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Perturbação dissociativa

A perturbação dissociativa (DD) e os sintomas dissociativos (DS) são indicativos de situações


traumáticas passadas (Goodwin, Cheeves, 1990; Coe,1995; Harvey, 1999; Steiner, 2000; van
der Hart et al. 2000; Waller, 2000; Spitzer et al. 2003; Sar et al., 2004; Punamaki et al., 2005). O
DSM-5 define dissociação como uma ruptura, interrupção e/ou descontinuidade da integração
normal e subjetiva do eu, de comportamento, memória, identidade, consciência, emoção,
percepção, corpo representação e controlo motor.
Segundo Ida Vani Ortolani o aparecimento da perturbação dissociativa é “súbito”, transitório e
de origem psicorreactiva, isto significa que o quadro emocional aparece e desenvolve-se como
reação/defesa a uma vivência, o que faz com que as emoções causem uma rutura com a
realidade. A dissociação pode ser assim composta por características/sintomas distintos como
“divisão” das emoções, distorção temporal, amnésia, desrealização, despersonalização e
inclusive desestruturação de self em que existe um claro prejuízo ao individuo (Spiegel et al.,
2011). Acrescentando ainda que no modelo do Trauma (TM) refere que a dissociação é um
estado ou um traço psicobiológico que funciona como uma resposta protetora a experiências
traumáticas (Loewenstein et al., 2012). Assim sendo a maioria das características/sintomas
encontrados na dissociação são associadas como mecanismos de defesa do self.
Neste seguimento, os critérios de diagnóstico do DMS-5 para a perturbação de stress-pós-
traumático (PTSD) agora incluem um subtipo Dissociativo (PTSD-DS). Dois dos sintomas
comuns no PTSD-DS é a amnésia dissociativa e a despersonalização/desrealização. Pelo que no
DSM-5, na seção DD são colocados após os transtornos Relacionados ao Trauma e Stresse para
mostrar a sua relação com as experiências traumáticas (Loewenstein et al., 2012).
Nancy Mcwilliams (2005) no livro Diagnóstico Psicanalítico, diz que uma dissociação
moderada ou ocasional pode facilitar actos de singular coragem, e que o grande inconveniente
da dissociação é a sua tendência para funcionar automaticamente, sob condições nas quais a
sobrevivência da pessoa não está realmente em risco e quando adaptações mais discriminativas
à ameaça exigiram muito menos funcionamento global.

Nancy Mcwilliams (2005) também refere que indivíduos traumatizados podem confundir stress
comum com circunstâncias que põem em risco a vida, tornando-se imediatamente amnésicos
(amnésia dissociativa / fuga dissociativa) ou totalmente diferentes
(despersonalização/desrealização) para sua própria confusão e a de outros. Estudos mais
recentes mostram que os sintomas de dissociação estão associados ao bullying sendo que em
certas situações estão diretamente ligados à perturbação stress-pós-traumáticos manifestada pelo
próprio trauma de vitimização.

Os achados apresentados são sugestivos de um


prejuízo no reconhecimento de expressões faciais
emocionais nesta amostra de pacientes com SD,
em relação a indivíduos saudáveis. Essas
tendências podem ter se desenvolvido no contexto
de eventos traumáticos significativos da vida e
associadas a esquemas de relacionamento mal-
adaptativos. Os níveis basais elevados de
excitação autonômica no grupo com SD foram
replicados com uma nova medida (SCL) neste
estudo, que apóia os achados anteriores. Em
contraste, reações autonômicas atenuadas a
estímulos emocionais faciais parecem ser
características de alguns pacientes com o
transtorno.
É provável que o reconhecimento reduzido das
expressões faciais levasse a dificuldades no
funcionamento interpessoal na vida diária;
portanto, o déficit pode elevar ou exacerbar os
níveis de estresse emocional de forma contínua.
Como tal, essa dificuldade poderia aumentar
potencialmente a probabilidade de ocorrência de
crises convulsivas, contribuindo para elevações no
sofrimento afetivo, que se supõe desencadear a
SD individual. É importante ressaltar que a má
interpretação de sinais emocionais durante o
processo de terapia psicológica pode levar a
dificuldades indesejáveis nas relações terapêuticas
entre médicos e pacientes, potencialmente
dificultando a aliança e o progresso terapêutico.
Como tal, esses achados justificam mais
pesquisas, aplicação em contextos clínicos e,
possivelmente, o desenvolvimento de
intervenções clínicas direcionadas destinadas a
melhorar a percepção e interpretação emocional.

Os sintomas de Dissociação despontados pelo Bullying quer na vitima ou no perpetrador


causam problemas nas relações interpessoais e intrapessoais dos indivíduos.
Estudos mais recentes mostraram que o bullying também está associado a sintomas de dissociação
psicológica (34-36), somatização (37-39), comportamentos de evitação (40-46) e sintomas de PTSD (47-50).

http://repositorio.ismt.pt/handle/123456789/168

https://books.google.pt/books?hl=pt-
PT&lr=&id=T_g_EAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT90&dq=info:6ldaMBHudbwJ:scholar.google.
com/&ots=kIGS380bf-&sig=3YXkKVm7HcYR-dmgIILyQZ-
R7IA&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6465416/

https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lis-46886?src=similardocs

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22409505/

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