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UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO - “Prof.

José de Souza Herdy”


UNIGRANRIO - ESCOLA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
ENGENHARIA QUÍMICA

Hugo de Alencar Ribeiro


Laura Rodrigues dos Santos

DESSALINIZAÇÃO E POTABILIZAÇÃO DE ÁGUAS MARINHAS

Projeto Final - Trabalho de Conclusão de Curso

Duque de Caxias
2021
Hugo de Alencar Ribeiro - 5900920
Laura Rodrigues dos Santos - 5900937

DESSALINIZAÇÃO E POTABILIZAÇÃO DE ÁGUAS MARINHAS

Projeto Final - Trabalho de Conclusão de Curso

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Escola de Ciência e Tecnologia da
Universidade do Grande Rio – “Prof. José de
Souza Herdy”, como parte dos requisitos
parciais para a obtenção do grau de Bacharel
em Engenharia Química.

Orientador: Marlon Demauir Cozine Silva


Coorientadora: Márcia de Melo Dorea

Duque de Caxias- RJ
2021
CATALOGAÇÃO NA FONTE

UNIGRANRIO – NÚCLEO DE COORDENAÇÃO DE BIBLIOTECAS

R484d Ribeiro, Hugo de Alencar.

Dessalinização e potabilização de águas marinhas / Hugo de Alencar


Ribeiro, Laura Rodrigues dos Santos. – Duque de Caxias, 2021.

45 f. : il. ; 30 cm.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação em Engenharia Química) –


Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy”, Escola de Ciência e
Tecnologia, 2021.
“Orientador: Prof. Marlon Demauir Cozine Silva
Coorientadora: Prof.ª Márcia de Melo Dórea”.
Referências: f. 40-43.

1. Engenharia Química. 2. Corpos hídricos. 3. Dessalinização da água. 4.


Água potável. I. Santos, Laura Rodrigues dos. II. Silva, Marlon Demauir Cozine.
III. Dórea, Márcia de Melo. IV. Universidade do Grande Rio “Prof. José de
Souza Herdy”. V. Título.

CDD – 665.7
Hugo de Alencar Ribeiro
Laura Rodrigues dos Santos

DESSALINIZAÇÃO E POTABILIZAÇÃO DE ÁGUAS MARINHAS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Escola de Ciência e
Tecnologia da Universidade do Grande
Rio “Prof. José de Souza Herdy”, como
requisito parcial para a obtenção do grau
de Bacharel em Engenharia Química.

Aprovado em 8 de dezembro de 2021.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Prof. Me. Marlon Demauir Cozine Silva

Universidade do Grande Rio

__________________________________________

Prof. Dra. Márcia de Melo Dórea

Universidade do Grande Rio

__________________________________________

Lohany Barreto Simões

Professor convidado externo


Dedicamos este trabalho aos nossos
familiares e amigos, que estiveram
conosco nessa longa caminhada.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradecemos a Deus por ser nossa força e base, e por estar
ao nosso lado durante todos esses anos encorajando-nos a não desistir por mais
árdua que seja a caminhada.

Às famílias, por todo apoio e incentivo, por acreditarem que este dia chegaria,
mesmo em momentos de dúvida e por todo o investimento para uma melhor
educação.

Aos orientadores Prof. Marlon Demauir e Prof. Márcia de Melo, que com seus
conhecimentos ajudaram-nos no auxílio do desenvolvimento deste trabalho.

Aos amigos, especialmente Laysa Lima, Matheus Vallespi e Yan Ornelas, por
todos os trabalhos, provas, palestras que fizemos, por sempre estarem nos apoiando
durante este percurso, tudo se tornou menos complexo pois tínhamos uns aos outros.
RESUMO

Corpos hídricos são os recursos naturais mais importantes para a manutenção da


vida. Porém devido à má distribuição deste recurso e também aos períodos de
escassez de chuvas, repetidamente, a água disponível torna-se insuficiente para
sustentar a alta demanda dos grandes centros urbanos. Por este motivo, foi coletada
uma alíquota de água da Baía de Guanabara, localizada no estado do Rio de Janeiro,
com o objetivo de clarificá-la pelos métodos de filtração, floculação e flotação,
dessalinizá-la através de uma versão simplificada do método de eletrodiálise, do
mesmo modo verificar se as concentrações de sais, íons cloreto, íons sulfeto e dureza
se encontram em padrões aceitáveis e, em seguida, dar início ao tratamento de água
ao adicionar cloro e flúor na amostra, corrigir o pH e verificar a turbidez da amostra
para tornar a água coletada potável. E, por fim, concluir que a célula de dessalinização
simplificada teve baixa eficiência devido ao longo período necessário para efetuar a
dessalinização.

Palavras-chave: Dessalinização; Água; Eletrodiálise; Potável.


ABSTRACT

Hydric bodies are the most important natural resources to the maintenance of life.
However, due to the bad distribution of this resource and also to the shortage of rain,
recurrently, the available water becomes insufficient to sustain the high demand of big
urban centers. For this reason, an aliquot of water was collected from Baía de
Guanabara, located in the state of Rio de Janeiro, with the goal to clarify it by the
methods of filtration, flocculation and flotation, desalinate it by a simplified version of
the electrodialysis method, as well as verify if the hardness, and salt, chloride ions,
sulphide ions concentrations are in suitable standards and, subsequently, begin the
water treatment by adding chlorine and fluorine in the sample, correct the pH and verify
the turbidity of the sample to make the collected water potable. And, finally, infer that
the desalination cell had a low efficiency due to the long period needed to effect the
desalination.

