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E-BOOK

EXPERT EM
PROJETOS DE
IRRIGAÇÃO
O GUIA ESSENCIAL PARA O
PROJETISTA DE SUCESSO

Luan Peroni Venancio


Dr. em Engenharia Agrícola
SOBRE O AUTOR
Luan Peroni Venancio é Engenheiro
Agrônomo e Mestre em Produção Vegetal
pela Universidade Federal do Espírito
Santo (UFES) e Doutor em Engenharia
Agrícola pela Universidade Federal de
Viçosa (UFV), com período sanduíche no
Daugherty Water for Food Global Institute
at the University of Nebraska (DWFI/UNL),
nos Estados Unidos. Atualmente, é
pesquisador e líder técnico da linha de
pesquisa Manejo de Altas Produtividades
no Centro de Excelência em Agro
Exponencial (CEAGRE), em Rio Verde, GO.
Possui experiência na área agronômica,
com ênfase em Projetos e Manejo de
Sistemas de Irrigação e Sensoriamento
Remoto aplicado à agricultura. É autor e
coautor em 41 artigos científicos e em
vários resumos em anais de congresso,
assim como do curso Uso e Manejo
Racional da Irrigação, em parceria com a
empresa AgricOnline. É criador e
administrador da página Expert Irrigação
no Instagram, onde são evidenciados, de
maneira bem didática, assuntos
relacionados à irrigação e agricultura
irrigada. Filho de produtor rural, conhece
bem a realidade do campo.
Olá,
Este e-book é para você: projetista, estudante,
consultor agrícola, produtor rural e profissional da área
das Ciências Agrárias, qual deseja saber um pouco mais
sobre como realizar um correto dimensionamento dos
sistemas de irrigação. Com ilustrações, imagens e uma
linguagem bem simples, este material vai ajudar a
todos a entender as partes essenciais de um projeto e
a importância dele para o sucesso de um sistema de
irrigação.
.
Boa leitura! Luan Peroni Venancio

E-book distribuído por Luan Peroni Venancio | Expert Irrigação


Todos os direitos reservados |Proibida a reprodução não autorizada deste material
CONTEÚDO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................01

2. IMPACTOS NEGATIVOS DE PROJETOS MAL DIMENSIONADOS....02

3. PROJETO AGRONÔMICO E HIDRÁULICO................................................05

4. DADOS NECESSÁRIOS PARA O PROJETO AGRONÔMICO...............09

5. DADOS NECESSÁRIOS PARA O PROJETO HIDRÁULICO....................19

6. EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA PROJETOS......................................21

7. PERDA DE CARGA...............................................................................................29

8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO DA ASPERSÃO CONVENCIONAL....44

9. DIMENSIONAMENTO BÁSICO DA IRRIGAÇÃO LOCALIZADA............60

10. SELEÇÃO DO CONJUNTO MOTOBOMBA................................................65

11. CAD PARA PROJETOS..........................................................................................74

12. LISTAGEM DE PEÇAS...........................................................................................77

13. ANÁLISE ECONÔMICA E ENTREGA TÉCNICA...........................................78

14. MONTAGEM DO SISTEMA................................................................................79

15. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................81

16. LITERATURA CONSULTADA.............................................................................84


1. INTRODUÇÃO

Um projeto pode ser definido como o


planejamento de algo que será realizado
no futuro. Ter um projeto é essencial em
diferentes ocasiões, uma vez que torna
mais simples a realização e concretização
de ideias e planos.

Um projeto é capaz de organizar todas


as etapas de qualquer empreendimento
de forma racional e lógica e fazer com
que você evite retrabalhos, prejuízos
financeiros e atrasos em suas entregas.

01
1. INTRODUÇÃO

Na irrigação não é diferente! Ou seja, é


necessário um projeto bem-feito para
que a sua irrigação seja de sucesso. Um
projeto de qualidade garantirá o
fornecimento de água em quantidades
controladas e eficientes para os cultivos
agrícolas.

Caso uma irrigação seja instalada sem


projeto adequado, o risco de a qualidade
dela ser baixa é muito grande.

02
2. IMPACTOS NEGATIVOS DE
PROJETOS MAL DIMENSIONADOS

Agronômicos e ambientais

Incapacidade de atender a demanda


da cultura em determinadas épocas,
provocando déficit hídrico e queda de
produtividade;

Variabilidade da produção devido à


irrigação desuniforme. Se faz a
fertirrigação, o problema se torna
ainda maior;

Lixiviação de nutrientes (projetos com


vazões excessivas);

Contaminação de rios, córregos e


águas subterrâneas.

03
2. IMPACTOS NEGATIVOS DE
PROJETOS MAL DIMENSIONADOS

Financeiros

Maiores custos de instalação


(projetos superdimensionados com
maiores potências e vazões);

Maiores custos com energia elétrica


(motores e tubulações maiores);

Maior lâmina bruta em decorrência


da baixa eficiência de irrigação;

Rompimento de tubulações e
constantes manutenções;

Filtros mal dimensionados gerando


problemas constantes de
entupimentos na irrigação localizada.

04
3. PROJETO AGRONÔMICO E
HIDRÁULICO

O projeto de um sistema de irrigação é


obrigatoriamente dividido em duas
grandes partes:

Projeto Agronômico

Projeto Hidráulico

Apesar dessa obrigatoriedade, posso


afirmar que na grande maioria das
vezes, somente é feito o projeto
hidráulico, quando o fazem.

