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ANAIS DO
XXXUl,CONGRESSO
BRASILEIRO DE"
.
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'GE'OLOGIA
..,
"
VOLUME ,VII ,
-~
'SOCIEDADE BRASILEIRA
. -
DE GEOLOGIA
.. .,. '~, ,
'
---~-
ANAIS DO
XXXII.I CONGRESSO
BRASilEIRO DE.
GEOLOGIA
I"NDICE DO VOLUME VII
I
--
Os grupos São João dei Rei, Carrancas e Andrelândia, interpretados como a conti-
nuação dos Grupos Araxá e Canastra- TROUW, R.A.J. - RIBEIRO, A: - PA-
CIULLO, F.V.P. - HEILBRON, M.L. .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 3.227
Esboço geotectônico das folhas SD.24 - Salvador e SE. 24 - Rio Doce - LIMA,
M.I.C.-SILVA,J.M.R.-SIGAJÚNIOR,O. 3.325
_.
B. - WHARTON, H.M. ...... 3.428
Projeto mapas metalogenéticos e de previsio de recunos minerais Folha SG.22.X.B
(ltararé), escala 1:250.000 - A~GARTE,J.P. - HAMA,M. 3.441
-
Projeto mapas metalogenéticos e de previsão de recunos minerais Folha SC.24-Y.D
-
(Serrinha) escala 1:250.000 SOUZA,J.D. - SANTOS,R.A. 3.494
-
Projeto mapas metalogenéticos e de previsão de recunos minerais Folha SB.22.Z-A
(Rio Parauapebas) escala: 1:250.000 - CARVALHO, J.M.A. - SILVA, J.J.X. 3.509
lU
SIMPÓSIOS SOBRE FAIXAS MÓVEIS PROTEROZÓICAS
- -~ - ... .~ .
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO. 1964
ABSTRACT
INTRODUçAO
3.023
-----
OBSERVAÇOES REALIZADAS
AS UNIDADES LITOLÓGICAS
COMPLEXO SETUVA
3.024
faixa do antes chamado "Granito Três
.
Córregos", e com extensões para
fora dela.
O Complexo Setuva é constituído de gnaisses, xistos, quartzitos, r~
chas carbonáticas, cálcio-silicáticas e anfibolitos.
Os gnaisses têm aspectos variados. Os gnaisses bandados caracteri
zam-se por alternáncias de bandas de espessura milimétricas a centim!
tricas, mais ou menos enriquecidas em biotita e/ou hornblenda, tendo
em geral granulação fina a média. Os gnaisses homogêneos, que são pr~
dominantes e sempre biotíticos, podem ser de dois tipos gerais: os de
granulaçáo fina a média, com a típica..e monõtona textura gnáissica,que
podem ser qualificados como granito-~naisses; os de granulação média a
grossa, claramente de natureza blastocata~lástica denunciada pela tex
tura ocelar, "augen" ou oftalmítica.
Os xistos sáo também variados, mostrando-se mais ou menos quartzo
sos e/ou feldspáticos. Moscovita e biotita aparecem em quantidades dI
versas e como componentes menores podem ser reconhecidos, em difere~
tes áreas, granada, estaurolita e sillimanita. A mineralogia e granula
çáo dos xistos varia bastante, de muito fina a grossa, configurando di
versificada tipologia petrográfica. -
Os quartzitos têm granulaçáo fina a grossa, podendo se apresentar
puros ou impuros, estes com proporções variadas de micas (biotita e
.
moscovita) ou feldspatos.
As rochas carbonáticas são representadas por calcários-dolomitos,de
textura granular fina a grossa. As rochas cálcio-silicáticas,provaveis
metamargas, são bandadas ou não e sempre de granulação fina.. Tais ro
chas aparecem em lentes até quilométricas nas regiões de Cerro Azul~
entre Apiaí e Ribeira, entre Morro Agudo e Veado de Baixo, e de Ribei
rão Branco, faltando estudos detalhados para identificação em outras
áreas. '
3.025
---
AS ROCHAS GRANITÓIDES
3.026
tos, monzonitos, granodioritos e até quartzo-dioritos.
Porções muito restritas de anfibolito e biotitito aparecem ocasio
nalmente em meio a esses granitõides, de origem não clara (xenõlitos~
autólitos, segregados). Também ocasionais xenólitos podem ser vistos,
de rochas anãlogas às encaixantes.
Pegmatitos e venulações de epídoto aparecem nessas rochas, indican
do atividades pneumatolíticas e hidrotermais tardias ou finais.
O outro tipo de granitóides aparece em alguns pequenos corpos entre
as regiões de Capão Bonito e Ribeirão Branco, não sendo de descartar a
possibilidade de serem mais freqüente~ do que reconhecido. Caracteriz~
-se pela. cor rósea a vermelha e pela ~extura granular (Fácies Itu, de
Hasui e~ al., 1978). Tem granulação média a grossa e se constitui de
quartzo e feldspatos (microclíneoe oligoclásio, às vezes ortoclásio),
e poucos acessõrios (biotita, às vezes magnetita). Por vezes, feldsp~
tos mais desenvolvidos imprimem texturas porfirítica ou seriada. Em
termos composicionais, podem ser reconhecidos granitos,monzonitos e
até granodioritos.
A delimitaçáo dos granitõides na Fig. 1 também é preliminar, os con
tatos podendo sofrer modificações com levantamentos mais detalhados.
CONSIDERAÇOES ESTRATIGRÁFICAS
CONSIDERAÇOES GEOTECTONICAS
3.027
----
--.---- ---
CONCLUSOES
3.028
BIBLIOGRAFIA
3.029
.----
-
LEGENDA
3 , , ,'
D
, [2]
6
[2]
7
[2J
81//'1
PARTE NORTE
o. 10 20 30 4Qkm
3.030
LEGENDA
8171
PARTE SUL ",'
o 10 20 30
3.031
---- ----
1. INrnOD~
No decorrer dos três Últirros lustros vários pesquisadores tentaram definir e es
tal::eleoer limites de uma. i.mr;:ortante entidade geotectônica, jacente ms escuÇ.os daS
Q1i.anas e Central Brasileiro.
Inicia1rrente foi designada de Platafonna Amazônica por Susczcynski (1970) e Fer
reira ( 1972). Este autor a a:>nsiderou cx:m::>i.nticati va de uma. plataforma antiga, pré=
-riph:eana , inserida m a:>ntexto da Plataforma Brasileira (Allreida, 1967), rerlonqa-
da por sistemas de dobranentos brasiliaJ'X)s. O primeiro a dividiu em dois núcleos cra
tônia:>s a:>ngn::xninados "das Guianas e Brasil Central". Posteriormente Braun (1974) de
sigmu pela primeira vez de Craton Amazônia:> em a:>ntraposição a antiga crença da
existência de dois cratons: Guianense ou Caribl::eaJ'X) e doGuaporé ou Brasiliam. Iss
ler (1977) mantém o terrro Craton do Guaporé (AlItei.da, 1967) para 'a porção sul da
Sinéclise do Amazonas (EsClrlo Central Brasileiro) e adota o terrro Craton Guianês pa-
ra a fração atinente ao EsCL1do dos Manas. AlItei.da, Hasui e Brito Neves (1970) uti-
lizaram. Craton Amazônia:> CO!rDrelativo ao embasanento da Platafonna Sul-Anericana .
Fina1lrente, AlIreida (1978) prop3e o abandom das designações Craton do Guaporé e Cra
ton Guianês e a:>noei tua o Craton Amazônia:> a:>rro sinSnirro de Platafonna Amazônica de
Ferreira (1972), o qual será utilizado m presente trabalho.
Esta unidade geotectõnica rrostra grarrle distribuição geográfica, englobarrlo o
EsClrlo das Guianas, parcela centro-ocidental do EsClrlo Brasil Central e os maciços
do Apa e Missiones. O Craton Amazônia:> a:>nsolidou-se na netade do Proterozóico Médio
(1.300 m.a.) , Ciclo Uruaçuam, a:>ntudo ~ granie desenvolvi.rrento m Ciclo TransaIl'aZÔ
nia:> (2.200-1.800 m. a.) experirrentarrlo m decurso de sua evolução dois eventos de
reativação plataformal, retratados:pelo art;"Jlo desenvolvinento de associações vulcam-
-plutônicas e seqüências sediItentares de plataforma. Seus limites setentrionais e
ocidentais acham-se ena:>l::ertos por sedimentos tabJlares neso-<:eIDzóicos mas não de -
vem a:>incidir cem os Sistemas M::m~sos do Caribe e Cordilheira dos Arrles, respec-
ti vamente. Os quadrantes neridional e oriental limi tam-se cem o Cinturão M5vel Para-
guai-Araguaia-Araguaia-'Ibcantins .
2. OBJEl'IVOS
O presente trabalho visa a:>ntribuir para o estudo da evolução geológica do Cra-
ton Amazônia:>, em terri tôrio brasileiro, alicerçado em informações estruturais, li to
lógicas, estratigráficas e geocromlÔgicas. Constitui, em verdade, uma CXJ!mlementa =
ção do tra.bal.lx> apresentado por este autor, (Lima, 1984b), em que o Craton Amazôni
3.032
co Brasileiro foi individualizado em quatro ProvÍncias Geológicas: Amazônia
. Orien
tal, AmazÔnia Central, Amazônia Ocidental e. Guiana Central (fig. 1).
3. ~ GEDLÓGICA
3.1 - NCx::Ims AIQJEANOS(> 2.600 m.a.)
~ seio do Craton Amazônico foi oossível, a:m os dados ora disponíveis, locali-
zar dois núcleos arquearos preservadoS, ambos. si tuadcs no ârnbito da Província Amazô-
nica Oriental (Lima, 1984b~,oonforme indicadQ na figo 2. Oprineiro
I
deles situa - se
no sul do EstaJo do pará, :perínetro no Cc::Itplexc Rio Pau-d aroo e unidades do tipo
"greenstone belt" tipificado pelas s~cias Sapucaia-Pi1.ml, Gradaús e Andorinhas (Hi
rata et al., 1982), Santo Antonhão (Lima, 1984b)e Grupo Serra do Inajá (Ianhez, Sou=
za e l<bntalvão, 1980). Dessas, a primeira e a Última unidades I indicam vergência tec-
tônica centrlpeta, ou sej a, em direção ao Catplexc Rio Pau-d aroo. Parece represen-
tar 1.mItípioo terreno "granite-greenstone", oorrooorado pela presença de talco-t.rertD
lita-clorita xisto a:m textura "Spinifex" (Hirata et al., 1982) e idade radiométricã
isocrônica de 2:.750 m.a. cem relaçao inicial Sr87/Sr86 = 0.702. O outrotrato locali -
za-se no . dclninio do Canplexc Oia;:oque (Lima, 1984) evidenciaroo também vergência
centrípeta, referenciadas pelas expasiçães do Grupo Vila ~va (Lima, 1974) dispostas
nas regiõesüa serra do Navio e Oiapoque. DispÕe-se para o citado cx:Itr!?lexc de idades
radianétricas K-Ar,em gnaisses e granitóides,cem valores entre 2.050-1.800 m.a. Des-
te IOOdo a idade arq\JSana aqui atribuída, oonstitui ainda \.mia ilação.
Por outro lado, indicações de idades arqueanas são citadas, ainda, no âmbito na
Provincia Amazônica Oriental. ~ que tange aos granulitos da nesocotâmia Falsino-Tar
tarugal Grarrle, a:m isÓcrona Rb-Sr, de 3.350 m.a. e relação inicial sr87/sr86 = 0,705:-
Saliente-se a presença de fonnação ferrífera banieada, reqião do rio Tartaruaal Gran
de, tipo Al~, à semelhança de terrenos arquearos de õutras partes do 1'!ll1iDo. NÕ
norte . do EstaJo do Mato Grosso, ProvÍncia Amazônia ' Central, s~a do Tapiraoé, os
dados Rb-Sr IIDstram valor de 2.750 m.a. cem relação
cativo de idade de fonnação. (Tassinari & Basei,
inicial
1980).
Sr /sr86 de. O, 7Ô1, indi -
Ressalte-se que tanto o Grupo Kanuku cx:m:> a "suíte"Bakhu;is rem:mtam ao Arquea -
no, oonfo:me dados de Berrangé (1973) a Gaooette et alo (1978), cem valores de 2:570
m.a.e 2.817 m.a., respectivanente. Arnbas unidades fazem parte do "Cinturão Granulíti
00 Guiana Central redefinido por Lima, Oliveira e Tassinari (1982). ~ entanto, em
território brasileiro Basei (1975) obteve valor isocrônioo de 1.900 m.a., interpreta-
do por Lima (19841i cx:m:>revelador de retrabalhamento de rochas mais antiqas.
Por oonseguinte apenas no ârnbi to da ProvÍncia Amazônica Ocidental nao existem
dados isotópioos de terrenos arqueanos, até o :oresente m::mento. Deste IOOdo, pode - se
concluir que mais de 50% do Craton Amazônioo já existia em tat;x:>s arqueanos. Esses
terrenos devem estar relacionados ao "SUper Eventos de Ac:reção-Diferenciação Conti -
nental - SAOCde l<bobarth (1975), responsável pela fonnaçãode crosta oontinental de-
rivada do manto e/ou da litosfera básica.
Cerca de 3 b. a. atrás reconheCÍ vais protóli tos de tamanlx> acima de rniJbares de
krn2 já existiam, dentre os quais cita-se: Cratons da Fod.ésia e Kaapvâal no sul da
África, Leste da África - ~rte do Zaire, Oeste da Austrália, SUl da íniia, Sibéria,
Provincias Churchill e Superior do Escudo Canadense e Craton do pararnirirn no s1.Xleste
do Brasil.
Se o fluxO de calor foi 2.5-3 vezes seu presente valor, sua litosfera foi flu -
tuante e não deve ter havido instabilidade qravitacional e subducção (Kroner, 1981) ,
cc::IIt?oonseqtElcia se torna difícil aàmi.tir Ürn regiIre de tectõnica de placas para es-
sa epoca.
Salop & Scheimann (1969) relatam a presença de "ovais" em fonna de d.onos rela -
cionados a granitização (fusão parcial) ~ por alto grau de rretaIrorfiSIID e
diapirism::> de rochas graní ticas , exclusiva de níveis profundos da crosta cu:queana ,
den::minada de "peI:I!Obile", por esses autores. kJ norte de Manaus foi observãdo em
imagens de Radar tmIa nega feição circular, oonfo:me pode ser visto na fig. 2, que
poderia estar relacionada a essa etapa primitiva de evolução da crosta.
3.033
-..
---'-
Em torno de 2.000 m.a. atrás ooorreu na porção sul da Província Amazônica Orien
tal a extrusão de ,lavas basálticas do Grupo Grão Pará, em ooroiçÕes de estabilidade
crustal, apÓs cessados os novimentos tectónicos do Cinturão !-bvel Maroni-ItacaiÜnas.
Dataçàes geocronolóc;ri.cas K-Ar de 1905 ! 59 m. a., foram interpretadas DOr Tassi--
nari, Hirata e Kawashita (1982) caro a fase principal do metam::>rfiSIID reaional do
Grupo Grão Pará.
Interpreta-se a existência de outro cinturão m5vel Transamazônioo, ao redor de
1:!?00m.a., dencminado por Lima (1984p)de Cinturão M5vel Parima
tação NW-SE (Lineamentos Parima, Anauá e Juruena), cuja vergência
- Juruena, cem orien-
orienta-se em dire
ção aos núcleos cratônicos Pakaraima e Xinau (Cordani e Brito Neves, 1982), referi =
dos genericamente por Lima, Oliveira e Tassinari (1982) 0000 ''Núcleo Anticos cem C0-
berturas de Platafonna". O erni:Jasamen~ retrata-se pelos OO!!plexos Xingu e G..lianense.
Apresen:t;a anp1c 'darr.inio", geografioo., ooorrerrlo desde as serras Parima e Ara-
cá, e região da bacia do rio Anauá, na porção oorte na Província Amazônica Central ,
até o sul do Pará e norte Mato Grosso na parcela sul da mesma província (fig. 2) .N~
ta Última região, serra do Tapirapé (Mato Grosso), foram enoontradas idades arquea -
nas (2.750 m.a.) e rochas oom retraba.lharcento crustal em torno de 1.950 m.a. (Tas sina-
ri & Basei, 1980). 00 passo que na região da serra Parima foram realizadas dataçôes
Por Basei & Teixeira (1975) e M:>ntalvão et alo (1975), em biótita e hornblerrla de
gnaisses do Canplexo Rio PariIna, cujos resultados situaram-se em torno de 1.800 m.a.
Malgrado os dados isotópioos serem aiIx1a escassos pode-se admi.tir 'a atuação deste
cinturoo rrével no âmbito da Provincia Amazônica Oriental, em vista das idades K-Ar
obtidas oos danínios do CaI1:>lexo Oiap:xyue e Grupo Grão Pará, cnro anterionnente re-
portado .
Este cinturão a:xrpâe-se tanto por catametam:)rfitos, retratado pelos cinturões
. granu1.i tioos PariIna e Juruena, cnro também p::>r epi e mesometam::>rfi tos das seqt\ências
vulcano-sedirrentares dos grupos Cauarane e Jacareacanga, ao norte e a sul da, Provin-
cia Amazônica Central, respectivamente.
~1erece ressalto a arame incidência de metamafitos e metaultramafitos no rerime
tro da bacia do rio Parlma (NWdo T:F. de Roraima), 00I1D também a arame representa=
ti vidade de quartzi tos e xistos na zona l:imi trofe oom a Venezuela,
volvimento no pais viz:inh:>. Este oonjunto é aqui interpretado
oom maior desen
00I1D Pertencente
-
ao
Grupo Cauarane. O CaI1:>lexo Juruena tipifica-se por metavulcãnicas e grani tóides.
3.034
As seq6ências vulcano-sedilrentares relativas aos cinturões m5veis Maroni-Ita -
caiÚI1as e Parima~uruena se assenvalham em ternos de litologias, grau de Iretanorfisrro
e estilo tectõni.co diferin:Jo apenas 00 que concerne a idcrle, constitu:irxlo deste m::X!o
unidades "harotaxiais".
ApÓs cessados os ncvi.nentos tectônicos relativos ao Cinturão l-bvel Parima~urue
na, deSenvolveu-se ao redor de1~800 m.a. um significativo "linear shear belt" dS
orientação NE-SW, oos dcmÚrios do Escudo das Q.ú.anas, cogrx:minado por Lima, Oliveira
e Tassinari
sentam
(1982), de Cinturão M:5vel Q.ú.ana Central.
uma. isócrona de referência,
!obntalvão et alo (1975) a:pre
RJ:>-Sr, em rocha total para o embasaITento deste
-
cinturão m5vel a:m valor de1.787.:!: 33 m.a. e. &-87/&-86 inicial de 0,702. Rochas da
6aciu. granulito tan !::oa representatividade nesta .zona de cisa.lhan'ento. Con;:Õe uma.
extensão cinturão, o qual adentra para a República da Guiana (Grupo Kanuku) e ~
Ire (Grupo J\danpérla-Fallawatra), oonfoDtE Lima, Oliveira e Tassinari (op. cit.) na
redefinição ao "Cinturão GranulÍtioo Guiana Central". Idade isocrônica obtida por
Basei (1975), em território brasileiro, em quatro am::>stras, evidenciaram idade de
1.900 m.a. e &87/Sr86 inicial de 0.701 çara as rochas da 6aci.u granulito.
As observaçÕes IX>terreoo :i.niicam tratar-se de um cinturão foDnado em oorrliçÕes
ensiálicas, em vista de seu embasanento, Carplexo Mucaja!, IIOStrar-se intensanente
retrabalhado. AbaJ:ca em seu interior ilrportante plutonisrro básico-ultrabásioo e al -
calin:> .
Este cinturão transecta a porção médià do "Cinturão M5vel Parima~uruena"a:m
o desenvolvirrento de milonitos, cataclasitos e gnaisses barx1eados, irrlicativo de in-
tensa transposição. Li.mi.ta-se por falhas direcionais e inversas de alto ângulo, a:m
orientação NE-SW a ENE-WSW.
3.3 - VULCANO-PLU'I'CNISM::>
E mBEm'ORAS SEDIMENrARESASSO::IADASN) PRC1I'EroWICO
MeDIO CEDO(1.850 -1.500 m.a.)
3.035
------
--------
-.--
3.036
cionado a antigas estruturas do embasarrento ocorreu a fo:cnacão dos aroos Iqui tos, Pu
rus e lobnte Alegre. "Relativo. ao Arco de lobnte Aleare deve" ter havido a colocacãõ
das "Alcalinas Maecuru e Maraconai", cone sóe aCXJntecer nessas estruturas.
F:inaJJtente 00 l-1esozóico,ligédd areativacão wealdiana, manifestou-se inpJrtante
plutonisno básico (EpisÓdio CassiJ;Cré), entre" 250-180 m.a. atrás, cem a colocacão
de extensos diques de rochas. básicas em tcào o Craton lImazÔnico (AJ.inharrento Paru de
Este-M:>nte Alegre e Cachorro, e Linearlentos Cassi};Cré e curuá-Iriri, e Arco do Guru-
pá). Na zona da chameira de um gran:le arco dá-se a ela1:x:>racão do Graben do Tacutu ,
com a deJ;Csicão de sedim::mtos e vulcânicas básicas e "errplacenent" de intrusivas al-
calinas (Caroonatitode Seis Lagos e Alcalina.. Catrimani).
No Ceoozóico ocorreu a deJ;Csicão de gran:les ~ências taJ:A.1lares terrigenas,com
a formacão de extensos platós nas bacias do Amazonas e So1.im3es.
4. CDNCLUSOES
- O processo de foJ:1t1acão do Craton lImazÔnico ocorreu de leste para oeste, cem as
províncias lImazÔnia Oriental e-CentraJ.de orige:,s mais antigas (Arqueana), erquanto a
ProvÍncia Amazônia Ocidental deve ter-se fonnado 00 Proterozóico Inferior.
- Identificou-se duas seqt1ências vulcaoo-sedi.Irentares tiJ;C "greenstone belt". A
priIlei.ra de ida:ie arqueana e a outra tipicarrente relativa ao Proterozóico Médio Ce-
do.
- Os cinturóes néveis apresen~ amiÚde cem "trem" NW-SE e securrlariarrente
NE-SW. O lbrnoniano tipificado };Cr daninãncia de acrecão sobre retraba.1.hanento ocor-
remo o inverso com o Guiana Central (" linear shear belt") .
- Dois iltp)rtantes
volvimento
vulcan:>-plutoniSIIDS
do Craton Amazônico 00 Proterozóico
e sed:irrentos associados
Médio, ligados
ocorreram 00 desen
a eventos intraplacas:-
- Na Província lImazÕnià. Ocidental identificou-se i.Iq;ortante faixa de rochas bási-
ca.:- ultrabásicas diferencicrlas, cem orientacão meridiana, provaveJJtente relacionada
a pro:fun:lafrat:cra crustalci:m gran:le significado econômico.
- Correlaciona-se o GrutxJ Tun\1Í com o C'..rup::>lbrailna, ressal tan:]c..se os estilos es
truturais distintos :in:iicatlvos de difêreIi:e ambiência tectõnica. -
trais
- A edificacão
aconpanhadcs
da sinéclise do An'azonas ligou-se
de DJtacões '~ levógiras
a ncvimentos direcionais
a dextrógiras.
dex-
- Existe intermlacão
de enxames de diques,
entre a localizacão
"rifts", kimberlitos
dos Altos Estruturais
e alcalinas, conc pode ser
e o posicionarrento
visualizado
nas figuras 1 e 2. Fatos explicitados pelas Alcalinas Maecuru e Maraoonaí (Arco de
lobnte Alegre), Graben do Tacutu (Arco de Rio Branco) e enxanes de diaues (Aroos do
Gurupá, lobnte Alegre e Purus). Ressalte-se a:iOO.a a ocorrência de kilnberlitos e Gra -
ben de Pinenta Bueoo 00 Alto Estrutural Pinenta Bueno.
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Rio Negro - Juruena na
3.039
------
--
TABELA I
Alcalinas Mae-
curu e Maraa:>-
naí, Carl::onati
to Seis Lagos
e Sienito
trilnani
Ca
(180 a
-
100m.a.)
3.040
TABELA II
AMAZONIex:> (BRASIL)
o
.,.j Formação Nova Floresta (1000
m.a.), VulcanistrD Básioo Ari-
'i o
.,.j oos (1400 a 1200 m.a.)
Básicas-Ultrabásicas Ciriqui-
+J ~qui (1300 m.a.)
Básicas-Ultrabásicas Suretama. Básicas-Ultrabásicas Tapajós
-~ (1420 m.a.) (1500 a 1400 m.a.)
TA B E L A III
3.041
---
PROVo AMAZÔNIA ORIENTAL "ROV. AMAZÔ N IA CENT RAL "ROV. AMAZÔNlAOCIOENTAL f'f!(N GUIANACENTRAL
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3.043
----. .
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984
J. G. Pal'8nti Couto
Metais de Minas Gerais S/A - METAMIG
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
3.044
visualizar que esses mares (ditos epicontinentais) se desenvolveram por
entre os espaços deixados pela fragmentação de urn supercontinente que
existiu nos tempos pré-Rifeanos e aqui denominado de "Plataforma Transa
mazônica" e, da qual originaram-se os Cratons Rifeanos. As zonas móveis
que se instalaram ao longo dessas fraturas e que passaram a receber os
sedimentos dos cratons adjacentes, evoluíram durante os tempos Rifeanos
entre fases de expansão e contração, em função de movimentos subcrus-
tais, ocasionando no final do Rifeano. a recomposição da antiga PlatafoE
ma Transamazônica, segundo linhas de sutura representadas pelas antigas
faixas móveis, dando origem, assim, a"urna nova plataforma, aqui denomi
nada. de "Plataforma Brasiliana".
CICLOS GEOTECTONICOS
3.045
-"---
como marginalmente a esta unidade.
Duas unidades obtidas nesse trabalho devem ser ressaltadas, pois,
devido às suas posições em relação às unidades Rifeanas da região meri-
dional do Craton do são Francisco (Couto, 1982), contribuem para definir
o início e fim deste Ciclo. A primeira delas (1.502 m.a.) foi obtida nas
intrusivas que ocorrem a norte de Barão de Cocais-MG, cortando
os metas sedimentos do Grupo Espinhaço Inferior e a segunda (980 m.a.),a
norte de Santa Luzia-MG - em um dique que corta o Embasamento Cris
talino e está sotoposto por discordância angular e erosiva à Formação
Paraopeba do Grupo Bambuí. A primeira, portanto, posiciona-se logo no
início do "emplacement" das Bacias Rifeanas e a segunda evidencia que,
além de sua idade situá-Ia antes do início da Glaciação Jequitaí (Couto
et aI, 1981) e, portanto, de acordo com as observações de Braun et aI,
1979, para quem as básicas da região de Diamantina não cortam as sequên
cias de tilitos, mostra também que tal magmatismo cessou antes da depo=
sição do Grupo Bambuí (590/640 m.a. - segundo Couto et alii, 1981).
CICLO BRASILIANO/CARIRIANO (950/590 m.a.)
3.046
ficam a deposição do Grupo Bambuí sobre o Craton do são Francisco e,
provavelmente, o soterramento dos Cratons do Paraná e Hoggar-Tibesti.
As divisões adotadas a seguir para o período Rifeano e para as
sequências sedimentares, seguem, respectivamente, as propostas de Preiss,
1977, e Couto, 1982.
3.047
-..----.
---- -.--
__o
3.048
terozoic), ainda que Diamantes aiuviais sejam encontrados em velhas ro
chas, e os Complexos de Busheveld e Sudbury são de 2.000 m.a. e 1.840
m.a. respectivamente, embora existam fortes argumentos que sejam estru-
turas de impacto.
A importância metalogenética dos eventos magmáticos que caract~
rizam o Período de Transição fica ainda evidenciada quando se considera
as mineralizações de Cassiterita, Ouro e Diamantes (?) que ocorrem ass~
ciadas às rochas ígneas ácidas dos Cratons do Amazonas (Guiana/Guaporé)
e são Francisco. As mineralizações de Cassiterita e Ouro associadas às
vulcánicas ácidas que ocorrem no CratOn do são Francisco (Complexo Rio
dos Remédios) foram analisadas por Couto, 1981, o qual concluiu pelapo§
sível existência de um cinturão dessas mineralizações desenvolvendo-se
desde Goiás (Cavalcante), passando por Minas Gerais e terminando na Ba-
hia (Paramirim).
A hipótese de uma possível ligação genética dos Diamantes da re-
gião de Diamantina (MG) com rochas ácidas deve-se a Guimarães, 1927 ,
qual, embora ainda não comprovada, foi reforçada pelas propostas de BaE
bosa, 1951, de um relacionamento genético com rochas de matriz interm~
diária, e com as observações de Scholl et al, 1979. Segundo estes auto-
res foi possível, recentemente, comprovar a origem magmática dos filitos
hematíticos da região de Diamantina, tidos por Barbosa (op. cit.) como
rochas ígneas de natureza intermediária, frisando, no entanto, que se a
origem magmática desses filitos é pouco discutida a determinação do ma-
terial original é bastante problemática. Ressaltam, ainda, que a deter-
minação da gênese dos filitos hematíticos se reveste de importáncia pOE
que não é descartada a possibilidade de constituírem a rocha matriz dos
Diamantes encontrados nos conglomerados da Formação Sopa Brumadinho. Em
recente trabalho, todavia, Abreu et al., 1983, seguindo as inferências
de Svisero (1978, 1980) de uma origem Kimberlítica dos Diamantes da Ser
ra do Espinhaço, frisam que tais Kimberlitos são provavelmente de umã
fase pré-Rift à "Bacia Espinhaço" e que ocorreram dois eventos magmát!
cos posteriores sobre a região: Filitos-hematíticos-xistos verdea sins~
dimentares e Metabasitos tardi-tectônicos. Em todos esses casos, todavi
a, nota-se um provável relacionamento temporal dos Diamantes com rochas
formadas no Período de Transição, hipótese que é reforçada pela conhec!
da associação de Chaminés Kimberlíticas e eventos de Rifagem.
3.049
~_.._--
3.050
norte para sul e ausência ou interrupção de sequências estratigráficas
e estruturas tectônicas, não são fatos isolados, mas sim devidos a uma
conjugação de fatores que somente um evento da expressão de uma trípl~
ce colisão cratônica, resultante de um processo global poderia ensejar.
Tal inferência encontra apoio em outros elementos que se ~~
para definir o quadro 'observado. Assim~ no esquema apresentado por Fio-
ri et alii, 1980, pOde-se observar que na região a norte de Cássia, a
indicação de uma zona de convergência da intensidade de deforma~ão que
partindo dos Cratons do são Francisco..a NE e do Craton do Parana a sw
(não reconhecido pelos autores, mas sim por Fyfe et al" 1974) aumenta
em direção ao centro da faixa móvel NW (Cinturão Araxá/Canastra). Esta
situação parece evidenciar não só uma zona de colisão cratônica, como
tambêm comprovara existência do Craton do paraná.
Uma situação semelhante parece ocorrer na faixa BH-Rio de Janei-
ro, onde as indicações do aumento das intensidades das deformaxões no
sentido sul, embora compatíveis com os trabalhos analisados, nao apre-
sentam a componente oposta. Tal situação poderá ser melhor entendida se
considerarmos a hipótese de que a componente ausente estaria no outro
Craton, ou seja, no Craton do Kalahari, levando-se em conta que a ruptu
ra desses cratons se deu (no Mesozóico) aproximadamente ao longo do an=
tigo cinturão móvel. Os remanescentes deste cinturão são denominados de
são Roque (Fyfe et al, 1974) e Dom Feliciano (Fragoso-Cesar et alii ,
1982) no Brasil e Damara, Gariep e Malmesburn na Africa (Martin et al,
1977-I). Como a reforçar esta suposição, observa-se que o cinturão mó-
vel (São Roque/Dom Feliciano), que se desenvolve desde o Sul do Brasil
até a região considerada onde desaparece, forma um arco oomuma extremi-
~nalocalidade de Montevideu e outro. na região do Rio de Janeiro (co-'
mo pode ser observado em Hasui et alii, 1975). Esta feição é geralmente
mascarada por outros lineamentos vindo do Norte, configurando uma pseudo
inflexão para NE-N, quando na verdade a componente que vem do norte é
bruscamente interrompida na região compreendida entre a cidade do Rbo
de Janeiro e Belo Horizonte, aproximadamente ao longo do meridiano 44 .
3.051
~~~~..__._--
~ ---
AGRADECIMENTOS
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3.053
___o
----
3.054
EVOLUÇÃO
.
TECTONICA "DOS CONTINENTES SUL AMERICANO E
AFRICANO NO PROTEROZOICO
CRATONS PLATÃFORMAS
II = Hoooor I Tibesti
m = Canoa
:m Kalahari
- BRASILIANA
3.05&
--- -- ------------
--
Regional field work anel petrographic studies were carried out over a
large region in northern Minas Gerais State. Detailed work was concentrated in the
area of Coronel Murta, in the Middle Jequitinhonha Valley.
'lhe study of the supracrustal sequences of the Araçuaí Folded Bel t led
to the proposition of a Barrowian type metarrorphic "zoning". A geotheJ:mal gradient
around 30°C!km is recorded in the II'Ore intense regional metarrorphic phase that af-
fected those sequences.
Contact metarrorphisrn and metassc:matisrn is often overprinted in the re-
gional metapeli tic, metapsarni tic and calc-silicated rocks which outcrop in the vici-
nities of the granitoid intrusions around Coronel Murta. Mineralogical asseI:1blages
anel reactions suggest pressures between 3.5 to 6 kb anel rnaxi.mum contact temperatures
in the range of 600 to 700°C.
'lhe different crustal levels of grani toid en;>lacement rnay explain the
diverse rnineralization patterns arrong the pegmatitic. districts of the Middle Jequiti
~. -
INTRODUCÃO
TRABALHOS ANTERIORES
3.056
MJRAES (1932, 1937). Origem esta que foi descartada, ou colocada em dúvida, por exem
pIo, em COBRA (1969), SCEMIDT (1972), PFWG & RENGER (1973), FCNl'ES et al., (1978)~
DRLM::NDet alo (1980). Entretanto, um conjunto de evidências irrefutáveis (pavimen-
tos estriados, seixos facetados, estriados e escoriados, varvi tos, esker, seixos pin
gados, etc.) peDllitiram dem:mstrar a origem glacial, "sensu lato", da "grauvaca con=
glarerática" (ISOITA et al., 1969; PFI1JG & SCHOLL, 1975; KARFUNKEL& KARFUNKEL,1975
e 1976; EElTICH, 1977; WAIDE, 1978; GRAVEN:>R& M:NI'EIOO, 1983). Vários destes auto-
res utilizaram o tilito, ou metatilito, l-1<:IcaÚbaspara IOOntar as colunas lito-estrati
gráficas .de suas áreas de est1.Jdo. .-
SCHOLL (1972) passa a designar o "Fades MacaÚbas" do Supergrupo são
Francisco. (PFI1JG, 1967; PFIl1G & RENGER, 1973)" CCJIOGrupo Macaúbas.
SCHRANKet alo (1978) sugerem qbe os xistos verdes do Grupo MacaÚbas,
af10rando entre Senador ~urão e Terra Branca, são vulcanitos sinssed.inentares meta-
rrcrfizados no subfácies quartzo - albita - epidoto - biotita
Em1ES et alo (1978), assim CXJICJARDn-1 et alo (1980), sub:lividem o Gro
do fácies xisto verde.
PADILHA (1976) sugere que o Grupo SaliÍ1as deve representar uma porção
mais metam:5rfica, (outro nível estrutural mais profundo) do Grupo MacaÚbas, colocada
em contactc tectônico, por falha inversa, cem as rochas de mais baixo grau metam:5rfi
co tradicionalmente descri tas CXJICGrupo MacaÚbas. Cpinião esta c::atpartilhada e enfã
tizada por CORREIA NEVES et alo (1982b e 1983). -
FONl'ES et alo (1978) e sCHoBBENHAIJSet alo (1978) assinalam em seus ma-
pas uma extensa falha de eapurrão, designada CCJIOFalha de Taiobeiras por JARDn-1 et
alo (1980), que separa as rochas menos problematicamente atribuíveis ao Grupo Macaú-
bas, daquelas correspondentes ao que COBRA (1970) cha!!Du de Grupo Salinas.
.
SCWBBENHAIJS(1972), VIVEIROS et alo (1978) e DRI.M:lIDet alo (1980) efe
tuaram mapeamentos na região do Rio Vacaria
AIME1DA (1977) considera
-Porte.irinha -
Rio Pardo de Minas.
as rochas do Grupo Macaúbas (cem a extensão
-
da
da à "Foxmação MacaÚbas" por MJRAES, 1932 e 1937, excetuando as litologias correIa=-
cionáveis da região de Jequi.taí - Serra do Cabral) CCJIOdepósitos acumulados, defor-
mados e metaltDrfizados na Faixa AraçuaÍ, durante o Ciclo Brasiliano.
SCIDBBENHAIJSet alo (1981) retiram do Grupo MacaÚbas grande parte das
rochas, pela maioria dos autores, a ele referidas, reduzindo sua área de ocorrência
e criam a "Unidade Proterozóica Gerada ou Retrabalhada no Ciclo Brasiliano", fazendo
referência à sequência xistosa de Araçuai.
KARFUNKELet alo (1981) apresentam, can base em dados estatísticos, 05
principais sistsnas de lineamentos aerofotográficos de ampla área do Médio Jequi. ti-
nhonha.
As datações radianétricas disponíveis (~, 1977) dão ao metaltDrfiSIID da
sequência xistosa.de AraçuaI a idade de 659 + 40 m.a. (Rb/Sr, Rl', 11 ptos, À = 1,47 X
1O-1l anos-I) e a granitos alcalinos pés-tectônIcos, intrusivos nesta sequencia, a ida-
de de 519 + 6 m.a. (Rb/Sr, Rl', 8 ptes).
- CORREIA NEVES et alo (1982c) dem:mstram a natureza intrusiva dos grani-
tóides de Coronel Murta, cujas análisesIrcdais apontam para CCItpOsições, predani.nan-
temente, graníticas e, subordinadamente, granodioríticas.
CORREIA NEVES et alo (1983) classificam os xistos de Virgem da Lapa-
Coronel Murta, can base em suas rrodas, CCJIOfeldspato-quartzo-micaxistos, quartzo-mi
caxistes e micaxistos, do facies anfiOOlito, contendo alraandina, estaurolita, ciani=
ta ou silirnanita, gerados por metaltDrfiSIID regional de tipo Ba.1:'rat1i.ano que, naquela
região, atinge a zona da silirnanita.
As sequências supracrustais da Faixa Araçuai enquad.ram-se no cinturão
metam:5rfico de tipo Barrowiano do sudeste brasileiro (L:EX:>NAROOS & FYFE, 1974).
PEDROSASOARESet alo (1983) caracterizam, pre.liminal:mente, as rochas
calcossilicãticas
chas sejam homfelsitos
scheelitíferas de Coronel Murta
calcossilicãticos fomados
- Itinga e propõem que estas
nas auréolas de metaltDrfiSIID
r0-
de
contato dos plutonitos ácidos.
COSTA et alo (1984) sugerem que as andaluzitas, cordieritas e, pelo me-
nos, parte da sillirnanita dos metapelitos de Itinga foram geradas por metaltDrfiSIID
de contato de baixa pressão.
OS GRUPOS MACAÜBAS E SALINAS NO NORIE DE MINAS GERAIS.
un problema que decorre da extensão dada por MaRAES (1932, 1937) à "For
3.067
mação Macaúbas", no norte-nordeste de MinasGerais, é a não caracterização, até os
dias atUais, da litologia tipica da unidade (os filitos e xistos conglareráticos de
origem glacial) em Ireio à nonótona sequência de xistos que ocorre a leste da Falha
de Taiobeiras. Por este Iresrro noti vo, as correlações propostas entre esta sequência
de xistos e coltmas litoestratigráficas estabelecidas Ca!l referência à canada-chave
de sediIrentos glaciais do Grupo Macaúbas (CORREIANEVES et al., 1978; WAIDE et al.,
1978; DARDENNE& WAIDE, 1979; KARFUNKELet al., 1981) carecem de sup:>rte objetivo.
Neste trabalho optou-se por considerar a::m:J pertencente ao Grupo Macaú-
bas (fig. 1) os pacotes que contém IretassediIrentos cuja origem glacial (marinha ou
terrestre) é inequÍvoca ou, pelo Irel1OS, muito provável.
Assim, além das rochas que SCHOBBENHAUS et alo (1981) mantêm sob a de-
signação de Grupo Macaúbas foi, também, incluida nesta unidade a sequência de xistos
conglareráticos, quartzo-noscovita xistos, quartzitos e xistos verdes que ocorre en-
tre as falhas de Taiobeiras e Grão M:Jgol, desde pouco a nordeste desta cidade até a
sul de Senador M:Jurão.
Estes xistos conglareráticos, can muito J:cas exposições na bacia do Rio
Ventania, apresentam seixos e matacões esparsos, de tamanhos e materiais diversos
(granitóides, quartzito, Iretapelitos, calcário, quartzo) variavelIrente estirados e
rotacionados na xistosidade principal. Matacões sub-angulosos de granitóide e quart-
zito, sem sinais claros de defonnação, têm diârretros até maiores que 50 ano
PFLUG & SCHOLL (1975) acham difrcil explicar a presença dos matacões em
Ireio à matriz pelÍtica dos xistos conglareráticos sem recorrer-se ao transporte por
gelo flutuante e, da Iresma fonna, KARFUNKEL & KARFUNKEL (1975 e 1976) e HETl'ICH
(1977) consideram estes sediIrentos caro glacio-marinhos.
A origem glacio-marinha parece ser, também para os autores do presente
trabalho, a mais plausr vel explicação para a gênese dos xistos conglareráticos refe-
ridos, a despeito de seu estado de defonnação e Iret.amJrfisrro.
Deste m::do, o Grupo Macaúbas, em tenros regionais, pode ser subdividido
em duas unidades (PSm1 e PSm2) cujas litologias constituintes sã0 listadas na figura
l. Estas unidades correspondem aos daninios p€Inb e p::mbl de FCNI'ES et alo (1978). Os
fili tos conglareráticos de PSml e os xistos conglareráticos de PSm2 representam os
sediIrentos glaciogénicos do Grupo Macaúbas (Iretatilitos, no sentido amplo do tenro,
caro alertado por KARFUNKEL& KARFUNKEL,1976).
A sucessão litoestratigráfica entre PSm1 (unidade suPerior) e PSm2 (uni
dade inferior) é tentativa e, em parte, poderia justificar-se pela relação entre es=
tas unidades no anticlinal a leste de Grão Mog'ol, assinalado no mapa de SCHOBBENHAUS
et alo (1981). Além disso, o grau Iretam5rfico exibido pelas rochas de PSm2 é mais
elevado que o observado nas rochas de PSm1. Entretanto, critérios puramente litoes-
tratigráficos que permitam, sem dúvidas, enpilhar PSml e PSm2, parecem não ter sido,
ainda, identificados.
A sequência de xistos, muito frequenterrente bioti ticos, can intercala-
ções de quartzitos, calcários impuros, Iretaconglarerados e rochas calcossilicáticas,
que ocorrem a leste da Falha de Taiobeiras, é aqui. designada caro Grupo Salinas (c0-
BRA, 1970) (fig. 1).
Neste grup:> ainda não foram encontradas evidências de sediIrentação gla-
cial.
. Os sediIrentos glacio-marinhos ap::>ntados por HETl'ICH (1977) nas prax.i.mi.-
dades de Turma.lina e Itamarandiba, situarn-se nas zonas de falhas (FCNrES et al..1978)
que delimitam, a oeste e a sul, o Grupo Salinas.
Os Iretaconglarerados do Grupo Salinas parecem ser, essencialIrente, orte
conglarerados can alta relação sei.xos/matriz (caro aqueles que se encontram entre R!:!
belita e Salinas) o que contrasta can o caráter paraconglarerático dos sediIrentos
glacio-marinhos do Grupo Macaúbas.
As rochas que constituem o Grup:> Salinas estão referidas na figura 1.
No Grupo Macaúbas são observadas, pelo IrenoS, duas fases de defonnação
e recristalização Iretam5rfica (COBRA, 1969; FONTES et al., 1978; VIVEIROS et al.,
1978; DRUMOND et al., 1980; PEDROSASOARES, 1984).
A fase de defonnação, regionalIrente, mais evidente é dada por uma mar-
cante xistosidade de plano axial (Sn) associada ao generalizado dobramento isoclinal,
cujo sentido geral de vergência é oeste. Esta xistosidade principal (Sn), assim caro
a maioria das falhas que cortam o grup:>, tem direções preferenciais a NNE e NS.
OUtra fase de defOI:mação é evidenciada por uma cli vagem de crenulação
(Sn+1) que transpõe, can intensidade muito irregular, a xistosidade principal. Esta
cli vagem de crenulação está associada a um microdobramento assilrétrico da xistosida-
de principal, cujos eixos, no Vale do Rio Ventania, foram Iredidos em N80W can nergu-
lhos baixos.
No Grupo Salinas é provável a existência de três fases de defonnação
(FCNl'ES et al., 1978< CORREIA NEVES et al., 1983; PEDROSASOARESet al., 1983; COSTA
3.058
et al., 1984; PEDBOSA SOARES, 1984).
A fase mais óbvia é caracterizada por uma proem.:i.nente xistosidade (Sn)
a maior parte das falhas que cortam a unidade, tem direçÕes
que, a:::m::> preferenciais
a NE, (exceto na região entre Coronel Murta e Salinas onde a direção preferencial é
NNE, a:::m::> ItOstraào por KARF\JNKEL et al., 1981). Trata-se de uma xistosidade de plano
axial que, provavelmente, não representa a prilreira fase de defonnação.
Restos de charneiras e flancos de dobras isocl.inais intrafoliais, trans
postas pela xistosidade principal (Sn),bem evidenciadas quando se tem intercalações
de calcossilicáticas nos metapeli tos, são perfeitamente identificáveis na região de
-
Virgau da rapa Coronel Murta - Rubelita. COSTA et alo (1984) também referem a exis
téncia de. microdobras isocl.inais deitadas e -transpostas por Sn, que se restringau a
algumas intercalações dos metapelitos de Itinga. Estes fatos indicam que a xistosida
de principal (Sn) transpôs, intensamente, uma superfície Sn-1, cuja natureza (estra=-
tificação?) ainda não se pode precisar. De qualquer fo:cna, o bandamento o::mposicio-
nal, entre porções diversas dos metaIIDrfitos, que é, na maioria dos casos, paralelo
à xistosidade principal (Sn), não deve representar a estratificação original.
U'na clivagau de crenulação (Sn+1) irregularmente desenvolvida, associa-
se ao microdobramento assimétrico da xistosidade principal (Sn) e indica, claranente,
uma fase de defo:cnação posterior áquela que gerou Sn. Os eixos deste microdobramen-
to, no ~o Jequitinhonha, têm direçÕes não só a NNW mas, também, au várias posi-
ções do quadrante NE, não se tendo estabelecido a tendência geral. Os planos axiais
das microdobras têm mergulhos fortes, ao passo que os caimentos dos eixos. são IIOdera
dos a baixes. A macro-estruturação au antifornes e sinfOI!!leS assimétricos, observadã
na região de Araçuaí-Salinas (CORREIA NEVES et al., 1978) deve ter se dado na mesma
fase de defo:cnação que gerou a clivagau de crenulação (Sn+1).
No cX:rnínio das intrusões granitóides do ~o Jequitinhonha observa-se
a defo:cnação local da. macro-estrutura do Grupo Salinas, dada pela confo:cnação saui-
circular das encaixantes, verticalização dos eixos das dobras isoclinais e dos I!Ier9!!
lhos da xistosidade principal, em função do posicionamento dos plutonitos ácidos.
dina)
- quartzo + biotita + andesina/oligoclásio
-+ ItOscovita
-+ granada (~
-+ carbonato (calcita) + estaurolita + cianita;
- quartzo + biotita + andesinã!oligoclásio + ItOscovita + granada (al.ma!l
dina) + carbonato (calcita) + estaurolita + sillimanita.- -
- Estas duas assoCiações mineraIs apontam para rochas metaIIDrfizadas, res
pecti vamente, na zona da ciani ta e na zona da sillimani ta do metaIIDrfisrrc regional
de tipo l3a.rrcwiano.
Desta fo:cna, considerados os grupos Macaúbas e Salinas, em conjunto,.pro
p5e-se a "zoneografia" metaniírfica apresentada na figura 2. -
Em áreas, provavelmente restritas, da mancha de P~l que ocorre a leste
do Supergrupo Espinhaço (fig. 1) é reportada (roNI'ES et al., 1978) a cristalização,
ainda que incipiente, de biotita. Por isso, nesta região de PSml, a "zona" da c10ri-
ta (fig. 2) vem cortada por alguns traços verticais indicativos da "zona" da biotita.
A granada, cristalizada durante a fo:cnação da xistosidade principal, é
descrita (FONTESet al., 1978) em rnu.ito pouccis af10ranentos dos xistos pelÍticos de
P~2' Este fato pode indicar a existéncia de uma "zona" da granada, na área ponti~
3.059
-
3.060
caixando os granitóides, inclusive cem exposição de cúpulas e "roof-pendants", já ~
viam sido metancrfizadas no fades anfiboli to quando sofreram os efeitos téDnicos e/
ou Iretassanáticos de contato e, portanto, suas associações minerais eram bastante re
fratárias para oostrar, de oodo claro, as transfoJ:mações observadas nas auréolas &
contato clássicas descritas na literatura (HARKER, 1932; 'IURNER, 1981; WILLIAMS et
alo, 1982). Tal fato é, especialmente, atestado pela evidente preservação de estru-
turas originadas no IretalIDrfisoo regional mesoo quando, cc::m::>se observa na região de
Itinga (COSTAet al., 1984), a rocha torna-se repleta de porfiroblastos de andaluzi-
ta, ou c:ordierita.
As transfo~ sofridas pelas. rochas do Grupo Sal.i.nas, nas auréolas
de contato dos plutonitos acidos de Coronel Murta, são de natureza zretassanática
(tumali.nização e feldspatização) ou, são evidenciilnéls por reações zretanDrficas pro-
gressi vas que se restringem àquelas auréolas.
Os prccessos zretassanáticos de contato são evidenciados pela intensa
tumali.niz~ dos quartzo-biotita-nos<DVi. ta-plagicx:lásio xistos, dos quartzo-bioti-
ta-plagiCX:lasio-carbonato xistos e, mais raramente, das rochas calcossilicáticas gra
nauferas. A tuDnalina verde, fort:em:nte pleocróica, substitui a biotita destas ro=
chas e, errtJora possa apresentar orientação mimética concordante cem a xistosidade
principal, é canum distribuir-se caoticaI'le'lte pela rocha.
A feldspatização é atestada pelo aparec:ilrento, nos zretapeli tos, de poi-
quiloblastos pÕs-cinemáticos de micrcx:lina, que digere micas, quartzo e plagioclá-
sio, e, macroscopicaI'le'lte, são vistos cc::m::> nódulos brancos não maiores que O, Sem. Os
minerais da matriz constituem inclusões orientadas, em continuidade cem a xistosida-
de, no interior dos cristais de micrcx:lina. A xistosidade, por sua vez, não se con-
foD'M aos poiquiloblastos de micrcx:lina envolvendo-os, "lineaI:Il'le11te", sem evidenciar
efei tos dinâmicos. Algumas vezes, a feldspatização é tão intensa que a rocha passa a
ser carposta, majoritariamente, de micrcx:lina cem inclusões dos demais minerais.
As reações zretamórficas prcgressi vas, provocadas pelo calor emanado dos
plutoni tos, foram reconhecidas em rochas calcossilicáticas granauferas, quartzo-
plagicx:lásio-bioti ta-txn:nblenda-carlx:n1ato-xistos, quartzo-bioti
.
t;a-m:)scovi ta - plagio-
clásio-xistos e quartzitos inpurcs.
As rochas calcossilicáticas são, em t.entcs gerais, carpostas por propor
ções mui.to variadas de quartzo + andesina + hornblenda + diopsidio + granada + clinõ
zoisita ou pistacita + t.re!!Dlita ou t.re!!Dlita/actinolita + titanita + clorita. NelaS
observa-se a :inequÍvoca substituição da hornblenda pelo diopsidio, quando as extremi
dades das seções basais do anfitólio são .pset.X3atcrfizadas pelo clinopiroxênio, ou
quando este mantém inclU5Õesdifusas de restos de hornblenda. Esta substituição só
se verifica nas proximidades dos grani tóides, aliás, as rochas calcossilicáticas da
região de Virgem da lapa, distantes das intrusões ácidas, não contém diopsidio (PE-
DIDSA SOMES, 1981). A textura das rochas calcossilicáticas é, quase invariavelmente,
granoblástica poligonal, cem junções triplices entre os grãos da matriz quartzo-
feldspática, errtJora uma fraca orientação dos anfibÓlios seja, algumas vezes, ob~
da. A trenclita/actinolita, can hábito fibroso; a cli.nozoisita, que constitui textu-
ra diablástica; o epidoto (pistacita), a clorita e parte do carbonato, são os mine-
rais de alteração metamórfica fOJ:IMdos a partir da mineralogia essencial das rochas
calcossilicáticas' (PEDIDSA SOARESet al., 1983).
Nos quartzo-plagicx:lásio-bioti ta-hornblenda-carbonato-xistos que, muito
próxino aos contatos igneos p:x3em assumir estrutura gnaÍssica, observa-se a substi-
tuição da biotita pela hornblenda em reação que, ce.rt:.aroonte, envolve o carbonato e
libera, <::em:)um de seus produtos, a titanita. Esta substituição pode ser tão intensa
que, junto aos contatos intrusivos, a biotita é praticaI'le'lte eli1ninada, restando em
pa1.hetas esparsas, ou cc::m::>restos de limites mal definidos no interior da hornblenda.
Estes xistos (ou "gnaisses") apresentam, eventualmente, nódulos e filetes carpostos
por quartzo, andesina/oligoclásio e feldspato potássico, no zreio dos quais se veêm
segregações de hornblenda, constituindo o que MEHNERl' (1971) chama de "fleck struc-
.
ture".
Os quartzo-bioti ta-ooscovi ta-plagioclásio xistos, além do evidente end~
recizrento da rocha, oostram recristalização desordenada de biotita, cujos aglarera-
dos de palhetas, lcx:a1mente, configuram textura decussada. A recristalização da mica
tende a apagar a lineação mineral dada pelos filossilicatos, nas proximidades das in
trusões grani tóides. -
Os quartzitos inpurcs, que afloram, por exe!!;)lo, nas encostas da chapa.-
da a oeste e noroeste de Coronel Murta, cuja mineralogia geral é constituida por
quartzo, micas, opacos, feldspatos' e algum carbonato, nas vizinhanças das intrusões
tendem a conter tre!!Dli ta e diopsidio. Além disso, a textura foliada, can grãos esti
rados de quartzo, observada alhures, torna-se, nas proximidades dos contatos intrusI
vos, granoblástica poligonal a:::m junções triplices. Identifica-se, claramente, a subs
tituição do carbonato pela treoolita, em zreio à matriz quartzosa. E, também, a subs=-
3.061
--.------
--
. .
tituição da trerrolita pelo diopsídio.
DISCUSSÃO
Este fato poderá vir a ser um importante dado para explicar as diferen-
ças metalogenéticas entre os distritos pegmatíticos da região (GINZBURG,1960; à:RNY,
1982). Mais especificamente, entre o distrito litinífero de Itinga-Araçuai, associa-
do a intrusões granitóides relativamente mais rasas e os distritos (ou distrito) can
preendidos
tio,
entre Virgem da Lapa
relacionados a intrusões
- Coronel Murta
mais profundas.
- Salinas, pobres em minerais de ti::
3.062
.
REFERENcrAs BIBLICGRMICAS
3.063
---.....--
- ----
-- -
3.064
ria, Norte de Minas Gerais. "In": Congr. Bras. Geol., 309, 1978, Recife, SEG,
Anais, 1:243-254.
WArDE, D.H.G.-- 1978 - Desenvolvimento FaciolÕgico do Pré-cambriano entre a Serra
Mineira e a Serra do Cabra! (região sudeste da Serra do Espinhaço, Minas Ge-
. rais). "In": Congr. Bras. Geol., 309, 1978, Recife, SEG, Anais, 2:711-722.
WArDE, D.H.G.; KARFUNKEL,J. & KARFUNKEL,B. - 1978 - O Grupo Macaúbas-em Minas Ge-
rais: Estratigrafia, Gênese e Correlações. SEG/NÚcleo Cent.r0-03ste, Goiânia,
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WILLIAMS, H.; 'IURNER,-F.J. & GILBERI', C.M. - 1982 - Petrography - An Introduction to
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Co., 626 p.
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Aureole of ~t PDyal, Quebec. lIm. J. Sei, 281: (6) :673-696.
3.065
u___
----
FIG.l
MAPA GEOLOGICO DO CENTRO-NORDESTE DE MINAS GERAIS.
(SIMPLIFICADO E MODIFICADO DE SCHOBBENHAUS et ai. 1.981)
PROTE ROZÓICO
MEDIO o PMe SUPER GRUPO ESPINHAÇO
N
QUARTZO- MICAXISTOS, FELDSPATO-QUAB
'UNIDADE PROTEROZÓ'CA TZO-MICAXISTOS, MICAXISTOS, XISTOS E
j
,
GERADA OU RETRABALHA QUARTZO-XISTOS CARBONÃTlCOS,QUAR
DA ND CIC~O BRASI~IANÕ" T:ITOS, cALcARIOS, XISTOS GRAFITOSOS
METACONGLOMERADOS, ROCHAS CALClOS W~O~E
SI~ICÁTICAS -
S
-
PRÉ CAMBR IANO
INDIFERENCIADO
GRANITÓIDES HOMÓFANOS ou ORIENTA
DOS ~OC~MENTE COM GRANADA, SI~I:
MANITA E CORDIERITA
o CIDADE
~ HIDROGRAFIA
(tZ2 CHARNOCKITOS)
3.066
FIG.2 DISTRIBUiÇÃO ESQUEMÁTICA DAS .ZONAS' METAMÓRFICAS NAS ~REAS
OCUPADAS PELOS GRUPOS MACAÚBAS E SALINAS NO NORTE DE
MINAS GERAIS.
o ~o
E:::d ZC
.ZONÂ DA CLORITA
~. Z8 'ZONA OA BIOTITA
COBERTURAS OETRíTICAS
2 GRANITÓIOES INTRUSIVOS.
7 GRUPO SALINAS
FAIXA ARAÇUAI
3.067
----.---..
--
---~_._-
...
"
a.'
o
N
:z:
a.
.00
- 000 110O 100 000
3.068
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASilEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984
ABSTRACT
1 - INTRODUÇÃO
2.1 - GENERALIDADES
O Complexo Granulítico de Santa Catarina (Hartrnann e~ al.1979), consti
tui-se, presentemente, na entidade geotectónica do Escudo Catarinense
sobre a qual persistem as menores restrições quanto a seu posicionamen
to cronoestratigráfico, limites, origem e evolução. -
Para tanto, contribui a caracterização petrográfica de seu diversifica
do espectro lito lógico que inclui, além dos gnaisses hipersténicos
quartzo-feldspáticos amplamente dominantes, as seguintes associações
ultramafitos, gnaisses calcissilicáticos, kinzigitos,. anortositos,quaE
tzitos, eventualmente fucsíticos, formações ferríferas (Hartrnann ~ alo
1979:Silva e Dias, 1981).
Tais associações permitiram a Silva e Dias (1981) formularem a hipót~
3.069
.-----
-----
2.3 - MIGMATIZAÇAO
2.4 - GEOCRONOLOGIA
TABELA
plutono4'Ul
canismo aI
calino;mi§:
matização fase tensional 570(?) Brasili
arterítica 700(?) ano
e blastese
K-feldspá-
tica
blastomilonitização de epizona;
decharnoquitizaçáo; recristali- 700 (?) Brasili ilva e Dias
zação de assembléia da facies 1000 (?) ano (1981)
xisto-verde (diaftorese)
blastomilonitização de catazona
(granulitização); dobramentos
(D2) isoclinais fechados, pla - 1800 Transa- ilva e Dias
no~ axiais (s~) subverticaliza- 2200 mazôni- (1981)
dos; transposição completa su- co
perfície S1
vulcano-plu
tonismo :3500
"primiti (1974)
vo" (1974)
3.071
--,,_._-----
"--'---..-..
ra do Oceano Atlântico, já no Mesozóico.
2.5 - LIMITES
3.072
3 COMPLEXO METAMÓRFICO-MIGMAT!TICO DE SANTA CATARINA
3.1 - INTRODUCAo
O Complexo Metamórfico-Migmatítico de Santa Catarina (Trainini et ai.
1978)é reapresentado pelos terrenos de médio grau metamórfico, envolvi-
dos por processos sucessivos de reestruturação palingenética, ou por
granitos-gnáissicos de natureza diversa.
Em decorrência de fatores tectônicos erosionais, mas principalmente
por efeito de sua posterior invasão pcir granitóides anorogênicos.. a
expressão cartográfica destes terrenos é extremamente fragmentária
constituindo núcleos isolados (Núcleo de Crosta Antiga Remobilizados
Silva, 1983, a), em geral portadores de restos de sequências supracrus
tais de baixo grau metamórfico. -
Na verdade, são restos de terrenos predominantemente de médio grau me-
tamórfico, intensamente remobilizados e afetados por extensiva granito
gênese proterozóica e por processos policíclicos de deformação, sem
que estes fatores tenham, no entanto, causado a perda total de sua pre
térita configuração tectônica. E neste sentido, a designação de "proto
cratons" -
aqui proposta - é adequada para sua caracterização, enquan=
to entidades geotectônicas.
Os trabalhos recentemente desenvolvidos, para a elaboração do Mapa Geo
lógico de Santa Catarina, na Escala 1/500.000 ~wdziej et ai. 1984h de=
monstraram, que a extensão aflorante de rochas migmatíticas que com-
pôem estes núcleos, ocupam áreas muito mais restritas do que os traba-
lhos anteriores preconizavam.
Dois destes núcleos mais setentrionalmente posicionados são separados
pelo cinturão móvel granulítico ( Pratocratons de sáo Francisco e de
Piên). Os demais localizam-se no bordo sul do cinturão Vulcano-Sedimen
tar do Rio ltajaí-Mirim ( protocratons de Itapema, Nascente de Três
Riachos) .
Em funçáo da extrema diversidade petrográfico-estrutural, e dos distin
tos graus de conhecimentos disponíveis sobre cada um deles, sua aborda
gem é feita separadamente.
Emfunçáo dos repetidos processos, de reestruturaçáo paling~tica, blas
tese K-feldspática e principalmente injeção granítica ocorrida ao fi =
nal do Proterazóico, as dataçôes geocronológicas destes núcleos, têm
refletidos valores dentro do intervalo do denominado "Ciclo Brasiliand'
Somente no protocraton de Itapema, puderam ser obtidos até o presen-
te valores seguramente pré-brasilianos (ver discussáo adiante).