Keywords: Desalination; Water; Electrodialysis; Potable.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Dessalinização da água ............................................................................. 16


Figura 2: Osmose natural e inversa ........................................................................... 17
Figura 3: Câmara de eletrodiálise ............................................................................. 18
Figura 4: Esquema de um destilador solar ................................................................ 19
Figura 5: Processo de destilação por compressão a vapor ....................................... 20
Figura 6: Processo de destilação de multiestágios ................................................... 21
Figura 7: Processo de destilação de multiefeitos ..................................................... 22
Figura 8: Coluna de adsorção ................................................................................... 23
Figura 9: Filtração da água........................................................................................ 27
Figura 10: Célula de flotação..................................................................................... 28
Figura 11: Separação do particulado ........................................................................ 28
Figura 12: Célula de dessalinização .......................................................................... 29
Figura 13: Solução dessalinizada.............................................................................. 30
Figura 14: Pesagem do sal........................................................................................ 31
Figura 15: Adição de preto de eriocromo T ............................................................... 32
Figura 16: Viragem de rósea para azul ..................................................................... 33
Figura 17: Solução de cromato de potássio .............................................................. 34
Figura 18: Viragem do Cromato de Potássio............................................................. 35
Figura 19: Sedimentação do precipitado ................................................................... 37
Figura 20: Adição da solução de amido .................................................................... 37
Figura 21: Viragem para incolor ................................................................................ 38
Figura 22: Turbidímetro ............................................................................................. 39
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Parâmetros de água potável estudados .................................................... 25


Tabela 2: Classificação da água de acordo com a salinidade .................................... 25
Tabela 3: Materiais e reagentes utilizados na filtração .............................................. 26
Tabela 4: Materiais e reagentes utilizados na floculação e filtração.......................... 27
Tabela 5: Materiais e reagentes utilizados na determinação da dureza .................... 32
Tabela 6: Materiais e reagentes utilizados no Método de Mohr ................................ 33
Tabela 7: Materiais e reagentes utilizados no método de iodométrico ...................... 36
Tabela 8: Comparação dos resultados obtidos ......................................................... 41
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 14
2.1 Objetivo geral ........................................................................................... 14
2.2 Objetivos específicos ................................................................................ 14
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 15
3.1 Distribuição da água ................................................................................. 15
3.2 Métodos de dessalinização ...................................................................... 16
3.2.1 Dessalinização por osmose reversa ........................................... 17
3.2.2 Dessalinização por eletrodiálise .................................................. 18
3.2.3 Dessalinização por destilação solar ............................................ 19
3.2.4 Dessalinização destilação por compressão de vapor ................. 20
3.2.5 Dessalinização por destilação multiestágios ............................... 20
3.2.6 Dessalinização por destilação multiefeitos.................................. 22
3.3 Tratamento de água ................................................................................. 23
3.3.1 Características da água potável.................................................. 24
4. METODOLOGIA ................................................................................................... 26
4.1 Filtração .................................................................................................... 26
4.2 Floculação e flotação ................................................................................ 27
4.3 Dessalinização.......................................................................................... 29
4.4 Análises físico-químicas ........................................................................... 30
4.4.1 Concentração de sais ................................................................. 31
4.4.2 Determinação de dureza da água ............................................... 32
4.4.3 Determinação da concentração de cloretos ................................ 33
4.4.4 Resultados parciais ..................................................................... 35
4.4.5 Determinação da concentração de sulfetos ................................ 36
4.4.6 Concentrações e dureza após segunda dessalinização ............. 38
4.5 Cloração e fluoretação.............................................................................. 39
4.6 Correção do pH ........................................................................................ 39
4.7 Aferição da turbidez .................................................................................. 39
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 40
6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 42
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 43
12

1. INTRODUÇÃO

A dessalinização de água marinha, com a finalidade de produzir água potável,


é um processo geralmente utilizado em localidades com poucos recursos hídricos
disponíveis, podendo ser citado o caso de Israel, onde a maior parte de seu território
encontra-se sob o clima desértico e, devido à escassez de chuvas, 76% da água
potável consumida no país é proveniente do mar. Esta técnica consiste na retirada
dos sais presentes em águas salgadas ou salobras, convertendo-as em água doce
(TORRI, 2015).

O método a ser estudado para o processo de dessalinização da água é o


tratamento eletrolítico. A eletrólise de uma solução aquosa de sais consiste em
reações de oxirredução, utilizando uma célula eletrolítica, onde uma fonte de energia
elétrica é conectada a eletrólitos, um catodo e um anodo, que serão introduzidos na
solução. A fonte fornece uma corrente elétrica que partirá para o anodo, que será
oxidado, em direção ao catodo, que será reduzido. Nestas condições os eletrólitos
adquirem cargas elétricas, onde o anodo e o catodo possuem carga positiva e
negativa respectivamente, realizando a atração dos íons presentes e dessalinizando
a solução. Em escala industrial, porém, este processo tem uma grande desvantagem
que é o alto custo envolvido, devido à necessidade da utilização de energia elétrica,
este método de dessalinização acaba por tornar-se mais caro que outros métodos
mais utilizados como, por exemplo, a destilação solar (SARTORI et al., 2012).

Mesmo em concentrações aceitáveis de sais para o consumo humano, a água


doce ainda precisa ser tratada para ser considerada potável. O produto deve ser
incolor, inodoro e insípido, além de não apresentar particulado visível ou substâncias
prejudiciais ao organismo humano. Para isso, a água deve passar por processos de
operações unitárias onde ela será clarificada, por processos de floculação,
decantação, flotação e filtração, e desinfectada pelo processo de cloração
(VERGÍNIA, 2017).

Legalmente, após todas as etapas de tratamento de água, é necessário


comparar os dados do produto tratado com os parâmetros especificados na Portaria
nº 1469, de 29 de dezembro de 2000, e caso não atenda aos parâmetros
estabelecidos a água não é considerada potável (BRASIL, 2000).
13

Portanto, faz-se necessário um estudo literário de métodos de dessalinização


que apliquem o processo de eletrólise, tal como as etapas de potabilização
subsequentes, com o intuito de que estes métodos possam ser reproduzidos em
laboratório e em seguida, através de análises físico-químicas, verificar se os dados
obtidos obedecem aos parâmetros exigidos por lei para que a água seja considerada
potável, com objetivo de realizar ensaios em laboratórios para discutir a
dessalinização de água marinha.
14

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Avaliar e realizar o processo de dessalinização de água marinha, seguido do


tratamento e potabilização da água dessalinizada, assim como comparações
literárias.

