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MODELO MATEMÁTICO PARA PREVISÃO DA

TEMPERATURA DA SOJA ARMAZENADA EM SILOS

Marcos Flávio Pinto Moreira1


Ronaldo Guimarães Corrêa2
José Teixeira Freire3

Resumo: A soja (Glycine Max) é um dos grãos mais exportados pelo Brasil e elevadas
temperaturas durante o seu armazenamento acarretam a deterioração dos grãos, sendo, por
isso, de fundamental importância o estudo da transferência de calor. O objetivo deste
trabalho foi propor e validar um modelo matemático bidimensional para prever a
temperatura em um silo de armazenagem de soja. O fenômeno da radiação solar foi
incluído na modelagem de maneira detalhada. O modelo matemático foi resolvido
utilizando o método de diferenças finitas. A validação do modelo foi feita a partir de
temperaturas obtidas em um silo experimental. O erro médio entre as temperaturas
calculadas e experimentais foi menor do que 6,3%. Previsões da umidade dos grãos foram
feitas a partir da modelagem proposta e mostraram-se em acordo com a literatura.

Palavras-chave: soja, silos, transferência de calor, umidade.

Abstract: Soybean (Glycine Max) is one of the largest Brazilian agricultural exports and,
as generally high storage temperature is a factor of soybean deterioration, it is very
important to investigate heat transfer in silos. The objective of this research was to propose
and validate a two dimensional mathematical model based on the continuous theory to
describe the temperature distribution inside a soybean silo. The phenomenon of solar
radiation was included in the modeling in detail. The mathematical model was solved using
the finite differences method. Model validation was made from experimental temperatures
obtained in a model soybean silo. The average error between calculated and measured
temperatures inside the silo was lower than 6.3%. Moisture content of grains was predicted
from the proposed modeling and the obtained estimates were in accord to literature.

Keywords: soybean, silos, heat transfer, moisture content.

___________
1
Universidade Estadual do Oeste do Paraná. E-mail: marcosfpmoreira@gmail.com
2
Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal de São Carlos. E-mail: ronaldo@ufscar.br
3
Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal de São Carlos. E-mail: freire@ufscar.br

ENGEVISTA, V. 17, n. 2, p. 240-253, Junho 2015 240


1. INTRODUÇÃO grão, dos insetos, ácaros e fungos (Jia et
al., 2000). Segundo Christensen et al.
A soja é uma planta arbustiva da (1969) apud Muir (1970) insetos e fungos
família das leguminosas – nome são as principais fontes de geração de
científico: Glycine Max (L.) Merril – calor interna na massa de grãos.
domesticada pelos chineses na Ásia Quanto ao transporte de calor na
Central há cerca de 5 mil anos. Ao lado do massa de grãos, Smith & Sokhansanj
arroz, do milho e do trigo é uma das (1990b) verificaram que a convecção
principais lavouras do planeta, com natural não é significante para grãos de
produção anual superior a 100 milhões de tamanho reduzido, como no caso do trigo.
toneladas e o Brasil está entre os maiores O processo dominante de transferência de
produtores mundiais (Hasse, 1996). calor na massa de grãos é a condução.
Vários produtos podem ser obtidos a Desenvolver um modelo matemático
partir da soja, tais como: produtos de soja que seja capaz de prever a temperatura
integral, a proteína crua (uso comestível, dentro de um silo armazenador de grãos é
uso industrial e farelo) e o óleo cru, a algo de fundamental importância no
partir do qual podem ser obtidos esteróis, objetivo da manutenção da qualidade dos
ácidos graxos, glicerol, lecitina e o óleo grãos. A partir de um modelo confiável é
refinado (Hasse, 1996). O óleo refinado, possível prever a temperatura na massa de
em especial, tem uso técnico e uso grãos e com isso estabelecer uma
comestível; é utilizado na cozinha e estratégia de aeração adequada, o que
também pode dar origem à gordura pode reduzir a necessidade de tratamento
hidrogenada que é utilizada na indústria químico para o controle de insetos, ácaros
alimentícia para a fabricação de bolachas, e fungos (Jia et al., 2001).
margarinas, sorvetes, chocolates, etc. A literatura apresenta diversos
Estima-se que 30% da produção trabalhos que estudam a transferência de
agrícola brasileira seja perdida na lavoura, calor na armazenagem de grãos em silos
na colheita, no transporte e na verticais e em formato cilíndrico. Os grãos
armazenagem (Lorini et al., 2002). As mais largamente utilizados nos estudos
maiores perdas ocorrem na armazenagem, são o trigo (Muir, 1970; Converse et al.,
pois a duração dessa etapa é a mais longa 1973; Yaciuk et al. 1975; Smith
do processo. &Sokhansanj, 1990a; Jia et al., 2000a; Jia
Entre os fatores que mais et al., 2001; Jian et al., 2009; Stenning,
influenciam a qualidade de grãos e 2012), o arroz (Abe & Basunia, 1996; Jia
sementes armazenados em silos estão a et al., 2000b; Iguaz et al., 2004;
ação de fungos, ácaros e insetos, os danos Prachayawarakorn et al., 2005) e o milho
mecânicos e a umidade e temperatura da (Dona & Stewart, 1988; Fohr & Moussa,
massa de grãos (Puzzi, 1986; Carvalho e 1994; Andrade et al., 2004). Diferentes
Nakagawa, 1980). modelos matemáticos são propostos, com
O controle da temperatura em um uma dimensão (Muir, 1970; Yaciuk et al.
silo é de grande importância, pois 1975), duas dimensões (Dona & Stewart,
temperaturas acima de 42oC deterioram os 1988; Smith &Sokhansanj, 1990a; Abe &
grãos (Silva, 1998). Insetos também Basunia, 1996; Jia et al., 2000ab; Jia et al.,
causam perdas dos grãos armazenados em 2001; Iguaz et al., 2004; Rodríguez et al.,
temperaturas na faixa de 23 a 35oC e 2011; Stenning, 2012) e três dimensões
umidade dos grãos de 12 a 15% (base (Alagusundaram et al., 1990; Andrade et
úmida (Puzzi, 1986; Carvalho e al., 2004; Jian et al., 2005). Diferentes
Nakagawa, 1980). condições de contorno são propostas, mas
A temperatura na massa de grãos é poucos são os trabalhos que se referem ao
afetada por fontes externas de calor mesmo tempo a condições convectivas e
(radiação solar direta, radiação difusa e radiativas nas paredes do silo (Yaciuk et
transferência de calor por convecção com al. 1975; Jia et al., 2000b; Jia et al., 2001).
o ar ambiente) e fontes internas. As fontes As equações resultantes são resolvidas por
internas são os calores de respiração do métodos como: diferenças finitas (Muir,