05
3. PROJETO AGRONÔMICO E
HIDRÁULICO

Qual objetivo da afirmação anterior?


Polemizar?

Não! Mas alertar a todos aqueles que


trabalham com projetos, que ao deixar
de lado o projeto agronômico, estão
correndo um sério risco de enfrentar
problemas após a instalação e operação
do sistema no campo.

Nesta fase, fica muito difícil de corrigir


os erros, é caro e muitas vezes, não é
possível corrigir sem trocar uma parte
do sistema. Por exemplo, quando se faz
a escolha errada do espaçamento entre
gotejadores.

06
3. PROJETO AGRONÔMICO E
HIDRÁULICO

Mas então, o que seria o projeto


agronômico e hidráulico?

Projeto Agronômico

Como o próprio nome sugere, o projeto


agronômico engloba o levantamento e
análise das informações
“agronômicas” relacionadas às
condições de solo, planta, clima e água,
principalmente.

Somente com estas informações será


possível ter um projeto de qualidade.
Um projeto que não faça o uso de dados
agronômicos é um tiro no escuro.

07
3. PROJETO AGRONÔMICO E
HIDRÁULICO

Mas então, o que seria o projeto


agronômico e hidráulico?

Projeto Hidráulico
Refere-se ao dimensionamento das
tubulações e dos acessórios e baseia-
se na vazão dos sistemas, na geometria
da área e nos critérios técnicos,
utilizando-se equações específicas.
Você já parou para pensar de onde vem a
vazão utilizada no dimensionamento
hidráulico?

Do dimensionamento agronômico! Logo, o


sucesso do projeto hidráulico depende do
agronômico.

08
4. DADOS NECESSÁRIOS AO
PROJETO AGRONÔMICO

Solo
Planialtimétricos

Cultura
Clima

Água disponível

Outras infos

09
4. DADOS NECESSÁRIOS AO
PROJETO AGRONÔMICO

Quais são os dados


Solo necessários de solo?

Textura do solo;

Capacidade de campo (CC);

Ponto de murcha permanente (PMP);

Densidade do solo (ds);

Disponibilidade total de água (DTA);

Velocidade de infiltração básica (VIB).

10
4. DADOS NECESSÁRIOS AO
PROJETO AGRONÔMICO

Quais são os dados


necessários
Planialtimétricos planialtimétricos ?

Coordenadas geográficas e cotas


(altitude) do entorno da área e
internamente e/ou curvas de nível;

Coordenadas geográficas e desnível


de sucção;

Coordenadas geográfica dos pontos


de passagem da linha principal;

Coordenadas geográficas de
possíveis barreiras físicas (estradas,
benfeitorias, etc.).

11
4. DADOS NECESSÁRIOS AO
PROJETO AGRONÔMICO

Quais são os dados


necessários da cultura?
Cultura
Cultura(s);

Espaçamento;

Profundidade efetiva do sistema


radicular (Z);

Coeficiente de cultura máximo (Kc);

Fator de disponibilidade hídrica (f);

Condutividade elétrica do extrato de


saturação do solo (CEe).

12
4. DADOS NECESSÁRIOS AO
PROJETO AGRONÔMICO

Quais são os dados


necessários de clima ?
Clima
Dados de históricos de temperatura,
umidade relativa, radiação solar e
velocidade do vento, que irão ser
usadas para calcular a
evapotranspiração de referência
(ETo).

Dados de velocidades dos ventos são


utilizadas para definir a sobreposição
dos jatos dos aspersores na
irrigação por aspersão convencional.

13
4. DADOS NECESSÁRIOS AO
PROJETO AGRONÔMICO

Quais são os dados


Água disponível necessários de água?

Qualitativos para verificar a


possibilidade de ocorrência de
entupimentos na irrigação localizada;

Quantitativos para verificar se há


vazão disponível ao longo do tempo
(especialmente nos períodos secos)
para irrigação. A forma legal é solicitar
a outorga de direito de uso de recurso
hídrico no orgão competente.

Saiba mais clicando aqui.

14
4. DADOS NECESSÁRIOS AO
PROJETO AGRONÔMICO

Quais são as outras


Outras infos informações
necessárias?

Qual o tamanho do transformador?


(pode se ter limitação energética)

Quantas horas que o sistema


trabalhará por dia?

Terá aproveitamento de
peças/equipamentos/motobomba
existentes na propriedade?

Aumentará o projeto posteriormente?


São perguntas que
precisam de respostas!

15
4. DADOS NECESSÁRIOS AO
PROJETO AGRONÔMICO

O que fazer com as


informações levantadas
anteriormente?

Dados de solo: caracterizar o


solo como um reservatório de
água e conhecer sua capacidade
de infiltra-lá;

Dados da cultura e do clima:


determinação da
evapotranspiração da cultura
máxima (ETc máxima);

Dados de planialtimétricos:
layout e distribuição do sistema
no campo.

16
4. DADOS NECESSÁRIOS AO
PROJETO AGRONÔMICO

O que fazer com as


informações levantadas
anteriormente?