2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos deste estudo são:

a) Iniciar uma pesquisa literária sobre processos de dessalinização de


águas, pelo método de eletrodiálise, bem como as etapas de floculação,
decantação e filtração, compatíveis com os equipamentos disponíveis,
para realizar a retirada de impurezas contidas na água;

b) Efetuar a coleta de uma alíquota de água marinha para a


implementação, em laboratório, dos processos pesquisados;

c) Realizar a dessalinização e o tratamento da água através dos processos


de filtração, floculação, flotação, cloração e fluoretação, seguido de
análises físico-químicas na água tratada, bem como realizar controle de
fatores como pH e turbidez.

d) Comparar os resultados obtidos do produto final com os parâmetros de


água potável descritos na literatura.
15

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Distribuição da água

A água é uma das substâncias de maior importância para a vida macrocelular


como conhecemos, juntamente com o oxigênio, e integra mais de 60% das funções
vitais para o corpo humano. Porém, para que cumpra o seu papel no organismo, a
água deve ser ingerida diariamente em quantidade suficiente, do mesmo modo que
precisa apresentar uma qualidade satisfatória em todos os parâmetros que a
classificam como potável (TORRI, 2015).

Apesar de tal importância, apenas uma pequena fração dos recursos hídricos
mundiais são de boa qualidade e disponíveis para consumo. Segundo Guerreiro
(2009), apenas 2,5% da água do planeta não é encontrada em mares e oceanos, e,
deste percentual, 79% está no estado sólido, em regiões glaciais, 20% são águas
subterrâneas, e apenas 1% de toda a água doce do mundo encontra-se na superfície
da crosta terrestre, na forma rios e lagos, bem como na atmosfera e seres vivos, como
explicado no Gráfico 1.

Gráfico 1: Água doce mundial

1%
20%
Calotas Polares
Água Subterrânea
79%
Água Doce Supercicial

Fonte: Adaptado de Guerreiro, 2009.

Devido à maior parte da hidrosfera não ser potável ou estar inacessível, existe
uma preocupação global referente à disponibilidade de água potável. Estudos
apontam uma escassez de recursos hídricos crescente que afeta severamente
diversas regiões do planeta, além da iminência da falta destes recursos para setores
como desenvolvimento econômico e produção alimentícia de diversos países que
ainda não sofrem com tal escassez. A carência crítica de água é um problema que
16

afeta mais de 80 países e resulta no fato de que cerca de um quarto da população


mundial não ter acesso a água própria para consumo em quantidade adequada
(KARAGIANNIS e SOLDATOS, 2008).
No Brasil, existe uma grande deficiência na distribuição de água longe dos
grandes centros urbanos, por este motivo, é muito comum a utilização de águas
subterrâneas, através de poços em tais locais. Estima-se que 15,6% dos domicílios
brasileiros utilizam somente águas subterrâneas que, dependendo do local de
extração, não é ideal para o consumo (TORRI, 2015).

3.2 Métodos de dessalinização


Em todos os processos de dessalinização manuseiam-se de tecnologias da
indústria química, em que uma corrente de água salina é desenvolvida no começo do
processo, energia na forma de pressão, calor ou eletricidade é colocada e são
produzidas duas correntes: uma de água dessalinizada (doce) e a outra é concentrada
em sais que devem estar em um lugar adequado. Na Figura 1 a seguir é mostrado o
resumo desse processo.

Figura 1: Dessalinização da água

Fonte: TORRI, 2015.

Segundo os autores Younos e Tulou (2005), os seguintes principais processos


de dessalinização são:

● Osmose Inversa
● Eletrodiálise
● Destilação por compressão de vapor
● Destilação solar
● Destilação Multiefeitos
● Destilação Multiestágios
17

A escolha do tipo de tecnologia a ser aplicada leva em conta a qualidade da


fonte de água, os custos, volume de água, energia demandada, volume de água a ser
produzido, entre outros fatores. Entre todos esses citados acima, a qualidade da água
que será dessalinizada é o elemento mais crítico para estabelecer os tipos de
tecnologia que são capazes de usar diferentes águas para a dessalinização. De
acordo com Burn (2015), a concentração de sais, em específico, determinará qual o
processo é o mais propício, tendo em consideração que o dimensionamento e as
incrustações são funções da composição da água inicial.

3.2.1 Dessalinização por osmose inversa


A osmose inversa é um processo de filtração no qual um solvente é separado
de um soluto através de métodos físico-químicos e mecânicos, podendo separar sais
diluídos em água, em uma solução concentrada de sais e outra solução de baixa
concentração. Este processo de dessalinização ocorre quando há uma solução
aquosa concentrada e outra diluída, separadas por membranas semipermeáveis,
onde uma pressão é exercida sobre a solução concentrada forçando o solvente a
atravessar a membrana no sentido inverso da pressão osmótica, como exemplificado
na Figura 2 (BARROS, 2008).
Figura 2: Osmose natural e inversa

Fonte:YOUNOS e TULOU, 2005.


18

Devido à alta eficiência deste processo, a dessalinização por osmose inversa


é o método de dessalinização mais utilizado do mundo, sendo utilizado em 65% de
todas as plantas de dessalinização de água marinha (TORRI, 2015).

3.2.2. Dessalinização por eletrodiálise


A eletrodiálise é um método de dessalinização de alta eficiência, que capaz de
retirar 75% a 98% dos sólidos dissolvidos utilizando membranas, bem como de
energia elétrica, e consiste em uma câmara onde um catodo e um anodo que possui
um catodo e um anodo em suas extremidades e entre eles encontram-se uma série
de membranas que otimizam a separação dos sais dissolvidos na água. Neste
processo, os cátions são atraídos para os catodos, porém, para que cheguem até o
mesmo, devem passar por membranas de troca catiônica, que apenas permitem a
passagem de cátions. Da mesma forma acontece com os ânions que passam por
membranas de troca aniônica para chegar até o anodo, como é ilustrado na Figura 3
(TORRI, 2015).

Figura 3: Câmara de eletrodiálise

Fonte: CHARCOSSET, 2009.

Devido à utilização de membranas, a dessalinização por eletrodiálise necessita


de um tratamento prévio, uma vez que não comporta sólidos suspensos com mais de
10μm de diâmetro e também pelo fato de que determinados tipos de óxidos, coloides
e substâncias orgânicas podem danificar as membranas, sendo assim mais indicado
para águas salobras. (GUERREIRO, 2009).
19

Segundo Guerreiro (2009), uma outra maneira de preservação das membranas


é a eletrodiálise inversa, onde a polaridade dos eletrodos é invertida a cada 20 minutos
aproximadamente, este processo acaba por prevenir a incrustação de sais nas
membranas.

