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E. S.

AUGUSTO CABRITA
ANO LECTIVO 2008/2009 Ficha Informativa
BIOLOGIA E GEOLOGIA Natureza e replicação dos vírus
11º ANO
Professora: Paula Pisa Rosa

Em 1892, no decurso de experiências de isolamento de microrganismos patogénicos, recorrendo à filtração,


Ivanowski identificou um agente capaz de atravessar os filtros que retêm as bactérias, em nada semelhante
aos agentes infecciosos conhecidos, o qual designou de “vírus filtrante”. Devido às suas reduzidas dimensões,
não foi possível a sua observação com os mais potentes microscópios da época.
Desde então, foram identificados numerosos vírus causadores de infecções em animais, plantas e bactérias,
tendo sido demonstrado experimentalmente que os vírus são inertes fora da célula viva, não podendo
reproduzir-se, alimentar-se ou crescer. Alguns podem até mesmo cristalizar como minerais. No entanto,
quando entram em contacto com tecidos vivos específicos, controlam toda a maquinaria celular de forma a
serem produzidas cópias do seu ácido nucleico e proteínas virais, replicando-se. São, portanto, parasitas
intracelulares obrigatórios.
Estudos químicos e de Microscopia Electrónica revelaram que os vírus são constituídos, basicamente, por um
só tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA, de cadeia simples ou dupla, um revestimento proteico, a cápside, que
adquire, em função do tipo de proteínas que a constituem, formas muito variadas e proteínas de ligação que
permitem o seu acoplamento à célula hospedeira. Podem ainda apresentar um envelope lipídico ou
lipoproteico.

Bacteriofago
Diferentes formas de vírus
Um tipo particular de vírus, os bacteriofagos, são vírus de DNA que infectam bactérias. Possuem uma
cápside icosaédrica e uma cauda contráctil, através da qual adsorvem à parede bacteriana, injectando no
citoplasma o seu ácido nucleico.
Embora existam diferentes mecanismos de replicação viral, são comuns as etapas a seguir referenciadas. A
adsorção, que envolve a participação de receptores específicos na superfície da célula hospedeira e de
macromoléculas da partícula viral. A penetração e desnudamento, durante a qual o ácido nucleico é injectado
no citoplasma da célula hospedeira, podendo a partícula viral penetrar por fagocitose ou, quando existe
envelope lipídico ou lipoproteico, por fusão deste com a membrana celular. A replicação activa do ácido
nucleico e a síntese de proteínas virais, que ocorre através do funcionamento da maquinaria celular,
totalmente controlada pelo ácido nucleico viral. Finalmente a montagem e libertação, durante a qual são
libertados novos vírus, podendo verificar-se ou não a lise da célula hospedeira.
Do ponto de vista evolutivo e embora se tenha sugerido que os vírus constituem o tão procurado sistema de
transição entre o mundo vivo e o não vivo, parece haver um consenso de que estes não representariam a
forma de vida mais primitiva, principalmente por dependerem da presença de células vivas para a sua
sobrevivência. A hipótese de se tratarem de elementos subcelulares macromoleculares isolados, libertos
secundariamente das células no decurso da evolução, os quais se mantêm íntegros, embora inertes, podendo
reintegrar-se na dinâmica do metabolismo celular em qualquer momento mediante infecção, parece ter maior
aceitação. Referem-se, no entanto, as principais teorias sobre a sua origem:
Teoria Regressiva – Evolução de formas degeneradas de parasitas intracelulares?
Teoria Progressiva – Evolução autónoma a partir de simples moléculas de ácidos nucleicos – pseudogenes?
Teoria da co-evolução – Evolução paralela e interactiva com as outras formas de vida (hospedeiros)?

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