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1970; Yaciuk et al., 1975; Dona & alguns fenômenos podem ser desprezados
Stewart, 1988; Abe & Basunia, 1996; em determinadas condições, simplificando
Iguaz et al., 2004; Stenning, 2012), assim a modelagem. Segundo Smith &
elementos finitos (Smith &Sokhansanj, Sokhansanj (1990b), a convecção natural
1990a; Jia et al., 2000ab; Jia et al., 2001), não é significante para grãos de tamanho
colocação ortogonal (Rodríguez et al., reduzido, o que foi verificado no caso do
2011) e elementos discretos (Rusinek & trigo. A permeabilidade do meio poroso
Kobilka, 2014). Para a validação da para grãos pequenos torna-se muito baixa
modelagem, alguns trabalhos se utilizam devido ao reduzido tamanho dos poros, o
de dados experimentais gerados a partir de que dificulta a movimentação do ar,
silos reais e outros se utilizam de dados fazendo com que a condução domine o
obtidos a partir de silos experimentais. O processo de transferência. Dessa forma, o
diâmetro e a altura dos silos podem variar balanço de quantidade de movimento para
de dezenas de centímetros (Beukema et a fase gasosa pode ser desprezado devido
al., 1983; Abe & Basunia, 1996) a alguns às baixas velocidades do ar. Segundo
metros (Jia et al., 2000b). Quanto ao Smith & Sokhansanj (1990a) a convecção
tempo de armazenamento avaliado, varia natural apresenta influência significante
de horas (Jia et al., 2000a) a dezenas de sobre a temperatura apenas para valores
meses (Jian et al, 2009). do número de Rayleigh acima de 1.400.
Apesar dos estudos já realizados, Esses autores verificaram que mesmo um
existe ainda uma carência de informações valor de 3.300 para o número de Rayleigh
com relação à soja. Além disso, a indica ainda pouca influência da
modelagem matemática pode ser convecção natural sobre a temperatura.
melhorada principalmente no que diz Como neste trabalho o valor para o
respeito ao tratamento das condições de número de Rayleigh está em torno de
contorno relativas à radiação. Dessa forma 3.000, desprezou-se o efeito da convecção
os objetivos deste trabalho são: natural sobre a temperatura.
Outra suposição que pode ser feita
a) desenvolver uma modelagem nos estudos de transferência de calor em
matemática para prever a temperatura em silos é a respeito da variação da umidade
um silo de armazenagem de soja que da massa de grãos. Sabe-se que a variação
inclua de maneira detalhada a influência de umidade dos grãos é muito lenta perto
da radiação sobre o fenômeno levando em da variação de temperatura, de modo que
conta a movimentação solar aparente, a variação de umidade pode ser
desprezada. Prachayawarakorn et al.
b) validar o modelo com dados obtidos (2005) verificaram que a umidade na
experimentalmente, e maior parte do silo ficou em torno de
14,5% (b.u.) e que apenas próximo da
c) estimar a umidade na massa de grãos a parede houve um aumento para 16%(b.u.),
partir da modelagem proposta. uma diferença de apenas 1,5% após 6
meses de armazenamento. Jian et al.
2. MATERIAIS E MÉTODOS (2009) também verificaram variações
menores do que 1% após um ano de
2.1 Desenvolvimento do modelo de armazenamento. Apesar de se
transferência de calor desconsiderar a variação de umidade na
massa de grãos, ainda é possível prever tal
Analisando a literatura é possível variação ao se admitir equilíbrio de sorção
encontrar modelos que buscam incluir o local conforme Abe & Basunia (1996)
maior número possível de fenômenos para propuseram em seu estudo. No item 3.3
obter uma boa previsão da temperatura deste artigo apresenta-se uma previsão da
(Smith &Sokhansanj, 1990a; Fohr & umidade na massa de grãos seguindo esse
Moussa, 1994; Iguaz et al., 2004; método.
Prachayawarakorn et al., 2005; Rodríguez A respeito das fontes internas de
et al., 2011). Sabe-se, no entanto, que geração de calor, sabe-se que o calor de