Dados de solo: caracterizar o


Dados
solo comoda água: viabilidade
um reservatório dede
irrigação e escolha
água e conhecer docapacidade
sua sistema de
irrigação/filtragem;
de infiltra-lá;

Dados da cultura e do clima:


Outras informações:
determinação da analisar
caso a caso as possibilidades
evapotranspiração da cultura
de limitar
(ETc o projeto e as
máxima);
necessidades de ajustes no
mesmo.
Dados de Por exemplo, se a
planialtimétricos:
energia
layout e elétrica for apenas
distribuição do sistema
monofásica,
no campo. terá limitação da
potência do motor.

17
4. DADOS NECESSÁRIOS AO
PROJETO AGRONÔMICO

Considerando que não temos limitação


hídrica, energética e planialtimétrica,
podemos associar os dados de solo
aos de clima e planta. Assim,
chegaremos ao TURNO DE REGA
(TR), que vai nos falar o seguinte:
Considerando, por exemplo, que a ETc máxima é de 5
mm/dia e a quantidade máxima de água que seu solo
consegue armazenar é de 20 mm, a sua área deve ser
projetada para ser irrigada, no máximo, a cada 4 dias
(TR).

Mas ainda falta alguma coisa aí, para podermos entrar


no projeto hidráulico, que é o seguinte: “Na
propriedadade só se pode irrigar 12 horas por dia".

A partir dessas informações chega a vazão máxima


diária e o número de setores (blocos) na área que
são informações primordiais para se iniciar o projeto
hidráulico. Logicamente que existem outras
informações e cálculos, mas ela são as principal.

18
5. DADOS NECESSÁRIOS AO
PROJETO HIDRÁULICO

Por ser uma sequência do projeto


agronômico, os dados necessários ao
projeto hidráulico advém dele. Um dos
principais dados nesta etapa são os
planialtimétricos, pois eles
influenciarão na disposição do
sistema na área e consequentemente
no comprimento das linhas e nas
vazões (principal dado para o
dimensionamento).

Agora, eles serão trabalhados com


equações e critérios hidráulicos
específicos para cada tipo de sistema
de irrigação.
Projeto Agronômico

Projeto Hidráulico

19
5. DADOS NECESSÁRIOS AO
PROJETO HIDRÁULICO

Entendi...mas existe um ponto de


partida para o projeto hidráulico?
Se fossemos cravar um ponto de início
para ele seria o a escolha do emissor
(aspersor, gotejador, microaspersor,
etc.).

Logo na sequência vem a divisão da


área em setores e a disposição das
linhas de irrigação. Com a disposição
das linhas se obtém o comprimento e a
vazão.

Basta agora definir o material (PVC, por


exemplo) e iniciar os cálculos
hidráulicos, os principais serão
apresentados na sequência.

20
6. EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS
PARA PROJETOS

A hidráulica é uma área gigantesca e


tenebrosa para muitos.

A área de hidráulica envolve muita


matemática e física, por isso, é
composta por dezenas de equações. A
notícia boa é que na maioria dos casos
para projetos de irrigação, trabalhamos
muito com duas, que abordaremos aqui
no e-book.
Equação da continuidade

Equação de Bernoulli

21
6. EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS
PARA PROJETOS

Equação da continuidade

A equação da continuidade relaciona a


velocidade do fluido com a área
disponível para seu escoamento.

Ela expressa a Lei da Conservação de


Massas, ou Lei de Lavoisier, que é uma
lei da química que muitos conhecem por
uma célebre frase dita pelo cientista
conhecido como o pai da química, Antoine
Lavoisier:

“Na natureza, nada se


cria, nada se perde,
tudo se transforma”.

22
6. EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS
PARA PROJETOS

Equação da continuidade

Mas qual a sua importância nos


projetos?
Se na natureza nada se cria, nada se
perde tudo se transforma”, a vazão será a
mesma em todos os pontos de uma
tubulação de diferentes diâmetros
(principio da conservação de massa), ao
longo de seu comprimento, escoando um
líquido incompreensível (água).

Vamos avançar para entender melhor...

Sabemos que: Vazão = Área x velocidade,


e que as tubulações de irrigação são
compostas por diferentes diâmetros, certo?

23
6. EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS
PARA PROJETOS

Equação da continuidade

Mas qual a sua importância nos


projetos?
Logo, podemos perceber que, quanto
menor for a área de escoamento
disponível para um fluído, maior será a
sua velocidade e vice-versa.
Menor V Maior V

A1V1 A2V2

Tubulação com vazão (Q) constante.

A = Áea e V = Velocidade

24
6. EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS
PARA PROJETOS

Equação da continuidade

Mas qual a sua importância nos


projetos?
Também sabemos que existem
velocidades consideradas adequadas
para projetos de irrigação (velocidades
econômicas), sendo, em média:

1,5 m/s para tubulações de


recalque, principal e derivação
(em alguns casos).

1,0 m/s para a tubulação de


sucção.

25
6. EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS
PARA PROJETOS

Equação da continuidade

Mas qual a sua importância nos


projetos?
A partir da equação da
continuidade,conhecendo-se a vazão
através do projeto agronômico e as
velocidades adequadas, os diâmetros
das tubulação de condução de água,
podem ser determinados por uma
simples equação apresentada na
próxima página.