3.2.3. Dessalinização por destilação solar


De acordo com Silva (2014), a destilação solar é ocasionada pela natureza no
qual ocorre a evaporação da água que vem sendo continuamente efetuada nas
superfícies da água atribuindo circunstâncias ideais de destilação natural, porém é
necessário uma estrutura em um vasta área de terreno de exposição à insolação solar,
o que limita a formação de água doce, pois o custo dessa destilação possui um custo
excessivo e a mão de obra tem que ser especializada por um profissional.

A Figura 4 demonstra esquematicamente o processo de destilação solar, em


que a água salgada absorve parte da radiação solar, evapora e condensa na seção
interna de uma cobertura de vidro inclinada, já desprendido dos sais. O destilado é
apanhado por uma calha e sai do sistema para o pós-tratamento antes do seu
consumo (WANG, 2011).

Figura 4 - Esquema de um destilador solar

Fonte: CLAYTON, 2006.


20

3.2.4. Dessalinização destilação por compressão de vapor

A Destilação por compressão de vapor utiliza uma metodologia no qual se


emprega temperaturas menores e exibe um alto rendimento, decorrente de uma baixa
energia e do seu design baseado no princípio de compressão térmica, em que
identifica-se uma reciclagem contínua do calor latente deslocado no decorrer do
processo de evaporação-condensação (DAN; CONCEIÇÃO, 2019).

Santos (2005) diz que o processo constitui-se no pré-aquecimento da água


bruta por auxílio de um trocador de calor que adquire calor tanto água doce, quanto
salmoura. A água bruta adquire calor latente que recebe no interior dos tubos do
trocador de calor e ocorre uma evaporação do lado interno da câmara chamado de
evaporador-condensador. Incessantemente, o vapor gerado desloca-se por um
eliminador de gotas, em que é cedida apenas no caminho para o vapor seco, onde o
mesmo é ajustado e retorna para a câmara de evaporação, com a pressão do vapor
elevada, e provável de ser condensado em altas temperaturas à que se encontra no
interior da mesma. A figura 5 representa um esquema simplificado do fluxo do
processo de destilação por compressão a vapor, como foi mencionado anteriormente.

Figura 5: Processo de destilação por compressão a vapor.

Fonte: TORRI, 2015.

3.2.5. Dessalinização por destilação multiestágios


A destilação de multiestágios ou flash de múltiplos estágios é um processo que
está em vigor no mercado a mais de 30 anos e é responsável pelo maior volume de
água dessalinizada produzida no mundo. A Figura 6 exemplifica o processo
21

simplificado desta destilação, evidenciando o pré-aquecimento da água bruta e a


geração de vapor de água nos estágios (DAN; CONCEIÇÃO, 2019).

Este método é representado pela captação da água do mar, em que será


bombeada à pressão estipulada e transportada por entre os tubos, que estão imersos
em vapor de água a temperatura mais elevada, gerando assim a troca de calor da
água com o vapor, isto é, possibilitando um pré-aquecimento na água do mar. No qual,
a mesma é pré-aquecida nos tubos, desloca-se pelo trocador de calor e entra no
primeiro estágio, em virtude da diferença de pressão, ocorre o chamado efeito flash,
ocasionando que parte dessa água evapore no mesmo instante (DAN; CONCEIÇÃO,
2019).

O vapor de água que é gerado no início do estágio concede calor para


reaquecer a água bruta que desloca-se entre a tubulação, como representado no
processo anteriormente, provocando então a condensação do vapor, que é captado
por calhas e destinado para o próximo estágio, onde o processo se repete. A água
bruta que não evaporou, também passa para o próximo estágio, seguindo todo o
processo, até que no final, seu volume esteja reduzido consideravelmente e a
quantidade salina presente na água seja bem alta, por fim o rejeito é retirado do
processo. “A cada estágio que passa, a temperatura necessária para que ocorra a
evaporação é menor, isso ocorre porque a cada estágio a pressão no interior das
câmaras diminui” (DAN; CONCEIÇÃO, 2019).

Figura 6: Processo de destilação de multiestágios

Fonte: TORRI, 2015.


22

3.2.6. Dessalinização por destilação multiefeitos

A destilação por multiefeitos é um processo que consiste em evaporar a água


do mar, com o auxílio na diminuição de pressões, o calor do vapor é proveitoso para
aquecer o estágio seguinte de maneira contínua em todos os estágios deste método.
Na etapa final do processo, a salmoura retirada apresenta uma elevada concentração
salina (SANTOS, 2005).

Como demonstrado na Figura 7, o processo é representado uma fonte externa


geradora de vapor, uma caldeira ou extração de uma turbina, com intuito de fornecer
a quantidade de calor necessária para aquecer os tubos e trocar calor com a água
bruta no primeiro estágio, o condensado retorna para a caldeira, fechando um ciclo. A
água do mar é captada através de bombas e pulverizada no interior de cada estágio.
Ao entrar em contato com o calor emitido pela tubulação aquecida através do vapor
da caldeira, essa água se evapora e é atribuída para o próximo estágio, no qual o
calor do vapor é aproveitado para aquecer a água bruta, evaporando-a, processo se
repete em todos os estágios. A temperatura necessária para promover a evaporação
da água é a de saturação da água bruta de acordo com a pressão interna em cada
estágio. Assim como no processo de muitiestágios, a pressão e temperatura também
diminuem. O condensado de cada efeito já é considerado água pura e pode ser
retirado da câmara. A salmoura também é reaproveitada em cada estágio (DAN;
CONCEIÇÃO, 2019).

Figura 7: Processo de destilação de multiefeitos

Fonte: TORRI, 2015.


23

3.3. Tratamento de água


A água, mesmo doce, nem sempre é própria para consumo, por isso a água
deve ser tratada a fim de tornar o produto potável. O processo de tratamento de água
pode ser resumido nas etapas de floculação, decantação, flotação, filtração, cloração
e fluoretação:
a) No que diz respeito à filtração, é um processo de separação líquido-sólido que
abrange fenômenos químicos, físicos e até mesmo biológicos. Seu intuito é
retirar impurezas da água por meio da passagem em um meio poroso. As
propriedades físicas e químicas das partículas afetam o complexo mecanismo
responsável pela remoção de elementos durante a filtração por meio de uma
ação profunda. A filtração é observada em decorrência da ação de três
mecanismos: aderência, transporte e desprendimento. O carvão ativado é um
dos adsorventes mais eficientes, tendo potencial de associar em sua superfície
moléculas insolúveis existentes em líquidos e gases, fazendo deste material
um dos mais utilizados em colunas adsorção (Figura 8). Em função disso, é
classificado como um dos meios mais eficazes no tratamento de água
contaminada, transformando-a em um líquido incolor, inodoro e insípido
(HIPÓLITO, 2019; DI BERNARDO, 2010).