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respiração dos grãos é desprezível frente que em t=0:
ao calor liberado pela ação de insetos,
fungos e ácaros (Christensen et al., 1969 T(r,z) =To (3)
apud Muir, 1970). Considerando então o
não desenvolvimento de fungos, ácaros e Como condições de contorno
insetos na massa de grãos, assume-se assumiu-se que a resistência convectiva à
como desprezível a geração de calor transferência de calor na parte interna do
interna. silo pode ser desprezada de forma que a
Considerando ainda meio poroso temperatura na região de contorno é a
isotrópico e homogêneo, equilíbrio própria temperatura da parede. Assumiu-
térmico local entre as fases sólida e fluida, se ainda como desprezível a resistência
propriedades físicas constantes, variação condutiva à transferência de calor na
desprezível de temperatura na direção parede do silo.
angular, chega-se ao seguinte balanço Para as temperaturas das paredes do
diferencial de energia: silo (fundo, lateral e topo) foram
propostos balanços de energia.
∂T ∂ T 1 ∂T ∂ T 2 2
(1) Considerou-se que no fundo do silo
=α ( + + ) só há troca de calor convectiva e que nas
∂t ∂z r ∂r ∂r
T 2 2

paredes superior (topo) e lateral estão


presentes a radiação solar direta e a
onde αT é a difusividade térmica efetiva
radiação difusa (qrad), o calor radiativo
do meio, T a temperatura, t o tempo, r a
recebido do meio ambiente (superfície
coordenada radial e z a coordenada axial.
terrestre e atmosfera), o calor radiativo
Alguns trabalhos assumem a
emitido pela parede do silo e as trocas
Equação (1) como o balanço de energia a
convectivas (Duffie e Beckman, 1974).
ser considerado no estudo (Abe &
Como simplificação admitiu-se que
Basunia, 1996; Jia et al., 2001. Stenning
a soma do calor emitido pela superfície
(2012) utiliza a Equação (1) considerando
terrestre e pelo céu é dada pela lei de
duas difusividades térmicas efetivas, uma
Stefan-Boltzmann (Holman, 1983) onde o
radial e outra axial.
calor emitido é dado por “σ.Tamb4”.
Assumiu-se como condição de
Os balanços de energia assim
simetria que:
obtidos para as paredes do silo são dados
em r=0, ∂T (2) por:
=0
∂r
Como condição inicial assumiu-se

para z=0:
dT fundo
(4)
e.ρ .Cp =h P
(T - T ) + h fundo
(T - T ) fundo

dt
silo silo ext - fundo solo P int - fundo z=0 P

para z=L:
dT topo

e.ρ .Cp =q +h (T - T )
topo
P topo

dt
silo silo rad ext - topo amb P

− ε .σ .(T ) + α .σ .(T ) + h P
topo 4

amb int - topo


(T - T ) z =L
topo

P
(5)

