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Dita Francisco João Lindo Capece

INSTALAÇÕES PARA FINS RURAIS

Engenharia Agropecuária

Universidade Alberto Chipande


Beira
Fevereiro de 2024
Dita Francisco João Lindo Capece

INSTALAÇÕES PARA FINS RURAIS

Trabalho a ser apresentado ao


curso de Engenharia Agropecuária,
como requisito parcial a avaliação
da disciplina de Infra-estruturas
Rurais.

Docente:
Enga. Nazira Samajo

Beira, Fevereiro de 2024

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ÍNDICE

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO...............................................................................................1

1.1 Contextualização..................................................................................................................1

1.2 Objectivos............................................................................................................................1

1.2.1 Objectivo geral..................................................................................................................1

1.2.2 Objectivos específicos.......................................................................................................1

1.3 Metodologia.........................................................................................................................1

CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................1

INSTALAÇÕES PARA FINS RURAIS...................................................................................1

2.1 Abrigos, depósitos e armazenamento...................................................................................1

2.1.1 Planejamento.....................................................................................................................1

2.1.1.1 Etapas do planejamento..................................................................................................1

2.1.2 Projetos para instalações rurais.........................................................................................1

2.1.3 Materiais de construção utilizados nas instalações rurais.................................................1

2.2 Instalações para criações zootécnicas e complementares....................................................1

2.3 Estruturas em ambiente protegido........................................................................................1

2.3.1 Cultivo protegido..............................................................................................................1

2.3.1.1 Sistemas que podem ser feitos através do cultivo protegido..........................................1

2.4 Instalações agrícolas em geral e obras de infra-estrutura interna em Moçambique.............1

2.4.1 Infra-estruturas..................................................................................................................1

CAPÍTULO III – CONCLUSÃO...............................................................................................1

Referências bibliográficas..........................................................................................................1

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CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

O presente trabalho versa sobre as mais variadas instalações para fins rurais. Para o sucesso
da sua feitura, socorreu-se da área de construção rural, que é uma parte da Engenharia Rural
de grande importância em qualquer tipo de planejamento para fomento de atividades
agropecuárias. Seja na criação de animais, seja na agricultura em geral, eles estão sempre
presentes. O seu campo de atuação é bastante amplo, visando ao aumento da produtividade,
através de métodos de racionalização da produção, podendo-se citar as instalações para
animais, armazenamento e beneficiamento da produção, aproveitamento de subprodutos,
industrialização e mercado, como os principais.

Pelas suas características próprias, requer conhecimentos intimamente relacionados com a


área agronômica e zootécnica, os quais, aliados à simplicidade e a economia de execução,
irão proporcionar, dentro da técnica, o desejável funcionamento das instalações.

Em se tratando de instalações rurais, existem aquelas destinadas às atividades agrícolas


(galpões de armazenamento, de beneficiamento, as edificações destinadas ao armazenamento
de agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins, viveiros, estufas) e as instalações destinadas à
produção animal, que são as Instalações Zootécnicas. Fatores econômicos e técnicos, bem
como a preferência por um determinado sistema, irão influenciar o produtor na escolha do
tipo de instalação de acordo com o seu sistema de produção.

Não obstante, atentaremos ainda nesta pesquisa as estruturas em ambiente protegido, que é
um recurso muito utilizado em regiões que sofrem com adversidades climáticas, como
excesso de chuvas, seca e ventanias. A prática possibilita a criação de microclimas ideais para
o desenvolvimento sadio das plantas, com menos interferências dos fatores externos.

Falaremos também de instalações agrícolas em geral e obras de infra-estrutura interna, no


caso particular de Moçambique, onde existe a necessidade de facilitar a eficiência e
integração de mercados, sendo a reabilitação de estradas, um instrumento chave para reduzir
os custos de transacção, devendo também ser consideradas o transporte marítimo e
ferroviário como opções viáveis.

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1.2 Objectivos

1.2.1 Objectivo geral

 Prospectar sobre instalações para fins rurais.

1.2.2 Objectivos específicos

 Identificar e resolver problemas de edificações rurais;


 Identificação e escolha de materiais de construção em edificações rurais;
 Caracterizar regiões suscetíveis à produção animal e adaptação;
 Classificar infra-estruturas internas em que secundam a actividade agrícola em
Moçambique.