26
6. EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS
PARA PROJETOS

Equação da continuidade

Equação para determinação do


diâmetro das tubulações:

D = diâmetro interno da tubulação (m)


Q = vazão da tubulação (m³/s)
V = velocidade da água adotada (m/s)

27
6. EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS
PARA PROJETOS

Equação da continuidade

EXERCÍCIO

Obter o diâmetro econômico para uma


tubulação de recalque em PVC que
abastece um sistema com vazão de 125
m³/h. Os diâmetros internos comerciais
disponíveis são 100, 150 e 200 mm.

Será adotado o diâmetro de 150 mm, pois é o


diâmetro comercial superior mais próximo.

28
6. EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS
PARA PROJETOS

Equação de Bernoulli
O Teorema de Bernoulli refere-se ao
princípio da conservação da energia e
é de extrema importância, uma vez que
foi a partir dele que compreendeu-se a
perda de carga nas tubulações. A perda
de carga é a energia perdida pelo líquido
por unidade de peso, entre dois pontos do
escoamento.
Perda de carga ao longo do trecho

Veloc.
Fonte: Adaptado deGuiadaengenhearia

Pressão

Posição

29
7. PERDA DE CARGA

Mas por que chama-se perda de carga?

Como essa energia é perdida na forma


de calor e não pode ser mais
recuperada na forma de energia cinética
e/ou, potencial, ela é chamada de perda
de carga.

Classificação da perda de carga

Contínua ou distribuída (hf)

Localizada ou acidental (ha)

Total (ht)

Unitária (J)

30
7. PERDA DE CARGA

Contínua ou distribuída (hf)

Provocada pelo movimento da água


na tubulação

Cálculo da perda de carga


contínua

Duas equações são comumente


utilizadas:

Equação de Darcy-Weisbach
também conhecida como equação
Universal;

Equação de Hazen-Williams

31
7. PERDA DE CARGA

Equação de Darcy-Weisbach

hf = perda de carga contínua (m)


f = fator ou coeficiente de atrito
L = Comprimento da tubulação (m)
Q = vazão escoada (m³/s)
D = Diâmetro da tubulação (m)
g = aceleração da gravidade (m/s²)

É considerada a mais precisa para


determinação da hf, pois é válida
para:
Qualquer tipo de fluido e temperatura;
Qualquer regime de escoamento;
Qualquer tipo de material e estado de
tubulação.

32
7. PERDA DE CARGA

Equação de Darcy-Weisbach

A dificuldade na utilização dessa equação


está na obtenção do fator f, pois este
depende do material da canalização
(rugosidade) e do número de Reynolds.

Muitas equações foram desenvolvidas ao


longo dos anos para o cálculo do fator "f".
Uma das mais simples e muito usada é a
de Blasius.

R: número de Reynolds (adimensional).

Clique neste link para saber mais sobre as


equação para cálculo do fator "f".

33
7. PERDA DE CARGA

Equação de Equação de Hazen-


Williams

hf = perda de carga contínua (m)


C = coeficiente de rugosidade
L = Comprimento da tubulação (m)
Q = vazão escoada (m³/s)
D = Diâmetro da tubulação (m)

É válida para:
Escoamento turbulento com água à
temperatura ambiente;
Tubulações com diâmetro maior ou
igual a 50 mm;
Qualquer tipo de conduto e material;
Velocidade até 3 m/s;

Muito utilizada no Brasil.

34
7. PERDA DE CARGA

Equação de Equação de Hazen-


Williams
E o valor de coeficiente de rugosidade
(C), como obter?

São valores Tabelados!


Fonte: Adaptado Azevedo Neto et a. (1998)

35
7. PERDA DE CARGA

Detalhe importante no cáculo de hf


Sempre utilizar o diâmetro interno (Di) nos
cálculos!!

Consultar os catálogos
técnicos das tubulações e
verificar o Di.

Diâmetro Nominal (DN)


Refere-se ao nome que é chamado.
Ex.: Tubo de 100 mm (DN = 100mm).
Diâmetro Externo (De)
Diâmetro interno mais a espessura (e)
da parede do tubo.
Diâmetro Interno (Di)
Diâmetro interno menos a espessura (e)
da parede do tubo.

36
7. PERDA DE CARGA

Aprenda a encontrar o diâmetro interno


em um catálogo:

Ex.: Tubo Amanco Linha Fixa PN 60 e DN 75

Di = Dem – 2e
Di = 75,5 – 2 x 2,1 = 71,3 mm
Diâmetro a
ser utilizado
nos cálculos

37
7. PERDA DE CARGA

EXERCÍCIO

Utilizando a fórmula de Darcy-Weisbach e


Hazen-Williams, calcule o hf para uma
linha principal de PVC com as seguintes
características:
L = 500 m
f = 0,018 e C = 140
Q = 0,017222 m³/s = 62 m³/h
Di = 122mm (DN = 125 mm)
Vel = 1,47 m/s

Darcy-Weisbach

Hazen-Williams

38
7. PERDA DE CARGA

Localizada ou acidental
É provocada por peças especiais e
demais singularidades da canalização
(curvas, joelhos ou cotovelos, registros,
válvulas, reduções, ampliações etc).