para r=R:
[(R + e) - R ]
2
dT 2 lat

.ρ .Cp = q + h (T - T )
lat lat
P

2(R + e) dt
silo silo rad ext - lat amb P

− ε .σ .(T ) + α .σ .(T ) + [R /(R + e)].h (T - T ) (6) lat

P
4

amb int - lat r =R


lat

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Cabe salientar que nas Equações (4- meteorológicos de um local próximo
6) a última parcela do lado direito é nula também foi o procedimento adotado por
devido às condições de contorno impostas. Muir (1970) para suprir a falta de tais
A difusividade térmica efetiva (αT) informações.
foi tomada constante com o valor de Como simplificação considerou-se
1,12×10-7m2.s-1 (Moreira e Freire, 2004). que a radiação difusa equivale a 10% da
Nas equações acima “e” é a radiação solar direta horizontal
espessura da parede do silo e R o raio (qdif=0,1.qHdir), o que significa considerar
interno do silo. Considerou-se o silo como céu claro (Kreith, 1973), consideração
sendo um cilindro perfeito. A massa essa que está bem próxima da realidade
específica da parede do silo (ρsilo) foi visto que o período avaliado apresentou
assumida como 7.800 kg.m-3 (Holman, céu claro na grande maioria dos dias.
1983) e o Cp do silo (Cpsilo) como 480 Assim tem-se que:
J.kg-1.K-1 (Holman, 1983). O coeficiente
q = q + q = 1,1.q
dir dir
de troca térmica externo (hext) foi (9)
H H dif H
considerado constante com valor igual a
12 W.m-2.K-1 (Kreith, 1973). Com os valores para o calor de
A temperatura ambiente (Tamb) e a radiação direta horizontal (qHdir) foi
temperatura do solo abaixo do silo (Tsolo) possível obter os valores do calor de
foram medidas durante o experimento. radiação direta que atinge a parede lateral
A emissividade (ε) e a absortividade do silo (qVdir) através da seguinte equação
(α) da parede do silo, por razões de (Kreith, 1973):
simplificação, foram assumidas constantes
para toda a faixa de comprimento de onda (10)
q = q . tan(zen)
dir dir

com valores de 0,28 e 0,37 V H

respectivamente (Andrade et al., 2004;


Holman, 1983). A variável “σ” representa onde zen é a distância zenital.
a constante de Stefan-Boltzmann com Segundo Filho e Saraiva (2004) a
valor de 5,67.10-8 W.m-2.K-4. distância zenital é dada por:
Os calores de radiação (direta e
difusa) por unidade de área absorvidos zen = acos[senφ .senδ +
pelo topo (qradtopo) e pela parede lateral do + cosφ . cos δ . cos H ] (11) V

silo (qradlat) são dados respectivamente


por: onde φ é a latitude do lugar (para o lugar
q = α .q (7)
topo

rad H
onde está o silo em São Carlos é igual a -
21o58’) e δ é a declinação solar e pode ser
q
lat

= α α .q (8) dada por (Cooper, 1969):


rad lat V

onde αlat é a porcentagem da área lateral δ = 23,45 o. sen 360 o


 (284 + n )
365  (12)
que é atingida pela radiação solar direta e  
tem o valor de 1/π.
Os valores para o calor de radiação sendo n o dia Juliano (n=1 em 1o de
(direta e difusa) horizontal (qH) foram janeiro e n=365 em 31 de dezembro).
tomados como sendo os valores para a O ângulo horário do Sol verdadeiro
cidade de Campinas (SP-Brasil, 22o52’S, (HV) é dado por (Filho e Saraiva, 2004):
47o02’W, 685m acima do nível do mar)
que fica próxima à cidade de São Carlos H = H - ET (13)
V M

onde estava localizado o silo experimental


(SP-Brasil, 21o58’S, 47 o52’W, 829m onde HM é o ângulo horário do Sol médio
acima do nível do mar). Os valores para em São Carlos. Como a longitude do lugar
os calores de radiação estavam onde está o silo em São Carlos é de 47o52’
disponíveis na página da internet da oeste, o local onde está o silo tem uma
Embrapa (Embrapa, 2005). Obter dados longitude que a coloca 2o52’ a oeste do

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meridiano central do fuso horário local se o Método das Diferenças Finitas
que é de 45o oeste. A hora solar média em (MDF) com diferença central. A malha foi
São Carlos está então atrasada com composta por 117 pontos no total (9 na
relação à hora do relógio (HL=hora legal) direção radial x 13 na direção axial).
por 2o52’/15o = 0,19111h = 11,5min. Verificou-se que acima deste número de
Assim o ângulo horário do Sol médio no pontos não ocorriam mudanças nos
local onde está o silo é dado por: valores calculados das temperaturas. O
conjunto de equações diferenciais
H = H - 0,19 - 12 (14) ordinárias foi integrado no tempo pelo
método de Runge-Kutta de quarta ordem
M L