1.3 Metodologia

Para a realização do presente trabalho, recorreu-se a obras físicas e virtuais que abordam os
assuntos aqui tratados, além de pesquisas na internet, de forma a complementar a informação
necessária para a sua conclusão.

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CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

INSTALAÇÕES PARA FINS RURAIS

2.1 Abrigos, depósitos e armazenamento

2.1.1 Planejamento

É a organização dos recursos disponíveis, sejam naturais, materiais, financeiros e humanos,


aproveitando o máximo de sua potencialidade, com o intuito de se atingir metas pré-
estabelecidas. Consiste no cuidadoso estudo técnico e econômico do sistema produtivo que
culmina com o projeto físico das instalações.

No planejamento deve-se ter como foco:

a) Para os animais e plantas, as instalações devem proporcionar proteção contra a


adversidade climática e um ambiente saudável;

b) Para o produtor, as instalações devem ser práticas e funcionais, de tal modo que
permitam a execução das tarefas rotineiras com o máximo de eficiência.

Tendo como visão da engenharia: Máximo rendimento pelo mínimo custo de produção.

O planejamento deve ser realizado, pois após o término da obra, as modificações são difíceis.
Além disso, os custos de produção são muito afetados pela funcionalidade das instalações.

2.1.1.1 Etapas do planejamento

Estudo de mercado

Comercialização é o objetivo do sistema produtivo. Deve-se:

 Conhecer o comportamento do mercado (curvas de demanda, oferta e de preços);

 Previsões e perspectivas para o futuro;

 Economia (conhecimento do mercado local).

Fatores considerados na escolha do local

Todas as obras rurais começam pela escolha do terreno. Ele deve ser pouco inclinado, firme e
seco. Também é muito importante a posição do terreno dentro da propriedade. Para isso
vários fatores devem ser observados, como: proximidade de estradas, facilitando o acesso de
veículos; facilidade de captação de água; facilidade de acesso à rede elétrica.

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Em função da Topografia da área, devem-se aproveitar as quedas d’água por gravidade para
as diferentes necessidades da propriedade, incluindo aí as criações e irrigações de hortas e
viveiros.

a) Manejo dos dejetos: cuidados para se evitar problemas ambientais. O local escolhido
deve satisfazer exigências legais referentes ao meio ambiente;

b) Drenagem: a topografia deve permitir boa drenagem a fim de assegurar boas


condições de piso, manter as fundações secas e evitar a ocorrência de
encharcamentos;

c) Água: deve haver em quantidade, qualidade e acessibilidade;

d) Condições regionais e serviços: eletricidade, manutenção de estradas, coleta da


produção, entrega de alimentos e comunicação;

e) Expansões: antecipar possibilidade de crescimento do empreendimento;

f) Posição no terreno: instalações nas partes relativamente mais altas para melhor
escoamento das águas, mantendo as fundações secas;

g) Distâncias: visar maior eficiência da mão-de-obra e controle de doenças e de odores;

h) Orientação solar: é importante verificar a posição do sol, a predominância dos


ventos em relação ao terreno. Várias benfeitorias (galpão para criação de aves, etc)
necessitam de uma proteção contra o sol, ventos ou frio. Essa proteção pode ser feita
mediante a localização correta das benfeitorias na área.

 Regiões quentes e úmidas: direção adequada leste-oeste;

 Evitar insolação direta no interior da instalação (quanto maior a latitude, maior


o beiral para proteção de insolação direta);

 Regiões de temperaturas amenas e umidade elevada: orientação norte-sul;

 Insolação direta nas primeiras e últimas horas do dia.

Em alguns casos, como na avicultura, o sol não é imprescindível, e se possível, o melhor é


evitá-lo dentro dos aviários. Assim, devem ser construídos com o seu eixo longitudinal
orientado no sentido leste-oeste (Figura 1). Esta condição é de preferência, pois sabemos que
nem sempre é possível executar esta orientação, devido a uma série de fatores como:
topografia, ventos dominantes, outras instalações existentes, etc.

