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Santos/Sp
2023
SUMÁRIO
1. Sumário...................................................................................................................... 1
2. Introdução.................................................................................................................. 2
3. Desenvolvimento....................................................................................................... 3
3.1 Causas do problema............................................................................................. 5
3.2 Sintomas.............................................................................................................. 6
3.3 Diagnóstico.......................................................................................................... 8
3.4 Prognóstico.......................................................................................................... 9
3.5 Tratamento......................................................................................................... 10
3.6 Um caso real de Transtorno Dissociativo de Personalidade..............................13
3.7 Implicações Forenses.......................................................................................... 16
4. Conclusões finais...................................................................................................... 19
5. Bibliografia............................................................................................................... 21
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho objetivou investigar a prevalência do Transtorno Dissociativo de
Identidade (TDI).
A saúde mental de uma criança ou adulto é sempre motivo para preocupação, tendo em
vista que a capacidade mental exerce influência na vida da pessoa e de quem está ao seu lado.
Dentre as várias situações que podem surgir neste aspecto da saúde humana, existe uma que
demonstra aquilo que especialistas chamam de sintomas neurológicos funcionais ou
dissociativos.
Eles podem ser considerados como sintomas neurológicos que o indivíduo tem e que são
gerados por emoções fortes ou por distúrbios psiquiátricos, não tendo causa orgânica. Os
sintomas não são resultado de infecção, tumor e nenhuma doença em si, mas por instabilidade
emocional.
Vale ressaltar que esses sintomas são reais e devem ser levadas a sério. Além disso, tais
sintomas também podem dar ao indivíduo sensação de formigamento, tremores, mão gelada;
indisposição intestinal (como se fosse vir uma crise de diarreia); sensação de tontura; enfim,
tudo isso é característica dos sintomas neurológicos funcionais ou dissociativos.
Todos nós já ouvimos falar, pelo menos uma vez na vida, sobre pessoas que vivem com
dupla personalidade. A dramaturgia e o cinema já retrataram esses casos, sendo o mais recente
mostrado no sucesso hollywoodiano ‘Fragmentado’, em que o protagonista transita entre 23
personalidades diferentes, alternado quimicamente. O problema é que essa variação existe na
vida real e é conhecido por Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI).
Este trabalho irá falar sobre os conceitos, tipos e subtipos deste transtorno de
personalidade, que afeta muitos indivíduos no mundo e ainda é desconhecido por algumas
pessoas, dentro de sua desorganização emocional.
Vou explicitar também, como são feitos os diagnósticos, tratamentos que envolvem este
transtorno e um caso verídico sobre o mesmo.
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2. DESENVOLVIMENTO
O grau observável das diferentes identidades varia. Elas tendem a ser mais evidentes
quando as pessoas estão sob estresse extremo. O que é conhecido por uma identidade pode ou
não ser conhecido por outra; i.e., uma identidade pode ter amnésia para eventos vividos por
outras identidades. Algumas identidades parecem conhecer e interagir com outras em um
mundo interno complexo, e algumas identidades interagem mais do que outras.
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Ao longo das últimas décadas, tornou-se cada vez mais claro que o TDI
é caracterizado por muito mais do que os “alters”. Pessoas com TDI
rotineiramente exibem uma gama variada de sintomas dissociativos. Em outras
palavras, TDI é mais do que um transtorno de identidades múltiplas; é um
transtorno dissociativo complexo e crônico (DELL, 2009, p. 392).
Possessão
Não possessão
Na forma de possessão, as identidades geralmente se manifestam como se fossem
um agente externo, normalmente um ser ou espírito sobrenatural (mas às vezes outra pessoa),
que assumiu o controle da pessoa, fazendo com que a ela fale e aja de uma maneira muito
diferente. Nesses casos, as diferentes identidades são muito evidentes (prontamente notadas
pelos outros). Em muitas culturas, estados de possessão semelhantes é parte normal da prática
cultural ou espiritual e não são considerados transtorno dissociativo de identidade. A forma de
possessão que ocorre no transtorno dissociativo de identidade difere pelo fato de que a
identidade alternativa é indesejada e ocorre involuntariamente, causa muita aflição e
deficiência e se manifesta em tempos e lugares que violam as normas culturais e/ou religiosas.
Formas de não possessão tendem a ser menos evidentes. As pessoas podem sentir
uma alteração súbita na forma como veem o self, talvez sentindo como se fossem
observadores de sua própria fala, emoções e ações, em vez de o agente. Muitos também têm
amnésia dissociativa recorrente.