3.073
.--
3.3.1 - PALEOSSOMAS
3.0:74
3.3.2 - NEOSSOMAS
Muito embora esta unidade tenha sido considerada como de natureza me-
tatexítica,quando de sua delimitação cartográfica por Trainini e~ ato
(1978), é, em nossa opinião, muito difícil enquadrar-se todo este con
junto polifásico dentro dos estreitos limites desta concepção. Aparen
temente os processos envolvidos foram muito mais complexos do que os
de urna simples anatexia parcial de material paleossomático em sistema
fechado. Ao contrário, o desequilíbrio das 6ae~e4 metamórficas entre
os paleossomas (retrometamorfizados nas 6ae~e4 xisto-verde) e os neos
somas.graníticos, em condiçóes de equilíbrio na 6ae~e-6 anfibolito, de
monstra o caráter aberto do sistema envolvido e consequentemente, ã
origem arterítica do material nêoformado. Esta aliás, é a principal
característica, além da maior diversidade do material paleossomático-
que permite distinguir esta unidade da associação descrita no Proto -
craton de Itapema.
Neste último bloco, em função do perfeito equilíbrio constatado entre
o paleossoma e o neossoma (ambos pertencentes a facies anfibolito) po
deria aventar-se a hipótese de uma evolução, resultante de uma fase
inicial, formada por anatexia seletiva "in situ" e neste sentido pode
ria receber a designação de metatexito. Entretanto, os processos de
injeção granítica posterior, tornam difíceis, mesmo no.Protocraton de
Itapema, o enquadramento da unidade corno simples produto de anatexia
parcial "in situ", conforme salientado no item anterior.
3.075
---- -- --
___o
3.076
cartográfica de todos eles, razão pelo qual preferiu-se mante-los agr~
pados em uma unidade indiferenciada até que trabalhos posteriores per-
mitam sua correta separação.
Ocorrências fragmentárias de restos xistos, correlacionáveis aos da se
quência Vulcano-Sedimentar Rio"Itajaí~Mirim foram descritas no extremo
nordeste do núcleo (Silva, 1983a).
A noroeste" do mesmo núcleo são assinalados restos da denominada Sequên
cia Cachoeira do Paraná, considerada por Silva (1981) como do tipo
"Greenstone Belt" e correlacionada também aos xistos da sequência Vul-
cano-Sedimentar Rio Itajaí-Mirim (Silva, 1983b).
3.6. PRO~OCPATON DE PIgN
4 - REFE~CIAS BIBLIOGRÁFICAS
3.077
~._--_.-
-.--
__o
-
-
3.078
do... Curitiba. SEG. 1:133-147.
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Re~U~404 M~ne~a~4. Folha SG.22-Z-D, (Florianópolis) - Carta Me-
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TRAININI, D.R.; DIAS, A.A.; KREBS, A.S.J.; SOUZA, E.C.; CAPELETTI, I.;
TONIOLO, J.A.; SILVA, L.C.; SILVA, M.A.S. - 1978 - P~ojeto
V~dal Ramo4-8~9uaÇÚ. BRASIL. Conv. DNPM/CPRM. Porto Alegre
303 p. (Rel. Inéd.).
3.079
---~.-
------
..
48°30' MAPA GEOTECTÔ'NICO DE SANTA CATARINA
ca",olladQ de SiI'Wa(l983a,b)
'."ai'; et 01.(I'..)
~.. PUQuitaida
51° 500 4,°
- CONVENÇ6'ES-
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II-S'eüência AnltG,olit
.)aia ,ra.
3.080
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASilEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1964
ABSTRACT
3.081
tir espacialmente tanto com estas quanto com a associação original. -
são de derivação essencialmente mantélica incluindo magmas máficos/ul
tramáficos, calco-alcalinos e alcalinos. -
Através da coexistência dos três tipos de asso
ciações resulta um quadro geológico extremamente complexo, característi~
co das infra-estruturas de terrenos policíclicos.
No presente trabalho os autores descrevem as
características dos mencionados tipos de associações litológicas através
dos tempos geológicos, baseado nas feições dos terrenos policíclicos do
leste do Estado de são Paulo e áreas adjacentes do Estado de ltinas Ge
rais. Esta área (Figura 1) engloba associações litológicas da infra - es
trutura de idade arqueana até brasiliana e para as quais Wernick e Artur
(1983 a, b) recentemente apresentaram uma revisão estratigráfica.
A ASSOCIAÇÃO ORIGINAL
3.082
7. Intrusivas charnockíticas. Englobam massas plutônicas ácidas e bási
cas equigranulares ou porfiróides que em alguns casos passam lateral=
mente (ou na vertical) para massas graníticas da associação 2. A mine
ralogia destas rochas, contendo ao lado do ortopiroxênio também magne
tita, zircão, apatita, titanita e alanita, as .caracteriza corno sendõ
calco-alcalina.
8. Gnaisses charnockíticos. Constituem sequências equigranulares ou oce-
lares relativamente homogêneas caracterizadas pela superposição de um
evento diaftorítico sobre rochas charnockíticas com as mesmas caracte
rísticas composicionais e mineralógicas da associação 7. Localmente ~
xibem sinais mais ou menos acentuados de anatexia.
9. Associação charnockítica com feições migrnáticas. ~ representada por
urna associação de gnaisses com estruturas rni:gmatíticas mais ou menos
frequentes nas quais tanto o neossoma, de composição ácida a interme-
diária, quanto os restitos de composição máfica-ultramáfica estão na
fácies charnockito (Raguin, 1970). O componente básico mostra afinida
des geoquímicas com basaltos oceânicos atuais (Barbosa e Grossi Sad ~
1983 a) à semelhança das rochas máficas/ultramáficas da associação 3.
Já as porções claras são de origem discutível, sendo ora consideradas
de derivação magrnática calco-alcalina (Oliveira, 1982; Wernick e Oli
veira, 1982) ora de derivação sedimentar ou parcialmente sedimentar -
(Hartmann, 1981; Barbosa e Grossi Sad, 1983 b). Descrições minuciosas
desta associação são derivadas à Choudhuri et alii (1978) e Fiori e
Choudhuri (1979).
As associações 1 a 6 predominam no Complexo
Barbacena ao qual se associam importantes restos de sequências supracrus
tais vulcano-sedimentares, enquanto as associações 7 a 9 são as li tolo =
gias predominantes do Complexo Pré-Guaxupé, onde restos de sequências su
pracrustais são muito restritas. O Complexo Pré-Guaxupé é em sua estrutu
ração litológica muito semelhante ao Complexo Juiz de Fora (Barbosa e
Grossi. Sad, 1983 a; b).
3.083
-~_.~._..
-----..----
--
AS ASSOCIAÇ5ES DE RETRABALH~mNTO
3.084
lhamento é a grande variabilidade na intensidade da deformação o que faz
coexistir em afloramentos decamétricos rochas pouco e intensamente cisa-
lhadas. Este fato permite a constataxão, no campo, da transformação da
associação original para as associaçoes de retrabalhamento. Casos níti
dos desta passagem, ao nível de afloramento podem ser observados, entre
outros, nos arredores de Monte sião. Borda da Mata, Machado e Silvianópo
lis (MG). -
A intensidade da transposi~ão cataclástica tem
também implicações geocronológicas. Utilizando-se isocronas verdadeiras
as rochas intensamente deformadas aproximam-se mais da idade real do fe
nômeno cisalhante, enquanto que rochas menos deformadas resultam em idã
des mistas entre a da associação original e a do fenômeno cisalhante (AE
tur, 1980; Wernick et alii, 1981).
Finalmente cabe um reparo para a utilização do
termo granulito para as rochas portadoras de ortopiroxênio e textura tí
pica (com quartzo discóide) que vem sendo empregado para estas rochas
dos Complexos Guaxupé, Machado e Paraíba. Em realidade nada tem a ver
com os granulitos da facie granulítica de Eskola (1939), baseado nos
granulitos da Saxônia. Na realidade o ortopiroxênio destas rochas nada
tem a ver com um metamorfismo charnockítico simultâneo à deformação que
gerou a textura granulítica. são apenas os restos preservados de uma sui
te original predominantemente charnockítica (associação 7) que sofreu =
posterior cisalhamento que originou os quartzos discóides e a estrutura
laminada característica, destas rochas (Wernick et alii, 1984). Por isto
mesmo o termo granulito, neste caso, deveria ser substituido pela denomi
nação pseudo-granulito para distinguí-los dos ~ranulitos verdadeiros. -
Modificações por anatexia - ~ um fenômeno res
trito na geração das associaçoes de retrabalhamento transamazônico ao ní
vel da área focalizada. A anatexia é essencialmente sin deformacional =
(Fiori et alii, 1981), resultando em segregações bandadas, milimétricas
ou em segregações fusiformes ou lenticulares, com a mesma espessura, am
bas pararelas à foliação de transposição cataclástica. Estas segregaçõe~
macroscopicamente granulares revelam, ao microscópio, geralmente paten -
tes deformações.
3.085
--...-
-------
sos pacotes de rochas tectonicamente laminadas com atitudes subhorizon -
tais que correspondem ao Complexo Varginhas (Ebert, 1968). A associação
original a partir da qual esta unidade foi gerada não está ainda sufi-
cientemente caracterizada. A presença, no Complexo Varginha, de rochas -
orto- e parametamórficas de alto grau, da facies granulito, sugere uma
associação original tipo Complexo Guaxupé como presente nos arredores de
são José do Rio Pardo, SP, (Oliveira, 1973). Entretanto, a laminação tec
tónica das litqlogias do Complexo Varginhas é tão intensa que ao nível a
tual dos conhecimentos disponíveis não pode ser afirmado que se trata ou
não da modificação, no Ciclo Brasiliano, de uma associação secundária ge
rado no Ciclo Transamazônico, correspondendo, portanto, à uma associaçãõ
.
de 29 grau.
ASSOCIAÇÕES DE ADIÇÃO
3.D86
ali outrora implantada. O sentido das falhas de empurrão com transporte
de leste para oeste e a intensiva migmatização do embasamento ou seu
rejuvenescimento isotópico estão de acordo com tal interpretação no âmbi
to da teoria da tectônica de placas (Dewey e Burke, 1973).
DISCUSSÃO E CONCLUSOES
AGRADECIMENTOS
BIBLIOGRAFIA
3.087
--
MEHNERT, K.R. - 1968 - Migmatites and the Origin of Granitic Rocks Else-
vier Publ. Comp., New York, 393 pp.
3.088
WEAVER, B.L. e TARNEY, J. - 1982 - Elemental depletion in granulits fa
cies rocks. In: M.P. Atherton Ced.), High Grade Metamorphism, migmati=-
tes and Melting. Shiva, London.
3.089
__ _ __n___
-
2'.
... . CIDADES
~) LIMITE DE ESTADO
..'
...
I
LDCALllA~ÃO DA ÁRP
10 10.0 10.",
+
ASSOCIACÕES DE INFRA -ESTRUTURA OUTRAS UNIDADES
PRÉ-CAMBRIANO SUPERIOR OUATERNÁRIO / TERCIÁRIO
l-Associações de Adic;ão ~..,;",'~ DEPOSITOS ALUVIONARES E DE COBERTURA
[E:3 GRUPO- p"HAL(GranitóiOll calco-alcalino e alcalinosl
2-Associações de Re1roDOlhamento TERCIÁRIO/ CRETÁCEO
~ C:OMPLEXO PINHALlPOrçÕOmiQmatí,ical ~ MACIÇO ALCALI NO DE Poços DE CALDAS
~ COMPLEXO CAMPOS GERAIS PALEOZÓ ICO
~ COMPLEXO VARGINHAS E3 SEOUÊNCIA VULCANO- SEDIMENTARES DA BACIA DO ""'RANÁ
PRÉ- CAMBRIANO INFERIOR PRÉ-CAMBRIANO SUPERIOR
3-Associações de Retrabalhomento ~ FORMAÇÃO POUSO ALEGRE E ELEUTEIIIO
c:::::J C:OMPLEXO AMPARO ~ GRUPOBAMBU;
li!!:5J COMPLEXOSI LVIANÓPOLIS ~ GRUPO SÃO JOÃO DELREY
~ COMPLEXO GUAXUPÉ
PRÉ-CAMBRIANO INFERIOR (?)
~ COMPLEXO MACHADO
(;::;:;] GRUPO ANDRELÃNDIA E UNIDADES EOUIVALENTE LOCAIS
AROUEANO
[[II]] GRUPO ARAXÁ- CANASTRA
4-Associações Originais
AROUEANO
'-_-I COMPLEXO BARBACENA
J:m::I C:OMPLEXO PRE- GUAXUPÉ
~ SEOUÊNCIASVULCANO'SED'MENTARES
--
~
\
-,.--,.- FALHA DE EMPURRÃO PRINCIPAIS ALINHAMENTOS ESTRUTURAIS
FALHA DE TRANSCORRÊNCIA
/ )
3.090
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASilEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984
Joachim Karfunkel
Paulo Célar Horta Moreira
Maria Cristina Ribeiro
Adauto lúcio Costa Franco
Instituto de Geociências -
Departamento de Geologia - UFMG
ABSTRl\Cl'
The paraúna Dam area, w:i:th2ClClKJn2 .tS locaties l8Q KJn nOrth
of Belo Horizonte. It has been mapped in the scale 1:25.00Cl w;i:th the
purpose of analysing the MacaÚbas mistite in several locations.Its gl~
cial origin was prooved and three deposicional environments were :i:de~
tified: glacial-terrestrial,
A
glacial-lacustrine and glacial-fluvial
comparison was made with other areas of occurrence with
.
an
attempt to establish a geotectonic and paleogeographic model for the
Macaúbas/Bambuí cicIe. A simultaneous deposition is likely to bave
occurred in ~h~ epicontinental and marginal ~asins.
Taking the tillite as a key horizon,the sedimentation has di-
vided in three phases: pre-glacial,glacial and post-glacial. The co~
clusions about the origin of the epicontinental deposits duringthepre
glacial phase was made through the analysis of the tillite in verticar
sections,revealing an inversion of the lithologic sequence in the souE
ce area.
INTRODUÇÃO
A região da Barragem do Paraúna,situada a l8Q KJn ao norte de
Belo Horizonte,foi mapeada na escala 1:25.000. A área em destaque~
ge litologias do Supergrupo Espinhaço e Supergrupo são Francisco.tnfa~
se especial foi dada ao estudo dos mistitos do Grupo Macaúbas, com a
finalidade de esclarecer os aspectos genéticos e deposicionais desses
sedimentos. Os resultados obtidos foram comparados com dados de outras
áreas, especialmente da Faixa de dobramentos Araçuaí e são João delRet,
que contêm tal unidade glacial tipica do Proterozóico Superior. As cor
rela~ões feitas objetivaram estabelecer um modelo paleogeográficoe
tectonico para o ciclo Macaú~as/Bambuí.
~
Supergrupo Espinhaço
3.091
------- --------
----
Grupo Macaúbas
3.092
profundidade com a parte côncava apontando para W, diversos corpos de
composição quartzitica dentro do mistito em forma sinuosa e de corte
elipsoidal,de dimensões médias de 2x7 m,ritmitos intercalados no misti
to de granulação argila/silte-areia média contendo esporadicamente seI
xos pingadosC"dropstones") de até 5 cm de diâmetro, e vestígios local~
zados de estratificação em diversos níveis, frequentemente pertubados,
lembrando estruturas do tipo "slumping".
As características mencionadas permitem claramente identifi
car o mistito como sendo de origem glacial.Os corpos em forma sinuosã
foram interpretados como "eskers".As feições na base do mistito, como
estrias e contatos escalonados, atribQidos ao processo de "quarrying "
favorecem também tal interpretação genética,sendo reforçada pela baixa
relação seixo/matriz. A íntima associação dos rítmitos com seixos pin
gados encontrados em diversas localidades, representam portanto verdã
deiros varvitos.
Os sedimentos associados ao tilito,predominantemente quart-
ziticos(até 15 m de espessura) não podem ser seguidos regionalmente
Tais sedimentos já foram descritos em outras regiõesCKARFUNKEL & KAR-
FUNKEL,1977) e interpretados como sendo do tipo "outwash". Os agentes
água e vento são geralmente subestimados na interpretação do ambiente
glacial. A capa do gelo durante uma glaciação continental tem uma es-
pessura de centenas a milhares de metros, e logo, a quantidade de água
liberada pelo degelo parcial das geleiras é imensa,e as evidências lo-
cais de estratificação dentro do tilito,frequentemente eertubadas , já
indicam contribuição do agente água durante sua deposiçao e os eskers
mencionados representam preenchimento de canais subglaciais.As interca
lações associadas ao tilito foram interpretadas em outras localidades
como sendo vestígios de épocas interglaciais.Entretanto os presentesau
tores são da opinião que tais intercalações marcam apenas deposição flü
vio-glacial durante a glaciação e não necessariamente épocas intergla=
ciais.O final do estágio glacial encontra-se representado nas ~ ba-
sais da unidade superior por "ilhas" de tilito de dimensões métricas
dentro dos quartzitos,interpretadas como remanescentes de "dead-ice" :
no final da glaciação ocorre elevação no nível do mar e inundação par-
cial da planície costeira,depositando-se sobre as areias o material
transportado pelos "icebergs" oriundos das partes centrais da área fon
te.Esse "dead-ice" é recoberto posteriormente por areias f01:J'l1aI1Co
"ilhas"
de tilito na unidade superior quartzítica.
A unidade média do Grupo Macaúbas mostra, em síntese , três
ambientes deposicionais distintos:glacio-terrestre,glacio-lacustrino e
glacio-fluvial.
A unidade superior do Grupo Macaúbas[com cerca de 20-50m de
espessura), é composta por quartzitos e metassiltitos interdigitados ,
e localmente por rochas carbonáticas no topo. Os quartzitos assemelham
se aos da unidade inferior, sendo porém mais friáveis.Os metassiltitos-
estão geralmente muito alterados e afloram apenas em poucas localida -
des. A área da Barragem do paraúna marca estruturalmente um sinclinal,
encontrando-se no topo dos qUartzitos mencionados(~nidade superior), e
em concordância, um horizonte de calcário dolomitico com 4Q m de espes
sura A inclusão desta última rocha no Grupo Macaúbas é apenas inter=.
.
3.093
3.094
Nível 1 - Q2 m do topo - é caractertzado pela ausência de se!
xos de carbonato e metapelito,baixa incidência de
seixos de granitojgnaisse,com predomínio de quart-
zo e quartzito.
Nível 2 - 10 m do topo - apresenta elevada proporção de sei-
xos de granitojgnaisse,com ausência de seixos de
carbonato.~ constante a distribuição de seixos de
quartzo e quartzito,com metapelito subordinado.
Nível 3 - 20 m do topo - co~responde ao nível com maior con-
centração de seixos de granito/gnaisse,predominan-
do sobre os demais e associados à maior ocorrência
de seixos de carbonato. são comuns seixos de quart
zo,quartzito e esporadicamente metapelito. -
Nível 4 - 38 m do topo - predominam seixos de quartzito,~
zo e metapelito,subordinadamente seixos de granito
jgnaisse e isoladamente carbonatos.
3.095
----- ---------- --
o
Pre-
glacial "Ali rochas carbaná- quartzi tos,quart- quartzitos,
ticas zitos cxmg1anerá- quartzitos cxm
(1) (hipotético) ticos glaooráticos,-
(~200 m) metassiltitos
(i'
800 m)
!
I
3.096
nais do tilito Csequênc;ia "B" t da base para Q topo. nos 3 metros basais
encontra-se apenas seixos de quartzito, quartzo e metapelito, oriundos
da erosão de áreas próximas, situadas a W , de composição "Espinhaço "
e da própria sequência "A" da bacia marginaL Nota-se claramente a fal-
ta de seixos do embasamento e daqueles de composição carbonática, que
virão a ocorrer com a continuação da deposição glacial e consequente ~
rosão de áreas mais afastadas. A porção central da coluna de tilitos~
velou a predominância de seixos de granitojgnaisse e carbonato,ao pas-
so que no topo da sequência a quantidade de seixos de carbonato dimi-
nui e finalmente desaparece. A diminuição dos seixos de carbonato no
topo da sequência,associada à constante presença dos seixos do embasa-
ment9,ê um reflexo dos níveis cada vez mais profundos alcançados pela
erosao.
A sequência "B" foi denominada na faixa de dobramentos Araç:!!
aí de Formação Jequitaí (DERBY,1881) e na faixa de são João del Rei de
Formação CarandaíCLEONARDOS,1940;EBERT,1957;redefinição KARFUNKEL et
alo ,1983}.
A fase 3 ( Fig. VI) na evolução geotectônica do Supergrupp são
Francisco é marcada por processos diastróficos negativos na área crató
nica e em consequência por mudança climática: nas bacias marginais de=
posita-se uma sequência heterogênea, essencialmente de caráter psamo-pe
lítico(sequência" C "),localmente intercalações de xistos verdes e rõ
chas carbonáticas. Na região da Barragem do paraúna o topo da ~ência-
é constituído por rochas carbonáticas,sobrepostas em concordância so-
bre os quartzitos da sequência "C".Composicionalmente são diferentes
dos carbonatos da base do Grupo Bambuí(~eores de Ba e Sr sensivelmente
menores q~e os encontrados para os carbonatos dafácies Pedro Le~poldo
da Formaçao Sete Lagoas ).Por tais motivos, sugere-se sua inclusao no
Grupo Macaúbas. A sequência "C" foi denominada na faixa de dobramentos
Araçuaí de Formação Carbonita'CKARFUNKEL & KARFUNKEL,1977 , unidades C, -
D , E e F de HETTICH,1975) e na faixa de são João del Rei de Formação
Rio Elvas(EBERT ,1968; redefinição KARFUNKEL & NOCE,1983). Concomitan-
temente depositaram-se no mar epicontinental, com distribuição muito
mais ampla(~CHOLL,1976), rochas carbonáticas, metassiltitos e ardósias
do Grupo Bambuí (senso estrito).
AGRADECIMENTOS
REFERtNCIASBIBLIOGRÂFICAS :
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KARFUNKEL,B. & KARFUNKEL,J.C1977)- Fazielle Entwick lung der mittleren
Espinhaço-Zone mit beso nderer Berücksichtigung des Tillits problems(~
Minas Gerais,Brasilien) .,Geo1. Jb.,B 24,3-~1,Hannover.
,
3.ot7
,~-
----
_.~_.
3.098
FIG. I MAPA GEOLÓGICO SIMPLIFICADO DA REGIAo DA BARRAGEM 00 PARAÚNA - MG
\\
CONVENÇOES
METASSILTITOS INTERCALAOOS
CALCÁRIOS OOLOMíTICOS NO TOPO -+- ANTICLINAL COM CAIMENTO
VARVITOS XISTOSIDADE
8
.~ ~ FORMAÇÃO CÓRREGO DOS BORGES
ESTRADA
O
ao:
~ IP€oor FORMAÇÃo SANTA RITA
~ CURSO rJÁGUA
I
~ FORMAÇÃO GALHO 00 MIGUEL
L ~ '000 O 2000 m
-..---
~ ROCHAS INTRUSIVAS BÁSICAS
3.099
~--
--r
I
FIG.}I ANALISES DA RELAÇÃO SEIXO/MATRIZ E DA ESFERICIDADE,ARREDO'JDAMENTO
E TAMANHO DOS SEIXOS DO TILlTO
I
UJ N
~ESFERICIDADE MÉDIA ARREDONDAMENTO MÉDIO EIXO (molor) MÉDIO (em) ,
.i
~8 W
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~~~2
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01 5,50 0,72 0,76 0,38 0,80 - I 0,69 0,50 0,50 0,43 0,50 - 0,65 1,50 1,90 1,80 2,50 - 2,20
02 6,30 0,68 0,69 0,83 0,64 0,59 0,82 0,52 0,50 0;37, 0,51 0,50 0,52 1,40 1,20 1,20 3,20 . 1,50 1,70
I
03 4,70, 0,65 0,74 0,50, 0,63 - 0,76 0,551 0,55 O,5C 0,51 - 0,& 1,9) 0,9) 0,7011,50 - 0,90
I
04 5,80 0,71 0,74 - 0,70 - 0,74 0,74 o,~ - 0,50 - 0,5/ 1,3d 1,30
I - 2,50 - 1,50
05 10,20 0,67 0,50 0,70 - -' 1o,&;) 0,44 0,7C 0,3C - - 0,33 4,901I 1'90! 3,00 - - 3,50
I
I
06 10,75! 0,56 0,68 0;36 0,70 0,481 o,?d 0,46 0,58 0,57 0,30 0,28 0,3C 4,60j0,80 1,20 13,OC 2,10 1,50
I
07 4,70 0,50 0,63 - - - 0,43 0,64 0,27 - - - o,se 2,IOjI 4,& - - - 3,20
I
08 8,30 0,59 0,73 - - 0,7C o,r. 0,51 0,61 - - 0;30 O,SE 2,roI l,oc - - 9,50 1,90
10 11,00 0,63 0,60 0,50 0,40 - 0,& 0,48 0,43 0,3C 0,4< - 0,5~ 3,2C 0,70 1,50 8,CX: - 2,20
1I 5,50 0,58 0,60 - - - 0,63 0,30 0;30 - - - 0,27 3,7C 0,80 - - - 2,30
12 14,00 0,61 0,63 0,43 0,7C 0,5E 0,5E 0,47 0,70 0,7~ 0,3C 0,39 0,52 2,se 0,60 2,& 18,OC 4,& 2,00
13 8;30 0,63 0,70 0,43 0,501 - I 0,591 0,37 0,70 0,52 0,4< - 0,54 6,& 0,50 3,10 3,CX: - 6,70
I
14 9,00 0,61 0,60 0,40 - i -
0,56 0,5~ 0,58 0,«: - - O,B( 4,B( 0,80 1,80 - - 2,50
15 6,00 0,66 0,70 - - .- 0,68 0,66 0,66 - - - 0,4< 3,10 0,60 - - - 2,40
16 9,50 0,51. 0,57 0,57 0,50 - 0,64 0,76 0,63 0,57 0,40 - 0,59 1,& 0,40 1,7C 2,3C - 4,60
17 9,OC 0,58 0,60 0,63 - 0,58 0,62 0,30 0,50 0,50 - 0,33 0,3~ 2,& 2,30 1,40 - 4,90 1,80
18 7,70 0,76 0,70 0,65 0,70 - 0,66 0,56 0,70 0,65 0,70 - 0,48 1,90 0,50 1,10 8,50 - 2,40
19 9,00 0,70 0,56 0,54 0,73 - 0,56 0,55 0,53 0,58 0,57 - 0,53 3,2C 0130 5,CX: 6,IC - 3,80
20 9,30 0,57 0,60 0,58 0,70 - 0,66 0,43 0,47 0,45 0,50 - 0,46 3,40 0,50 3,20 5,50 - 2,30
21 5,50 0,63 0,50 0,83 - - 0,61 0,50 0,30 0,43 - - 0,53 1,2C o,so 0,50 - - 1,50
22 8,50 0,63 0,61 0,70 - - 0,57 0,50 0,40 0,30 - - 0,49 4,50 1,70 3,50 - - 3,20
3.100
..
so Q Q
I
Q
. . . ...
."..:: : ::: ......
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O
.
O I 02 03 04 01 02 03 Q4 05 06 07 05 06 07
100%
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08 09 10 II 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
100 %
o
08 09 10 \I 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
"
MOSTRANDO A RELAÇÃO SEIXO/MATRIZ
EJ SEIXOS DE QUARTZITO
E A RELAÇ30
NO TILlTO.
DA COMPOS1ÇÃO DOS SEIXOS
W SEIXOS DE QUARTZO
~-
- SEIXOS DE METAPELlTO
_ PARTE SUPERIOR: ANÁLISE DE PERFIS
1+++1. SEIXOS DE GRANITO/GNAISSE
MENTOS
MAPEADA.
DISTRIBUíDOS NA ÁREA
-
CJ
SEIXOS
MATRIZ
TOTAIS
3.101
---
CONVENÇÕES
;>
. PONTO AMOSTRADO
DRENAGEM
ROOOVIA
ESTRAtIA NÃO
PAVIMENTADA
1000 O
W-
CONVENÇOES
I- BELO HORIZONTE
2 - SÃO JOÃO DEL REI
:3- 8AR6ACENA
4 - CARANDAi
5 - SERRA DO CIPÓ
6 - PARAÚNA
7 - SERRA DO CABRAL
8 - CAÇARATI8A
9 - GRM MOGOL
10 - 8RASíLlA
3.102
FASE 1
(SEQUÊNCIA A)
BACIAS EPICONTINENTAIS MAR MARGI NAL
W + + -,.... .~ E
+ '1 .---:-
~+ + + +
+
+ : -:--. --=-
+ + + o.. .. . . . .
+ + + .
. . .... ..'.. ...... .... .". .. .....
+ + + ""
+ + + ++
+ +
+ +
+ + + + + + + + +
.. ....
+ +
+ + + + + + + + + +
FASE 2
(SEQUÊNCIA B)
W E
+
+ +
+
+
+ +
+ +
+ +
+ + + + + . .. NíVELO
+
+ + +
+ +
+ +
+
+
+ + ..
. 00 .
t
I i I . . . . . .. . .o'.. .....
o) LEVANTAMENTO DA ÁREA CRATÔNICA. MUDANÇA CLIMÁTICA E IN(CIO DA GLACIAÇÁO CONTINENTAL
W E
_NíVEL O
.. . .. 8.
b) CONTINUAÇÃO DA GLACIAÇÃO CONTINENTAL. PROFUNDA EROSÃO NA ÁREA CRATÔNICA ATÉ OS NíVEIS DO
EMBASAMENTO. DEPOSITOS DE TILlTOS NO CONTINENTE E DE SEDIMENTOS GLACIO-MARINHOS NO MAR ~
GINAL
FASE ;3
(SEQUÊNCIA C)
W E
- fIfIfI
fi fi fi
+
+
+ + +
+
+
+
- . -
+ +
+ + + +
+ + + +
+ + + + + + + + .
+ + ,0"0' .'.
+ +
+1 1+ .
1
SUBSIDÊNCIA DA ÁREA CRATÔNICA, MUDANÇA CLIMÁTICA, SEDIMENTAÇÃO DAS ROCHAS CARBONÁTICAS E
PELíTlCAS NO MAR EPICONTINENTAL. DEPOSiÇÃO DE CARATER PSAMO-PELÍTICA. ASSOCIADA COM ATIVIDADE
VULCÂNICA NO MAR MARGINAL. LOCALMENTE ROCHAS CARBONÁTICAS.
FIG.21
EVOLUÇÃO GEOTECTÔNICA DO CICLO MACAÚBAS/BAMBUí (S. G. SÃO FRANCISCO
BACIA EPICONTINENTAL BACIAS MARGINAIS
B..'Q~~'.
QUARTZITOS
OE CONGLOMERADOS
COM INTERCALAÇÕES
3.103
----- ----
.--
ABSTRACT
In The Inhame area, Serra do Cipó, western Border of Serra do Espi-
nhaço (MG), the units referring to Espinhaço Supergroup (Middle Protero
zoic) .and to the Macaúbas and Bambui groups (Upper Proterozoic)~
intensely affected by the tectonic Brasiliano Cycle which is characteri
zed by a peculiar pattern of imbricate scales. -
The sequence, predominantly quartzitic, which constitu~s the Espinha
ço Supergroup, is described in sedimentologicand structural terms.-
The Macaúbas Group, which contains SQme 0ccurrences of manganese or~
is made up of a basal conglomeratic unit (tilite) and a pelitic unit I
which represent two preponderant facies of the glacial environment.
The Bambuí Group, represented by a sequence of pelitic and carbona~
metassediments,is the newest unit in the . region and it is in erosive
unconformity above the Macaúbas Group.
1. INTRODUÇÃO
O estudo da Região do Inhame, na vertente oeste da Serra do Cipó, a
última serra da borda ocidental da Cordilheira do Espinhaçc,pretendeu ,
em primeira instância, contribuir para o conhecimento das discutidas re
lações estratigráficas e estruturais entre as litologias dos supergrupos
Espinhaço e são Francisco. Associadamente,abordagens detalhadas de cará
ter sedimento lógico das sequências em causa, levaram a um ensaio sobre
os antigos ambientes de deposição destas rochas. 2
A área em estudo abrangeu uma superfície de aproximadamente 300 Km ,
distante cerca de 150 Km rumo norte-nordeste de Belo Horizonte. A Figu-
ra 1 mostra o mapa de localização e acesso desta área.
2. S!NTESE'DO CONHECIMENTO GEOLÓGICO REGIONAL
Desde o século passado, com a descoberta do diamante nas imediações
de Diamantina, a geologia e os recursos minerais da Serra do Espinhaço'
vêm sendo objeto de inúmeros estudos que determinaram a evolução do co-
nhecimento regional, detalhando e discutindo as relações estratigráficas
e estruturais entre a sequência de quartzitos e filitos que constitui a
serra, os metas sedimentos da Bacia do são Francisco a oeste e o comple-
xo metamórfico da borda oriental da cordilheira. Ressaltam-se neste sen
tido, 05 trabalhos de Eschwege (1833), Derby (1906), Harder & Chamberlin
(1915~,Moraes & Guimarães (1930), Barbosa (1954), Pflug (1963, 1965 e
1968), Hoppe (1978), Hoffmann (1981), Assis (1982), Uhlein (1982), Car-
valho (1982) e Dossin (1983), entre muitos outros.
Hoje, o acúmulo do conhecimento geológico tem permitido reconhecer
cinco unidades lito-estratigráficas e geotectônicas na região: supergru
pos pré-Rio das Velhas, Rio das Velhas, Minas, Espinhaço e são Francis=
co (Dossin e..t a.t., no :prel.o) .
Na região da Serra do Cipó, foi possível identificar um pacote pred~
minantemente quartzítico, mais antigo, atribuído ao Supergrupo Espinha-
ço, e uma sequência superior, correspondente ao Supergrupo são Francis-
co. Este está representado por uma sucessão de unidades argilo-arenosas
e Qonglomeráticas do Grupo Macaúbas, sotopostas a uma sequência de cará
3.104
ter pelítico-carbonático que constitui o Grupo Bambuí.
3. GEOLOGIA DA REGIÃO DO INHAME
As unidades rochosas que representam o Supergrupo Espinhaço e os gru
pos Macaúbas e Barnbuí na Região da Serra do Cipó, mostram-se dispostasT
em faixas alongadas de extensão submeridiana e direcionamento norte-no-
roeste, e estão colocadas em contato tectôriico por empurrões que jogam
as unidades mais antigas sobre as mais novas. Todas estas feições estão
deli~eadas no mapa da área e nas seções geológicas levantadas (Figuras2
e 3).
3.1. ESTRATIGRAFIA E SEDIMENTOLOGIA
Todo este conjunto de rochas de grande complexidade estrutural, foi
delimitado e subdividido com base nas colunas estratigráficas de Pflug
(1968) para o Supergrupo Espinhaço,de Hettich (1977) para o Grupo Macaú
bas e de Schôll (1972) ,com modificações, para o Grupo Barnbuí, uma vez
que são grandes as semelhanças entre as feições regionais, e os traços
litológicos e estratigráficos descritos por estes autores em suas áreas
tipo.
3.1.1. Supergrupo Espinhaço
As rochas mais antigas da área, uma sequência de metassedimentos de
natureza dominantemente quartzítica, foi reconhecida como Supergrupo Es
pinhaço e subdividida em seis formações: Sopa-Brumadinho, Galho do Mi=
guel, Córrego dos Borges, Córrego Bandeira, Córrego Pereira e Rio Pardo
Grande. .
Todas estas unidades estendem-se pela porção oriental da área, confi
gurando amplos segmentos paralelos entre si e separados por falhas in=
versas responsáveis por cavalgamentos que resultaram em um empilhamento
da sequência que não obedece a nenhum padrão cronológico (Figuras 2 e 3l
Re!lexo da mobilidade tectônica a que a região esteve sujeita, as for
mações identificadas encontram-se, não raro, com suas espessuras reais
alteradas, tendo sido inteiramente omitida da sequência a Formação San-
ta Rita.
Complementando este quadro geológico, metavulcânicas de caráter bási
co são encontradas recortando toda a sequência.
(a) Formação Sopa-Brumadinho
O contato inferior destas rochas representadas na porção nordeste da
área em estudo, é de natureza tectônica, e feito.oom as litologias da For-
mação Galho do Miguel, numa inversão da sequência estratigráfica normaL
O contato superior, concordante e gradacional, é realizado novamente
com a Formaxão Galho do Miguel.
A formaçao é litologicamente uma sucessão de filitos branco-esverdea
dos, metassiltitos e metassiltitos quartzosos,dispostos em níveis alter
nados de ordem.centimétrica. são comuns intercalações de quartzitos de
coloração branco-amarelada e granulometria variável de fina a média, às
vezes micáceos e não raro feldspáticos, que podem assumir até alguns me
tros de espessura. Estes feldspatos são microclínios com pertitizaçãoõü
plagioclásios tipo oligoclásio a andesina, nunca ultrapassando um máxi-
mo de 4% na composição da rocha. Metaconglomerados polimíticos não fo-
ram observados durante o mapeamento, muito embora o Rio das Pedras, que
corre na porção sul da área, próximo à Fazenda Quinta da Nova Vida, ten
do suas cabeceiras e curso médio em litologias desta mesma formação, se
ja diamantífero. (Figura 4)
Algumas estruturas sedimentares foram preservadas do tectonismo. As
mais frequentes incluem estratificações e laminações plano-paralelas ,
marcas de onda simétricas e assimétricas, e cruzadas tabulares de porte
centi-decimétrico e alto ângulo, cujas medidas indicam transporte para
N60W e N25E.
Em vista de todas estas feições, acredita-se existirem evidências que
sugerem para a unidade uma sedimentação em ambiente marinho plataformal
raso. Se essa hipótese se confirmar, ela implicará em certas considera
ções regionais em relação às facies sedimentares encontradas comumenteT
na região de Diamantina, onde destaca-se a abundância de níveis conglo-
meráticos diamantiferos, que caracterizam uma sedi.mentação de leques
aluviais em borda de bacia. A ausência destes detritos grosseiros em di
reção ao sul, permite conjeturar sobre a paleogeografia regional na ép2
3.105
3.106
truturas sinsedimentares bastante comuns são laminações cruzadas, mar~
cas de onda assimétricas indicando sentido de transporte para nordeste,
e estratificações cruzadas tabulares de baixo e alto ângulo.
A abundância de estratificações cruzadas de ângulo baixo intercala-'
das nos níveis quartzíticos laminados, induz â interpretação de que os
quartzitos da Formação Córrego dos Borges são depósitos relativos a um
ambiente marinho costeiro de praia até âguas rasas submetidas â influ-
ência de correntes de maré com sentido preferencial N6SE e S4SE.
(d) Formação Córrego Bandeira
Na porção este, da zona em que oco~rem, estas litologias estão colo-
cadas em contato tectõnico mediante falhamento inverso, com os quartzi-
tos da Formação Galho do Miguel, que lhes são estrutu~almente sobrepos-
tos. A base do pacote, mais para oeste, mostra contato concordante e
gradacional com a Formação Córrego dos Borges.
Petrograficamente, trata-se de uma sequência de sedimentos pelíticos
dominantemente, representados por filitos metassiltitos e metassiltitos
quartzosos que passam a predominar, sobre os termos mais finos em dire-
ção ao topo da unidade. Estas litologias gradam lateral e verticalmente
a quartzitos de grão fino, puros e/ou feldspáticos. Estes feldspatos I
3.107
~-_.
gional, que atravessa a área na sua porção centro-nordeste.
As relações de contato da Formação Rio Pardo Grande com a unidade que
lhe é sotoposta, são aparentemente concordantes, sendo bem distinta a
passagem dos sedimentos finos desta formação, para os quartzitos do Cór-
rego Pereira. A porção superior da sequência está em contato tectônico ,.
marcado por importante falhamento inverso, com a Formação Córrego dos BOE
ges.
As litologias dominantes desta formação consistem em urna alternância
de filitos, metassiltitos e metassiltitos quartzosos. são comuns na se-
quência intercalações de quartzitos puros e/ou feldspáticos. Observados'
ao microscópio, estes feldspatos são microclínio e plagioclásio (oligoclá
sio a andesina) em quantidades nunca superiores a 5% da rocha. Na porção-
basal da unidade estes termos pelíticos gradam lateral e verticalmente a
detritos mais grosseiros: quartzitos de grão médio a conglomeráticos, 10
calmente com lentes de metaconglomerados polimiticos, nos quais dominam
seixos de quartzo e quartzito imersos numa matriz quartzo-micácea. (Figu
ra 4) -
Além da predominância de estratos plano-paralelos, especialmente fre-
quentes nos metassiltitos e quartzitos, são ainda comuns nestas litologi
as, laminações cruzadas e estratificações cruzadas tabulares e acanala~
Aqui também, as repetidas intercalações de filitos, metassiltitos e
quartzitos sugerem oscilações frequentes do nível do mar provocando rá-
pidas transições nas condições de sedimentação ora sublitorâneas de á-
guas rasas, ora de águas rasas com nível de energia mais elevado, o que
é expresso pelos estratos cruzados, cujas medidas revelaram sentido de
transporte em torno de N50-70E.
3.1.2. Supergrupo são Francisco
Os agrupamentos litológicos que constituem o Supergrupo são Francisc~
comportam regionalmente uma divisão em duas grandes unidades: os grupos
Macaúbas e Bambuí, frequentemente em contato de natureza tectônica na
área do Inhame.
A cronologia destas unidades tem sido motivo de controvérsias há mui-
to tempo, mas na área, parece não haver dúvidas que as litologias do Ma-
caúbas sejam mais antigas. Este fato fica claro pela observação de uma
grande estrutura dobrada, o Anticlinal do Rio Preto, que está posiciona-
do na porção noroeste da área, próximo às margens do Rio Preto, constitu
indo importante chave estratigráfica para a região. No núcleo desta do=
bra afloram tilitos que tipificam o Grupo Macaúbas, sotoposto em discor-
dância aos mármores do Grupo Bambuí. Em outras porções da área o contato
entre estas duas unidades é de natureza tectônica e realizado mediante
empurrões, que jogaram o Grupo Macaúbas sobre o Bambuí.
(a) Grupo Macaúbas
Encontra-se sotoposto aos quartzitos da Formação Córrego dos Borges
com a qual faz contato mediante falhamento inverso, e sobreposto tectoni
camente às sequências do Bambuí.
O Grupo Macaúbas é passível de subdivisão em uma sequência de finos
predominantemente, e outra de metaconglomerados (tilitos). O mapeamento'
mostrou ser possível a utilização informal das unidades B e C, na siste-
matização desta subdivisão, corno proposto por Hettich (1977) para parte
da sequência da borda ocidental da Serra do Espinhaço, mais a norte.
(a.l) Unidade B
Três principais zonas de ocorrência desta unidade tilítica foram indi
vidualizadas na área. A maior delas constitui uma faixa de direcionamen=
to norte-noroeste que atravessa toda a área por sua porção média. Urna se
gunda zona de exposições representativa, ocorre um pouco mais a este, na
porção meio norte da área. Na realidade, esta segunda ocorrência repre-
senta urna faixa da unidade tilítica de oeste, que foi desmembrada pela
introdução tectônica de urna escama de quartzitos do Córrego Borges em
meio à sequência. A ocorrência de maior importância, no entanto, é o a-
floramento do núcleo do Anticlinal do Rio Preto, já referido.
No núcleo do Anticlinal do Rio Preto, foi descrita a sobreposição dis
cordante das litologias Bambuí, aos tilitos Macaúbas. Nas outras zonas T
de ocorrência, as relações de contato com as unidades adjacentes são con
cordantes, no caso dos filitos da Unidade C dispostos a oeste, e tectônT
cos, corno os que são feitos com os quartzitos Borges, nas imediações dõ
3.108
Córrego Cangalha.
Esta unidade de tilitos constitui um pacote de metaconglomerados com
seixos de quartzo, quartzito e granitóides, tipicamente estriados e fa-
cetados, imersos numa matriz de caráter argilo-siltoso até arenoso. Fre
quentemente, intercalam-se nestes detritos grosseiros níveis, que po=
dem apresentar continuidade lateral ou não, de quartzitos puros, metas-
siltitos e metassiltitos quartzosos,podendo todas estas litologias apre
sentar seixos localmente. -
Na base desta sequência, foram observados, ocorrendo de modo descon-
tínuo, metassiltitos, metassiltitos quartzosos, quartzitos micáceos e
conglomeráticos constituindo pacotes ae até 20 metros de espessura, os
quais podem estar representando a Unidade A de Hettich (1977).
(a.2.) Unidade C
A sequência de metapelitos da Unidade C ocorre como restos sobre os
tilitos, em zonas alongadas paralelamente à direção das estruturas re-
gionais. Configuram afloramentos descontínuos, seccionados por falhamen
tos de gravidade de direcionamento este-oeste. -
A Unidade C recobre concordantemente os sedimentos dasequência tilí-
tica nos locais onde as relações de contato puderam ser observadas. A
porção superior da unidade está em contato tectônico ora com os mármo-'
res da Formação Sete Lagoas, ora com os filitos da FormaçãoSantaHelen~
No que tange ao caráter de suas litologias componentes, é uma sequên
cia de finos em geral. Na base predominam metassiltitos e metassiltitos
quartzosos de coloração amarelada e filitos grafitosos cinza-prateados'
que podem ser utilizados como nível guia. Para o topo passa-se a inter-
calações de filitos grafitosos, filitos esverdeados, quartzitos e metas
siltitos quartzosos, localmente conglomeráticos (com seixos de quartzi=
to subarredondados de até 5 centímetros). (Figura 4)
As variações faciolôgicas observadas conduzem à reconstrução de um
ambiente de deposição glacial com influência lacustre ou marinha para a
sequência (Dossin, 1983-b e Dossin & Dardenne, no prelo).
.
(b) Grupo Bambuí
Uma sequência de rochas argilo-carbonatadas caracteriza a mais jovem
sucessão estratigráfica da área da Fazenda Inhame.
Estas litologias são passíveis de subdivisão em três unidades meno-
res: formações Carrancas, Sete Lagoas e Santa Helena.
(b.l) Formação Carrancas
Apenas um único. afloramento de conglomerado foi descrito na área co-
mo pertencente à Formação Carrancas. Esta exposição de dimensões reduzi
das está individualizada na porção central do mapa, junto ao Córrego dã
.Cachoeira, em escala exagerada, a fim de que sua representação fosse
possível. Regionalmente, é uma unidade descontínua, cuja espessura va-'
ria de O a 20 metros (Figura 2).
Petrograficamente, tratam-se de metaconglomerados polimíticos, nos
quais o arcabouço pode atingir até 70% da constituição da rocha. Estes
seixos de quartzo e quartzito mostram arredondamento e tamanhos varia-
dos, podendo oscilar entre diâmetros de 1 a 20 centímetros. A matriz tem
constituição quartzítica, às vezes com alguma mica. (Figura 4)
(b.2.) Formação Sete Lagoas
As litologias da Fo:cnação.Sete Lagoas ocupam qrande P?rte da porção cen.tral da
área mapeada, ocorrendo em faixas que ora são espessadas ora adelgaça-'
das, em função do basculamento de blocos que acompanhou a tectônica de
gravidade. Junto ao curso médio do Córrego Cachoeira, chega mesmo a de-
saparecer, estando os metassiltitos Santa Helena em contato direto com
as litologias do Grupo MacaUbas, e só reaparecendo novamente mais a su~
na altura da Fazenda Quinta da Nova Vida, estendendo-se a partir daí co
mo uma faixa contínua, para fora dos limites do mapeamento. -
As relações de contato n~ porção basal da sequência são de natureza'
tectônica, e feitas ora com os tilitos, ora com os filitos Macaúbas. O
topo da unidade está em contato concordante e gradacional com os peli-
.
tos da Formação Santa Helena.
A porção inferior da unidade está representada por filitos carbonáti
cos de coloração amarronzada, que para o topo passam a mármores dolomí=
ticos acinzentados, com alternância de níveis argilosos impuros. Local-
3.109
------.-._-
------
3.110
estratigráfico similar nas imediações da Fazenda Campo Redondo, a sudes
te da área mapeada, indicaram idades em torno de 1,1 b.a.
4.2. ESTRUTURAL E METAMORFISMO
O arcabouço estrutural da área da Fazenda Inhame constitue um modelo
deformacional de escamas imbricadas, que reflete a reação de um substra
to litologicamente variado, às sucessivas recorrências de uma tectônicã
compressiva (Figura 2).
Estes esforços foram responsáveis pela ocorrência regional de impor-
tantes falhamentos de empurrão e cavalgamentos, que produziram inversão
estratigráfica, jogando o Supergrupo Espinhaço sobre o Grupo Macaúbas,e
este sobre o Bambuí (Figura 3). -
O padrão de deformação impresso nestas sequências é distinto, e em
grande parte determinado pelo grau de competência de suas litologias .'
3.111
-------
trutural da região. são falhamentos transcorrentes, impressos especial-
me~te sobre as sequê~cias rígidas do Supergrupo Espinhaço e do Grupo Ma
caubas segundo direçoes preferenciaisN40-50W e N30-40E. -
Relacionado à fase de alívio desta tectônica compressiva, desenvol-'
veu-se um terceiro sistema de falhas. são falhamentos de gravidade, de
direcionamento E-W e origem profunda, visto terem sido utilizados como
condutos na ascensão das vulcânicas de caráter básico que constituem 'al
guns derrames na área. -
Estes novos elementos rupturais determinaram basculamento de blocos,
com rejeitas de componentes horizontal e vertical, que produziram mudan
ças de espessuras das unidades afIar antes, e mesmo a omissão de partesT
da sequência. ~ possível atribuir a este mecanismo de basculamento de
blocos o desaparecimento da Formação Sete Lagoas nas imediações da Fa-
zenda Inhame, entre dois importantes falhamentos locais.
Completando esta estruturação tectônica, quatro sistemas de fraturas
foram constatados paralelamente a N20E, NIOW, N80E e N80w, especialmen-
te desenvolvidos nas unidades quartzíticas.
A presença de clorita nas intercalações filíticas das sequências de
quartzitos, na matriz fina das unidades tilíticas, bem como nos mármo-'
res Bambuí não conduz à consideração de facies metamôrfica mais alta
que xisto-verde.
AGRADECIMENTOS
Os autores expressam o seu agradecimento ao Conselho Nacional de Pes
quisa (CNPq)e ao Convênio DNPM/CPRM/FUNDEP/UFMG a cargo do C.G.Eschwege,
que possibilitaram a ampliação dos estudos geológicos do Espinhaço Meri
dional.
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3.117
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ABSTRACT
In the Serra do Espinhaço Meridional Region, five major Lithostrati-
graphie units are recognized Pré-Rio das Velhas, Rio das Velhas, Mina~
Espinhaço and são Francisco supergroups. The posicion of these units
with possibles correlations among localized studies,on the eastern border
(Serro Region), the western border (Cipó Region) and the central zone
(Diamantina Region), are discuted.
The oldest unit receives, locally, several denominations~ it is cons
tituted by granitic and migmatitic rocks.
The Superior sequence, possibly of archean age, comprehends a succes
sion of metavolcanics and .
metasediments, which in the Serro Region was
already counted as a volcano-sedimentar sequence.type~eenstohe belt.
The Minas Supergroup was individualized in the eastern border of the
range, and it is represented by quartzites, phyllites and itabirites.
The predominantly quartzitic sequence, which constitutes the Espinha
ço Supergroup, is described briefly, considering the stratigraphies, me
tamorfics, volcanics and structurals aspects. -
The newest unit is the são Francisco Supergroup, regionaly represen-
ted by the Macaúbas Group, which is the oldest, and by the Bambuí Group.
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo sintetizar o conhecimento e as contro
vérsias sobre a geologia da faixa móvel Espinhaço, em sua porção meridI
onal.
Atualmente, o aCÜmulo do conhecimento geológico tem permitido reco-
nhecer na região cinco unidades lito-estratigráficas e geotectônica& su
pergrupos Pré-Rio das Velhas, Rio das Velhas, Minas, Espinhaço e são Francisco~
Entretanto, tendo-se em vista a insuficiência de dados a respeito de
amplas porções da Serra do Espinhaço Meridional, carece-se de elementos
que permitam uma correlação segura entre regiões menos conhecidas e ou-
tras, mais pesquisadas. Sendo assim, optou-se, nesse trabalho, por uma
caracterização estratigráfica localizada, através de sínteses relativas
a estudos em áreas-chave. Nesse sentido, o trabalho pretende relatar o
conhecimento atual sobre a geologia da porção central da Serra do Espi-
nhaço Meridional (região de Diamantina), bem como sua borda leste ( re-
gião de Serro) e oeste (região da Serra do Cipó), tentando sempre que
possível, correlações de ámbito mais regional.
A Figura 2 mostra a localização das áreas-chave, nas quais este tra-
balho está consubstanciado, assim como um esboço da geologia regional.
2. EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO GEOLOGICO SOBRE A SERRA DO ESPn~ço ~IONAL
Desde o século passado, com a descoberta do diamante nas imediações'
de Diamantina, a.geolog.\.ae os recursos minerais da Serra do Espinhaço I
vêm sendo objeto de inúmeros estudos. As abordagens mais antigas são de
von Eschwege, que foi o primeiro a utilizar o termo Espinhaço para desig
nar a cordilheira. A ele devem-se pesquisas de cunho geológico-estrati=
gráfico e econômico, de enfoque regional (Eschwege, 1833).
3.118
A estes estudos pioneiros, vieram somar-se outros que muito contri-
buiram para o conhecimento geológico da região, detalhando e discutindo
as relações estratigráficas e estruturais entre a sequência de quartzi-
tos e filitos que constitui a serra, os metas sedimentos da Bacia do são
Francisco a oeste, e o complexo metamórfico da borda oriental da cordi-
lheira (Derby, 1906; Harder & Chamberlin, 1915; Rimann, 1920;Drape~ 192~
Moraes & Guimarães, 1930; Moraes Rego, 1930; Freyberg, 1932; Barbosa,
1934; todos estes trabalhos e outros ~n Renger, 1979).
Na década de sessenta, trabalhos de_ caráter mais sistemático visando
principalmente as primeiras subdivisões estratigráficas e correlações
entre as sequências do Espinhaço Meridional e do Quadrilátero Ferrífer~
tiveram início com Pflug (1963,1965,1968).- Seguiram-se estudos de maior
detalhe vinculados a um programa de pós-graduação das universidades de
Heidelberg e Freiberg (Alemanha Ocidental), onde aspectos petrológicos,
estratigráficos e tectônicos, das sequências em questão, foram objeto
de considerações mais aprofundadas (Renger, 1970; Schôll, 1972; Pflug &
Renger, 1973; Hoppe, 1978; Hoffmann, 1981, entre muitos outros autores.
Em meados de 1980, a concretização do convênio DNPM/CPRM/FUNDEP/UFM~
veio incrementar o rítmo dos mapeamentos de detalhe na região. Este pro
jeto permitiu os trabalhos de Carvalho (1982); Assis (1982); Uhlein(198~
Fogaça (1982); Bastos Neto (1982); Dossin (1983) entre outros ainda em
andamento.
3. GEOLOGIA DA REGIÃO DE DIAMANTINA
3.1. ESTRATIGRAFIA
A estratigrafia da região de Diamantina está delineada nos trabalhos
clássicos de Pflug (1965 e 1968) e Schôll & Fogaça (1979) que reconhe-
cem três importantes conjuntos lito-estratigráficos: supergrupos Pré-
Rio das Velhas, Rio das Velhas e Espinhaço (Figura 1).
3.1.1. Supergrupo Pré-Rio das Velhas
Sob esta denominação ( de Kneidl, 1977 in Schôll & Fogaça, 1979) se
agrupam as rochas graníticas e migmatíticas de idades arqueanas (Brito
Neves e~ aI, 1979) que constituem o embasamento das sequências mais jo-
vens. Estas litologias foram objeto de estudos recentes, mais detalhados
desenvolvidos por Hoffmann (1983) nos arredores de Gouveia, que permiti
ram, juntamente com o trabalho de Schôll & Fogaça,(op.ei~.)caracterizá=
-las como entidade geotectônica distinta da sequência Rio das velhas ,
com a qual anteriormente era reunida, sob o termo genérico da Série Pré
-Minas (Pflug, 1965). O complexo arque ano ocorre na região central dã
Serra do Espinhaço, em áreas reduzidas constituindo núcleos de anticli-
nais ou mais comumente devido a falhamentos inversos tipo escamas ( Fi-
gura 2).
A associação litolôgica está representada por anatexitos (como por
exemplo nGrani-to de Gouveian) , cataclasado em graus diverses originando
desde protomilonitos e milonitos até ultramilonitos (Carvalho, op.ei~.),
associados a faixas migmatíticas localizadas que mostram dobras pigmáti
cas e estruturas 6c.hU.Vten e/ou agmatítica e, ainda, corpos isolados de an=
fibolitos. O granito é leucocrático, possui granulação grosseira com fa
cies equigranulares, porfiroblásticas e pegmatóides, com o feldspato aI
calino (microclínio) atingindo até 8cm. Hoffmann (1983) apresenta a com
posição modal das rochas do Supergrupo Pié-Rio das Velhas indicando um
predomínio de monzogran~tos e granodioritos (53%) sobre tonalitos, trond
jemitos e mela-granitos, os quais perfazem apenas 7% da área de distri=
buição do embasamento siãlico na região.
O aspecto transicional observado em campo entre os granitos e migma-
titos sugere a atuação de processos de fusão parcial (anatexia) sobre
primitivos gnaisses. Segundo Hoffmann (a~ei~.)a muscovita primária e os
cristais de feldspato-potássico indicam temperaturas de 680-6609C e
pressão de 3,5-4kb para a solidificação do granito. Transformações re-
trometamórficas, consequência de eventos metamórficos posteriores ( Rio
das Velhas e Espinhaço) manifestam-se através de saussuritização e clo
ritização. '"
Hoffmann & Hoppe (1981) propõem uma subdivisão do embasamento siáli-
co em Grupo Congonhas (migmatitos) e Grupo Gouveia (granitos), sendo que
para este último é proposta uma origem palingenética (Hoffmann, op.ei~.)
e uma afiliação genética tipo-S.
3.119
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--
3.120
1,0 e 1,1 b.a. (Brito Neves e..t a.l, 1979~ Costa & Inda, 1982~ Hasui,1982).
Na região de Diamantina, a sequência predominantemente quartzítica
'
com filitos subordinados que constitui o Supergrupo Espinhaço foi subdi-
vidida por Pflug (1968) em oito unidades lito-estratigráficas: formações
são João da Chapada, Sopa-Brumadinho, Galho do Miguel, Santa Rita, Córre
go dos Borges, Córrego Bandeira, Córrego Pereira e Rio Pardo Grande dã
base para o topo. As duas formações basais foram subdivididas por Schôll
& Fogaça (1979) em seis níveis informalmente denominados A,B,C,D,E, e F
no sentido Base-topo. Para o nível F, em trabalho de detalhe, Fogaça &
Almeida Abreu (1982) propuseram a designação formal do Membro Campo Sam-
paio (Figura 2). .
O vulcanismo no Supergrupo Espinhaço está restrito a corpos de xistos
verdes e principalmente de filitos hematíticos. Os xistos verdes foram
descritos por Renger (1970), Hoppe (1978) e Hoffmann & Hoppe (1981) os
I
quais assinalam a existência de clorita xistos, albita-clorita-quartzo
xistos ou actinolita/tremolita-clorita xistos que ocorrem como diques ou
mesmo ~~ii~. sin-sedimentares nas formações basais do Supergrupo Espinha-
ço. Hoppe & otto (1982), através de dados químicos, indicam composição I
básica até intermediária para estas rochas, enquanto que para o xisto
verde encontrado na Lavra do Damásio, que mostra similaridade com os fi-
litos hematíticos, é sugerida uma origem ultrabásica.
Os filitos hematíticos são rochas tidas como de origem magmática (Ren
ger, 1970) constituídos basicamente por sericita e óxidos de ferro (hemã
tita e magnetita), além de rutilo, turmalina e zircã~São encontradas nu
ma ampla região na Serra do Espinhaço Meridional, constituindo um hori~
te bastante contínuo (Schôll & Fogaça, op.e~.t.) ou como corpos intrusivos
discordantes.
A associação paragenética dos metapelitos e xistos verdes do Supergru
po Espinhaço representada por sericita-quartzo-clorita e clorita-quartzõ
-albita (tremolita ou actinolita), respectivamente, indica metamorfismo'
de facies xisto verde baixo a médio para a sequência. Hoppe & Hoffmann
(1981) estimaram pressões mínimas de 2-5kb e temperaturas de 4309 a 5009
para o metamorfismo Espinhaço. Renger (op.e~.t.1 em função da presença de
cloritóide e stilpnomelano em filitos, sugere um metamorfismo do tipo
Barroviano.
3.1.4. Rochas Metabásicas
Uma importante manifestação magmática pós-Espinhaço, originou diques,
~~ii4 e pequenos 4.toek4 (Hoppe, 1978~ Hoffmann & Hoppe, 1981) de metaba-
sitos que são encontrados cortando os metassedimentos do Supergrupo Espi
nhaço. Foram denominadas de "anfibolitos diabasóides" por Guimarães
(1933) .
3.121
---.-
.~.-
3.122
região de Serro ocorre subdividido estratigraficamente, da base para o
topo, em quartzitos, filitos e itabiritos (Uhlein, 1982; Assis, 1982)
de maneira análoga à subdivisão proposta por Dorr II e~ aLo (1957) para
as unidades basais do Supergrupo Minas, no Quadrilátero Ferrífero. Os
quartzitos são brancos, micáceos e se apresentam conglomeráticos na ba-
se e com lâminas ferruginosas para o topo. A unidade pelítica é consti-
tuída por quartzo-filitos e hematita filitos, com alguns xistos verdes
localizados. A unidade de topo são os itabiritos, que mostram nítida aI
ternância de bandas quartzosas e hematíticas. Estes itabiritos são dõ
tipo superior, considerando-se aspectos"geoquímicos, estratigráficos e
petrográficos (Uhlein, op.e~t.) e, desta forma, perfeitamente corr~cio
náveis com os itabiritos da Formação Cauê (Quadrilátero Ferrífero). Nos
níveis mais pelíticos da sequência, o metamorfismo desenvolveu paragêne
ses características da facies xisto verde, zona da granada (Assis, ap.~.
Para a s8:IUência Minas na região do Quadrilátero Ferrífero, AlIneida (1977)
propõe uma idade proterozóica inferior, com evolução durante o Ciclo
Transamazónico e metamorfismo em torno de 1,8 b.a.
4.1.4. Supergrupo Espinhaço
Na região de Serro, identificou-se três formações: são João da Chapa
da (quartzitos sericíticos com intercalações locais de filitos), Sopa=
-Brumadinho (quartzitos brancos, quartzitos ferruginosos, metaconglome-
rados polimíticos e filitos) e Galho do Miguel (quartzitos finos e puros).
4.2. GEOLOGIA ESTRUTURAL
A feição tectónica regional mais marcante são as falhas de empurrão,
orientadas N-S que invertem a estratigrafia regional, colocando uni~
mais antigas sobre as mais novas (Figura 3) e configurando uma estrutu-
ra em escamas tectônicas. Estes falhamentos são de idade provavelmente
brasiliana.
4.2.1. Embasamento Cristalino
A foliação metamórfica observada é predominantemente NNE, mergulhan-
do para ESE, resultando numa aparente concordância com as unidades es-
tratigráficas superiores. A feição tectónica mais conspícua, entretant~
são as zonas cataclásticas notadamente orientadas N-S".