39
7. PERDA DE CARGA

Cálculo da perda de carga


localizada
Método direto
Expressão Geral das perdas localizadas
(Borda-Belenger)

Métodos indireto
Método do comprimento equivalente

Método do diâmetro equivalente

40
7. PERDA DE CARGA

Cálculo da perda de carga


localizada
Apesar de serem metodologias
interessantes e relativamente precisas,
demandam muito tempo dos
projetistas.

Pois é necessário fazer um


levantamento de todas as peças
especiais do sistema e selecionar um
coeficiente específico para cada uma
delas. Muitas vezes, esses coeficientes
nem existem na literatura para algumas
peças.

41
7. PERDA DE CARGA

Cálculo da perda de carga


localizada
Por isso, normalmente estima-se a "ha"
como um percentual da altura
manométrica (Hm). Esse percental varia
de 2 a 10% normalmente, onde quanto
mais peças utilizadas, maior o percentual.
A experiência do projetista ajuda bastante nessa definição.

2% 10%
Atenção! Vale aqui ressaltar que
a decisão técnica mais correta é
sempre utilizar as metodologias
citadas anteriormente.

42
7. PERDA DE CARGA

Perda de carga total (ht) e unitária

A perda de carga total (ht) é a somas


das perdas de carga contínua e
localizada.

Por fim, a perda de carga unitária (J) é a


perda de carga que ocorre em um
metro linear de canalização. Por
exemplo, em 100 m de tubulação
ocorreu uma perda de total de 3 m.c.a.
Isso significa que a perda de carga
unitária é de 0,03 m.c.a/m.
1m

43
8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

Costumo dizer que se você entender o


dimensionamento do sistema de
aspersão convencional não terá
dificuldades para entender os demais.

Digo isso, porque no dimensionamento


desse sistema você aprenderá diversos
critérios, que posteriormente são
adaptados para serem aplicados nos
outros sistemas.

O sistema de aspersão convencional


podem ser do tipo móvel, semifixa e fixa.
No presente e-book, vamos trabalhar
com o sistema fixo, que é o mais
adotado atualmente.

44
8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

Sistema de aspersão convencional fixa


em funcionamento visto de cima e
lateralmente.
Fonte: Filgueiras (2019).
Fonte: Filgueiras (2019).

45
8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

Duas configurações atualmente


dominam a aspersão convencional, sendo
importante este conhecimento antes de
prosseguirmos.
A primeira com registros individuais nas linhas laterais. Comum
em pequenas áreas onde a abertura e fechamento das linhas é
feita de maneira manual.

A segunda com apenas um registro na linha de derivação.


Comum em áreas maiores e muito utilizado onde há automação
no sistema.

46
8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

Antes do dimensionamento hidráulico em


si, alguns parâmetros devem ser
observados e obtidos, sendo eles:

A escolha do espaçamento adequado


entre aspersores e linhas laterais, como
mostrado na foto:
*onte: Biscaro (2009)

Os espaçamentos normalmente adotados


são: 12 x 12 m, 12 x 18 m, 18 x 18 m, 18 x
24 m, 24 x 24 m, 24 x 36 m e 36 x 36 m.

47
8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

O espaçamento deve ser suficiente para


garantir no mínimo, 65% de
sobreposição como mostrado no
esquema abaixo. Em regiões com ventos
fortes, a sobreposição precisa ser ainda
maior.
SOBREPOSIÇÃO DE ASPERSORES
ASPERSOR 1
ASPERSOR 2

SOBREPOSIÇÃO DE 66,7%

Como calcular a LINHA LATERAL

sobreposição ?
Onde:
Easp: espaçamento entre aspersores (m);
Di: diâmetro irrigado (m).
lo:
mp
Exe
Easp: 12 x 12 m
Di: 20 m

48
8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

Escolher o aspersor no qual a


intensidade de aplicação (Ia), seja
superior a intensidade de
aplicação necessária (Ian) e
inferior a velocidade de infiltração
básica (VIB) de água no solo;

Priorizar aspersores de maior


eficiência de distribuição e
aplicação.

49
8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

Entendendo esses pontos básicos,


podemos ir para dimensionamento da
linha lateral.

E a linha de derivação?
A linha de derivação que também é uma
linha de distribuição de água será
dimensionada da mesma forma que a
lateral.

E as linhas de sucção, recalque e


principal?
Elas são linhas de condução de água
(sem distribuição), assim, podem ser
dimensionadas pelo critério da
velocidade econômica como explicado
anteriormente na equação da
continuidade.

50
8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

Dimensionamento das linhas


laterais
Existem duas metodologias principais
para dimensionar uma linha lateral.

Método
trecho-a-trecho

Método de múltiplas
saídas

51
8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

Método trecho-a-trecho

Como o próprio nome sugere, esse


método consiste em dividir a linha lateral
(LL) em trechos.

Posteriormente, determina-se a perda de


carga em cada um deles, de forma que
perda de carga total da LL não
ultrapasse a hf máxima permitida.

Isso permite a seleção do diâmetro mais


adequado para cada trecho e não se
limita a um ou dois diâmetros como na
metodologia de múltiplas saídas.

D1 D2 D3

52
8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

Método trecho-a-trecho

Agora você está se perguntando o que


seria um trecho...

Um trecho é a distância de um aspersor


até o início do seguinte (veja o esquema).