3.1 Causas do problema.
Graças a esse traumatismo e outras experiências ruins, se cria um selo à unificação desse
canal. A morte de um parente próximo, por exemplo, impacta negativamente em alguém que
está crescendo. Ademais, doenças graves que exigiram recuperação cansativa e abusos também
colaboram ao surgimento do transtorno.
Cabe ressaltar que quanto mais um lar é estruturado, mais favorece ao crescimento desse
jovem. Isso porque permite que os pequenos nutram uma compreensão complexa, mas coesa
de si mesmos e dos demais. Aos que permanecem em estado emocional segregado, podem
fugir da realidade, se refugiando nas próprias mentes. Transtorno dissociativo de identidade
geralmente ocorre em pessoas que experimentaram trauma ou estresse opressivo durante a
infância.
Em contraste com a maioria das crianças que desenvolvem uma compreensão complexa
e coesa de si mesmas e dos outros, crianças gravemente maltratadas podem passar por fases
em que diferentes percepções e emoções são deixadas segregadas. Ao longo do tempo, essas
crianças podem desenvolver capacidade de escapar dos maus-tratos “se distanciando”—ou
seja, se desconectando de seus ambientes físicos adversos—ou buscando refúgio em suas
próprias mentes. Cada fase do desenvolvimento ou experiência traumática pode ser utilizada
para gerar uma identidade diferente.
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Em testes padronizados, as pessoas com esse transtorno têm classificação alta para
suscetibilidade à hipnose e dissociação (a capacidade de desatrelar memórias, percepções ou
identidades da consciência).
3.2 Sintomas.
a) Identidades múltiplas
Na forma de não possessão, as diferentes identidades muitas vezes não são tão
evidentes para os observadores. Em vez disso, pacientes experimentam sentimentos de
despersonalização; i. e., eles se sentem irreais, removidos de seu próprio self e desconectados
de seus processos físicos e mentais. Os pacientes dizem que se sentem como um observador de
suas vidas, como se estivessem em um filme sobre o qual não têm nenhum controle (perda da
entidade pessoal). Eles podem achar que seus corpos têm uma sensação diferente (p. ex., como
a de uma criança pequena ou alguém do sexo oposto) e não pertencem a eles. Eles podem ter
pensamentos repentinos, impulsos e emoções que parecem não pertencer a eles e que podem
se manifestar como múltiplos fluxos de pensamento confuso ou como vozes. Algumas
manifestações podem ser notadas pelos observadores. Por exemplo, atitudes, opiniões e
preferências dos pacientes (p. ex., em relação a alimentos, roupas ou interesses) podem mudar
subitamente, então mudar de volta. Pessoas com transtorno de identidade dissociativa também
sentem que suas atividades cotidianas são invadidas quando há uma alternância nas
identidades ou interferência por um estado de identidade no funcionamento do outro. Por
exemplo,
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no trabalho, uma identidade irritada pode repentinamente gritar com um colega ou
chefe.
características no indivíduo, ainda que ele mesmo não consiga vê-las. Sendo assim, quem
está próximo precisa se atentar a como esse age, observando:
c) Despersonalização
É como se ela pudesse se ver desconectado do seu próprio corpo. Sentem-se irreais,
expectadores de suas próprias vidas e ações. Além disso, há o surgimento de impulsos que
parecem não pertencer a essa pessoa, o que inclui sentimentos e pensamentos. Uma sensação
de invasão toma conta, já que as personalidades agem subitamente.
d) Amnésia
Por causa da alternância entre personalidades, esse indivíduo tem lacunas de memória
durante o seu dia. Com isso, pode não se lembrar de determinadas conversas ou atividades
feitas durante o dia. Esse tipo de reação é facilmente percebido por quem interage com ele,
visto que são pela ausência de memória completa.
e) Outros sintomas
Além de ouvir vozes, pacientes com transtorno dissociativo de identidade podem ter
alucinações visuais, táteis, olfativas e gustativas. Dessa forma, os pacientes podem ser
diagnosticados erroneamente como psicóticos. Mas esses sintomas alucinatórios diferem das
alucinações típicas dos transtornos psicóticos,
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como esquizofrenia. Pacientes com transtorno dissociativo de identidade sentem esses
sintomas como se viessem de uma identidade alternativa (p. ex., como se uma outra pessoa
quisesse chorar com seus próprios olhos, ouvir a voz de uma identidade alternativa criticando-
os).