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Nessa posição nas horas mais quentes do dia a sombra vai incidir embaixo da cobertura e a
carga calorífica recebida pelo aviário será a menor possível. Por mais que se oriente
adequadamente o aviário em relação ao sol, haverá incidência direta de radiação solar em seu
interior em algumas horas do dia na face norte, assim, pode-se utilizar alternativas como
forma de evitar a incidência do sol (árvores, beiral, etc).

Fi. 1. Orientação sentido leste-oeste

Fonte: Novais (2014)

Para a construção de estufas, a recomendação é que deve-se observar a orientação dos ventos
predominantes, ou seja, a construção nunca deve ser perpendicular à direção do vento, e sim,
construída no sentido da sua direção. Mas, para se obter a máxima vantagem da radiação
solar, principalmente no inverno, a estufa deve ter seu eixo maior na direção leste-oeste. Esta
posição reduz a um mínimo o sombreamento das vigas da estrutura e as mesmas se tornam
mais eficientes na transmissão da radiação solar.

2.1.2 Projetos para instalações rurais

Na fase da elaboração do projeto, deve-se levar em conta o fim a que se destina a área rural,
quais as necessidades e perspectivas de aproveitamento da propriedade, se apenas para lazer
ou proporcionar lucro. Neste último caso, é preciso identificar com clareza, que
procedimentos são mais recomendáveis para atingirem objetivos e metas capazes de tornar
viável a execução do projeto, garantindo assim sua rentabilidade.

O projeto é o conjunto de instruções necessárias à execução de uma obra. É composto de


desenhos, placas e até, em alguns casos, de especificações. O importante é que defina o local
onde será feita a obra, todas as suas dimensões, os materiais a serem utilizados e as suas
quantidades. Quando bem elaborado o projeto pode reduzir o custo da obra, pois evita
desperdícios e aumenta a qualidade e a durabilidade da construção.

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Ao executar o projeto de uma benfeitoria, é preciso pensar sempre em como ela ficará depois
de construída, mesmo que seja executada em etapas ou ampliada aos poucos. Isso evita
desperdícios em demolições, geralmente necessárias quando se dá continuidade à obra.
Sempre que houver necessidade de fazer modificações na benfeitoria, é recomendável
consultar primeiro o autor do projeto, sobretudo nas obras de maior responsabilidade. Ele
ajudará a encontrar a melhor solução.

2.1.3 Materiais de construção utilizados nas instalações rurais

Outro fator importante em relação às construções são os materiais que serão utilizados. Os
materiais de construção podem ser simples ou compostos, obtidos diretamente da natureza ou
podem ser de origem industrial. O seu conhecimento é que permite a escolha dos mais
adequados à cada situação. Do seu correto uso depende em grande parte a solidez, a
durabilidade, o custo e a estética das obras.

Para que sejam considerados adequados, deve ser considerado:

a) Resistência: material deve apresentar resistência compatível com os esforços a que


será submetido;

b) Trabalhabilidade: refere-se à adaptabilidade e aplicabilidade do material, que em


função de seu peso, forma, dimensão, dureza e plasticidade. Pode (ou não) ser
trabalhável em condições práticas;

c) Durabilidade: resistência que o material oferece à ação dos agentes atmosféricos,


biológicos e químicos, oriundos de causas naturais ou artificiais, tais como luz, calor,
umidade, insetos, microorganismos, sais, etc.;

d) Higiene e Saúde: material não deve causar danos à saúde do trabalhador e nem do
usuário da obra;

e) Econômico: o material, respeitadas as considerações técnicas, deve ser adequado do


ponto de vista econômico.

As condições econômicas de um material de construção dizem respeito à facilidade de


aquisição, dependendo de sua obtenção e transporte e emprego do material (sua manipulação
e conservação). Um material é mais econômico que outro, quando em igualdade de condições
de resistência, durabilidade, estabilidade e estética, tiver preço inferior de assentamento na
obra. Ou ainda, quando em igualdade de preço apresentar maior resistência, durabilidade,
estabilidade e beleza.

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Cabe ao técnico (engenheiro) entre as opções possíveis às que melhor atendam as condições
acima. Para isto devem ser consideradas as propriedades físicas, químicas e mecânicas dos
materiais.

