A Teoria da Abiogênese ou da Geração Espontânea admitia que os seres vivos eram originados a partir de uma matéria bruta sem vida. Seus defensores, dentre eles, Aristóteles, afirmavam que existia uma “força vital” em alguns tipos de matéria orgânica, que era responsável por originar os seres vivos. 2. Como Pasteur descobriu a vida microbiana? Adepto da Teoria da Biogênese, ao realizar um experimento “Pescoço de Cisne”, em que ele colocava um caldo nutritivo a um balão de vidro com gargalo alongado. Depois da fervura, deixando o balão em repouso por muito tempo, percebeu que o líquido permanecia estéril. Isso foi possível devido a dois fatores: O primeiro foi consequente ao empecilho físico, causado pela sinuosidade do gargalo. O segundo ocasionado pela adesão de partículas de impureza e micro-organismos às gotículas de água formadas na superfície interna do gargalo durante a condensação do vapor, emitido pelo aquecimento e resfriado quando em repouso. Depois de alguns dias, ao verificar a não contaminação, Pasteur quebrou o gargalo, expondo o caldo inerte aos micro- organismos suspensos no ar, favorecendo condições adequadas para a proliferação de germes. Esse cientista além de contribuir para o fim do equívoco abiogenista, também desenvolveu, a partir da aplicação do aquecimento e resfriamento simultâneo, a técnica de pasteurização largamente utilizada para conservação dos alimentos. 3. O que entende por tecnologia do DNA recombinante? A clonagem molecular é uma técnica da engenharia genética conhecida também por DNA recombinante, clonagem gênica ou manipulação gênica. Essa tecnologia permite pegar um “pedaço” do DNA e combiná-lo com outro, produzindo muitas cópias de diferentes combinações genéticas. Desde os anos 60 uma série de descobertas revolucionaram o estudo da genética e permitiram um grande desenvolvimento da engenharia genética. Desde então a utilização do DNA recombinante ganhou espaço e tem crescido absurdamente com inúmeras aplicações e aprimoramento das técnicas. A clonagem molecular pode fazer com que genes estranhos sejam expressos em bactérias e leveduras ou mesmo em outras células superiores. As indústrias química, farmacêutica e agrária investem milhões em seu desenvolvimento. Esta tecnologia permite estudar os genes e os seus produtos, obter organismos transgênicos e realizar terapia gênica. 4. Faça um resumo da evolução histórica da classificação dos seres vivos Aristóteles (384-322 a.C.): Aristóteles foi um dos primeiros a tentar classificar os seres vivos. Ele classificou os organismos em duas categorias principais: plantas e animais, com base em critérios morfológicos simples. Sistema de Classificação de Lineu (1707-1778): Carl von Linne também conhecido como Lineu, é frequentemente considerado o pai da taxonomia moderna. Somente no século XVIII, o botânico Carolus Linnaeus elaborou uma forma de classificação dos seres vivos, dividindo-os em três reinos: mineral, vegetal e animal, e cinco categorias, eles se diferenciariam quanto à: Classe, Ordem, Gênero, Espécie, Filo e Família. Um século depois, outros reinos foram adicionais, e os organismos podiam ser agrupados em: Reino Monera, Reino Fungi, Reino Protista, Plantae e Animalia Evolução e Teoria de Darwin (século XIX): Com a publicação da obra "A Origem das Espécies" por Charles Darwin em 1859, a visão da classificação biológica começou a mudar. A teoria da evolução por seleção natural proposta por Darwin forneceu uma nova perspectiva sobre as relações entre os seres vivos e influenciou a classificação dos organismos com base em sua história evolutiva. Sistema de Três Domínios (século XX): Com o avanço da biologia molecular e das técnicas de análise genética, tornou-se evidente que a classificação baseada apenas em características morfológicas era insuficiente. Em 1977, Carl Woese propôs o sistema de três domínios: Bactérias, Archaea e Eucariotos, com base em diferenças nas sequências de ácidos nucleicos. Filogenética e Sistemática Molecular (século XXI): A filogenética molecular se tornou uma ferramenta essencial na classificação dos seres vivos. Ela utiliza informações moleculares, como sequências de DNA e proteínas, para reconstruir as relações evolutivas entre os organismos. Essa abordagem tem levado a ajustes significativos na classificação taxonômica, resultando em mudanças em níveis taxonômicos superiores, bem como na redefinição de grupos específicos de organismos.