Figura 8: Coluna de adsorção.

Fonte: Autores, 2021.


24

b) A floculação baseia-se na junção de partículas, no qual apresentam redução


de tamanho e baixa densidade, dificultando assim a sedimentação. Essa
junção transcorre em função da ação de um agente floculante de caráter
polimérica ou inorgânica que ao se aproximarem com a impureza englobada
no efluente a ser tratado, formando aglomerados de maiores dimensões que
decantam e sedimentam-se tendo um líquido clarificado como resultado
(SAAE, 1998; PEREIRA et al, 2009);
c) O processo de flotação consiste na separação das impurezas presentes na
solução através de microbolhas de ar. O método mais simples para flotar as
impurezas de um efluente é por meio da adição de agentes tenso ativos, onde
ocorre a formação de bolhas no efluente que trazem as impurezas até a
superfície do fluido, formando uma espuma, onde serão removidas através de
um processo de raspagem. A flotação é ideal para impurezas relativamente
finas e leves, pois este particulado sedimenta muito lentamente (WILLS, et al,
2006; MASSI et al, 2008).
d) Na etapa de cloração, o cloro é adicionado para a desinfecção da água antes
de sua saída de uma estação de tratamento de água, mantendo assim o seu
teor residual e assegurando que a água abastecida fique livre de vírus e
bactérias, e outros microrganismos patogênicos. Este procedimento também
tem a finalidade de oxidar compostos presentes na água, ou executar as duas
ações ao mesmo tempo. A desinfecção é o objetivo principal e mais comum da
cloração, que geralmente leva o nome de "desinfecção" e “cloração” como
sinônimos (BAZZOLI, 1993).
e) A fluoretação da água é uma das principais medidas de prevenção contra cáries
dentárias. Estudos apontam que a interrupção do consumo de água fluoretada
amplia significativamente o risco de cáries em crianças. Já o hiato prolongado,
pode acarretar na perda dos benefícios trazidos pelo consumo de água
fluoretada e o agravamento de cáries existentes em até 35% (RAMIREZ;
BUZALAF, 2007).

3.3.1 Características da água potável


Segundo a Portaria nº 1469, de 29 de dezembro de 2000, alguns dos
parâmetros que caracterizam a água potável são pH, dureza, turbidez, as
25

concentrações de íons cloreto e sulfeto, bem como a adição de cloro e flúor,


conforme descritos na Tabela 1 a seguir.
Tabela 1: Parâmetros de água potável estudados
Parâmetro Concentração
Cloretos Máximo de 250 mg/L
Sulfetos Máximo de 400 mg/L
Dureza Máximo de 500 mg/L de CaCO3
Turbidez Máximo de 1 NTU
pH De 6 a 9
Flúor De 0,6 a 0,8 mg/L
Cloro Mínimo de 0,2 mg/L
Fonte: Adaptado de Brasil, 2001.

Já segundo Silveira et al. (2015), águas podem ser classificadas de acordo com
a concentração de sais totais diluídos, como mostra a Tabela 2:

Tabela 2: Classificação da água de acordo com a salinidade


Classificação da água Concentração (mg/L)
Doce Máximo de 1000
Levemente salobra De 1001 a 5000
Moderadamente salobra De 5001 a 15000
Altamente salobra De 15001 a 35000
Marinha Mínimo de 35001
Fonte: Adaptado de Silveira, 2015.
26

4. METODOLOGIA
Para um processo de potabilização de água marinha, é necessário coletar uma
alíquota, e em seguida dessalinizá-la e tratá-la seguindo os parâmetros estabelecidos
por lei.
A alíquota de água marinha utilizada para este estudo foi coletada na Baía de
Guanabara, no estado do Rio de Janeiro.

4.1 Filtração

Para a realização desta etapa foram utilizados os seguintes materiais e


reagentes, como mostra a Tabela 3 a seguir:

Tabela 3: Materiais e reagentes utilizados na filtração

Materiais e Reagentes
Água marinha Suporte universal
Béqueres de 250 mL Garra
Coluna de adsorção Funil
Papel de filtro Balão volumétrico
Fonte: Autores, 2021.

Para a retirada do particulado mais grosseiro presente na amostra, a mesma foi


transferida para um béquer de 250 mL e filtrada duas vezes em uma coluna de
absorção de carvão ativado para obter-se uma purificação eficiente.

Posteriormente, observou-se a presença de carvão na água, portanto a


amostra foi filtrada novamente, como representada na Figura 9, utilizando um papel
filtro com poros de 14μm, e transferida para balões volumétricos. Ao final do processo,
foram filtrados 6L de água.
27

Figura 9: Filtração da água

Fonte: Autores, 2021.

4.2 Floculação e flotação

Tabela 4: Materiais e reagentes utilizados na floculação e filtração

Materiais e Reagentes
Surfactante Policloreto de alumínio (PAC)
Pipeta Célula de flotação
Pera Água
Fonte: Autores, 2021.

Para a retirada do particulado mais fino presente na amostra, adicionou-se 6


mL de policloreto de alumínio em aproximadamente 4 L de água para agir como
agente floculante, a fim de decantar as impurezas presentes. Porém, parte do
floculado permaneceu suspenso no fluido, por isso, decidiu-se adicionar um agente
surfactante e levar a amostra para uma célula de flotação (Figura 10), com a finalidade
de separar tanto o particulado denso quanto o leve.
28

Figura 10: Célula de flotação

Fonte: Autores, 2021.

Ao acionar a célula de flotação homogeneizar e oxigenar a solução, esperou-


se a separação das fases de acordo com a densidade das partículas (Figura 11). As
impurezas mais leves foram raspadas do topo do recipiente e, com auxílio de uma
pipeta, separou-se o líquido clarificado do particulado denso presente no fundo.

Figura 11: Separação do particulado.

Fonte: Autores, 2021.