4.2.2. Sequência Vulcano-Sedimentar de Serro e Supergrupo Minas
Foram deformadas em quatro fases distintas (Uhlein, 1982). A primei-
ra desenvolveu dobramento isoclinal deitado com eixos orientados N60-
-80W, xistosidade Sl e lineações I,. A segunda fase gerou dobras isocl!
nais de eixos N20-30E, aproximadamente ortogonais ao evento D A esta .
3.123
-.----.
------
-'-.
3.124
o Grupo Bambuí na região do Inhame foi subdividido em três unidades
menores (Dossin ap.~~t.J:formações Carrancas (metaconglomerados polimí-
ticos e quartzitos). Sete Lagoas (mármores dolomíticos com intercala~
de filitos carbonáticos e quartzitos) e Santa Helena (ardósias, filitos
e metassiltitos com quartzitos e dolomitos subordinados) (Figura 6 e 7)
5.2. GEOLOGIA ESTRUTURAL
A feição tectônica mais marcante da região da Serra do Cipó é dada
por um sistema de falhas de empurrão N-S, geradas, através de esforços
compressivos de este para oeste durante o Ciclo Brasiliano, que produzi-
ram importantes inversões estratigráficas, jogando o Supergrupo Espinha-
ço sobre o Grupo Macaúbas e este sobre o Bámbuí.
Na área do Inhame não existem elementos estruturais que tipifiquem a-
dicionalmente o Supergrupo Espinhaço quando comparado ao Supergrupo são
Francisco, sugerindo uma coaxialidade dos eventos Espinhaço e Brasiliano
(Dossin, ap. ~~t.)
5.2.1. Supergrupo Espinhaço
Os elementos estruturais mais marcantes do Supergrupo Espinhaço na re
gião do Inhame, sâo as falhas de empurrão, transcorrente e de gravidade:
Localmente observam-se, na escala mesoscópica, dobras assimétricas com
vergência para W, orientadas NNW-SSE exibindo caimento ora para Norte ora
para Sul. Associado ocorre xistosidade de plano-axial (orientada N20-30Wi
40NE) que, eventualmente, mostra ondulações de eixo E-W.
5.2.2. Supergrupo são 'Francisco
Nas unidades predominantemente quartzíticas g~e compóem o Grupo Macaú
bas, os registros tectônicos são muito semelhantes àqueles do supergrupõ
Espinhaço.
Nos pacotes pelíticos-carbonáticos do Grupo Bambuí especialmente pró-
ximo do contato com o Grupo Macaúbas, são observadas, adicionalmente, do
bras isoclinais com eixos direcionados NNW-SSE, que mostram caimento orã
para o Norte e ora para o Sul. Em direção ao centro da bacia estes dobra
mentos tornam-se gradativamente mais amplos e abertos até constituirem T
suaves ondulações. A xistosidade de plano axial, relativa a esta deforma
ção mostra orientação NNW-SSE. Localmente são identificadas dobras mesos
cópicas suaves, orientadas segundo E-W, superpostas à primeira fase.
6. S!NTESE DOS DADOS APRESENTADOS E EVOLUÇÃO GEOLOGICA DA REGIÃO
As seguintes unidades lito-estratigráficas maiores podem ser reconhe-
cidas na região do Espinhaço Meridional: Supergrupos Pré-Rio das Velhas,
Rio das Velhas, Minas, Espinhaço e são Francisco (Macaúbas e Bambuí). O
posicionamento relativo entre estas unidades e possíveis correlações en-
tre as regiões das bordas leste, oeste e região central estão representa
das na Figura 7 .
-
O embasamento siálíco, de idade arqueana recebe várias denominações'
locais, como Pré-Rio das Velhas, Embasamento Cristalino e Embasamento
'
Granítico de Gouveia.
As rochas supracrustais de possível idade arqueana apresentam-se dife
renciadas quando ocorrem no interior da Serra do Espinhaço ( SupergrupoT
Rio das Velhas, predominantemente metassedimentos) e quando ocorrem na
borda leste (Sequéncia vulcano-Sedimentar de Serro, principalmente meta-
vulcânicas). Face aos conhecimentos atuais, e devido a complexidade de
se correlacionar níveis estratigráficos dentro de faixas de dobramento é
ainda prematura a correlação entre est~s duas sequências.
O Supergrupo Minas, individualizado na borda leste da Serra do Esp~
ço, ocorre geralmente em contato tectônico ora com os metassedimentos que
constituem a Serra, ora com as unidades mais antigas. Regionalmente, mos
trá discordància estrutural e erosiva (seixos de itabiritos dobradas nõ
metaconglomerado polimítico Sopa) com o Supergrupo Espinhaço (Assis &
Marini, 1983).
Com base nos aspectos sedimento lógicos de suas formações, o supergru-
po Espinhaço pode ser subdividido em duas porções distintas, como já re-
conhecido por Dardenne (1978). O conjunto da base compreende as forma-
ções são João da"Chapada, Sopa-Brumadinho e Galho do Miguel depositadas'
em ambiente marinho, plataformal raso a litorâneo, possivelmente com por
ções permanentemente expostas a ação do vento (Dossin, ap.~~t.). A por=
ção superior, representadas pelas formações Santa Rita, Córrego do Bor-
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FIGURA 7 COIIIIELACÃO LITO-ESTIIATIOIIÁFICA NA SEIIRA 00 ES"NMAÇO - MO
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AS COLUNAS ENCONTIIAM-SE IIEPRESENTAOAS EM ESCALAS OIFEIIENTES I.
EMSII.CACOES TECTOIIICAS
. V. TO I
3.132
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASilEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984
ABSTRACT The archaean evolution of this portion of the crust happened according
rJindley (1973) rrodel, it had, a emerged continental part in the center-south of the
Minas Gerais state. Where at least five greenstone sequences are lcnowed. This area
was heated, in the Lower Archae<n (Jequié Cycle) resulting in the rerrobilization of
the sialic basement <nd incorporation of the greenstone sequences (Paramirim Craton).
The bord~}ng seas were closed in the Transamazonic Cycle, in the Lower Proterozoic
and, consequen tly, the rocks deposi ted in the seas as on the oce<nic basemen t <nd at
the nearest craton portion were folded and metarrorphosed, welding then to the shield
corresponding at the presen t days to the Af'ric<n and Sou th America con tinen ts.
Happened then a stable tectonic period disturbed in the end of the middle Protero
zoic, when this shield area was separated along the Atl<ntic;P<nafrican Mobile Belt:
begginning in the rift, a period of sedimentation. At the end of the Brazili<n Cy
cle, in the early Cambri<n, this sea was closed <nd the sedimen tary rocks as the b~
sement were folding, metarrorphosed and penetrated by granitic intrusions. The stru::.
tural pattern of this rocks reflect the crossing of Lower Proterozoic rrobile belts
with after with Upper Proterozoic age, resulting everyall Erom plate tectonics mech~
nisms. FUrther this, the rocks and the distribution of Lower Proterozoic metassedi
mentary sequences reflects the existence of geossinclyne process at that time.
3.133
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3.134
responder a sedimentos depositados em fUndo oceanico.
A disposição das diversas .formações dos grupos Canastra, são João deI Rei e Minas
delimitam a área emersa do cráton. G~andes extensÕes de quartz:Ltos (.formações Tirade:l
tes (Leonardos, 1940), Tromenta e Guapé (Machado Filho et alii, 1983) representariam
a zona neritica, esses mesmos arenitos progradam por sobre os outros sedimentos o que
evidenciaria uma .fase de regressão marinha. A sul dessa .faixa encon tramos termos mar
gosos e lentes calcárias (.formações Boa Esperança _. Mach~do Filho et alii, 1983 e B~
roso - Ebert, 1958) re.fletindo um ambiente de mar raso, como próximo a Boa Esperança.
1\u'biditos foram reconhecidos nos arredores da Carmo do Rio Claro. A norte dos areni
tos, em algumas áreas como em Desemboque 6 Caranaiba-,ocorrem gra.fi ta xistos e gra.fi ta
.filitos (formações Desemboque e Caranaiba - Machado Filho et alii, 1983), jazendo i~
diatamente sobr~ o embasamento gnáissico. Essas rochas foram interpretadas coroo tendo
sido depositadas em lagunas que possuiam ambiente redutor.
Ou tra evidência que confirma ser es te o limi te do crá ton é o aumento do grau de
deformação e do metaroor.fismoapresentados pelas rochas à medida que nos deslocamos p~
ra sul. Haraliy (198 O) através da interpretação de dados geo.fisicostambém considerou
essa .faixa coroo sendo de borda continental, e que a mesma teria se deformado no pré -
Cambriano ao so.frer a colisão de uma placa situada a sudeste. Estes metassedimentos
teriam, no minÍJID, idade transamazônica tendo em vista serem seccionados por granitos
e diques básicos que possuem essa idade.
3.135
---~ ~-
bramentos Piedade (Machado Filho et alii, 1983), como já referido, afloram granulitos
intermediários, básicos e até ácidos, derivados de rochas igneas básicas (noritos, gi:.
bros, etc), essiForigem pode ser comprovada em observações de campo, como a leste da
cidade Abre Campo e por estudos litoquimicos.
Embutidos nestas rochas encontraroos estreitos niveis de kinzigi tos e mais raram~
te quartzitos, a esse conjunto litológico deu-se o nome de Complexo Juiz de Fora e à
faixa, que se dispõem com direção norte-sul, de Faixa Juiz de Fora. Constitui-se esta
extensão para sul, do embasamento da Faixa de Dobramentos Espinhaço. D~tações efetui:.
das no Gnaisse Piedade junto' ao contato com o Complexo Juiz de Fora, em rochas geneti
camen te relacionadas às grandes falhas inversas que puseram os granuli tos desse co!!!
plexo sobre o tectoni to gnáissico Piedade, forneceram valores de 1,7 NA, ou seja, do
final do Transamazônico. As rochas do -Supergrupo Minas que já haviam se depositado
mais a oeste, foram, em decorrência desses esforços, embutidas em sinclinais recumb~
tes com aberturas voltadas para oeste. Os ambientes de sedimentação das seqtiências Ci:.
nastra, Carrancas, são João deI Rei e Minas devem ser semelhantes, tendo em vista a
identidade entre as litologias e, caracterizariam ambientes neriticos, de mar raso e
lagunar. Já o Grupo Andrelândia, o Grupo Itapira e os kinzigi tos do Complexo Juiz de
Fora corresponderiam às porções mais distais, sendo que os gnaisses e xistos alumin2.
nosos do 'Grupo Andrelândia teriam como substrato o tectoni to Piedade, e os kinzigi
tos, .os metabasi tos do próprio complexo.
As datações radiométricas disponiveis das rochas da Faixa Juiz de Fora não nos
permitem definir de modo claro a idade primária das mesmas, mas valores de idade de
2,7 BA com razão iniciallTlLtitoelevada (0,715) mostram que essas seriam mais antigas
tendo so.frido retrabalhamento a essa época. Isócrona com 2,0 BA também foi obtida, de
monstrando a atuação do evento transamazônico. Ao final desse ciclo (1,7 BA), a faix;
Juiz de Fora foi jogada por sobre a Faixa de Dobramentos Piedade, deformando-a e
~
butindo no seio dos granulitos básicos do Complexo Juiz de Fora as grauvacas e folh~
lhos, hoje kinzigi tos, cronocorrelatos aos granada-ciani ta e/ou sillimani ta-bioti ta
lep tino li tos do Grupo Andrelândia.
3.136
cia de itabiritos, extremamente raros nas outras seqttências. Essa dissimilaridade nos
parece provocada por um Jrotivo J'I'Ulito
especial, qual seja, a presençá, em alguns po~
tos, de um embasamento de rochas metabásicas e metaultrabásicas com corpos de magn!:,
tititos (greenstone beIt) , caso do Supergrupo Rio das Velhas e dos grupos Fortaleza
de Minas (Machado Filho et alii, 1983) e Piti.i(Machado Filho et alii, 1983). Ora, c2.
mo se depreende das suas rochas, o clima e o relevo existentes à época da deposição
dos areni tos costeiros dos grupos correlatos ao Supergrupo Minas formariam um ambi~
te J'I'Uli
to estável, sem variações abrÚptas de parâmetros como, lençol freático, veloci
dade das correntes, etc, o que permitiria qua o.s arenitos que estivessem depositados
sobre rochas das seq/iências vulcano-sedimen tares acima citadas, todas J'I'Uli
to ricas em
.ferro, .fossem imprenados por hidrÓxidos desse eIemen to, lixivi ados daquelas rochas.
Posteriormente, metaJrorfisJlO dinâmico poderia imprimir a laminação caracteristica dos
i tabiri tos. Ou ainda, que as condições particulares reinan tes p~ tissem que o mesJro
fosse solubilizado e.'IIquan tidades su.f'icien tes e depois precipitado ri tmicamen te com
carbonatos ou silica. A hipótese acima sugerida é corroborada na serra da Pimenta o~
de os metarenitos da Formação Tromenta (Grupo canastra) que se sobrepõem ao Grupo
Piti.i aprese."ltam,e.'J1
, alguns pontos, niveis
. e.'II
, que sua matriz
f é
. hematitica.Chama aten
-
- tambem, o .fato de que apenas no Quadrilatero FerI"l.fero, sobre o greenstone
çao beIt
do Rio das Velhas, e, em Fortaleza de Minas e piüi, sobre os respectivos greenstones,
ocorram itabiritos atribuiveis à "Série Mi."las".Deve-se chamar a atenção que os catai
tabiritos associados a magnetititos e a rochas básicas e uItrabásicas ~istentes pr~
cipalmente a oeste do Quadrilátero Ferrifero, na região cratônica, são, sem dÚvida,
restos de seqtiências greenstones embutidos no embasamento granito-gnáissico, reIaci2.
náveis por conseguinte, ao Supergru.po Rio das Velhas.
:1.137
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ANAIS DO. XXXIII Co.NGRESSo. BRASILEIRO. DE GEo.Lo.GIA, RIO. DE JANEIRO., 1984
1. ABSTRACI'
3.143
-----
__n_._
ta, 1981; 110 prelo) que, predominanterrente ccrrposta por ectinitos do Supergrupo Poron
90s, faz.contatos a leste, através de fa.lhanentos, cem o Maciço Pelotas (Jost, 1981';
Jost & Hartrnann, cem. escrita, 1981), quase que tota.lIrente sustentado por rochas do
Conplero Canguçu (Horbach et. alo, 1984), uma \midade petrotectõnica de intr:iJ1cado
arranjo que, à rrcda de um arco magmático (Ribeiro & Fantinel, 1978;Fra9Oso-César,1980;
Jost & Bitencourt, 1980; Jost, 1981; Jost & Hartrnann, cem. escrita, 1981; no prelo;Fra
goso-César; Wernick; Soliani Jtmior, 1982a; 1982b), engloba principaJJrente gnaisses-;
rnigrnatitos e granitóides de carp:>sição diorítica a grarodiorítica cem proeminente qui
rni.srrccalcoalcalino. -
SUlxlividido nos Blocos Encruzilhada do SUl e I:bm Felicianc (Jost & Hartrnann, corno
escrita 1981; no prelo) por apresentar, 110 primeiro, rochas de provável idade pré-bra
siliana (Anortosito Capivarita, p. ex.); o Maciço Pelotas era até pouco tercp:J atráS
considerado CCI!Ddestituído de rochas portadoras de um grau n-etanDrfico superior à fa
cies anfibolito do n-etancrfi.sm:> regional. -
Entretanto, durante os trabaJ..h::>s de canp:> levados a temo pela equipe do Projeto
RADAMBRASILnos datlÍnios deste Maciço, foram localizadas três áreas de ocorrência de
rochas granulíticas, o presente trabaJ..h::> objetivando a discussão das características
gerais e eventuais ~licaçÕes geotectõnicas dessas ocorrências enquanto que outro tra
balOO (~reira & Marilron; 1984), também em apresentação neste Congresso, ocupar-se-a
em maior detalhe da petrografia e litoquírnica destas rochas.
3. DESCRIÇÃOD1\S CCO~IAS
3.144
.
Contorne Pires, M::>reira e Marilrcn (1982) e Horbach et alo (1984), a hornblenda
presente nestas rochas é de origem ret.ratetarrórfica, ligada a um metaIrcrfisno poster,!
or, de facies anf:iliolito, cem migmatizaçâo associada. A paragênese mais ccmum,por issq.
é hiperstâni.o + di.opsídio + plagi.oclásio :!: h:>rnblenda. e, pelos dados levantados pelos
supracitados autores, as litologias ora descritas alcançaram a facies piroxênio-gran!!.
lito, subfacies ortopiroxênio-plagi.oclásio, segundo De waard (1965 apoo. pires;M::>reira;
Marilrcn,1982).
Fi.na.1mente, c:x:rrpondo uma terceira área de ocorrências, cem características talvez
distintas daquelas até aqui descritas, na região das cabeceiras do Arroio Santa Fé, a
oordeste de Pinheiro Machado (fig. 5), encontFararn-se inúmeros afloramantos, distantes
uns dos outros, de rochas ora maciças, ora foliadas, de cor verde-escuro a cinza-escu
ro, gabro-noriticas que, ao microsaSpio (Pires; M::>reira; 1982; Horbach et al., 1984;~
reira & Marilrcn; 1984), ora exibem urna textura graroblástica cem pontos tríplices, ti
picamante netarrórfica, ora IICstram texturas sugestivas de lento assentanento gravitã
cional dos cristais, com formação de ortocumulados (anfi1:x5lio envolvendo porquiliticã
rente plagi.oclásio, opacos e piroxênio) e cem ripas de plagi.oclásio subparalelamante
orientadas.
Pelo caráter esparso dos afloramantos e dos dados de camp;:>, considerando as ca
racteristicas petrográficas acilta descritas e a abundante presença de olivina em algÜ
IraS ancstras, não se conseguiram alinhar elenentos conclusivos que permitissem vincÜ
lar estas ocorrências quer a um netaIrcrfisnc regional na facies granulito, quer a um
CCIIplexo estratiforne de historia de cristalização cem diferenciação gradativa ou, tal
vez, a aml:os.
4. GEXXX:INOL(X;IA
Tendo em vista o fato de que não se dispSe, ainda, de dados geoc:ronológicos irre
futáveis em relação às rochas granulíticas aqui descritas, podem-se apenas estabelecer
algumas ilaçÕes quanto às suas prováVeis idades e, por consequinte, quanto ao seu si,S[
nificado dentro do contexto evolutivo do Maciço Pelotas.
Numa prilreira aproximacão, poder-se-ia admitir uma idade Brasiliana para estas li
tologias representando elas, então, frações residuais de anatexi.a, anidras, de ocorrêil
cia muitas vezes superposta à facies anf:iliolito nas raizes de cinturões m5veis (FyfeT
Price; Thonpson, 1978; Best, 1982).
3.145
~
' '" -
Par outro lado, observando-se o tipo de jaz.ilrento dessas rochas granulíticas,caro
grandes restitos, seu retrometaIrorfisrro à fd:Jies anfilx>lito e o padrão geocronológico
geral do Corrplexc Canguçu, sugestivo de uma origem policíclica para o rresrrc, poder-se-
ia aventar uma idade pré-brasiliana para essas litologias.
Seguindo-se esta linha de raciocínio, encontrariam ~licação, por retra.baTharren
to, as idades de 939 e 750 m.a. detectadas no Carplexc Canguçu que, no Bloco EncruzI
lhada do Sul, contata de rrcdo concordante com o Anortosito Capivarita, de idade ate
agora indefinida porém de tipologia (maciça) de ocorrência dominante ao redor dos
1.100 m.a. .
Confirmada uma idade pré-brasiliana para as rochas granulíticas em questão e o
Anortosito Capivarita, ter-se-iam evidências de uma extensão para leste do emba.sanento
siálico do Cinturão M5ve~ D::m Feliciano, até agora conhecido apenas na Faixa de Dobra
rrentos Tijucas, na antiforrre das Encantadas, onde os gnaisses Encantadas (Carplexc Caiii
baí), de idade mínima Transamazônica, constituem o embasarrento do Grupo Cerro dos Mã"
deiras (Jost & Bitencourt, 1980) do 8tJ.I:ergrupo Parengos, tido caro de evolução brasI
liana.
Finalrrente, se estabelecido o caráter policíclico e o desenvolvimento em grande
parte ensiálico das rochas constituintes do Maciço Pelotas, surgiriam também restri
ções em relação aos mXielos evolutivos desenvolvidos para o Cinturão M5vel Dom Feliciã
no por Jost & Bitencourt (1980), Jost (1981) e Fragoso-eésar, Wernick e Soliani Junior
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3.147
--
00. .~'
PIIOVINCIA COSTEIIIA
r:.:.: J
PIIOVIÍ«:IA PARANÁ
PIIOVíNCIA MANT1QUE1RA
[Z::3
" " .'
" .
8'«0 sao Gobtitl
11"00'
FiO. :1- Subprovi'lcils ledonoestruturais camponenle$ da Prov(ncia Mantiqueira na cno doEscuda Sul-rio-grandeme
(Baseada em Josl a Hartrnal'l/, com ncrlta.1981)
31-'0'
""'00'
o
I
3.148
CENOZOICO
~
AIwiõ.. atuais e subatuais
MESOZÓICO
TRIÁSSICO
FORMAçAo ROSÁRIO DO SUl.
ITRrs I
Arenltos ,sUtttos e lamitos vermelhos, continentais
I pE:rml
Rltmims e orenltos orcosionos com 0-
camomerro 9rodaclalOI. ConoJomeradol
poIinitlcos
COMPLE XO GRANíllCO
ENCRUZIlHADA DO SlL(~m.a.)
~
GroniIÓidlls porfir'obkJ8tIcos medianos a
9fOs88roseoronltos s.s. equloranulol"es
cinza o róseos
QUARTZO MONZONITO
CAMPtNAS ( 770 m. 0.)
I pE:'fp I
Qucrtto monzoni1o o gronodorito lqUiQronular o porflrltlco, com oluldonte oroleenizDçÕC1 Mln...ollzoÇÕ8s de Sn
SUPERGRUPO PORONGOS f
INDIVlSO COMPLEXO CERRO DA AfMJRE
Rochas meta-.dmentlt..
EJ e lTI8tJv\micos Associoção
I
de"noppe'
pE:poc
IpE: poo I p€pom
COMPLEXO CANGUÇU
L~~L':f_L~c
r-pE:c
I I
I
Gnoi_ intermediáios, miomotttos de poIeouams <Iorittc:oso aIflbolttcos, 91'Onitóldel compressionois por.
flroblo8ttcos. Núcleos OnnJIftcos(OI) . CotocJos..oranito equioranulor grosseiro, róseo (t f.oranilÓlde Cerro
Frio). Cotaclose -ororitdide o mu!I:OIiIc 8/ ou l~moli1o (t c - Gronitolde Cordilheira)
r-'"
.......:
Contato Iltoe stroti9róflco .- A floromento rochoso
Contato IIlolo"glco Sn - Cossiterlla
/" --:-
Folha ou fraturo 01 - Granuli to
qz - Quartzo
Zona de catoclose
"'''y Atllude de Qcomomento
/ A1Itude de folioção ~Drenagem
~Minoem atividade
~MIno desollvodo
----- Rodovia pavimentado
Estrado mocodomizodo
3.149
--~
--,"- --
o 2,S
, Skm
I I
Fig. : 4 - Esboço da g8aloQia dos arredores da ocorrência de rochas gronullticas do Arroio das
Pedras..
o 2,S Skm
I I
3.150
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1~84
F.R.M. Pires
N. Palermo
M.N.G. Sarei'
Departamento de Geologia - Universidade Federal do Rio de Janeiro
AB5TRACT
The 1itho-stratigraphic successions which comprehends the Gan-
dare1a Formation and the base units of the Piracicaba Group have been
re-defined as we11 as a detailed structural analysis is presented. The
Gandarela Formation includes in the bottom, chlorite schists,bilc~,
with lenses of dolomit~ magnetitic iron formation and Mn-oxide horizons,
grading upward into sericite-chlorite schist. The top unit consists of
magnetite-sericite schists with thin lenses of white and reddish cherty
quartzites, and metabasite and chlorite schist concordant bodies. A
graywacke associated with graphite schist mark the base of this se-
quence. 'lheBI'-horizon(topaz-bearing wad) , chloritoid quartzite and "chlor
ritoidite" (Quilombo unit), thin dolomite lenses and few talc schist bod .
ies have been found at the topmost parto Cercadinho Formation corre~
~d to black ferruginous quartzite, greyish quartzite interbedded with
silver (kyanite) serieite schist, and sparse graphitie and chloritie
sehists. Fecho do Funil Formation encireles a thick sequence of massive
or 1aminated dark grey phyllite with "reduction spots" interpreted as
turbidites, with dolomite 1enses, blaek and white chert and Mn-oxide im-
pregnations. 5trueture analysis allowed the eharaeterization of three
deformational phases: Dl-phase marked by a slate eleavage, usually pa-
rallel to 50 - eompositional phase, weak Ll- mineral lineation with pre-
ferential orientation parallel to 90-1000 plunges 5-250 due to topaz mi
cro-prisms, museovite flakes orientation: this phase has formed reeum=
bent isoeline and intrafolial folds. D2-phase emphasized the earlier
formed 5 -
surfaees, thus determining the well marked 52 planes. L2 - mi -
neral, erenulation and intersection lineation with prefered orientation
95-1350 with gentle plunges due to museovite, kyanite, magnetite is pa-
rallel to F2-fold axes. Quartz rods, fold mullion, peneil structure
have been developed upon D2-phase. D3-phase, whieh was formed in a
brittle stage, generated a strong steep dip 53-crenulation eleavage,L3
- erenulation lineation with prefered orientations
between 100 and 300.
180-2100 with p1unges
Box fo1d, ehevron and kink-bands mark this phase.
~gly the amplitude of Fl- and F2-folds become tighter eloser to the
Bação Complex border. Prograde 10w-grade greensehist metamorphic fa-
eies generated quartz, muscovite, serieite, chlorite, ehloritoid, kyan~
ite,topaz, magnetite and hematite whieh have been restrieted to the 52-
surfaces. A superimposed, perhaps retrograde metamorphism,late to post
-teetonie in relation to D3-phase is responsible for the erystallization
of muscovite, ehloritoid, pyrophyllite and possibly minute tourmaline.
Apparently the prograde metamorphism, formed in a oxidant eonditions,is
intimately related with the formation of the topaz-kaolinite-museovite-
-quartz-hematite veins, reerystallization of mieaceous hematite and per
haps affeeted the sulfide deposits. -
.
INTRODUÇÃO
Trabalhos anteriores sobre a teetôniea do Quadrilátero Ferrí-
fero tem demonstrado divergentes pontos de vista em relação ao estilo,
3.151
---~ ~'-
-"---
3.152
ções de magnetita,clorita, xisto verde, cloritito e talco-xisto que jazem sobre ita
biritos da Foma.ção eauê em contato gradacional. Na sequência de xistos verdes ocor-=
rem lentes de dolanito de oor branca, cinzenta e veDne.lhacan estrutura bandeada, maci
ça e ocasionallrentebrechiada com lâminas silic:osas convertidas em taloo. Contém venu
lações de calcita, quartzo e sulfetos e raras de fluorita e barita, além de magnetitã
e hematita disseminadasna matriz. O risto verde, com granulação fina e textura haro-
gênea, é carrp:>sto
de clorita e octaedros de magnetita milimétrica que nnlitasvezes for
rnam o S-plano CXI1p:)sicionalque ooincide, gera1ltente, can a foliação principal. O clO=
rititoé carrp:>stounicamente de clorita,talooe magnetita,com finas lentículas de
chert recristalizado.O talco-xisto,que forma 001:pJssubordinados,contém quase exclu
sivaIreIlte taloo e magnetita. O paoote de xisto-verde gradaciona para um ItUSCOVita-se
ricita-xisto de granulação finíss:ine., de ooloração_branca a amarela, quase senpre alte-
rado, can poeira de Fe-óxioos, raras lentes de chert e níveis de Mn-ód.dos e Fe~oos:.
O !I1JSCX)'I.-ita-sericita-xisto, que se altera em ooloração variegada, cinza a veDre1ho con
têm delgados níveis argilosos de ooloração branca cem delicadas agulhas milimétrica.S
de topázio. Os horizontes de Mn~dos são descontínuos, tân espessura de cent.ÍIretros
até 3 m, apresentam-se em forma de um wad terroso e friável oc:mzonas OOtrioidais re-
nos friáveis a mais ccmpactas. Granzon é encontrado, constantenente, no solo. A forma
ção ferrÍfera, de espessura reduzida, até no máx:ilro 1 m, encontra-se por vezes associã
da a formação manganesÍfera e ooorre oc:m estrutura c:arpacta bandeada com incrustações
de magnetita parcia1lrente rrartitizada em cristais mililrétrioos ("magnetiti to") ou
forma oo1:pJs rrenores dehematita c:arpacta ou Inicicea. Finarrente intercalados ooorrem
níveis de material duro, silicificado de ooloração arroxeada, microbrechiado oc:m peqll§!
nos fragnentos e lentículas de chert branoo. A formação ferrÍfera encontra-se associã
da algumas vezes à zonas de brecha cem hematita especular formando o cirrento. -
Na unidade superior da Foma.ção Gandarela predaninam sericita-xistos cem
horizontes de quartzitos, oo1:pJs conoordantes de retabasito caolinizado, finas interca
lações de xisto verde e, p:rÕx:im::>à base, vários níveis delgados de grauvaca e xistõ
preto variegado. A grauvaca apresenta granulação fina a nédia, ooloração escura e
fragnentos líticos, subnilimétrioos, em matriz argilosa, e tem espessura inferior a 1 m.
Ac:ine. da sequência de grauvacas encontram-se intercalações de quartzitos ilIpuros de
granulação grosseira a fina, micáceo, de ooloração branca ou rosa, em banoos de espes-
sura, em geral, de 1 m a 2 m, cem textura bandeada ou laminada. Sericita-nuscovita-
-xisto de ooloração cinza ooorre intercalado nos banoos de quartzito, contendo lentes
irregulares, subccnoordantes de quartzo leitoso, manchado de venre1ho e castanho, I!US-
covita, cianita e pirofilita. SUperpõem-se ao conjunto um paoote de magnetita-serici
ta-xisto, com textura hatcgênea e fina, de ooloração cinzenta c::x:mJI'[eI1te can micro-pris
mas de topãzio, lentículas milimétricas a centimétricas de quartzo leitoso averme1.hadõ.
Catposiciona1lnente apresenta sericita (70-90%), quartzo (10-25%), magnetita (5%), topá
zio e cianita ocasional. Apresenta-se, na maioria das vezes, bastante alterado cáTi
cor avenre1hada, devido à oxidação hidrotenral da magnetita em ~idos hidratados.
Gradativamente, em direção ao topo o magnetita-sericita-xisto torna-se mais alterado,
ooorrendo sensível aunento na intensidade da oor aveDne.lhada, redução da presença de
magnetita fresca cem consequente aunento da quantidade de rroldes,e diminuição geral
da granulanetria e desaparecirrentogradual da textura. J1.mto ao topo do paoote de se-
ricita-xistoooorrem delgados níveis métrioos de sericita-xistocaulínioo cem magneti-
ta e rroldes desta em octaedros bem formados e desenvolvidos. A caulinita forma lentí-
culas milimétricas que estão estiradas e exibem microdobras deformadas em sigm5ides,
enfatizando a foliação principal da rocha. Em direção ao topo da 1.midade, o magnetita
-sericita-risto contém delgadas lâminas Inicroconglareráticas, com grãos bem arredonda=
dos de quartzo de cli.âmetroem to:rno de 1 a 2 nIn. Imediatamente ac:ine. ou intercala-
do can o sericita-xisto caulínioo ooorre contínuo e persistente horizonte de BT (abre-
viação de "Brown Terrena" de Olsen, 1971) can espessuras, em geral, entre 1 e 2 m, mas
podendo atingir até 10 m de espessura. O horizonte BT constitui um wad argiloso, cas-
tanho escuro a negro, exibindo ora fraoos vestígios de estrutura, ora bandeanento típi
00, estando senpre alterado, ccrrq;:osto de matriz ilrpregnada de õxidos de manganês e fer
ro de granulanetria de argila, lâminas e venulações de caulinita, concentrações irregÜ
lares de quartzo "que:ine.do". de coloração querozene e cristais bem formados de quartzõ
(IIUJrion), topãzio, euclásio, nnlito raro berilo, hematita especular, nuscovita, clorita
e pirita subordinada.
Igualrrente na zona do topo da 1.midade ooorre contínuo nível de cloritóide-
-quartzito de oor verde maciçoe bem duro e resistente, horrogêneo, de textura fina
equigranular, às vezes bandeado ou laminado. Em nenhuna coluna estratigráfica ante-
rior, esta rocha foi individualizada. Devido ao fato de ser camada can característi-
cas particulares, foi distinguida neste trabalho, sendo denaninada de Horizonte Quilom
00. A rocha apresenta una capa de alteração verrrelha cem "olhinhos" de quartzo preser
vados e milonitizados. Aparece também finarrente 1aminado de cor verde clara e escurã
e honcgênea de ror arroxeada cem fenoblastos de c10ritóide. O principal horizonte da
3.153
~
---
roPWlÇh) CERCADnH>
capeando a Forrcação Gandarela existe uma sequência de quartzitos ferrugino
sos, negros, cinza a branco, com rcatriz hematitica em lentes e bancos delgados, int:er=
calaoos em sericita-xisto prateado can 00 sem cianita em finas lâminas, bandas e em
rcaiores pacotes individuais. A esse conjunto Parerene (1958) deu o ncrre de Forrcação
Cercadinho, forrcando a base do Grupo Piracicaba. Pequenos corpos de xisto verde podem
ser encontrados interdigitados na sequência. Frequentemente o contacto inferior da
unidade se faz de ra::Jào brusco, onde o quartzito ferruginoso sobrejaz diretanente a do-
lomitos, e ootras litologias da sucessão Gandarela.
A este da Mina do Capão (Neves, 1983) a zona de contato com o sericita-xis
to Gandarela se faz através de inúineras lentes nÉtricas de quartzitos ferruginosos e
brancos dentro do sericitaxisto. Para a parte superior predatúnam quartzitos que pas-
sam gradativamente a conter níveis e lentes conglaneráticas a até zonas congloneráti-
cas petrcmiticas espessas, contenà:> seixos fortenente variegados e até de granodiorito
gnaisse fresco! Esses conglarerados tem sido descritos caro poligênicos e pertencen-
tes a Forrcação Sabará (Gair, 1958).
Na re;ião prÕxiJIa a "Barraginha" e ''Mina do Capão" ocorrem níveis do con-
glonerado petromíctico can seíJa:>s de quartzito, quartzo e xisto fortenente estirados
segundo elongação maior can orientação paralela a L2-W..neral.
. O contato que o pacote de quartzitos ferruginosos faz can a Forrcação Fecho
F\mil são marcados can o aparecimento de filito cinza escuro can "reductian spots", ou
filito cinza can frequentes finas lâminas silticas cor cinza claro, ou lâminas verdes.
A granularetria dos quartzitos varia desde grosseira, podendo constituir
microconglonerados com pequenos seixos achatados de quartzito ou chert venne1ho com
até 7 nm de catprimento, até fina, quando a fração sericita aunenta sensivelItente. Os
quartzitos geralnEnte encontram-se friáveis, e ocasionaJ..1Tente fonrarn bancos duros de
re;ular resistência e boa continuidade, chegando a forrcar pequenas cristas. Octaedros
de rcagnetita por vezes são encontrados, bem caro :ilrpre;naçães e manchas de Mn-óxidos.
Em zonas de rcaior defornaçâo a rratriz ferruginosa, geralnEnte de granulação finissiIra.,
passa a rraterial herratitico, CXI'Ip!cto e duro ou micáceo, provave1.mante resultante de
recristalizac;ão, esforço num PrOCesso de segregação e cx:rninuição oos grãos de quartzo;
alguns grãos de quartzo frequentemente ainda podem ser observados na hematita, parcial
nente esmagados 00 neSIID achatados entre lâminas e bandas hematiticas. Em algumas si=
tuações o quartzito, devioo ao aumento da espessura e frequência das bandas ferrugino-
sas e quartzosas individuais adquire textura aparente de um itabirito (práxinD a esta-
ção de Topázios). De outro ncdo, pode cx:orrer tênue bandeanento ou laminação dada pela
alternância de coloraçães branca ou cinzenta devido a disseminação de hematita. Em al
guns aflorarrentos o quartzito ferruginoso possue octaedros m:iliI!étricos de rcagnetita e
mais raranente pode conter abundantes zonas com pirita bem cristalizada (Bela Vista,
Trino e próxi.no a Fazenda 00 Alecrim), aparentemente concentradas junto a base da uni-
dade. Em ootras zonas, por exarplo, próxi.no a cabeceira do CÓrre;ro Holandesa o pacote
quartzítico apresenta inúmeras intercalaçães de cloritóide-quartzito, filito prateado,
sericita-xisto em quartzitos negros, brancos e róseos; o sericita-xisto nessas zonas
pode apresentar agulhinhas de topázio. Magnetita-taleo-<=lorita-xisto podem estar in-
tercalados no conjunto (Fig. 2).
3.154
duro cem aspecto de ardósia ou anDlecido pelo intettperisno, apresentando "reducticn
spots" centilrétrioos cem o e:ixo-x orientado segundo Ll ou ~. De outro trodo, pode fOE
mar estratificação marcada pela alternância de bandas ou lâminas de ooloração verde
claro, cinza claro ou branco intercaladas em lâminas cinza escuro; as lâminas claras
podem ser constituídas de material de granulemetria de silte (neta-siltito?). As es-
pessuras máximas das bandas claras oorrespondem a 2 ou 3 em, podendo-se observar aí
cem relativa frequência rnicro-estratificacãO cruzada, aC1.Jl'1h.anentos bruscos nos leitos
síltioos, rnicro-dobras caóticas, intrafoliais devido a "slurrp" e rnicro-"gradedbedding':
Nos paootes, de filito cinza maciço ocasionaIrente fOdém ser encontrados caoos e frag-
mentos angulosos a sub-angulosos de neta-siltito dispostos i.rregul.aI:'nete.
As estruturas ,encontradas nos fil~tos cinza são similares às encontradas
nos paootes dê turbiditos, dada pela alteI:nância de paootes de laminitos e ritmitos
cem estruturas de "slurrp" e paootes de filito ou argilito maciço cem fragnentos angulo
sos, intrafomacianais produzidos durante desncronamentos e deslizanentos sub-aqoosos:-
Geralmente o filito cinza, quando alterado produz mmchas de Mn-<Dddos no solo forman-
do granzon. Lentes dolcrnrticas, ocasicnalmente cem estrc:m:ltolitos (Pedreira do CunDi;
Darderme e Rccha Catrpos, 1975) foram eno::ntrados no interior do paoote de filito cinza.
A ooloracão do filito cinza é dada pela presença de Fe-óxidos finamente disseminados,
Mn~idos em nenor quantidade e IlUito rararrente material grafitoso. Ocasionais lâmi-
nas ricas em pirita podem ooorrer tanto no filito quanto nos dolornitos. Bancos de fi-
lito amarelo, raros podem estar intercalados no filito cinza. Em certas zonas, o paco
te da Fornação Cercadinho parece estar ausente e nesses casos o Filito Cinza está de='
posi tado diretamente sobre o horizonte BT ou o nível de "cloritoiditos" da Unidade
Quilanbo. O contato entre o pacote de filito cinza e a Fornação Cercadinho pode ser
gradacional, o IteSltO ooorrendo cem relacão ao contato Ganda.rela-Filito Cinza.
Nas proximidades da estação, de Dan 130500 ooorrem indigitados no filito cin
za, lentes delgadas de quartzito branoo, e níveis concordantes de netabasito alteradÕ
e taloo-clorita xisto. Nas prox.imi.dades da Pedreira do Cunbi senell1ante conjunto é en
contrado. Delgados níveis de chert branco e negro são encontrados esporadicamente 00
paoote de filito cinza, aparent:.arente mais frequentes em direção ao topo da unidade,
ao sul de Ibdrigo Silva (Fig. 2).
ANÁLISE ESTRUTURAL
A carplexidade estrutural da área tem levado os diversos estudiosos a in-
terpretacões diferentes, caro é diferente a apresentada ababa:>. A assiIIetria das d0-
bras nesoscópicas, até as microdobras e crenulações bem cem:> estratigrafia já estabele
cida nos trabalhos anteriores serviram caro supOrte bãsioo na delineação da estrutura:-
John.son (1962) interpretou a estrutUra de dobras de Dan Bosco caro gerada por forças
~ssivas de sentido norte ou sul', a~ ou logo sucedidas por forças proce-
dentes de este ou sudeste que fomaram fallias de €!IplXTão arcua.das para norte ou nor-
deste. Dorr (1969) subdividiu estrutUralmente o Sinclinal Dan 130500 em duas partes,
sendo a parte este caracterizada por tma série. de falhas de enpJ.rrão em ara:> e de ras
gamento, e a parte oeste, CI1de as falhas de rasganento são mais :inp:>rtantes. Na par::
te este a sequência de falhas de E!Ip.1rrão, que sucederam ao dobramento formariam tma
estrutura imbricada can sentido dos €!lTplr'rÕes de este para oeste.
A oorrplexidade estrutural da região, refletida pelas inúneras repetições
de horizontes, super:in'Jt:osição de dobramentos em escala nesoscápica, diferentes padrões
de dobras e intersecção de lineações e pode e deve ser interpretada pelas três fases
defonnacionais que atuaram. Essas três fases, aqui denominadas Dl, D2 e D3 aparente-
mente foram originadas segundo um processo evolutivo ooerente cem variações no estado,
CClTp:)rtamento necânioo das rochas do S\Jpergrupo Minas, intensidade e sentido dos esfor
ços. As feições estruturais planares nesoscépicas mais marcantes da área estão repre::-
sentadas
constitue
pelo 50- acamanento original,
forte xistosidade ou foliação
-
Sl plano de cli vagem ardosiana,
penetrativa, S3 -plano
S2 plano-
que foma tma marcante
que
3.155
-"---
--
sente, onde praticamente não se encontram chan1eiras, apenas flancos; nessa região bou
dinage, ratpilrento dos estratos itabiríticos e quartzíticos, acentuado afinanento das
camadas por tectônica e espessarrento de zonas filíticas ou xistosas ocor:-.çm frequente-
rrente. A medida que rumanDS para sul afastando-se do !)em:) de Bação, algumas chan1ei-
ras surgem. Nessa área os So- e Sl-planos são paralelos e IrergUlham para sul e sudes
te, a Ll-l.ineação apresenta direções preferenciais entre 700 e 900 com cailrentos 00
50 a 250 (Fig. 4). A fraca Ll-lineação mineral é dada pelos rnicro-agregados de mine-
rais opacos, principalmente magnetita finanente disseminada nos xistos, sericita e rni-
cro-prismas e "agulhinhas" de topázio.
Pocle-se observar que na parte norte da área, junto ao !)em:) do Bação os S1.-
planos axiais das dobras F encontram-se aproximadarrente subverticais tendendo a nergu
lhos suaves, adquirindo 1
vergência recurribente para sul, CCI!Dpor exercplo ao longo da li
nha de EFVMno trecho entre o Viaduto do FlJnil e o Mxro da Mata. O redobranento das
dobras Fl na região de predominância de xistos e quartzitos Cercadinho durante a D2-de
fODnação resultou em estruturas de superposição e até obliteração total de Fl-dobras
em zonas de maior esforço (Fig. 3 ). Aparentert1:!nte predani.nou um COI!pOrtanento dúctil
nessa fase e a relativa escassez de níveis quartzosos nos xistos com topázio resultou
numa fraca orientação preferencial dos rnicro-prismas de topãzio.
FASE D2-DEroRMAÇ1\D
3.156
corroI:orada pela assiItetria das :H3.obras nos sigm5i.des, derx>tando um sentido d.i.alretral
mente oposto do indicado nos trabalhos prévios (Doa, 1969, Barbosa, 1961 e 1968). Õ
padrão de defcmração defIDido pelas últimas fases de defo:cnação produziu um efeito de
estrutura an "danos e bacias" confb:rne o tipo 1 (Ramsay, 1967) já encontrado an outras
partes do Quadrilátero Fexrífero. :e interessante observar que os veios de quartzo 1e.!,
toso que seguem os S3-Planos estão, via de regra, desprovidos de quaisquer mineraliza-
cães, I!ESItO I!I.1SCOVita, cao1IDita ou henatita.
3.157
--
--
CONCLUSOES
1) Os sedimentos da Fornação Gandarela e pelo nenos da base do Grupo Pira-
cicaba foram depositados num ambiente orogênico, c:x::mfrequentes perturbações do assoa-
Tho oceânico, desm::>ronamentos sub-.aquosos, irregularidades acentuadas no fundo, cem
trechos com profundidades variáveis que resultaram na variedade do caráter CCI!pOsicio-
nal e granulanétrico dos sedi.mentos e na sua grande alternância. .. Possíveis intercala-
ções de lavas e sills básicos e até ácidos derrcnstram o ambiente :instável e relativa
ausência de espesso ernbasanento siálico. na zona de sedimentação.
2) A coloração cinza escuro, a presença ocasional de pirita e grafita e
mais frequente de reagnetita na maior parte dos sedilTentos Gandarela e Piracicaba suge-
rem condições redutoras a fracam:mte redutoras durante a sedimentação, possi velIDznte
de bacias restritas 00 águas profundas. .A presença de quartzitos com grãos com bem
arredondanento, e estratificação cruzada, presença de lentes de dolanitos estrc:ma.tolí-
ticos pode nostrar locais variações de sedi.mentação para ambientes de reaior energia,
talvez condições nais próx:iInas a. fonte ou deposição mais tranquila com elevada concen-.
tração de sais de Ca e Mg propiciando o desenvolvilrento de esteiras algais. Locais
concentrações de chert podem :indicar relativarrente elevada aCUIlUlação de sílica por
evaporação; contaminada por natéria orgânica em putrefação (chert negro) em lagos ra-
sos instalados sobre aparelhos vulcânicos com dolanitos depositados sarelhantes aos
"volcanic lakes" (Button, 1972),
3] A sucessão Itabiritos Cauê, sedi.mentos e lavas Gandarela, quartzitos e
xistos Cercadinho e turbiditos Fecho do Funil com lavas :intercaladas pode :indicar tran
sição de sedi.mentação química para ambiente vulcanogênico c:an deposição em regime :ms::
tável e pred:::m1ínio de naterial argilo-arenoso até grosseiro.
4] Calo resuno do quadro estrutUral, tem-se a influência da ascenção do Do
no de Bação na determinação das estrutUras encontradas, caro consequência da evoluçãõ
tectônica do Quadrilátero. Ferrífero. Durante 01' . na corrpressão inicial de sentido N-S
provocada pelo Bação fonraram-se dobras can eixos, lineações e planos axiais ortogo-
nais ao I!D'Jimento,. oos sedimentos proterozóicos, Can a evolução da defonração para a
fase
D2' quando as rochas já estavam can acentuado enpacotaItento, o espaço físico para
. geração de novas dobras era insuficiente ocorrendo então ligeira rotação das resultan-
tes da deforna.ção c:an os eixos caindo para sudeste e o sentido de transporte do nate-
rial (vergência) para oordeste, em direção a zonas de nenor COIIpressão. Isso explica
o angulo de 30-350 que os 52-Planos axiais e eixos F2 (gera.lnente paralelos a 50-pl~
nos) fazem can a direção da Serra do OUro Preto. Os planos axiais
52' dobras e linea-
ções relativas a 02 resultaram em posição ortogonal a conpressão superi:rtp:>sta às es~
turas 01' Durante a fase 03' com as rochas num estado nais rúptil e grau bem naior
de enpacotanento devido as fases 01 e °2, ocorreram rnicrofissuranentos paralelos as di
reçÕes dos esforços, forte clivagem de fratura e crenulações com persistente vergênci'ã
para este; devido ao insuficiente espaço físico para novas dobras, ocorreu nova rota-
ção desta vez c:an os planos axiais, lineacão de crenulação e dobras c:an eixos N5 e ver
gência para este, oovcurente em direção a zonas de nenor oonpressão, "fugindo" da massa
rígida do Carplexo Bação. As figuras 6 e 7 reS1.1IreI!la evolução estrutural.
5] A cristalização e recristalização mineral pode ser acatpanhada de acor-
do corn as fases de deforrcação. Durante a fase 01' com terrperaturas netam5rficas ainda
baixas foram aparentemente desenvolvidas rnica branca phengítica, quartzo, rnicro-pris
mas de topázio e talvez reagnetita. A fase O~ marcou o desenvolvimento sincinemático dãS
paragêneses netam5rficas em grau baixo do facies xisto verde, corn a fornação de serici
ta-rnuscovita, clorita, quartzo, cianita, cloritóide, hematita rnicácea e forrcação pr~
02 da maioria dos veios rn:ineralizados. O evento tardi ou pós-03 determinou a cristali
zação de ItUSCOVita, cloritóide, pirofilita (turmali.na?) crescendo sobre as texturas
pretéritas .
6] Em teDros de Geologia Econômica, os depósitos de topázio imperial do
Distrito de Ouro Preto que distribuern-se inteJ:mitentemente entre Antonio Pereira até
~ N~) e ao M. Burnier encontram-se encaixados na zona de to-
po da Fonracão Gandarela, g~a1.mente sob os quartzitos ferruginosos Cercadinho ("esgo-
3.158
tamento") , podendo ocorrer também em veios de quartzo nos dolanitos,itabiritos e fil!
to cinza Fecho do Funil. CaIO observado anteriOD1leI1te, os veios de caolinita-tcpázio
-hematita-quart~ta foram formados possivelmente pré-D2 (Pires et alU, 1983);-
em ambiente de acentuada oxidação, cem os cristais de topãzio crescendo sobre núcleos
de martita-hematita, utilizando-se do Fe+++ para adquirir as cores e tonalidades amare
las, em veios de quartzo-<:aolinita rica. em F. Os cristais de topázio ao crescerem,gr~
dativam=nte eliIlrinaram o excesso de Fe+++ para tornarem-se nais li.np:>s, cem concani~
te desenvolvi.tte'lto e localização de inclusões fluídas para as partes finais ou pirami-
dais dos prisrras (Figs. 5G e H) .
zircão, turmalina, euclásio, rutilo f~tarente fazem parte da paragêne
se. CkDrrências de sulfetos no ~ do Bule 'e cinábrio nas prc:Ddmidades de Dan Bosro
a:::mpletam o quadro de mineralizações, além de ocasionais acunulaçães e irrpregnacões de
. .
Mn~dos e ouro nas aluviões.
Ainda como interpretação da estrutura denaninada "Sinclinal Dan Bo~
co", vários fatos devem ser levantados:
a] Assilretria frequente em padrão-s das dobras nesoSCÕpicas e parasíticas
Fl (olbando-se para oeste) que distribuem-se desde a borda sul do Ca:t'plexo Bação até
o "Carplexo Bela Vista". Esse padrão-S define una. grande estrutura-F onde está exposto
o flanco superior ou normal de una. anticlinal-Fl recurrbente, ou o flanco revirado. da
sinclinal correspondente superior. Essa grande estrutura-Fl foi redobrada sucessiva-
rrente em dobras-F2, I1EI1Ores, iniciando o padrãodcm::>~cias e produzindo também d0-
bras recumbentes em escala I1EI1Or. As dobras-F3' de tamanho apenas nesoSCÕpico, cem
vergência para leste e sudeste formaram clivagern de crenulação e fratura penetrativas.
b] EXistência do "Carplexo Bela Vista" ao sul da ãrea, aparenterrente c0ns-
titue um fragnento do. embasanento gnáissico cem restos de greenstone (clorita xisto,
quartzo clorita xisto, sericita quartzito, quartzito chértico, abundantes veios de
quartzo cem rutilo, óxidos de Fe e Mn e tUJ:malina). Esse a:::mplexo está profundamente
cisalhado, milanitizado e cataclasado, sofreu severa alteração hidrotennal retrareta-
rrérfica e intemperisnD. são raros os afloram:mtos frescos. Junto as suas margens são
encontrados delgados níveis descontínuos de quartzitos r-t)eda, milanitizados e interpe-
netrados tectonicamente nos gnaisses e clorita xistos do eIl'basaIrento.
c] A ãrea do "Ca\tJlexo Bela Vista" foi considerada por Johnson (1962) caro
largam:mte coberta por quartzitos da Formação ~ ~ aquele autor reconheceu a posição
estratigrãfica dos quartzitos nas não conseguiu identificar os gnaisses associados;
os greenstones foram por ele considerados caro intrusivas básicas.
d] Aparentarente as rochas do "Carplexo Bela Vista" fazem parte do pacote
de xistos da região do Bico da Pedra, mapeados por Barl:x:>sa in D:>rr (1969), indicando
una. continuidade territorial das rochas arqueanas. A de1:iInitação e estudo detalhado
do "Carplexo Bela Vista" está sendo levado a efeito.
AGRADECIMENTOS
O presente trabalho sanente foi possível ser realizado através de auxílios
do rnPq (Processos n9s 40.4931/82-GC e 30.0006/81), UFRJ e F1NEP que agradecenos. Ccn-
tarcos cem a valiosa colaboração dos colegas M. Heilbron, R. Albuquerque e L.M. Fraga,
bem caro dos alunos do CUrso de Geologia da UFRJ, turnas de 1982, 1983 e 1984. Aos la
minadores J. Esteves, W. Gonçalves, II'Dtoristas J. Martins e J. Rodrigues, química R.N7
de Oliveira, desenhista A. José e Srta. Christina Barreto Pinto aos quais agradecel1'Ds
pelos excelentes trabalhos e auxílios prestados.
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3.160
CompltZxo + + + +
+ Ba<:ão
+ + +
+ Gn
+ v v
+
+
v v v
v v v
Gsx
ky.
3.161
PACOTE DE FILITO CINZA COM FREQUENTES "REDUCTION
SPOTS;' LAMINADO, BANDEAOO OU MACIÇO, COM NIVEIS
DE TURBIDlTOS, L,4MINITOS, BANDAS VERDES, CHERT NE-
GRO E BRANCO, QUARTZITOS, LENTES DE OOLDMITO ES-
Formação TROMATOLíTICO (~). FILITO GRAFITOSO (g) E SILLS ~
Fecho do SICOS CONVERTIDO EM ANFIBOLITO (VI E CLDRITAXIS-
Funil TO.
3.162
N N
A-50 B - 51/52
N N
C-53 D-LI/Lz
N N
E -L3 F- SINÓPTICO DE L
3.163
--------
--
--
3.164
I
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/1 i I
.E
Ié: ;' I I tardi'pás
I~ Compacto 01
: .2 02 03
10
DEFORMACÃO--TEMPO
Fig. 6 - Diagrama temporal nefo~acão-~~tamorfismo
l-Fase dúctil: crescimento de topâzio,sericita,quartzo,clorita,mar.netita,
desenvolvimento de clivagem ardosiana-S, geralmente paralela a 50 ,do-
bras fechadas recumbentes, L -r:1Íneral, Com FI =060 a 100.
Z-rase dúctil-rúptil:cresci~nto sincinemático de cianita,muscovita,hema
tita,cloritoide,clorita se~do S~ e L~. Forte S~-xistosidade principa~
LZ-mineral e crenulaçiio. Dobras f~chadãs a abertãs, FZ=80 a 135.
3-Fase TÚntil :!:eformacão-dobras abertas ,kink-bands ,box fold.chevron.for-
te L-crenulação, S>olano:clivap,em de fratura, F_=160 a 220 .Crescimen-
to tdrdi- ou pós-teetônico de cIoritóide,muscovita,pirofilita e defor-
mação de ciani tas .
N
+
5km
Fig.7 - i-fapa esquemático da situação dos elementos estruturais ,com a posição dos
S-pIanos,eixos de dobras e lineações,se?-Ulldo observador(obs)a sudeste.
~ Sl-cliva2em ardosiana
~ FI/LI-dobras e lineação mineral
~ S~-xistosidade principal
v F~- /L~-dobras e lineação mineral e crenulacão
,4t'S_-cliva
. .) g em de crenulaciio- e fratura
F.,/L_
., .)-dobras abertas e lineac;ão de crenulação.
3.165
~-
A.G. Costa
J.M. Correia Neves
IGC/UFMG - Centro de Pesquisa Prof. Manoel Teixeira da Costa
G. Mueller
Universidade Técnica de Clausthal-Zellerfeld/RFA
Aux{lios CNPq/CPq - UFMG
I - INIroDUÇÃO
3.166
seguido por KARFUNKELet alo (1975). PFlilG & SCHOELL (1975) denvnstram a origem gla-
cial para certas rochas da Formação MacaÚbas de M:>RAES(1929).
PADILHA (1976) descreve uma zona de cisalhamento que mascara o contato
leste do Grupo MacaÚbas cem o Grupo Salinas. Esta zona coincide cem o Falhamento de
errp.u:rão descrito por COSTA e I01ANO (1976), FCNI'ES et alo (1978) e JARDIM et alo
(1980), sendo que estes últircos denaninaram-na Falha de Taiobeiras.
Segundo PADILHA (1976), o Grupo Salinas teria sido colocado em contato
tectônico cem a porção corresporoente ao Grupo MacaÚbas tradiciona1lnente descri to,
considerando ainda, que aquele correspon:ieria a um nível do próprio Grupo MacaÚbas,
estruturalmente mais profurrlo e de grau metamSrfico mais elevado. Interpretação idên-
tica é dada por CXJRREIANE.VESet alo (1982a)_
SCHOBBENHAIJS t;!t alo (1981) não encontraram justificativas para eIX:}Ua-
drar dentro do. chamado Grupo Macaúbas, toda a Fonnação MacaÚbas de M:>RAES (1929). P~
ticulanoonte a parte que aflora a leste da Falha de Taiobeiras, na região CCIIpreel'1d!
da entre Araçuai e Itinga (Figura 1) e que mais de perto interessou ao presente tra-
balho, deve corresponder, na opinião destes autores, a material gerado ou retr~
do no Ciclo Brasiliano.
A sequéncia de' rochas do Grupo MacaÚbas é consti tuida por diamicti tos,
ritmitos, metadiamictitos, xistos cong1aneráticos, filitos, quartzo micaxistos, lo-
calmente feldspáticos, micaxistos, quartzitos feldspáticos micáceos e/ou hematiticos,
xretacong1anerados, rochas carbonáticas e calcossilicáticas (FCNrES et alo 1978
JARDIMet alo 1980).. ,
No estágio atual dos conhec.ilnentos e em term;)s de uma mineralogia tipi-
caxrente metamSrfica, as litologias consideradas do Grupo Salinas (COBRA1970; PEDID-
$A SOMES et alo 1984) estão representadas nas regiões de Salinas,Rube.lita, Araçuai,
Coronel MJrta e Virgem da Lapa. por xistos cem biotita, granada, estaurolita,cianita,
silirnanita, feldspatos. e anfibÓlios e, são prc:rluto de met.anorfiSIID do tipo barrCMia-
no que atingiu, na crosta, um ambiente de fácies anfibolito. Foram descritos ainda,
xistos cem clori tóides e na região de Coronel MJrta, foi mencionada a presença . da
cordierita, a:J!D seOOo prc:rluto do met.anorfiSIID de contato. A ocorrência deste mine-
ral, porém, não foi ConfiJ::mada em trabalhos mais recentes. (FCNI'ES et alo 1978; CXJR-
REIA NE.VESet alo 1978; JARDIM et alo 1980; KARFONI<EL et alo 1981; SCOOEBENHAUS et
alo 1981; CXJRREIANE.VESet alo 1982a, b e c; PEDROSASOMES et alo 1984).
Na região de Itinga os xistos foram caracterizados CCJ'IDportadores de
granada, estaurolita e cianita. (FCNI'ES et alo 1978; JARDIM et alo 1980;SCHOBBENHAUS
et alo 1981). SÂ (1977) descreve a presença de arx1aluzita e cordierita nos xistos da
região do Vale do Ribeirão Piam. A partir de 1982, quando um dos autores (COSTA)
iniciou na área a elaboração de sua tese de doutoramento, tornou-se evidente, a par-
tir dos trabalhos de caIIpJ e laboratório, que afloravarn nas regiões dos valesdos Ri
beirÕes Itinga, Alto Jenipapo, 1.gua Fria e Veados, xistos cem cordierita e silirnani=
ta e nos vales dos Ribeirões Piam, Babro Jenipapo, Santana, Teixeira e Teixeirinha,
xistos cem cordierita e andaluzita.
PEDROSASOMES et alo (1983) citam a presença de xistos cem andaluzita
e cordierita no Vale do RibeirãoJenipapo.
A leste da faixa de ocorrência dos Grupos MacaÚbas e Salinas, afloram,
segundo FCNI'ES et alo (1978), rochas do Catp1exo Granitóide, do Pré-cambriano indife
renciado e considerado CCJ'IDembasamento. Consti tuem-se na maior parte de granitO=
gnaisses, gnaisses, migmatitos e granitos hanÓfonos, pcdendo apresentar localmente
granada, silirnanita e cordierita. JARDIM et alo (1980) definem para a mesma área a
presença de um CCIIp1exo de rochas, as quais denaninaram C~lexo Graro. to-gnáissico.
SCHOBBENHAUS et alo (1981) indicam para a mesma área, a existência de
granitóides cem estrutura isotrÕpica ou orientada, localmente portadores de granada,
silirnanita ou cordierita.
A existência de corpos grani tóides, tidos CCJ'IDintrusi vos tanto na se-
quência xistosa catO no embasamento, é levantada por SÂ (1977); FCNI'ES et alo (1978) ;
JARDIM et alo (1980); CXJRREIANE.VESet alo (1982c); PEDROSASOMES et alo (1983).
SÂ (1977) obteve a idade de 659 + 40 m.a. para o últirco evento metaIrÓr-
fico que afetou os xistosdo Grupo MacaÚbas, a partir da análise de 11 ancstras, pe-
lo método (Rb/Sr). Para a formação dos granitos, obteve a partir da análise de 7
ancstras, pelo método (Rb/Sr), a idade de 519 + 06 m.a. ( À = 1, 47xlO-1 I anos-I , foi
usada nas determinações) . -
Ir - CCNSmERAÇÕES ~ICAS
3.167
---
a - Zona da arrlaluzi ta
a- andaluzi ta + estauroli ta + granada + bioti ta + rrosoovi ta + fi-
brolita.
.
-
ai
a2
--
arrlaluzi ta + bioti ta + rrosoovi ta + fibroli ta
biotita + rrosoovita + fibrolita -
a3 -
andaluzita + cordierTta + granada + biotita + rrosoovita + fi-
-
brolita
b - Zona da siliInani. ta
b1 siliInani.ta + biotita + rrosoovita
b2 siliInani. ta + arrlaluzi ta + bioti ta + rrosoovi ta
b3 siliInani. ta + cordieri ta + bioti ta + rrosoovi ta
b~ siliInani.ta + pertita + biotita + rrosoovita
b5 siJ..imairl ta + cordieri ta + perti ta + bioti ta + rrosoovi ta
b6 - cordierita + siliInani.ta + pertita + rrosoovita :t arrlaluzita
II - 1. ZCNA DA ANDALUZITA
3.168
chas que se encontram próx:bnas dos corpos granitóides, quase sempre encontra-se ass~
ciada à biotita, podendo estar também. inclusa no quartzo ou na Iroscovita.