O valor de ET representa a Equação utilizando-se o software Matlab® para a


do Tempo (indiretamente relativa à resolução do problema.
“Ephemeris Transit”) e relaciona o ângulo
horário do Sol médio com o ângulo 2.3 Descrição do aparato
horário do Sol verdadeiro, pois a experimental utilizado para a
passagem sucessiva do Sol por um mesmo validação do modelo
meridiano leva um pouco menos que 24h.
Os valores de -ET foram calculados com o Para a obtenção dos dados
auxílio do programa “aa-56” (Moshier, experimentais de temperatura foi
2005). construído um silo em escala reduzida a
A Figura 1 apresenta os valores fim de diminuir os custos da
obtidos para –ET para cada um dos dias experimentação. A Figura 2 apresenta um
simulados. esquema do aparato experimental.
20 1 - Computador
1 2 – Digi-sense
4 3 - Termopares
15 3 4 - Silo

10

5
-ET (min)

-5

-10
2

-15

1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56 61 66 71 76 81 86 91 Figura 2. Esquema do aparato


dia experimental utilizado para a obtenção das
temperaturas experimentais.
Figura 1. Valores de –ET em função do
dia (dia=1 equivale a 1o de setembro de O silo foi feito com uma chapa de
2005). aço inoxidável de 2mm de espessura em
formato cilíndrico, com 59 cm de altura
Os valores para o calor de radiação (H) e 38 cm de diâmetro (2R)
(direta e difusa) na parede lateral (qV) aproximadamente. O silo foi
foram obtidos pela soma da radiação completamente cheio de soja e ficou
difusa (qdif) com a radiação direta na fixado em uma base de concreto. A
lateral (qVdir): temperatura inicial da soja em toda massa
de grãos era de 29oC com umidade de
q =q +q
dir
(15) 12% (base seca).
V V dif

As temperaturas foram medidas nos


2.2 Solução numérica do modelo de meses de setembro, outubro e novembro
transferência de calor de 2005 com termopares do tipo T
(Cobre-Constantan) que estavam
Para a resolução do modelo e conectados a um receptor (Digi-sense,
obtenção dos valores calculados de Scanning Thermocouple Thermometer
temperatura em função do tempo utilizou- modelo 21800-00A Cole Parmer) que por

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sua vez estava conectado a um ainda que a variação da temperatura na
computador por meio de uma interface massa de grãos foi menor que a da
RS-232 para o monitoramento contínuo temperatura ambiente. Enquanto na massa
das temperaturas. Foram monitoradas as de grãos a temperatura variou entre 26 e
temperaturas nos pontos mostrados na 30oC, no ambiente a temperatura variou
Figura 2. Foram eles: entre 20 e 40oC. Além disso, verificou-se
a) em r=0 e z=H/4, H/2 e 3H/4; que, para o momento em que a
b) em r=R/2 e z=H/2 e θ=0o (norte), 90o temperatura ambiente esteve em torno de
(leste), 180o (sul), 270o (oeste); seu valor máximo, a temperatura na massa
c) na parte externa da parede lateral do de grãos esteve em torno de seu valor
silo em z=H/2 nas direções leste e oeste; mínimo. Tanto a diferença de variação de
d) na parte externa da parede superior temperatura quanto o deslocamento
(r=0; z=H), e temporal dos valores máximos e mínimos
e) na parte externa da parede inferior (r=0; das temperaturas na massa de grãos e da
z=0). temperatura ambiente foram ocasionados
pelas resistências térmicas presentes entre
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES o ambiente e o centro do silo, como por
exemplo, o inverso da condutividade
3.1 Valores obtidos térmica efetiva do meio poroso e a
experimentalmente distância entre a parede do silo e o seu
centro (distância radial).
Em relação às temperaturas medidas Em relação à influência da posição
na massa de grãos na posição central axial sobre a temperatura, verificou-se
(r=0), a Figura 3 apresenta os resultados que, do fundo para a superfície da massa
obtidos. de grãos, houve um aumento da
temperatura. Esse resultado também foi
40
temperatura ambiente
r=0 e z=3H/4 obtido por Dona & Stewart (1988) na
38
r=0 e z=H/2
r=0 e z=H/4
simulação feita para o armazenamento de
36 milho. As diferenças foram maiores
Temperatura ( C)

34
durante a noite, momento em que a
o

temperatura ambiente se encaminhava


32

30

28
para o valor mínimo. Já as menores
26
diferenças entre as temperaturas
24 ocorreram por volta do meio-dia,
22 momento em que a temperatura ambiente
20
0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
se encaminhava para o máximo.
hora Para a posição r=R/2 e z=H/2, foram
medidas as temperaturas em quatro
Figura 3. Temperaturas experimentais em posições angulares na massa de grãos,
função do tempo. uma na direção norte, outra na direção
leste, outra na direção sul e a quarta na
Os resultados apresentados na direção oeste. A Figura 4 apresenta os
Figura 3 foram típicos para todo o período resultados obtidos, os quais foram típicos
avaliado. para todo o período avaliado.
Através da Figura 3 verificou-se um Em relação à influência da posição
comportamento oscilatório tanto da angular, verificou-se, como já era
temperatura ambiente quanto da esperado, uma diferença entre as
temperatura na massa de grãos. O temperaturas nas posições “leste”, “norte”,
comportamento oscilatório da temperatura “oeste” e “sul”. Isso ocorreu devido ao
ambiente se deve em parte à variação da movimento aparente do Sol em torno do
radiação solar que atinge a atmosfera, silo, ou seja, devido à rotação terrestre.
variação essa provocada pelo movimento Como o Sol nasce no leste, a incidência da
de rotação terrestre. radiação solar começa nessa direção
Através da Figura 3 verificou-se fazendo com que a massa de grãos tenha