2.2 Instalações para criações zootécnicas e complementares

Um dos principais pontos críticos da produção animal em regiões de clima quente se encontra
na dificuldade de adaptação dos animais, muitas vezes de raças originadas de regiões de
clima temperado, aos elevados valores e grandes oscilações das variáveis ambientais,
principalmente da temperatura e umidade relativa do ar.

Uma maneira de contornar esse problema é fornecer certo grau de conforto e bem-estar aos
animais para que os mesmos possam expressar, de maneira satisfatória, todo o seu potencial
genético e produtivo. Para isso, é necessário que as instalações ou locais onde os animais
serão alojados tenham condições de proporcionar, de maneira satisfatoria, um ambiente com
conforto térmico, conforto sonoro, sem poluição do ar por gases e/ou poeira, além de possuir
condições adequadas quanto aos aspectos sanitários e de tratamento de dejetos.

Sendo assim, torna-se imprescindível, sob o ponto de vista da concepção de instalações para
criação de animais de alto desempenho produtivo, a elaboração de projetos cuidadosamente
pensados, que levem em consideração as características ambientais da região, os quesitos de
bem-estar dos animais e acima de tudo as exigências térmicas dos usuários em questão. Estas
exigências dizem respeito às faixas de conforto térmico dos animais, ou seja, a região
termoneutra e os limites, inferior e superior, de estresse térmico por frio e calor,
respectivamente.

Conhecendo-se as exigências dos usuários destas instalações é possível direcionar o projeto


para que se possa atender todas as necessidades dos animais e obter assim um melhor
desempenho produtivo. Na elaboração de instalações eficientes e funcionais existe uma
interação muito grande de variáveis, tais como os componentes da construção, os materiais a
serem utilizados, a orientação da mesma, sua geometria, a forma de ocupação e o conforto
térmico que o animal ocupante necessitará para ter um desempenho ideal.

A utilização de materiais isolantes, tipos de coberturas com telhas especiais, que absorvam
menos calor, instalações mais abertas, com orientação correta e com pé direito mais alto,
privilegiando a ventilação natural, são medidas acessíveis e relativamente fáceis de serem
empregadas e que terão um impacto direto no ambiente interno das instalações. A utilização

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de sobreamento natural ou artificial também é de fundamental importancia quando se analisa
sistemas de criação ao ar livre ou em regime de semi-confinamento.

Para a maioria dos animais de produção não é tão comum encontrar referências de modelos
de instalações prontos ou de recomendações relacionadas a ambiência e bem-estar, uma vez
que mais recentemente é que pesquisas tem sido direcionadas para esse propósito. Sendo
assim, as recomendações e pesquisas de instalações que sejam mais adequadas aos animais,
bem como o estabelecimento de limites de conforto térmico ainda permanecem em
andamento.

Assim, por hora, talvez a melhor recomendação a ser feita, no que se refere às instalações
zootecnicas, seja a de unir características construtivas modernas, materiais de construção e
tipos de coberturas isolantes, a projetos de instalações mais abertas, como orientação correta
e pé direito suficientemente alto para proporcionar e garantir uma boa circulação de ar no
interior das mesmas. Para a situação de criação a pasto, o ideal e recomendável é que se
disponibilize áreas de sombreamento natural ou artificial para que o animal possa se proteger
do efeito direto do sol e das temperaturas mais elevadas durante as horas mais quentes do dia.
Quanto a essa medida é importante destacar ainda que, no caso do sombreamento artificial,
parâmetros como o tipo de cobertura, a altura da mesma e a área minima de sombra por
animal, deverão ser levados em consideração para que os efeitos deste tipo de recurso sejam
realmente significativos.

2.3 Estruturas em ambiente protegido

2.3.1 Cultivo protegido

O cultivo protegido é uma técnica muito utilizada por produtores de diversas regiões, pois é
uma alternativa para driblar as intempéries climáticas e obter uma produção de alta
qualidade.

Seu objetivo é controlar parcial ou totalmente a área ao redor dos cultivares, protegendo a
colheita, especialmente, de temperaturas muito altas ou baixas, tempestades e granizos. Além
disso, também serve como proteção contra animais e insetos que, por ventura, poderiam
danificar as plantas.