A bioti ta normalmente ocorre na forma de palhetas subédricas alongadas
segundo a foliação e localIrente na forma de porfiroblastos discoidantes can a folia-
ção principal, conferindo uma feição decussada à rocha.
Mais raramente observa-se a presença de feldspatos (plagioclãsios e mi-
croclina); o quartzo é um mineral constituinte de todas as associações descritas e a
ttmnalina é um mineral cx:mum senpre nas proximidades dos corpos granitóides.
Ir - 2. ZCNADA SI:IJ:MANITA
3.169
.
~--------
-----
processaram.
No entanto, dada a ambiguidade de certos critérios da microestrutural,
e portanto, devido às variadas formas de se interpretar tal relacionamento, a propo-
sição de uma ordem de cristalização dos minerais, foi feita cem maior ênfase, não a
partir destes critérios, mas siln da observação das associações metanórficas e das
possiveis reações, que se desenvolveram associadas a estas no decurso do metarrrirfis-
IIO.
Na área estudada, identificararn-se cem certa clareza, três fases de de-
forma2ão (FONTES et alo 1978; PEDROSA SOARES et alo 1983; msttRE, C.A. 1983 - ccmu-
nicaçao verbal) sendo que as duas mais recentes, foram também identificadas em se-
ções delgadas. A partir de observações de ~,verificou-se em alguns pontos, a
existência de uma foliação, denaninada aqui Sn-l, atestada apenas pela presença de
restos de dobras do tipo intrafolial, aprisionadas em ni veis mais quartzosos, às ve-
zes acunhados, os quais associarn-se a niveis maismicáceos.
Impressa nestes ni veis, observa-se uma foliação mais proeminente, de di
reção regional NE, denaninada Sn, a qual classificarros caro sendo uma estratificaçãõ
de transposição.
Concluirrcs que Sn-l havia sofrido um intenso processo de transposição,
desenvolvendo-se a estratificação Sn. PEDROSA SOARES et alo (1984) adotam a mesma in-
terpretação em suas análises dos aspectos estruturais do Grupo Salinas.
Por sua vez desenvolveu-se em Sn uma clivagem de crenulação, denaninada
aqui Sn+l, predaninantemente de direção NW, que apresenta-se lirpressa, de forma mais
marcante, à medida que se caminha em direção de alguns corpos granitóides. Sua fei-
ção mais nitida, consiste na presença de uma lineação nos planos da foliação Sn, fa-
zendo senpre àngulo cem esta. Esta intensificação pode ser entendida caro resultado
do posicionarnento dos corpos granitóides (PI'ICHER & READ 1963).
Foram observadas as seguintes relações entre as fases mineralÕgicas por
firoblásticas e as diversas foliações presentes na área: -
a - Porfiroblastos de granada norma1lnente encontrarn-se envoltos pela foliação
mais proeminente contendo, não raramente, linhas de inclusões orientadas, em parte
defoD!1ad.as e discordantes da foliação externa. As vezes, porfiroblastos de granada
cem bordas livres de inclusões, são também observados.
Esta foliação envolve também porfiroblastos de estaurolita, que podem apresen-
tar seu maior catprimento fazendo um àngulo de 90° cem a mesma, sendo frequente o de
senvolvimento de sanbras de pressão. Verifica-se também, que porfiroblastos de estau
roli ta ou de granada podem encontrar-se estirados segundo a direção da foliação. -
Porfiroblastos de cordierita e mesrrc de andaluzita, aparentemente podem encon
trar-se envoltos por esta foliação. No caso especifico da cordieri ta, SPRY (1976) pro
põe que os porfiroblastos podem durante a sua fase de crescimento, expulsar ou reter
caro inclusões material não utilizado em sua formação. Isto poderia, em parte, justi
ficar a presença da biotita envolverido porfiroblastos de cordierita, sem a necessidã
de de ter que invocar-se uma origem pré ou sindeformati va para pelo menos parte des=
tes minerais;
b - Verificou-se que porfiroblastos de cordierita, novelos de fibrolita e,mais
raramente, porfiroblastos de andaluzita, podem encontra-se estirados segundo a folia
ção mais proeminente, denunciando provavelmente uma conteItporaneidade genética cciii
pelo menos 'uma fase do periodo de deformação Sn. CaID na maior parte das vezes, es-
tes são livres de inclusões, seu crescimento pode ter sido lento e/ou a catpOsição
da rocha pode não ter favorecido a permanência destas inclusões (ZWARr 1960a) .
uma outra interpretação válida seria supor a presença de planos de foliação
pré-existentes, que teriam facilitado o desenvolvjnento de porfiroblastos, em parte
segundo os mesrrcs. Esta hipótese é corroborada, em certas arrostras, a partir da ob-
servação de seções delgadas, contendo planos de rocha, cortados perpendicularmente
entre si, pela presença junto a porfiroblastos alongados segundo a foliação, daque-
les que apresentarn-se de forma não estirada dentro do próprio plano da foliação.
senvolvido
c - Porfiroblastos de andaluzi ta e cordieri ta são observados
ao longo de Sn, que pode estar envolvendo porfiroblastos
caro tendo-se
de estaurolita
de-
e
granada, ou ainda podem ser observados desenvolvendo-se rnilneticarnente em relação à
clivagem de crenulação Sn+l, quando esta ocorre. Normalmente nestes porfiroblastos,
observa-se uma diferença de orientação, quer no seu maior catprimento, quer de suas
linhas de clivagem, caro relação a orientação de suas inclusões e a foliação externa
da rocha, as quais serrpre são coincidentes.
Observa-se também a presença de poiquiloblastos de granada, detronstrando um
evidente desenvolvimento pós-tectónico.
Estas últimas, são feições que predaninam e caracterizam a maior parte
dos metapelitos da região de Itinga (Figura 3) .
Na área pesquisada a cristalização ou recristalização, essencialmente
pós-tectónicas, podem também ter-se dado em fases tardias do processo de desenvolvi-
3.170
frento das estruturas regionais e can certeza após ter decorrido um longo espaço de
terrpJ can relação aos eventos de defODnação regional.
De m::xlo geral, os xistos apresentam uma orientação mais proeminente, de
direção preferencial NE, can mergulhos para SE. I.Dca.1lnente pcxiem:>s obsexvá-los ver-
ticalizados ou apresentaIrlo direções e mergulhos diretalrente influenciados pelos cor
pos grani tóides. -
Can base nas associações rnineralÕgicas e suas relações can as fases de
defODnação, que acabaIros de descrever, elaborou-se o diagrama de sequência de crista
lização da figura 4, que nos peD!litiu optar pela divisão referida na figura 3, que
por sua vez corresponde à expressão planllnétrica das associações mineralÕgicas, can
relação às fases de defODnação.
relação
b - Que o sistema, no qual as rochas sofreram o metam:>rfisrro,
a H20, cc:mponente considerado de extrema rrobilidade segunjo
era aberto
KORZHINSKII
can
(1959) ;
c - Que os fatores de equilÍbrio foram Ps, T e PH20;
d - Que no sistema o número de fases desenvolvidas e estáveis deve ser igual
ou menor do que o número de cc:mponentes considerados inertes (Regra das Fases Minera
lógicas de KORZHINSKII). Adotou-se para os metapelitos um sistema de seis cc:mponen=
tes (Si02, Al20], M',jO, FeO, K20, H20) e pe:fUSl1aS quantidades de Na20 e Cao. Segundo
THCMI?SON(1957), considerou-se Si02 em excesso, negligenciou-se o Na20 e CaO e ob-
teve-se caro cc:mponentes inertes Al20], M',jO, FeO e K20 (MIYASHIRO, 1973).
Se o número de cc:mponentes fixos pcxie ser máior ou igual ao número de
fases, duas das associações propostas para a zona da andaluzita (ai e a..) e duas das
associações da zona da sililnani ta (bs e b6) não devem estar em equilibrio, pcxiendo
ser consideradas caro metaestáveis.
3.171
~---- ----
3.172
1bas de fibrolita nas palhetas de IIOscovita pode não significar que a fibrolita seja
um mineral residual, acidentalmente incluso na IIOScovita de origem posterior, mas sim
que ambas se fonnaram numa roosrna fase metassanática.
SHELLEY (1968) prop3e a reação entre uma biotita mais aluminosa e o
quartzo para explicar o aparec:ilnento da fibrolita. No mesm:> trabalho este autor cita
WATSON'(1948) e 'IOZER (1955) que propõem a raooção durante o processo de fibrolitiz~
ção de elementos tais caro K, Fe, ~, ocorrendo em alguns casos a peDI1anência do Fe
na foma de óxido.
Na região de Itinga verifica-se o processo da fibrolitização tal caro
descri to anteriorrcente e mais do que isto, 1JI!Icerto mascararnento pela pr~ tam-
bém de outros processos, que dificultam o estabelec:ilnento seguro de uma aureola de
contato. Em algumas partes segundo proposta de a:::MÍ?'IW (1960), a definição de uma
auréola em parte originada por metam:::D:fisro iscquimico e em parte metassanática, se-
ria a única solução.
v - CCJOCLUSÕES
Cem base apenas nas relações petrográficas torna-se difícil uma caracte
rização petrogenética de qualquer feição metarnórfica.
A partir das associações mineralÕgicas observadas nos metam:::D:fitos de
Itinga, poderia estabelecer-se que o grau metarnórfico tinha já atingido o inlcio do
fácies anfiboli to, quando tiveram lugar os efeitos do metannrfisro essencia.1Ioonte
ténnico.
Estes efeitos não foram suficientemente fortes para apagar toda a folia
ção pré-existente e, certamente desenvolverarn-se em parte, simultaneamente cc:m os
processos que provocaram o aparec:ilnento de novas 'estruturas. De expressivo, observa-
se uma textura ncx1ular anplalDente associada a esta foliação.
A presença de rochas de aspecto maciço, camms às intercalações calcos!.
licáticas, está subordinada àquelas que melhor se caracterizaram caro xistos hornfel
síticos e, apenas localmente, verifica-se a presença de rochas can aspecto decussad~
nestes casos, de granulação grosseira.
Na tentativa de se representarem as possi veis relações entre as fases
mineralÕgicas observadas e seus canpos de estabilidade, usamos o diagrama de fases
dos polirrorfos do grupo do AlzSiOs proposto por!-K)U)AWAY (1971), can valores de
3,8kb e 500°C para o ponto triplo, e não o porposto por RICHAEIDSCNet alo (1969) e
utilizado por MIYASHIRO (1973) e HESS (1969), on:ie os valores para o ponto triplo
são de 5,5kb e 622°C. O seu ert;Jrego pareceu-nos mais apropriado, pelas justificati-
vas apresentadas por ANDERSCNet alo (1977). As demais relações apresentadas foram
retiradas do diagrama de TtJRNER (1981).
No diagrama apresentado (Figura 5), a curva IT representa aproxilnadarren
te con:lições de P e T do grupo de rochas observadas na região de Itinga, que corres=
pon:lem, por sua vez, a valores inferiores à:Jueles admitidos por MIYASHIRO (1973), ~
ra os canpos de estabilidade dos minerais relacionados. -
O canpo proposto CCIrq?Orta a instabilidade da estauroli ta can relação ao
desenvolvimento da azrlaluzita, cc:m base nos dados de HOSCHEK(1969) e, está concor-
dante cc:m a observação de que, a presença de andaluzi ta :ilITplica em valores de P inf~
riores a 3,5kb (TORNER, 1981).
Cem:>não se constatou a presença de sinais de qualquer reação que irxii-
casse estágios correspondentes ao aparec:ilnento da fusão granltica, presumiu-se que
os valores máxirros de T não devem ter ultrapassado os 650°C.
Do ponto de vista regional, o posicionarnento dos corpos granitóides não
deve ter-se dado em um mesro nl vel crustal, pois as diferenças entre as associações
mineralÕgicas de contato da região de coronel Murta (PEDIDSA SOARES et al., 1984) e
as de Itinga, denunciam a existência de diferentes condições de pressão para os amb!
entes onde se posicionaram estes corpos.
Na região de Itinga, os corpos granitóides devem ter-se posicionado em
nl veis crustais mais elevados, :ilITpriln:irxlo de foma mais pronunciada nos metassedimen
tos, as feições do metarrorfisro ténnico e, mais para oeste, os grani tóides devem
ter-se posicionado em nlveis mais profundos o que atenuou as feições do metarrDrfiSlrO
ténnico. um outro argumento favorável ao posicionarnento, de pelo menos parte dos cor
pos granitóides da região de Itinga, em um nlvel crustal mais alto do que o da regi=
ão de coronel Murta, reside no fato de que um grande número de pegmatitos da área de
Itinga contém petalita ao invés de espodurrênio (51'. 1977). COItD se sabe a petalita é
um mineral estável a menores pressões, cem relação ao espodurrênio (LONDON & BURl'
1982) .
MIYASHIro (1973) afiuna, com base na frequente associação de corpos gr~
nitóides cem terrenos metarnórficos regionais, que auréolas do metarrorfiSlrO de conta-
to em terrenos metaIrÓrficos regionais de baixa pressão apresentam inúmeras similari-
3.173
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---------
dades, mas que torna-se difícil a separação destas, em térrenos metamSrficos regi~
nais de média pressão.
Pareceu-nos não ser de todo irrprovável, para a região de Itinga a apli
cação de uma das propostas de MIYASHIOO (1973), segundo a qual o metamSrfisrro térmi=
co, cem valor de P mais alto do que os valores propostos nos m:delos clássicos,teria
sido causado por intrusões grani ticas essencia1roente tardi -tectônicas em terrenos me
mórficos regionais de pressão baixa a intermediária. -
Ao mesrro tenp:> em que observa-se uma ausência de horfelsi tos tipicos,
dificultando o estabelecimento, cem certa clareza, dos limites de uma provável au-
réola de contato, a não observação de uma expressão regional para as associações ne-
tamSrficas descri tas e a escassez de dados regionais que possibilitassem uma correl~
ção cem áreas, nas quais associações idênticas foram observadas e possicionadas ccrno
produto de um metarrorfisrro do tipo regional de baixa pressão, levou-nos a optar por
um m:delo de metarrorfisrro de contato do tipo intermediário de baixa pressão para a
área estudada, segundo proposta de MIYASHIro (1973). Estudos que deverão ser desen-
volvidos ao longo dos trabalhos de tese de um dos autores (COSTA), confirmarão ou
não este ponto de vista.
3.174
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TEMPO -
-Fig. 4 - RelaÇÕes entre tenp:>, áreas de concentração de minerais rretamórfi-
cos e fases de defoDnação, a partir da análise de rochas da região
de Itinga -
Médio Vale do Jequitinhonha.
3.180
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984
ABSTRAC'.r
1. INTRODUÇÃO
Com o intuito de conhecer melhor as características ge01ógi
cas do Grupo Araxâ na porção sul de Goiás foi selecionada área de 288
km2 para mapeamento detalhado (1:25.000), visando o levantamento de da
dos estratigráficos, petrológicos, estruturais e econômicos de ~~ con
junto de metamorfitos atribuídos a essa unidade precarnbriana. A ãreã
vem sendo estudada nos últimos 2 anos, corno terna da dissertação de mes
3.181
~_._----
-
-- --------
------
--
2. ESTRATIGRAFIA
3.182
2.2 - Unidade PSi38)-PeJ.í tica
3.183
-----
------
3.184
o segundo período é representado por intrusivas de composição
granítica, localmente granodiorítica, atualmente muscovita
gnaisses e biotita gnaisses, que formam corpos alongados ou ovalados
(fig. 2), mostrando localmente fei1ões intrusivas. Xenólito~ de anfib~
li tos, relacionados às intrusões basicas descritas acima, sao observ~s
a norte de Mossâmedes. Essas intrusões ácidas encontram-se alojadas nas
unidades pelito-vulcánicas, e foram contemporáneas à primeira fase de
deformação, originando um metamorfismQ termal evidenciado pela presença
de grandes porfiroblastos de andaluzita.
O terceiro evento intrusivo.é caracterizado por um pequeno
corpo de gnaisse tonalítico (200 m de diâmetro) e por diques de metada
citas pórfiros, geneticamente relacionados, que guardam ainda textura~
neapreservada. Essas manifestações só foram observadas na porção leste
da área e as relações estruturais indicam que foram contemporâneas à s~
gunda fase de deformação.
O quarto período intrusivo é representado por pequenos diques
de diabásio, isentos de deformação e metamorfismo. Devido a essas cara~
terísticas e ao conhecimento que se tem da geologia regional, esses di
ques são atribuídos ao magrnatismo basáltico Mesozóico.
2.7 - Discussão
3.185
--------- --..----
A denominação de Grupo Araxá tem sido utilizada por diversos
autores referindo-se aos xistos da sequência (Ramos, 1958; Hasui e Al-
meida, 1970; Danni et al., 1973; Pena et al., 1975). Entretanto, Darden
ne et al., (1981) foram os primeiros a incluírem todas as unidades da
sequência descrita nesse grupo.
Essa mesma denominação foi adotada neste trabalho tendo em
vista: 1) a aparente continuidade lateral com os xistos da região de A
raxá; 2) a semelhança litológica, estratigráfica e tectônica entre a se
quência estudada e outras sequências atribuídas ao Grupo Araxá e seus
equivalentes Canastra (Fuck e Marini 1981), Andrelândia e 5ão João del
Rei (Trouw et al., 1983).
Na região de Mossâmedes, o Grupo Araxá é caracterizado por u-
ma sequência transgressiva, que se inicia com depósitos típicos de ambi
entes pericratônicos costeiros, representados por sedimentos arenosos e
conglomeráticos, seguidos de sedimentos areno-pelíticos típicos de ambi
entes de plataforma rasa. Esses depósitos proximais evoluem verticalmen
te, de maneira transicional, com o desaparecimento progressivo dos sedI
mentos arenosos e o aumento correspondente da contribuição pelítica, p~
ra fácies distais de ambientes mais profundos, por um processo de afoga
mentQ da plataforma. A essas fácies se associam expressivas manifesta
ções vulcânicas contemporâneas à sedimentação. Dados petroquímicos pr~
liminares indicam o caráter calcoalcalino desse magmatismo, denunciando
a instalação de um provável arco magmático na margem continental.Em ter
mos de evolução, a sequência estudada guarda, portanto, estreitas simi=
laridades com as atuais margens continentais ativas.
Considerando o volume e a natureza dessa contribuição ígneaps
estudos mais detalhados do Grupo Araxá no Estado de Goiás adquirem uma
nova importância, em face das implicações genéticas e estratigráficas
do magmatismo e do seu significado geotectônico, e, não menos importan
te, das novas possibilidades que se abrem no campo da metalogênese. -
3. DEFORMAÇÃO
3.186
escala microscópica a métrica, mas provavelmente dobras de escalas maio
res ocorrem em outras áreas ao longo do cinturão (o mesmo se aplica às
dobras DI). O que caracteriza as dobras D2 é a presença da superfície
SI dobrada na charneira e o desenvolvimento de clivagem plano axial(S2).
Nos metaconglomerados da Serra Dourada observa-se uma _
linea
çào mineral, definida por hematita e muscovita, que é oblíqua à linea
ção de_estiramento 11 e também ao eixo de dobras D2(B2)' visto que li
e B2 saoparalelos (fig. 5). A lineação mineral está contida no plano
de xistosidade S2 e encontra-se sobreposta ao 11, sendo por isso cons~
derada ter se formado durante D2' e é-denominada 12m. Nas unidades a
sul da Serra Dourada observa-se em geral, uma lineação de estiramento e
uma lineação mineral que são paralelas, e apresentam direção igual à de
11 nos metaconglomerados. Em alguns pontos foram medidas lineações min~
rais na direção SW, igual à direção de 12m nos metaconglomerados, não
tendo sido observada lineação de estiramento nestes locais. Para alguns
casos, pode-se mostrar que minerais e diques sin-D2, são estirados se
gundo a direção da lineação de estiramento (que é paralela à _
lineaçãõ
mineral), o que indica que nessas rochas as direções de maior estirame~
to durante DI e D2' foram coincidentes, enquanto nos metaconglomerados
essas direções foram oblíquas.
Uma discussão mais detalhada a respeito da variação da. dire
ção de 12 é apresentada por Simões (1984) o qual considera a maior com
petência das rochas que constituem a Serra Dourada e a influência da es
trutura linear pré-D2 (11) como os fatores mais importantes envolvidos
no processo.
As estruturas D2 são amplamente desenvolvidas em toda a área,
sendo entretanto os gnaisses da unidade pelito-vulcância inferior o li
totipo em que se encontram as melhores exposições. Nos poucos afloramen
tos onde foi possível observar, as dobras D2 indicam vergência para N=
NNE.
D3 - Terceira Fase de Deformação
g uma fase mais suave do que as duas primeiras, expressando-
se principalmente através de crenulações suaves a apertadas, desenvolv~
das sobre as estruturas anteriores (SO, SI e S2). Também, observam-
se dobras D3 em escala decimétrica a decamétrica, as quais apresentam
eixos com mergulhos suaves na direção S40-70E e planos axiais com merg~
lhos fortes para S-SSW (Tab.I). As dobras são em geral assimétricas,mos
trando sistematicamente vergência para N-NE, e sem desenvolvimento de
clivagem. Na porção leste da área encontra-se uma estrutura anticlinal/
sinclinal representável em escala de mapa (fig. 2). Em perfil, as do-
bras D3 podem ser inclinadas a invertidas, variando de suaves a apert~
das predominando as dobras abertas (fig. 4d).
Frequentemente são observadas dobras e crenulações D2' dobra
das por D3' tanto em escala de afloramento como em escala microscópica-
(fig. 4e).
Embora as estruturas D3 sejam frequentes, nota-se que são he
terogeneamente distribuldas na área, isto é, enquanto em certos aflora
mentos podem ser muito abundantes, em outros, mesmo próximos, podem ser
quase ausentes. -
3.187
.------
----
brado~ em,suaves ondulaçõe~ 04: A fa~e 04 é pouco pronunciada e mostra-
se mu~to ~rregular quanto a or~entaçao de seus elementos. Mais a Oeste,
fora da área, existe uma grande falha (80 km de extensão), de direção
N-S, truncando as rochas do Grupo Araxá, que parece estar relacionada a
°4.
TABELA I
°1 ~°3 °4
o
!(1j Sl-xistosidade do S2-xistisidade do S3-clivagern de cre
u-
(1jtipo ardosiana; tipo de crenulação nulação; rara e de
...,
.-i
em geral transpos- N6 0-9 OW/IO-3 O SW-S, ocorréncia muito ---------------------
. . . . . . . . . .
(1j
. . . . . . . .
----------------- . . . . . . . . .
------------------- . . . . . . . .
----------------- Irétricos , e atitude
r... de N-S, subverticali
zada. -
4. METAMORFI SMO
3.188
às intrusões ácidas e condicionada pela presença de rochas de composi
ção adequada, em geral, um muscovita-biotita (f clorita) xisto carbonõ
so, sendo por isso atribuída a efeito de metamorfismo termal.
Reações retrogressivas são observadas por toda a área sendo
contudo, heterogeneamente distribuídas. As principais feições são:
1 - granada alterada para clorita e mais raramente para,bioti
ta, zoisita/clinozoisita e também cloritóide. -
2 - hornblenda alterada para clorita, biotita, zoisita/clino-
zoisita e actinolita-tremolita.
3 plagioclásio saussuritizàdo.
4 - cianita e andaluzita alteradas para sericita.
5 - estaurolita alterada para cláritóide.
Em geral os efeitos retrometamórficos são parciais, podendo
contudo ocorrer granada e hornblenda totalmente cloritizadas e andaluzi
ta e cianita, totalmente sericitizadas.
Foi possível estabelecer a relação entre os períodos de cres
cLffientoe recristalização metamórficas e as 4 fases de deformação que
afetaram as rochas do Grupo Araxá. As seguintes conclusões foram obti
das:
1 - durante 01 as condições metamórficas estavam, provavelme~
te, abaixo da isógrada da biotita, ao menos em alguns pontos da área,
pois em charneiras de microdobras 02' observa-se que a superfície 51 dQ
brada é constituída por muscovita, enquanto que nos flancos encontra-se
biotita amplamente desenvolvida (fig. 6a);
2 - o auge do metamorfismo foi alcançado no início de 02,como
evidenciam grãos de granada sintectónicos a 02' que mostram giro sin-
02 após o término de seu crescimento; o mesmo é indicado por cristais
de hornblenda que mostram inclusões quase retilíneas de 51' que fora do
cristal encontra-se transposta por uma crenulação apertada 02 (fig.6b);
também o crescimento de estaurolita parece ser sin-02;
3 - as reações retrometamórficas, caracter~zadas pela forma
ção de actinolita-tremolita, biotita, clorita e epidoto a partir de
hornblenda e granada, e a saussuritização do plagioclásio, tiveram in!
cio durante 02' pois as paragênese~ re~rogressivas às vezes são deform~
das ao longo de 52; outras vezes nao sao deformadas por 02 e sobrecres
cem a superfície 52' indicando que essas reações devem ter ocorrido ate ,
o final de 04;
4 - as relações microtectônicasindicam que a andaluzita é
sin-ou pré-02; contudo evidências de campo mostram que os granitos a
que se acha relacionada são sin-Ol, e por isso a andaluzita também é
considerada sin-Ol; ,
3.189
----
----- --
-
1 uma heterogeneidade na deformação da sequência, onde no
pacote de xistos (unidades pelito-vulcâncias) a deformação pode ter si
do muito mais intensa, uma vez que este constitui um conjunto muito in
competente imprensado entre dois blocos mais competentes, representados
pelas unidades psamíticas da base mais o embasamento, e pela unidade
gnâissica, a maior deformação nesse pacote intermediârio poderia ter
causado um maior giro das isógradas do que nos blocos adjacentes, favo-
recendo a configuração atual. Esse giro pode ter ocorrido durante D2,
visto que no início dessa fase as isógradas já estavam estabelecidas.
-
2 a migração dos fluídos metamórficos no pacote intermediá
rio de xistos, tende a ser controlada pelos planos de xistositade devI
do a menor permeabilidade que apresentam essas rochas e por possuírem
tais planos estruturais melhor desenvolvidos do que as rochas dos outros
dois blocos; dessa forma a transferência de calor por processos convec
tivos seria mais intensa na zona dos xistos e seguiria um gradiente a
proximadamente paralelo à xistosidade, favorecendo o encurvamento das
superfícies isógradas, que tenderiam à perpendicularidade em relação à
xistosidade, em função da quantidade de calor de "convecção".
Em resumo pode-se dizer que as rochas do Grupo Araxá na área,
encontravam-se durante Dl em condições metamórficas pouco acentuadas tal
vez abaixo da zona da biotita. Mais tarde, com a continuidade do apro
fundamento na crosta, estabeleceu-se um gradiente termal que deu orige~
no início de D2, às zonas metamórficas ilustradas na figura 3. Çom a
continuidade de D2, as isógradas foram deformadas, e os movimentos de
massa provocaram a ascensão da sequência, desestabilizando as paragêne
ses já formadas e provocando o aparecimento de minerais de mais baixa
temperatura, situação que aparentemente se manteve até o final de D4.
O tempo que separa cada uma das fases de deformação é difícil
de ser avaliado, mas pode-se dizer que Dl e D2 pertencem a um único c~
clo (Uruaçuano?), enquanto D3 e/ou D4 podem pertencer a esse mesmo ci
clo ou a um outro ciclo mais novo (Brasiliano?).
5. CeNCLUSÔES
Dos dados coligidos sobre o Grupo Araxá na região de Mossâme
des, as seguintes conclusões podem ser formuladas.
5.1 - Na região estudada, o grupo pode ser dividido informalmente,
da base para o topo,em cinco unidades litoestratigráficas: a) psamítica
(quartzito, metaconglomerado); b) psamo-pelítica (quartzito,muscovita e
quartzo xistos, intercalações de microconglomerado e quartzito feldsp~
tico); c) pelito-vulcânica inferior (clorita-biotita xisto, gnaisse fi
no, camadas subordinadas de calcixisto, quartzito, xisto carbonos o e pI
ritoso, anfibolito); d) pelito-vulcância superior (granada-muscovitaxis
to, localmente com cianita e estaurolita, biotita xisto e gnaisse,magne
tita xisto, anfibolito, hornblenda xisto e gnaisse, xisto carbonoso,for
mação ferrífera); e) gnáissica (epidoto-biotita gnaisse, anfibolito,mu~
covita gnaisse).
5.2 -
Em termos de ambientes de sedimentação estão representadas f~
cies proximais, de ambiente pericratônico costeiro e de plataforma ras~
sucedidas por fácies distais de ambientes profundos, a que se associam
expressivas manifestações vulcânicas contemporâneas, de caráter calco-
alcalino.
5.3 -Magmatismo intrusivo é representado por pequenos corpos gabrói
cos e diques (sills?) de diabásio introduzidos logo após á deposição vuI
cano-sedimentar, intrusões de granito/granodiorito durante a primeira
fase de deformação, e tonalito e diques de dacito pórfiro contemporâne
os à segunda fase de deformação; pequenos diques indeformados de diabã
sio provavelmente são de idade cretácea.
5.4 - Quatro fases de deformação foram identificadas: a mais antiga
é representada por dobras apertadas a isoclinais, com xistosidade Sl de
plano axial e eixos na direção N60-80W coincidentes com a lineação li
de estiramento; seguem-se dobras apertadas a isoclinais com plano axiaI
mergulhando 15-300 para SSE-SSW, paralelamente ao qual se desenvolve a
xistosidade S2 de crenulação apertada, que transpõe Sl; a terceira f~
se, mais suave,é representada por crenulações e dobras assimétricas abe!,
tas, com planos axiais de dire2ão S20-90E e mergulhos fortes para SSW;
a última fase provocou ondulaçao generalizada, com superfície axial ver
3.190
ticalizada e eixos mergulhando 5-200 para S-SW, a que se associam peque
nas falhas verticalizadas indicando comportamento dúctil-frágil típicõ
de nível crus tal menos profundo.
5.5 - O metamorfismo da sequência é típico de cinturões barrovia
nos, aumentando progressivamente de norte para sul, à medida que se pas
sa da zona da biotita para a da granada da fácies xisto verde, e destã
para a zona de cianita-estaurolita do início da fácies anfibolito; o au
ge do metamorfismo coincide com o início da segunda fase de deformação~
após o que se iniciam as reações retrdmetamórficas, que se estendem até
o final da ú~tima fase. .
5.6 - A sequência litoestratigráfica, â natureza do magmatismo,a de
formação e d metamorfismo permitem a interpretação de que o Grupo Araxã
na região de Mossámedes guarda similaridade à evolução geológica obser
vada em modernas margens continentais ativas.
6. BIBLIOGRAFIA
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3.191
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Figura 5. 8eixos do metaconglome
IOem
rado da unidade psamitica, dobra
do por D2' Nota:se que a xistosI
dade 82 faz um angulo com a estr~
tificação sedimentar ,a_.qual encon
tra-se pararela à xistosidade 8l~
Os seixos apresentam os seus eixos
maiores aproximadamente paralelos,
-definindo uma lineação de estira-
'mento lll), sendo os eixos das do
brasD2 (B2) paralelos a essa II
neação. Uma lineação mineral(12)~
oblíqua a B2 e contida na xistosi
dade 82,também pode ser observadã.
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Uin8açõo de ..firamentoJ
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3mm
,,-
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Gr_ -- -:--
anodaEs1ouroU1Q
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N // ".- 5
/ PVI
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E. Embosomento p.. Psomitica PP- Piamo P81itica PVI.. Pehto-Vulcãnico Inferior
PVS-Pelito Vulcônica Superior G- Gndssico.
o 2 3km
,
ESCAL.A HORIZONTAL. E VERTICAL.: . .
ABSTRACT
Metavolcanic ~ocks of basic composition were descovered during
detailed regional mapping of an area of 376 km2 between the Pico do Ja
raguá and the Serra dos Cristais at são Paulo state. The studies were
carried out as a part of a structural analysis of the são Roque Group
in the area. The work has demonstrated that the structural criteria
are useful not only to the characterization of the metarnorphic rocks
of the unit, but also to study the magrnatic phenomena that affected
the são Roque Group and to separate the different igneous events in a
relative time scale.
Granitoid intrusions are subdivided into three groups. The bo
dies formed prior to F2 tectonism are represented by the granites of
Francisco Morato and Tico-Tico. Gnaissified pegrnatites and folded pe~
matitic veins are cornrnonin the regions surronding these bodies. The
Cantare ira and Itaqui batholiths and the Itaim and Taipas stocks are
considered as sinchronous to the tarditectonic events of F2 and the
syntectonic events to F3' The tourmaline-bearing granites of Perus and
associated pegrnatites correspond to post-tectonic intrusions and were
followed by faulting in narrow zones of the area.
INTRODUÇÃO
Dentro de um estudo mais amplo, dedicado a uma análise estrutu
ral das rochas do Grupo são Roque (Carneiro 1983), foram descobertas
na faixa entre o Pico do Jaraguá e a Serra dos Cristais (SP), novas
ocorrências de rochas !gneas efusivas metarnorfoseadas,intercaladas em
unidades metassedimentares daquele grupo. Ao mesmo tempo, avançou-se
na formulação de critérios estruturais para a distinção de estágios na
evolução desse magrnatismo e da formação dos corpos graníticos intrusi
vos nos pacotes dobrados.
O objetivo principal do presente trabalho é apresentar os resul
tados dessas investigações sobre a atividade ígnea na região, caracte
rizar melhor a natureza das rochas metavulcânicas reconhecidas e discu
tir a importância e significado dos mencionados critérios estruturais~
A área focalizada situa-se próximo à capital paulista, numa faixa N-S
com cerca de 376 km2 (Fig. .1), que recebe a designação informal "Faixa
Jaraguá-Cristais".
TRABALHOS ANTERIORES
O estudo da atividade !gnea na região do Grupo são Roque iniciou
-se com os trabalhos de Moraes Rego (1930a.b, 1933). A influência de
metarnorfismo de contato ao redor dos corpos de granitos conhecidos na
região estudada foi hipótese levantada, dentre outros autores, por
Knecht (1943, 1944) e Franco (1958).
Os estudos específicos a respeito do magrnatismo tiveram impul
so a partir de trabalhos de mapeamento, corno os de Gomes(1962, 1971)~
Gomes et aZo (1964) e Gomes et aZo (1972), para o corpo anfibolítico
3.196
do Jaraguá. Aspectos dos corpos granlticos foram analisados por vários
au tores, destacando-se Iiasui (19.631.,Iiasui et a Z. (1969), Penal va &
Hasui (1970.) e Coutinho (19.721. e Kasui et aZo (19781.
A ocorrência de possfveis rochas vulcánicas na região do Jara
guá havia sido admitida por Hasui et aZo (1976), porém a hipótese não
chegou a ser confirmada. Mais recentemente, a descoberta de feições de~
critas como piZZow-Zavas na região de Pirapora do Bom Jesus foi relata
da por Figueiredo et aZo (1982).
FASES DE DEFORMAÇAO
As três fases de deformação reconhecidas para rochas do grupo
são Roque na Faixa Jaraguá-Cristais, por Carneiro (1983), compreendem
dobras de estilos e foliações plano-axiais bastante diversificadas en
tre si. As principais características dessas fases de deformação, são
abaixo resumidas.
LITOESTRATIGRAFIA E METAMORFISMO
Rochas métamórficas pertencentes ao Grupo são Roque constituem
as principais litologias da_F4ixa Jaraguá-Cristais, O embasamento do
grupo é composto por gnaisses e migmatitos, correlacionados por Carne i
ro (1983) ao Complexo Amparo (Almeida et aZo 1981). Ocorrem ainda blas
tomilonitos e milonito-gnaisses, de posição temporal ainda incertã
(Carneiro et aZo 1984a).
As rochas do Grupo são Roque podem ser agrupadas em quatro gran
des pacotes litoestratigráficos, com base em critérios geológicos e es
truturais, envolvendo o reconhecimento de dobras regionais e a elaborã
ção de extensos perfis geológicos no campo. As principais limitações ã
essa reconstrução estratigráfica seriam a pobreza de dados de polariza
dade das camadas e a.falta de clareza que ainda persiste quanto à natü
reza e geometria das dobras da primeira fase -(Carneiro et aZ.1984a). -
As fotografias da Prancha 1 exibem algumas feições de campo das
PEincipais litolo~ias relacionadas à atividade ignea que afeta o grupo
Sao Roque na regiao. Os quatro pacotes reconhecidos por aqueles auto
res compreendem as seguintes litologias, da base para o topo:
a) metapsamitos impuros: metarcóseos, metagrauvacas e metarenitos, con
tendo intercalações de anfibolitos, metaconglomerados polimiticos;
metavulcânicas (Fotos lb, lce ld, descritas a seguir) , filitos e
quartzi tos:
3.197
.-.------
b) metapeZitos: filitos laminados com passagem gradual para xistos e
xistos porfiroblásticos, contendo sillimanita, granada e estauroli
ta. As intercalações são de raros níveis de quartzitos, anfibolitos
e filitos grafitosos. Ocorrem também passagens transicionais para
as duas outras unidades;
c) metamargas e prováveis metatufos: rochas cãlcio-silicáticas com al
guns níveis de anfibolitos, incluindo anfibolitos bandados que pr~
dominam no topo do pacote (Foto la);
d) metarenitos bandados: metarenitos com intercalações freqüentes de
filitos laminados e alguns níveis decimétricos de metarenitos con
glomeráticos, metarcóseos e anfibolitos.
As rochas do Grupo são Roque são penetradas por extensos corpos
graníticos, bolsões pegmatIticos (Foto le) e veios (Foto lf). Tais in
trusivas, estudadas sob o enfoque ,estrutural, podem ser separadas (Car
neiro 1983) em três grandes categorias: granitos inequigranulares, tI
dos como anteriores à fase F2; granitos porfiróides, considerados tar
di-tectônicos a F2 a sintectônicos a F3; e granitos pós-tectônicos, re
presentados por rochas do fácies Itu (Hasui et aZo 1978) e os granitos
turmaliníferos de Perus (Foto 19) .
MAGMATISMO pRt-TECTONICO
As rochas que represe~tam, na Faixa Jaraguá-Cristais, a incidên
cia de um magmatismo pré-tectôntco podem ser agrupadas, em função de
composição e caracteres texturais, da segu~nte forma: rochas metavulcâ
nicas básicas, rochas meta-subvulcânicas riodacíticas, anfibolitos me
tabasíticos e anfibolitos bandados. Há uma série de argumentos de or
dem estrutural que indicam para essas rochas uma origem durante umã
época anterior às sucessivas fases de dobramento e â formação das dife
rentes foliações plano-axiais.
ROCHAS METAVULCÃNICAS BÁSICAS
Rochas metavulcânicas básicas amigdaloidais ocorrem próximo ao
Morro do Polvilho e ao Pico do Jaraguá, além de duas pequenas lentes
alongadas de aproximadamente 60 m de largura por cerca de 200 m de com
primento, descobertas por Carneiro (1983) na região do Jardim Santã
Fé, a oeste do Pico do Jaraguá (Fig. 1). A orientação NW-SE dos corpos
acompanha a foliação regional. A distribuição dessas ocorrências está
subordinadç ao pacote de metapsamitos impuros, guardando proximidade
com os níveis de metaconglomerados polimíticos.
são rochas pardo-esverdeadas de granulação fina, micáceas e xi~
tos s, contendo "amígdalas" de formato elipsoidal preenchidas por quart
zo (Fotos lb e lc) que perfazem cerca de 20% do volume total. Estas c~
vidades preenchidas têm de 0,1 a 3 cm de comprimento, alongando-se, via
de regra, segundo a direção da xistosidade. Encontram~se freqüenteme~
te ôcas (Foto lc), aspecto adquirido por dissolução intempérica do ma-
terial pré-existente ou como feição herdada de possíveisvesículas o~!
ginais. Tais vesículas, caso confirmadas, trariam como denominaçao
mais adequada o termo rocha vesículo-amigdaloidal.
Carneiro (1983) classifica tais rochas como epídoto-biotita xis
tos oriundos do metamorfismo de rochas vulcânicas básicas, com base
nas feições vesículo-amigdaloidais reliquiares, destacando entretanto
a sua mineralogia, quase essencialmente biotítica. Termos desprovidos
de amígdalas não foram reconhecidos até o presente.
Seus contatos são de difícil observação. Uma passagem de cará
ter transicional foi observada em um ponto (Foto ld), onde ocorrem m~
tarenitos finos avermelhados. Tal transição é marcada pela presença c~
da vez mais rara de níveis centimétricos da rocha básica nos metapsam!
tos finos adjacentes.
Microscopicamente tais corpos constituem-se de quartzo gran~
3.198
blástico interlohado, formando envoltório para núcleo de .algum mate
rial desaparecido. De fato, as "amígdalas" na sua maioria, são ôcas
nas partes centrais, presumindo-se que ali teria originalmente se re
cristalizado calcita, agora dissolvida nas amostras relativamente in
.temperizadas.
A matriz xistosa pode ser subdividida em dois componentes~
a) base xis tosa propriamente dita, composta predominantemente de bioti
ta lepidoblástica, epídoto porfiroblástico, quartzo e plagioclásiõ
intersticiais, e grãos espalhados dê magnetita e ilmenita (leucoxe
nizada e limonitizada); -
b) corpos elipsoidais~ milimétricos, leucocráticos. Exibem textura gra
noblástica e compõem-se essencialmente de quartzo e p1agioclásiõ
(oligoclásio-andesina) salpicado de epídoto e, raramente, biotita e
opacos. Titanita e apatita, em minúsculos grãos arredondados, são
aí também observados.
A análise química efetuada na matriz dessas rochas revelou a se
guinte composição (%): SiOz (49,1), TiOz (2,6), Alz03 (14í,6), FezO-;
(9,7), FeO (5,4), MnO (0,12), MgO (3,6), CaO (6,7), NazO (2,6), KzO
(3,4), perda ao Fogo (2,2).
Os dados químicos acima se ajustam, com certa imprecisão, a um
magma de composição andesitico-basáltico maior divergência com análi
ses de andesitos e basaltos típicos (Mueller & Saxena 1977) tefere-se
a teores de KzO. Isso é aceitável e até mesmo esperado em se tratando
de rocha rnetamorfoseada(fácies xisto verde) e internperizada de modo in
cipiente. -
As evidências estruturais e texturais indicam que em um período
pré-metamórfico formou-se derrame de basalto andesítico amigdaloidal
(amígdalas com sílica e carbonato), em cuja matriz se diferençiaram va
ríolas (gotas imiscíveis?) de material leucocrático, dacítico ou ande
sítico. As deformações e recristalizações metamórficas se responsabilI
zaram pela atual feição granoblástica do q~artzo de amígdalas, ~eseg
v01vimento de foliaçao da matriz, deformaçao e alongamento de var~o1as
e amígdalas, bem como crenulações posteriores.
Uma discussão mais completa dos elementos microestruturais na
faixa encontra-se em Carneiro et aZo (1984c). Um dos melhores exemplos
obtidos está nas fotomicrografias 2a e 2b (prancha 2), onde as amígda
Ias se acham deformadas de modo conspícuo pelas crenulações S2 e S3 ~
Num pormenor de outra amostra de rocha, as fotomicrografias 2c e 2d
trazem uma amígdala preenchida por material quartzoso, com núcleo mais
grosso que as bordas e que exibe o desenvolvimento de uma xistosidade,
por sua vez afetada por crenulações.
3.199
--..-----------....--
maiores dimensões é o Corpo Anfibolítico do Jaraguá '-Gomes et aÍ-.1972),
de famato bastante irregular, que ocupa uma área de aproximadamente
2,5 kmz.
Nos cortes, as rochas apresentam-se alteradas e suas cores pre
dominantes são amarelo forte, vermelho, roxo e cinza-claro. Nas exposI
ções de rocha sã exibem cores pretas ou cinza-escuro, ligeiramente es
verdeadas. A granulação é média a grossa, localmente exibindo termos
finos, e a orientação dos minerais é incipiente na maior parte dos cor
pos, chegando a desenvolver apenas suave foliação. -
Ao microscópio, texturas ígneas reliquiares são comuns. A mine
ralogia essencial dos anfibolitos é dada por hornblenda e plagioclásiõ,
sendo o quartzo, epídoto, titanita, apatita, opacos e biotita os aces
sórios. No corpo do Jaraguá, Gomes (1971) reconheceu a existência de
um distinto zoneamento metamórfico, definindo duas zonas que denominou
A e B. A zona A, mais distante do batólito granítico da Cantareira,mos
tra rochas com predomínio de foliação bem desenvolvida, granulação fI
na, maior percentagem de hornblenda e epídoto e predomínio de hornblen
da fibrosa. A zona B corresponde à porção SSE do corpo, apresentandõ
rochas com foliação pouco nítida, textura granoblástica, gran~ão gro~
sa, maior conteúdo em plagioclásio e diminuição de hornblenda e epíd~
to.
Nos anfibolitos, é muito comum a presença de texturas blastofí
ticas, tal como ilustrado nas Fotomicrografias 2f e 2g. Estas feições~
aliadas a uma composição predominantemente dada por plagioclásio e ~
fibólios, levaram Coutinho et aZ. (1982) a se referirem a rochas desse
tipo como derivadas do metamorfismo de antigas rochas básicas. Gomes
et a Z. (1972), consideraram suficientes as provas obtidas em estudos
anteriores para tal origem ígnea, citando em particular os trabalhos
de Gomes (1962) e Gomes et aÍ-. (1964)..
ANFIBOLITOS BANDADOS
Constituindo outro tipo litológico reconhecido pela EMPLASA
(1980), os anfibolitos bandados (Carneiro 1983) estão presentes na por
ção centro-sul e centro-oeste da faixa (Fig. 1) na forma de lentes alon
gadas segundo a direção regional NW-SE, com largura máxima em torno de
800 metros; Incluem caracteristicamente intercalações de anfibolitos
bandados finos a médios, cuja constituição é dada por tremolita-actin~
lita, oligoclásio, alguma biotita e opacos. Em duas amostras, o profun
do estado de alteração permitiu apenas supor adicionalmente a existê~
cia de quartzo e granada.
Os anfibolitos bandados ocorrem bastante alterados nos cortes
(Foto la), razão pela qual via de regra mostram cores extremamente va
riadas: brancas, pretas, marrons, vermelhas, amarelas e cinzentas, in
cluindo alguns níveis de coloração marrom-escuro bastante comuns, chã
mados informalmente de "filitos pó-de-café", nome de campo certamente
impróprio,' mas que denuncia o estado de desagregação do material de
composto.
A granulação é muito fina, sem outra foliação além de rara lami
nação e da clivagem ardosiana, esta freqUentemente paralela ao band~
mento. Encontra-se amiúde estas camadas fragmentadas por sistemas de
juntas.
3.200
GRANITOS INEQUIGRANULARES PRt-TECT6NICOS A F2
Estes tipos de rocha são representados na área pelo Granito do
Tico-Tico CMoraes Rego 19..331., nome que possui prioridade em relação
ao termo Anhangüera, proposto por Penalva & Hasui (19701. Ocupa uma
área de aproximadamente 11 km2, sustentando os morros do Tico-Tico e
Grande. O corpo possui uma forma elipsoidal, alongada segundo uma dire
ção E-W (Fig. 1). -
O tipo dominante é o inequigranular, composto basicamente de
quartzo, microclínio, plagioclásio e biotita, numa textura hipidiomór
fica. Seus acessórios mais comuns são granada, moscovita, turmalina e
zircão. A coloração é cinza-claro, passando a bege, creme ou avermelha
da quando alterado. A granulação é média a-grossa. Há variações parã
tipos equigranulares a duas micas e alguns núcleos fluidais de borda,
marcados pela orientação das micas, e que se tornam cada vez mais isó
tropos para outras porções do corpo. Localmente pode-se perceber uma te
nue orientação das biotitas quando mais se afasta das bordas, mas ã
moscovita tem sempre uma distribuição caótica e uma presença subordin~
da. Sua composição é a de um granito sensu striatu. Lepidolita foi r~
ferida por Moraes Rego (op. ait.) que inclusive descreve a rocha como
um "granito a lepidolita", observação não confirmada no presente estu-
do.
Dois outros corpos de menor expressão em área são os de Francis
co Morato, que em suas zonas de borda são bastante foliados e associã
dos a numerosos pegmatitos que invadem os micaxistos adjacentes (Fotõ
le). Trata-se de rochas de as~ecto até gnáissico, podendo-se falar em
pegmatito-gnaisses e granito-gnaisses para muitas delas. Suas relações
de intrusão, contudo, levam a supor a incidência de um fenômeno de de
formação posterior à colocação granítica, hipótese por sinal reforçadã
nas regiões do Tico-Tico e Perus pela existência de numerosos veios
pegmatíticos dobrados (Foto lf e Fig.._2) .
Veios pegmatttiaos dobrados - pela sua importància, face às relações
que se pode obter entre os veios, os dobramentos e a época de intrusão
dos corpos graníticos da região, alguns aspectos petrográficos e rela
ções de campo são destacados neste item.
são. veios brancos de material quartzo-feldspático, com alguma
moscovita, granulação média a grossa e composição granítica. Ao micros
cópio, os veios pegmatíticos dobrados exibem uma série de feições c~
racterísticas de sua natureza intrusiva, tais como faixas moscoviticas
no contato com a encaixante e faixas turmaliníferas onde o conteúdo em
turmalina (schõrlita) torna-se muito elevado (Fig. 2). O dobramento
desses veios deforma todas as feições anteriores.
Não é ainda possível afirmar que os veios dobrados estejam t~
dos relacionados ao corpo granItico do Tico-Tico, em cujas vizinhanças
são notavelmente distribuídos (Fig. 2). Somente através de estudos pe
trológicos mais. pormenorizados é que tal hipótese pode ser confirmada~
Veios de quartzo dobrados também são comuns, aparecendo freqüen
temente fenômenos de boudinage (Fig. 4). Em alguns casos, pode ser ve
rificada a existência de mais de uma geração de dobras afetando os
veios pegmatIticos, como na estrada de acesso à Sede da Fazenda Melho
ramentos, a partir da Estrada Velha de Campinas (Fig. 5).
GRANITOS TIPO PIRITUBA TARDITECTDNICOS A F2
O mais extenso destes corpos na área é o batólito da Cantareira,
localizado no extremo sudeste da faixa, com uma de suas reentràncias
.a leste de Perus; onde sustenta as elevações, desenvolvendo um notável
sistema de fraturas ondulares lCarneiro 1983). Os outros corpos presen
tes são os de Itaqui, Itaim e Taipas (Coutinho 1972). -
As rochas granitóides que compõem esses corpos têm como carac
teristicas marcantes uma coloração cinza-claro a cinza-médio, localme~
te rósea ou esbranquiçada. Em muitos locais dos maciços da Cantareira
e de Itaqui percebe-se uma coloração cinza-escuro dada pela maior abun
dância de máficos. . -
No aspecto microscópico, fenocristais subcentimétricos de felds
pato potássico, róseo a branco, são imersos em uma matriz inequigranu
lar média a grossa. Algumas variedades equigranulares são observadas~
com passagem eminentemente transicional, pela maior ocorrência dos me
gacristais, para termos porfiróides.
3.201
. .~~-----
-- -
---.---
Geralmente são pouco orientados a foliados, observando-se algu
ma orientação, principalmente nas bordas, devido ao incipiente al:inha
mento das micas. Os principais constituintes são o quartzo, plagiocla
sio, biotita e microclínio. Epídoto, titanita, sericita e opacos apar~
cem como os acessórios mais freqüentes. ~ comum a ocorrência de encla
ves anfibolíticos com bordas de reação visíveis e xenólitos gnáissicos
de dimensões centimétricasa.decimétricas.
Moraes Rego (op. cit.) considera os tipos de granitos onde pr~
dominam as micas brancas, com ou sem biotita, como intrusivos no Grani
to Pirituba ou associados, com variação gradual.
MAGMATISMO POS-TECTONICO
DISCUSSÃO
A atividade ignea está representada na área estudada por rochas
3.202
básicas metamorfoseadasUnetabasitos), pelas rochas metavulcânicas e me
ta-subvulcânicas, além dos granitos, granitôides, pegmatitos e aplitos.
As rochas metavulcânicas básicas amigdaloidais constituem uma
prova da atuação de fenômenos de vulcanismo à épo.ca da sedimentação
das rochas do Grupo são Roque, podendo-se atribuir à unidade de metar
côseos, metarenitos e metagrauvacas, com quartzitos e metavulcânicas
associadas, um caráter de seqüência vulcano-sedimentar.
Caso outras evidências venham a ser obtidas .para caracterizar
com maior precisão os níveis de possíveis metatufitos intercalados nas
seqüências de rochas cálcio-silicáticas e de anfibolitos bandados des
critos na faixa, o quadro de evolução'vulcano-sedimentar seria estendI
do até englobar também estas unidades, que parecem ser superiores li
toestratigraficamente, às de metarenitos e rochas associadas (Carneirõ
et a7-. 1984al.
Os metabasitos constituem corpos concordantes .ou discordantes
aos metassedimentos. Essas rochas acham-se afetadas pelo metamorfismo
regional e são derivadas de magmatismo básico (Gomes 1971), de caráter
pré-tectônico (Hasui 1975a).
As rochas meta-subvulcânicas parecem estar vinculadas, por sua
vez, a uma manifestação intrusiva de baixa profundidade, hoje exposta
pela erosão, que se situaria antes do dobramento da fase F2. Sua posi
ção temporal com relação a FI é ainda pouco clara, pois as rochas mos
tram fraco desenvolvimento de xistosidade.
Os corpos granitôides sintectônicos são os mais extensos em
área, dividindo-se em dois subgrupos, com base na sua posição em rela
ção à fase de dobramento F2.
As descrições acima, sobre os corpos granitóides e os veios Ee~
matíticos dobrados ou gnaissificados, complementada com as observaçoes
feitas no estudo micro-estrutural (Carneiro et aLo 1984c), permitem in
ferir que antes da plena instalação do episódio de deformação F2 houve
um pico do metamorfismo regional. Este máximo estaria representado pe
la blastese de opacos, estaurolita, granada e sillimanita. Pelo menos
a estaurolita teria tido seu desenvolvimento estendido até o início da
Fase F2. Os granitos inequigranulares orientados, os pegmatitos e veios
de quartzo dobrados por D2 e os pegmatitos gnaissificados em Francisco
Morato são indícios de que este conjunto de rochas graníticas é pré-
tectônico a F2 e pode ter se estendido no máximo até à sua fase ini
cial. A Fig. 2 traz essas considerações expressas sinteticamente em süã
legenda.
Os granitóides tipo Pirituba, por sua vez, comparecem na área
representados pelos batôlitos da Cantareira e da Serra do Itaqui e pe
los stoaks de Itaim e Taipas. Possuem marcante constituição porfirôide,
com ou sem orienta~ão. A colocação é em geral discordante das enca!
xantes. Sua situaçao temporal é de tarditectônicos a F2, estendendo-se
no tempo, até chegarem a ter caráter sintectônico a F3, uma vez que em
alguns locais a turmalinização ligada a estes granitos parece ter sido
contemporânea às crenulações 53. Além disso, o corpo menor, que é o de
Itaim, aloja-se no núcleo de uma antiforma D3.
As rochas graníticas pós-tectônicas constituem corpos intrusi
vos, afetando as rochas metamórficas regionais através de auréolas de
metamorfismo de contato e outras alterações (pReumatólise e hidroterm~
lismo) .
O corpo de Taipas possui uma íntima associação com os granitos
turmaliníferos,que são claramente de caráter pós-tectônico. As mani
festações de pegmatitos ligados aos granitos turmaliníferos represen
tam uma extensão do processo. Seu nível de co.locação (empLaaement) nãõ
deve ter sido muito superior ao nível topográfico atual, pois há cavi
dades miarolíticas e alguns contatos de topo de intrusão em várias das
pedreiras de Perus (Wernick, inf. verbal).
As informações disponíveis sobre a evolução tectônica da Faixa
Jaraguá-Cristais foram sinteticamente reunidas na Tabela 1, onde são
acrescentados os resultados da análise do magmatismo, aos dados refe
rentes à litoestratigrafia, fases de deformação, estrutura e produtos
de metamorfismo associados.
CONCLUSÕES
As rochas metavulcânicas básicas amigdaloidais, cuja descoberta
3.203
,------
.-----
~-
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3.205
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3.207
FIGURA 3 - Feições associadas a
veios pegmatitico dobrado, con
forme observado ao microscópio.
Ponto na entrada da Fazenda Me
lhoramentos.
S.
,- XISTOS
2-PEGMATITO,5 .
S-ROCHAS CALCIO-SILICATlCAS
3.208
TABELA 1
QUADRO SINOTICO DA EVOLUÇ~O TECTONICA DA FAIXA JARAGUA - CRISTAIS
FEICÕES RODUIOS DE
ASE DE ESTRUTURAIS TAMORFISMO
E FORMAÇÃO ASSOCIADAS SOCIADOS
Turmalina e
gum fe ldspato nas
D -
3 Dobras do gru- bordas de granitos o
Gran1 t os d os ba
-
F - Dobras abertas
PO de estilo 3
-
Efe1 tos retrome
o : o
toh tos de Canta-
a3fechadas, de di- S /Sf- Clivagem de tamórficos locais reira e Itaqui. e
mensÕes _ em geral
hectometr1cas o
c~enulação sem ban MP
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stocks
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to local de bioti-
F - Dobras fecha- D2- Dobras do gru- ta ao redor de opa
2
das a cerradas, ra po de es ti 10 2 cos
ramente isoclinais . o . o
F1na c I :!;vagem M.~2- Red 1stn b U1-
centimétricas ahec S2- '
- de c~nulaçao pla- çao local de quar-
tométricas
nO-aJUal, com banda tzo
mento diferenciado
MP
. to
- Cres C1men
estático de porfi- - pegmatitos em
roblastos (xistos veios e bolsões
de grau médio)
cisco Morato e Ti- . .
- Grani tos de Fran
Rec~1Sta~1Za-
Fl- Dobras fe~a-
-
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Dl- Dobr~ do gru- ~l-
das meso- a mcros po de est1lo 1 çao de mnerus
Cop1Cas, mU1tas v!:.. S / ~- CIo1vag7m ar:- metamor fO
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co-Tico
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dade plano-axiais - fraco)
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PACOTE DE ME'rAMARGAS E PROVÁVEIS METATUFOS - Tufos (1)
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II
I I
I I
I I
PACOTE DE METAPELITOS COM INTERCALAÇÕES METAPSAMITICAS
0_._0_'_'_'-'-'-' '-'-'-'-'-'-'-'
PACOTE DE METAPSAMITOS IMPUROS Rochas vulcâni-
cas básicas
SEDIMENTAÇÃO/DEPOSIÇÃO
3.209
------------ -----
---
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< :a~~ -
3.2to
PRANCHA 2 Fotomicrografias (Barra-escala
mede 0,5 mm): 2a e 2b - Metavulcânica: bã-
sica.camigdaloidal, nicóis * e 11; 2c e 2d-
Pormenor de amígdala da mesma rocha, ni~
cõis+ e 11; 2e< - Meta (?) - riodacito, ni
cóis+-, 2f - Textura blastofítica em anfi-=
bolito, nicóis 11; 2g - Microgranulação em
cristal geminado de plagioclãsio de anfibo
lito com textura blastofítica, nicõis+" .
-
3.211
--
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984
ABSTRACT
The stratigraphic reconstruction of the são Roque Group is con
strained by the paucity of data on primary structures and layer youn5
ing evidentes, as well as the polyphasic metamorphic and deformational
episodes. The first deformation phase is not yet clearly understood and
its contribution to the present structural framework is to be evalua
ted.
Nevertheless, four main lithologic 'assemblages can be recogni
zed along an area of 376 km2 at NNW of são Paulo City, between the pI
co do Jaraguã and the Serra dos Cristais. They are, from apparent base
upwards:
1) impure metapsamites, with intercalations of amphibolites,polymictic
metaconglomerates, metavolcanics, phyllites and quartzites:
2) metapelites,' represented by phyllites and schists of several types,
with many intercalations of metarenites. Unit 2 grades laterally and
vertically into the following two units:
3) metamarls and probable metatuffs, representedby calc-silicate
rocks, with subordinate limestones, dolomites, and banded amphibol~
tes:
4) rhythmic metapsamites, made up by alternating meta-arenites, meta-
arkos ,and phyllites, with narrow basal zones of microconglomer
atic metarenites. -
INTRODUÇÃO
A faixa situada a NNW da capital paulista, entre o Pico do Jara
guã e a Serra dos Cristais, encerra uma seção das mais representativas
do Grupo são Roque, sob o ponto de vista da diversidade litológica da
unidade, variações do estilo estrutural e superposições de estruturas.
Essa faixa foi 'objeto de investigações de detalhe, visando: 1)
avançar na cartografia e no conhecimento das unidades litológicas,prin
cipalmente as metamórficas e granitóides: 2) conhecer os padrões de de
formação tectônica das rochas e os estilos estruturais: 3) propor um
modelo evolutivo, em termos das sucessivas fases de deformação: 4) ca
racterizar a cronologia e as relações entre metamorfismo e deformação~
5) reconstruir, ainda que ao nível das unidades maiores, as seqüências
que foram submetidas ao metamorfismo e deformação (Carneiro 1983).
O presente trabalho visa a destacar, dos estudos mencionados, as
principais informações obtidas sobre as unidades lito lógicas da faixa
Jaraguã-cristais, com o intuito de contribuir para o esclarecimento do
problema da subdivisão do Grupo são Roque. Reconhecidamente, as limita
ções e dificuldades para esse tipo de estudo são muitas, e devem ser
convenientemente ressaltadas. são levantados alguns pontos nesse senti
do.
A abordagem escolhida para o tema procura partir de uma breve
3.212
revisão dos conhecimentos disponíveis na literatura, fazendo-se a se
guir uma exposição suscinta sobre a geologia e o padrão de organizações
estrutural da faixa. A seguir, são discutidos os resultados do levanta
mento de perfis geológico específicos, que foram orientados no sentido ãe
integrar os conhecimentos estruturais obtidos e reconhecer em seus tra
ços mais geraip, a ordenação espacial das unidades litológicas maiores
do Grupo são Roque na região.
TRABALHOS ANTERIORES
Os mapas de semidetalhe mais ~tigos disponíveis na região são
as folhas 1:100 000 de Itu e Jundiai, editadas pelo Instituto Geográfi
co e Geológico, sucessor da antiga Comissão Geográfica e Geológica. A
folha geológica de Jundiaí (Wohlers et alo 1954) engloba a faixa est~
dada, onde são mapeados o embasamento Arqueozóico, possíveis granitos
dessa idade e as rochas da Série de são Roque.
Importantes estudos de detalhe foram executados na década de 60,
compreendendo o mapa geológico da região do Jaraguá, na escala 1:20 000,
publicado por Cordani et alo (1961), o mapa da região de Perus, divul
gado por Cordani et alo (1963), e o mapa da região da intrusão granítI
ca dos morros Grande e do Tico-Tico, elaborado por Penalva & HasuI
(1970).
Os estudos em escala menor envolveram grandes porções da área
de ocorrência do Grupo são Roque, como os de Hennies et alo (1967) ao
longo do falhamento de Taxaquara; Hasui et alo (1969), na região a oes
te da Capital, e Coutinho (1972), envolvendo toda a Capital e seus ar
redores na escala 1:100 000. Este último autor elaborou o Mapa GeológI
co 1:100 000 da Grande são Paulo- (EMPLASA 1980), que traz um quadro
bastante pormenorizado sobre grande parte da região estudada,incluindo
o reconhecimento de unidades litológicas não anteriormente descritas,
tais como prováveis metatufitos e metamargas. Nesse mapa, contudo, o
autor não se refere a ordenações de cunho estratigráfico para os meta
morfitos (Coutinho 1980).
