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Transtornos

Dissociativos

Centro Universitário
Brasileiro (UNIBRA)
DEFINIÇÕES
Psicologia I

Principais seções desta apresentação de transtornos


Dissociativos

Você já esteve andando na rua, chegou em um lugar e de repente se questionou

“como eu vim parar aqui?”, sem lembrar do trajeto que realizou até o momento?

Então você já vivenciou uma dissociação. Esse fenômeno é comum e todos

passam por ele, sem que isso seja indicativo de que algo está errado.

Os Transtornos Dissociativos são caracterizados por perturbação ou

descontinuidade da integração normal de consciência, memória, identidade,

emoção, percepção, representação corporal, controle motor e comportamento.


DEFINIÇÕES
Psicologia I

Principais seções desta apresentação de transtornos


Dissociativos

Os Sintomas Dissociativos podem potencialmente perturbar todas as áreas do

funcionamento psicológico. Este capítulo inclui Transtorno Dissociativo de

Identidade, Amnésia Dissociativa, Transtorno de

Despersonalização/Desrealização, outro Transtorno Dissociativo Especificado e

Transtorno Dissociativo Não Especificado.


Os Transtornos Dissociativos ocorrem quando uma pessoa passa por estados

dissociativos intensos ou com muita frequência. A Dissociação pode ser vista

como um mecanismo de defesa em situações de muito estresse.


SUBTIPOS

Transtorno
Amnésia
Transtorno de

Dissociativo de
Dissociativa Dispersonalização/

Identidade Disrealização
TRANSTORNO
DISSOCIATIVO DE
IDENTIDADE

Pessoas com transtorno dissociativo de identidade (TDI) podem adotar mais de cem novas
identidades, todas coexistindo
simultaneamente, embora o número médio seja 15. Em alguns
casos, as identidades são completas, têm seu próprio comportamento, tom de voz e gestos.
Mas em muitos casos apenas algumas características são distintas, porque as identidades são
parcialmente independentes, então não é verdade que existam
"múltiplas" personalidades completas. Contudo, o nome do
transtorno foi alterado de transtorno de múltipla personalidade
para TDI na edição anterior do DSM, DSM-IV.
Características
A pessoa que se torna o paciente e pede tratamento geralmente é uma personalidade "hóspede".
As personalidades hóspedes
tentam manter vários fragmentos da identidade juntos, mas
acabam sendo subjugadas. A primeira personalidade a procurar tratamento é raramente a
personalidade original da pessoa.
Geralmente, a personalidade hóspede se desenvolve posteriormente (Putnam, 1992). Muitos
pacientes têm pelo menos um.
A transição de uma personalidade para outra é chamada troca.
Geralmente a troca é instantânea (embora no cinema e na televisão ela seja estendida para efeito
dramático). Durante as trocas,
é possível que surjam transformações físicas. Postura, expressões
faciais, padrões de rugas faciais e até mesmo deficiências físicas
podem surgir. Em determinado estudo, mudanças de lateralidade
(destro para canhoto ou vice-versa) aconteceram em 37% dos casos (Putnam, Guroff, Silberman,
Barban & Post, 1986).
Prevalência

A prevalência em 12 meses do transtorno dissociativo de identidade entre adultos em


um estudo
de uma pequena comunidade nos Estados Unidos foi de 1,5%. A prevalência por
gêneros nesse
estudo foi de 1,6% para homens e 1,4% para mulheres.

Fatores de Risco e Prognóstico

Ambientais. O abuso físico e sexual está associado a um risco maior de transtorno


dissociativo
de identidade. A prevalência de abuso e negligência infantil nos Estados Unidos, no Canadá e na
Europa entre os que sofrem do transtorno fica em torno de 90%. Outras formas de experiências
traumatizantes, incluindo procedimentos médicos e cirúrgicos na infância, guerra, prostituição
infantil e terrorismo, foram relatadas.
Modificadores do curso. O abuso permanente, a retraumatização mais tarde na vida e a
comorbidade com transtornos mentais, a presença de doença médica grave e a demora em
obter o
tratamento adequado estão associados a um pior prognóstico.
Amnésia

Dissociativa
A amnésia dissociativa diz respeito a quando uma pessoa não consegue se lembrar de
informações a respeito de si mesma. É diferente de um simples esquecimento das
informações, que geralmente são recuperadas com o tempo.
Na amnésia dissociativa, a pessoa pode perder completamente memórias a respeito de si
mesma, de acontecimentos importantes em sua vida, detalhes acerca de sua identidade e
personalidade, entre outros, sem que haja uma causa orgânica para tal.
Em geral, as memórias “esquecidas” nesses casos são memórias traumáticas,
especialmente de eventos aversivos ocorridos durante a infância. Porém, em casos mais
graves (e raros), a pessoa pode esquecer completamente quem ela é e sua história de vida.
No Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais consta que a amnésia
dissociativa pode ser categorizada em:
No Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais consta que a amnésia dissociativa pode
ser categorizada em:

Localizada: Refere-se a um evento ou a um período de tempo;

Seletiva: Refere-se a algum aspecto específico de um evento;

Generalizada: Esquecimento da identidade e história de vida.

Com frequência, o indivíduo também não tem consciência do esquecimento. Ele não sabe que tem
informação faltando; é como se certos eventos nunca tivessem realmente acontecido com ele.

Prevalência

A prevalência em 12 meses da amnésia dissociativa entre adultos de um estudo de uma pequena


comunidade nos Estados Unidos foi de 1,8% (1,0% para homens; 2,6% para mulheres).
Fatores de Risco e Prognóstico

Ambientais. Experiências traumáticas únicas ou repetidas (ex., guerra, maus-tratos infantis,


desastre natural, confinamento em campos de concentração, genocídio) são antecedentes
comuns. A amnésia dissociativa tende a ocorrer mais conforme um número maior de
experiências adversas na infância, particularmente abuso físico e/ou sexual; violência
interpessoal; e maior gravidade, frequência e violência do trauma.