29

4.3 Dessalinização

O método de dessalinização escolhido foi o de eletrodiálise. A célula de


dessalinização foi montada utilizando uma fonte de energia elétrica conectada a fios
condutores que eram ligados a garras metálicas que se prendiam a eletrodos de
grafite, este material foi escolhido como eletrodo para que não houvesse a
possibilidade da dissolução de íons metálicos na solução. Devido ao baixo custo,
foram utilizados lápis de carpinteiro como eletrodos de grafite.

Em três béqueres foram adicionados aproximadamente 500 mL da solução


clarificada, e os mesmos foram conectados com tubos em U preenchidos com a
mesma solução e tampados com algodão úmido para que agissem como uma
membrana semipermeável.

Em seguida, os eletrodos foram introduzidos nos béqueres laterais e presos


com pinças de madeira para que não saíssem acidentalmente da solução, como
demonstra a Figura 12.

Figura 12: Célula de dessalinização

Fonte: Autores, 2021.

Ao ligar a fonte em sua potência máxima verificou-se que a corrente elétrica


estava muito fraca, então a célula de dessalinização foi deixada ligada por 48h para
que os béqueres laterais ficassem ricos em íons e o béquer central dessalinizado
(Figura 13).
30

Figura 13: Solução dessalinizada

Fonte: Autores, 2021.

As soluções foram guardadas em balões volumétricos e notou-se um forte odor


de cloro na solução do anodo e a formação de um sólido na solução do catodo.

4.4 Análises físico-químicas


Antes de dar início ao tratamento físico-químico, é necessário verificar as
concentrações das espécies químicas a serem tratadas. Com este propósito, foram
verificadas as concentrações de sais, de cátions bivalentes, de íons cloreto e íons
sulfeto.

Inicialmente, para a caracterização de dos íons cloretos, foi aplicado o método


argentométrico, ou conhecido também como Método de Mohr, no qual será definido
pela titulação com solução de nitrato de prata. No decorrer da titulação, os íons
cloretos são precipitados em forma de cloreto de prata, segundo a Equação 1:

Ag+ + Cl- ↔ AgCl (1)

De acordo com Silva e Oliveira (2001), normalmente o indicador utilizado é o


cromato de potássio, onde o mesmo forma com excesso o nitrato de prata, o
precipitado vermelho-tijolo de cromato de prata, de acordo com a Equação 2:

2Ag+ + CrO ↔ Ag2CrO (2)

Já para a determinação do sulfeto, foi aplicado o método iodométrico, em que


o sulfeto contido na amostra é precipitado como sulfeto de zinco, em meio ácido e na
presença de acetato de zinco. Para a retirada que quaisquer impurezas que podem
31

adulterar os resultados, o precipitado deve passar por um processo de lavagem antes


de ser adicionada uma solução supersaturada de iodo para reduzi-lo. E a partir de
uma titulação com tiossulfato de sódio e utilizando uma solução de amido como
indicador, é possível determinar a quantidade de iodo em excesso e, portanto,
determinar quanto sulfeto que reagiu com o mesmo (SILVA; OLIVEIRA, 2001).

Na caracterização da dureza foi aplicado o método titulométrico em que se


utiliza uma solução de sal dissódico do ácido etilenodiaminotetracético, também
conhecido com EDTA, e como indicador o negro de eriocromo T. Quando inserido na
amostra, o EDTA liga-se com íons bivalentes, sobretudo com magnésio e cálcio
estruturando complexos estáveis de forma [M-EDTA], de acordo com a Equação 3
abaixo (SIQUEIRA, 2016):

M2+ + EDTA → [M-EDTA] (3)

4.4.1 Concentração de sais totais diluídos

Para a determinação da concentração de sais na amostra, foram transferidos


10 mL da solução para uma placa de petri de 55,93g, que foi levada a uma estufa até
a total vaporização da água. Ao pesar novamente a placa de petri, verificou-se que
haviam 0,12g de sal (Figura 14).

Figura 14: Pesagem do sal

Fonte: Autores, 2021.


32

4.4.2 Determinação da dureza da água

Para a determinação da dureza da amostra de água foram utilizados os


seguintes materiais e reagentes (Tabela 5):

Tabela 5: Materiais e reagentes utilizados na determinação da dureza

Materiais e reagentes
Bureta EDTA sal dissódico
Pipeta Preto de eriocromo T
Pera Cloreto de amônio (NH4CL)
Erlenmeyer Hidróxido de amônio (NH4OH)
Balança analítica Água
Fonte: Autores, 2021.

Para a determinação da dureza da água, foi utilizado o EDTA sal dissódico


0,02N para o método titulométrico. Em seguida, pesou-se 1,69g de NH4CL que foram
diluídos em 14,3 mL de NH4OH, para tamponar a solução durante a titulação.

Logo após, foi transferido 1 mL da solução tampão para um erlenmeyer com


100 mL da amostra, bem como uma ponta de espátula do indicador preto de eriocromo
T, fazendo com que a coloração da solução se tornasse rósea (Figura 15).

Figura 15: Adição de preto de eriocromo T

Fonte: Autores, 2021.


33

Com todas as soluções preparadas, titulou-se a solução de EDTA até a


mudança de coloração de rósea para azul (Figura 16), gastando um total de 3,6 mL
da solução.

Figura 16: Viragem de rósea para azul

Fonte: Autores, 2021.

4.4.3 Determinação da concentração de cloretos

A Tabela 6, a seguir, mostra os materiais utilizados para a determinação da


concentração de cloretos na amostra.

Tabela 6: Materiais e reagentes utilizados no Método de Mohr

Materiais e Reagentes
Bureta Cromato de potássio (K2CrO4)
Pipeta Nitrato de prata (AgNO3)
Pera Água
Suporte universal Balança analítica
Fonte: Autores, 2021.

Inicialmente, para a caracterização de dos íons cloretos, foi aplicado o método


argentométrico, ou conhecido também como Método de Mohr.
34

Seguidamente, pesou-se 5g de Cromato de Potássio (K₂CrO₄) no qual foi


diluído em 10 mL de água destilada, fazendo com que a coloração da solução se
tornasse amarelada (Figura 17).

Figura 17: Solução de cromato de potássio

Fonte: Autores, 2021.

Posteriormente, foram pesados cerca de 2,39 g Nitrato de Prata (AgNO 3) e


diluídos em 1 litro de água e armazenados em um balão volumétrico.