Outra principal vantagem que o cultivo protegido oferece é em relação a demanda e oferta,
diferenciais necessários para destacar-se no mercado. Como é possível controlar algumas
variáveis como temperatura, umidade do ar e radiação solar, é possível obter produtos com

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melhor qualidade na sazonalidade e, consequentemente, comercializá-los por um preço
maior.

Além disso, esses controles permitem que o produtor tenha uma eficiência produtiva maior,
obtendo uma produtividade muito superior ao modo tradicional de produção sem cultivo
protegido. Assim, a oferta é mais equilibrada, possibilitando que os produtores ofereçam
produtos mesmo na entressafra.

O cultivo protegido também acarreta em diminuição dos gastos com controle fitossanitário,
afinal, plantas produzidas em estufas apresentam menor incidência de pragas e doenças.

Fig. 2: Ilustração de cultivo em ambiente protegido

2.3.1.1 Sistemas que podem ser feitos através do cultivo protegido

O cultivo protegido é utilizado, principalmente, em regiões que sofrem com adversidades


climáticas. Com ele é possível ampliar a possibilidade de plantio em épocas menos favoráveis
e obter produtos com qualidade superior, pois cria-se microclimas ideais para o
desenvolvimento sadio das plantas.

As casas de vegetação (estufas) são as estruturas mais utilizadas e são elas quem fazem a
proteção da plantação. Por isso, são fundamentais para obter sucesso neste tipo de cultivo.

a) Cultivo protegido feito diretamente no solo

Este método de cultivo é muito parecido com o “tradicional” a céu aberto, porém aqui,
mesmo as plantas estando diretamente no solo, estão protegidas de ventanias, geadas e
chuvas, recebendo água e nutrientes por irrigação localizada.

Para melhorar a eficiência do manejo e desenvolver plantas mais saudáveis, bonitas e de


qualidade, alguns produtores que produzem em solo optam pela fertirrigação. Esta técnica

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acrescenta os nutrientes à água que irriga as plantas, poupando custos e melhorando a
eficiência.

b) Cultivo protegido feito com substratos

Assim como o anterior, este método consiste em utilizar a fertirrigação para nutrir as plantas,
porém, a diferença é que os cultivos não ficam diretamente no solo. Aqui, eles ficam em
materiais inertes (que não fornecem nenhum nutriente à planta) de origem natural ou mineral.

Estes materiais, além de estarem livres de agentes patogênicos, protegem as raízes contra a
luz, permitem uma boa retenção de água, boa disponibilidade de nutrientes, maior controle
nutricional e uma oxigenação adequada.

c) Cultivo protegido feito em água

Este tipo de cultivo é conhecido por hidroponia. Essa é uma técnica de cultivo feita dentro de
um ambiente protegido sem o uso de solo e substratos onde uma solução nutritiva percola
oferecendo todos os nutrientes necessários para seu desenvolvimento. Essa técnica consiste
em cultivar as plantas com seu sistema radicular dentro de um canal ou canaleta onde suas
raízes ficam em contato constante com a solução nutritiva.

Todavia, embora o fluxo desta solução deva ser contínuo, ele deve ser fino a fim de permitir
que uma parte da raiz fique em contato com a água, enquanto outra parte fica livre em contato
com o oxigênio.

2.4 Instalações agrícolas em geral e obras de infra-estrutura interna em Moçambique

2.4.1 Infra-estruturas

Em Moçambique, existe a necessidade de facilitar a eficiência e integração de mercados


(Cirera & Arndt, 2008). A reabilitação de estradas permanece um instrumento chave para
reduzir os custos de transacção, mas outras opções também devem ser consideradas, tais
como o transporte marítimo e ferroviário (Cirera & Arndt, 2008). A falta de integração dos
mercados do norte e do sul do país cria um grande dilema: o crescimento populacional é
maior nas grandes cidades como Maputo e Matola, localizadas no sul do país, em relação ao
crescimento nas zonas rurais, incluindo as províncias do norte. Nos próximos anos haverá
maior procura de alimentos nas grandes cidades (Tschirley & Abdula, 2007), e se o produto
não pode ser transportado da zona excedentária para a zona deficitária, os preços dos
produtos vão aumentar no sul do país. Ao mesmo tempo, os produtores no norte do país
estarão a perder a oportunidade de aumentar os seus rendimentos familiares mediante a

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comercialização dos seus excedentes. Como resultado, poderá aumentar a frequência de
manifestações de populares nos principais centros urbanos, por parte, devido ao elevado custo
de vida associado ao preço dos produtos alimentares básicos, como infelizmente foi
observado em Fevereiro de 2008 e Setembro de 2010.