Mudanças de identidade e barreiras amnésicas entre elas quase sempre resultam em vida
caótica. Geralmente, os pacientes tentam ocultar ou minimizar seus sintomas e os efeitos que
têm sobre os outros.
3.3 Diagnóstico.
O diagnóstico é constituído de ideias fundamentais para o desenvolvimento do trabalho
médico, as quais são baseadas em fenômenos que ocorrem com a pessoa e que são agrupados e
classificados conforme especificidades. Porém, como tais agrupamentos se dão por traços ou
sinais que guardam alguma semelhança entre si, muitas vezes patologias podem ser
confundidas em seu diagnóstico. Isso ocorre com a esquizofrenia e com o Transtorno
Dissociativo de Identidade (TDI), por exemplo, cujos sinais têm alguma semelhança.
Historicamente, as desordens dissociativas têm sido confundidas com a esquizofrenia,
inclusive em seus aspectos conceituais. Isso porque os sintomas de primeira ordem descritos
por Schneider – inserção do pensamento, percepção delirante, alucinações auditivas, dentre
outros – não são patognomônicos da esquizofrenia, mas também característicos do TDI,
Ainda que seja característica, não é tão fácil identificar por completo o transtorno
dissociativo de identidade nas pessoas. Isso porque determinado sinais acabam se confundindo
com outras doenças, levando a um diagnóstico incompleto sem conhecimento adequado. Em
geral, especialistas mais experientes se guiam por:
Nível de sofrimento
Além desses sintomas, é observado como esse ente segue a sua vida comum ou o mais
perto dela. Por meio de questionários e avaliações, se verificará o quanto a sua vida pessoal e
laboral está prejudicada. Ao invés de dedicar a uma vida comum e relaxada, se ele se ocupa no
conflito existente em sua mente.
b. Lacunas na memória
Por conta da sua dualidade mental, muitas vezes a memória também se fragmenta. Com
isso, alguém com esse transtorno tem dificuldades em reunir toda a sua vivência. Ele começa a
perder a memória de eventos que acontecem de forma comum em sua rotina. Isso inclui
conversas, dados pessoais e até eventos marcantes de sua vida.
3.4 Prognóstico.
O comprometimento no transtorno dissociativo de identidade varia significativamente.
Pode ser mínimo em pacientes altamente eficientes; nesses
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pacientes, relacionamentos (p. ex., com filhos, cônjuge ou amigos) podem ser
prejudicados mais do que o funcionamento ocupacional. Com tratamento, o funcionamento
relacional, social e ocupacional pode melhorar, mas alguns pacientes respondem muito
lentamente ao tratamento e pode ser necessário tratamento de suporte a longo prazo.
3.5 Tratamento.
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feito um estudo de cada personalidade integrada ali. A ideia é descobrir como elas
surgiram e fazer com que passem a colaborar entre si e reduzam os sintomas.
Já que cada caso varia bastante, alguns necessitam de internação enquanto outros podem
fazer acompanhamento de forma livre. Independente de qual seja, é preciso ter em mente que o
tratamento não pode ser interrompido. A partir do momento em que as causas da dissociação
forem identificadas, o trabalho de junção não pode parar.
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Para recuperar a memória, um ambiente que forneça apoio e, algumas vezes, hipnose
ou um estado semi-hipnótico induzido por farmaco.
Psicoterapia para lidar com questões associadas às memórias recuperadas dos
eventos estressantes ou traumáticos
A precisão de memórias recuperadas com essas estratégias só pode ser determinada com
corroboração externa. Entretanto, independente do grau de precisão histórica, preencher essa
lacuna, o máximo possível, com frequência é útil terapeuticamente para restaurar a
continuidade da identidade e noção do eu do paciente, além de criar uma narrativa coerente de
vida.
Uma vez que a amnésia for preenchida, o tratamento ajuda com o seguinte:
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com os tipos de situações, conflitos e emoções que precipitaram a fuga e, assim,
desenvolver respostas melhores a esses eventos e ajudar a prevenir a recorrência das fugas.
A britânica Melanie Goodwin, de 64 anos, tinha uma vida normal, apesar de não se
lembrar de nenhuma memória de sua infância e parte de sua adolescência. Porém, desde os
seus 40 anos de idade, após uma tragédia familiar, as coisas mudaram e aos poucos, Melanie
descobriu dentro de si diferentes personalidades, de suas diferentes fases da vida a partir dos
três anos de idade, segundo informações da rede britânica BBC.