Em seguida, 100 ml da amostra foram transferidos para uma proveta e vertidos


para um erlenmeyer com o acréscimo de 1 mL da solução de K₂CrO₄. Porém como o
método argentimétrico precisa de uma faixa de pH entre 7 e 10, e neste ponto a
amostra possuía pH próximo de 5, portanto, para corrigi-lo, foi adicionado uma solução
de NaOH 50% até que o pH chegasse a 8 aproximadamente.

Com isso, foi dado início à titulação com a solução de AgNO3 até a mudança
de coloração de amarelo para vermelho-tijolo, como apresentado na Figura 18, sendo
gastos um total de 14,3 mL de solução de AgNO3.
35

Figura 18: Viragem do Cromato de Potássio

Fonte: Autores, 2021.

4.4.4 Resultados parciais

Após os testes, foram calculadas as concentrações de cloretos e sais diluídos,


bem como a dureza total da amostra.

Na alíquota de 10 mL retirada da amostra foram encontrados 0,12g de sal,


resultando numa concentração de 12000 mg/L, caracterizando a água como
levemente salobra.

No método de Mohr, a concentração de cloretos foi determinada através dos


cálculos estequiométricos, conforme a Equação 4:

𝑉𝐴𝑔𝑁𝑂3 × 𝐶𝐴𝑔𝑁𝑂3 = 𝑉𝐶𝑙− × 𝐶𝐶𝑙− (4)

14,3 × 2,39 g 𝑚𝑔
𝐶𝐶𝑙− = = 0,34177 = 341,77
100 L 𝐿

Portanto, foi concluído que a concentração de íons cloreto era de 341,77 mg/L,
um valor que está acima do ideal.

Já a dureza aferiu-se uma dureza de acordo com a normalidade do EDTA,


conforme a Equação 5 (SIQUEIRA, 2016):

N𝐸𝐷𝑇𝐴 × V𝐸𝐷𝑇𝐴 × 50000


𝐷𝑢𝑟𝑒𝑧𝑎 = ( ) (5)
𝑉𝐴𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
36

0,02 × 0,0036 × 50000 𝐶𝑎𝐶𝑂3


𝐷𝑢𝑟𝑎𝑧𝑎 = = 36 𝑚𝑔
0,1 𝐿

A dureza total aferida já se encontra dentro dos parâmetros exigidos.

Pelo fato de dois dos parâmetros analisados estarem acima do ideal, fez-se
necessário repetir o processo de dessalinização por mais 48h.

4.4.5 Determinação da concentração de sulfetos

Neste experimento, foram utilizados os seguintes materiais e reagentes, como


mostra a tabela 7 a seguir:

Tabela 7: Materiais e reagentes utilizados no método de iodométrico

Materiais e Reagentes
Suporte e garra Balança Analítica Tiossulfato de sódio (Na2S2O3)
Erlenmeyer Proveta Hidróxido de sódio (NaOH)
Béquer Bureta Ácido clorídrico (HCl)
Pipeta Conta-gotas Acetato de zinco
Pera Balão volumétrico Iodo Ressublimado
Pissete Espátula Iodeto de potássio (KI)
Bastão de vidro Água destilada Goma de amido
Fonte: Autores, 2021.

Após a segunda dessalinização, foi dado início à determinação da


concentração de sulfetos pelo método iodométrico ao pesar 4,004g de iodeto de
potássio (KI) e 0,64g de iodo ressublimado e solubilizá-los em água destilada até o
volume de 200 mL.

Depois, pesou-se 4,802g de NaOH e 4,402g de acetato de zinco para fazer


duas soluções de 20 mL.

Em seguida, foram vertidos 50 mL da amostra em uma proveta e foram


adicionadas 9 gotas de acetato de zinco (ZnC4H6O4) e 6 gotas de NaOH. Prontamente,
a proveta foi homogeneizada e notou-se a formação de um precipitado branco, a
proveta foi tampada com uma placa de petri e aguardou-se até a sedimentação do
precipitado conforme Figura 19. Logo após, o sobrenadante foi retirado com o auxílio
37

de uma pipeta e o precipitado foi diluído em água para repetir o processo de


sedimentação e retirada do sobrenadante.

Figura 19: Sedimentação do precipitado

Fonte: Autores, 2021.

Subsequentemente, o precipitado foi transferido para um erlenmeyer e foram


adicionados 10 mL da solução de iodo, 0,4 mL de HCl 50% e 1 mL de solução
indicadora de amido tornando a coloração da solução preta (Figura 20).

Figura 20: Adição da solução de amido

Fonte: Autores, 2021.


38

Posteriormente, foi montado o equipamento para a titulação e verteu-se


tiossulfato de sódio (Na2S2O3) 0,1N para bureta para iniciar a titulação. Foi gotejado o
tiossulfato de sódio sobre a solução da amostra até a viragem para o incolor (Figura
21) e passando brevemente por uma coloração azulada, ao final foram gastos 2,3 mL
de Na2S2O3.

Figura 21: Viragem para incolor

Fonte: Autores, 2021.

4.4.6 Concentrações e dureza após segunda dessalinização

Foi aplicado o mesmo método para a determinação da nova concentração de


sais na amostra. Em uma placa de petri de massa 54,1902g foram vertidos 10 mL da
amostra dessalinizada e posteriormente levada a uma estufa até a vaporização da
água e seguidamente aferiu-se uma massa de 0,0048g de sal.

Para a nova concentração de íons cloreto, o método argentimétrico foi utilizado


uma segunda vez, utilizando as mesmas soluções foi feita uma nova titulação, porém
desta vez sobre 50 mL de amostra. Ao final da titulação, foram gastos 4,9 mL de
AgNO3.

O método titulométrico foi utilizado novamente para a determinação da dureza


da água, foram utilizadas as mesmas soluções já preparadas, porém desta vez foram
gastos 1,3 mL de EDTA na titulação sobre 50 mL de amostra.
39

4.5 Cloração e fluoretação

No sentido de atuar como um agente bactericida, foram coletados 100 mL de


amostra e foram adicionados 1,9 mL de solução de hipoclorito de sódio 50% para uma
concentração de 0,5 mg/L do sal e uma concentração de cloro de 0,23 mg/L, estando
dentro dos parâmetros estabelecidos pela lei brasileira.