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sua temperatura elevada também nesse tão diferentes das temperaturas na lateral
local. do silo. Yaciuk et al. (1975) verificaram
em suas simulações que o uso de tinta
34
branca nas paredes externas do silo
33
r=0; z=H/2
r=R/2; z=H/2 (leste) poderia diminuir a temperatura das
32
r=R/2; z=H/2 (norte)
r=R/2; z=H/2 (sul)
paredes e, por conseguinte, da massa de
31 r=R/2; z=H/2 (oeste)
grãos.
Temperatura ( C)
o

30

29

28
55 ambiente
27
topo
26 50 leste
25 oeste

Temperatura ( C)
45 fundo
24

o
23 40
0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
35
hora
30

Figura 4. Temperaturas experimentais na 25

posição r=R/2 e z=H/2 em função do 20

tempo. 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48

hora
Devido à distância zenital
característica do local onde estava o silo Figura 5. Temperaturas experimentais na
no período avaliado (primavera), os raios posição r=R e z=H/2 (parede lateral) em
solares, após incidirem na parede leste do função do tempo.
silo, se encaminhavam para a parede norte
e por fim à parede oeste. Esse fenômeno Em relação às temperaturas medidas
ficou traduzido nas temperaturas medidas na parede lateral do silo nas direções leste
na massa de grãos como se verificou e oeste, foi possível verificar um
através da análise da Figura 4. Jian et al. comportamento deslocado das curvas de
(2009), em estudo com o trigo, também temperatura devido ao movimento
verificaram um comportamento aparente do Sol. Enquanto a parede leste
semelhante da temperatura em função da atingia a temperatura máxima em torno de
posição angular. 10h da manhã, a temperatura na parede
Com relação à influência da oeste atingia seu valor máximo 4 horas
distância radial, verificou-se que à medida depois.
que a distância radial aumentou, ou seja, Quando o Sol se pôs, as
do centro em direção à parede, a massa de temperaturas no topo e na lateral do silo
grãos apresentou maior variação de tenderam à temperatura do ambiente e
temperatura como ficou verificado na durante a noite a temperatura no fundo do
Figura 4. Enquanto no centro houve uma silo foi maior que as temperaturas do topo,
variação de 2oC, na posição de r=9,5cm a da lateral e do ambiente.
variação foi de 7oC.
Em relação às temperaturas medidas 3.2 Validação da modelagem
nas paredes do silo, a Figura 5 apresenta proposta
os resultados obtidos. Tais resultados são
típicos para todo o período avaliado. A seguir são apresentadas algumas
Verificou-se que foi o topo do silo comparações entre as temperaturas
que apresentou os maiores valores de medidas e calculadas para parte do mês de
temperatura no período avaliado outubro/2005, do dia vinte (20) de outubro
(primavera), seguido da parede lateral, do ao dia trinta e um (31) de outubro. Os
ambiente e do fundo do silo. Caso os resultados apresentados a seguir são
experimentos tivessem sido realizados típicos para todo o período avaliado.
durante o inverno, quando a distância Verifica-se através das Figuras 6 a
zenital é maior, a temperatura no topo 10 que os valores calculados de
provavelmente não teria atingido valores temperatura estão muito próximos dos

ENGEVISTA, V. 17, n. 2, p. 240-253, Junho 2015 247


valores experimentais para todas as entre os valores calculados e
posições avaliadas, tanto dentro do silo experimentais foram calculados os erros
como em sua estrutura (parede de aço). absolutos médios relativos de temperatura
50
através da seguinte equação:
temperatura experimental
temperatura calculada
45

100  T − T 
temperatura ambiente
N (16)
40
E% = .∑  
exp, i cal, i
Temperatura ( C)

N  T 
i =1
o

35
exp, i

30

25 onde a temperatura foi utilizada com a


20
unidade de graus Celsius. Cabe salientar
que a Equação (16) só se aplica quando
15
todas as temperaturas são maiores que
zero graus Celsius, como aconteceu neste
20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

dia
trabalho.
Figura 6. Temperaturas experimental e
calculada para a posição r=0 e z=H/2 em 70
temperatura experimental
função do tempo. 65 temperatura calculada
60