“Nós [forma como ela se refere a suas diferentes personalidades] tínhamos várias partes
adultas. No desenvolvimento deveria haver uma transferência, mas como não crescemos
naturalmente, adaptamos a nós mesmos. No fim, havia nove partes adultas diferentes, cada
uma administrando um estágio de nossa vida adulta sem abusos.”, contou à BBC.
Felizmente, hoje, com apoio psiquiátrico e de seu marido, ela aprendeu a viver e a
conviver com suas múltiplas personalidades.
A. MÚLTIPLAS PERSONALIDADES
Porém, chegar nesse estágio harmônico não foi fácil. A descoberta das diferentes
personalidades trouxe à sua consciência não só as lembranças perdidas, mas também memórias
de abuso que havia sofrido na infância, o primeiro com apenas três anos de idade, e na
adolescência – o último foi aos 16 anos. “Eu não tenho
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provas. Eu tenho que aceitar o que eu acredito que aconteceu, a minha realidade.”, disse.
B. TRAUMAS NA INFÂNCIA
Hoje, Melanie é tratada no Centro Pottergate para Dissociação e Trauma, em Norwich,
no Reino Unido. Remy Aquarone, psicoterapeuta administrador do centro, disse à BBC que na
maioria dos casos diagnosticados de TDI existe um histórico de abuso infantil, muitas vezes
iniciado antes dos cinco anos.
A criança, ao tentar lidar com essas experiências traumáticas tão cedo, divide-se em
partes. Uma parte lida com o abuso e as consequências emocionais e físicas e outra continuam
a lidar com a existência cotidiana, permitindo que ela siga em frente.
“Ela está usando sua cognição inconsciente para adaptar sua maneira de pensar e seu
comportamento para conseguir se manter segura. O trauma pode congelar você no tempo. E
porque o trauma continua com o passar dos anos, há vários pequenos congelamentos
acontecendo por toda parte.”, explicou Aquarone.
C. LIGAÇÕES AFETIVAS
No entanto, nem todas as pessoas que passam por abusos na infância desenvolvem o
transtorno. Segundo o especialistas, fatores como a ausência de ligação
“Suas relações tendem a ser mais tranquilas. Elas tendem a ganhar mais dinheiro, ser
mais apreciadas e reconhecidas pelos outros e se meter menos em brigas. Elas também tendem
a experienciar a vida com mais tranquilidade, então é mais agradável para elas”, disse Wendy
Johnson, professora de psicologia da Universidade de Edimburgo.
Por outro lado, sem essa laço, a criança cresce sem referências e precisa se defender
sozinha. Para Melanie, é exatamente isso que falta para as pessoas com TDI. “O que não
tivemos quando criança é um pai ou mãe metaforicamente segurando você e o ajudando a
aprender como lidar consigo mesmo.”
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D. FALTA DE ESTABILIDADE
“Na verdade, nossos ambientes tendem a ter mais estabilidade, o que contribui à
consistência que tendemos a demonstrar”, explicou Wendy. Se as influências externas mudam,
até mesmo na vida adulta, nós também mudamos. Perder o emprego ou ter filhos são grandes
mudanças que surpreendem nossos comportamentos. Por isso os questionamentos de
identidade entre os jovens, no início da vida adulta, é algo tão discutido.
Essa estabilidade não é presente na vida de quem vive com identidades dissociativas,
portanto, suas personalidades podem mudar dramaticamente. Melanie tem uma parte anoréxica
e uma parte que já tentou suicídio duas vezes, quando as barreiras das personalidades não
pareciam suportar a dor. Sua parte de três anos de idade se assusta facilmente com coisas que
trazem de voltalembranças de seus traumas, como um cheiro ou o andar de um homem. Nesses
casos, ela congela ou até mesmo se esconde. Por outro lado, sua parte de 16 anos pode até
flertar.
E. MEMÓRIAS APAGADAS
Algumas pessoas com o transtorno podem se sentir perdidas no tempo, como se
estivessem sempre pulando dias ou até mesmo semanas. “Algumas pessoas desenvolvem casos
[extraconjugais]. Bem, não são exatamente casos porque elas não tinham ideia de que eram
casadas”, explicou Melanie. “Você nasce e tem uma linha do tempo com toda sua vida. Se
você ficar fragmentado, você não tem mais essa linha.”