T4 T3 T2 T1 T = Trechos

Linha de
T4 T3 T2 T1 derivação ou
principal

53
8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

Método de múltiplas saídas


Consiste em determinar uma perda de
carga única ao longo de toda linha
lateral e posteriormente corrigi-lá por um
fator de múltiplas saídas.

Utiliza-se um fator de múltiplas (F), por


que?

Pois as fórmulas (universal, Hazen-


Williams, etc.) foram determinadas para
as condições que a vazão se mantém
constante ao longo da tubulação, o que
não se verifica nas linhas laterais e
também na derivação (a água vai sendo
distribuída ao longo da linha).

54
8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

Método de múltiplas saídas

Assim, deve-se multiplicar hf pelo fator


de redução de perda de carga,
conhecido como F, para determinar o
"hf real".

F = fator de redução de perda de


carga
F Função do número de saídas ao
longo da linha lateral, sendo que
um único fator é calculado.

F
Linha de derivação
ou principal

55
8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

Resumo sobre o dimensionamento


das linhas laterais
Com a metodologia a ser utilizada
definida, basta então determinar o
diâmetro em que a perda de carga (hf)
não ultrapasse a perda de carga
permitida, utilizando as fórmulas de
perda de carga descritas anteriormente.

Mas pera aí, o que seria perda a carga


permitida??

Ela é o resultado de um critério de


variação de vazão ou pressão aceitável
ao longo da linha lateral.

56
8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

Resumo sobre o dimensionamento


das linhas laterais

Na aspersão, o critério mais adotado é o


de pressão e ele diz o seguinte:

A variação de pressão (ΔP) na linha


lateral (entre o início e o final da linha)
dever ser igual ou menor que 20% da
variação de pressão de serviço (PS) do
aspersor.

Exemplo: escolheu-se um aspersor para


operar com 30 m.c.a de pressão (PS).
Logo a perda de carga máxima permitida
será 6 m.c.a (20% de 30 m.c.a)

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8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

No exemplo anterior não consideramos


um fator muito importante nos projetos de
irrigação, a declividade do terreno.
Assim, existem três formas de calcular a
perda de carga admissível em função da
Δz (diferença de nível).
posição da linha:

Em nível: ΔP = hf = 20%PS

Em aclive: ΔP = hf = 20%PS – Δz

Em declive: ΔP = hf = 20%PS + Δz

58
8. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA ASPERSÃO CONVENCIONAL

Definido o diâmetro corretamente, o


próximo passo é calcular a pressão no
início da linha lateral (PinLL), pois ela
será um dado indispensável para a
escolha da pressão nominal (PN) da
tubulação.

Por exemplo, se a PinLL for de 41 mca,


um tubo PN40 não pode ser utilizado, pois
a pressão máxima teórica que ele suporta
é 40 m.c.a.

Assim o tubo PN60 (imediatamente


superior) deve ser escolhido.

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9. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

Tudo que aprendemos anteriormente


sobre o dimensionamento da irrigação por
aspersão convencional, pode ser
aplicado à irrigação localizada, com
adaptações.

A principais adaptações estão no


dimensionamento das linhas laterais.

A 1ª delas é se trabalhar com apenas um


diâmetro de tubulação (polietileno) na
maioria das vezes. Assim, inicia-se o
dimensionamento com o menor diâmetro
possível e determina-se a hf, garantindo
que ela não pode ultrapassar a hf
permitida. Se isso ocorrer, deve-se
refazer os cálculos com um diâmetro
maior.

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9. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

A 2ª é sobre qual critério de variação


adotar. Na localizada é comum adotar a
variação de vazão (máximo de 10%) ao
invés de pressão. Por quê ?

Pois, quando se fixa uma variação de


pressão (Ex.: 20%), não é possível
garantir que a variação de vazão
recomendada (máximo de 10%), seja
respeitada. Por que isso acontece?

Pois, existe o expoente de vazão (x) dos


diferentes emissores que é muito variável.
Sua variação influência na vazão final dos
emissores. Vamos entender com um
exemplo.

61
9. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

EXERCÍCIO

Escolher o gotejador mais eficiente para


uma linha lateral considerando-se que a
variação de pressão máxima seja de 10%.
Existem duas opções de gotejadores,
sendo o expoente de vazão (x) do 1º igual
a 0,82 e do 2° de 0,55.
Variação de vazão 1,1 = 10% de
variação de pressão

Expoente da vazão

Observe que ambos os gotejadores trabalharão com 10%


de variação de pressão, porém o gotejador 2 terá uma
variação de vazão muito menor (5%), por isso, a variação
de pressão deve ser evitada. Pois, pode acontecer de
atender o limite de pressão, mas não o de vazão, que é o
mais importante.

62
9. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

Uma outra adaptação é que na irrigação


localizada, apenas uma parte da
superfície do solo é irrigada, assim, é
necessário estimar a porcentagem da
área molhada (PAM), uma informação
essencial para definir o espaçamento
entre emissores e consequentemente a
quantidade deles por plantas.

Faixa molhada
EP
Comum no
gotejamento

EF
L

EP

D
r

EF
Bulbos isolados
Comum na
microaspersão

63
9. DIMENSIONAMENTO BÁSICO
DA IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

Além disso, a partir da PAM determina-se


o armazenamento de água pelos solos
e consequentemente o turno de rega,
que nós aprendemos que influenciará
completamente na setorização e no
dimensionamento hidráulico do projeto.