Genéticos e fisiológico - Não existem estudos genéticos de amnésia dissociativa. Estudos


de dissociação demonstram fatores genéticos e ambientais significativos em amostras
tanto clínicas quanto não clínicas.

Risco de Suicídio
Comportamentos suicidas e outros comportamentos autodestrutivos são comuns em
indivíduos com amnésia dissociativa. O comportamento suicida pode representar risco
particular quando a amnésia cede repentinamente e sobrecarrega o indivíduo com
recordações intoleráveis.
TRANSTONO DE

DESPERSONALIZAÇÃO/

DESREALIZAÇÃO

Esse transtorno é diagnosticado quando uma pessoa passa por frequência pelos fenômenos de
despersonalização, conceituado como uma sensação de desconexão consigo mesmo, e/ou
desrealização, que pode ser descrito como uma desconexão com o mundo e com as pessoas, na qual
tudo parece irreal.
A pessoa pode apresentar um comportamento não responsivo ou parecer não ter emoções.
Essas experiências podem acontecer em pessoas saudáveis, mas quando são frequentes, intensas e
duradouras, trazendo prejuízos significativos, pode-se considerar um transtorno dissociativo.
A pessoa que sofre com essas condições sabe que ela está vivenciando um fenômeno diferente, tendo
consciência de que está em um estado alterado. Não há perda de consciência da realidade. Sendo assim,
a pessoa ainda tem consciência das coisas que estão acontecendo ao seu redor, apenas sente uma
desconexão entre ela e o mundo exterior. Não há sintomas psicóticos como delírios e alucinações.
Ainda assim, esses estados são bastante desconfortáveis e podem trazer sofrimento significativo para o
indivíduo.
Prevalência

Sintomas transitórios de despersonalização/desrealização que duram de horas


a dias são comuns na população em geral. A prevalência em 12 meses do
transtorno de despersonalização/desrealização é consideravelmente menor do
que a de sintomas transitórios, embora estimativas precisas do transtorno não
estejam disponíveis. Em termos gerais, aproximadamente metade de todos os
adultos já sofreu pelo menos um episódio na vida de
despersonalização/desrealização.
Entretanto, a sintomatologia que satisfaz plenamente os critérios para
transtorno de despersonalização/desrealização é consideravelmente menos
comum do que sintomas transitórios. A prevalência durante a vida nos Estados
Unidos e em outros países é de cerca de 2% (faixa de 0,8 a 2,8%). A proporção
de gênero para o transtorno é de 1:1.
Questões Diagnósticas Relativas à Cultura

Experiências de despersonalização/desrealização induzidas


voluntariamente podem fazer parte de práticas de meditação
prevalentes em muitas religiões e culturas e não devem ser
diagnosticadas como um transtorno. Entretanto, existem
indivíduos que inicialmente induzem esses estados de maneira
intencional, mas com o tempo perdem o controle sobre eles e
podem desenvolver medo e aversão por práticas relacionadas.
SINTOMAS
Os sintomas dos transtornos dissociativos
podem variar conforme o transtorno, sendo os
mais comuns:

Perda de memórias de determinados


Sensação de desprendimento de si

acontecimentos, pessoas, períodos de tempo,


mesmo ou das suas emoções

entre outros;
(despersonalização);
SINTOMAS
Os sintomas dos transtornos dissociativos
podem variar conforme o transtorno, sendo os
mais comuns:
Sensação de desprendimento do

ambiente, incluindo a sensação de

Fragmentação da
irrealidade do mundo e das pessoas ao

identidade; redor (desrealização);


SINTOMAS
Os sintomas dos transtornos dissociativos
podem variar conforme o transtorno, sendo os
mais comuns:

Amnésia dissociativa (perda de


Perda da continuidade da

memória de informações pessoais


experiência
importantes; fuga dissociativa.
Defesa de TCC

Os transtornos dissociativos ocorrem quando uma pessoa


passa por estados dissociativos intensos ou com muita
frequência.
CAUSAS A dissociação pode ser vista como um mecanismo de defesa em
situações de muito estresse. Através desse distanciamento, a
pessoa evita de se envolver emocionalmente com a situação,
pensando de forma inconsciente “isso não está acontecendo
comigo”.
O problema é que a dissociação também afeta o
processamento das memórias e percepções acerca desses
eventos e, com isso, a pessoa pode continuar vivendo como se
estivesse em um momento traumático mesmo após o término
do evento.
CAUSAS Geralmente pessoas que desenvolvem transtornos dissociativos
passam por diversos eventos traumáticos como abusos e maus-
tratos durante a infância, acidentes, desastres, morte de entes
queridos, entre outros, ou conflitos internos intoleráveis.

Embora não sejam transtornos dissociativos em si, há uma grande


ligação do fenômeno da dissociação com transtornos de estresse
pós-traumático e transtorno de estresse agudo. Esses transtornos
apresentam sintomas dissociativos como amnésia, flashbacks,
despersonalização e/ou desrealização.
Referências
American Psychiatric Association (2014). DSM-5 – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.

Livro - Psicopatologia: Uma abordagem integrada

https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-
dissociativos/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-dissociativos

https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/dissociative-disorders/symptoms-causes/syc-
20355215

https://www.psychiatry.org/patients-families/dissociative-disorders/what-are-dissociative-disorders

https://www.nami.org/learn-more/mental-health-conditions/dissociative-disorders

https://www.nhs.uk/conditions/dissociative-disorders/

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