5. Exemplifique espécies bacterianas que possuem fimbrias e flagelos.
Escherichia coli (E. coli): Fimbrias: E. coli possui fimbrias que ajudam na adesão a superfícies e na colonização de tecidos hospedeiros. Flagelos: E. coli também possui flagelos que permitem a locomoção e a movimentação através de ambientes líquidos, como no trato gastrointestinal. Salmonella spp. Fimbrias: Salmonella spp. possui fimbrias que desempenham um papel importante na aderência às células hospedeiras e na formação de biofilmes. Flagelos: Salmonella também é conhecida por seus flagelos, que lhe permitem se mover e penetrar nas células do hospedeiro. Pseudomonas aeruginosa: Fimbrias: P. aeruginosa possui fimbrias que desempenham um papel na adesão a superfícies e na formação de biofilmes, especialmente em ambientes hospitalares e em pacientes com fibrose cística. Flagelos: Esta bactéria possui flagelos que lhe conferem capacidade de nadar em ambientes aquáticos e também de se mover através de fluidos viscosos. Vibrio cholerae: Fimbrias: V. cholerae possui fimbrias que ajudam na aderência às células intestinais humanas durante a infecção. Flagelos: Os flagelos permitem que V. cholerae se mova através do ambiente aquático e infecte o trato gastrointestinal humano. 6. Como funciona a permeabilidade da parede celular bacteriana? Ela é capaz de selecionar o que entra e o que sai da célula, deixando apenas algumas substâncias passarem por ela. Devido à capacidade de selecionar o que entra e o que sai, diz-se que a membrana plasmática apresenta permeabilidade seletiva. Uma das principais funções da membrana plasmática é selecionar as substâncias que vão entrar e as que vão sair da célula. Devido a isso, dizemos que a membrana plasmática apresenta permeabilidade seletiva. Algumas substâncias, para entrarem e saírem da célula, não geram gasto energia, outras, no entanto, envolvem esse gasto. De acordo com essas características, podemos observar dois tipos de transporte na célula: o passivo e o ativo. O transporte passivo não envolve gasto de energia e pode ser de três tipos: difusão simples, osmose e difusão facilitada. Na difusão simples, uma substância move-se do meio mais concentrado para o menos concentrado. Na osmose, o solvente passa, pela membrana, do meio menos concentrado para o mais concentrado. Por fim, na difusão facilitada, proteínas carreadoras garantem o processo de transporte de substâncias. No transporte ativo, ocorre o gasto de energia para transportar uma substância. A bomba de sódio-potássio é um tipo de transporte ativo, nesse processo há o bombeamento de íons contra o gradiente de concentração.
7. Como se apresenta o cromossomo das bactérias?
Bactérias e cianobactérias, são seres que não possuem um núcleo definido e apresentam o material genético disperso no citoplasma sem nenhum envoltório nuclear. Nesses organismos, ocorre a presença do chamado nucleoide. O nucleoide, também chamado de cromossomo bacteriano, é a região onde se encontra o DNA do organismo procarionte. No nucleoide, o DNA apresenta-se geralmente como uma única molécula de DNA dupla fita circular. Diferentemente do DNA de células eucariontes, não se observa a presença de proteínas histonas, as quais estão relacionadas com o processo de compactação e descompactação do DNA. A estrutura do nucleoide é muito variável e está diretamente relacionada com o estado fisiológico da célula.
8. Como ocorre as mutações e recombinações na célula bacteriana?
Mutação espontânea: As mutações podem ocorrer espontaneamente durante a replicação do DNA bacteriano. Erros durante a replicação do DNA, exposição a agentes mutagênicos, radiação UV, produtos químicos e outras influências ambientais podem causar mudanças na sequência de nucleotídeos do DNA.
Recombinação genética: A recombinação genética em bactérias pode ocorrer
de várias maneiras, incluindo: A transformação bacteriana ocorre pela absorção de fragmentos de DNA presentes no ambiente, originados de outras bactérias mortas e decompostas. Essa molécula ou fragmento será incorporado ao DNA da bactéria através da permuta de bases entre o DNA original e o fragmento absorvido. Transdução é quando uma bactéria tem pedaços de seu material genético transportado para outra bactéria, através da ação de vírus bacteriófagos. Para que isso aconteça há necessidade de que, no momento em que novos bacteriófagos são formados, pedaços do DNA bacteriano sejam incorporados ao material genético viral. A conjugação é o tipo de reprodução recombinante mais conhecido. Neste evento, existe a formação de uma ponte ou pelo que conectará duas bactérias. A bactéria que doar seu material genético não sofrerá modificação, mas a receptora sairá desta conjugação modificada. Durante a ligação é transferido, da bactéria doadora, um pedaço de DNA chamado de plasmídio F (de fertilidade) que se recombina com o material genético da bactéria receptora, ocorrendo modificações.
Mobilidade genética: Além das formas mencionadas acima, as bactérias
podem adquirir e transferir material genético através de elementos genéticos móveis, como plasmídeos, transposons e integrons. Esses elementos podem transportar genes de resistência a antibióticos, toxinas bacterianas e outros fatores de virulência.
9- Como ocorre a conjugação na célula bacteriana?
É um mecanismo de transferência do material genético entre duas bactérias, uma doadora e outra receptora. Ela é mediada pelo plasmídeo, um fragmento circular de DNA que se replica de modo independente do cromossomo da célula. Essa reprodução requer o contato direto entre bactérias e elas devem ser de tipos opostos de acasalamento, ou seja, a célula doadora deve transportar o plasmídeo, já a célula receptora normalmente não precisa. Esse plasmídeo, durante a transferência, passa uma cópia do filamento simples de DNA para a bactéria receptora, onde será sintetizado.
10- Como ocorre o processo de engenharia genética utilizando os plamídios
bacterianos? Na Engenharia Genética, os plasmídeos são utilizados como vetores de clonagem, transportando genes, ou fragmentos de um DNA a ser clonado para dentro da célula hospedeira. Os plasmídeos podem ser modificados para carregar novos genes. O plasmídeo bacteriano possui a capacidade de inserir um fragmento de DNA externo ao seu próprio genoma. Essa técnica consiste na formação de DNA recombinante. A partir do DNA recombinante, os plasmídeos são usados para multiplicar ou expressar genes de interesse. Outro uso importante é a produção de grandes quantidades de proteínas. Neste caso, cultiva-se as bactérias que contém plasmídeos, onde são inseridos os genes que codificam a proteína que se pretende produzir.