Por fim, também é importante destacar no


dimensionamento da linha lateral, também
existe a possibilidade de utilização de
emissores autocompensantes,
especialmente em áreas declivosas, o
que muda um pouco o processo de
cálculo.

Esses são os principais detalhes para


serem apresentados aqui neste e-book
referente a irrigação localizada.

64
10. SELEÇÃO DO CONJUNTO
MOTOBOMBA

A escolha técnica de uma motobomba é


feita com base em duas informações:
Vazão - Q (m³/h) Volume de água (m³)
a ser bombeado em
determinado período
de tempo (h).

Altura manométrica
(m.c.a)

A Hm é a energia que a bomba deverá


transmitir ao líquido para transportar a
vazão “Q” de um local a outro. Portanto, Hm
deve vencer o desníveis geométricos
(sucção e recalque) e as perdas de carga
(contínua e localizada) e fornecer a pressão
de serviço para o emissor.

65
10. SELEÇÃO DO CONJUNTO
MOTOBOMBA

O processo de seleção inicia-se com


acesso ao catálogo de curva
característica das bombas (CCB) do
fabricante que você trabalha ou deseja
trabalhar.

Pode se dizer que a CCB é um retrato


de funcionamento das bombas nas
mais diversas situações e são obtidas
nas bancadas de ensaio dos
fabricantes.

66
10. SELEÇÃO DO CONJUNTO
MOTOBOMBA

Existem os catálogos em PDF que você


encontra no site dos fabricantes para
download.

Alguns fabricantes disponibilizam


páginas de seleções online, onde
basta inserir os dados do ponto de
projeto e a seleção é feita de forma
automática. Veja os exemplos abaixo.

Clique nas imagens e acesse


as páginas de seleção.

Alguns por sua vez, disponibilizam


softwares específicos, onde também
basta inserir os dados e a seleção é
feita automaticamente.

67
10. SELEÇÃO DO CONJUNTO
MOTOBOMBA

EXERCÍCIO

Selecione o conjunto motobomba para


atender o seguinte ponto de projeto:

Vazão Hm
21 m³/h 34 m.c.a

Vou considerar nesse exemplo que


trabalharemos com as bombas da
empresa Thebe (Ebara). Faremos duas
pré-seleções para facilitar o
entendimento.

68
10. SELEÇÃO DO CONJUNTO
MOTOBOMBA

Opção: Thebe – THB-13

Análise técnica da pré-seleção


Atende a demanda de vazão, mas de
Hm não. A máxima Hm é 28 mca,
precisamos de 34!

69
10. SELEÇÃO DO CONJUNTO
MOTOBOMBA

Opção: Thebe – THB-13

Análise técnica da pré-seleção


Atende a demanda de vazão e também
de Hm. Assim, essa motobomba pode
ser escolhida.

70
10. SELEÇÃO DO CONJUNTO
MOTOBOMBA

O que fizemos anteriormente, foi uma


escolha exclusivamente técnica,
considerando apenas o ponto de projeto.
Entretanto, outros fatores deverão ser
analisados para a escolha da
motobomba.

Análise técnica
Rendimento
Consumo energético

Análise financeira
Preço
Disponibilidade

Análise de qualidade
Histórico dos produto
Assistência pós-venda/garantia

71
10. SELEÇÃO DO CONJUNTO
MOTOBOMBA

Um dos principais problemas em sistemas


de bombeamento é a ocorrência do
fenômeno de cavitação.

Fenômeno causado pela queda de


pressão na entrada da bomba, quando
esta queda é grande o suficiente para que
a pressão absoluta torne-se menor que a
pressão de vapor da água. Quando isto
acontece, cavidades ou bolhas de ar
formam-se no escoamento.

Este problema normalmente acontece


devido a definição incorreta da altura de
sucção do sistema (deve-se considerar a
variação do nível da água ao longo ano) e
do NPSH disponível.

72
10. SELEÇÃO DO CONJUNTO
MOTOBOMBA

Pensando nisso, desenvolvi uma


aplicação GRATUITA em ambiente
Excel para você calcular o NPSH
disponível, risco de cavitação e
altura máxima de sucção dos
sistemas de bombeamento,
garantindo qualidade e segurança.

73
11. CAD PARA PROJETOS

A sigla CAD significa desenho assistido


por computador (no inglês, Computer-
aided design) e são sistemas
computacionais (softwares) utilizados por
diversos ramos para facilitar o projeto e
desenhos técnicos.

Na irrigação eles são essenciais, pois


facilitam todo o processo de
disposição e detalhamento da instalação
(ex.: cavaletes, válvulas, etc.) do sistema
no campo, a medida que vai se
avançando com o dimensionamento.

Assim, dominar uma ferramenta de CAD


será um diferencial na sua carreira
como projetista.

74
11. CAD PARA PROJETOS

O software mais famoso é o AutoCAD,


uma ferramenta fantástica que tem
praticamente todas as funções que um
projeto de irrigação precisa, porém não é
gratuito.
Procure saber da versão
para estudante do
AutoCAD.

Assim uma opção são os softwares


livres, que possuem menos funções, mas
atendem as demandas para fins de
projetos de irrigação. O principal software
de CAD gratuito é o LibreCAD.