“Surpreendentemente, ele achou que fazia sentido e contou-lhe que uma vez havia
perguntado se ela queria café e Melanie disse ‘Sim, adoraria um café”. No dia seguinte ele
perguntaria ‘Você quer um café?’ e ela respondeu “Você sabe que eu não bebo café, sou
alérgica a café!”.
Hoje, Melanie sabe que a parte de 16 anos não consegue beber café, mas ela ama café.
No entanto, ao contrário de outras pessoas com TDI, ela sente que há uma parte dominante
com uma idade compatível com a de seu corpo.
G. CONVIVÊNCIA
Durante os dez anos que se passou depois de suas identidades emergirem, Melanie
acreditava ser impossível administrar qualquer coisa além do básico em sua vida.
Com o tempo, ela aprendeu a ouvir suas vozes e as histórias que tinham a contar.
“Aprendemos a compartilhar essa vida em comum entre nós”. Agora, ela dirige a associação
First Person Plural (Primeira Pessoa do Plural, em tradução livre), onde conversam com
psicólogos, psiquiatras e cuidadores, com o objetivo de divulgar mais informações sobre o
TDI.
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indivíduos que fingem TDI parecem gostar de ter o distúrbio, em forte contraste com o
fato de que o transtorno implica em sofrimento e prejuízo clinicamente significativos. Por fim,
o indivíduo que sofre de TDI frequentemente apresenta variações de identidade extremadas
(por exemplo, personalidades muito boazinhas versus muito más), às vezes com perda de
memória fingida, como um meio de obter um objetivo específico (por exemplo, evitar punições
criminais). Como em todo fingimento, estabelecer se há (e qual é) o incentivo externo é
fundamental (SCOTT, 2015). Os psicólogos forenses se deparam por vezes com a tarefa de
educar o juiz, o júri ou advogados sobre a evidência científica a respeito dos sintomas de
transtornos mentais – podendo-se incluir aqui os transtornos dissociativos – de modo a auxiliar
na tomada de decisões em processos criminais. Nesse sentido, em um ensaio de duas partes,
Brand et al. (2017a, 2017b) fornecem informações e conselhos a especialistas em transtornos
dissociativos sobre como avaliar os sintomas de TDI e sua relação com abusos de que o réu
seja acusado, por exemplo. Os autores defendem a importância de se investigar um histórico de
traumas na infância e ao longo da vida da vítima, bem como seu histórico de sintomas e
episódios dissociativos. Salientam também a importância de se reconhecer a dificuldade que
algumas pessoas possuem de assumir que tenham sofrido abusos ou que sejam portadoras de
um transtorno. Defendem que a falta de informações por parte do juiz ou do júri podem levar a
decisões equivocadas, baseadas no estereótipo de que a vítima esteja inventando uma doença
quando, na verdade, seu quadro é real e pode ser diagnosticado por um especialista.
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3. 4.0 CONCLUSÕES FINAIS.
Para quem convive com alguém que tem o transtorno dissociativo de identidade a rotina
nunca é fácil. Não há como saber com quem você está interagindo no momento e o clima
imprevisível assusta bastante. Todavia, é justamente essa pessoa que ajudará na reabilitação do
ente a uma vida saudável.
Caso alguém que conheça demonstre sinais ou tenha declaradamente o problema, oferte
apoio durante o tratamento. Sua intervenção, ainda que mínima, pode trazer resultados que
elevarão a proposta inicial da psicoterapia. Mesmo que
esse não se cure por completo do problema, terá mais controle de si e da qualidade de
vida que leva.
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possibilidade de que concepções populares acerca do TDI, fomentadas pela mídia e pelo
mundo do entretenimento, não correspondam sempre à maneira como esses casos se
apresentarão e podem até mesmo influenciar negativamente a confiabilidade da avaliação
clínica ou forense.
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4. 6. BIBLIOGRAFIA
Link: https://www.psicanaliseclinica.com/transtorno-dissociativo-de-identidade/
Link: http://clinicasocial.com.br/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=50
1. Johnson JG, Cohen P, Kasen S, Brook JS: Dissociative disorders among adults in the community,
impaired functioning, and axis I and II comorbidity. J Psychiatr Res 40 (2):131–140, 2006.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders,
fifth edition (DSM-5). Washington, DC: American Psychiatric Publishing.
Link https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-mental/transtornos-
dissociativos/transtorno-dissociativo-de-identidade
Link:http://www.psiqweb.med.br/site/DefaultLimpo.aspx?area=ES/VerClassificacoes&idZClassificaco
es=214
Link http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbtcc/v16n1/v16n1a07.pdf
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