55

Temperatura ( C)
50

o
50
temperatura experimental 45
temperatura calculada
45 40
temperatura ambiente
35
40
Temperatura ( C)

30
o

35 25

20
30
15

25 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

dia
20

15
Figura 9. Temperaturas experimental e
20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
calculada para a parede superior do silo
dia em função do tempo.
Figura 7. Temperaturas experimental e
calculada para a posição r=0 e z=3H/4 em 36 temperatura experimental
temperatura calculada
função do tempo. 34

32
Temperatura ( C)
o

30
50
temperatura experimental 28
temperatura calculada
45 26
temperatura ambiente

40 24
Temperatura ( C)

22
o

35
20

30
18
20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
25
dia
20

15 Figura 10. Temperaturas experimental e


20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
calculada para a parede do fundo do silo
dia em função do tempo.

Figura 8. Temperaturas experimental e A Tabela 1 apresenta os erros para


calculada para a posição r=0 e z=H/4 em todo o período estudado.
função do tempo. Analisando a Tabela 1 pôde se
verificar que os menores erros de
A fim de quantificar a diferença temperatura na massa de grãos são obtidos

ENGEVISTA, V. 17, n. 2, p. 240-253, Junho 2015 248


nas medições feitas em r=0, obtendo-se silo, a temperatura média em r=R/2 e
valores de 2,3 a 5,9%. Em termos de z=H/2 é satisfatoriamente prevista pelo
temperatura, o maior erro obtido entre as modelo proposto. Os erros da temperatura
temperaturas experimentais e calculadas calculada em relação à média
foi de 1,8oC. Yaciuk et al. (1975) experimental variaram de 5,8 a 6,3% na
obtiveram um erro máximo de 3oC massa de grãos e de 6,7 a 7,7% na parede
trabalhando com trigo, enquanto Abe & lateral. Jia et al. (2001) também aplicaram
Basunia (1996) obtiveram 1,82oC para o um modelo bidimensional sem geração de
arroz. calor para prever a temperatura em um
silo com 4,89m de diâmetro e 6,5m de
Tabela 1. Erros mensais de temperatura. altura para a armazenagem de trigo e
Set Out Nov também obtiveram bons resultados.
(r=0;z=H/2) 5,9% 2,7% 3,0%
(r=0;z=3H/4) 3,1% 2,9% 2,3% 50

(r=0;z=H/4) 4,5% 4,5% 2,9% temperatura experimental


temperatura calculada
45
(r=R/2;z=H/2) 6,3% 5,5% 5,8% temperatura ambiente

média

Temperatura ( C)
40

o
parede superior 10,5% 10,8% 11,7% 35

parede lateral 6,7% 7,3% 7,7% 30

(média)
parede inferior 1,2% 0,8% 0,9%
25

20

Em relação às temperaturas das 15

paredes superior, lateral e inferior do silo,


20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

dia
verificou-se que a parede inferior
apresentou os menores erros, em torno de Figura 11. Temperaturas experimental
1%. De uma forma geral, a maioria dos (média angular) e calculada para a posição
erros ficaram abaixo de 7,7%. Apenas na r=R/2 e z=H/2 em função do tempo (de 20
parede superior do silo foram maiores, em a 31 de outubro/2005).
torno de 11%. Isso ocorreu, pois a
qualidade do ajuste (veja a Figura 9) não
foi boa nas baixas temperaturas (~20oC). 55
temperatura experimental

Deve-se lembrar que erros de 11% em 50


temperatura calculada

temperaturas de 20oC significam 2,2oC de 45


Temperatura ( C)

diferença entre os valores calculados e 40


o

experimentais. Esse valor é muito 35

pequeno em relação à faixa de 30

temperatura na parede superior do silo em 25

um único dia que foi de 15oC a 60oC. 20

Além disso, os erros de 10,5% a 11,7% 15

encontrados para a parede superior do silo 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

não se repetiram para a massa de grãos, a dia


qual apresentou valores menores que
6,3%. Figura 12. Temperaturas experimental
Como a modelagem proposta não (média angular) e calculada para a posição
incorporou a variável angular, foi feita a r=R e z=H/2 (parede lateral) em função do
média aritmética das temperaturas tempo (de 20 a 31 de outubro/2005).
angulares experimentais para a
comparação com os valores calculados. De maneira geral verificou-se que a
As Figuras 11 e 12 apresentam essas modelagem proposta conseguiu obter
comparações para a massa de grãos e para resultados muito bons na previsão das
a parede lateral respectivamente. temperaturas experimentais apesar de
Verificou-se que, apesar do todas as simplificações propostas.
movimento aparente do Sol em torno do Acredita-se que os erros de