75
11. CAD PARA PROJETOS

Entendido rapidamente as
ferramentas CAD, vamos
falar do croqui (layout).
Nele são identificados e
detalhados o ponto de
captação, casa de
bombas, a linha principal,
derivação e linhas
laterais, e as peças
especiais.

O croqui deve ser o mais


organizado e informativo
possível para que a equipe
de campo tenho facilidades
na hora da montagem.
Lembre-se: você como projetista dificilmente
fará a montagem do sistema. Acontece em
alguns casos, mas normalmente não.

76
12. LISTAGEM DE PEÇAS

A contagem de peças é um processo


odiado por muitos projetistas, pois exige
bastante concentração e cuidado para
não haver confusão. Um layout bem-
feito em CAD facilitará muito esta etapa
que é a última do dimensionamento.

Uma dica de ouro que facilitará demais


o processo de contagem é realizá-la
por partes, sendo elas:

Linhas laterais e aspersores

Linhas de derivação, principal e recalque

Sistema de bombeamento e cabeçal de controle

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13. ANÁLISE ECONÔMICA E
ENTREGA TÉCNICA

A antepenúltima etapa de um projeto é a


análise econômica, que muitas vezes, o
demandante realiza por meio das
cotações em diferentes locais, quando o
projetista atua de forma independente.
Quando o demandante faz o projeto em
uma empresa que também comercializa,
a mesma faz a cotação.

A penúltima etapa é a entrega técnica .


Nesta etapa é onde você deve explicar
todos os detalhes e decisões técnicas
para o demandante e todo o
funcionamento do projeto.
Venda seu peixe aqui! Não deixe o demandante
com dúvidas e escute bem os ajustes que ele
deseja. O que não se puder fazer, justifique!

78
14. MONTAGEM DO SISTEMA

Eu costumo dizer que os pilares de uma


irrigação de qualidade são 3:

OS 3 PILARES PARA UMA


IRRIGAÇÃO DE QUALIDADE

Projeto que considere as questões


técnicas relacionadas ao solo, água,
planta, clima, energia e topografia.

Adoção de um método
Materiais de boa qualidade de manejo e avaliação
e atentar-se aos detalhes periódica do sistema.
durante a instalação.

79
14. MONTAGEM DO SISTEMA

Observe que no pilar 2 está a instalação


juntamente com a qualidade dos materiais.

Ela é muito importante, pois se for feita


errada, peças mal coladas, em
posições erradas e com muitas
gambiarras, todo o funcionamento e
consequentemente o manejo ficará
comprometido.

Assim, é importante treinar a equipe de


montagem, que precisa ter um bom
conhecimeto de peças. Ao final, deve-se
testar o sistema antes de enterrar as
valetas e fechar os finais de linhas.

80
15. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um projeto de qualidade é
essencial para o sucesso de
um sistema de irrigação. Este
por sua vez, é obtido
respeitando uma série de
etapas e critérios técnicos.

81
15. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Infelizmente, seja pela falta de


acesso a materiais e/ou
treinamentos de qualidade,
muitos projetistas autônomos e
estabelecimentos de irrigação,
seguem o caminho mais fácil que
é o dimensionamento sem
seguir critérios técnicos, que
acaba culminando com uma série
de problemas no sistema, que
podem nunca serem resolvidos.

82
15. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O melhor caminho a seguir é


buscar capacitação técnica por
meio de estágios, cursos online e
presenciais, livros, e-books, seguir
perfis nas redes sociais
relacionados ao tema, etc. No início
da carreira como projetista é
normal um frio na barriga nos
primeiros projetos. Entretanto, se
você seguir os critérios
adequados e utilizar as
ferramentas corretas, as chances
de um projeto dar errado são
mínimas.

83
16. LITERATURA CONSULTADA

AZEVEDO NETO, M. F. Fernandez, R. Araujo, A. E. Ito.


Manual de Hidráulica. 8 ed. São Paulo, SP: Edigar Blucher,
1998, 669p.
BARROS, A. C. Projetos de Irrigação por aspersão. 1. ed.
Arapiraca, AL: Edição do Autor, 2018. 146p.
BERNARDO, S.; MANTOVANI, E. C.; SILVA, D. D.;
SOARES, A. A. Manual de Irrigação. 9. ed. Viçosa, MG:
Editora UFV, 2019. 545p.
BISCARO, G. A. Sistemas de irrigação por aspersão. 1
ed. Dourados, MS: Editora da UFGD, 2009.134p
FRIZZONE, J. A.; FREITAS, P. S. L. de; REZENDE, R.;
FARIA, M. A. de. Microirrigação: Gotejamento e
microaspersão. Maringá, PR: EDUEM, 2012. 356p.
GUIA DA ENGENHARIA. Perda de carga: entenda o que
é.Disponível em:< https://www.guiadaengenharia.com/perda-
carga/>. Acesso em: 01 fev. 2022.
MANTOVANI, E. C.; BERNARDO, S.; PALARETTI, L. F.
Irrigação princípios e métodos. 3. ed. Viçosa, MG: Editora
UFV, 2009. 355p.
VENANCIO, L. P. Manejo da Irrigação: um guia completo
para irrigar a sua lavoura corretamente e atingir altas
produtividades. 1. ed. Expert Irrigação, 2021. 51p.

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