O uso do termo Grupo são Roque (Moraes Rego 1930) esteve subm~
tido a uma certa controvérsia, durante as décadas de 60 e 70, tendo em
vista as semelhanças delitologia e grau metamórfico com as unidades
reconhecidas no Grupo Açungui (Derby 1878), que poderiam ser somadas à
possível continuidade geográfica entre ambas as unidades, favorecendo
o uso do termo mais antigo, tido como prioritário.
Por outro lado, os principais argumentos para manter a separa
ção seriam de ordem estrutural (Hasui 1975), tendo em vista as difere~
tes histórias deformacionais das unidades e a presença de. grandes fa
lhas separando suas áreas de ocorrência (Hasui et alo 1975).
A subdivisão do Grupo são Roque na região de Pirapora do Bom Je
sus em duas formações, denominadas Boturuna e Piragibu, foi proposta
por Hasui et aL. (1976). No mesmo ano, Hasui & Sadowski apresentaram
uma subdivisão do Grupo Açungui em dois complexos, Embu e Pilar, com
base na incidência ou não de migmatização.
A partir de 1982, com os levantamentos geológicos promovidos pe
10 PRO-MINtRIO (Programa de Desenvolvimento de Recursos Minerais do Es
tado de são Paulo), novos aspectos têm emergido, dos quais cabe desta
car a apreciável redução em área do Grupo são Roque, em relação ao m~
pa geológico do Estado mais recente (Bistrichi et alo 1981). Grande paE
te das rochas de grau metamórfico mais elevado foi excluída da unidade
(Campos Neto et alo 1983, Hasui 1983).
Na região das quadrículas de Piracaia e Igaratã, Campos Neto et
alo (1983) elaboraram um esquema litoestratigráfico para o Grupo são
Roque, onde chamam a atenção para a importància, talvez regional, da
presença de metarcóseos na unidade basal do grupo.
Hasui (1983) propõe considerar as bacias são Roque e Açungui c~
mo distintas, embora admitindo que sejam muitas as semelhanças de cons
tituição e evolução. -
Nesse contexto, as questões magnas que se colocam são a distin
ção do Grupo são Roque de seu embasamento e a divisão do primeiro, de
.modo a fundamentar avanços interpretativos pertinentes..- à paleogeogra
fia e evolução bacinal.
3.213
_....-._----
--
LITOLOGIAS
As litologias presentes na Faixa Jaraguá-Cristais compreendem
unidades relacionadas ao Ciclo Brasiliano, representadas pelo Grupo
são Roque, granitos e pegmatitos intrusivos desta unidade, assim como
porções do embasamento mais antigo, faixas cataclásticas e coberturas
cenoz5icas (Fig. 1).
3.214
po são Roque. Os seixos são de granitos, gnaisses, quartzitos, além de
alguns pegmatitos e raros xistos.
Aos metarcóseos associam-se termos como metarenitos finos, meta
renitos arcoseanos, metagrauvacas e metarenitos conglomeráticos. A
maior área de ocorrência dessa unidade é na parte sul da faixa, e sua
passagem ~ gradual para os xistose filitos laminados, que podem ser
encontrados também como intercalações no interior da unidade metapsamí
tica. Outras intercalações nesta unidade são sericita xistos, quartz~
tos e rochas metavulcânicas. .
METAPELITOS
Os micaxistos ocorrem em maior extensão na porção central da
faixa, contornando os corpos graníticos do Tico-Tico e da Cantareira.
Trata-se de quartzo-moscovita xistos, quartzo-biotita-moscovita xistos
e sillimanita-quartzo-moscovita xistos. são localmente feldspáticos,
microporfiroblásticos ou bastante quartzosos. Suas intercalações mais
freqüentes são metarenitos, metarcóseos, quartzitos, filitos, rochas
cálcio-silicáticas e anfibolitos. são comuns níveis microporfiroblásti
cos que, quando se tornam mais possantes, podem ser mapeáveis na esca
la 1:50 000, como xistos porfiroblásticos com granada, estaurolita e
agregados de fibrolita (sillimanita). Estes porfiroélastos conferem um
aspecto maculado aos micaxistos alterados, pontilhados de pequenas con
centrações brancas a amarelas. -
Os filitós laminados predominam na parte setentrional da faixa,
e se apresentam como rochas, com bandas milimétricas a decimétricas,
definidas por mudanças principalmente de cor e, menos freqUentemente,
de granulação. Sua composição essencial é de mica branca e quartzo, com
opacos e raro feldspato como acessórios. A pronunciada laminação é de
vida a uma persistente clivagem de crenulação zonal (no sentido de
powell 1979), microscópica, que normalmente pode ser reconhecida nos
afloramentos por meio do bandamento diferenciado a que se associa
(Carneiro et aLo 1984a).
3.215
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------..
--------------
ANFIBOLITOS METABAS!TICOS
Os anfibolitos se apresentam na forma de corpos isolados, com
maior freqüencia na parte sul da faixa (Fig. 1), onde se destaca o cor
po do Jaraguá, estudado por vários autores (p.ex. Gomes 1962, Gomes et
alo 1972, Coutinho 1972). são rochas compostas essencialmente por horn
blenda e plaqioclásio, e acessórios como o quartzo, titanita, epídoto~
apatita,opacos e biotita. Variações na granulação são comuns, do mesmo
modo que são freqüentes as texturas ígneas reliquiares.
Os anfibolitos bandados são rochas finas que se apresentam mui
to decompostos nos afloramentos, dificultando a observação de caracte
res texturais ou mineralógicos. Há intercalações comuns de rochas me
nos alteradas, que são anfibolitos bandados, finos a médios, compostos
por tremolita-actinolita, plagioclásio, pouca biotita, opaco e quartzo.
GRANITOS E GRANITOIDES
As rochas graníticas incluídas neste conjunto foram classifica
das por Hasui e tal. (1978 Icomo pertencentes ã fácies Cantareira
ou Itu. Caracteristicamente discordantes e intrusivas, configuram na
área mapeada três tipos texturais distintos (Fig. 1). O primeiro, que
é mais ant~go, possui textura inequigranular predominante (ya) e é
representado pelo Granito do Tico-Tico (Moraes Rego 1933) . O segundo,
de natureza porfiróide dominante (yc) , é encontrado nos batólitos da
Cantareira e Itaqui e nos corpos de Taipas e do Itaim, recebendo a de
nominação informal de tipo Pirituba (Moraes Rego & Santos 1938, apua
Hasui et alo 1978)..
A principal distinção entre estes dois primeiros tipos é basea
da em argumentos estruturais, uma vez que os granitos inequigranulares
antecederam no tempo a fase de dobramento F2 (Carneiro 1983) e os gra
nitóides tipo Pirituba foram tarditectônicos a esta fase ou até mesmõ
sintectônicos a F3.
O terceiro tipo compreende granitos equigranulares, não orienta
dos, como os granitos turmaliníferos de Perus e um pequeno corpo reco
nhecido no batólito de Itaqui (Fig. 1).
FAIXAS CATACLÁSTICAS
A faixa cataclástica localizada entre os batólitos de Itaqui e
Cantareira é a mais expressiva dentre as zonas de falhamento cartogra
fadas. Constitui uma unidade de mapeamento formada por milonitos, filõ
nitos, ultramilonitos e freqüentes protomilonitos. Na parte norte da
área a presença dessas rochas miloniticas é em zonas mais discretas,
com exceção das zonas de antigos milonito-gnaisses e blastomilonitos
dobrados, acima referidas.
3.216
COBERTURAS SEDIMENTARES
Na faixa Jaraguá-Cristais há raras ocorrências de sedimentos de
coloração variegada, areno-argilosos, correlacionáveis com base na li
tologia, à Formação são Paulo. Junto ao Pico do Jaraguá existem depósI
tos de tálus, restritos, em contraste com depósitos aluvionares (argI
lo-siltosos) e colúvio eluvionares (areno-silto-argilosos), que têm
ocorrência generalizada.
ORIGEM
A origem dos metassedimentos detríticos, pelas evidências cole
tadas, pode ser relacionada a uma deposição de materiais diversificã
dos quanto a granulação e composição. Condições mais enérgicas e de me
nor maturidade textural dos sedimentos teriam ocorrido durante a formã
ção dos pacotes de metarcóseos e rochas associadas, com uma situação
mais extrema e restrita, ligada aos metaconglomerados polimíticos. M~
tavulcânicas básicas a intermediárias vinculam-se a esse conjunto de
rochas, devendo-se admitir a participação de fenômenos vulcânicos du
rante a deposição das rochas arcoseanas e grauváquicas.
Os metapelitos, por sua vez, incluem produtos de diferentes
graus metamórficos; a granulação dos materiais originais parece ter s!
do de caráter mais uniforme, embora a composição possa ter variado mui
to. A presença, embora restrita, de possíveis feições normalmente e~
contradas em turbiditos (corno sZump-foZds e estratificação gradual) f~
vorecem a hipótese de uma origem marinha, com incidência desse tipo de
processo. _
A origem dos calcários e dolomitos pode ser atribuída a uma d~
posição de sedimentos químicos em ambiente marinho raso ou muito raso,
hipótese reforçada pela presen2a de quartzo em alguns níveis em do12
mitos, na forma de pequenos graos (atingindo diâmetros de areia fina)
e pela descoberta de estruturas estromatolíticas em dolomitos (Figue!
redo et aZo 1982), ambas na região de Pirapora do Bom Jesus. As ocor
rências não receberam estudos de detalhe nesta oportunidade.
A origem--das rochas cálcio-silicáticas da região não foi ainda
estabelecida, mas pelas evidências obtidas e em particular com base na
literatura (Cordani et aZo 1963, Coutinho 1972), é possível admitir
sua formação a partir de antigas margas (rochas químico-detríticas im
puras), com alguma contribuição tufácea que teria originado algumas
bandas anfibolíticas. Tal interpretacão
lógico da Grande são Paulo (EMPLASA "1980).
fora já levantada no mapa geo -
A origem dos anfibolitosé explicada a partir do metamorfismo
de seqüências intrusivas básicas nos sedimentos pré-existentes (Couti
nho 1953). Esta hipótese foi tida como confirmada por Gomes (1971, p.78)
considerando os estudos de quimismo efetuados por Gomes et aZo (1964),
no corpo do Jaraguá. No entanto, para este e para os demais corpos, in
cluindo os anfibolitos bandados, é plausível admitir também urna partI
cipação de efusivas básicas na constituição dos materiais originais. -
EXTENSÃO LATERAL
Entre a faixa estudada e áreas vizinhas existem algumas diferen
ças em conteúdo litológico, corno por exemplo:
os metaconglomerados polimíticos, que têm presença restrita e não
são descritos para outras regiões, à exceção de metaconglomeradas oli
-
gomíticos, conhecidos nas regiões de Pirapora e Curnbica;
as rochas metavulcânicas básicas amigdaloidais e as meta-subvulcâni-
cas, ainda não conhecidas em outras partes do Grupo são Roque;
as piZZow-Zavas, descritas por Figueiredo et aZo (1982), que não fo
ram ainda reconhecidas entre os anfibolitos metabasíticos da faixã
Jaraguá-Cristais.
Há, por outro--lado, numerosas semelhanças com as unidades li to
lógicas de regiões próximas, corno a área do Sinclinório de Piraporã
(Bistrichi 1982), onde as similaridades são marcantes, inclusive com.
demonstração da continuidade física de várias unidades mapeadas.
3.217
As ,semelhanças com a região da Serra de Itaberaba, descrita por
Coutinho et al. (1982) são também notáveis:
os sericita xistos mapeados por aqueles autores como PESFr, com suas
intercalações de metarenitos e metagravaucas, devem corresponder aos
filitos laminados (PSsFv);
os filitos ou xistos finos maculados (peSXF2) e os clorita-quartzo
xistos com granada (peSCf3), correspondem a termos mapeados nas uni
dades de micaxistos finos (PSxXm) e xistos porfiroblásticos (PSxXp)~
com a diferença de que a andaluzita daquelas rochas dá lugar a estau
rolita e sillimanita na faixa Jaraguá-Cristais; -
os flogopita-calcita xistos (peSC) e os anfibolitos finos bandados
com camadas cálcio-silicáticas (peSMt), que representariam, segundo
os autores as metamargas e as metamargas contaminadas por tufos bási
cos, guardam plena correspondência com as rochas cálcio-silicáticas~
bandadas ou não, da faixa Jaraguá-Cristais, bem como com a unidade
de anfibolitos bandados;
os anfibolitos metabasíticos são bastante similares em composição nas
duas unidades.
Com exceção das litologias mais específicas, algumas das quais
da família dos hornfels, poucas são as diferenças que ainda subsistem
entre as associações litológicas dessas regiões, destacando-se dentre
elas os níveis de provável metaahert, identificados em Itaberaba, embo
ra eles pare2am existir no domínio das rochas cálcio-silicáticas dã
faixa Jaragua-Cristais.
ESTRUTURAS
Historicamente, no estudo de regiões dobradas, a primeira abor
dagem utilizada foi a estratigráfica e paleontológica, em virtude dõ
.caráter originalmente sedimentar de grande parte dos depósitos. Com a
evolução do conhecimento, a abordagem estrutural passou a ser intensa
mente utilizada, por fornecer meios para superar naturais limitações
dos procedimentos estratigráficos, que requerem a identificação das se
qüências sedimentares em sua ordem estratigráfica corret~Mediante tal
identificação, seria possível determinar o conjunto de estruturas ou a
estrutura geral da região orogênica a partir da disposição dessas se
qüências. t um método que tem melhor aplicação em regiões montanhosas
(Roberts 1977), como os Alpes, onde a estratigrafia e a estrutura são
efetivamente dispostas em seções transversais à topografia.
As informações estratigráficas, quando disponíveis, associadas
aos dados gerados pela observa2ão sistemática de relações estruturais
de campo e de laboratório (seçoes delgadas), são fundamentais para a
análise estrutural. A abordagem estrutural é, pois, complementar aos
argumentos de natureza estratigráfica, bem como a outros procedimentos
geológicos. convencionais (Turner & Weiss 1963).
Os fundamentos da Análise Estrutural incluem uma série de con
ceitos aparentemente muito simples, mas de uso generalizado e que exer
cem forte influência em reconstituições litoestratigráficas. Resumidã
mente, pOde-se citar como conceitos fundamentais da Análise Estrutural
(Carneiro 1983): polaridade estratigráfica, polaridade estrutural,.ve,E
gência de clivagem e superposição estrutural, estilo de dobras e orie~
tação do dobramento. Numa determinada área, a aplicação de critérios
baseados nesses conceitos pode levar a um entendimento mais completo
das diferentes fases de deformação e, na dependência de exposições ad~
quadas e da própria litologia presente, pode-se atingir uma adequada
reconstituição da estrutura geral. Finalmente, tal linha de estudos po
de conduzir, como uma meta mais distante, à reconstrução do empilhame~
to das camadas, em sua ordem original.
FASES DE DEFORMAÇÃO
A aplicação desses critérios e conceitos à análise estrutural ~o
Grupo são Roque permitiu, na faixa Jaraguá-Cristais, identificar tres
fases de deformação regional e algumas ondulações tardias (CARNEIRO et
a L 1984c).
A fase de deformação Fl é reconhecida através de dobras de áp~
ces espessados, fechadas a cerradas, possivelmente até isoclinais, po.!
3.218
tadoras de clivagem ardosiana ou xistosidade em posição plano-axial. A
conformação, d~mensões, ampl~tudes e orientações originais dessas do
bras são difície~s de precisar dev~do aos fenômenos de transposição e
redobramento. Os registros' são ta.rn5émpouco freqüentes para esse tipo
de dobras, embora as foliações associadas sejam onipresentes.
A fase de dobramento Fz mostra-se na maior parte dos afloramen
tos na forma de dobras de ápices espessados, com escala e estilos va
riados. As dobras afetam a clivagem ardosiana e normalmente possuem
uma clivagem de crenulação fina a microscópica em posição.plano-axial.
Muitas macroestruturas e a maior parte das mesoestruturas do Grupo são
Roque na faixa foram desenvolvidas durante essa fase.
A fase F3 é observável em mapas, principalmente na forma de am
plas ondulações, que afetam as estruturas anteriores. Nos afloramentos
ocorrem dobras abertas a fechadas, com clivagem de crenulação plano-
axial visível a vista desarmada.
As deformações tardias são locais: dobras desarmônicas em de
terminadas litologias (como os anfibolitos bandados), kink-bands, e aI
gumas ondulações regionais, talvez ligadas a falhamentos ou intrusões
igneas.
UNIDADES LITOESTRATIGRÂFICAS
3.219
---- --
3.220
pelitos é em grande parte gradual.
O empilhamento desses pacotes (Fig. 31 é bastante semelhante à
coluna 1 apresentada no traBalho de ffasui et aZo (1976), referente à
região do Sinclinório de Pirapora. Naquela coluna os autores admitem
que a unidade basal do Grupo são Roque seria composta por metapelitos
com intercalações de metaconglomerados na base, sucedendo-se pelo me
nos três ocorrências de possíveis metavulcânicas, além de intercala
ções de quartzitos e rochas metacarbonáticas. Esta seqüência correspon
deria ao primeiro e terceiro pacote aqui reconhecidos, e parte do se
gundo pacote. Foi denominada por aqueles autores Formação Boturuna, sõ
toposta à Formação Piragibu, que serià representada por metassedimen
tos flyschóides (filitos rítmicos e alternância de filito/quartzito).-
Campos Neto et aZo (1983) apresentam para a região das quadrícu
las de Piracaia e Igaratá alguns elementos esquemáticos para a litoes
tratigrafia do Grupo são Roque. Na parte NW dos afloramentos do grupo~
a porção basal da unidade encerraria um pacote de micaxistos com fre
qüentes intercalações de metarcóseos. O esquema litoestratigráficõ
apresentado por esses autores é composto pela seguinte sucessão, da ba
se para o topo: anfibolitos; metarrjtmitos com intercalações de hematI
ta quartzitos, rochas cálcio-silicáticas e quartzitos; metarcóseos rít
micos; metarenitos rítmicos (com espessura estimada da ordem de 1 OOÕ
metros); micaxistos, e filitos com intercalações de quartzitos.
A presença de metarcóseos com maior freqüência na unidade basal
é significativa, podendo ser tomada como um padrão regional na unidade.
Na coluna de Campos Neto et aZo (1983), há diferenças com relação aos
resultados do presente estudo, pois as cálcio-silicáticas são subordi
nadas ao pacote basal de metarritmitos e os metarcóseos e metarenitos
rítmicos se sobrepõem a esse pacote, sem o grande desenvolvimento de
metapelitos que se observa na faixa Jaraguá-Cristais, onde filitos la
minados e xistos variados possuem grande expressão.
A comparação dos pacotes litológicos aqui definidos e sua dispo
sição vertical com aqueles mais a leste e oeste da faixa estudada re
querem investigações sobre a continuidade lateral. Do mesmo modo~ a de
finição de unidades litoestratigráficas formais requer a solução dos
problemas de ordem estrutural anteriormente levantados.
CONCLUSÕES
As principais unidades litológicas presentes na faixa estudada
são os metas sedimentos detríticos, ora predominando os metapelitos,ora
os metapsamitos. Os metaconglomerados têm distribuição relativamente
restrita. Ocorrem também metassedimentos detríticos químicos e quími
cO-detríticos, anfibolitos metabasíticos, anfibolitos bandados, meta=
subvulcânicas riodacíticas e metavulcânicas básicas.
A reconstrução litoestratigráfica das unidades esbarrou em vá
rias dificuldades como a insuficiência de dados sobre a geometria da
deformação FI nas várias escalas, a pobreza de estruturas reliquiares
indicativas de polaridade estratigráfica das camadas e a falta de ele
mentos conclusivos sobre a magnitude da transposição que marcou o fI
nal dos fenômenos FI.
A despeito dessas limitações, os trabalhos permitiram recompor
quatro grandes pacotes cuja sucessão vertical pode ser reconstruída por
meio de mapas geolôgicos e perfis estruturais de detalhe. O pacote ba
sal é constituído de metapsamitos impuros, com intercalações menores
de metaconglomerados, anfibolitos, metavulcânicas, filitos e quartzi
tos. Segue-se uma sucessão de metapelitos, com intercalações de metaE
samitos impuros que passam gradualmente para as duas outras seqüências:
uma de natureza cálcio-silicática com intercalações provavelmente meta
tufáceas, e outra de metapsamitos rítmicos. -
A dificuldade de propor unidades formais a partir dos pacotes
reconhecidos torna, por ora, prematuros os avanços interpretativos de
ordem paleogeográfica e sobre a evolução da bacia original.
3.221
------
REFERtNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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3.223
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FIGURA 1
MAPA GEOLÓGICO SIMPLIFICADO DA FAIXA JARAGUÁ-CRISTAIS
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PACOTES
Metorenitos bondados
Anfibolitos
Metarcóseos
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Filitos laminados
Metarenltos conglomeróticos
Anfibolitos
Filitos rítmicos
Filitos laminodos
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Anfibolitos bondados VJet o
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Anfibolitos :::;;>
o
:::;;
a:
Rochas cólcio-silicóticos Q.
FIGURA 3
3.226
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO. RJ. 1984
Bolsista do CNPq
ABSTRACT
A correlation of the são João deI Rei, Carrancas and Andrelãn-
dia Groups with the Araxá and Canastra Groups is proposed based on de--
tailed mapping at a few localities within those latter groups. The li-
thologies are virtually the same although their proportions are quite va
riable. The structuralhistory, subdivided in three deforrnational pha=
ses is almost identical, and metamorphism in both regions is of the sa-
me Barrovian type.
The purpose of the paper is to present, in a synoptic way, da-
ta on the stratigraphy, absolute ages, structural and metamorphic evolu
tion and associated igneous activity within the supracrustals of the
five mentioned groups, for the region between Passos and Andrelãndia,
southern Minas Gerais.
INTRODUÇAO
Em recentes trabalhos baseados em mapeamentos detalhados, os
Grupos são João deI Rei, Carrancas e Andrelãndia são considerados corno
um conjunto metassedimentar e metavulcãnico, com diferenças laterais de
fácies sedimentar e metamórfico (Trouw et alii, 1980, 19831 Trouw,~983).
Esta interpretação coincide com a conceituação de Ebert (1968, 1971) e
com a configuração expressa em mapas regionais (Fonseca et alii, 19781
Schobbenhaus Filho et alii, 1982). Almeida et alii (1973, 1976) consi-
deram o Grupo Andrelãndia corno prolongamento do Grupo Araxá, integrando
a Faixa Uruaçu, e o Grupo são João deI Rei corno equivalente do GrupoBarn
buí, da Faixa Brasília. Os mapeamentos em nível de reconhecimento, exe=
cutados por Cavalcante et alii (1979) demonstram que os Grupos Andrelãn
dia e Araxá são separados por rochas do Complexo Campos Geraréí, tornan
do assim interpretativa a sua correlação. Almeida e Hasui (1984), se=
guindo Hasui (1982), propuseram o nome Faixa de Dobramentos Alto Rio
Grande para o conjunto dos Grupos são João deI Rei e Andrelândia, inter
pretando-a corno faixa marginal, ao sul do Craton de são Francisco, per=
tencente ao Ciclo Brasiliano.
A dúvida que persiste é se a Faixa Alto Rio Grande'é correla--
cionável à Faixa Brasília, à Faixa Uruaçu, a ambas, ou à nenhuma das
duas faixas. Infelizmente, o número de datações é insuficiente para es
clarecer este problema. -
Mapearnentos detalhados e análises estruturais e microtectõni--
cas, em Capitólio, Passos e Alpinópolis, nos Grupos Canastra e Araxá,
pertencentes à Faixa Uruaçu, demonstraram que estes grupos contem lito-
logias muito semelhantes às dos Grupos são João deI Rei, Carrancas e An
drelândia. A evolução estrutural e metamórfica também é muito parecidã.
Baseada nestas observações propomos aqui, uma interpretação
regional, na qual os Grupos são João deI Rei, Carrancas e Andrelândia
são considerados como a continuação dos Grupos Araxá e Canastra, com a
ligação física coberta pelos sedimentos e basaltos da Bacia de paraná.
Na fi~ura 1 estão sendo delimitadas as principais unidades litológicas
e as areas onde foram realizados mapeamentos detalhados.
3.227
-------
--.-----
------
TRABALHOS ANTERIORES
Ebert (1956a, 1956b, 1957, 1958, 1968, 1971) foi um dos princi
pais autores que publicou sobre a região enfocada em épocas recentes, e
muito do nosso conhecimento atual deve-se aos importantes estudos deste
pesquisador. Trabalhos posteriores englobam os Projetos Sapucaí e Man-
tiqueira-Furnas (Cavalcante et alii, 1979; Seixas e Silva, 1976), a fo-
lha ao milionésimo Rio de Janeiro/Vitóría/Iguapé (Fonseca et alii,1978),
trabalhos na parte SW de Wernick et alii (1980) e de Wernick e Artur
(1983), trabalhos na parte NW de Schmidt e Fleischer (1978), de Schmidt
(1983) e mapeamentos de folhas 1:50.000 (Morales et alii, 1983; Olivei-
ra et alií, 1983). Recentes trabalhos de detalhe nos Grupos são João
del Rei, Carrancas e Andrelãndia foram realizados por Chrispim (1983),
Heilbron (1983, 1984), Karfunkel e Noce (1983), Karfunkel et alii (1983),
Maciel (1983), Magalhães (1983), Paciu110 (1983), Ribeiro (1980, 1983),
Ribeiro e Heilbron (1982), Trouw et alii (1980, 1982, 1983) ,Trouw (1983)
e Valeriano (1983).
LITOLOGIAS E ESTRATIGRAFIA
Nas figuras 2, 3 e 4 são apresentadas várias colunas estrati--
gráficas, com o objetivo de dar uma idéia global das diferentes litolo
gias e das suas proporções de ocorrência. Muitas outras colunas podiam
ser apresentadas para mostrar variações locais; "por isso, as que aqui
são apresentadas devem ser entendidas como decorrentes de uma escolha
mais ou menos representativa. As espessuras indicadas são estimadas,por
que a intensa deformação não permite uma reconstrução precisa. Fontes e
descrições mais detalhadas acham-se em Heilbron (1983, 1984), Maciel
(1983), Ribeiro e Heilbron (1982), Trouw et alii (1983) e Valeriano
(1984) .
METAMORFISMO
O metamorfismo principal que afetou a região é do tipo Barro--
viano. Conforme mostram as isógradas desenhadas na figura 1, o grau
metamórfico aumenta de E para W, nos Grupos Canastra e Araxá e, de N pa
ra S, nos Grupos são João del Rei, Carrancas e Andrelãndia. Esta pola=
ridade parece ter uma nítida relação com o Craton de são Francisco. O
3.228
grau metamórfico varia desde a fácies xisto verde baixo, com estilpnom~
lana, para a fácies xisto verde médio, com biotita, cloritóide er local
mente, cianita, em quartzito. A seguir, grada para a fácies xisto ver=
de alto, com granada, hornblenda e albita, passando para a fácies anfi-
bolito, com estaurolita, plagioclásio e cianita em rochas pelíticas.
Mais ao sul passa a isógrada de ~illimanita. (Fig. 1) e, logo depois, en
contram-se evidências do início de anatexia, na forma de lentes e veios
pegmatíticos concordantes. . .
O gráfico da figura 6 mostra, aproximadamente, a evolução do
metamorfismo regional progressivo, a partir das paragêneses encontradas.
Heilbron (1984) descreve as transições metamórficas entre Itutinga e Ma
-
dre de Deus com muito detalhe.
Schmidt (1983) descreve rochas do Grupo Araxá, nas vizinhanças
de são Sebastião do ~araíso, como eclogitos e granulitos. Estes eclogi
tos são na realidade granada-anfibolitos, que Schmidt interpretou comõ
eclogitos retrógrados, baseando-se na sua textura. Rochas com mineralo
gia e textura semelhantes ocorrem no Grupo Andrelãndia, perto de ArantT
na, juntas com outras que contêm a paragênese almandina-diopsídio-plagfD
clásio, considerada por Winkler (1977) como indicativa da fácies granu":-
lito (ou a zona regional de hiperstênio). Na Serra dos Dois Irmãos, ao
norte de são Vicente de Minas, ocorre uma lente de eclogito em gnaisses
do embasamento, a menos de cem metros do contato com o Grupo Andrelân-
dia. O "emplacement" destes corpos pode bem ser relacionado com cor
pos ultramáficos que se encontram no Grupo Andrelândia.
Crescimento tardio de minerais metamórficos na área abrangida
pelo presente trabalho, parece estar ligado a um segundo evento metamór
fico, de caráter retrógrado em relação ao primeiro (Fig. 5). Nas áreas
de Minduri, Serra do Pombeiro, Madre.de Deus de Minas, ocorrem grandes
cristais postectônicos de cloritóide, clorita e muscovita, relacionados
a este segundo evento metamórfico.
Na área de Madre de Deus este metamorfismo tardio parece ser
associado a veios discordantes, com quartzo, muscovita, clorita e, lo-
calmente, feldspato e carbonato, que tendem a transformarem-se, mais ao
sul, em pegrnatitos discordantes.
EVOLUÇÃO ESTRUTURAL
Em diversos trabalhos foi descrito o caráter polifásico da evo
lução estrutural dos Grupos são João deI. Rei, Carrancas e Andrelândiã
(Trouw et alii, 1980, 1982, 1983; Trouw , 1983; Chrispim, 1983;Heilbron,
1983; Maciel,1983; Paciullo, 1983; Ribeiro, 1983; Va1eriano, 1983). De
urna maneira global, foram reconhecidas três fases de deformação: D1, D2
e D3, respectivamente. Dados sobre os elementos estruturais destas fa-
ses estão resumidos na figura 5. Um padrão de interferência entre do--
bras Dl e D2 acha-se mostrado na figura 7~ Perfis representativos en-
contram-se em Trouw et alii (1983), Trouw (1983), Heilbron (1984), Vale
riano (1984) e no roteiro da excursão na área de são João deI Rei e An=
drelândia, nestes anais.
A evolução estrutural das áreas de Capitólio e de Alpinópolis,
pertencentes ao Grupo Canastra, pode ser resumida da seguinte maneira.
Uma primeira fase, Dl, causou dobras recumbentes, quase isocli
nais, com direção de eixos variando entre WSW e NW. Um exemplo espeta=
cular destas dobras pode ser observado num paredão, no lado norte da
principal barragem da represa de Furnas, próximo à cidade homônima. Nes
tas dobras apertadas, nas quais ocorreu uma deformação dúctil expressi=
va, em quartzitos competentes, chama a atenção numerosas mini-falhas na
zona de charneira. Os movimentos ao longo destas falhas parecem ser,às
vezes, incoerentes entre si, indicativo, ao nosso ver, para heterogenei
dades locais no campo de stress. Algumas destas falhas são dobradas,de
monstrando que, aqui, a deformação dúctil e rúptil alternaram-se -(Fig~
8). Dl causou, além destas dobras, uma clivagem ardosiana, geralmente
subparalela ao So'
Urna segunda fase, D2, gerou dobras assimétricas, com vergência
para sul, na área de Capitõlio. Os eixos são, aproximadamente, E-W,sub
horizontais, e as superfícies axiais têm mergulho suave, chegando ate
400, para N ou NNE. As dobras desta fase são, geralmente, algo mais a-
bertas que as da primeira fase. Em muitos lugares, especialmente nas
litologias micáceas, D2 gerou uma segunda clivagem, S1, frequentemente,
3.229
~---_.._--
--
ROCHAS fGNEAS
As rochas ígneas associadas às supracrustais descritas aqui,
são, de urna maneira geral, escassas. Elas podem ser subdivididas em
quatro grupos.
. Rochas interestratificadas, de origem sin-sedimentar
Em diversas colunas estratigráficas (Figs. 2, 3 e 4), sobretu-
do nos Grupos Andrelândia e Araxá, ocorrem camadas de anfibolito, de
espessuras variáveis entre poucos centímetros e dezenas de metros, que
foram interpretadas corno metatufos e/ou metalavas. Urna origem de meta-
marga é pouco provável, porque estas camadas em geral, não são associa-
das a mármores ou rochas calcissilicáticas. Rochas vulcânicas ácidasfo
ram descritas no Grupo Araxá (Fuck e Marini, 1979), porém, na região em
foco, aqui (Fig. 1), por enquanto não foram reconhecidas com certeza.
Em poucos lugares ocorrem camadas finas (até 10 m de espessura) de ro-
chas ultramáficas (clorita xisto, talco xisto, tremolita xisto), concor
dantes. Por enquanto, só se pode especular sobre a origem ígnea ou se=
dimentar destas camadas.
. Corpos ultramáficos
No Grupo Andrelãndia foram detectados numerosos corpos ultramá
ficas, geralmente pequenos (diâmetros de até dezenas de metros), e de
forma ovalóide. Alguns corpos maiores, com diâmetro de vários quilôme-
tros, afloram nas vizinhanças de Liberdade (Magalhães, 1984). Muitos
destes corpos preservaram, em parte, sua mineralogia ígnea, indicativa
de uma origem predominantemente harzburgítica, com bronzitito, dunito e
lherzolito subordinados (Magalhães, 1983). Em geral, estes corpos ul--
tramáficos são considerados corno do tipo Alpino.
. Granitos e pegrnatitos
Na parte sul do Grupo Andrelândia há numerosas evidências de
migmatização por início de anatexia, relacionada ao metamorfismo princi
pal. Os veios e lentes de leucossoma, formados neste evento, são. sem=
pre afetados por D2 e DJ' Eles sâo compostos por quartzo-plagioclásio,
k-feldspato, e pouca biotita e, localmente, pouca turrnalina.
Nas vizinhanças de Seritinga, Aiuruoca e na Serra das Âguas,ao
norte de Larnbari, ocorrem ortognaisses, aparentemente intrusivos e/ou
interestratificados em xistos do Grupo Andrelândia. Estes corpos são
pré- ou sin-tectônicos em relação a D2 e têm composição granodioríticaa
granítica.
Posteriormente às principais fases de deformação (D1 e D2), as
rochas na região sul da faixa integrada pelo Grupo Andrelândia foram
invadidas por numerosos pegmatitos. Perto de Arantina, Liberdade e Car
valhas, afloram corpos graníticos com diâmetro de até vários quilôm~~
cogenéticos a estes pegrnatitos tardi- a pós-tectônicos. Sua composição
é granítica, com bastante turrnalina, muscovita, biotita e, localmente,
granada.
3.230
. Diques mãficos
Duas gerações de diques máficos foram detectadas, A primeira
foi responsável por um conjunto de diques subverticais, E-W, que cortam
os quartzitos e conglomerados do Grupo são João del Rei, nas Serras do
Lenheiro e de são José (Karfunkel e Noce, 1983). Estes diques foram
metamorfisados e sofreram, no mínimo, duas fases de deformação (Valeri~
no, 1984).
A segunda geração de diques de diabásio, totàlmente pós-tect~
nica e pós-metamórfica, é, provavelmente, mesozóica.
IDADE
Ebert (1968) considerou a Faixa Alto Rio Grande de idade prote
rozóica superior e os trabalhos de compilação (Fonseca et alii, 1979;
Schobbenhaus Filho, 1982; Almeida e Hasui, 1984) têm seguido esta inter
pretação. Almeida et alii (1973, 1976) correlacionaram o Grupo Andrelãn
dia ao Grupo Araxá, sugerindo uma idade uruaçuana para o conjunto. -
Propomos neste trabalho uma correlação entre os Grupos são
João del Rei, Carrancas e Andrelãndia e os Grupos Araxá e Canastra, da
Faixa Uruaçu. Entretanto, isto não significa que optamos por uma idade
uruaçuana, pois consideramos que as datações radiométricas disponíveis
ainda são insuficientes para chegar-se a conclusões definitivas.
Dados geocronológicos concretos do conjunto descrito aqui são
extremamente escassos. Ebert menciona, em manuscrito não publicado,
algumas datações K-Ar em filitos do Grupo são João del Rei, que deram
valores em torno de 500 m.a.. Teixeira (com. verbal) e Heilbron (1984)
mencionam um resultado de 1982:t 108 m.a. em granodiorito do embasamento,
ao sul de Lavras, obtido de uma ~sócrona Rb-Sr, rocha total. Esta ida-
de pode ser considerada uma idade máxima para o conjunto de supracrus--
tais.
Uma idade R-Sr convencional, nos pegmatitos tardi-tectônicos do
Grupo Andrelãndia forneceu :t630 m.a. (Heilbron, 1984), assim, tornando
provável que, pelo menos a última parte da evolução metamórfica e estru
tural (D3), seja de idade brasiliana.
DISCUSSÃO
Ainda faltam muitosmapeamentos detalhados na região abordada
aqui, para confirmar as correlações propostas. Sobretudo, deve ser es-
tudada a transição entre o Grupo Andrelãndia eos charnoquitos e rochas
afins do Complexo Varginha-Guaxupé, e a transição entre os Grupos Andre
lãndia e paraíba do Sul. -
Outro assunto que merece atenção é a transição entre os Grupos
Andrelãndia, Itapira e Ampa=o.
Sem que estes assuntos sejam satisfatoriamente esclarecidos p~
rece-nos prematuro especular sobre modelos geotectônicos.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao CNPq pelo auxílio concedido, através do Proces-
so 40.1858/81. Somos também gratos à FINEP, pelo apoio financeiro,
através do Convênio IG-UFRJ/FINEP n9 53/82/0657/00.
Agradecemos ainda, pelas discussóes valiosas e leitura crítica,
aos colegas Joel Gomes Valença e Fernando Roberto M. Pires. Contribui-
çôes significativas foram fornecidas por cláudio de Morisson Valeriano
e Antônio Carlos Magalhãe~ e por Alexis Nummer que fez os desenhos.
Os resultados do mapeamento em Capitólio, são frutos de um es-
tágio de campo, do qual participaram a turma da UFRJ de 1980, além de
Luís Sérgio Amarante Simões, Rogério R. da Silva e Sheila M.B. Bittar.
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O METANCIII'ISMO REGIONAL PRlNClPIIL.
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A intenção do presente trabalho é reunir, de modo sintético,
as características do ernbasamento pré-Brasiliano e descrever os está
gios de evolução deposicional dos terrenos Brasilianos, caracterizar os
estilos de transições entre eles, as interrelações de fácies e fornecer
subsídios para o refinamento dos modelos geotectônicos propostos por Po
rada (1979), Jost (1981) e Fragoso-Cesar e colo (1982b).
O ERI3ASAME:m.'O PlU!:-BRASILIANO
3.242
região estão associadas a um processo ~e,odinâmico que requer uma ruptu
ra do craton pré-Brasiliano com formaçao de "grabens" de larga escala-;-
talvez culminando com'a separação de núcleos continentais. Entretanto,
as falhas marginais dos "c:trabens"foram obs'curecidas por sedimentação
e atividade magmática e por deformação s~sequente.
Evidéncias diretas de magmatismo contemporáneo aos estágios
de "rift" e sedimentação são, por enquanto, escassas e compreendem: (a)
alguns anfibolitos que recortam a ínfraestrutura do Domo de Santana
(Gnais'ses Encantadas) e que, na supraestrutura, estão restritos a cor
pos concordantes na Base do Grupo Cerro dos Madeiras (Jost e Bitencour~
198Q), (bl as pequenas ocorrências de metabasitos e serpentinitos naAn
tiforme Capané (c):os metatufos e metavitrófiros intermediários a ácr
dos do alinhamento marcado pelas mineralizações de Primavera e Andrade-;-
a SW de Caçapava do Sul e (d) diques,sills, derrames básicos e tufos á
cidos intercalados na sequência sedimentar indeformada (Formação Marica~
que age como coBertura cratônica coeva aos depósitos metamorfizados.
A relativa escassez de metabasitos, comparada com vulcánicas
e hipabissais intermediárias a ácidas, a preferência dos netabasitos por
secções basais da sedimentação do estágio de ruptura, a auséncia de ti
picas associações ofiolíticas, a relativa escassez de rochas ígneas com
parada com a domináncia de sedimentos clásti.cos e químicos e o caráter
ensiálico do embasamento pré-Brasiliano sugerem que, durante este está
gio, a região não foi palco de evolução de crosta oceánica. A atividade
magmática parece ter sido inteiramente controlada por fraturas antigas
que recortam o embasamento pré-Brasiliano e por falhas sincrônicas à se
-
dimentação. ,
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3.244
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3.245
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3.246
pitação abaixo da profundidade l~te de deposição dos últimos. Assim,
pode ser atribuída '\.Unaprofundidade maior para as fácies Santana-Boioci
em relação às de Capané, o que pode indicar o balizamento da transição
entre a plataforma e o talude continentais. Esta sugestão é corroborada
pela diferença .de espessura para o mesmo fi.ori:zonteestratigráfi.co, de
500 para 2.0aO m, respectivamente, no Anticlinório Capané e no Domo de
Santana.
Dt A zona de "Back:-arc" - (fig. 3EI - Até o presente, não há
evidénci.as de-que fácies turbiditicas °de mar profundo tenham se desen
volvido na secção metassedimentar Bras:iliana. Se condições de deposiçãõ
profunda tivessem ocorrido, as fãci.es correspondentes deveri.am estarsf
tuadas a leste do ali.nhamento de estruturas de Santana-Capané-Boici. En
tretanto, o flanco ori.ental destas estruturas está cavalgado e truncadõ
por epimetamorfitos (Complexo Cerro da Arvore), também Brasilianos, que
encerram um arranjo litológico diferente, suprimindo a continuidade, p~
ra leste, da sequência da franja mi.oclinal interna.
Entretanto, a chave para a reconstrução das rela~ões entre as
fácies anteriores e as profundas talvez esteja na associaçao estratigr~
fi.co-estrutural da zona de "thrust". A faixa carreada está, em parte,es
truturada segundo uma possante antiforme de arrasto, devido a deslocã
mentos transcorrentes ao longo dos seus limites orientais. A charneirã
da anti.forme tem caimento de aproximadamente 450 para norte, o que, com
binado com o declive topográfico regional voltado para o sul, resultou
na exposição da dobra muito próximo da sua secção transversal.
Os estratos que compõem a estrutura da zona de "thrust" estão
organizados em quarto associações metamórficas que, do núcleo da. anti
forme para os flancos, estão ass{m constituídas:
a) - cerca de 1.000 metros de filitos cinza chumbo, isentos
de estruturas primárias, extremamentes monótonos, intensamente deforma
dos e com i.ntercalações locai.s de meta-cherts. O limite deste pacote
com o sobrejacente se faz através de uma faixa de cerca de 200 m de mi
lonitos dobrados, em conformidade com a dobra de arrasto~
b) - 1.500 metros de fi.litos claros, laminados, de áquas ra
sas, ritmicamente interestratificados com filitos quartzosos e-quartzo=
xistos. As camadas têm espessuras inferiores a 1 m. Para o topo, fi li tos
claros intercalam-se com lentes de filitos carbonosos~
c) - 1.000 metros de cloritóide xistos, por vezes carbonosos,
laminados e interestratificados com meta-lavas traqui-andesiticasvesi
culares e almofadadas, grafita xistos, alguns com sulfetos maciços, for
mações ferríferas em bandas e raros quartzitos micãceos~ -
d1 - 1.000 metros de meta-quartzo-pórfiros e quartzo-feldspá-
to pórfiros, acamadados e laminados, com intercalações de lavas vesicu
lares, metatufos lapílicos e horizontes de meta-chert.
A espessura do pacote carreado foi, originalmente,es
timado por JostO (1981) em torno de 7.000 m. Entretanto,a reconsiderã
ção mais detalhada de aspectos estruturais mostra que a sua organizaçãõ
interna é muito complexa e que a maioria dos blocos, além de dobrados e
transpostos, estão dispostos segundo lâminas sucessivas de "thrust" car
readas de leste para oeste. Somente em alguns locais o mapeamento de cã
madas guias permite estabelecer uma estratigrafia. Nestes casos, as su
cessões mostram espessuras mais reduzidas do que as fácies plataformai~
A partir da condensação das feições estruturais e litológicas
da zona de "thrust", foi possível concluir que o espesso pacote carrea-
do do Complexo Cerro da Ârvore está constituído de pelo menos duas se
quéncias principais, separadas por uma zona de milonitos, isto é, ta) os
filitos cinza chumbo de águas profundas do núcleo da antiforme de arras
to e (b) a porção metavulcância subaquosa de ambiente raso. -
Os filitos do núcleo são monótonos e não mostram estruturas
primárias sedimentares de porte, a não ser uma rara laminacão muito fi
na, o que, cornhinado com a grande espessura e a intercalaçâo, ainda que
eventual, de metacherts brancos, sugere que. este pacote pode represe~
tar uma fina sequéncia de sedimentos argilosos profundos.
3.247
---
3.248
supersaturado em clastos, depositados como fluxo de detritos.
Adicionalmente, o calibre dos clastos mais grosseiros, o t~
manha da classe dominante (seixo) dos conglomerados e a baixa esferici-
dade dos fragmentos, apesar de arredondados nas arestas mais agudas, i~
dicam que os canais de alimentação possuiam curso reduzido e elevados
gradientes., Isto explica a ausêncià de horizontes e outros depósitos i~
duzidos por sistemas paludais no Membro Vargas.
Até o presente não existem evidências diretas dos terrenos s~
erguidos que atuaram como área fonte para a fácies de leques aluviais.
Entretanto, a abundância de fragmento~ de riolitos, tufos, chert, vitr~
firas e microgranitos no arcabouço dos conglomerados, assim como a ab~
dáncia de ripas de plagioclásio e microclinio euédrico na matriz dos
conglomerados e nos arenitos, são sugestivos de uma área fonte dominada
por rochas vulcânicas. O mergulho dos estratos e as medidas de paleocor
rentes nas bacias menos basculadas sugerem que a progradação dos estrã
tos tomou lugar de leste para oeste.
b) - A Fácies Flischóide (Formação Arroio dos Nobres - Membro
Mangueirão) - A-mais espessa secçao desta fácies exibe cerca de 4.500 m
de arenitos finos arcoseanos, siltitos, folhelhos argilosos e silticos,
grauvacas finas e ocasionais conglomerados intraformacionais de arcabou
ço fino, todos de coloração verde que altera para vermelho, marron ou
pardo. Os estratos individuais podem ser seguidos por dezenas de kms ao
longo da direção. A grande extensão lateral, a cor, a homogeneidade com
posicional, a ausência de pertubações internas nas camadas, a ocorrên
cia de laminação de "ripple", de marcas de ondulação e de fendas de re~
secamento, e a granulação fina indicam uma deposição em águas rasas.Por
outro lado, a frequente ocorrência de turboglifos, granoclassificação
vertical e a comum organização de estratos segundo a série de Bouma(Fra
goso-Cesar, 1984) indicam que o Membro Mangueirão é Q~a espessa sequên
-
cia de turbiditos.
As relações entre as fácies de leques aluviais e fli&hóice as
quais compreendem uma única unidade estratigráfica, levaram Ribeiro e
cal. (1980) e Badi (1983) a interpretar a Formação Arroio dos Nobres co
mo uma estrutura similar àquela descrita por Chadwick (1933) para o deI
ta de Catskill, ou em complexo de delta tectônico, como definido Fried
man e Johnson (1966). Adicionalmente, o isolamento das bacias e o cã
ráter progressivamente mais deformado destas para leste, sugere que e
Ias sejam diacrônicas.
c) - A Fácies Deltaica - Enquanto a sedimentação de leques a
luviais e flischóide tomou lugar, superimposta à faixa móvel, com ali
mentação de leste para oeste, na área cratônica desenvolveu-se uma sedi
mentação fluvio-deltaica alimentada no sentido inverso. Os afloramentos
desta sedimentação são escassos, e talvez um dos únicos redutos de sua
preservação ocorra na região do Passo do Salsinho, a NW de Caçapava do
Sul (fig. 5), como fino "veneer" sub-horizontal que tem sido mapeado co
mo Formação Guaritas, com a qual mostra substanciais diferenças. -
Esta unidade de cobertura está constituida de uma fina camada
basal sub-horizontal de lutitos vermelhos finamente laminados,encimados
por cerca de 10-15 metros de residuos de arenitos arcóseos e arenitos
conglomeráticos, com seixos de granitos, estratificação sruzada acanala
da limitada a estratos paralelos com mergulho de 15 a 20 para leste. -
Apesar de pouco estudada, a maneira como se interrelacionamas
duas sub-fácies indica que esta sedimentação é deltaica, com "bottom-
sets" lutiticos e "fore-sets" areníticos. Esta estruturação difere fun
damentalmente daquela das Formações Santa Bárbara e Guaritas, as quais
caracterizam o estágio das molassas tardias.
3.249
_n___________
-
---
3.250
nos, bem selecionados, sub-arcoseanos, interdigitados com arenitos da f~
cies fluvial. Cunhas de grandes dimensões com estratificação cruzada de
pequeno ângulo sugerem que as dunas são preferencialmente do tipo barc~
nas. As medidas de p~leocorrentes indicam ventos de rumo ora SW-NE ora
inverso, longitudinal à bacia. As dimensões dos depósitos sugerem regime
climático semi-árido, o que é consistente com o estilo de canais anasto
mosados da fácies fluvial.
oISCUSSio E CQBCLUSÕES
3.251
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3.252
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3.256
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EXTENSÃO CRUSTAL
ESTÁGIO EUXÊNICO ~
VULCANICO
ESTÁGIO. MOLÁSSICO
PRECOCE
ESTÁGIO MOLÁSSICO
TARDIO
3.257
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----
ABSTRACT
1. INTRODUÇ1í.O
O presente trabalho é uma contribuição aoSimpÓsio sobre Fai-
xas Móveis Proterozóicas a ser realizado como parte do 332 Congresso
Brasileiro de Geologia. Sua preparação teve como objetivo a sintetiza -
ção dos dados existentes sobre a Faixa de Dobramentos paraguai no Esta-
do de Mato Grosso. A figura 1 ilustra o atual estágio dos mapeamentos /
geológicos que cobrem a faixa.
Na primeira parte do trabalho, abordam-se os tipos de sedimen
tos e metas sedimentos da região, levando-se em conta as suas relações
estratigráficas. são também apresentados os poucos dados geocronológi
cos atualmente disponíveis.
No capítulo seguinte, são apresentados, em ordem cronológica
todos os dados concernentes à geologia estrutural, metamorfismo e al-
guns conceitos ~eotectônicos.
O cap1tulo final consiste de uma discussão sobre os princi
pais problemas de carater estratigráfico e tectônico que atingem a Fai-
xa paraguai
2. SíNTESE ESTRATIGRÃFICA
3.258
. A primeira denominação para essas rochas foi dada por Evans(
1894) corno "Cuyaba Slates", incluindo nesta denominação ardósias com
clivagem, ardósias com seixos de outras rochas e os tilitos do Rio Jan-
gada. Entretanto, a ~rimeira individualização litoestratigráfica para
as rochas da então Serie Cuiabá foi apresentado por Almeida(1964b) com
a definição do Grupo Jangada para denominar os sedimentos glaciários e
outros detiíticos associados, com área-tipo nos arredores do povoado do
mesmo nome e, desta forma, separando-o do Grupo Cuiabá. Almeida(1965) /
sub-dividiu o Grupo Jangada em quatro formações-(fig.2). Vieira (1965),
tomando como seção-tipo de oeste de Jan~ada até próximo a são Vicente ,
estabeleceu três unidades litoestrati~raficas para denominar o Grupo
Cuiabá (fig.4). Guimarães e Almeida(1972)dividiram-no em cinco sub-uni-
dades. Trabalhos desenvolvidos na década de 70, na sua quase totalidade
mapeamentos geológicos desenvolvidos pelo DNPMjCPRM (Figueiredo "et ali
i",1974i Ribeiro Filho e Figueiredo,1974i Ribeiro Filho "et alii",1975i
Costa "et alii",1975i Correa "et alii", 1976; Nogueira e Oliveira, 1978
e Luz "et alii", 1978) não apresentam nenhuma sub-divisão para o grupo
mantendo-o indiviso. Esses trabalhos não incluem em suas colunas estra-
tigráficas o Grupo Jangada.
Luz "et alii"(1980) e Souza(1981) baseados em mapeamentos geo
lógicos 1 : 50.000, nos arredores de Cuiabá, apresentam uma sub-divisãõ
em oito sub-unidades litoestratigráficas para o grupo (fig.3).
Os dados ~eocronológicos, atualmente disponíveis para as ro-
chas do Grupo Cuiaba, são escassos e indicam apenas a sua idade mínima,
com valores entre 470 e 400 m.a.. Datações+Rb/sr efetuadas sobre os fi-
litos degte grupo indicam uma idade de 484- 19 m.a. e razão inicial /
sr87/Sr8 de 0.743, Barros "et alii"(1982). .Esta idade foi interpretada
pelos mesmos autores corno ligadas aos estágios termais do Evento Geodi-
nâmico Brasiliano. O Granito são vicente, intrusivo no Grupo Cuiabá ,
apresenta idade entre 475 e 504 m.a. (Almeida e Mantovani,1975 e Barros
"et alii", 1982).
3.259
----
lizada por Oliveira (1954) e seguida por Vieira (1965), sendo, portanto
,coDsagrada na literatura geológica da região, na década de 70, com os
trabalhos de Ribeiro Filho e Figueiredo(1974), Figueiredo"et alii"(1974
), Ribeiro Filho"et alii"(1~75) e Luz"et alii"(1978), para denominar os
paraconglo~erados cinza esverdeados e roxos com seixos, blocos e mata -
cões de outras rochas em matriz com variação argilo-arenosa. Barros "et
alii"(198l), Barros "et alii"(1932), Del'Arco "et alii"(198l) e Del'Ar-
co "et alii"(1982) utilizam a denominação Moenda em substituição à For-
mação Puga, alegando a grande distância que separa a seção-tipo no Mor-
ro do Puga coro a Provincia Serrana, argumento também utilizado por AI -
meida (1965) para denominá-Ia de Formação Marzagão (fig.2).
Essa formação é facilmente identificada em quase toda a área
da provincia Serrana. A presença de intercalações dos arenitos da Form~
ção Bauxi, com os paraconglomerados da Fo~ação Puga, caracterizam uma
continuidade deposicional entre as duas unidades litoestratigráficas
Barros "et alii"(1982). Estas intercalações podem ser observadas nas
proximidades da Vila Bauxi.
2. 5. FORMAÇAO RAIZAMA
3.260
esses arenitos da Província Serrana, levando-se em conta a sua correla-
ção com os encontrados no Sul, (fig.6).
Esta formação é facilmente identificada no campo e faz parte
de todas as colunas estratigráficas dos trabalhos geológicos sobre a
Faixa paraguai em Mato Grosso, (figs.5,6,8,gelO).
3.261
---
-~-
------
4. DISCUssAo
3.262
para as litologias estratigraficamente acima da Formação Puga(Moenda) a
necessidade parece ser de um consenso quanto às denominaçoes a serem u-
.
tilizadas.
Os problemas estratigráficos sobre o Grupo Cuiabá vão da sua
composição, limite ao seu comportamento estratigráfico. Segundo Almeida
(1964a,1964b,1965,1974b), não fazem parte do Grupo Cuiabá os "drifts"aE,
gilosos e metaparaconglomerados, com foliação proeminente,de origem gl~
cial, que são colocados como pertencentes ao Grupo Jan~ada(vide mapa
geológico in Almeida,1974b). De acordo. com o Mapa Geologico do Brasil
(1 / 2.500.000) e o restante dos traba~hos sobre a região, O Grupo Jan-
gada, não é considerado, e as litologias d~ suas duas formações basais
são incluídas como pertencentes ao Grupo Cuiabá, enquanto que as lito-
logias das formações do topo, Bauxi e Marzagão(Puga ou Moenda), não me-
tamórficas, foram consideradas pOl"Barros "et alii"(1982) como pertence.!!
tes ao Grupo Alto Paraguai. A presente discussão evidencia a necessida-
de de-úma melhor definição sobre as relações estratigráficas e de idade
entre os paraconglomerados de origem glacial pertencentes ao Grupo Cui-
abá e a Formação Puga, ou se ambos são contecporâneos e pertemçam ao
Grupo Jangada. Estas conclusões são de vital importância para se defi
nir a existência de uma ou duas épocas de glaciação para a região.
O carater conflitante entre as colunas estratigráficas propo~
tas para o Grupo Cuiabá, apresentadas por Vieira (1965) e Luz "et alii"
(1980), figuras 3 e 4, evidenciam a necessidade de uma análise, intima-
mente associada, das características de sedimentação com o comportamen-
to estrutural do grupo, que, segundo Luz"et alii"(1980), sofreu três f~
ses de deformação, para que se tenha uma idéia mais clara do comporta -
mento estratigráfico do grupo.
Outro elemento de controvérsias são as categorias estratigrá-
ficas apresentadas para a região. Barros "et alii"{l982) sub-dividem t.Q.
da a Faixa Paraguai em dois grupos: o Cuiabá e o Alto paraguai composto
de seis formações (fig.10). Ribeiro Filho e Figueiredo (1974), Figueir~
do "et alii"(1974), Ribeiro Filho"et alii"(1975) e Luz "et alii"(1978),
sub-dividen a faixa nos Grupos Cuiabá e Alto Paraguai, mas não colocam
a Formação Bauxi em nenhum dos dois grupos. Almeida ,Olivatti e Costa(
1981) sugerem que a Faixa paraguai em MT e MS seja incluída em um único
supergrupo, onde a Formação Araras seja uma unidade do Grupo Corumbá em
Mato Grosso e que o Grupo Alto paraguai inclua apenas as formações es -
tratigraficamente acima da Forma~ão Araras. Para maiores esclarecimen -
tos sobre os problemas estratigraficos da região, sugere-se um intercâm
bio com os geólogos que atuam no Mato Grosso do Sul. -
Outro objeto de controversia é o posicionamento estratigráfi-
co dos calcários expostos na sinclinal da Guia. Segundo Almeida (1964a)
e Hennies (1966) eles fazem parte da base da Formação Araras, enquanto
que para Luz "et alii"(1980) e Souza (1981) esses calcários, margas, fi
litos e dolomitos pertencem a uma sub-unidade do Grupo Cuiabá. -
Segundo Almeida (1967,1968,1974b), Almeida,Hassui e Brito Ne-
ves (1976) e Almeida "et alii"(1981) a evolução da Faixa Brasiliana do
paraguai se deu segundo três estádios (inferior, médio e superior), on-
de os intensos dobramentos holomórficos apresentam vergência em direção
ao Craton Amazônico ou Guaporé. Essa interpretação parece não explicar,
para as rochas do Grupo Cuiabá, a segunda fase de dobramentos de Luz "
et alii"(1980), considerada a mais proeminente, cuja vergência, contrá-
ria ao craton, é de NW para SE.
Outro problema a ser verificado é a ausência das xistosidades
com mergulho para NW nas proximidades da Província Serrana, como ates -
tam os trabalhos de Ribeiro Filho e Eigueiredo (1974), Figueiredo" et
alii" (1974) e Almeida (1964a). .
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(S.O. LUZ. ASREU FlLHO,.UT8)
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DOLaIITO U8RAHOUÇADO,MlCIOO,,.,..,..QALMINTI CAP€ADOPOR SlUCA E ACOMPAHI1ANDO
O ACAIMMINTO, É MUITO FREQUENTE A PRESENÇA. CC NÓDULOS DI SILIX.
OOLOMI1VDe COIt CINZA_UIIM/'tOUtÇADO "ACICIOI COMLENTES DI ARENITO CALei""'"
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3.269
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Fig.8: ESTRATIGRAFIA 00 CENTRO-NORTE MATO GROSSENSE (Seg. HENNIES,I966, Modificado)
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Fig. 9: ESTRATIGRAFIA DA FAIXA PARAGUAI NA REGIÃO OESTE DE MATO GRa5SO (Seg. RIBEIRO FIL HO ,
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N O ~I BAUXI shti'ol.
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Fig.10 : ESTRATIGRAFIA DA FAIXA PARAGUAI NA FOLHA CUIABA' (Seg. BARROS ET. AUI,19e2., Modfl
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3.270
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3.271
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ABSTRACT
The Camaquã Basin is a molassic foredeep (Antefossa do Sudeste)
between Dom Feliciano Belt (Upper Proterozoic) and the Rio de La Plata
Craton. The foredeep deposits are divided into two units,with different
paleoenvironmental and tectonic characteristics: precocious molasse and
tardy molas se, forming the Camaquã Group.
The first unit is made up of sequences related to submarine and
coas tal fans, associated turbidites and shallow.marine sequences.It has
two fold phases, the second recorded by gentle of great wavelength ~ts
to NW. There are also transcurrent faults.
The second unit is characterized by continental sequences (alluvial
fans, braided rivers, eolic and deltaic facies). In the West margin of
the basin there are shallow marine deposits. During deposition the
climate conditions were, probably, arid to semi-arid. The second fold
phase also produced small anticlines and synclines of great wavelength,
normal and probably transcurrent faults.
It is suggested that "Antefossa do Sudeste", in Rio Grande do Sul
State, began like a great assimetric marine basin NE-SW l~, with
a shallow Western margin (near Rio de La Plata Craton) and a deeper
Eastern one, where the greatest deformations occured.
INTRODUçAO
O conceito "molasse" surgiu no séc. XVIII, sendo pioneiramente re-
portado no "Beytrãge zu einer monographie der Molasse", no estudo sobre
depósitos ~iocênicos de ruditos e arenitos imaturos situados à borda do
Cinturão Alpino na Sulca, feito por STUDER (1825). Posteriormente, BER-
TRAND (1897) apontou a ocorrência destas fácies em outras localidades
da faixa Alpina e HAUG (1900) a estendeu para todos os cinturões móveis.
Corno atualmente entendida, a tectofácies molasse compreende urna espessa
cunha elástica, acumulada em bacias estreitas e alongadas, dispostas no
interior de uma faixa móvel ou ao longo do limite entre esta faixa e a
borda cratônica, registrando o soerguimento e erosão do orógeno, corno
principal contribuinte dos detritos que a constituem (VAN HOUTEN,1974).
De acordo com KING (1959), o termo molas se deve ser restrito aos depósi
tos de antefossas,isto é, aqueles situados em bacias limltrofes entr~
cinturões móveis e bordas cratõnicas. Já VAN HOUTEN (1974) ar~ta que
o conceito também pode ser aplicado a qualquer seq~ência espessa, mesmo
no interior das cadeias de montanhas, desde que gerada em condições te c
tônicas similares. -
Espessos depósitos clásticos imaturos, relacionados ao soerguimento
e erosão de cadeias de montanhas que existiram em território brasileiro
no fim do Pré-Carnbriano (Ciclo Brasiliano), têm sido definidos, por di-
versos autores, corno molasses. Em uma revisão regional, ALMEIDA (1969)
estendeu este conceito a todos os depósitos similares ocorrentes na Pla
taforma Sul-Americana, referindo-se ao "Estádio de Transição" na evolu=
ção desta plataforma. Entre os depósitos assim definidos, ao citar aque
les da Bacia do Camaquã (RS), relatou que "(...) possivelmente em ne=
3.272
nhum outro local da plataforma brasileira os depósitos do estádio de
transiçáo acham-se táo claramente expostos como na região central do Rio
Grande do Sul, entre os rios Jacuí e Camaquã".