Na SADC, Moçambique possui uma localização geográfica que lhe confere uma posição
privilegiada em termos de transporte marítimo, fluvial, rodoviário e ferroviário. A Zâmbia, o
Malawi e o Zimbabué dependem em certa medida das infra-estruturas de transporte que o
país detém. O transporte ferroviário liga o este ao oeste, o que constitui uma rota de
importação e exportação de diversos produtos de e para os países vizinhos acima
mencionados. Mas não liga o norte ao sul do país, o que favoreceria o escoamento de
excedentes agrícolas a um custo relativamente mais baixo, pois o transporte rodoviário tende
a ser menos caro do que o rodoviário.

Fig. 3: Rede ferroviária em Moçambique

Fonte: Acismoz (2010)

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À semelhança da rede ferroviária, a rede rodoviária possui relativamente menos ligação entre
sul e o norte do país. Existe uma melhor rede rodoviária na zona sul, mas não existe nenhuma
estrada totalmente alcatroada partindo do Rovuma (fronteira com a Tanzania) até ao Maputo
(fronteira com a África do Sul). A redução do tempo de viagem através do melhoramento da
rede rodoviária resulta no melhoramento da eficiência do mercado e no maior crescimento
económico, que se traduzem no melhor bem-estar das famílias. O tempo de viagem de uma
cidade para a outra reduziu consideravelmente, conforme discutido anteriormente.

Mas na última década não houve construção de novas estradas, apenas a reabilitação das
existentes. Nenhuma estrada nova pelo menos desde o início dos anos 1990s até a data,
apesar do facto do país possui uma baixa densidade de estradas, e as estradas existentes serem
precárias, e sem uma ligação forte entre o norte e o sul.

Fig. 4: Rede rodoviária em Moçambique.

Fonte: Acizmoz (2010)

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CAPÍTULO III – CONCLUSÃO

O princípio que deve nortear qualquer construção, grande ou pequena é o de fazer uma obra
praticamente perfeita no menor tempo possível e ao menor custo, aproveitando o máximo
rendimento das ferramentas e da mão-de-obra. Logicamente é muito difícil, senão impossível,
fazer-se a obra perfeita, mas deve-se procurar, por todos os meios, aproximar-se dessa
situação.

Para que isso seja possível, torna-se necessário muita atenção em todas as fases da
construção. Estas fases são: (i) preliminares: são os trabalhos iniciais que antecedem a
construção propriamente dita e são os seguintes: elaboração do programa (finalidade da
obra); escolha do local; organização do local de trabalho; estudo do solo e subsolo;
terraplenagem ou acerto do terreno; projeto; (ii) execução: consta da abertura das valas de
fundação; consolidação do terreno; alicerces; baldrames; obras de concreto armado ou
simples; levantamento das paredes; cobertura ou telhado; pisos; e (iii) acabamento:
instalações elétricas; canalização e equipamentos.

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Referências bibliográficas

FILHO, José (2013) Ambiência e instalações zootécnicas. Disponível em:


http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=23343&secao=Colunas
%20e%20Artigos – acesso em 28.02.2024.

Hidrogood (2018) Cultivo protegido. Disponível em:


https://hidrogood.com.br/noticias/ambiente-protegido/cultivo-protegido-entenda-o-que-e-e-
suas-vantagens – acesso em 28.02.2024.

SOUZA, Jorge (2010) Manual de construções rurais. 3ª Ed, Revista e Complementada,


Universidade Federal do Paraná, Curitiba – PR.

NOVAIS, Dirlane (2014) Instalações rurais. 3ª Ed, Universidade Federal do Paraná, Curitiba
– PR.

CUNGUARA, Benedito (2011) O Sector Agrário em Moçambique: Análise situacional,


constrangimentos e oportunidades para o crescimento agrário. Maputo.

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