ENGEVISTA, V. 17, n. 2, p. 240-253, Junho 2015 249


temperatura obtidos para a massa de grãos Como era esperado, a maior
e para as paredes do silo poderiam ter variação de umidade ocorreu próximo à
atingido valores ainda menores caso o parede (r=R), cerca de 2%, devido à maior
calor de radiação horizontal (qHdir) tivesse variação de temperatura nesta posição.
sido determinado experimentalmente. Abe & Basunia (1996) verificaram
É natural ainda esperar que a variação experimental de umidade de 2%,
modelagem proposta neste trabalho sirva valor próximo aos verificados
para prever a temperatura no experimentalmente por Prachayawarakorn
armazenamento de outros grãos (como et al. (2005) e também por Jian et al.
feijão, arroz, etc.) levando-se em conta, é (2009).
claro, os novos valores como, por
exemplo, o da difusividade térmica 4. CONCLUSÕES
efetiva.
Neste trabalho foi proposta e
3.3 Simulação da umidade na validada uma modelagem pseudo-
massa de grãos homogênea bidimensional para se prever a
temperatura em um silo de armazenagem
Considerando o seguinte modelo, de soja. A validação foi realizada a partir
proposto por Finkler et al. (2013), para a de um silo experimental com 59cm de
umidade de equilíbrio da soja: altura e 38cm de diâmetro.
Dentre outras hipóteses, a
modelagem proposta desprezou a
1

 exp( −0,0119.T + 6,586) 


1,509

X =  (17) convecção natural, a migração de umidade


− ln( UR)
e

  e a geração de calor na massa de grãos. A


modelagem levou em conta de forma
e utilizando as temperaturas calculadas detalhada o movimento solar e foi
através da modelagem proposta neste resolvida utilizando os métodos das
trabalho foi possível estimar a umidade da diferenças finitas e de Runge-Kutta.
massa de grãos. Verificou-se que a modelagem
Na Equação (17) a umidade relativa proposta conseguiu prever de forma
utilizada (UR) está em valores decimais e satisfatória a temperatura na massa de
foi atribuído um valor de 60%. A grãos apresentando erros menores que
temperatura está em Kelvin e a umidade é 6,3%.
dada em valores percentuais (base seca). Além disso, a modelagem proposta,
A Figura 13 apresenta os valores aliada a um modelo de isoterma de
obtidos para a umidade da soja nas equilíbrio, no caso o modelo proposto por
posições (r=0; z=H/2), (r=R/2; z=H/2) e Finkler et al. (2013), conseguiu prever a
(r=R; z=H/2). umidade na massa de grãos em função da
posição e do tempo mesmo sem ter
considerado inicialmente a convecção
natural, a migração de umidade e a
13,0 r=0; z=H/2
r=R/2; z=H/2
12,8

geração de calor. As maiores variações de


r=R; z=H/2
12,6

12,4
umidade verificadas foram obtidas
Umidade (%b.s.)

próximas à parede do silo onde se deram


12,2

12,0

11,8 as maiores variações de temperatura.


11,6

11,4

11,2
NOMENCLATURA
11,0

10,8 Cpsilo Calor específico do silo,


J.kg-1.K-1
0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48

hora
e Espessura da parede do silo, m
Figura 13. Umidades calculadas na massa E% Erro absoluto médio relativo
de grãos em função do tempo. percentual
ET Equação do tempo (“Ephemeris

ENGEVISTA, V. 17, n. 2, p. 240-253, Junho 2015 250


Transit”) σ constante de Stefan-Boltzmann,
hext Coeficiente de troca térmica na 5,67.10-8 W.m-2.K-4
parte externa do silo, W.m-2.K-1
hint Coeficiente de troca térmica na AGRADECIMENTOS
parte interna do silo, W.m-2.K-1
H Altura do silo, m Agradecemos a Fundação de
HL Hora legal, h Amparo à Pesquisa do Estado de São
HM Ângulo horário do Sol médio, h Paulo (FAPESP), o Programa Nacional de
HV Ângulo horário do Sol Excelência (PRONEX/FINEP) e o
verdadeiro, h Conselho Nacional de Desenvolvimento
qdif Densidade de fluxo de energia de Científico e Tecnológico (CNPq) pelo
radiação difusa, W.m-2 auxílio financeiro. Agradecemos também
qH Densidade de fluxo de energia de ao professor Basílio Santiago (IF-UFRGS)
radiação solar direta e difusa em por seus esclarecimentos em Astrometria
uma superfície horizontal, W.m-2 e ao Dr. João Luiz Kohl Moreira do
qHdir Densidade de fluxo de energia de Observatório Nacional (ON) pela
radiação solar direta em uma indicação do endereço eletrônico para a
superfície horizontal, W.m-2 obtenção da “Ephemeris Transit”.
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