No presente artigo apresentamos uma síntese sobre as p~incipais ca-
racterísticas sedimentares e tectônicas da Bacia do Camaqua, bem como
sua relaçáo, como bacia molássica, com a evolução do Cinturão Dom Feli-
ciano, faixa móvel que constitui a mais importante área fonte dos. ãetri
tos que a preenchem.
GEOLOGIA REGIONAL
Nas ãreas de escudo do Uruguai, Rio Grande do Sul e Santa Catarina
destacam-se duas grandes estruturas brasileiras: o Cinturão Dom Felici~
no, uma província orogênica gerada no Ciclo Brasiliano, e seu ante-país
ocidental, o Cráton do Rio de Ia Plata (FRAGOSO CESAR,1980). Nas fases
tardia e final do Ciclo Brasiliano, do Vendiano ao início do Ordovicia-
no, limitando estas províncias estruturais, desenvolveu-se uma longa e
estreita calha molássica na Zona Marginal do orógeno, denominada de An-
te fossa do Sudeste (FRAGOSO CESAR et al.,1982). Esta antefossa, de ori-
entação NE-SW, apresenta-se com largurã variável de 20 a 65 km e com-
primento, se originalmente continua, superior a 1200 km. ~ conhecida c~
mo Bacia do Itajaí em Santa Catarina, Bacia do Camaquã no Rio Grande do
Sul e, no uruguai, onde pequenas porções foram preservadas da erosão,co
mo Bacia Piedras de Afilar. -
A denominação "Bacia do Camaquã", à exposição riograndense da Ante-
fossa do Sudeste, foi originalmente proposta por CARVALHO (1932), em re
ferência ao rio Camaquã que corta transversalmente o Escudo do Rio Gran
de do Sul e banha, em seu médio curso, a porção meridional da bacia. Os
limites desta são os seguintes (Fig.1): aNE e NW mergulha sob os depó-
sitos da Bacia do paraná. Na margem oriental, suas seq~ências elásticas
recobrem discordantemente e, em parte, encaixam-se tectonicamente em ro
chas metamórficas do Grupo Porongos. Apenas nos extremos meridional e
setentrional desta margem é que limita-se, através de importantes zonas
de falhas, com os granitóides dos Complexos Dom Feliciano e Encruzilha-
da do Sul. O limite ocidental é essencialmente tectõnico, porém em al-
guns locais as unidades superiores desta bacia recobrem a borda do crá-
tono
Sobre a borda cratõnica reativada ocorrem bacias molassóides vulca-
no-sedimentares preenchidas pelas formações Maricá, Hilário, Acampamen-
to Velho e Santa Bárbara, além de vãrias"intrusões graníticas contempo-
râneas, constituindo complexos plutono-vulcano-sedimentares. Pela carên
cia de dados conclusivos, não é, ainda, possível correlacioná-Ias coma
quelas da Bacia do Camaquã.Entretanto, é provável que estas unidades
representem equivalentes temporais em outra situação paleogeográfica.
3.273
~-
--------
GOSO CESAR (1983), entre outros.
A molasse precoce aflora em vários trechos da bacia, sempre em po-
sição discordante sob a molasse tardia e tectonicamente embutida em seu
embasamento, seja este o Grupo porongos ou unidades pré-brasilianas (R!
BEIRO & FANTINEL,1978). Suas principais exposições são: ao longo da maE
gem ocidental da bacia, onde a participação vulcânica é ~rtante (Figs.
2 e 3); na porçâo centro-sul (região das Minas do Camaquâ), com escas-
sas intercalações vulcânicas; e na margem oriental, onde recobre o Gru-
po Porongos, não sendo aí reconhecidas rochas vulcânicas associadas.
Sua caracterização como unidade marinha tem sido sugerida em quase
todos os trabalhos que a ela se referiram. Como exemplo: RIBEIRO & FAN-
TINEL (1978) apontam, na porção NW da bacia (região dos perfis das Figs.
1 e 2), a ocorrência de espessos pacotes de turbiditos intercalados com
derrames submarinos; GONZALEZ & TEIXEIRA (1980) descrevem a evolução da
seq~ênc ia das Minas do Camaquã como tendo ocorrido nas margens de "(...)
um mar interior ou de um corpo lacustre de grandes ,dimensões"; e FRAGO-
SO CESAR (1983) interpreta a unidade, no Vale do piquirí, na porção NE
da bacia (Fig.1), como tendo iniciado em condições marinho profundas,em
leques submarinos. Em trabalhos recentes dos autores do presente arti-
go, foi reforçada a interpretação marinha para esta molasse. Os dados e
discussões estão detalhadamente expostos em FRAGOSO CESAR et al.(em pre
paração) sendo daí extraída a síntese que aqui apresentamoS: -- -
Nos estudos realizados, foram verificadas duas seqüências formadas
em ambientes deposicionais distintos: (1) seqüência de leques marinhos
com espessos pacotes de turbiditos de água profunda (turbiditos sensu
BOU~~, 1962); e (2) seq~ências marinhas de ãguas rasas formadas por--ã=
ção de ondas, com eventuais exposições subaéreas. Turbiditos de águas
profundas, intercalados com ruditos, foram reconhecidos, até o momento,
na margem oriental da bacia, sugerindo uma assimetria na configuração
geométrica da mesma. As demais fácies estão amplamente expostas em am-
bas as bordas da bacia e, possivelmente, na região das Minas do C ama-
quã, de acordo com os trabalhos de TEIXEIRA et alo (1978) e GONZALEZ &
TEIXEIRA (1980~.
Os leques marinhos são constituídos por ruditos diversos, ritmitos
arenosos, areno-peliticos e pelíticos, possuindo, localmente,intercala-
ções de sedimentos químicos e clásticos pelágicos ("cherts", porcelani-
tos e argilitos verdes), descritos no Vale do Piquirí por KOLLING (1979).
As porções proximais são formadas por ruditos de arcabouço caõtico,
transportados por fluxo de detritos ("debris flow") e por ruditos e are
nitos grosseiros, com acamadamento gradacional, tanto inverso quanto
normal, depositados por correntes de alta densidade. O arcabouço dos ru
ditos é constituído por clastos da prõpria unidade (alcançando, neste
caso, dimensões métricas) e derivados de rochas do embasamento afloran-
te nas proximidades, indicando o carãter autõctone dos depósitos. Nas
porções mais distais dos leques, formando seus lóbulos distais, ocorrem
ritmitos areno-pelíticos e pelíticos, com marcas de sola, acamadamento
gradacional normal, laminação plano-paralela e microestratificação cru-
zada, constituindo ciclos de espessuras variáveis (centimétrica a métri
ca) de turbiditos.
_ As seq~ências marinhas de águas ~, geradas por ação de ondas,
sao formadas por ritmitos arenosos e areno-pelíticos, com boas exposi~
ções em ambas as bordas da bacia, tanto na margem oriental (e.g., Passo
da Capela, onde a seq~ência é recortada por ruditos de leque costeiro)
quanto na ocidental (e.g., Picada dos Tocos: Fig. 2 C-C'). Nestas se-
q~ências, com bases nos tipos litológicos e estruturas sedimentares, é
possível distinguir duas fácies: (1) fãcies de ritmitos e (2) fãcies de
arenitos laminados, tendendo, esta, a predominar no topo.
Na fácies de ritmitos, as estruturas mais comuns são lamin~ção cru-
zada por migração de ondulações por onda ("wave ripples"), marcas de on
das simétricas, e estratifi.cação cruzada "hummocky", indicativas de a=
ção de ondas (possivelmente de tempestade) e pouca profundidade de á-
gu~. A presença de laminações cruzadas assimétricas sugere, também, a
açao de correntes de fundo; possivelmente induzidas por ondas de tempes
tades. A associação de todas estas estruturas sugere deposição abaixo
do nível base de ondas normais e acima do nível base de ondas de tempes
tade (FRAGOSO CESAR et al., em preparação). -
As fácies de arenitos finos, com laminação plano-paralela e esporá-
dicas intercalações de estratificação cruzada "hummocky", foram deposi-
3.274
tadas acima do nível base das ondas normais.
As intercalações vulcânicas da molasse precoce sâo represen~ por
derrames basicos a intermediarios, com subordinada participaçâo de agl~
merados, brechas e piroclásticas diversas de composiçâo ácida, bem como
intrusivas rasas. Análises geoquímicas nestas rochas apontam tipos de ~
finidade alcalina, sendo dominantes basaltos, 'hawaiitos, mugearitos, tra-
qui-andesitos, tefrito-fonolitos, etc. (ROISENBERG et al.,1983). Os~deE
rames sáo comumente estruturados em "pillow-Iavas" e ricos em ves~cu-
Ias. Nos perfis das Figs. 2 e 3 estâo localizadas as ocorrências de
IIpillow-lavas", estrutura vulcânica coerente com o ambiente marinho in-
terpretado para a molasse precoce.
A MOLASSE TARDIA Compreende uma seqfiência predominantemente cont!
nental, com possiveis depósitos marinho rasos na sua porçâo basal, pró-
ximos à borda oeste da bacia (Fig.3). Embora de forma bastante localiz~
da, sâo reconhecidos derrames básicos e intermediários intercalados na
base da seqüência, reunidos sob a denominaçâo de Membro Rodeio Velho (R!
BEIRO et al.,1966). Esta molasse, com base no perfil da Fig.3, tem es-
pessur~estimada em torno de 2.000 metros e apresenta-se suavemente do-
brada em amplas sinclinais e anticlinais. Tal seqüência tem sido objeto
de diversos estudos, entre os quais destacamos os de ROBERTSON (1966),
RIBEIRO et aI. (1966), TESSARI & PICADA (1966), TESSARI & GIFroNI (1970),
RIBEIRO (197õ), RIBEIRO & LICHTENBERG (1978), BECKER & FERNANDES(1982),
FRAGOSO CESAR (1983) e FRAGOSO CESAR et aI. (1984).
A molasse tardia apresenta amplas-exposições, abrangendo aproximada
mente 80% da área da bacia. Ocorre discordantemente sobre o embasamento
e sobre os depósitos da molas se precoce. A relaçâo estratigráfica entre
as duas molasses é clara em quase toda a bacia. Entretanto, ao longo
da margem oriental, torna-se dificil a definição precisa deste limite.
Conforme verificado entre o Passo da Capela, a Serra da Boa Vista e a
Serra dos Pereiras e, entre o Vale do piquirí e o Rincão dos Mouras, a
passagem parece ser transicional, tanto pela mudança das condições pa-
leoambientais quanto tectónicas. A partir dos trabalhos de campo,em par
ticular nos perfis regionais (Fig.3) e de detalhe (FRAGOSO CESAR et al.~
em preparaçâo), foi possivel caracterizar a molasse tardia como --pos-
suindo, no minimo, depósitos formados nos seguintes ambientes deposicio
nais: (1) marinho raso (não excluindo a possibilidade de ser lacustre)~
tanto relacionados~eques costeiros quanto a seqfiências de praia, so-
mente reconhecidos na borda ocidental da bacia; (2) IIpiedmõntico", com
fácies subaéreas na margem oriental e, em parte, subaquosa na ociden-
tal; (3) fluvial entrelaçado, com fácies proximal e distal em relação
aos leques; (4) deltaico, relacionado a entrada daqueles rios em corpos
lacustres, gerando deltas de pequenas dimensões; e (5) eõlico, marcando
a presença de campos de dunas em vários trechos da bacia. No perfil da
Fig.3 constata-se que os depósitos marinhos, "piedmõntico" e eólico ten
dem a ocupar a base da seqfiência, enquanto os deltáicos, exceto nas pro
ximidades do Arroio Olaria, ocupam a posição de topo. A porção interme=
diária é ocupada pelos depósitos fluviais, que são os mais abundantes
da bacia. '
3.275
--
----
3.276
outros trechos da margem oriental, a molasse apresenta-se em homocli-
nais com forte mergulho para NW.
As dobras D2 são mais facilmente observáveis na porção central da
bacia (Fig.3). A avaliação desta fase torna-se, igua~1ente, mais difí-
cil quando a molasse tardia ocorre nas porções mais orientais. Nas re-
giões do Rincão dos Mouras, Serra dos Pereiras e Serra da Boa Vista,por
exemplo, suas unidades ocorrem fortemente inclinadas, sendo, inclusive,
difícil reconhecer a discordãncia que a separa da molasse precoce.
As falhas que afetam as molasses são inversas, transcorrentes e-noE
mais. As falhas inversas, aparentemente, relacionadas ao esforço com-
pressivo que gerou D1, tendo afetado apenas a molasse precoce. Estas f~
lhas, mais intensamente ativas na corda leste da bacia, seccionaram a
molasse ernbutindo-a tectonicamente em seu ernbasamento (RIBEIRO & FANTI-
NEL,1978). Destas fatias, separadas entre si por altos do embasamento,
a mais notável aflora a leste de Santana da Boa Vista (Fig.1), sendo
marginada por falhas inversas vergentes para NW. Possui largura sempre
inferior a 8krn e comprimento superior a 160krn, mergulhando, em arnbas e~
tremidades, sob os depósitos da Bacia do Paraná. Fatias tectônicas de
outras dimensões têm sido mapeadas. A mais oriental, até o momento re-
conhecida, situa-se nas cabeceiras do arroio Barrocão, apresentando lar-
gura em torno de 300 metros e comprimento inferior a 6krn (RIBEIRo,1977).
As falhas transcorrentes, apesar de sua importãncia na estruturação
da bacia, têm sido pouco estudadas. Sabe-se que afetam a molasse preco-
ce, estando, em parte, conjugadas às falhas de empurrão. Localmente,
aparentam ter sido reativadas apõs, ou concomitantemente, à deposição
da molasse tardia, conforme relatado por PACIOS & BORGES (1979).
As falhas normais tiveram grande importância durante a deposição da
molasse tardia, sendo responsáveis pela geração de grabens e semi-gra
bens de diversos tamanhos, nos quais depositaram-se seqüências molássi=
cas continentais. Reativações concomitantes e posteriores à deposição
da molasse são responsáveis pela atual geometria, na forma de um gran-
de graben de orientação NE-SW, da Bacia do Camaquã.
3.277
----- ---
Entretanto para, a nivel de especulação, aventar uma hipótese evol~
tiva, podemos recorrer aos dados existentes sobre o Cinturão Dom Feli-
ciano em Santa Catarina, onde, graças aos trabalhos de BASEI (1984) e
CAMPOS NETO (1984), a correlação estrutural entre o Grupo Brusque (equ!
valente do Grupo Porongos) e o Grupo Itajai (equivalente do Grupo Cama-
quã) encontra-se satisfatoriamente estabelecida. Os autores supra-cit~
dos também reconheceram duas fases de dobramentos, intercaladas por uma
fase de falhas inversas ou de empurrão, na Bacia do Itajai. Correlacio-
naram as dobras D1 desta bacia com as dobras D4 do Grupo Brusque, cujos
metamorfitos sofreram cinco fases de deformação. As primeiras fases
(D1, D2, D3), são responsáveis pelo intenso espessamento crustal! liga-
do a cavalgamentos, dobramentos intrafoliais recumbentes, intrusoes gr~
niticas, etc., que iniciou o soerguimento do Cinturão Dom Feliciano. A
D4, correlata à D1 do Grupo Itajaí, é a mais evidente, criando me gado-
bras regionais, isópacas ou isópacas achatadas, normais ou com vergên-
cia para noroeste. Representam as grandes dobras paralelas à orienta-
ção do Cinturão Dom Feliciano, sendo, possivelmente, no Rio Grande do
Sul representadas pelas grandes dobras do Grupo porongos, que expóem
seu embasamento (Fig.1). Relacionadas a esta fase de dobramentos, reati
varam-se falhas inversas ou de empurrão, vergentes para noroeste. As dõ
bras DS, correlatas às D2 do Grupo Itajai, são de difícil caracteriza=
ção nos metassedimentos, formando, principalmente, estruturas monocli-
nais. .
Reunindo os elementos anteriormente discutidos e transpondo informa
ções do Cinturão Dom Feliciano em Santa Catarina para o Rio Grande dõ
Sul, podemos aventar a seguinte evolução para a Bacia do Camaquã, condi
cionada à evolução da faixa móvel associada:
1) Inicio do soerguimento das zonas mais internas do Cinturão Dom Feli-
.
ciano, após as primeiras fases de dobramentos (D1' D2, D3) vergentes
para noroeste (com conseqüente espessamento e encurtamento crustal) e,
individualização de uma bacia marinha alongada e assimétrica no seu li-
mite com o Craton do Rio de La Plata; .
2) Preenchimento sedimentar da bacia marinha por detritos imaturos,grau
váquicos e arcoseanos, oriundos da faixa móvel em soerguimento e, subor
dinadamente, da borda cratõnica reativada. Depósitos marinhos, de pro=
fundos a rasos na margem leste e rasos na margem oeste, são formados.
Instalam-se grandes pacotes ruditicos na margem leste. A margem ociden-
tal é afetada por vulcanismo alcalino, possivelmente contemporâneo ao
que afeta a borda cratõnica reativada;
3) O Cinturão Dom Feliciano é afetado pela quarta fase de dobramentos
(D4), que também se reflete na molasse precoce (D1), sendo mais intenso
na margem leste da bacia;
4) No término da quarta fase de dobramentos, o Cinturão Dom Feliciano é
afetado por falhas de empurrão vergentes para noroeste, que seccionam e
embutem tectonicamente "fatias" da molasse precoce, tanto no Grupo Po-
rongos comó no embasamento pré-Brasiliano. Concomitantemente a este es-
tágio, ocorre uma inversão de relevo na Bacia do Camaquã, mantendo em
condições subaquosas (marinha ou lacustre?) apenas trechos de sua mar-
gem ocidental. A margem oriental, então subaérea, começa a fazer parte
.
da cadeia de montanhas soerguida;
S) Inicia, paralelamente à' inversão, a deposiçâo da molasse tardia em
estruturas tipo grabens e semi-grabens, localmente mantendo condições
marinhas (ou lacustres?). Neste estágio, espessos pacotes rudíticos de
leques aluviais e depósitos fluviais, proximais a distais, formam-se na
margem oriental. Na borda ocidental, geram-se depósitos subaquosos, li-
gados a leques costeiros e a ambientes fora da influência destes.Na bor
da cratõnica reativada formam-se seqüências similares às da margem ori=
ental, porém, menos possantes. Em vários trechos da bacia pred~dnam cam
pos de dunas. Vulcanismo alcalino intercala-se nestes depósitos basais:
As condições paleoclimáticas reinantes são, possivelmente, áridas ou se
mi-áridas;
6) Continua a deposição da molasse tardia, predominando depósitos flu-
viais, localmente invadindo corpos lacustres e formando seqüéncias del-
taicas;
7) A fase final de dobramento (DS) afeta o Cinturão Dom Feliciano, ondu
lando suavemente as molasses (D2). Nesta fase, o tectonismo é mais in=
tenso na bor~a leste da bacia. Falhas gravitacionais e, talvez, trans-
currentes, sao reativadas;
3.278
8) Encerra-se o Ciclo Brasiliano no Cinturão Dom Feliciano e começa a
transição de condições paraplataformais para ortoplataformais no sul
do Brasil.
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, F.F.M. 1969. Diferenciação t~ctõnica da Plataforma Brasilei
ra. In: Congresso Brasileiro de Geologia, 23., Salvador, 1969. A=
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Cinturão Dom Feliciano em Santa Catarina. Sao Paulo, Relatbrio FAPESP
(inedito):-- -- .
3.279
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3.280
LOCALIZACÁO DA BACIA
DO CAMAQUÃ
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3.283
-
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA. RIO DE JANEIRO. RJ. 1984
1. ABSTRACT
This paper describes geological and Structural mapping realized
in a super detailed scale (1:5.000).
The rocks are divided into two groups: a basement of
gra~odioritic co~position with a deformed and metamorphosed sedimentary
cover.
Three deformation phases were analized and all of them
produced folds on a kilometrical scale. To resolve the deformation
history of the area the criteria of overprinting was used.
The ~old axes of the first phase (D ) and the second phase (D2)
are subparallel, E-W and Subhorizontal. Thellast deformation phase
(D3) has inclined fold axes (220/16) and a Subvertical axial plane
(140/84). A shear zone cut's all rocks mapped in the NW part of
the area, it's foliation is parallel to S3.
The metamorphism of the area is of the upper greenschist
facies and is ~acterized by local ocurrences of garnet, biotita,
cloritoid and clorite.
2. INTRODUÇÃO
3. DESCRIÇÃO LITOL6GICA
3.284
rancas (trouw et alii, 1980, e está situado no Fácies Sedimentar Três
Pontas / LUMINÂRIAS (Ribeirõ e Heibron, 1982). Este conjunto de rochas
metamorfoseadas e deformadas jazem sobre um embasamento Granodioriti-
co.
A Sedimentação em Luminárias se caracteriza por uma interca-
lação, observada em todas as escalas, entre a deposição de sedimentos
quartzosos e peliticos. A transição vertical entre as unidades lito-
lógicas sempre ocorre gradualmente.
O Grupo Messedimentar foi dividido em quatro unidades litoló-
gicos:
Unidade Granada biotita xis'to com lentes milimétrica a cen-
timétrica de quartzo.
Unidade Mica Verde Guartzito. Muscovita e/ou Fuksita ~t-
zo; muscovita quartzo Xisto e Granada Muscovita Filitõ in-
tercalados em todas as escalas.
Unidade Quartzi to intercalado com Granada FilHo Grafi toso.
Nesta unidade ocorre predomínio de filito sobre as rochas
quartzosas.
Unidade Camada Gnaissica basal. Meta-arcósios com interca-
lações finas de quartzitos e filito cinza subordinadamente.
O Embasamento é composto por Granodiorito e GranodioritoGnais-
se com corpo de Serpentinito associado. (Figuras 2 e 3)
4. ANALISE ESTRUTURAL
3.285
-- -- -
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5~ CONDIÇOES DE METAMORFISMO
O grau metamórfico que afetou a área é da parte superior do
fáries Xisto Verde (Wincley, 1977) e caracterizado pelas ocorrências
de minerais indicativos, como: granada, cianita (somenteumaocorrên-
cia), biotita, cloritóide e clorita.
.6. CONCLUSÕES
Três fases de deformação (Dl, D2 e D3) afetaram as rochas da á-
rea.
Todas as fases possuem dobras e clivagem plano axial associada.
D, e D2 têm história de dobramento coaxial e juntas produzem o
p~drão de interferência chamado redobramento coaxial.
A terceira fase de deformação foi responsável pela zona de ci-
zalhamento regional que corta as rochas da área.
As rochas sofreram condições metamórficas de Fácies Xisto Verde
Superior.
7. AGRADECIMENTOS
8. BIBLIOGRAFIA
3.286
TROUW, R. A. J., RIBEIRO, A. e PACIULLO, F. V. P. (1982). Geologia Es
trutural dos Grupos são João Del Rei, Carrancas e Andrelândia,SuI
de Minas Gerais. Anais da Academia Brasileira de Ciências - Vol.'
54, n9 3 (no prelo).
3.287
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3.295
o
3.296
--
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984
Yociteru Hasui
Instituto de Pesquisas Tecnol6gicas do Estado de São Paulo
Oscar A. Cremonini
Fundação para o Desenvolvimento Tecnol6gico da Engenharia
Helmut Bom
Departamento de Engenharia de Minas da Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo
ABSTRACT
The Açungui Group has been reviewed since 1971 and much of their
rocks are now included in its basement (Setuva Complex, Basal Complex).
The Upper Proterozoic sequences are reduced to three NE trending
subparallel elongated zones: the Capiru, the Açungui (redefined) and
the Itaiacoca groups, from SE to NW.
The Açungui Group Belt is separated by a NNE transcurrent fault in
two segments, and the northern one extends from Cerro Azul (PR) to Ca
pão Bonito (SP) Some detailled litho-structural profiles were surveyed
.
INTRODUçAo
3.297
~
....--------.---- ---..
-----
--~...._-- --
O CONTEXTO REGIONAL
3.298
Itaiacoca (Almeida, 1956; Bigarella e Salamuni, 1958b; Petri e Suguio,
1969), que ocupa boa parte da área entre os antes considerados batóli
tos de Três Córregos e Cunhaporanga. A faixa central é formada por
dois segmentos: o de sul está exposto no médio vale do Rio Açungui, o
de norte estende-se da região de Cerro Azul a Capão Bonito. O segmento
sul é representado por litologias que os geólogos"da MINEROPAR (Mine
rais do paraná S.A.) têm enfeixado sob o nome Seqüência Antinha (Bion
di, 1983), mas a preservação do nome Açungui pode e deve ser feita pa
ra esse conjunto. Esse segmento é separado do de norte por uma falha -
transcorrente de traço NNE, pelo que ~~ste último se pode considerar a
extensão da unidade Açungui. Nesse quadro geral de três faixas de ro
chas neoproterozóicas, os pacotes rochosos podem agora ser designados
Capiru, Açungui e Itaiacoca, independentes~ sem compor uma unidade li
to-estratigrãfica maior, e com ~~a~u~ de grupos, dadas as suas divisI
bilidades. Todas essas faixas são separadas por áreas onde se expóe 0-
Complexo Setuva." "
4- Intrusões granitóides e depósitos sedimentares e vulcano-sedimenta
res esparsos, de idade do fim do Proterozóico a Cambro-Ordovician~
O segmento setentrional da faixa central de metas sedimentos neopro
terozóicos é objeto de atenção nos itens seguintes. -
O SEGMENTO NORTE DO GRUPO AÇUNGUI
3.299
--------
/MMAJ, 1982, 1983) e à Seqftência Betari (Campos Neto, 1983). Propõe-se
aqui fixar a designação Betari, com a qualificação de formação, em lem
brança ao rio que a corta junto à estrada Apiaí-Iporanga e em cujo leI
to excelentes exposições também podem ser vistas. -
A unidade 2 é constituída de calcários e dolomitos, de cores cinza
claro a escuro, finos, mais e menos puros, com intercalações de fili
tos, cinzentos e negros, cálcio-filitos e calcarenitos, e exibindo pI
rita disseminada. As rochas carbonáticas muito freqftentemente mostram-
grãos detríticos de quartzo em sua constituição. O seu limite superior
é abrupto, passando-se a termos psamo-pelíticos da unidade 3. A espes
sura varia, estimando-se em 500 m na região de Rocha. JICA/MMAJ (1982)
considera a espessura máxima de 900 m, com calcários predominando na
base e dolomitos no topo.
Essa unidade aloja os depósitos de Pb-Zn-Ag das áreas das mineral i
zações de Rocha e Lajeado e corresponde ao membro L2 da Formação Açun
gui III (JICA/MMAJ, 1982, 1983). Sua melhor exposição ocorre no SinclI
nório de Lajeado e os afloramentos da estrada Apiaí-Iporanga bem a re
presentam. Propõe-se chamá-ia Formação Bairro da Serra, em lembrança ã
localidade homônima. Ela corresponde ao membro L2 da Formação Açungui
III (JICA/MMAJ, 1982, 1983). Campos Neto (1983) chama Seqftência Furnas
-Lajeado ao conjunto das unidades 2, 3 e 4 aqui indicadas. -
A unidade 3 é análoga à 1, incluindo os mesmos tipos litolõgicos e
ordenação semelhante. O seu limite superior é dado pelo contato abruE
to com rochas carbonáticas da unidade 4. A espessura é variável, esti
mando-se cerca de 1.000 m corno valor máximo. JICA/MMAJ (1982) encontra
ram cifra análoga. -
Essa unidade está bem exposta na estrada Apiaí-Iporanga, no trecho
entre Furnas e a estrada que leva a Lajeado, sotoposta às rochas carbo
náticas da unidade 4 e à faixa da unidade 2 presente na Serra do Tatu~
Ela corresponde ao membro S2 da Formação Açungui III (JICA/MMAJ, 1982,
1983). Propõe-se chamá-ia Formação Âgua Suja, em lembrança ao nome do
córrego, afluente da margem esquerda do Rio Betari, que corre ao longo
do seu contato com a unidade 4.
A unidade 4 é análoga à unidade 2, no que diz respeito à constitui
ção litológica e ordenação. O seu limite superior á abrupto, em conta
to com termos psamo-pelíticos da unidade 5. Sua espessura varia, a mã
xima sendo estimada em cerca de 600 m. JICA/MMAJ (1982, 1983) determI
naram espessura máxima de 1.000 m.
Essa unidade está bem exposta nos arredores de Furnas, pelo que se
propõe a designação Formação Furnas. Ela corresponde ao membro L3 da
Formação Açungui III (JICA/MMAJ, 1982, 1983). Na Serra do Carumbé e em
Sete Barras (sul do Granito Itaóca) aparecem os depósitos de fluorita;
aloja ainda os depósitos de Pb-Zn-Ag de Panelas e Barrinha.
A unidade 5 também tem estrita analogia com a unidade 1 quanto à
constituição e ordenação. Seu limite superior é erosivo e sua espessu
ra, variável. Estima-se que alcance 800 m. JICA/MMAJ (1982) consideram
espessuras" de 1.800 m na Serra do Carurnbé e 900 m na Serra da Boa Vis
ta.
Essa unidade está bem exposta na estrada Apiaí-Iporanga, onde ela
corta a Serra da Boa Vista. Campos Neto (1983) chamou-a Seqftência Ser
ra da Boa Vista, designação que aqui se retém com ~tatu~ de formação.-
Ela corresponde ao membro S3 da Formação Açungui III (JICA/MMAJ, 1982,
1983) .
3.300
rochosos.
ESTRUTURAS
CONSIDERAÇCES FINAIS
3.301
-.--
-----
---
AGRADECIMENTOS
REFER~NCIAS BIBLIOGRÁFICAS
3.302
FRITZSONS,Jr.,O.; PIEKARZ,G.F.; FALCADE,D. - 1982 - Geologia e poten
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3.303
------
---------
FiQ. 1 - MAPA GEOLÓGICO
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COBERTURAS
~ FANEROZOICAS
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GRANITOS
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GRUPO AÇUNGui: MelosedimentO'< eletrificas
ofgilosos. o conglomeróhcos; COIf;QrlOSpurQS
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3.304
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COLUNA
GERAL
3 c
3.306
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASilEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 19B4
JoeI Quémeneur
IGC - UFMG - Centro de Pesquisa Professor Manoel Teixeira da Costa
Auxl1io - CNPq, CPq-UFMG "
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
3.307
--- -.-----
MICROTECTCNICA
,
Este estudo é baseado sobre medições de xistosidade e lineações
cerca de 700 pontos no campo e análise de 150 lâminas delgadas. Apare-
ceram assim cinco estruturas planares das quais quatro são xistosidades
So: acamamento sedimentar
SI: primeira xistosidade de fluxo "Minas"
S2: segunda xistosidade de. fluxo "Minas"
S3: primeira xistosidade de crenulação
S4: segunda xistosidade de crenulação
As xistosidades SXI e SX2 afetando o suprer-grupo Rio das Velhas
foram somente medidas na parte meridional da área. O estudo destas fei-
ções é dificultado pela obliteração intensa provocada por numerosas .in-
jeções graniticas..
So - ACAMAMENTO SEDIY~NTAR
3.308
ordem de 2 mm a 10 mm. Na escala do campoS3 forma faixas de alguns m
de largura com maior densidade que correspondem aos eixos anticlinais
de microdobras D3 (fig. lb).
S~ SEGUNDA XISTOSIDADE DE CRENULAÇÃO
Apresenta direção perpendicular a S3 então E-W. Ela é paralela
ao plano axial de microdobras D~ cujo o eixo mergulha de 20° a 30° para E.
S~ tem um comprimento de onda mais curto do que S3,"de 0,5 mm até 2 mm.
No microscópio S~ corresponde a microdobras paralelas com abas vertica-
lizadas. O estiramente dos flancos podem chegar a formar uma xistosida-
de penetrativa. Nota-se geralmente uma concentração de minerais opacos
nas zonas de inflexão das abas nas microdobras (fig. 2a). S~ parece mais
intensa na zona Norte da área estudada.
3.309
----
---
a - -§2 = ° °
300/0920E
b - S2 = 34 /135 SE
valor médio - 52 = 32°/114°ESE
~ provável que S2 foi dobrada por D. segundo uma estrutura relati-
vamente desta estrutura é E. = 300/1100E.
ampla: o eixo Ela pode
explicar os mergulhos divergentes dos raros eixos E2 medidos no
campo.
- Na zona Central existem também dois máximos (a,b) :
a - 82 = 30o;8SoE
- 52 = 50o/S0oE
b
valor médio - S2 = 3So/65°ENE
Estes dois má.xim:Js podem também ser explicadospelo dobramento
com eixo E. = 00/113°ESE
Na zona Sul (fig. 3c, 3d e 3e). A um máximo único correspondeQ
te ao valor
82 = 35%76°E
O número de eixos E2 medidos não é suficiente para fornecer da-
dos estatísticos. Os eixos medidos na serra da Bocaina E2 = 40° até SOo /150-1600SE
podem
. ter sido basculados por D. .
Para resumir,D2 forma dobras isoclinais de grande porte apresen-
tando uma vergência constante para Oeste com um ângulo de 30° a 35° o
que talvez corresponde a um movimento tangencial sobre uma superfície
de escorregamento. .
As rochas do pré-Minas parecem ter sido afetadas por D2 perto do
contato com o Minas formando zonas de mistura como se observa no sopé
das serras de Itatiaia e de Ouro Branco.
A fase D1 não se individualiza bem nos diagramas de projeção de
palas devido ao pequeno ângulo existente em S1 e S2. Outra dificuldade
consiste na diferenciação dos planos S1, So e S2.
Existem contudo uma série de terminações periclinais de dobras
DI na serra da Bocaina (fig.lf). Estas apresentam um plano axial dobra-
do por D2 e D.. O mergulho atual dos eixos El varia entre 10° e 300/900E-
1200ESE com os planos correspondentes mergulhando para N ou S.
D1 forma provavelmente dobras deitadas de amplitude quilométrica
cuja a vergência na área estudada é preferencialmente Sul nas grandes
estruturas, podendo também estar . orientada para Norte na área chamada
Centrais Hidroelétricas.
DI parece também defODremdo as rochas do Super-GrupoRio das Ve-
lhas onde segundo R. Fleischer ocorrem dobras deste evento a:m intercala-
çoes de rochas do "Minas" ao Norte de Passagem de Mariana.
As fases de deformação DXl e DX2 próprias do Super-Grupo Rio das
Velhas não foram estudadas em detalhe neste trabalho. As dobrascónicas
que aparecem em projeção estereográfica de dados tomados nessa sequên-
cia podem ser produto de deformação associada a intrusões de rochas íg-
neas.
METAMORFISMOS
3.310
zo.
As biotitas presentes nos xistos ardosianos de Bico de Pedras são
minerais remanescentes de um metamorfismo anterior associado a DI ou Dx.
Se for DI esta fase seria responsável por um metamorfismo relativamente
alto que não aparece em outros locais.
As fases D3 e D4 não parecem ter ocasionado recristalização meta
mórfica.
METAMORFISMO A CIANITA-CLORITOIDE
3.311
---~ ~------
----
CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
REFERtNCIAS BIBLIOGRÂFICAS
3.312
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3.313
/
o o ~m
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1
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e) Dobra
oI 10m
I
g) Dx ou DI-Bela Vista
3.314
a) xis tos idade S4-Fundão b) xistosidade S3~estrada Ouro Preto
3.315
------ --
----...-
S P'Qno~..
d) Polos de Planos no Nova Lima(125 p.).
'<:~ '::~
>cy. .
i >..,
. . e) Zona Sul, conjunto de todos ;~
os p anos(350 p.).
5
FIGURA 3
3.316
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3.317
-----
~ Xisto ardosiano
b-~I Xisto grafitoso e brechas
c:=J Quartzi to
.. Carbonato
~ Itabirito
3.318
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO. 1984
3.319
--------
rasas (localmente continentais ?), e o aprofundamento da bacia é final-
mente acelerado resultando nos turbiditos da Formação Seridó, com recor
rências vulcânicas locais. As litologias e o caráter tardio da deposi:
ção, junto com urna menor frequência das intrusões graníticas precoces
na Formação Seridó, sugerem interpretá-Ia corno urna sequência flysch, en
quanto as demais representam a sedimentação pré-orogênica. -
Urna evolução.tectonometamórfica complexa, policíclica, é assina
lada no Grupo Seridó (Jardim de sá, 1984a). A fase denominada Fi, quando
não obliterada pelas subsequentes, é representada nos micaxistos por
dois tipos de foliações (SI): um bandeamento fino, milimétrico, e uma
clivagem anastomosada ou bandeamento grosseiro, com até 2-3 cm de espes
sura (e frequentemente confundida com O acamamento), ambos formados por
mecanismos de solução por pressão num contexto metamórfico de baixo
grau, com caracterização local de cianita (pressões médias; Martins sá
e Legrand, 1983). Nas demais litologias SI representa-se por uma xisto-
sidade (micas, anfibólios) ou microbandeamento de quartzo ou quartzo-
-feldspático. A fase F2 é a de mais alto "strain" associado (Hackspa-
cher e Souza, 1982), gerando urna forte xistosidade ou bandeamento (S2),
lineação de interseção (L20-1) e outras. As dobras F2 têm estilo isocli-
nal ou apertado, recurnbentes ou invertidas, e frequentemente. estão
transpostas, originando intrafoliais. O metamorfismo durante F2 variou
de xisto verde a anfibolito em pressões baixas a intermediárias, com
aparecimento de andaluzita, estaurolita, cordierita, sillimanita e K-
feldspato; anatexia e migmatização ocorrem nesta fase, especialmente na
unidade basal do Grupo Seridó e seu ernbasamento, e condições locais do
fácies granulito foram recentemente descobertas. A evolução de FI a F2
sugere assim um incremento do "strain" e aumento do gradiente geotérmi-
co, devendo representar fases sucessivas de um ciclo orogênico.
A fase F2 (e em muitos casos, também FI) está impressa em gran~
tóides cujo posicionamento é cedo a sinorogênico, aparentando sintonia
com o aumento do gradiente geotérmico na região. Essas rochas são de
composição principalmente granítica a granodiorítica, com tipos tonalí-
ticos muito subordinados, estando transformadas em augen e ortognaisses
("G2"; Jardim de sá et alo, 1981). As encaixantes são predominantemente
da Formação Jucurutu (ou Complexo Caicó), mas também existem corpos in-
trusivos mais acima. Suas formas estratóides, algumas de dimensões bato
líticas, e frequente ocorrência próximo aos contatos entre cobertura e
embasamento, indicam a influência ou controle da intensa deformação ta~
gencial F2. Dados geoquímicos preliminares apontam a uma origem crus-
tal, à maneira dos granitos tipo Sou R fanerozóicos.
As dobras F2 têm "trend" NNE demonstrado pela atitude usual das
lineações L2' acompanhando a disposição regional da faixa. Pouco se sa-
be da geometria da fase FI; o fino bandeamento SI tende a ser crenulado
e transposto pela fase F2 mais forte, especialmente quando esta atinge
o fácies anfibolito, restando apenas os relictos microscópicos (micas
crenuladaa, foliação interna em porfiroblastos M2' etc.), enquanto a
clivagem anastomosada é estirada e tende a se confundir com um acamamen
to rítmico. Todavia, nas regiões em fácies xisto verde o forte ângulo -
das lineações LI e L2 no plano So indica "trend" ortogonal para FI, mas
é incerto o estilo de suas dobras.
A fase F2 culminou ou envolveu estruturas de empurrões ou "nap-
pes". Um destes parece ocorrer "abaixo" do quartzito são José do Seridó
(= Equador) na borda Oeste da principal faixa de micaxistos, sendo mar-
cado por rochas xistosas que denominaremos de "metamilonitos". As estru
turas rniloníticas são reliquiares, com a matriz fina quase totalmente-
recristalizada masreservtdo "ribbons" de quartzo. Ao se aproximar des-
sa zona, as lineações L~- passam a ter forte rake e as minidobras F2
tornam-se reclinadas, sugerindo deslocamentos, ainda não adequadamente
conhecidos, na direção NW-SE. A atitude transversal dos elementos F2 a-
través de regiões relativamente extensas (serra da Formiga; Hackspacher
e Fonseca, 1982) pode refletir blocos alóctones desse evento.
As fases FI e F2 são atribuídas ao ciclo Transamazônico com ba-
se em isócronas Rb-Sr ca. 2,1 Ga obtidas nos ortognaisses "G2" (Macedo
et aI., 1984), o que em conjunto com outros dados regionais (vide adian
te) posiciona o Grupo Seridó no Proterozóico inferior. -
Urna nova fase tectonometamórfica, F3 (Jardim de sá, 1984a), é
composta por dobras que originam interferência coaxial com F2(OU tipo 2
nos blocos em que as estruturas F2 foram rotacionadas). S3 é principal-
3.320
mente uma xistosidade ou clivagem de crenulação. O metamorfismo de pres
sões baixas e novamente variando de xisto verde a anfibolito (andaluzi=
ta, cordierita, sillimanita) tem relações variáveis com a fase anterior
(M2), sendo em geral mais fraco, porém representando as condições PT
mais elevadas atingidas em alguns outros setores. Estes parecem, ao me-
nos em parte, coincidir com importantes batólitos graníticos de uma no-
va geração (G3)i é o caso do maciço de Acarl e, no seu prolongamento p~
ra Sul, a região de Santa Luzia, onde se observa (especialmente nesta
última) efeitos de migrnatização sin-F3 nas supracrustais, inclusive no
micaxisto Seridó. O estilo das dobrasF3 varia, tornando-se mais apert~
das e de planos axiais com mergulhos 'suaves nas áreas de grau mais ele-
vado .
~
3.321
----
3.322
ção de unidades a Norte e Sul dos seus traços sempre foi aceita nos ma-
pas da província e são confirmadas pelos estudos mais recentes, não e-
xistindo diferen~as geocronológicas demonstráveis entre blocos a nível
dos dados dispon~veis. Assim, é preferível considerar a região como paE
te da entidade maior designada de Província Borborema., com os limites
definidos conforme Almeida et aI. (1977). No tocante ao ciclo Transama-
zónico a situação é bem mais incerta. A continuação da faixa Seridó/
Salgueiro-Cachoeirinha/Riacho do pontal é capeada pelas formações do S~
pergrupo Espinhaço e coberturas mais jovens (Jardim de sá e Hackspache~
1980). Ainda mais crucial, não se disEõe de dados concretos sobre a na-
tureza do evento Transamazônico no NE da Bahia, se envolvendo um severo
retrabalhamento crustal como usualmente.admitido (Almeida, 1979; Masca-
renhas e sá, 1982) - e nesse caso, seria necessário prolongar o chamado
"cinturão Costeiro" ou "Atlântico" até a Borborema, ou se as idades ape
nas refletem o nível profundo e aquecido de uma região cratônica a Sul
da província. Esses são pontos importantes para futuras investigações
na região.
~ assim muito especulativo, no momento, considerar um modeloge~
dinâmico para a orogênese Transamazônica, tanto pela insuficiente quan-
tidade de dados nesta região, como pelo desconhecimento de suas relaçõ5
com outras faixas correlatas no arcabou~o geral da província. A situa-
ção no Seridó, incluindo a aparente ausencia de ofiolitos e sequências
vulcânicas calco-alcalinas expressivas, é compatível com modelos de oro
gênese ensiálica ou subducção-A. Todavia, essa conclusão pode ter umã
base muito restrita, e considerações sobre outros setores da província
podem modificá-Ia em grau imprevisível.
Para o ciclo Brasiliano, a correlação e transposição de dados
de regiões africanas melhor conhecidas (Caby et aI., 1981) permite si-
tuar a região do Seridó e outras num contexto geodinâmico mais amplo
(Jardim de sá, 1984b). Uma paleozona de subducção com mergulho para Le~
te, identificada na Africa, pode ser estendida até o Brasil, talvez si-
tuando-se abaixo do capeamento da bacia paleozóica do Parnaíba, a m~ de
Sobral (CE). Nesse esquema, a maior parte da Província Borborema funcio
naria como uma região tipo platõ tibetano, com um embasamento antigo -
(Grupo Seridó e Complexo Caicó, e correlatos), talvez capeado por cober
turas hoje erodidas no Seridó e em grande parte da província devido aõ
soerguimento ao final do Proterozóico, mas preservadas em outras regi-
ões corno na faixa Sul-Sergipana a SW do Ceará, além de outras possíveis
nesse último Estado. No primeiro caso, permaneceriam como testemunhos
da atividade da zona de subducção, as rochas calco-alcalinas diferencia
das e o extenso plutonismo G3' Estes últimos, junto com o ambiente metã
wórfico e estrutural reconstituído, atestam o severo retrabalhamento dã
placa espessada quanão do evento de colisão continental (cráton do Oes-
te Africano/São Luís vs. ?rovíncia Borborema/escudo do Hoggar-Nigária).
O final da convergência das placas seria acomodado pelo estiramento da
província orogênica ao longo do "trend", no que teriam papel importante
os seus extensos lineamentos transcorrentes. Dos depósitos molássicos
brasilianos dessa etapa final, restam os testemunhos preservados nas
imediações da bacia do Parnaíba, e que indica a ação de processos de
compensação isostática após o soerguimento da cadeia orogênica.
REFERtNCIAS BIBLIOGRÂFICAS
3.323
~-
3.324
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASI LEI RO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, RJ, 1984
ABSTRACT
In the sheetsSD.24
are characterized
-
Salvador an:1 SE.24 - Rio D:x:e two major geologic :9XOVinces
nanely the são Francisro an:1 the Mantiqueira. The first one has
c:xm;>leted its evolution at the errl of the Transamazôniro Cycle in the ü:Mer
Proterozoic whereas the sea:>m was acti ve up to the ~ Proterozoic when the
Brasiliam Cycle took place. Remnant archean nucleil as well as lower,middle and
upper proterozoic rrobile belts of predaninant ensialic nature are depicted. To these
belts are associated in;x:>rtant gererations of migmatites am granites.
Finally, during the Phane:rozoic, the region was tectonically reacti vated
resulting in the rontinental drift of South AIrerica am Africa an:1 the fonration
of marginal basins of the Atlantic type.
I. nlI'ROOO:;li)
A região objeto do presente estudo envolve as folhas SD.24 - Salvador e SE.24 -
- Rio Doce, ronsoante Corte eartográfiro Internacional ao milionésim:>, abarcamo a
porção centro-sul do Estado da Bahia, leste do Estado de Minas Gerais e norte do
Estado do Espírito Santo. Perfaz uma área de cerca de 275.410 kzn2 e tan cx::>I!D limite
oriental o Oceam Atlântiro.
Em terrros geotectõniros encerra a fração sul do Craton de são Francisro, de ron-
solidação pré-brasiliana, ronfonne ronceituação de A1lreida (1977) e seu limite neri -
dional derani.nado pelo citado autor de "Faixa de Dobrazrentos Araçuaí", de idade bra -
siliana. Correspome ao que A1lneida et. alo (1977) derx:rni.nararn de Províncias Estrutu-
rais Costeira e Margem Continental, e são Francisro, ao passo que Lima et alo (1981),
CXJg110minaramde Província GeolÓqica são Francisro. A outra i.m:x>rtante entidade qeotec
tônica foi derani.nada de Cinturao Ribeira (Almeida et al., 1973), Cinturão !).:)brado
Ribeira (Hasui, Carneiro e Coimbra), 1975), ProvÍncia Estrutural Mantiaueira (A1lreida
et alo, 1977) e Província Geológica Mantiqueira (Silva et al., 1983). Ãdotar-se-á nes
te trabalho os roncei tos de ProvÍncias GeolÓqicas são Francisro e r-lantiaueira, ronfor
me Lima et alo (op. cit.) e Silva et alo (op: cit.) , respectivamente, nÓ sentido de
Gary, Macafee Jr e W:>llf (1972) que assim se expressam: "An extensive region ali
partsof which are characterized by similar qeologic history ar by structural, ~tro-
graphic ar physiographic features". .
Por ronseguinte a região em epígrafe encerra duas entidaes geotectônicas, cuj a
origem rerronta do Arqueano e Proterozóiro Inferior, a:xn arame atuação do Ciclo Trans
aIr.azônié:o, (2.200-2.000 m.a.) a:xn o desenvolviIrento de i.Í1tensa miamatogênese e qrani=
togênese, ressal van:lo-se que a Província são Francisro atuou caro antepaís ao Cintu-
rão r-bvel Brasiliano. Por outro lado na Província Mantiqueira oa:>rreu forte atuação
do Ciclo Brasiliano, (900-570 m.a.) res1;JOnsável pelo retrabalhamento de terrems mais
antigos, metancrfisrro e deformação de roberturas sediIrentares brasilianas e pela for-
mação de intensa granitogênese. Em tempos meso-cenozóiros a reqião foi lJalOO de reati
vaçÕes, culminamo a:>m a deriva rontinental Brasil-África e posterior edificação de
bacias marginais tipo Atlântiro.
Ir. OBJEl'IVOS
Apresentar um esboço geotectôniro das folhas SD.24 - Salvador e SE.24 - Pio Do -
3.325
------- ~.
ce, visan:lo estabelecer as relações geolÕgico-tectônicas entre as Províncias Geológi-
cas são Francisco e Mantiqueira.
CS esl:oços geológicos das folhas SD.24 - Salvador e SE.24 - Rio D:>ce, são apre -
sentados nas figs. 1 e 2, respecti vam:nte, para urna I!Elhor co~eensão do texto. Na
fig. 3.. apresenta-se um esl:oço geotectônico das folhas em epígrafe.
3.326
tuarn-se nas regiões de Iaçu-Itaberaba, Ibiquera, GaIrlu e Jequi.é (Lima et alo, 1981).
No Ciclo Transamazônico, entre 2.560 -2.300 m.a. atrás, ocorreu a decosição
do Grupo Conterdas- ~.irante (Lima et al., 1981) em um "rift" orlcdo a oriente.. pelo
Carrplem de Jequié e a ocidente pelo Carrplem earéiÍba - Paramirirn. A base apresenta
dep::>sição erninentenente pelitica, em vista da reativação de faJ.haIrentos pretéritos e
vulcaniSllO com manifestações unicanente furnarélicas que influenciaram os secli.Irentos
peliticos, cem provável fo:rrnação de depósitos vulcânicos - exalativos polimetálicos .
Sed:iIrentação eminentemente epiclástica ocorreu nas p:>rcões marginais e superiores da
fossa, que culrnioou com urna progrcrlacão sobre os limites da bacia. (Marinho, Soares e
Silva, 1979)..
Sincronicanente deve ter havido a dep::>sição do Carrplem Ipirá (Lima et alo ,
1981 ), na p::>rcão rorte da Folha SD.24
na de "rift" cem orientação rceri.diana,
- Salvàior, provave1lTente relacionado a urna z0-
na qual se dep::>sitou sedimentos psarníticos cem
contrib.J.icêes pelÍtico-carl:onáticas e quicá de vulcânicas ácidas.
Em toroo de 2.200 m.a. atrás desenvolveu-se :inp)rtante cinturão rcével no sentido
de KrPner ( 1977) e Cordani (1977), reSp::>nsável pela deformação, netanorfiSllO na
6aueA xisto-vero.e a anfil:olito nas supracrustais e rern:Jbilização, retraba1.harnento e
netassomatiSllO K, com a formação de intensa granitogenese em todo o âmbito da Folha
SD.24 - Salvador. Este evento rerrobilizou e rejuvenesceu gran:ies tratos dos complexos
de Jequi.é e earaíba-paramirirn, cujos processos de anatexi.a e granitogênese rnigmatiz~
ram rochas da 6aueA granulito e anfibolito, em es~cial da faixa costeira, mascaran-
do sobrem::ào as relações de contato entre os citados canplems.
O citado "Cinturão M5vel" não afetou o "núcleo Jequié -Maracás - Brejêes" de
Lima et alo (1981), fato também rep::>rtado p:>r Cordani (1973) e Mascarenhas (1979)
confo:cne atestam os da:fus estruturais, ratificado p::>r datacões isotópicas Rb-Sr.
O Ciclo Transamazônico foi responsa-vel p:>r intensa grani togenese cem a colocação
de um gran:1e nÚlrero de maciços granitóides sin, tardi e p5s tectônicos. Can relação
a estes ÚltinDs foi p:>ssível irxli.vidualizá-los sob a denaninação de "suíte" Intrusiva
Gameleira (Lirna et al., 1981), de anbiência epi a nesozonal, cujas áreas de ocorrên-
cia mais significativa estão nas regiões de ConteOOas - Mirante, Anajé e Brurnado.
A 6a.ueA rretam5rfica daninante neste Ciclo é a anfibolÍtica, cuja foliação prin-
cipal deve ter sido N-S a NNE-SSW, com o desenvolvirrento de dobras isoclinais e de
transposicão, cem vergência em direção ao "núcleo Jequié - Maracás - Brejêes".
No final do Ciclo Transamazônico ocorreu a irxli.vidualização de sítios de sedimen
tação, em vista do desenvolvimento de altos estruturais, que serviram de área fonte
para a dep::>sicãc dos Grupos Chapada Diarnant1na (BritoNeves & Ieal, 1968) e Serra da
InhaÚIna (Lima et al., 1981) relativas ao Supergrupo Espinhaco, (Bruni et al., 1976) ,
seqüências platafoDnais de um !XM) ciclo, o Ciclo Espinhaço.
O pacote sedirnentar ao Grupo Chapada Diamantina tipifica-se na base p::>r urna se-
qüência flÚVio-deltáica a marinho raso passan:1o a continental para o topo (Formação
Seabra). Segue-se a dep::>sição da Formação Tornbador através de processos fluviais de
rios anastalDsados, seguida da Formação Caboclo em depÓsitos lacustres em planícies
de inurrlação e finalrrente fluvial de rios anastatoscdos para a Formacão l-brro do Cla-
péu. Presença de vulcaniSllO ácido a internediário e intrusi vas básicas coorreu nas
unidades basais, p:>rérn sob a forma diques.
Sincronicamente a Formação Caboclo dep::>si tou-se o Grupo Serra da InhaÚIna, na p:>r
ção rceri.dional da Folha SD. 24 - Salvador, provave1lTente separados dos sedirrentos dõ
Grupo Clapcrla Diarnantina p:>r um alto estrutural.
Cerca de 1.300 a 1.200 m.a. atrás ocorreu a fase principal de dobrarrento e neta-
rrorfiSllO das coberturas do Ciclo Espinhaco (Brito Neves et al., 1979), cujo rrovirrento
cornpressionais foram rreoos enérgicos de oeste para leste. Os eixos dos dobranentos
orientam-se preferenciallrente para N-S, oorn vergência para leste (Craton de rençóis).
ApÓs cessados os rrovirrentos relativos ao final do Ciclo Espinhaco, segue-se um
período de gran:1e estabilidade na região, cem mJdanças climáticas significativas ,
evidenciada pelos depósitos glaciais do Grupo Macaúbas (p::>rção sul) e Formação Bebe -
douro (p:>rção rorte) , este encimado p:>r urna seqüência pelitico-carl:onático, do Grup:>
Bambuí, relacionado a mares epicont.:in:ntais. O Grupo Rio Pardo depositou-se em zonas
de "rifts". Essas seqüências configuram as coberturas de plataforma referentes ao
Ciclo Brasiliano.
Por volta de 750-650 m.a. atrás desenvolveu-se ~rtante tectonisrro na fração
neridional da Folha 50.24 - Salvador, denaninado de "Faixa de Dobrarrentos Araçuaí"por
Alrreida (1977), consti tuirrlo em verdade um "Cinturão M5vel" ro sentido de KrPner
(1977) e Cordani (1977). Representa o limite das Províncias C-€OlÓgicas são Francisco
.
e Mantlqueira.
Zonas de ativação tectonanagmáticas referentes a épocas brasilianas dispÕern-se
ao longo dos alinhamentos IThéus -
Itarantlrn e Itapebi - Boninal. Os priIreiros de
orientação NE-SW parecem estar gereticazrente ligados às intrusivas alcalinas foidais
que ocorrem sob a forma de"stocks",batólita3 e diques da "suíte" Intrusiva Itab.ma (Li.-
3.327
~
--------- -- - -----.
--- ----
lT'a et al., 1981). Suas oolocaçães devem estar ligados a falharrentos de blocos, com a
edificação de altos e baixos estruturais. No que tange ao Linearrento Itapebi-Boninal,
não existem fatos oonclusi vos, advogando-se aqui a presença de IT'agmatisrro relacionado
a este evento tectônico, em especial na região de BJ::'1JII1ado,C1apada DialT'antina e Itape
~. -
Atividades IT'agmáticas eqüevas a edificação das bacias m:sozóicas aiIrla não fo
ram detectadas na região sul da Folha SD.24 - Salvador. Conttrlo, adrnite-se aqui a
presença dos Iresrros, quiçá, representados por diques de diabásio e alcalinas .
As ooberturas não dobradas datam do Fanerozóioo, dentre as quais destacam se
dois oonjuntos distintos pelos seus caracteres tectônioos: bacias IT'arginais Iresozói -
cas tipo Atlãntioo e ooberturas ceoozóicas. Aquelas são oontroladas por grabens e
sernigrabens carp::>roo trafcgeossinclÍnoes' e miogeoc1íneos, jacentes na faixa oosteira
atlãntica e retratadas pelas bacias do RecôncaVo, Bahia SUl, Almada e Jequitinhonha .
As ooberturas ceoozóicas apresentam disposição tabular, estão isentas de deforlT'ação
e são oonfiguradas pelo Grupo Barreiras e FOrlT'ação s~á, além de ooberturas tércio -
- quaternários
lhos e Paraguaçu.
detrí ticas, relacionadas aos Ciclos de Aplai.narnento Sul-Americano, Ve-
III.2 - MANTIQUEIRA
3.328
n-etassed.i.Irentos dos Grupos MacaÚbas (Pereira & Ortiz, 1980), e A1.nenara, (Silva et
alo, 1983), cem grau de n-etaIlOrfiSI1P rré:lio a fraaJ (Winkler, 1977) e sedinentos tabu-
lares retratados pelos Grupos Barreiras, oo1:erturas detríticas e depósitos quaterná -
rios. As duas prineiras posicionam-se 00 ProterozóiaJ Superior, erquanto as Últimas
no CeoozóiaJ.
No Proterozóioo Superi~r ocorreu a deposiC;ão das aJ1:erturas brasilianas, tipifi-
cadas pelos Grupos MacaÚbas e Alroenara. O prineiro ligado a ambiente glacio-marinho ,
enquanto o outro relaciona-se a bacia inteDlOl'1tana, de origem oontinental e distrib.ri.
c;ão geográfica restrita, o:::n;:ondo "dom::>Se bacias". -
Em torro de 750-650 m.a. atrás desenvolveu-se um. "Cinturão MSvel Brasiliaoo" na
porc;ão sul da Folba SD.24 - Salva:1or e todo o períIretro da Folba SE. 24 Rio Doce , -
dobrando e n-etaIlOrfisando as oo1:erturas sed.imantares, rem:>bilizando o embasan-ento
cem a formac;ão de intensa grani~e e rnigrnatogênese. .
A atividade ígnea foi bem rnarcante aos domínios desta sui:província, tipificado
por batólitos e "stocks" de magmatitos sin, tardi e pós tectônioos em relac;ão ao Ci-
elo Brasiliaoo.
O Ccrrplexo MJntaMa (Silva et al., 1983), constitui-se por augen granitóide
gnaisses, provave.1roente ligado a "anatexis" do Complexo Jequitinhonha, em oondições
n-esozonais, ooI!'l1.JIrentesob a forrna de batólitos, patenteando granitóides sintectôni
oos.
O CaIplexo Medina (Silva et al., 1983), e a "Suíte" Intrusiva AiIrorés (Silva et
al., op. cit.) e pegrnatitos associados, amiúde sob a forrna de batólitos, oonstituem
plutonitos de caráter sin a tardi-tectônicos. O priIreiro de OOI!pJSição granítica a
gran:::xlioríticas, incluindo diatexitos, provavelIrente ligado a fusão total dos litoti-
pos do Carplexo Jequi tinhonha, em nível n-esozonal. O segundo oorn a presença de mine-
rais anidros OOI!Oo hiperstênio, p:x:ie estar relacionado a níveis catazonais.
As "suítes" intrusivas Itinga (Silva e al., op. cit.) e Guaratinga (Silva et
al., op. cit.) e diques de pegmatitos associadoS, posicionados 00 Eb-paleozóiaJ, cem-
põem macic;os cem diIrensÕes de "stocks", e oonsti tuem magrnati tos de caráter tardi a
pós tectônicos. Os priIleiros predorninarn 00 ârnbi to do Grupo MacaÚbas, epizonal, enquan
to a outra "suíte", também epizonal, relaciona-se ao Al..inhaIrento Vitória - Ecoi?oran =
ga, provavelirente relacionado a zona de reati vac;ão.
FinalIrente a mais recente ati vida:1e ígnea desta subprovíncia representa-se pela
"suíte" Intrusiva Fundão (Silva et al., 1983), oatp:)sto essenciaJ..nente por diques bá-
sioos, de idade Jurássica. Este oonjunto ígreo deve estar relacionado à separac;ão ~
tinental Brasil - África e dispãe-se
ga. fln tenp::Js n-eso-cenozóiaJS
paralelairente
houve a edificac;ão
ao Alinharrento
das bacias marginais
Vitória - EaJp:>ran-
aJSteiras tipJ
Atlântioo, retratados pelas bacias do Espírito Santo, Je:xuitinhonha, Mucuri e CUrnuru-
xatiba. No entanto, IIDStrarn-se en001:ertos por sedi.rcentos ceoozóiaJS do Grupo Barrei
ras e depósitos quaternários.
3.329
------------
--------
3.330
xisto-verde a anfi1::Dlito.
No alvorecer do Proterozóioo Inferior, em torno de 2.400 m. a. atrás deve ter
ororrido a dep::>sição. dos sedinentos que oonpõem o Complexo Jequit.:inOOnha, o qual se-
ria oomposto p:>r material essencia1rrente pelÍtioo, oom níveis psamítioos e securoari~
rrente margosos. Estes sedinentos p:>deriam patentear ambiente marinho, do tipo flys
chÕides, os quais ~resentariam uma "Associação do tipo Margem Continental P~
siva". Sincronicanente houve a dep::>sição em zona de "rift" dos Grupos Contendas-Mi.r~
te e Car;>lexo Ipirá, oom orientação aproxi.nalamente zreridiana. Essas seqüências são
essencia.1lrente sedimentares, oom a base pelÍtica. e o tOpo psamítioo, oom pequena oon-
tribuição vulcânica.
Conforne déÓ)S radianétrioos do Projeto' RADAMBRASILobtidos em tectoni tos, reto-
do Rb-Sr, nas regiões de Rio Casca e Ponte Nova na' Folha SF. 23 - Rio de Janeiro, COmJ
também na faixa oosteira
região foi paloo de enérgica
da Folha SD.24
atividade
- Salva::lor, em torno de 2.200 m.a. atrás,
:tectênica cx::mpressional, r~esentada por
a
falhas de enpurrão, oom IXJStura rreridiana e vergência para oeste, oonsoante dados
estruturais revelados no terreno.
Este evento tectônioo provooou intensa transposição ms terrenos arqueancs exis-
tentes, dando OOI!Oresultado rochas baIrleadas oom baixo ângulo de zrergulho, nas quais
p:>ntificam dobras intrafoliais oom ápices espessa::los. Evento resp:>nsável pela forna-
ção de um tectoni to denominado de Gnaisse Pieda::le.
