Você está na página 1de 6

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO - UNIRP

CURSO DE PSICOLOGIA

BÁRBARA DE CARVALHO BEZERRA


ISABELLA RAYES GOMES DOS SANTOS
KAREN QUEIROZ CASTRO
SAMIA ABDEL CORREIA LEILA
SANDRA LARISSA DOS SANTOS LEMOS

ANÁLISE CRÍTICA

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP


2021
BÁRBARA DE CARVALHO BEZERRA - 20200132
ISABELLA RAYES GOMES DOS SANTOS – 20165728
KAREN QUEIROZ CASTRO - 20187135
SAMIA ABDEL CORREIA LEILA – 20166151
SANDRA LARISSA DOS SANTOS LEMOS - 20180962

ANÁLISE CRÍTICA

Trabalho semestral de Psicologia


Institucional e Projeto Comunitário
ao curso de Psicologia do Centro
Universitário de Rio Preto, como pré-
requisito para obtenção de nota de
trabalho semestral.

Orientador: Prof.ª Bruna Maria


Dantas Caravina

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP

2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. ANÁLISE CRÍTICA

3. CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO

A Psicologia Institucional e Comunitária foi inicialmente inserida pelo


psiquiatra Jose Bleger, o qual buscou explorar a importância do papel do
profissional da Psicologia nas instituições, ou seja, sua atuação como um
consultor para as organizações pública e/ou semipúblicas para analisar, avaliar
e intervir no âmbito psicossocial da instituição. Dessa forma, adotou-se uma
visão mais abrangente sobre as organizações e toda a comunidade envolvida
nesta.
Com essa luz sobre o trabalho dos psicólogos nas instituições, esse
assunto começou a ser mais abordado, chegando nas Instituições Totais,
termo abordado pelo sociólogo e antropólogo Erving Goffman. Através de uma
experiência vivencial em um hospital psiquiátrico, Goffman analisou essas
instituições, onde os indivíduos inseridos nestas vivem, separados da
sociedade formando uma comunidade afastada que seguem uma porção de
regras, normas, atividades e horários pré-determinados por terceiros, sendo
submetidos a esse contexto de forma voluntária ou involuntária. Alguns
exemplos de instituições totais são: penitenciárias, clínicas de reabilitação, lar
de idosos, conventos, internatos, hospitais psiquiátricos, entre outros.
A partir disso, foi elaborado o Relatório da Inspeção Nacional em
Comunidades Terapêuticas pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) com o
objetivo de avaliar o regimento dos centros terapêuticos localizados no território
brasileiro e se há a violação dos Direitos Humanos na forma de tratamento dos
indivíduos inseridos nessas instituições. Dessa forma, ao analisar a rotina
desses locais foram identificadas infrações na Lei nº 10.216/2001, que busca
regularizar o atendimento das instituições de saúde mental e proteger as
pessoas com tal demanda. Muitas das organizações intitulam-se com a missão
de cuidar dessas pessoas, mas acabam por privá-las de alguns direitos básicos
como o de circular livremente, comunicar-se com familiares e ter acesso aos
seus pertences. Assim, reforça-se o fato de que tais estabelecimentos tiram a
individualidade dos pacientes e os silenciam com a rigidez das normas
impostas.
2. ANÁLISE CRÍTICA

Considerando os objetivos de uma Comunidade Terapêutica (CTs) de


reabilitação ao sujeito dependente de substância química (ácool e outras
drogas), como também o devido tratamento aos que possuem transtornos
mentais em decorrência da dependência química, os tópicos descritos no
Relatório de Inspeções fazem correlação aos descritos por Ervin Goffman
quanto às características de uma Instituição Total. Estas características,
contrárias tanto ao modelo de tratamento proposto pelo Sistema Nacional de
Políticas Públicas sobre Drogas, como o modelo proposto pela Lei 10.216/2001
em consequência da Reforma Psiquiátrica, infringem uma série de direitos
previstos aos sujeitos encaminhados ao tratamento de suas condições de
saúde. As informações obtidas nos relatórios trazem a característica de
institucionalização do sujeito, o que dificulta diretamente sua reabilitação e
reinserção social quando findar seu período na Comunidade; a perda da
subjetividade de cada usuário, sendo tratados de forma igualitária e sem
considerar suas particularidades, não obtendo direcionamento do tratamento
(falta de plano terapêutico singular), assim, levando à chamada “mortificação
do eu” colocada por Goffman, na qual desvincula o sujeito de sua visão sobre
si, seus valores e suas referências existentes fora da vida dentro da
Comunidade; a utilização de regras que, em maioria, são utilizadas como
formas de chantagens e não apenas normas a serem seguidas;

A discussão acerca dos processos de reabilitação é necessária para que


se veja a importância de motivar dentro do tratamento, através de estimulações
ambientais que enxergue a parte humana, auxiliando na facilitação dos
processos de maneira eficaz, para que cheguemos ao objetivo. Quando
pensamos em estímulo como um gerador de mudanças de comportamento,
devemos entender que existe a necessidade, ou seja, o desejo da própria
pessoa, para que assim ocorra uma ressignificação, em um ciclo motivacional.
Analisando sob a perspectiva de uma clínica de reabilitação, o
dependente químico quando ele é retirado do seu ambiente familiar e do
contato com a droga, além de gerar um abalo emocional, é esperado que
aquela necessidade de consumo quando não satisfeita, crie uma frustração
que pode ser transferida, procurando meios para ser liberada, como por
exemplo através de atitudes agressivas. Entretanto entender que o outro está
sentindo verdadeiramente um sofrimento nos ajuda a enxergar além, e
entender que as vezes quando conseguimos trazer sentido e satisfazer a
necessidade por outra razão, a tendencia é a diminuição da intensidade da
necessidade do uso da droga.
O atendimento dos profissionais quando se torna humano, visa respeitar
a individualidade e integridade, resgatando por assim a importância dos
aspectos emocionais, por isso é necessário encorajar a inserção de uma visão
do paciente que compreenda que ele não é apenas um paciente, mas também
uma pessoa que é filho, pai ou mãe, um profissional e estudante, ou seja, tudo
aquilo que o representa enquanto pessoa, sua condição atual não é aquilo que
ele sempre foi, e sim o que está sendo agora. Quando respeitamos sua história
de vida e a honramos, estamos sendo empáticos, caminhando para uma
prática profissional que foca exclusivamente no que vai ajudar de fato o
paciente.

Você também pode gostar