Já para a fluoretação, como medida para prevenção de cáries, foram


transferidos 0,4 mL de uma solução de fluoreto de sódio 10%, na amostra
desinfectada, para uma concentração de 0, 645 mg/L de flúor, estando dentro da
margem estabelecida pela Portaria nº 1469, de 29 de dezembro de 2000.

4.6 Correção do pH

Após a adição dos sais na amostra, e com o auxílio de fitas indicadoras de pH,
foi aferido um pH entre 5 e 6. Portanto, foi gotejada uma solução de NaOH 50% sobre
a amostra até que fosse medido um pH entre 7 e 8.

4.7 Aferição da turbidez

Desde que foi concluído o processo de flotação, a amostra já não apresentava


qualquer sólido suspenso a olho nu, porém ainda fazer-se-ia necessária a aferição da
turbidez.

Foi feita a calibração do turbidímetro (Figura 22) e em seguida a medição da


turbidez foi feita em triplicata, cuja média resultou em 0,04 NTU.

Figura 22: Turbidímetro

Fonte: Autores, 2021.


40

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A partir dos métodos aplicados, é possível calcular as concentrações dos


parâmetros estudados.

Na determinação de sais totais diluídos, foram verificados 4,8 mg de sais em


10 mL de amostra, que resulta em uma concentração de 480 mg/L, enquadrando-se
em um padrão aceitável para água potável de acordo com Silveira et al. (2015).

Também foi possível observar uma baixa eficiência na célula de dessalinização


confeccionada, visto que para reduzir a concentração de sais presentes na amostra
até um padrão aceitável foram necessárias 96h. Tornando o modelo construído
inviável para a o abastecimento de qualquer reservatório. Com isso, compreende-se
que, para o uso em larga escala da dessalinização por eletrodiálise, para o
abastecimento de reservatórios de água para consumo humano, é necessária uma
fonte de energia elétrica de alta potência e membranas semipermeáveis de qualidade
elevada para que este processo torne-se viável tecnicamente.
Em contrapartida, verificou-se que, apesar de uma demanda demasiada de
tempo, a etapa de eletrodiálise foi bastante eficaz no quesito da retirada dos íons
presentes na amostra, que acabou por diminuir a concentração de sais totais diluídos,
fazendo desta etapa imprescindível para a realização deste trabalho.
Assim como nos resultados parciais, a concentração de íons cloreto foi
determinada através de cálculos estequiométricos, como a seguir na Equação 4
utilizada anteriormente:

𝑉𝐴𝑔𝑁𝑂3 × 𝐶𝐴𝑔𝑁𝑂3 = 𝑉𝐶𝑙− × 𝐶𝐶𝑙− (4)

4,9 × 2,39 g 𝑚𝑔
𝐶𝐶𝑙− = = 0,23422 = 234,22
50 L 𝐿

Quanto ao cálculo para determinação da dureza, bem como anteriormente, foi


levada em conta a normalidade das soluções de acordo a Equação 5, previamente
utilizada:

N𝐸𝐷𝑇𝐴 × V𝐸𝐷𝑇𝐴 × 50000


𝐷𝑢𝑟𝑒𝑧𝑎 = ( ) (5)
𝑉𝐴𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎

0,02 × 0,0014 × 50000 𝐶𝑎𝐶𝑂3


𝐷𝑢𝑟𝑎𝑧𝑎 = = 28 𝑚𝑔
0,05 𝐿
41

Já para o cálculo da concentração de íons sulfeto, assim como na determinação


da dureza, foi baseado na normalidade dos reagentes, conforme a Equação 6 (SILVA;
OLIVEIRA, 2001):

𝑁𝐼2 × 𝑉𝐼2 −𝑁𝑁𝑎2𝑆2𝑂3 ×𝑉𝑁𝑎2𝑆2𝑂3 ×16000


𝐶𝑆2− = (6)
𝑉𝐴𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎

0,025 × 0,02 − 0,1 × 0,0023 × 16000 𝑚𝑔


𝐶𝑆2− = = 86
0,5 𝐿

Uma vez obtidos os resultados, é possível compará-los com os parâmetros


obtidos na literatura, como mostra a Tabela 8:

Tabela 8: Comparação dos resultados obtidos

Resultados Parâmetros
(Autores,2021) (BRASIL, 2001; SILVEIRA et al, 2015)
Sais totais diluídos 480 mg/L 1000 mg/L
Cloretos 234,22 mg/L Máximo de 250 mg/L
Sulfetos 86 mg/L Máximo de 400 mg/L

Dureza 28 mg/L de CaCO3 Máximo de 500 mg/L de CaCO3

pH Entre 7 e 8 De 6 a 9
Turbidez 0,4 NTU Máximo de 1 NTU

Os parâmetros exigidos por lei para estes íons são: 250 mg/L de cloretos, 400 mg/L
de sulfetos e dureza de 500 mgCaCO3/L, segundo a Portaria nº 1469, de 29 de
dezembro de 2000. Logo, uma vez que todos os parâmetros estudados se encontram
abaixo do limite estabelecido por lei, é possível concluir que a amostra de água
coletada do litoral do Rio de Janeiro, após passar por processos de operações
unitárias, ser desinfectada e fluoretada, tornou-se própria para o consumo humano e,
portanto, potável.
42

6. CONCLUSÃO

Levando em consideração os dados literários apresentados, entende-se que a


dessalinização de águas marinhas é um recurso propício para locais que enfrentam o
problema que é a escassez de água potável.
Baseando-se nos resultados obtidos das análises após o tratamento da
amostra de água pode-se inferir que o objetivo de coletar uma porção de água do mar,
dessalinizá-la e potabilizá-la foi bem-sucedido, visto que todos os parâmetros
analisados encontraram-se dentro do padrão estabelecido pela lei brasileira. Porém
vale ressaltar que nem todos os parâmetros referentes à água potável foram
analisados devido à abundância de fatores que caracterizam a água potável e a falta
de tempo e recursos para analisá-los.
Quanto às etapas de clarificação e dessalinização, mesmo que apresentando
baixa eficiência devido ao consumo de tempo, é possível concluir que foram processos
fundamentais para a retirada de particulado suspenso e espécies químicas diluídas
na amostra de água coletada, sucedido da desinfecção da amostra a partir da
cloração, fluoretação para a prevenção de cáries e correção do pH para proporcionar
a potabilização da alíquota coletada do litoral do Rio de Janeiro.
43

7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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