Na faixa costeira este evento provooou intensa transposição das rochas da 6aciu
granuli to do Conplexo de Jequié, COmJ também foi responsável pelo netarrorfisrro e de -
fornação do Canplexo de Ipirá e GrupO Contendas-Mi.rante.
Palas características acima disoorridas é oerfei tamente lícito denominar a re
gião acima COmJ típica de um Cinturão M5ve1 no sentido de Kroner (1977) e Cordani
(1977), sendo bastante semelhantes aos descritos pelo prineiro autor no continente
africano. O Cinturão M5ve1 Transamazônico tem COmJ "trerxi" característioo a orienta -
~ão N-S a NNE-SEW, tanto nas supracrustais COmJ infracrustais.
No Proterozóico Médio houvP." a deposição
das pelos Grup:>s Cl'Ja.pa::laDiamantina
de ooberturas
e Serra da InhaÚIOa e vulcânicas
de plataforna
associadas,
tipifica
rela-
-
ti vas ao Ciclo Espinhaço.
Entre cerca de 1.300 a 1.200 m. a. atrás, ooorreu a fase principal de dobramen -
tos e netarrorfisrro das ooberturas do Ciclo Espinhaço (Brito Neves et al., 1979) cujos
rroviItentos ~ssionais tornaram-se nen::>s enéraioos
- de oeste para leste. Os eixos
de dobramento õrientam-se preferencla1rrente para N-S, oom vergêi1cia para leste (Craton
de Lençóis).., Exposições do SUpergrupo Espinhaço si tuam-se na
Folha SD.24 - Salvador, em cujos quadrantes mroeste e sudoeste se tem evidências da
atuação desses eventos.
Dentro dos oonceitos aqui emitidos baseados em Kroner (1977) e Cordani (1977)
esta região também foi paloo de um cinturão m5vel, m entanto m âmbito da Folha
SD.24 - Salva::lor o netarrorfisrro atingiu o grau incipiente a fraoo de Winkler (1977)
O maior desenvolvirrento deste cinturão m5vel ororreu ms domínios da serra do Espi
nhaço, oom vergência em direção ao vale do Paramirim.
Posteriornente, m Proterozóico Superior ororreu a dep:>sição dos li totipos oon -
cernentes ao Supergrupo são FranclSOO, tipificado pelos Grupos Macaúbas, Bambuí e
Rio Pardo, Fornação Bebedouro, além dos Grupos Alnenara, são Torré e Crenaque.
Por volta de 750-650 m.a. atrás ooorreu a fase principal de tectogênese e neta -
I!OrfisI!O,relativo às "Faixas de Dobramentos Araçuaí e Médio Rio Doce", oom o desenvol -
vinento de grau de netarrorfisrro;- fraoo a nédio (Winkler, 1977) nas sucracrustais
em condições de pressão tipo Barroviano, seguido pela oolocação de plutOnitos sin
tardi e pás-tectônicos.
Os plutoni tos sintectônicos representam-se pelo Conplexo M::>ntanha; os sin a
tardi-tectônioos pelas "suítes" intrusivas Airrorés, Galiléia e Carplexo Madina; os
tardi a pás-tectônicos pelas "suítes" intrusivas Itinga, Urucum, Guaratinga e Itabu
na. Estes últirros já em tem;:os eo-paleozóioos.
Advogac-se para este evento do Proterozóico Superior uma origem essencialrren
te terrrctectônica; à semelhança da hipótese de Sche:rmehorn (1981) para a contrapar
te africana. Fato ratificado pela grande distribuição esPacial dos plutonitos, oomoon
do um grande "Arco Magmático", ligado a oorrentes de conVenção do manto, em preces. -=
sos essencialrrente de intre--placa.
ZOnas de reativação (Proterozóico Superior) relacionam-se aos Alinhamentos Ita-oe - -
bi.-Boninal, Ilhéus-Itarantim e vitária-ECoooranga.
No fanerozóico zrerece destaque a zona- de reativação nesozóica, pré-deriva conti-
nental, tipificado pelo Alinharrento Vi tária-Ecoporanga (Silva et al.~ 1983), aos quais
se associam diques básicos da "suíte" Intrusiva Furxião.
Posteriornente, pós-deriva-continental, houve a edificação das bacias marginais
tipo Atlântico, seguido da deposição continental do Grupo Barreiras e deoositos
- qua -
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FitJ.3- Esboço G80tectônico dos folhas 50.24. SE. 24 Modificado di L.imo It.,at (981) e Silva It. aI. (1983)
3.336
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASilEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO. RJ. 1984
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
3.337.
__n__.___
-- .-..-------..-
respectivamente.
A caracteri zação de alguns corpos graní ticos que atravessam
esses metamorfitos foi objeto de trabalhos específicos (Almeida et ali~
1967; santos & MeIo, 1978; Sial et alii, 1981) enquanto aspectos liga-
dos a mineralizações e prospecção mineral foram abordados por Farina
(1969), Horikawa (1979), Lins & Séheid (1981) e Oliveira et alii(1982).
3.338
(
Fi g. 3) .
3.339
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~ --
3.340
depressões axiais da fase D conspícuas o bastante para fazer aparecer
conjugações das figuras de fnterferência do tipo 2 com o tipo I do au-
tor citado, fato que demonstra a presença de uma terceira fase deforma-
cional. Além disso, acontecem vergações das superfícies axiais D (Fig.
5b) que podem atestar ainda uma quarta fase de deformação. Não f8ram 012
servadas evidências micro e meso estruturais que caracterizem o estilo
das fases D3 e da fase D4.
O Grupo Cachoeirinha possui.apenas uma fase de deformação bem
marcada por dobras isoclinais cujo es~ilo as aproximam das dobras da fa
se D do Grupo salgueiro. são afetadas de modo discreto por clivagens
de cfenulação e pequenas dobras abertas que ainda não puderam ser rela-
cionadas com as fases descritas anteriormente. Nas litologias desse
grupo não se observam padrees de interferência em nenhuma escala de ob-
servação.
As deformações rígidas têm difícil caracterização hierárquica
devido ao fato de que asreativações se fazem quase sempre aproveitando
os mesmos planos de disjunção.
Admi te-se porém que durante a fase de implantação do deposi-
tório Salgueiro algumas falhas já eram ativas e suficiente profundas
para permitir o extravasamento de lavas e mesmo o surgimento de sedimen
tos sintectônicos.
Movimentos contemporâneos às fases de deformação plicativa DI
e D2 não são documentados com clareza mas, chama atenção os grandes fa-
lhamentos de direção leste-oeste com rejeito dextro e as falhas de dire
ção nordeste ":"sinistrógiras coalescentes com as primeiras que modelam
um padrão ruptural "en échelon" descrito com minúncias por Mello (op.
cit.). Esse autor advoga a hipótese de que o esforço que resultou nesta
deformação ruptural foi o mesmo que ocasionou as deformações plicativas
principais. Porém o que se verifica é que essa fase ruptural modifica
as superfícies axiais das dobras D2 devendo ser contemporâneo com as
fases plicati vas D3 ou D aqui caracteri zadas.
4 .
3.341
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Aroldo A. de Mello
Paulo Roberto S. Assunçio
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
Superintendência Regional de Recife
ABSTRACT
INTRODUÇÃO .
3.348
Ainda com ~elação aos cinturões móveis, várias hipóteses têm
sido discutidas para explicar a orogenia ensiálica. A aceitação de que
a tectônica global não segue estritamente os princípios do unif ormi ta-
rismo, principalmente porque as condições físicas na litosfera e manto
subjacente mudaram através do tempo geológico, tem permitido o enquadra
mento da orogenia intracontinental segundo essa hipótese de trabalho. A
distensão litosférica, associada a delaminação continental e subducção-
A são processos invocados para explicar
. o seu desenvolvimento crustal
com base na tectônica~de-placas. _
MORFOLOGIA E LITOLOGIA
3.349
~
---
3.350
As revisões das interpretações de MELLO (1979) mostram que,à
luz dos novos dados e com base na aplicação de um modelo de tectônica-
de-placas, 'a estruturação principal do Cinturão Móvel Transversal pode
ser explicada como resultante da ação de um rasgamento paralelo simples
(simple parallel wrenching): um caso espeiial de cisalhamento (simple
shear ).
3.351
"--~--- --------
-_._-- ~--,-- ---
3.352
No Cinturão Móvel Transversal os elementos estruturais indi-
cam que o movimento diferencial dos blocos adjacentes é o principal ele
mento responsável pelo aparecimento de stresses compressivos e pelas
transformações do aUlacógeno (fase tensional) em "mobile bel t" (fase
compressiva ).
3.353
---
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3.355
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3.358
TABELA 1 - ANÁLISES QUÍMICAS
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JN-241
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3.359
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3.360
SEDIMENTOS TERRÚ~ENOS E
VULCANISMO 81MODAL
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A S T A
B
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CROSTA
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O""IIU' 'o do
litolf'ra IU8cru,tol; início da
lubducp'O" A
l"trooo..tl I,
3.361
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ABSTRACT
INTRODUÇÃO
GEOLOGIA DA ÂREA
3.362
Todas estas litologias estão alinhadas segundo direção NNE.
Tal alinhamento não reflete a direção original que é na verdade NW, rnaE
cado pelos elementos estruturais de DI' Esta nova direção NE foi supe-
rimposta aos litotipos pelas fases D2, D3 e D4 que obliteraram quase to
talmente a direção anterior.
Discordantemente sobre o embasamento ternos os litotipos do
Grupo Seridó do proterozóico inferior situadas a SE da área. Da base p~
ra o topo ternos: _
3.363
/
---- ---
3.364
pequenos círculos de Bl em torno de B3. Neste caso particular em que Ll
..L13 é impossível afirmar-se se o mecanismo de formação da dobra F3 foi
de fluxo-flexural (8 entre B3 e Ll se rnantém)ou flexural (8 entre B3 e
Ll se mantém) (Ledoux, 1984). Neste caso o transporte de material no
s~ntido do eixo da dobra F3 não modifica o ângulo entre as duas linea-
çoes.
- INFLU~NCIA DA DOBRA FS
O CAMINHO DA LINEAÇÃO Ll EM D3
Um dos principais objetivos do trabalho era analisar a varia-
ção de Ll sob influência de F3 em vários pontos dos pacotes dobrados. F~
ram tomados aí afloramentos onde a fase DS não estivesse registrada ou
caso aparecesse não influenciasse na configuração regional. Nas figo S,
6 e 7 foram tomadas informações considerando-se ângulos entre Ll e B3
diferentes entre si e ângulo apical de F3 pouco diferentes. A disposi-
ção das concentrações de Ll nas figo SB, 6B e 7B mostram disposições que
indicam uma modificação sequenciada que vai de SE para NE.
Os detalhes de SC, 6C e 7C indicam a progressão da direção re
gional SE vista na figo 2 para rumo NE. Uma sumarização desta sequênciã
é vista na figo 8B onde temos a figo 4 tendendo para a figo 7. Pequenas
variações são devido entre outros a modificação de estilo das dobras em
certos locais, a exemplo do caminho 3- 4- S- 6- 7 na figo SA e SC, anô-
malos para o conjunto geral.
O ângulo 8 entre as concentrações de Ll em SB, 6B e 7B dimi-
nuiu também progressivamente indicando um mecanismo flexural atuando
nas dobras F3.
O afloramento da figo 7A visou a comparação entre lineações
de dois bandeamentos próximos. A figo 7C identifica perfeitamente a á-
rea E e F bem distintas nas suas características. A área F define uma
parte interna da dobra (fig. 7A) com lineações Ll mostrando caminho
9-10, 6-8, l-S com ângulo 8 constante indicando mecanismo de fluxo-fle-
xural.
A observação da área E na figo 7A e 7C mostra a parte externa
da dobra em que as linhas 12-1S, 20-23 tem ângulo e entre B3 e Ll menor
que 29-34 e 3S-39, evidenciando uma diminuição de ângulo da partê exteE
na para interna sobre o mesmo plano. Como 8 vai diminuindo o mecanismo
é flexural. Nota-se portanto que dois bandeamentos próximos apresentam
mecanismos alternados de dobramento. Tal observação é bem coerente com
critérios de camadas multiacamodadas analisadas por Hobbs et alo (1976)
e Ramsay (1967) onde é confLrnado a necessidade de alternância de mecanis
mo para compensar o transporte de material no processo decisalhamento-
simples.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
3.365
---~_._-
-~--
3_na figo 8B. Para lineações Ll em ângulo < 90Q ~om B3 existe uma rota
çao de 4 para 7. A figo 8B exemplifica a diminuiçao de e de 3 para 7
dos pontos externos para internos da dobra.
A diminuição do ângulo e para o interior da dobra está de a-
cordo com o exposto por Ramsay (1967) e Hobbs et ale (1976) para dobras
flexurais. LEDOUX (1984) encontrou semelhante explicação para a progres
são de movimento de lineações dobradas para direção mais nova na regiãõ
de Tuxer - Joch na Austria.
Concluímos que em zonas com "Strain" intenso a exemplo da zo-
na central de dobras ou zona de cisalhamento temos uma maior reorienta-
ção de lineações antigas para as direções mais novas. Tal princípio se-
ria a explicação para uma grande dificuldade de reconhecimento e dife-
renciação de antigas lineações em áreas com deformação, dobras isocli -
nais e zona de cisalhamento. Nestes pontos extremos temos que considerar
cada vez mais a influência de mecanismo de fluxo-flexural e cisalhamen-
to ao invés de flexural na formação das estruturas, levando o transpor-
te de material a ficar paralelo ao eixo de dobra NE e não inclinado co-
mo é o caso geral aqui.
No presen.te a formação de dobrasF3 é principalmente flexural ou
de superfície neutra (Hobbs et ale op.cit:), sendo localmente de fluxo-
-flexural.
Para a caracterização das dobras flexurais deveríamos ter a
superfície neutra com ângulo e constante (não é reconhecido). As dobras
devem ser paralelas, tipo 2 de Ramsay (1967) o que é comprovado. O ângu
10 e externo aumenta, o interno diminui, o que é visto na figo 7. -
Considerando-se que o material estudado tem características
semelhantes em qualquer parte do corpo, não existe necessidade de consi
derar-se a influência significativa de critérios de pacotes multiacama=
dados e de viscosidade discrepantes (Ramberg, 1961).
Finalizando deve ser endosado a validade do método utilizado
no tratamento de lineações deformadas para caracterização de caminho de
deformação em âreas polifâsicas.
Na figo 1 temos esquematizado a configuração regional da reo-
rientação de trends NW-SE para NE-SW o que tem implicação reg10nal.
AGRADECIMENTOS
REFERtNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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3.366
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3.367
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de paios de Sle lineações minerais II para ras 3b e 3c. Cada reta une pontos de uma...i
Serra do Cordão. Hemisf.ria inferior. ca lineação defonnada. Rede de Schmidt, he:
misfe'rio inferior.
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Fi9. 40: Repreunt ação esquemática de
af loramenta na loca li da de Saco da
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10 Fi9.4d: Detalhe do 5 85
bloco D. ..
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Fi9.4b:Dispasiçõo del1dos blocos C e D. Rede de SChmidt. ..
15 13 o:
hemisfério inferior.
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3.368
Fig.5a: Representação .quemática do
bandeamento ~,lineoç60 li. d!!
bra Fz e F3. Localidade Saco
da Luzia.
5
Fig.5b: Caminho das lineações li deformada por N
dobra F) (flnural ). Rede de Schm. ,
hemisf.rio inferior.
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Fig.6a: Representaçao eaquemóticQ de bandeQmento s Z
51./lineação li e dobrQ F3. Local idQde SQ- Fig.6b. CQminho da IineQç60 li 9 10 M
co dQ Luzia. com concentração ind i ca n do
e! constante. . 1
N Fig.6c: DetQlhe da Fig.6b.
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Fig. 7a: Afloramento dQ dabra F3 com llem
dUQl superf.'cies de bQndeQmentas Fig.7b: Local izaçi50 dos CQ-
distintos. Loc. Saco da Luzia. minhos da lineQçl!o.
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dQS I inea çi5es nQ li:
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3.369
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FiQ.7a
Bs
FiQ.8a: Desenho esquemólico com posição de L1 nas I iQuras 3,4,5,6 e 7. Dobra Ile-
xural, localmente de Iluxo finura!. e é o ânQulo enlre L1e Bs.
'eQenda
J SENTIDO
DE L1
DE DESLOCAMENTO
3.370
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA. RIO DE JANEIRO. 1984
Henrique Dayan
Departamento de Geologia, InstitUto de Geociências da Universidaqe -
Federal do Rio de Janeiro
Cidade Universitária - Ilha do Fundia - 21.910 - Aio de Janeiro - Pesquisador
-
do CNPq e da FI NEP
João Bap1ista Filho
Departamento de Geologia, InstitUto de Geociências da Universidade Federal do Aio de Janeiro-
Cidade Universitária -Ilha do Fundia - 21.910 - Aio de Janeiro - Colaborador em projetos da FINEP
ABSTRACI'
'lbe use of quantitative .mathods in OrcEr to evaluate. t:he. internal and t:he.
extemal three-dimensia1al fabrics of quartz-rods indicated huge differences of both-
the shape and tOO orientation of the obtained ellipsoids. In order to d1aracterize the
rnesosropic fabric use was nade of NIELSEN'S (1983) nethod whereas the microsoopic
shape fabric of quartz grains was accarplished by the a:méination of tbe mathod pro-
posed by SHJ:1.WoDroand IKEDA (1976) together with. a routine suggested - by DAY1IN
(1981), through tbe c:irputer progranme FI'lELI, oone by the latter, for this purpose.
'Ihe nesosropic fabric produced prolate ellipsoids genetically re1ated with
an older defonnatian J;i1ase. wb!reas t:he microsoopic fabric exhibted cblate ellipsoids
whic:h c:haracterize the strain during the last defornation phase.
The microsoopic fabric gave :results very oonsistents witn the geology and
the structure both in the microsoopic and macrosoopic scales. It is also possib1e to
c::mclude that the mineral 1ineation oonspicous1y seen in those rocks, nei ther rep:re-
sents a penetrative fabric in the rods, nor indicates the stretc:hing direct:i.on. Al-
together the authors are 1ed to CDnclude that s~gation is the rred1anisrn for the
fm:mation of those rods rather than defonnation of quartz-pebbles.
rnrrowçro
A análise de fabric de fo:cnas (shape-fabricsl fomece úteis. infomaÇÕ8s
comp1.etentares às pesquisas e inte:rpretações geológicas, especialmente no que respei
ta às magnitudes e orientações de defOJ:mações eu zonas de defonnações. -
Na região ao norte da serra de Carrancas (figuras 1 e 2) aflorêll1 rods de
quartzitos os quais prestam-se para valiosas análises estruturais. O presente est1.JCb
fez uso de três técnicas, as quais são descri tas a seguir, e seus resul taCos são dis
cutiCbs e interpretacbs CDmbase IX) cx:>nhecimento geolÕgiCD local. -
As bases para o ccnhecinento das li tologias e estruturas na região de Car-
rancas e circmviz:inhanças foram assentadas por L.A.M. m a::sTA, secundaCb por F.R.
M. PIRES, já em iCbs de 1968-1969~ H.Dt\Y1\Nusufruindo das inúmeras infOIIl1élÇÕes fOnJe
cidas por L.A.M. m CXJSTA,iniciou sdJ a orientação deste (an 1972) o mapeamanto sis
temãtiCD nas serras do Panbeiro-Carrancas-Bicas. Em maaCbs de 1973 H..DAYN-l c::mcluiu
que a litologia desta região p:xlia ser agrupada na forma indicada pela figura 1. Va-
le ressaltar entretanto que na:> houve denominaçÕes fonrais para aquela divisão da f!
gura 1 e este fato pemi. tiu à TRJUW, RIBEIro e PACIuu.o (19 80) silrplesnente CIrl1arem
nares (vide as formações da fig.1) para una versão siInplificada das unidades estabe-
1ecidas por L.A.M. DA.COS'IA, H. DA.Y1\N e F.R.M. PIres. Sermro-nos da tribuna deste
artigo para negar cx:>mveemência esta pretensa "autoria" à TROlli et al (1980).
A divisão lito1Õgica apresentada na figo 1 é reproduzida de trabalbo deta-
lhaCb anterior (mYAN, 1983) enquanto a região especifica deste estudo localiza~se
na parte superior daquele mapa e pode ser localizada na figura 2 (vide localidades I
a IIr).
Em 1..i11has ~rais as estruturas locais são pertinéntes à duas distintas fa-
ses de à.c:Crarrentos. A penúltima tem características de deformação nitidamente ductil
na qual produziram-se àcbras de grande fec:hanerito (isoclinais) reviradas can vergên-
eia para norte e c:ham.eiras com suaves cainentos tanto para NWban o:rro SE (fig.21.
As superfícies axi.ais destas dobras (milinétricas à quilométricas) não raro confun-
dem-se can a própria foliação Cbrnin.ante enquanto as lineaçães são representadas pe-
3.371
---
10 nenos fOr três tifOs principais: (i) de alinhanento mineral, (ii) interseção folia
ção-plan~axial e (iii) barras (rods) de quartzito, todas elas paralelas às d"lameiraS
das dcbras desta fase.
SuperiTIpÕe-sea esta fase outras cbbras a::rn características rúpteis, repre-
sentadas fOr chevrons e variações cb gênero, CDI!Id"lameiras caindo tantopara SSWbem
a:>ITDNNE e planos axiais oorn mergulho de até alto ângulo (vide figo 2). Esta fase é
resfOnsávelpelo cu:queanentoque originou o sinforrnalBicas-Carrancas oonstituinào as
sim o padrão de interferência ào tifO 2 (Rarnsay,1967) facilnente identificável na fi
gura l.
validades dos resul tad::>s relacionadcs. Vale tão scm:mte dizer qt:e os autores têm a:>ns
ciência de alguns erres, oonseguem até medir eutJ:os, certanente desa:nhecan roui tos e
também suas relaçães mútuas. e certo porém qte para os pr0p5sitos em qoostão os ~
sultados aqui obtida; seriam no IIIÍni!!D razoáveis, pelas razões qu; a seguir a:rrenta-
IOCJS .
Os resultadcs dJtidos <Dmo rrétodo de NIELSEN (1983) IOCJStraranH>emuito pre-
cisos no tocante às atitudes oos semi-eizos ebs elipsoides-rrédia. Entretanto o IteSI!D
nã:! se pJda afirmar a cerca das magnitudes relativas destes semi-eixos OJ.jos valores
3,28 e 2,73 para o pararretro k de FLINN (1962), para as localidades IIe IIr, plotan
bem deslocadas da esperada ];Osiçã:! rrédia destes pentes nas figuras 3.b e c. Na espe-
rança de minorar as discrepâncias acima os autores tentaram (em vãJ) introduzir os
daOOs das d:ilt1ensÕes Cbs rods, no:cnalizaCbs ã valores de volurres unitárias. Assim é
que o resultado 00 par~tro k de FLINN, para o pente IrI, passou para 2,4, FOrtanto
inferior 00 resultado dJtioo oom valores absolutos.
Cbserva-se na tabela I qte em média rrediu-se 146 grã:!s por seção valor que
na relaçoo pmp:>sta FOr. Pra<ERING (1976) nos dá uma estimativa cb erro percentual da
ordem de aproximadanente=!:5,5% Cvide DAYl\N.1981, figo 6-3). Inspeção preliminar da t~
bela Ir peI:1IÚ.~nos o:mentar qte em tenros prátia::s a marca de 4% para a falta de
ajuste para cada elip;e do ponto II é um l:an resultaoo e isto equivale dizer qt:e as
resultacbs para as danais a!!DStras sã:! excelentes. Vale ressaltar entretanto qt:e se-
rrente FOr acaso oonseguix-se-ia inoo~tibilidade (teórica) igual a a.
Os segundos e terceiros itens da tabela Ir apresentaram resultados bastante
p:ropJrcicnais. No~se por exemplo que tcxbs os elip;oides têm distorções ];Ositivas
ao lcngJ de X, Y e-obviamente negativas paralela à z, jáquenã:! aàniti!!Ds mudanças.
volurétricas, neste rodelo.
Os três prirreiras parâmetros de caracterização ];Osicionam os elipsoides cia
ra e oonsistenterrente no camp::>das foDlaS dJlatas. Os valores de defonnaçàes-efetivãs
(E.s) atestam una hierarquia relativa 00 sentiCb: defomação na localidade !>II>III I
fato qu; não é aparente por e:xerrplo tomand::>-se os valores para os índices de forma
3.373
.
-~----
cbs ítens 4.a,.b e 4.c. Está pois éqUi demJnstrado a importância da madida de E..s, a
qual ainda atesta qLe a faixa aqui abrangida é a das daforroa~s relativamente bai-
xas pois não raro enoontrarocs referências ã regiões oonéle valores da f.s atingan a
marca de 3, O ou mais.
Comparações entre os fabrics mesa e microoSpioos ~lJ!1ite-nos de imadiato
oonstatar discrepâncias quanto às fonnas cbs elipsoides resultantes, pois os primei-
ros sã:> nitidarcente prolatos enquanto os seguncbs têm inequívocas formas oblatas. Ou
tras discrepâncias são ta!rbém reveladas pela canparação das atitu?es cbs ei:xcs nos e~
tereogramas das figuras 4. a e b. Cbnstatam::s analogias nas posiçoes da 1.4 enquanto
1.1 e 1.3 têm praticazrente posições inversas. Aliás é notável a c;?I1COrdâncl.a das posi-
çoes de >.,(do diagrama da figura 4.aI can as atitlrles de lineaçoes e ei:xcs de dobras
oriundas aa ~última fase,conforne OOservarros nos estereogramas> da figura 2. Verifi
ca-se taIrbém que a posição dos semi-eixos 1.2 da figura 3.:5 têm atitude análoga à doS
eixos de dobras pertinentes a últirna fase de deforrração (carpare can figura 2) .
Uma indicacão de consistência dos resultados desta análise, pede ser obti-
da da tabela r. Verifica-se que todas as três seções, transversais aos rods têm mag-
nitu:1es de deforrrações muito baixas, (i.e. da maSrra ordem >de grandezal e isto corro-
bora can observações de carcpo, de que as texturas (observadas c/lupa) são aparente-
mante sacaroidais. Carparações com as demais seções fornecem resultados proporcio-
nais. r-EdiçCes de ~entuais de encurtarrento CshorteningI sofrido por filossiliea-
tos exteriôres a um dos rods, forneceu strains da ordem de 1,33 a {,O e média em torno
de 1,9. Este últirro valor não é muito distante da marca de 1,63 obtida com base a
forrra dos grãos de quartzo desta 5e<"'.-ão(tabela rI.
Banclas de deforrracão (deformation bands-1 são os defeitos planares mais a:ns
picuamante observadas nestás lâminas. Para as três anDStras os ~rcentuais de bandaS
de deformação foram incri ve1rrente baixos nas lâminas transversais aos rods erquanto
as demais exibiram frequências considerave1rrente mais altas. Uma vez mais, a sil!1ples
verificação dos valores de Rf na tabela r nos indica que estes estão perfeitamente
eorrelatos à frequência destes defeitos observados nas lâminas.
Outro fato significativo neste estudo foi a eonstatação da existência de um
claro paralelisrrc nas posicões de extinções (ou quase extinçàes) de centenas decris-
tais. A inserção de placa de gipso ou quartzo confirrra esta aparente continuidade ó
tica (harcgeneidade de coresl e tais fatos suscitam a investigação do fabrie crista=
logiafico (petrofabric, AVA, vide TURNERarx'i t'IEISS 19631 para possíveis correlações
can os fabrics aqui investigados, tarefa esta a que nos preparos para dentro em breve.
Querem:>s aqui confírrrar o caráter m:maninerálico dos rods estudados. Os per-
centuais de opacos são mui.to baixos (nenores que O,5%lenquanto os raríssiIrcs filos-
silicatos parecem cristalizar ao longo de rupturas. No interior dos rods os opacos
aparentezrente não exibem características de intensa defotmação enquanto o daninio
exterior aos rods rostrou ser efetivamente a zona de concentração de filossilicatos
associados à cpacos. CaCe aqui tarréém relatar que a observação acima é válida para
a escala I!eSOSCÓpica, pois em mais de una oportunidade os autores encontraram no
carcpo exercplos de rods de quartzito can nltído capeamanto de minerais opacos (I'car_
ranqui ta I'1 .
crnCLUSÕES
Can base no relato dos ítens anteriores passarcos a algumas conclusões '9re~
minares desta pesquisa:
1. O fabric ma5OSCÓpico obtidopelo rrétodo de eigenvalues e eigenvectors 9roposto por
NIELSEN (19831 caracterizou can propriedade a orientação preferencial destes cor-
pos elongados. O programa para a rotina de NIEI.SEN foi elafurado e atentamente re
visado por H.Jl:\YA"l e salvo erro involuntário de programação sares levados a oon=
clusão de que o referido ~todo rrereoe revisão pois os resultados para os serni-ei
XOS dos. elipsoides médianao condizem can a expectativa.
2. O fabric tridimansional masoSCÕpico relaciona-se claranente can eventos da ~úl-
tina fase de deformações, e em contraste o fabric microscÕpico caracteriza a últ!
ma. >
3.374
rn=nte por mY.AN (1383), vide figura 5. .
3.375.
BIBLIcx:;RAFIA
:u:Y2ZY
L. e E.A. IADEIRA,1976 -
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3.376
TABELA I
TABELA II
Resultados d::Itioos. o::>mprograma FI'IELI
LOCALIDADES
ESPECIFICAÇÕES I II III
1. Paranetros de caracterizaçao do
ajuste das elipses de Stram (2D)
. a- Grau absoluto 00 ajuste (,,1,0) 0,9555 0,8843 0,9474
. b- Ino::mpatibilidade geral das
elipses 4,44% 11,56% 5,25%
. c- r-€dia da falta de ajuste por
eli~ 1,50% 4,01% 1,78%
2. Razces entre os eiIDs oos elipso!
àes:
. a- Razão Ixn:malizada 1,71:1,54:1 1,54:1,31:1 1,37: 1,30: 1
. b- Razão sem variação vol\.11!Étri-
ca 1,24:1,12:0,72 1,21:1,04:0,79 1,13:1,07:0,82
3. PercentuaiS de d:i.stcrçoes por e!
xcs
,
. eixo X +23,7% +21,7% +12,8%
. eixo Y +11,7% + 4,4% + 7,4%
. ebo Z -27,57% -22,06% -17,47%
4. parametros de caracterizaçao do
elifSoide
. a- FLINN: k=(a-l)/<b-l) 0,253 0,545
0,579
0,165
0,184
. b- RAMSAY: k=b a/I.n b 0,296
. c- HSÜ v=(2EZ-EI-E3) /(EI-E2) 0,543 0,269 0,688
. d- Nadai: Y 0,473 0,355 0,274
E:s 0,410 0,307 0,237
- Consulte texto para as devidas definiçÕes e re~cti vos CDIrentãrios
3.377
_._------
----
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~t) &
~Q)
111
~~lU ..-i ~...,
I
;
CONVENÇÕES
,-v7
Contato litológico. inferido quando tracejado. I~ Aluvião
,-, , r"f8~... Empurrãoldentes
Fa iha não especificada, inferida. no bloco soerguidoJ
DIVISÃO LI TO E STRATIGRÁF I CA
I
P.-
:0. -= (P) _
GRUPO Fa'cies Psam(tico (Cluartzitos Pombeiro 71
)
CAPIVAR I
..=::. ((sI)
- Ficies Semi-Pelítico (Dominio Indiviso [fm. Campestre 7]
111
~ (PR) _ Fácies Pelítico IXistos Pedra Redonda 7 )
I
_ ?-
MtN~ - Quartzitos Esverdeados (Czitos. Mato-Dentro 7)1 {fm, S.l das Letras?
Discordância--- 7
~:q- Complexo Gnaissico (Embasamento 1
3.378
SIN F o RM AL BICAS-CARRANCAS
MAPA ESTRUTURAL
N
CONVENÇÕES
3.379
--------------
a , . a a
20 o I
' 20 20
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15 A
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5 5 .
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.b 1 b 1 b
5 1 5 1 5
Figuras 3 Diagramas de FLTI-1N(1962) para a caracterizac:..ão das fonras rredidas para
os fabrics rresoscópiceG. Diagramas a, b e c corresponàer.1 às rredidas tom-
das nas localidades I,II e IrI (fiCT.2) respectivarrente. lIbs diagramas b
e c as POsicões COM(+) rrarcarn os resultados obtidos can a rotina d.e
Nielsen- (1983). Consulte o texto.
.- Local.
.-Local.
.-Local.
+ -Média
@ @
Figuras 4 - Cor!pararn
diagramas de Schmidt (her.ri.sf.infe;rior) contenr9.o as orientaçees
dos semi -eixos dos elipsoides ronfo:rne as convencões indicati vas :
a - Posicão espacial para o fabric mesoscÓDico (retodo de Niélsen, 1983) das locali-
dades Ir e IrI.
b - Posição espacial para o fabric mícroscÓfJiro .(análise da forI!'a de grãos) obtido a
partir das aIrOStras roletadas nas localidades I, rI e IrI. Este fabric foi arrui
considerado corro representativo do elipsoide de strain relativo à últir.1a fase de
deforrracães.
.
Ccrnpare Figs. 4. a e b com os diaqrarnas da fiaura 2. Consulte texto para corentá
rio~ e ~licações.
3.380
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASI LEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, RJ, 1984
ABSTRACT
In the region of Datas (MG) , located on the Southern Espinhaço Range ,
two lithoestratigraphic units were identified. The são João da Chapada
(unit C) e Sopa Brumadinho (unit D and E) made up metasediments psami-
tic with intercalated metaconglomerates and phyllites. The grade of me-
tamorphis is low and the rocks belong to the greenschistfacies. .
Detailed estructural analysis in the metasediments of the region ~he
Datas (Espinhaço Supergroup) demonstrates the development of the three
deformdtion events (D1,D2,D~). The Dl event is caracterized by the Sl
(cliavage sub7paralleI to tne bedding); the FI folding with axis bl ,E-
W); lineations sub-paralel to b1; and the prererred orientation of de-
formed pebbles. The D2 event re~ulted in the second folding F2' with
axis b2 orientated N-S, formation of an axial-plane foliation and ~t
fault. The D3 event produced doubly plunging folds.
1. INTRODUÇÃO
2. TRABALHOS ANTERIORES
3.381
----
3. ESTRATIGRAFIA
4. ANALISE ESTRUTURAL
3.382
4.1. Elementos da primeira deformação Dl
a) Minidobras.
Nos quartzitos ferruginosos laminados ou bandados observa-se, eventual-
mente, dobras de dimensões centimétricas a decimétricas de estilo iso-
clinal.e recumbente (foto 1). Os eixos b são dificilmente observados
com segurança mas sua orientação é próxika de E-W, sendo paralelo às li
neações minerais e de estiramento de seixos.Mostram algum espessamento-
~pical, podendo serem classificadas como dobras similares ou anisópacas
(HOBBS et al., 1976). .
b) Clivagem ardosiana S .
3.383.
--------
5. CONCLUSOES
6. AGRADECIMENTOS
7. REFERENCIAS BIBLIOGRÂFICAS
3.384
349-364, são Paulo
DOSSIN,I.A., UHLEIN,A., DOSSIN,T.M. (1984) - Geologia da Faixa Móvel
Espinhaço em sua Porção Meridional (MG). Simpósio sobre Faixas Mó-
veis Proterozóicas: An.XXXIII Cong.Bras.Geol., Rio de Janeiro (no
prelo) .
3.385
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3.386
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3.387
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3.388
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ACAMAMENTO
MEDIDAS
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3.390
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(a)
(e)
(d)
3.391
--------
--
3.392
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, RJ, 1984
Georg R. Sadowski
Agenor P. Souza
Magda Bergmann
Instituto de Geociências - USP
Antonio C. Bertachini
Fund. C. Tecn. Minas Gerais - CETEC
Nelson Angeli
Instituto de Geociências e Ciências Exatas - UNESP
ABSTRACT
GEOLOGIA REGIONAL
INTRODUÇÃO
-------------
-
5UPERF!CIE5-5
LINEAÇÕE5
3.394
nica obtida a partir de SoMM L:: N25E/20NE); e o segundo com o da distr,!
buição de So (=N18W/20SE). No entanto, deve-se considerar que para os
dobramentos cônicos, típicos de áreas redobradas, o eixo da guirlanda ob
tida pela distribuição dos polos da superfície cônica, não coincide com
a charneira das dobras, como nos dobramentos cilíndricos.
No que se refere às lineações Ln+l'as Iredidasexecutadas foram
em número insuficiente para uma interpretação, mesmo preliminar. Na re~
lidade,correspondem às charneiras de dobramentos de superfícies previa-
mente inclinadas, ou melhor, redobradas, devendo portanto,apresentardis
persões que refletem as relações espaciais entre os eixos de primeira e
de segunda fase (Ramsay, 1967, p.54l)~
DOBRAS
DADOS DE DEFORMAÇÃO
CONCLUSÕES
3.395.
--------------------
---
REFERtNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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3.396
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Sn (21 POlOS)
ln (24 POlOS
)
POSSíVEL POSIÇÃO DO
EIXO DE Dn (: IP)(VIDE
RAMSAY (1967) p.~49)
A EIXOS DE DOBRAS cdNI-
CAS QUE AFETAM ln.
. EIXO B DI Sn.
FLANCO LESTE
FIG.50
LlNEAÇÕES Ln e XISTOSIDADE Sn.
DOBRA NO CERCADINHO
(Dn+ I)
. So .6 (
POlOS)
A EIXOS DOBRAS
CÔNICAS DE So
FIG. 5b
POLOS DE ACAMAMENTO 50.
3.399
-----
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASI LEIRODE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, RJ, 19B4
3.400
trondo e Tocantins, dos quais somente o primeiro aflora na área em que~
tão. A parte basal do Grupo Estrondo é representada pelos quartzitos
da Formação Morro do Campo, responsáveis pelo destaque morfológico das
braquianticlinais e da estrutura dos Martírios. Micaxistos da Formação
Xarnbioá (parte superior do Grupo Estrondo) afloram na área arrasada s~
tuada em torno das braquianticlinais (Fig. 1).
COMPLEXO COLm':IA (PROTEROZOICO INFERIOR) Esta unidade foi definida
e caracterizada estruturalmente por Costa (1980) na região de Colméia.
Na região de Xambioá-Lontra é constituído predominantemente por gnai~
ses cinza-claro localmente migrnatizados, ocorrendo também augen-gnais
ses restritos. O bandamento geralmente é pouco desenvolvido, chegando ã
confundir-se com urna xistosidade, podendo se desenvolver localmente em
bandas de até alguns centímetros de espessura. A textura é granolep~
doblástica, com as micas, principalmente a biotita, orientadas segundo
o bandamento ou xistosidade e contornando porfiroblastos de plagioclá
sio (oligoclásio An20) e quartzo. Estruturalmente a::noordantesaos gnai~
ses ocorrem pequenas intercalações de anfibolitos.
Migrnatitos com estruturas estromatiticas, ptigrnáticas e n~
buliticas ocorrem em áreas restritas dentro dos gnaisses, apresentando
limites difusos com eles. Os paleossomas mostram a mesma textura e com
posição mineralógica que os gnaisses. Os neossomas exibem textura in~
qui granular com foliação incipiente, correspondendo provavelmente ao~
entação de fluxo, e sao mais feldspáticos e menos micáceos que os gnai~
ses. O feldspato predominante é o microclínio e o plagioclásio presen
te é urna albita An6' A muscovita é a mica mais abundante, ocorrendo ã
biotita apenas corno acessório.
Dataçães pelo método Rb/Sr em gnaisses da estrutura do Lon
tra, realizadas por Macarnbira (1983) indicam idades em torno de 200Õ
m.a. para o Complexo Colméia.
Veias hidrotermais de quartzo e corpos pegrnatiticos a:m cris
tal de rocha e ametista cortarn os gnaisses e migrnatitos (Santos et a1:-,
1982) .
3.401
----
-..---
3.402
Comparando a composição dos gnaisses de Xambioá-Lontra com
composições médias de ortognaisses, grauvacas arqueanas e rochas grani
ticas de di versas regiões do mundo (Tab. 2), nota-se urna senelhança mu!.
to nítida com ortognaisses trondhjerníticos (McGregpr, 1979 e Barker et
aI., 1979). As grauvacas arqueanas de Minnesota (Arth & Hanson, 1975),
e de Wyoming (Condie, 1967) apresentam teores mais baixos de Si02 e
Na20 e mais elevados de Fe total, MgO e K20 em relação aos gnaisses de
Xambioá e Lontra. Por outro lado, em relação a esses gnaisses, os gra-
nitos, adamelitos e granodioritos possuem teores mais elevados de K20
e mais baixos de Na20, enquanto que os tonalitos possuem teores mais
baixos de Si02 e mais elevados de Fe.total, MgO e CaO (Wedepohl, 1969).
Haja vista as diferenças na composição química, parece pouco provável
a origem dos gnaisses de Xambioá e Lontra a partir desses tipos de ro
chas.
Os gnaisses de Xarnbioá e Lontra encaixam-se perfeitarente. na
definição química dos trondhjemitos de Barker (1979) (Tab. 3). Nesse
sentido, a composição dos gnaisses é melhor evidenciada através de di~
gramas que apresentam campos ou "trends" trondhjemíticos. Nos diagramas
An-Ab-Or e Si02/K20 (Fig. Zb, c), a maioria dos gnaisses estudados, in
cidem no campo dos trondhjemitos e nos diagramas K-Na-Ca e AFM (Figs~
3a,b) eles mostram compatibilidade com o "trend" trondhjemítico.
Quanto aos elementos traços, as comparações diretas a:m grau
vacas e rochas ígneas não são conclusivas, pois os teores e as razões
são muito variáveis. Entretanto no diagrama Sr/Rb (Fig. 3c) a maioria
dos gnaisses tornam a incidir no campo dos trondhjemitos. Esses dados
concordam plenamente com os obtidos a partir dos elementos maiores.
Portanto, pode-se concluir que os gnaisses da região de Xam
bioá-Lontra são ortognaisses originados principalmente de trondhjemi=
tos corno também de granitos e tonalitos subordinados.
ORIGEM DOS MIGMATITOS E GRANITOS As composições químicas dos migmati-
tos (paleossomas e neossomas) e das rochas graníticas podem ser melhor
caracterizadas e comparadas através de diagramas que apresentam campos
ou "trends" das rochas graníticas. Nos diagramas An-A-Or e SiOZ/K20
(Figs. 2b,c) os paleossomas se posicionam no campo dos trondhjemitos
junto a:m os gnaisses enquanto que a maioria dos granitos e neossomas
incidem no campo dos granitos no primeiro diagrama. Entretanto no dia
grama Si02/K20 a maioria dos granitos e neossomas se situam entre õ
campo dos trondhjemitos e dos granófiros, devido ao teor mais baixo de
K20 dessas rochas em relação ao dos granófiros. Nos diagramas K-Na-Ca
e AFM (Figs. 3a,b), os paleossomas acompanham o "trend" trondhjernítico,
ao passo que os neossomas e granitos são mais compatíveis com o "tmnd"
calco-alcalino. No diagrama Sr/Rb os paleossomas se posicionam no cam
po dos trondhjemitos enquanto que a maioria dos granitos e neos~ se
posicionam à direita do campo dos granófiros, em função do teor mais
elevado de Sr dessas rochas em relação ao dos granófiros.
Portanto as análises petrográficas e químicas dos rnigmatitos
mostram que os paleossomas possuem a mesma composição trondhjemítica
que os gnaisses, ao passo que os neossomas são de composição granítica.
As composições químicas dos gnaisses, migmatitos e granitos e a distri
buição das amostras dessas rochas-no diagrama Q-Ab-Or (Fig. 3d) sãõ
compatíveis com a hipótese de urna fusão parcial dos gnaisses que resul
tou em geração de magma granítico com teores mais elevados de álcalis;
responsáveis pela formação dos neossomas e corpos intrusivos. Os pale-
ossomas dos migmatitos correspondem a parte não afetada dos gnaisses cu
ja composição trondhjemítica não foi modificada. Essa proposta para ã
origem dos migmatitos e granitos é plenamente concordante com o proces
so de anatexia, no qual o magma inicial é mais alcalino que o material
original (Winkler,1976)_ .
A posição das amostras de granitos e neossomas em relação
às linhas cotéticas e isotérmicas no diagrama Q-Ab-Or, indica, que a
fusão deve ter ocorrido a urna temperatura em torno de 6500C e pressão
entre 5 e 7 kb para os nessomas 10 e 12 e em torno de 4 kb para os gra
nitos. -
Após a sua formação, o magma granítico deve ter migrado pa
ra em seguida cristalizar, formando migmatitos de injeção e corpos in
trusivos. A provável relação da anatexia com a formação das braquiantI
clinais, a ausência de melanossoma e de neossoma bem desenvolvido nos
3.403
-.------ --------
.-
migmati tos sugerem que o deslocamento do magma deve ter si.do significa
tivo, deixando o resíduo da fusão em seu local original a maior prof~
didade.
3.404
NW-SE, oom 14 km de comprimento e um eixo menor NE-SW, com 7 km de ex-
tensão, enquanto que a do Lontra apresenta um eixo maior de direção
NNW/SSE com 25 km de comprimento e um eixo menor ENE/WSW com extensão
de 11 km. Existem ainda três outras estruturas menores: as br~dcbras
da Chapada e Morro do Campo, a norte da estrutura de Xarnbioá e a br~
quidobra do Ramal do Lontra, a leste da estrutura do Lontra, parcial-
mente encoberta pelos sedimentos da Bacia do Maranhão.
Abreu (1978) e Costa (1980) sugeriram que as braquianticl~
nais são conseqüências de arqueamento das camadas superiores (gnai.s.ses,
quartzitos e xistos), causado por intrusões diapiricas de plutons gr~
niticos, em grande parte não afloranees.
Estruturas do tipo braquianticlinal podem ser formadas bas~
camente de três maneiras: através de altos do embasmento, por dobrarne~
tos cruzados e por diapirismo. De acordo com os trabalhos de análise
estrutural realizados na Faixa Araguaia (Abreu op.cit.e Costa op.cit.),
a caracterização das braquidobras corno tardias, formadas durante a q1JB!:
ta fase de deformação (F4), assim corno a ausência de dobramentos cruz~
dos, desfavorecem as duas primeiras hipóteses.
O diapirismo é um tipo de intrusão que pode provocar arque~
mento de sua cobertura, originando estruturas dôrnicas. Para tal fenôm~
no ocorrer, entretanto, é necessário que o corpo intrusivo se encontre
em estado sólido ou semi-sólido. Os processos diapíricos foram oti~i-
nalmente identificados nos domos salinos e posteriormente em intrusoes
ígneas corno também em terrenos metamórficos.
Existem duas possibilidades para o diapirismo ígneo: intru
sões em estado sólido de corpos graníticos mais antigos e intrusões ma~
máticas arqueando a cobertura. Intrusões em estado sólido já foram r~
conhecidas e estudadas em algumas regiões do mundo, em particular na
Suécia (Stephansson, 1975 e Lindh, 1977) e na Austrália (Stephansson &
Johnson, 1976). são corpos graníticos do embasarnento que subiram esse~
cialmente por diferença de densidade e esforços tectônicos. Estudos e~
perimentais de Rarnberg (1970 e 1972) e Berner et alo (1972) demonstr~
ram a viabilidade física desse tipo de diapirismo. Por outro lado, s~
gundo Pitcher & Berger (1972) e Pitcher (1979), uma intrusão magrnática
arqueia a cobertura, formando estrutura dôrnica, somente em a:ndições fi
sicas muito particulares. Isto acontece no caso de intrusões forçadas
("forceful intrusions") em que um magrna muito viscoso e quase totalmen
te cristalizado ("cristal mush") penetra em rochas de baixa rigidez-;
próximo à superfície. Trabalhos experimentais de Soula & Borrel (1980)
e Soula (1982) demonstraram que os maciços plutônicos em forma d~ domo
ou cogumelo que deformam a cobertura, sao originados pela intrusao de
um magrna com mais de 70% de cristais, ~presentando com a encaixante um
baixo contraste de viscosidade. Intrusões de magrna granítico com baixa
porcentagem de sólidos e alto contraste de viscosidade com as rochas
encaixantes, normalmente não provocam inten~as deformações nessas últ~
mas, sendo geralmente do tipo perrnissivo ("perrnissive intrusions") em
que o magrna penetra espaços abertos ou zonas de fraquezas.
Estruturas dómicas situadas em terrenos metamórficos precam
brianos do nordeste da Groenlándia têm sido explicadas corno Iesultantes
da subida diapírica da infra-estrutura"migrnatítica (Wegrnan, 1935 e Hal
ler, 1955 in Loczy e Ladeira, 1976). Em conseqüência das condições de
temperatura e pressão elevadas, as rochas dos níveis inferiores tornam-
se mais plásticas e móveis. A infra-estrutura, então, se deforma e for
ça a superestrutura mais rígida, embora de grau metamórfico mais baixõ,
que acaba se arqueando, originando estruturas dôrnicas. Segundo Verhoo-
gen et alo (1970), o embasamento cristalino pode, nessas condições, ser
parcialmente remobilizado pela deformação da infra-estrutura e subir
diapiricamente com ela.
O magrnatismo ácido na Faixa Araguaia, "a julgar pelas oc0E.
rências conhecidas de rochas graníticas foi bastante restrito. Conside
rando que o núcleo das braquianticlinais da Faixa Araguaia é predornin~
temente gnáissico-migrnatítico, o diapirismo granitico corno processo
formador dessas estruturas torna-se uma hipótese muito especulativa,
pois parte de uma premissa não demonstrada que é a existência qe gran
des plutons graníticos não aflorantes sob as estruturas. Além disso,-
considerar os corpos graníticos da Faixa Araguaia corno diapíricos, si~
nifica enquadrá-los em um dos dois tipos de diapirismo ígneo conheci-
dos. As idades em torno de 500 m.a. obtidas por Hasui et alo (1980) e
3.405
--
3.406
10 metamorfismo e pelas deformações, chegando a fundir parcialmente nas
regiões das braquidobras. Na terceira fase de deformação (F3), a xist~
sidade foi crenulada e iniciou-se o resfriamento do pacote metassedi-
mentar.
3 - Diapirismo, magmatismo ácido tardi-tectônico e veios mineralizados:
a remobilização e deformação do ernbasamento, ocorridas no clímax do me
tamorfismo, causaram, no final ou logo após este, a subida diapírica-
dos gnaisses do Complexo Colméia.
_
O diapirismo provocou o arqueamento
da cobertura metassedimentar formando as braquidobras, assim corno fa-
lhamentos e fraturamentos radiais nos"quartzitos. Simultaneamente, o
magma granítico, gerado pela fusão parcial dos gnaisses, penetrou nas
rochas dos níveis superiores do ernbasamento e na cobertura, crist~z~
do sob forma de neossomas de migmatitos de injeção e de pequenos cor
pos graníticos intrusivos tardi-tectônicos.
Corno produtos residuais domagmat~smo ácido fo~ veios
pegmatíticos e hidrotermais que se alojaram a partir do núcleo das bra
qui dobras de maneira grosseiramente zonada, controlados pela termicid~
de da região e provavelmente também pelas falhas e fraturas radiais
(Santos et aI., 1982). Esses veios são mineralizados a monazita, hema
tita, ametista, cristal de rocha, turmalina, pirita, rutilo, titanitã
e epídoto.
4 - Falhamentos finais e magmatismo básico pós-tectônico: após a forma
ção das braquidobras, ocorreram diversos falhamentos causados pelo re
laxamento dos esforços. Os sistemas de falhas mais expressivos são o
Lineamento Iriri-Martírios e a zona de falhas transcorrentes observada
entre as estruturas de Xarnbioá e Lontra, que possivelmente deslocaram
a posição original da braquidobra de Xarnbioã, imprimindo ao bloco por
eles limitado, um giro de quase 900 para oeste.
Pequenas intrusães gabrócias pós-tectônicas do final do Pro
terozóico Superior ou do início do Paleozóico, cortaram as rochas dõ
Complexo Colméia e do Grupo Estrondo. No Paleozóico foram depositados
os sedimentos da borda ocidental da Bacia do Maranhão (Formação Pimen
teiras e Pedra de Fogo). Falhas de gravidade, provavelmente do final
do Paleozóico, levaram à formação do graben do Araguanã.
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3.407
---
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3.408
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3.409
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Definição de Trondhjemito
(Barker, 1979 ) Gnaisses de Xambioá-Lontra
A1203 > 15% com -70% 8i02 >15% com 71% 8i02
< 14% com -75% 8i02 -14% com 73% 8i02
FeO + MgO < 3,4% -2%
FeO / MgO 2,0 - 3,0 -3
CaO 1,5 - 3,0% -1,8 - 3,0% (x = 2,44%)
Na20 4,0 - 5,5% -4,2 - 5,9% (x = 5,06%)
K20 -2,0% -1,0 - 3,3% (x = 1,87%)
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FIGURA 1 - Mapa GeológloO da região de
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RUI'IIIAIIEIITO DO PACOTE'IIE-
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11: In Fa-CIIEIIULAÇ,iO DA XIS TOS IDADE.
1&.1
.... "U.ÃO PARCIAL.
O CLIIIAX DO IIETAMORI'18MO.
11:
D. Fz-_AIIEIIT08 DA XI.TOIIDADEo
t=;.-XI~T08lDADE (8t)
IIIICIO 00 IIETAIIOItl'ISIIO.
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PRIMEIRA ETAPA
SU8.loiIlCIA.
TICA
'1DIIIEIITAÇio
iTICA E IIA8MATIIMO
PELI-
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- P'AM
.ÁSICO -
UL TRA....ICO PRÉ-TEC- ,.......
(.
TÔNICO. .o.:.... ..0...
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11- \\~ \\
\\ ~
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COMPLEXO COLMÉIA ORTOGNAISSEB TIIOIIOH.lEMíTICOS DO NÚCLEO DAS ESTIIUTUIIAS DE
XAIIBIOÂ E LONTIIA (EM8A8AMENTDJ
COMPLEXO
(
COLMEIA
EMBASAMENTO J
MASIIA GRANITICO
- DIIIEÇÃO DO ESFORÇO
TECTÔNICO
ARENITO/ QUARTZITO
\ PE8MATITO
VEIO HIDRDTEIIMAL
O
3.414
SIMPÓSIO SOBRE MAPAS METALOGENÉTICOS
-------
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO. 1984
ABSTRACI' ']he Metalogenetic and M1neral Resources Previsional Maps Prcgram carried out
hew areas of interest to mineral surveys, still portraying that known already areas. 'lbe
project was divided in boA:>parts: ane, concerning the elal::oration of service's maps (g~
logic, tect.onic, li thologic, geochronologic, mineral occurrences, geochemical, geophys~
cal and bulk samples maps), and the other, the metalogenetic and previsional maps. A tec
,
tonic-stratigraphic division was elaoorated, enclosing units since Archean to Recent ti
mes. By aerogeophysical data interpretation was possible to identify basic bodies and
acid features (possibly piroclastic bands in the Foraima Group). Geochemical datas fa
voured the mineral recognition by innumerable ananalies. Gold and diaIrond are the rrore
important investigation of the Território de Foraima. Others mineral resources are ci
teci: ~, Bi, Sn and Be in plutonic rocks ,and Fe, Pb, Zn, 'Pq, ~ and eu in volcanic r§:
cks, b::>th belong to Uatumã eventj TJ-']h are ascribed to conglaneratic rocks of the Forai
ma Group, and gold relateci to the alluvial deposits.
3.415
----
na Venezuela. Algumas estradas secundárias ligam vilas e lugarejos até a capital Boa
Vista durante apenas 7 meses do ano, por ocasião do verão. A rrovimentação de aviões a~
menta principalmente durante os meses de chuvas, quando as estradas ficam praticamente
intransitáveis. Quase todas fazendas e áreas de gariltp:Js possuem suas pistas de pouso
para aviões pequenos, em geral m::marotores.
Alguns recursos minerais tais caro o ouro e diamante são de há rm,lito conhecidos e ex
plorados; é o caso da frente de garj,mpo Q..linô/Cotingo que desenvolve-se sob a coberturã
de platafoma Roraima (Proterozõico Médio), cujos conglanerados são cliamantiferos e auri
feros. Na bacia do rio Quinõ destacam-se os garj,mpos SUapi, Serra Verde, Piolho e Caju;
no rio Cotingo, Puxa-Faca, Bandeira Branca, Agua Fria e Viat.name. Ao longo do rio Maú,
também em litologias sedimentares do Grupo Roraima, tal exploração vem sendo realizada
em várias localidades, destacanc1c>-se aquelas de Xiriquí, Catuqui, r-tlturn, Apertar da Hora
e Cascavel. O ouro situa-se nos aluviões pleistocênicos e holocênicos associados ao
Grupo Roraima, e secundariamente àqueles da suíte MetamSrfica Maracá, de idade arqueare.
CXltras ocorrências tais caro Mo, Fe, Ol, U-Th e bauxita tem sidQ assinaladas, porém
são de menor j,mportância na área.
2. ESTRATIGRAFIA
2.3.1 - GrupoSUrurm.l
- Correspondea porção extrusiva do Uatumã,compostapor rochas
ácidas (riodacitos, dadtos, riolitos), intermediárias (andesitos, latitos) e piroclásti
cas (tufos e brechas). E: o conjunto de li tologia equivalente a maior área das folhas
aqui mencionadas. Tem sido identificadas desde o trabalho pioneiro de OLIVEIRA (1929) ,
can posterior citação e melhor amplitude de distribuição e posicionamento estratigráfico
por uma infinidade de autores. Inúmeros "stocks" graniticos subvulcânicos pertinentes a
suite Intrusiva Saracura, intrudern nas rochas vulcânicas do Grupo Surumu. Estas unidade
é correlacionãve1 às vulcânicas Iriri e Iricoumé , respectivamente ao sul e norte da ba
cia do l\mazonas; Fonnação Iwokrarna e vulcani tos do Grupo Kuyuwini da Güiana,. Grupos ru
3.416
chivero, Ia vergareiia, Pacarailna e FonnaçÕes Cinaruco e Caicara na Venezuela, e Fonnação
Dalbana do Suriname.
2.3.2 - suíte Intrusiva Saracura - RAM:;RlIB, OCMFIM & MANDE'ITA (1971) denani.nararn de
"Granito Saracura" a um corpo granítico intrusivo nos vulcanitos Surtmu. un ano após,
individualizaram pequenos corpos granofiricos (Granito 2) e um "stock" leocogranítico n!
tidaIrente intrusivo o qual denaninararn "Granito 1", diferenciando-se daqueles arqueanos.
ERAUN (1973) consideroo caoo "Granito 1 "todos aqueles admitidos caoo mais antigos que
o Grupo SUrumu. Cutros trabalhos tais caoo de OCMFIMet al (1974), MUNIZ & DALL ArnOL
(1974), MJNTAL~ (1974,1976), MJNTALOO et al (1975), ISSLER (1975) BASEI & TEIXEIRA
(1975), SANTOS(1976), SANTOSe REIS NETO (1982), e SANTOS(1982), enfatizaram aspectos
petroquímicos, petrogenéticos e radianÉ!trico9 nestes corpos granitóides. O tenro "Suf
te Intrusiva Saracura" foi ~regado por MEtO et al (1978). Possui correspondência cc:rn
granitos Mapuera, Maloquinha e Serra dos Carajás, respectivatrente a norte e sul da ~
cia do Amazonas e l\W do Pará; granitos dos grupJs :Blrro-aIrro e Fl1yuwini na Gliana, Gr~
cito La paragua da Venezuela e granitos do Canplexo granitóide-vulcânico do Suriname.
2.7 - FonnaçãoIba Vista - Foram BAROOSA& IWoDS (1959) que propuseram tal denani
nação estratigrãfica para sedimentos que carrpõan a oobertura cenozóica do Território. RS
presentarn principa1n'ente arcóseos e S1.Jbarcóseos, encerrando em sua totalidade rochas ce
nozóicas mais antigas, cuja deposição, provavelmente terciária não deve ter atingido õ
Pleistoceno, havendo distinçáo litológica e cronológica quanto as areias interfluviais e
aluviões roodernos. A Fo:rmaçáo Boa Vista pode ser oorrelacionada às fonnaçéesde idade
terciária do Grupo Corentyne (fo:rmaçées Nappi Iaterite) e t-brth Savanna (também reconheci
da caoo Berbice e White Sand) e fonnaçÕes M::It1baka,Montganery e Mackenzie, respectivamen
te a sul e norte da Glli.ana. -
2.8 - Depósitos recentes e sub-recentes - Tais depósitos sáo constituídos por a
reias e cascalhos,
e sao a:xmms ao longo dos principais cursos d' água que cat1pÕan a atUal
rede da área. Esta sedimentação holocênica enoontra oorrespondência na Gdiana através do
Grupo Corentyne (Fonnação Rivers) e Fo:rmaçãoDemerara, respectivamentea sul e norte da
quele país.
3.417
~-
-------..
3. OCORR!:NCIASMINERAIS E SEUS ASPEC'IDS MEI'~(x)S
3.418
Projeto Sulfetos de Uatmã (VErGA JR. et al, 1979), o carp:>rtamento verificado no estudo
do cobre foi nitidamente irregular. Una relação de rochas básicas Apoterí (Mesozóico) e
Avanavero (proterozóico Médio) que carpSem dois tipos magmáticos nas referidas folhas ,
podem possibilitar uma melhor averiguação à ocorrência e distribuição dos sulfetos metã
licos.
Ferro
raem
-Roraima
caro referido
(setor
por PESSOA, PINHEIRO & CAMOZZAID(1980), a potencialidade
oriental) é limitada, sendo apenas conhecida a ocorrência
ferrífe
do igara
pé Paricarana (folha NB.20-Z-D-IV, figura 2) que é apresentada sob foma de minério h~
títico intercalado aos tectonitos vulcãnicos Surumu. Una possibilidade não descartada es
taria relacionada às fomaçÕes ferríferas bandadas que possam existir no setor ocidental-
do Território, concernentes as litologias da 'SUíte Metam5rfica Parima (PINHEIRO et al,
1981) e correlatas as rochas do Grupo Cauarane(MEOO et al, 1978), situadas mais a sul
e sudoeste das referidas folhas aqui relacionadas, jã que os maiores hospedeiros mun
diais de depósitos em ferro situam-se nestas fomaçÕes, que anbora de grande signific~
cia no Proterozóico, incidem também no Arqueano, 000e estão menos expostas e preserva
das. KALLIOKOSKY(1965) faz menção às fomações ferríferas existentes na Venezuela,conS
tituindo litologia concernente ao Cat;>lexo Imataca, área esta reconhecidamente caro uma
das mais antigas da Terra.
3.419,
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plutoni tos. Deste rrodo, esta unidade torna-se caro a mais prospectável da área, não só
pelo seu caráter intrusivo, caro pelas ananalias de P!;>, Zn e Mo no interior e periferia
desses corpos. A ocorrência dos elementos Mo, Sn e Bi nas zonas de contato dos granitos
intrusivos dos vulcanitos, favorece a utilização desses elementos caro indicadores de
depÕsi tos do tipo "greisen".
