútil, cansativo e desgastante. Assim a melhor coisa possível é
não falar, me manter em silencio total e como sempre, vencer um dia de
cada vez. As orientações mais claras dos médicos em meu caso são; evitar
o trauma a qualquer custo; o que implica obrigatóriamente não tentar
trabalhar ou me reabilitar; Evitar a todo custo enfrentamentos que possam
trazer o trauma à tona. Focar na qualidade de vida; da menos pior forma
possível. Seguir com o tratamento que muito possivelmente será longo, por
muito anos, talvez a vida toda. Tentar ser produtivo, da melhor forma
possível, dentro do possível a cada dia.
– Outra doença que possuo e está em tratamento e acredito que seja a mais
difícil de curar é o TEPT. O transtorno de Estress Pós Traumático.
– Vou tentar explicar o pouco que consegui aprender com o TEPT. É um dos
transtornos mais sérios e difíceis de curar na psiquiatria. Quando uma
pessoa vivencia um trauma e quanto mais tempo levar, mais difíicil o
trabalho, tratamento e cura. Quando o transtorno é diagnosticado cedo, a
chance de cura é bem maior; quando se demora muito para o diagnóstico, a
cura pode realmente demorar uma vida toda. Os prejuízos em todos os
sentidos na vida de uma pessoa, são imensos; desde o aspecto financeiro
até todos os demais aspectos da vida da pessoa.
– Citar fonte.