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El Silbón

A Venezuela é conhecida por diversas razões, mas uma das divisões mais características
do meu país são as lendas e folclores que “habitam” em diferentes regiões do país.
Desta vez, vou enquadrar-me nos “llanos” venezuelanos, e irei introduzir-vos a lenda de
“El Silbón”.

Tudo começa nas zonas “llaneras” (zonas planas com elevada vegetação) na Venezuela,
onde nos encontramos com um casal cujo amor era proibido, uma vez que o pai do
homem, não lhe agradava a mulher com a qual o seu filho se estava a relacionar;
Mesmo com o desgosto do pai, o homem continuo a sua relação com esta mulher,
mulher que era vista por ele como o “amor da sua vida”, sendo este um amor que não
iria perdurar por muito tempo…

Numa noite de paixão num celeiro da quinta do pai, os homem e a mulher se


encontravam num momento único desta noite, mas este momento único e arriscado
não perdurou muito mais, já que o pai descobriu as ações do seu filho e num ato de
raiva e descontrole decidiu usar a sua espingarda para acabar com a vida da amada do
seu filho… Mas este, de nenhuma forma, iria deixar as ações do seu pai saírem impunes.
O homem num momento de adrenalina, arrancou a espingarda das mãos do seu pai e
num instante acabou com a vida do seu progenitor.

No dia seguinte, o seu avô reparou naquilo que tinha acontecido e castigou cruelmente
ao seu neto pelos pecados horríveis que tinha cometido… O avô torturou-o até a
consciência deixar de existir, e até a dor deixar de doer, sendo esta tortura baseada
numa dose de xicotadas que não só rasgavam a pele do neto, mas também a sua alma...
e para por fim ao sofrimento do mesmo, o velho decidiu soltar os seus cães para
desfrutarem de uma refeição única, desgarrando a pele do coitado, destruindo cada
fibra dos seus musculos, esticando a sua pele e roubando, pouco a pouco, a sua vida.

Depois destes acontecimentos, várias pessoas durante as noites frias dos llanos,
afirmaram ouvir assobios escalofriantes, acompanhados da figura alta e retorcida do
homem, condenado a vagar eternamente pelos llanos venezuelanos e que nos seus
ombros carregava um saco cheio de ossos, sendo este o fardo de sua própria culpa e a
sede insaciável por vingança, nos seus tornozelos, dois cães torturavam cada passo do
seu trajeto, sendo testemunhas mudas da sua jornada sinistra, mas engraçado da lenda,
são os avisos da presença de “El Silbón”, aqueles assobios que usa para alertar aos
outros, tinham uma característica bastante peculiar, uma vez que, os assobios que se
ouvissem mais perto, indicavam que “El Silbón” estava longe, mas aqueles distantes,
eram os que, supostamente, alertavam o fim da vida.

Este homem, foi mais tarde retratado como a personificação dos pecados, como a
vingança e a ira, os assobios de “El Silbón” retratavam o vento llanero que passava entre
as arvores, fazendo sons peculiares e escalofriantes durante o silêncio da noite, e justo
como esta lenda, existem muitas outras famosas que de certeza já ouviram falar, tal
como “La Llorona”.

-Fernando López nº15, 12ºD

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