Recentemente foram enviadas amostras de rochas referentes ao Projeto Molib:lênio em
Roraima (MELO et al, 1978) para apreciação litog~ca, cujos resultados demonstraram
que alguns elementos tais caro o Bi, Be, Mo, W, l>B, Sn, Ia, Cd, Au e Zn, a:mportarn-se ano
malamento, constituindo preciosas informações que adicionadas àquelas prospecções ante
rionnente efetuadas, delineam áreas sujeitas a maiores investigações, visando seu conteu
do de interesse econânico e melhor caracterização das unidades ocorrentes (figura 3). -
Cita-se aqui as quadrículas can suas substâncias anânalos e resp€cti vas localizações:
Folha NB.20-Z-D-IV - Valores anânalos para Sn nas redondezas da serra Macucal.
Folha NB.20-Z-D-V - Valores anânalos para Mo-Be na serra Saracura
Valores anânalos para Ag-Zn-W-Sn (50 ppn) na serra Perdiz
Valor anânalo para Ia (l000 ppn) na serra do Banco
Valores anânalos para r-b-Be-Ia-W na serra do Mel
Valores anânalos para Sn (100 ppn) -Mo (1500 ppn) - Ag-Be na serra
xaparu
Folha NB.20-Z-D-VI - Valores anânalos para Be-Bi-r-b-La nas serras Aviaquário, Raposa, Ca
marão e Nascente.
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3.422
MAPA DE SITUAÇÃO
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3.427
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1. INTRODUCTION
3.428
deposits. The present report summarizes the appraisal methodology and reviews the
criteria that we used to identify areas of significant resource potential for the
two most important types of deposits--Mississippi Valley-type lead-zinc deposits
and Kiruna-type iron-ore deposits. For further details the reader is referred to
the original open-file report (Pratt, 1981), and to a recently publ1shed map
summarizing the resource assessment (Pratt and others, 1984).
2. METHODOLOGY
3.429
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3.430
Figure 1.--Location of Ro11a l' X 2' quadrang1e, Missouri, USA.
LithotQ9ic OneriPtton
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rocks
Cambrian rocks Mlnlng areas
4. KINERAL-RESOURCE APPRAISALS
3.432
Diagnostie cri teria
1. In dolomite, near interface with limestone
2. In "brown rock" near interface with "white rock"
3. Near areas of faults and fractures in enelosing or underlying rocks
4. Near or within favorably situated digitate reef-complex facies
5. Near areas of anomalously high amounts of base metaIs in insoluble
residues of apparently barren Bonneterre Formation
Using various maps from the data base, we plotted the areal distribution of
each of the recognition cri teria on two base maps of the quadrangle: figure 4
shows the diagnostic cri teria and figure 5 the permissive criteria, both highly
generalized. Areas of outeropping Precambrian rocks ean be eliminated as having
no potential because the Bonneterre and Lamotte formations are absent. The
remainder of the quadrangle was divided into 19 numbered areas in which various
combinations of diagnostic cri teria are known or suspeeted to be present (fig.
6). Areas 1, 2, 3, 4, 6, and 9 are the areas of large known deposits or high
potential and are discussed below. The are as marked "CF" are considered
conditionally favorable: a potential exists because the Bonneterre Formation and
Lamotte Sandstone ean reasonably be assumed to be present, but no data are
available regarding the presence or absence of the other recognition criteria.
The remaining 10 of the numbered are as are not discussed further in this report
because they are not considered to have a high potential.
As a means of assigning an objective seore to each of the numbered areas in
order to compare their relative favorability, we listed the areas in tabular form,
along with columns for the various diagnostic and permissive cri teria. For each
area, the widespread presence of a criterion was assigned a value of 1, the known
absence was given a value of -1, and a lack of sufficient information to determine
the presence or absence of the criterion was indicated by O: presence of the
criterion in only part of the area was given a value of 1/2. The scores for each
area were then summed, with separate sums for diagnostie and permissive criteria
(table 1). The two sums must be considered separately beeause by definition, the
permissive criteria are considered irrelevant if diagnostic criteria are not
present.
Our subjeetive interpretation of the resource potential indieated by these
scores is as follows:
Large known deposits in areas 1, 2, 3
Very high potential in areas 4*, 6*, 9*; areas 1 and 2 would have very high
potential but were assumed to be fully explored
High potential in area 3
Low potential in areas 5, 7*, 8*, 10, 11, 12*, 13, 14, 15*, 16
Appraisal of the areas indicated by asterisks (*) could change on the basis of
additional lithofaeies data regarding presenee or absenee of certain eriteria not
availàble at present.
The meaning of these evaluations can be better expressed qualitatively than
quantitatively or statistically. Qual1tatively, we bel1eve the available data
indieate that areas 4, 6, and 9 should have top priority as prospeetive areas for
concealed base-metal deposits in the Bonneterre Formation and Lamotte Sandstone.
That is, we believe the combination of reeognition cri teria is so eompelling as to
indieate a very high probability that at least one significant ore deposit
comparable to the descriptive model oeeurs in eaeh of these three areas.
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Known deposlts of this type include the Iron }1ountain, Pilot Knob, Camels
Rump, and Boss deposits in the Rolla quadrangle, and the Pea Ridge deposit located
about 8 mi (12 km) north of the quadrangle in Washington County. Several of these
magmatic-hydrothermal and contact metasomatic, nontitaniferous iron-ore deposits
in the region have been important producers in the past, but by late autumn of
1980 only the Pea Ridge mine was still active. The Camels Rump and Boss deposits
have been extensively drilled but have not yet been exploited; the copper
mineralization is the main interest in the Boss deposit. Total production from
the various mines amounts to more than 42 million tons of ore and high-grade
pellets; apatite is recovered for phosphate fertilizer manufacture.
From the descriptive model we identified six diagnostic and three permissive
criteria:
Permisslve criterla
1. Recognition of characterlstlc gangue minerals ln drlll cores
2. Locatlon near Precambrlan topographlc high
3. Locatlon on or near Precambrian faults or fractures
Uslng maps from the data base, we plotted these crlterla on a quadrangle map
as follows:
1. Locatlons of active and lnactlve mines and prospects
2. Locatlons of drlll holes whlch penetrate mineralized rock or a dlagnostlc
rock of the descrlptlve model (such as magnetlte-trachyte)
3. Areal dlstrlbutlon of slllclc volcanic rocks (surface and subsurface)
4. Areal dlstrlbutlon of trachytic rocks (surface and subsurface)
S. Major fault zones and inferred cauldron subsldence structures
6. Outllnes of hlgh-amplltude positive magnetlc anomalias
3.436
Areas where two or more of the diagnostic criteria coincide were
arbitrarily blocked out as being favorable for the occurrence of deposits of
the model type. They are numbered 1 through 18 (fig. 7 and table 2). The
scoring within each area is as follows: presence of a criterion .. +1; absence
of a criterion - -1; insufficient data .. O. As most of the cri teria are
present only within part (and often a very small part) of any given area, 1/2
values were not used. Our subjective interpretation of the resource potential
indicated by the scores is as follows (area 2 includes the Pea Ridge deposit,
which lies 8 mi north of the quadrangle):
In areas 17 and 18, although the sum of diagnostic cri teria amounts to
only 1, neither the presence nor the absence of 6 cri teria can be verified
from the available data. We consider these areas more favorable than 11, 12,
and 13 on the strength of favorable magnetic patterns and the recognition of 4
diagnostic criteria in the adjacent area 5. Area 18 coincides with the Salem
gravity anomaly. However, the combined magnetic pattern of areas 5, 17, and
18 is similar to that associated with volcanic terranes 1n the St. Francois
Mountains. Area 18 therefore has a potential for both Kiruna-type deposits in
shallow volcanic rocks of the St. Francois terrane, and deep ore bodies of the
.
layered modelo
The potential for Kiruna-type deposits 1n the rest of the quadrangle 1s
considered very low. Areas underlain by granite are the least favorable;
those underlain by silicic volcanic rocks are somewhat more favorable. The
latter may contain deposits consisting wholly of hematite.
3.437
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Fig. 8.--Some known occurrences of lead and zinc sulfides in carbonate rocks
af central cratan, U.S.A.
3.439
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REFERENCES
3.440
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASilEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984
ABSTRACT The present work was elaborated from data content in the
Metalogenetic Map of Itarare's sheet (SG.22-X-B). This map had been
conduced by the "Projeto Mapas Metalogenéticos e de Previsão de Recur
sos Minerais". Three documents were produced: a) "Carta Metalogenética"
b)"Carta de Previsão de Recursos Minerais" c) "Carta de Previsão para
Planejamento de Ações Governamentais". In the documents mentioned ~ove,
the main metalogenetic aspects and data for mineral research as well
informations given to the mining governmental agency are described
concerning the Ribeira's Mineral Province. In this region there is a
variety of mineral resources (Pb,Zn,Ag,F,Ba,P,Cu,W, Talc and others) .
Three main geotectonics units enclose mineral resources and they are:
The Joinville's Median Massive, Apiaí's Folded Belt and the paraná
Basin. The three documents show new metalogenetics aspects and sugest
procedures directed to analysis of real mineral potenciality of the
Itarare's Sheet.
3.441
---- ----
3.442
lhor entendimento dos processos e eventos mineralizantes. A definição
de um tectono-grupo distinto para sequências tidas como basais do Grupo
Açungui, incluindo assim as denominada Formações ~gua Clara e Perau,
Pontes (1980) e Fritzsons Jr. et ali i (1982) e estendendo-as para todo
o domínio da Formação A-I e A-II (parte) (Projeto Anta Gorda, Daitx et
alii, 1983) amplia, em term9s de metalogenia, o potencial de extensas
áreas, até então consideradas de menor interesse prospectivo.
No presente trabalho, a denominação "Setuva" será utilizada,
no entanto, conforme concepção de Takahashi et alii (1981), Silva et
ali i (1981) e Lopes (1983), ou seja c?mo pré-Açungui e contendo como t!
pos litológicos principais xistos e gnaiss~s e mantida sua correlação
com a Sequência Turvo-Cajati (constituídas por rochas metapsamíticas/pe
líticas/químicas, contendo intercalações pouco expressivas de corpos m~
tamáficos/ultramáficos, bem como gnaisses bandados e granito gnaisses}.
As rochas Turvo-Cajati e Setuva, afloram predominantemente a
sul da Falha Lancinha-Cubatão e localmente nas antiformas do Perau e Be
tara.
Na Faixa de Dobramentos Apiaí estão representadas rochas de
natureza vulcano-sedimentar de médio a baixo grau metamórfico, perten-
centes ao Grupo Açungui e desenvolvidas entre o proterozóico médio a s~
perior (incluindo assim as Formações Perau, ~gua Clara e Itaiacoca, con
sideradas por Chiodi F9 (op. cit.) como pertencentes ao Grupo Setuva):
Este espesso pacote metavulcano-sedimentar, aflorante na Folha de Ita-
raré, foi depositado num ambiente marinho, sobre um embasamento siáli-
co, onde forças endógenas propiciaram a formação de uma bacia linear
(rift, aulacógeno) preenchida inicialmente por materiais clasto/quími-
cos e vulcânicos, evoluíndo em direção ao topo para condições cada vez
mais plataformais, com sequências terrígenas conglomeráticas, areníti-
cas e síltico-argilosas, culminando com espessos pacotes carbonáticos .
3.443
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3.444
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3.445
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3.446
na de Panelas guardam maiores semelhanças com os da Barrinha, ocorrendo
ali, tanto processos mobilizadores devido ao granito Itaoca, quanto pro
cessos mais complexos, corno diagênese e mobilização hidrotermal superi~
posta sobre zonas mais enriquecidas e posterior deposição preferencial,
junto à fácies mais impuras do pacote carbonático, Odan et ali i (1978).
Ainda na Faixa Carbonática Central ocorrem os mais expressi
vos jazimentos de minerais não metálicos do Vale do Ribeira, destacandõ
sobremaneira as mineralizações de Fluorita de Sete Barras, Brás e Cor~
bé, cujo posicionamento no tempo/espaço ainda está pouco claro, assim
quanto aos aspectos relacionados à sua gênese. Com referência a Sete
Barras existe duas linhas de pensamento para explicar sua evolução gen~
tica. A primeira de natureza sinsedimentar, através de processos di age-
néticos e/ou fluídos hidrotermais contendo fluor, que percolariam o pa-
cote carbonático carreando soluções de Si02 + F, Fagundes, (1982). E a
segunda, onde as soluções hidrotermais estariam relacionadas ao magma-
tismo alcalino e neste caso aproveitando antigas estruturas tectônicas
retomadas durante a reativação wealdeniana (vide comentários adiante).
Os dados coligidos por Fagundes (op. cit.) apontam para a ja-
zida de Sete Barras um nítido controle li tológico, onde na diagênese pre
coce houve substituição dos carbonatos por F e Si02. O pacote minerali=
zado apresenta ainda dobramentos e efeitos metamórficos tardios rela-
cionados à intrusão do granito Itaoca e é afetado por falharnentos com
consequente modificação do seu nível espacial.
Dado ao porte da jazida de Sete Barras (potencial de até 4 Mt
d~ fluorita, com teores > 40% CaF2)' seu condicionamento ao nível ~arb2
natico denominado L cx, por Daitx (1983), bem corno pelas caracter1sti-
cas observadas nas ~rções basais daquela sequência, corno formadas em
condições ambientais hipersalinas propícias para a formação de fluori-
ta, barita, apatita e mineralizações estratiformes de Pb/Zn, Daitx
(1980),é de se esperar que outras concentrações tanto de fluorita corno
dos retro citados minerais ocorram no domínio daquele "datum" litoestra
tigráfico devendo os estudos serem direcionados principalmente para os
termos basais daquela sequência, levando ainda em consideração, a proxi
-
midade de granitos tipo Itaóca e de falhamentos.
3.447'
----
são assinaladas na folha: a) Distrito alcalino de Jacupirangai b) Dis-
trito alcalino de Cerro Azul, representado por um dos maiores focos de
manifestações intrusivas alcalinas do Brasil Meridional (Mato Preto, Ita
pirapuã, Banhadão, Tunas e outras menores). -
Em Jacupiranga as mineralizações de apatita e níquel se acham
intimamente associadas à própria formação das rochas alcalinas, locali-
zando-se a apatita disseminada no carbonatito e o níquel junto ao piro-
xenito.
No Distrito Alcalino de Cerro Azul as principais ocorrências
minerais se localizam no corpo intrusivo de Mato Preto, com o desenvol-
vimento de uma complexa paragênese mineral contendo F, Ba (Th, TR) Cu,
Pb, Fe devendo em função dos dados já levantados, vir a se constituir
brevemente, numa das maiores jazidas de fluorita do Vale e proximidades
de Cerro Azul, representada pela jazida de Volta Grande.
Dezenas de outras ocorrências acham-se distribuídas neste dis
trito entre outras a de Itapirapuã (Fe), Barra do Itapirapuã (F, Ba)~
Cordinhas (Ba), Rio das Criminosas (Ba), etc.,praticamente inseridas no
domínio das rochas granitóides Três Córregos, quer na forma de véios .
mi
neralizados quer impregnando restos de tetos naquele granito.
Fora do domínio dos corpos alcalinos, a jazida de fluorita de
Volta Grande é a que apresenta as melhores evidências de um relaciona-
mento direto com as manifestações alcalinas da área. A mineralização
com mais de 200 m de estensão associa-se a um falhamentode direção E-W,
ao longo do qual se destaca intrusões de rochas aplíticas rnineralizadas
com F, Ba, Th e TR, D'Elboux et alii (1982).
Brechas cimentadas por Ba e F, processos de substituição dos
carbonatos dos restos de teto indicam uma origem hidrotermal para essa
jazida, ao mesmo tempo que o bom ajuste das relações Ba!Sr, La!Ce, Yb!
Y e Y!Ce+La de amostras coletadas em várias ocorrências associadas a me
tassedimentos carbonáticos, granito cisalhado e em carbonatitos, sugeri
ram para Silva et alii (1981) uma origem comum para o F, considerandõ
assim seu relacionamento ao magrnatismo alcalino mesozóico. As mesmas
conclusões chegaram os autores retro mencionados, com relação às ocor-
rências do Brás, Carurnbé e Sete Barras, o que conflita em relação a Se-
te Barras com outros estudos anteriormente referidos, quanto a sua real
vinculação com os processos alcalinos ocorridos na área.
Pela análise da distribuição dos corpos alcalinos e das inúme
ras ocorrências de Fe, Ba, tanto em carbonatitos, corno nos granitos e
metassedimentos carbonáticos pelas feições tectónicas (falhamentos, li-
neamentos, arqueamentos), e anomalias magnéticas e cintilométricas, as-
sinaladas por Algarte (1972) e Ferreira e Algarte (1979), fica caracte
rizada uma região de forma ovalada com mais de 400 km2, que denomina=
mos de Distrito Fluor-Baritífero de Cerro Azul, no qual é alta as
perspectivas de se encontrar outras jazidas de F (Ba) do porte da de Ma
to Preto e Volta Grande. -
O último episódio que permitiu a concentração de minerais ec~
nômicos está ligado aos processos superficiais superimpostos aos vários
contextos geológicos da área, através da extensiva peneplanização ocor-
rida no terciário, onde condições climáticas e de circulação de água
provocaram intensa atividade oxidante na grande maioria dos jazimentos
sulfetados, (Santa Blandina-Cui Jacupiranga-Nii Perau-Cui etc) bem corno
nas fases posteriores, quando do entalhamento daquela vasta superfície
Sul-Americana, já no quaternário, com a concentração de minerais detrí-
ticos nos principais aluviões da área (ouro, diamante) (Fig. 7).
3.448
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
DAITX, E.C.; TAKAHASHI, A.T.; FERRE IRA , J.C.G.; SILVA, C.R. da & MAEYA-
MA, O. - 1983 - Projeto Anta Gorda. Fase III. Mapeamento Geológico da
área norte. DNPM/CPRM, são Paulo, 1 v., mapa (inédito)
3.448
---~
SILVA, A.T.S.F.; FRANCISCONI, O.; GODOY, A.M. & BATOLLA JR., F. -1981-
Projeto Integração e Detalhe Geológico no Vale do Ribeira. Relatório
Final. DNPM/CPRM, são Paulo, 15 v. 1 a 5.
SILVA, D.C.; FELIPE, R.S. & PONTES, J.B. - 1981 - Notas sobre as ocor-
rências de fluorita do Vale do Ribeira (PR). Atas 29 Simp.Reg. Geol.,
Curitiba, 1981, 1: 21-41.
TAKAHASHI, A.T.; CHIODI F9, C.; SILVA, C.R. & BATOLLA JR., F. 1981 -
Projeto Integração de Detalhe Geológico no Vale do Ribeira. Relatório
Final - Ârea Ribeirão do Perau. DNPM/CPRM, são Paulo. v. 7.
3.450
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3.452
PROJETO MAPAS METALOGENÉTlCOS E DE PREVISÃO DE RECURSOS MINERAIS
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3.454
PROJETO MAPAS METALOGENÉTICOS E DE PREVISÃO DE RECURSOS MINERAIS
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FOLHA:SG-Z2-X-'
49° 30'
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SINÉCLISE DO PARANÁ
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ITARARÉ
FOLHA.SG-ZZ-X-e
49" 3d 48"00' Z400d
Z4000'
SINÉCLISE DO PARANÁ
MACICO MEDIANO
DE JOINVILLE
Z!!"QO'
48"00'
6-UNIDADES METALOGENÉTICAS E MINERALIZACÕES ASSOCIADAS. FASES: a) PWTONISMO
GRANrTICO 51N A POSTECTÔNICO BRASILIANO E b) REATIVAÇÃO REGMAGÊNICA CAMBRO-
ORDOVICIANA.
Au 1'1 RI RICA
Au PEORO CUBAS
Ao CA VA LO MAGRO
4 Au CATAS ALTAS
Pb ÂGUA OA LI MIEIRA
6 Au MORRO 00 OURO
7 Cu MANOIRA
8 .(Cu) ITAÓCA
9 Cu STA. BLANO.NA
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Falnos
Zona.
V8iOl d.
mintra!izadOI (.U.roç:h,
tzo lftiMIGliJOClos
Itidroter i', IScarnltos)
O, 10
, ZO 30Km
3.456
PROJETO MAPAS METALDGENÉTICOS E DE PREVISAO DE RECURSOS MINERAIS
48"Od
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P,Fe J&CU~RAII8&
Ni .J&CU"'RAHG&
4 Bo(F)
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10 C. S!.! BLANDlNA
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15 PD FURNA5
11 Cu,Pb PI:RAU 17 PD BARRINHA
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ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASilEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984
-
ABSTRACI' Whith the starting
Recursos Minerais"
of the "Projeto Mapas Metalc:çenéticos e de Previsão de
(mPM/CP~ Agree!!ent) at 1981, intending progressively to <:x)ver
alI over the Brazil in a differentiated manner at 1:250.000 and 1:1.000.000 scales,
an i.zrIerati ve need errerged at the sense of establishing ccntent and legend for the
Metallc:çenic Map constructed on individual sheets according international pattem at
these scales. The author, 3S the General Coordinator of this project, since 1982,
defined map content and organized the present legend for use in these maps, based
on IIOst rrodern geolc:çical regianalization concepts, because continental dimensions
of this country and the varied origin of infomations involving data at different
scales, coUected at different tiInes by different geolc:çists, probably, partisans
of various scientific schools. 'I'his legend foresees the plotting of mineralization
data on a tectonic-geological base and contains the principal age lilnits for
stratigrahical stages and a series of tectonic types for grouping different rock
sequences wi th i ts structural characteristics. Considering the leveI of informati
ons, i t was not used sare data about mineralization such as size, age and chemisni:-
It E:!I1ploys figures, symbols and signs that once cx:mbined pemit to construct black
and whi te maps warranting visualization of principal metallc:çenic relationships of
various mineral deposi ts facili tating the establiSlment of the general laws of time
space distribution of mineralizations, as weU as the identification of principal
guides for locating new mineral deposits. Such maps have a previsional character
that peIJ!lits to elaborate subsequent new forecast and governmant action planning
maps.
INI'IDra;.ÃO O Projeto Mapas Metalc:çenéticos e de Previsão de Recursos Minerais, i11!
ciado em ago$to de 1981, visa cc:brir prc:çressivarcente o Brasil, pretendendo uma rea
valiação e integração, cem unifoIJ!lidade de critérios, de todas as informaçÕes geol§:
gicas até então coligidas. Os seus produtos finais, os mapas metalc:çenéticos e de
previsão constituem os instrumentos capazes de precisar as áreas mais favoráveis ~
ra a prospecção mineral e de fornecer orientação sobre os caminhos a tanar na expIo
ração dos recursos minerais nacionais, servindo, desse rrodo, de base à elaboraçãõ
dos programas setoriais' de pesquisa do mIM, e de orientação ao minerador na seleção
de alvos potenciais para investimentos cem merores riscos em prospecção mineral.
As escalas utilizadas têm sido 1:1.000.000 para a Região Amazônica e 1:250.000,
para o restante do Brasil para o que se dispÕe das bases geolÕgicas correspondentes
nestas escalas as quais sanadas ao vastissirro acervo de infomaçÕes resultantes de
levantamentos geológicos de detalhe e semideta1he, de levantamentos aerc:çeofisicos,
gravimétricos e geoquimicos e de cadastro de ocorrências minerais, têm pemi tido ela
borar a contento
1) refletir
cartas metalogenéticas
as leis gerais
regionais
sOOre a distribuição
cujos principais
espacial
requisitos
dos depÕsi tos de minerais
são: -
~
conânicos de vários tipos, cem base na análise de todos os dados existentes dispo
ni veis. O principal resultado desta regionalização metalc:çenética seria a ident!
ficação, sobre o mapa, das provincias, zonas e distritos metalc:çenéticos, cem a
real ou possível distribuição de depÕsi tos de vários tipos de minerais econêmicos.
I~to é especia1Itente pertinente ao planejamento racional dos serviços de pros~
çao.
2) fornecer alguma idéia da distribuição dos depÕsitos minerais e também das diver
3.458
sas formações geológicas, nos vários estágios da evolução geolÕgica das principais
entidades tectônicas do território sob ccnsideração, a fim de proporcionar una ava
liação mais precisa das ãreas portadoras de minério, una vez que estágios estrutU
rai~ individuais US1Blmente são caracterizados por especlficas feições de mineralI
zaçao. .
3) refletir cxm clareza as relações existentes entre depÕsi:tos minerais e fatores ~
lÕgicos (c:x::II'q?lexosintrusivos e suas partes individuais, formações sedinentares e
wJ.canogênicas, IIDstrando o máx:im:Jpossível a litologia das rod1as encaixantes da
mineralização, as estruturas diastrôficas, .zonas de metanm'fisIlD, etc.}.
4) refletir os tipos genéticos dos depósitos ~ uma vez que isto é mais :im
portante no julgarrento das cx::ndiçôes de S\Ja loca,lização.
Portanto, m\ grame número de infcmnes de natureza bastante diversificada deverá
ter sua representação cartogrâ.fica assegurada, do rrodo mais claro e simples posslvel,
através de sinmlos cc:nvencia1ais que correspcnc1am aos ab.jetivos das cartas metal~
néticas e que coloqtJen em evidência os resultados do estudo previsão-metalogênese,saIi
que tais cartas percam o seu caráter geológico e, de rrodo a ton1â-las facilmente leg!
veis.
I.evarxb-se em c:cnta, por outro lado, que o ter:ritório brasileiro possui extensão
continental, orrle se encontram materialmente representados os mais diversos tipos de
entidades geológicas, desde o Arqueano até o Fanerozôico, sobra as quais incidiram l~
vantamentos diversos, de diferentes escalas, em diferentes épocas, executados por dife
rentes equipes e entidades privadas e governamentais, e, CCX1Sideranc1oainda que os
trabalhos de cartografia metalogenética e de previsão serão executados s:imul~
te em ãreas can nlveis de informações bem distintos, fêz-se mister o estabelec:iJtento
das escalas e c:cnteúdcs destas cartas, bem cano, o aperfeiçoamento e adoção de un ~
tana de representaçãocartográfica
. único, aplicável' ao Brasil inteiro.
O sistana de réPresentação cartcgrâfica cõnoeb:ído utiliza tramas para aS 11l'lV;~PS
litolÕgicas e f}e~icas fundamentais, tentando-se e.l.im:inar a sab.recarga dos mapas,
ao se adotar o uso de letras e Indices nunéricos ccmbinadar para detalhar andares es
tratigráficos, individl1~liZ<'lr unidades tectênicas ou seus remanescentes, tipos litolÕ
gicos e/ou petrográficos, facies litolÕgicas, bem cano o uso de símbolos especiais ~
ra a representação dos diversos elementos estruturais, e dos elsrentos da metal.ogêne
se, a f:im de se obter, a custos baixos, cartas em preto e branco bastante satisfatóriaS.
Prevendo-se a utilização de cores sobre as cópias obtidas cxm a finalidade de realçar
deteDninadcs parâmelros, cano as unidades tectônicas ou seus rananescentes e as c:cn
centraçÕes minerais representados sobre o mapa, porêm, nunca em substituição à qual
quer destes parâmetros, a legerxm cmtÉm ''boxeS' sobre os quais poderão ser lançadas ~
res escolhidas~
Tendo em vista os objetivos colimados,estabeleceu-se lançar os dados relativos a
mineralizaçôes e seus indÍcios sobre una base tectônica e geológica especializada, em
que os métodos de representação J;:eI.'II1itam
roostrar, cxm o mãxiIro de evidência e fideli
dade, as regiões de manifestação de dobramentos e as bacias de platafor:ma de cada ~
dedo geolÕgico, e, cn:1e estejam assinalados os controles magmático, estrutural, lito
lógico e estratigráfico da mineralização, devendo tal base ser m\ pouco simplificadã:
em relação a carta' geológica ordinária de mesma escala, nos locais que não apresentam
interesse, e bem mais detalhada can relação às faceis metalÍferas das intrusões, dos
horizontes encaixantes da mineralização, das estruturas dobradas, dos acidentes de
falhas, zonas de fissuras, foliações, ete.
Registr_em-5e os recaJhec:imentos ao GeÕlogo JuéJ.sm da Cunha e Silva, idealizador do
citado Projeto e prarctor de vários debates através de reuniões cem os Coordenadores
Regionais do Projeto e representantes do JJNI:M, destacando-se dentre eles os GeÕlogos
Carlos Oiti Berbert, João Dalton de Souza, Pedro C-eI:Vásio Ferrari, Xafi da Silva Jor
ge João, pela CPRM, e o C-eólocro Carlos Schobbenhaus'Pelo rnPM. -
A todos estes e danais ~cos da CPRMenvolvido; na execução e supervisão dos
trabalhos do Projeto os agradecimentos do autor pela c:cntriliuição que trouxeram para
a consolidação e aperfeiçoamento desta legenda e das danais relativas às cartas de
previsão de recursos minerais e de planejamento de açÕes governamentais.
REPRESENI'AÇÃODA BASE TECIm~1CA - A legenda da base tectono-geolÕgica (PR1IN
aoo I a 1II) acha-se concebida de rrodo a englobar dados sobre estratigrafia, tectônI
ca, geocronologia, elementos estruturais diversos e litologia/petrografia, reservados
para o lado direito da folha.
A estratigrafia está apresentada cxm três grandes divisões principais, sendo as
duas primeiras referentes a épocas em que os depositórios se estabeleceram após a
individualizaçãO de una ou mais massas continentais extensas e errersas, cano atestam
os seus sedimentos clásticos grosseiros de derivação continental, eIXilJa!lto o terceiro
refere-se a épocas mais antigas em que não se tem qualquer evidência da existência de
3.458
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extensas mas~ continentais emersas, pelo menos por um teITpo !!uficiente para pent!:i,
tir a acumulaçao de secliIrentos elásticos grosseiros de derivacao continen'tal, e sendõ
caracterizada pelo predaninio absoluto de sequências plutônicãs, vulcanogênicas e qui
rnicas, cc:m raros rnetapeli tos, canumente elevadas a graus rnetarrórficos médio e aI to: -
Reconhecem-se,assim, dois grandes períodos bem distintos .da evolução da crosta
terrestre.
Ao prilrei.ro, correspondem os terrenos mais antigos de idade arqueana > 3,1 b. a. ,
e que, em detezm:inadas regiões do globo, apresentam-se subdivididos e acharn-se separa
dos dos terrenos mais jovens por um hiato de longa duração, can uma história geológi'=
ca o::rrplexa envolvendo migrações diacrônicas de ascensões e subrergências da crosta
terrestre em diferentes lugares.
Estes terrenos, representados estratigraficamente pelo Aroueano Médio a Inferior,
são rnetarrorfisados nas fãcies granulito e anfibolito e em al9umas regiões do globo
apresentam-se caracteristicamente arranjados em estruturas fechadas el1pticas, cir-
culares ou amebóides asseme1ha.das aos "dates gnáissicos", mas destes diferindo pelo
grande tamanho (100 a 800 km de diârretro) e por possuírem uma estrutura interna can-
plexa. Tais estruturas tem o seu núcleo cc:m a denaninas:ão de "oval gnáissica" con
tornado por cinturões de rochas predaninanta1'ente na facies granulito arranjadas li=-
nearmente em dobras apertadas e isoclinais cc:m distinta vergência centrlpeta (IIDViIren
to de massa dirigido para o centro da oval) . -
No Brasil, as regiões de terrenos granul1 ticos mais bem conhecidas estão na Ba
hia, particularrrente na sua parte oriental, onde ainda é possível visualizã-los con=-
tornando dois blocos de terrenos plutono-gnâissicos-cbarnc:iqu1ticos e migmatitos, e
definindo, desse modo, duas gran:ies estruturas concêntricas. Provave1Irente, estes
dois blocos correspondan a duas ovais gnáissicas, e neles são encontradas idades
relictas, de até 4.200 m.a. . Os terrenos granul1ticos, contornando estes blocos,
definem expressivas faixas cc:m linearidade bem acentuada e cc:m uma Última idade de
metarrorfisrro de 2,76 b.a., a exemplo do que se verifica em outras partes do mundo,
Sugerindo serem os terrenos granul1 ticos mais jovens que os das ovais gnáissicas.
Em diversas regiões no Hemisfério Norte, terrenos similares apresentam datações
radianétricas principa1Irente isotópicas de Pb, isocrônicas de Pb e isocrônicas de
Rb/Sr para as rochas plutônicas das ovais em torno de 3,5 b.a. e, algumas vezes 3,7
b.a., indicando os prilrei.ros processos termais dentro do Arqueano. Estas são, prova
veJJnente, as idades de metarrorfisrro e plutonisrro verificados nos terrenos Arqueanos
mais antigos, sendo, por isso, o limite de 3,5 b.a. admitido para separação entre o
Arqueano Médio (interovais) e Arqueano Inferior (ovais gnáissicas). Há razões sufi-
cientes, a partir das evidências encontradas na Bahia, para se adotar este limite no
Brasil, anbora cc:m certa reserva.
A maior dificuldade para o estabelecimento de uma tal discordância é, naturalmen
te, a ausência de conglanerados nestes terrenos, texturas que tendem a ser muito eS
táveis e que sobreviveriam a qualquer grau de recristalização e, até mesrro, aos pri =-
meiros estágios de uma granitização metassanãtica.
O estabeleeimento de uma idade para limite entre o Arq\Jeano Médio e o Arqueano
Superior constituitt-:se em sério problera, por algum tempo, uma vez que as idades de
rnetarrorfisrro dos terrenos granuliticos,frequenterrente assinaladas entre 2,6 a 2,85
b.a. em várias partes do mundo, vinham SE!'1do crnsideradas na Groenlândia pr McGregor
- 1968, Black et alii
a idade do metarnorfisrro
- 1973, Pankhurst
da fácies granulito
et alii - 1973, (in Salop, 1977) CCJ!O sendo
superimposto a rochas que teriam sido an-
teriormente metarrorfisadas durante evento mais antigo (3,5 a 3,7 b.a.). Contudo, ida
des mais velhas que 2,9 b.a. obtidas das supracrustais Malene e Isua, discordante> nI
tidamente sobre os terrenos granul1 ticos, levam a interpretação de que as idades de
2,6 a 2,85 b. a. corresp:ndern a processos tennais superimpostos sobre as rochas da
fácies granulito, sem causar fortes efeitos de retr~tamorfisrro, causando, porém,
uma hato;Jeneização isotópica (criptanetarrorfisrrot.
Há razoáveis indicações de que fenâneno similar tenha sido verificado nos terrenos
granuliticos Arqueanos do Brasil, e algumas idades no entorno de 2,8 m.a., encontra-
das na Bahia em sequências supracrustais epiIretam5rficas discordantes sobre os gran~
li tos, nos conduzem a interpretação de um limite superior de idade para estes Últimos
em cerca de 3,1 b.a. .
Ao segundo grande período, correspondern os terrenos que se identificam com as
épocas de existéncia de extensas massas continentais emersas, e constituem as denani-
nadas coberturas, que já permitem uma subdivisão clara em daninios plataformal ou
3.460
intrac::ratônioo e ~sinclinal/orogênioo. No caso especlfioo do Brasi, este grande
perÍodo de evoluçao da crosta terrestre apresenta danÍnios de caráter arogênioo sanen
te dentro do Precanbr1ano, nos tanpos ProteroZÓiccs, no entantc ,os deposi tórios de cã
ráter platafOJ:Jnal 00 intrac::ratônioo já haviam se estabelecido um palOO antes, a ~
tir do Arqueano Superior, isto é, a partir da instalação das entidades geológicas c:1ãS
sicamente denaninadas "Greenstone Belts", e que na realidade são rananescentes a.e
"rifts" centrais de aulad5genos prlInitiva;. Por essa razão a ooluna estr3tic;rráficaPél.
ra os terrenos o:m idades mais jovens que 3,1 b.a. ad1a-sesubdiV-i.d:ida. em dois granà:s
c:grupamentos: a) - Arqueano SUperior ao ProteroZÓioo,
intrac:ratônioo e dôdaninio arogênioo, entre'3,1 e 0,57 b.a.;
englobando terrenos do
b) - Fanerozóioo,~
daninio
sent.aOO por terrenos de idades mais jovens q\Je 0,57 b,a. do daninio intrac:ratônioo e
do daninio pericratônioo/geossinclinal, ten::Ic estes Últincs se fixa:io a partir do iní
cio do eretáceo Superior, época em que se inicioo a separação Jtfrica/Brasil o:m ã
subsequente instal~o do Oceano Atlântioo.
A evidente reedição de processos de geração e/ou transfoxmação de rochas bem marca
cada nas sEqUências sed.1mentares e/Ol wlc:ano:1êni.cas é t:anbém observada para as roc:::hâS
intrusi vas, peImi tindo uma visualização oonsubstanciada dos diferentes eventos tecto-
no/teImais/magmáticcs. Visto que nem sanpre as rochas intrusivas fican oonfinadas ao
si tio da distribuição das fOI.1llaÇÕessed.1mentares. e wl~sediJnentares concebeu-se u
ma legen1a em que a divisão estratigráfica ~ I) cx:m.ternplandoas unidades secü=
mentares e wlcarogênicas aparece em correspcn:Jência o:m os eventos tectono-teIJT1ais -
IDéÇIDáticcs, pelo menos através das sequências plutônicas. As sequências sed.1menta-
res e wlc:ano:1ências são assjm, a;p:upadas de acordo o:m a escala cra1O-eStratigráfica
ardinária, enquanto as rochas intrusivas são agrupadas de acordo o:m a escala de even
tos tectono/temais/magmátioos. -
As áreas rejuvenescidas, receberão taIJ:âm .a idade de rem::bilização e/ou do cripto-
netanDrfism:) o:m a sigla do ciclo tecta1o/tennaJ/magmátioo, em que se deu o rejuvenes
c:imento, oolocado entre parênteses no lado direito da sigla da idade de facnação. -
Para os casos em que não se puder fazer as divisões propostas, a legenda apresenta
alternativas .
A representação das idades radianétricas sobre o mapa asseguram uma melhor visuali
zação. das áreas de 1nfluênc:ia destes eventos tectono/termais/mgmátioos e, portanto-;
a sua :represen~ na 1egerxia. se faz necessária. ~
Tcdas as evidências 1nd1can que o:m o fechamento do Axqueano Médio ,3,1 b.a. ,toda a
crosta terrestre toJ:na1-se definitivanente oonsolidada, e que as prjIneiras supracrus-
tais a se desenvolverem no AJ:queano Superior, sobre essa crosta, estão relacionadas a
arcabaJços de t:ect:âú.ca rig1da,o:m IOOV1mentosverticais apreciáveis gerarXlc relevos
fortes e áreas anersas extensivas para dar' arígem a cx:m.glaneradose sedimentos clãsti
cos grosse.tros. Os aburxlantes derranes de .lavas cx:m.tidos nestas supracrustais noS
peD!litan cànitir que a tal crosta já ccrJSOlidada pasSOl por uma intensa fragmenta-
ção a partir do iriício do A%queano Superior.
As evidências de que as rochas do Arquearo Superior, ou seja as sequências dos
"Greenstone Belts" clãssioos, foram mais provavelmente deposit:.adPS em grande bacias
induzidas por "rifts" sobre uma crosta siã1ica, serx30 posteriOJ:men.te rrcdificadas e
parcia]mente despedaçadas por tecta1isnD e íntrusões batol!ticas granitóides, sanadas
aos dados de paJ.eana;Jnetis que indicam que a deriva cxntinental ocorreu pelo mena;
desde 2.800 m.a. atrás, nos induzem a cànitir que prooessos de tect:âU.ca de placas co
meçaram a atuar a partir do Arqueano Superior, E!T1baraem escala diversa daquela dos-
processos da tectônica de placas cxn1:aIp)rânea.
Dentro do ccntexto da tectônica de placas e de aoordo o:m o "ciclo de Wilson", as
bacias sedimentares FaneroZÓicas cx:meçama se estabelecer sd:>re os cx:m.tinentes na
fOI:ma de fossas tect:ân1cas <::u"rifts",após verificado o fenâneno da fragmentação cont:!.
nental.Alguns destes nrífts"experimentam o afastamento de seus bordos pelo processada
deriva continental e, progressi.vanente,se transfo:cnam em bacias oceânicas, enquanto
outros, que não exper1mentam grandes afastamentos dos seus bordos, são sucedidos por
bacias anplas intrac:ratônicas ocupando as grarx3es depressões estruturais chamadas
s:inéclises, scbre eles estabelecidas. Em dado instante, as bacias oceânicas ou geos-
sinclinais em expansão experimentam a ín~ão do afastamento de seus bordos e
caneçam a se fechar, quando se verifica o fenaneno da subducção da crosta li tosférica
oceânica gerada à nedida que ooorria a separação continental. Durante a subducção da
litosfera oceânica, a bacia geossinclinal experjmenta os processos de dci:>ramento e
foxmação de cadeias de .IIDntanhas desenvolvidas nas margens dos continentes (caso dos
ArXies), pOOenjc, ainda ocorrer diferenciações no danÍnio oceânioo na foma de aroos in
sulares e "fore", "intra" e "back"
to das bacias oceânicas pode ser total,
-
"are basins" (caso do Mar do Japão).
de modo que un orégeno intercontinental
O fechamen
c:t::IITD-;
por exanplo, a cadeia Alpina, resultaria no lugar da bacia oceânica, ac:x:mpanhando
. zo
nas de fragmentação antigas da massa continental.
3.481,
-
--
3.462
tipos genétices dos sed.imen'b:>sdevEm ser assinala:ios para peImitir algumas generaliza-
ções iIlp:)rtantes e aboJ::dar as ccrxli.ÇÕes de fcn::mação e as leis de evolução de un dado
oorizonte lito-estratigráfico, CXI1duzindo a interpretação das condiÇÕes paleogeográfi-
cas e, indiretamente, a história dos IOOITimentost.ect:ênicos.
A representação das rod1as efusivas e pi.roclásticas oorrespondentes, nesta prq;x:si-
- ção, é assegurada par tremas para individualização dos grupos de ultrabásicas, bási-
cas, inteJ:mediãrias, alcalinas e c:x:nplexcs não diferenciados, sendo a ccn;:osição indi-
cada par mais letras colocadas scbre o mapa.
A represen~ das rochas intrusivas é, do IDeSIOO IOOdc, assegurada par tranas para
a individualização das fatlÍlias: ultrabási~, básicas, intennediárias e ãcidas, cha-
mando-se a atenrão aiIXIa para os grani tcs anorcgên:i,.ces, os c:x:nplexcs alcalinos de pla-
tafcmna e as p8:1l1S1BSintrusôes, serXlo as suas variedades indicadas no mapa' par uma
al mais letras coloc ;"'''' scbre a trama.
As pe:panas intJ:usões (chaninés, diques tabulares, diques cônices, diques anelares)
devem ser claranente I'ICStradas sctxre a carta, pois elas são ItnJi'b:>:1mport:.antes para a
c1escx:berta das relações entre a mineralização e o magmatisllD. ~ indispensável distin-
guir os diques segumo sua natureza geolÓgica, idade e c:x:nposição pet:.rográfica. SeOO.o
estes corpcs Em geral de pequena extensão, eles devem ter corrtOD1Os reais assinalados
quando pcssivel e, até mesmo, a:m certo exagêro de escala, ou devEm ser representados
por um sÍIrbolo gráfico, colocando-se ao lado da representação mais adequada uma ou
mais letras para indicar a c:x:nposixão da pequena intJ:usão.
Para realce das pequenas intrusoes que peImitan representaçÕes en contemos reais ,
rec:cmenda-se preend1er o catp:) delimitado a:m a cor preta para os tip» básicos e dei-
xar o CCIrp:) SEm cor e SEm tramas para os tipJs ácidos.
A representação das roà1as metaOOr1fcas regionais ad1a-se idealizada para individua
lizar c:x:nplexcs ou corpcs de rod1as, nosmais variados graus de metanarfislID. Nos cã
50S en que uma mesma trana é utilizada para representar diferentes tipos de rocha, u
sam-se abreviaturas co'~""" scbre a trama.
As variedades dentro de cada tipo fundamental, serão assinala:ias pela abreviatura do
mineral colocada ã esquen1a da abreviatura do tipo da rocha. Por ~o: J:Gn-bioti ta
gnaisse: granada gnaisse-grngi piroxênio gna1sse-p1Gn, etc.
Entre as rod1as met:an5r.ficas de cxntato é racional d1stirxJuir os harnfelses e escar-
ni tos, de acordo a:m sua cx:np:sição, e assinalá-los sobre o mapa por intexmêdio de uma
trama quadricuJ.ada fina, scbre a qual coloca-se a abreviatura do mineral que define
a variedade do hoJ:nfels ou do escarn1'b:>. Por exe!Iplo: harnfels ã cord1er1ta-hco, à
aIXIaluzita-had: escarnito ã dic:.ps1d1o-sdp, ã epidoto-sep.
Sequências de estágios distintcs, enix:lra nem sarp:e repousen scbre uma discordânc:i.a
an;ular nitida, são cx:::uumenteseparadas par uma descontinuidade ou hiato causado par
erosão e/ou interrlJ.I:ção na ~;nv;>ntação, e is'b:> será IOOStrado pelo tipo de traçado do
contato prc:{JOsto na legenda (~ llI).
A diferenciação dos tipos de a::ntato em discardâncias, cxntatcs intrusivcs e/ou con
cordantes, falhas, pezmite sublinhar scbre a carta metalogenêtica as ~pais fases
reCXJnhecidas da orcgênese, bem a:mo, cxnfiJ:mar a. exatidão da subdivisao dos CXIIplexcs
de rod1as em estágios estruturais/tectênicos.
Para a::ntatcs interpretados pela geofisica al visíveis apenas em imagens de IANDSAT
t:ambé:nforam criadas representações especificas.
Os diversos elarentos estruturais que poàen ter influência sobre a localização de
minérios, são tarrbÉ!n representados. Foram selecionados símbolos para eUccs de anticli
nais, si.nclinais, anticlinÓrios, sinclinÓrios, dobras menores, além de sÍIrbolos parã
estratificação, foliação secundâ:ria, juntas diversas, ZCI1asde ciza1bamento etc., bem
a:mo sÍItVx>los para lineanentos estruturais e alinhamentos de altos magnéticos e gravimé
trices e bai.xcs magnéticos e grav1mêtricos. -
REPRESEN'I2\ÇÃO
OCS DN:OS DE ~ - Os dados sobre a metalogênese a serem repre-
sentados scbre o fundo ~lÕgico, para a cbtenção das cartas metalogenêUcas re
gionais 1:250.000 a 1:1.000.000, aparecan nas PRANCHASN e V, que nesta ordem ~
a legenda do lado esquerdo da folha.
As substâncias minerais (PRANCHAN) aparecem, ora representadas pelo elemento quí-
mico 'O:ItD Fe (Ferro), Mn (Manganês) , etc., ora representadas pela abreviatura do nane
do mineral minério, caro ti (Talco), m; (Magnesita), etc., al aiIXIa, representadas ~
la abreviatura da rocha minério .a:m:> bx (Bauxi. ta) . -
Na maioria, estas substâncias aparecem agrupadas conforme a afinidade gea:ruimica ou
de acordo cem a paragênese mineral, en:;ruan'b:> algumas aparecem isoladas face ao grau
de diferenciação e seleti vidade que apresentam no território brasileiro, caro é o caso
por exenplo do Dianante.
.
Considerando ainda certas pea.1liaridades da metalogenia brasileira, alguns agrupa-
3.463
--------- ---------
mentos assinalados, mesmo aqueles de definição universal, sofreram adaptações can adi
ções ou subtrações de substâncias, caro é o caso do Niooio que saiu do grupo dos mine
rais de pegmati tos para se incx:a:porar ao grup::> do Fósforo e do Urânio, e, identicamen
te, o caso do Titânio que, embora pudesse estar junto can o Ferro e o vanádio ou no
grupo dos minerais de pegmatitos, passou para o agrupamento das areias pesadas junta-
mente can o Ziro5nio e as Terras Raras.
Considerando a grande diversificação de substâncias minerais oonhecidas no Brasil
e preven::'lo-se que os depÓSitos minerais deverão se fazer realçar, na cartografia meta
lo;enética, p::>r meio de cores fechando o canp:> dos símbolos de sua n:orfologia, para
simplificar, reduziu-se o rn:mero de agrupamentos de substâncias, de tal ncdo que fo-
ram aàmi tidos alguns grupc:s nui to grandes de substâncias minerais afins, quando algu-
mas destas deveriam estar separadas em grupos reenores, chegando-se até a criar um
grande grupo de substâncias sem qualquer afinidade, caro é o caso do grupo reunindo
Diatanita, Bentonita, SOdalita, Caulim, Dum:>rtierita, etc.
Símbolos simples são adotados para a representação da rrorfolo;ia das concentrações
rninerais, para os casos em que a representação só p::>de ser p::>ntual, o que acontece na
maioria das vezes. Quarx:lo a escala pennite, a representação é feita em contornos
reais, sendo a rrorfolo;ia indicada pelo símbolo respectivo colocado ao longo da li
nha de contorno.
A fim de se mamar a atenção para outros infOII11eS, que, em certos casos, pcx:iem
ser significativos para a elucidaçâo da gênese de urna dada concentração mineral, acres
cen1:an-se silnbolo;ias que dão idéias da distribuição ou ccntinuidade lateral da ~
ralização .
Os tipos genéticos das mineralizações são representados por setas que devem ser
desenhadas sc:::bre a carta can a mesma orientação N-S apresentada na legen::'la, guardando
as posições indicadas em relas;ão ao centro do símbolo que dá a rrorfolo;ia da ccncen-
tração mineral, alja orientaçao é aquela c:::btida dos levantamentos de canpo.
A oanbinação do símbolo de rrorfolo;ia can os sinais indicadores do tipo genético ,
adicionarn-se os símbolos químicos ou abreviaturas das sul:stâncias minerais, podendo o
símbolo II'OrfolÕgico ser pintado can a cor indicadora da sul:stância rnineral principal,
numerando-se em cada caso, a ccncentração mineral representada.
Exerrplo:
~DepÕsito estratifo:rne
orientado
73PbZn
de Chumbo e Zinco, do tipo exalativo-sedimentar
m'l-SE, não aflorante.
Tendo em vista que as zonas de rochas alteradas "per
.
ascensun" e "per descensuro
"
,
3.464
geno, QlllaCÓgeno, bacia epicont.iJ1ental marlMa, etc.), rea:menda-se colocar ao longo
da sua linha de contorno a sigla da unidaje tectônica a qual ela se relaciooa.
A zona aJ região metalogepética, respect1vamente alDn3'ada e não alcngada I subdivi-
são maior da p.rovfucia metalogepética, reune todas as mineralizações dentro de cada
estágio evolutivo de uma. dada unidaje geotectênica, aJ seja, é una área em que as
mineralizaçé5es e seus indÍcios estão relacionadas a lU1\processo aJ grupo de processos
geradores elaJ transfOJ::Inadores de rochas de dado estágio evo1utivo da unidaje geotec-
tônica (sedimentação, w!canism:;), plutonisIrD metaloorfisoo). Recc:menda-se indicar ao
lDn3'a do contorno das áreas desta categoria a: sigla das formações a que se relacionam
as mineralizaçÕes.
Os distri tcs metalogenéticos são ~ oonsiderados cx:m:> áreas representando subdi
visões das zonas/regiões metalogepéticas, ao IIIesIID tanpo caracterizamo-se por reuni-=
rem depÕsi tcs de lU1\daCo metal aJ grupo de metais em cada uma das partes especializa-
das de cada fo;mação elou estrutura., cujos detalhes estão previstos na legenda.
As associações meta.logepéticas-mi.neraló;ricas, aparecem na 1egema para oferecer de
taJhes de cada tipo de mineralização por substância aJ grupo de substâncias const.an-=
tes da carta metalogenética. Este ítan da 1egema é, na realidade, uma. tabulação on
de se deve fazer constar, da esquerda para à direita, o símbolo do tipo gepético dã
mineralização e a associação metalogenética, representados na carta, e a associação de
minerais encontrados na cx:ncentração mineral. Deve ser ccnsiderado, porém, que diver
sas concentrações representadas cartograficaIlEIlte por un mesrro símbolo e cx.rn a rnesnã
associação de elementcs pode apresentar associações m:LneralÕgicas distintas, e, nes
tes casos, a difererça se faz registrar scbre a carta metalogepética por inteJ::mêdio -
de lU1\índice 1,2, 3, etc., colocado em baixe à direita da associação metalogepética.
Rea:nJama-se colocar os minerais de ganga no f.iln das associações mi.neraló;ricas, se
parados dos minerais minério por lU1\ponto e vírgula, bem cx:m:>fazer ccnstar ao fim ciã
cada associação a quan~dade, entre parênteses, dos depÔsi tcs recpectivcs.
~ .BIBLIcx;RAFrCAS
IEI.G1IOO,
I.M.; SIQUEIRA,L.P., 1981
hia e Sergipe, 1:1.000.000. Cl?RM(InterDo)
- Carta Metalogenética Preliminar do OUro da Ba
IDFfM1.\N,P., et alii, -
1974 Aulacogenes and their genetic relation to geosyn:lines,
with a Proterozoic ExaIIple fran Great Slave Lake, Canada. In: rorr JR., R.H. and
SEAVER,R.H. (Editors) - M:Jc1emand Ancient Geosynclinal Sedimentatioo. Soc. Eccn.
Pa1eontologists and M1neralogists. (Special Publication n. 19).
ORIDVA.,A.V. et SHA'mIDV,E.T., 1960 - Pr1ncipes Méthodiques de 1'~tablissanent des
Cartes Méttalogéniques et eles Cart:es de Prévisioo des Région Minieres.
SAIDP, L.P., 1977 - Precambrian of Northern Hen1:1sp1ereand General Fea'b.lres af Ear1y
Geological Evo1utial.
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of Metallogeny. In WALRER, w. (Editor) - Metallogeny and Glcbal Tectcnics
SIc;:uEIRA, L.P. e DE!GIDO, I.M.,
CPIM (Interno)
1981 - Carta TectÔn1ca da Bahia e Sergipe,1:1.000.000.
3.465
------- ~--
--------
BASE TECTONO-GEOLÓGICA
ESTRATIGRAFIA
Fonerozóico
CoI:I.rtura. Sedi llt.'. RochOl 1"I'UI;va.
. 1au Vulca"09'"iC.,
Holoc - O~
o
Oh pl.i.loc
0,01 Oualor"cI,i.. O
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TO 011 Torcicl,io - Oueto, i8 - 'l'Q
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T.rCiário - T
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SuHllltollliono-SA-18 -118......
Crolác.o - K SI. CeM-C8-.o-112...a.
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'I">8aa;CO - FI - PT-160-200m.a.
'I',i4i..ica - Juráaaico - \J
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Rejuv.n..ci...."'.
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LI"OLOGIA IPETAO~AF1A
.8Cáo. S.dim.........
a CU - CI , co.calho-cd
; _nio- ac , duna- du;
G o..t-clI; io.p.r- ip; fo oçllo f...if.ro - ff
~ '45 "alu..iio-cri
ito.-o. B Ewoporito.: IIp.'Io-Q8 i lIolito-lIa
~
L.:..::.J
Áocidaa: r.ialita-ltilri;
Rd,/ r.d'
dacita-Dc/*; riadacito-
EJ UltroDó8il:a8: llicrito -Pc i kamoliito-Ko
[~::!rlntwmediá'i08': _4..ito-Ad/., 1tIooQuito-Tr/tr B Alcal : ~ito-8t ; riotilO alcalino-Rialria
r:::l C ~if.r.nciodos,
r ~ !'8óSicaa: ba.01""-8 ~ (~tic_ li"'til108l
P'hI......
a'ÁOidO.: lronito-S.; Iranadiarite-U
B ~onilO anoroQênico: ropokivi-Rk
G ~~~calcário-mc;
l..d[
Catei-.i/icálicas- ca ; + onfibalito-cot;
.'10 - eQz
+ .,ert- r:::l
... ( ,noi
cificar
-In ; ortolnoi
o. vari.dad..1
-Gn.
ar:::tJ ,
lltatevulcônic'M
""'filJalito-of;
-mv i iÍCid08 . interm.diárÍ88-mf
S8f'pentinito-.p; m.tabósic..-mbi
r:::r
151
r::-l
Rochae Qranulito-charnoouítico.
IIronul(/ica. 01 -
Harnt.I.: à cordi.rito
-li; roclla.
-
IICG i Q ondaluzilO lIod; -
~ _l'8l1ltTooá.ico. - mil.
.,
Skam:à epidato -.e,,;
Q ~iopsídio -.d P
S.quh~i.. indi.t.,..nciodo8
)
(Litóti," identificadoe, in"iaado. por aDr.viatura. .0"8 G
~ Nifo _temórfico. r::r Epim,tamórticu
r=:l Melo",órtica. de mofdio e
~ SOl'
."2' .03'" ~ "".1,"082, .".".. ~ Cllto QrO ool'.OOZ. soo,....
B Calael".ito. B Filonito.
8 "'eclla.
NOTA: 1) L.tras maiú.culos pero {QII.aa(d.rra e int~.õ.e) e ortom.lomárfic~,
21Facies sedim.ntor.. inclicoda. 10". a mapa; morinha@ ; litoràn.. QY i IO\lunor(D ; r.citol0 ; con/inentol
@ ; lac..,tr.@ ; flll..al(!); d.ltÓiCO@) ; eólica~,
IPRANCHAIII
,
.
3.467
-~_._-.
-! $ _ """
Allludes de nlralificação:
da, hOrizontal, ~erttcal.
i nclina_
invertida +-+-
Anticlinalnormal
""nto
sem e com caí_
.. . de coyolgo'lIIIIento
Folha
- +
..Q...
+ - posití"'GS
pasili~o.
--G M i de eiKOI grovimétricos
- M- or..,_'"a;
h.."".tria;
M- mognetemelrio;
S - slsmica
C-CitL
52, $3, elc. - pOlleriores
Nos onai : Sn foliaçãa
, 5n+11 Sn+21 .tc,-os
- reoianal
.ub..quen_
- LS - Folha visível apenas em l"""J8m Londsat t...
NOTA Conloto s concordantes, limifles de corpos il'ltrusivos, folhos e 1-rlturQS diversos aparecem sobre
o mapa, tracejados e.de inferidol e ponlilhados ande encobertal.
,
CONVENÇOES GEOGRA'FICAS
~ /'
~.Rio Ou riacho Ferrovia
I
PRANCHA-IlI
I
3.468
--'-' -.""0
CARACTERíSTICAS METALOGENÉTICAS
SUBSTÂNCIAS MINERAIS
r--1 Ca - CÓlcio
r=J F..
r=J P, -U,diamanl.
Na
L-.J K -
Mo -
Pe.fl8io
S.., o
CI - CI.,.IO.
c::=J
Mn, 91- 9ralila.
D carDaRada di
· Se..-
S~ - 5"" o'0.
r=Jc-.. pi-pi,ito. r--'l am- amianla, 11-1..loa, 9S - B",mo'os
"p.ila; an - oRid,ila
m9-ma9nu,ta S - En.õf,a; 10 - trono
L---'
r--'l Ti, Zr, Y, T~ - t.arra.a 'rOIO&, ,.--, -tu,la c. carvOa
D~ As, 511.
L--J
r--1
mz
lia,
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monazl'a ~
Li, Ta
L---'IhfpIf -_ línhila
lolhllha pi,ollllumin_
D'c., PI. Pd.
L--J ..Ili- _1M
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p. -
--pIl,óllo
9Ó' .
DNoi, Ce. lIi --IIIolila 9
_- muscovila
Dv.
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..pp-- esm.,alda
p.d_ preci_ CJ .. --- di
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_ltO,ila .10
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TIPO GiEllaÉTIOO
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IPRANCHA-IVI
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Indício direto - 0 30 Au
O Silicificocõo
CCI,lIofICIlocõo
- .ilc;
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"e,ilitizaçõo
ca,e ; dOlomltizaçio
- prop;
- dolm ; O Cauli
C~~u
llaçõo . caul
; nontronizaçóo mon' i
.e I...ro. chie; crosta. lalerit ico.-
-
turmOIinizoçio -tUl'm ~ '8ricitizaçáe -,.re; lelr ; lona. de de'COloroção lixv ; -
clorilizoção .clor ; elc. o<p.ilicoç60 -
I)ip..
o -4>cr
AnamaliOl Geef~C08
lllep ntaçõo fIonluol
o
E - Elilrico. G - Grovime'tricOl R - Rodiom.e'triCOI S - Sí.micol
ÁREAS MINERALIZADAS
Prooo,:ncias MelOlol)enét i c 08
\~~
!.I.- ...a. mineralizodal oluvianares.
m- Áreas Iftitoerolizado. lioada. 'o olleração re.iduol.
ALC-Áreo. ...; lizada. liOOdol aas complexol alcalin. e corbanolrlic.. / quimberlílicDl.
!i!ê - Á.- mineralizada.l;,a8O. o rochol 1),..,.; e oroieena. escornital.
paOmolilo. e corlejo lilaniano o.saciadas.
___ ..dim.nla (indlli .pó.ilas àc IOpapaleopla"r)
W -.- minerolizoda.liqaclol'as
§.I.!.§
.IWJI
- 11 lioodo. às _ha. llÚica. e ult =.
y,'t§- Áreo. "Ii.adas Ii .. ..quincio. cõnica. e vulcano - ntar...
"'
q Sn: ..i inGçc!o ... ca..iterila em oronilo. (3) c:::J W2: Icheelila;
t 9O'.no,
mi..í"
esfOI.rilO,
I. ..rito.
-,-,1:lIorilo
calcopirilo ,
+ IllIorilo (7)
NOTA: M,neroi. de I)onl)o 00 fim do o..ocioçOo minerolóoico. separados por um ponto e vi roula.
Quantidade de depó.ito. mineroi. indicado entre parint OPÓI minerais de I)onl)o.
PRANCHA
I -V I
3.470
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984-
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
3.471
-----
UNIDADES TECTÔNICAS
3.472
co que congrega rochas migmatíticas homogêneas e heterogêneas de conta-
tos difusos, rochas graníticas às vezes porfiróides, além de leptini-
tos, anfibolitos e calciSSilicáticas. Inseridas nesta unidade, ocorrem
rochas granitóides pórfiras tidas como do Precambriano Indiviso. Os da-
dos geocronológicos disponíveis até então,reforçam a idade arqueana de~
ta unidade e o seu rejuvenescimento durante os ciclos Transamazônico e
Br as ili ano.
A segund; unidade tectônica,. denominada cinturão metavulcano-
sedimentar, teve seu desenvolvimento durante o Proterozóico Inferior,
sendo representada por um complexo gnáissico-migmatítico. são encontra-
das intercalações de calcários, quartzitos, quartzitos ferríferos, ita-
biritos, metavulcânicas ácidas, anfibolitos e calcissilicáticas, obser-
vando-se ainda corpos intrusivos de natureza ácida (granitos e pegmati-
tos) e intermediária (dioritos e sienitos) de idade proterozóica Supe-
rior a paleozóica inferior, além de gabros em parte. anfibolitizados,
granitos e granodioritos de idade indefinida. Datações radiométricas
(convencional e isocrônica) confirmaram a idade proterozóica inferior
para esta unidade, com retrabalhamento durante o ciclo Brasiliano. Es-
truturalmente a unidade apresenta uma sequência de dobramentos, às ve-
zes com flanco invertido, tendo seus eixos direção NE-SW, representati-
va da tectônica plicativa, e grandes falhamentos, segundo a mesma dire-
ção, alguns dos quais do tipo inverso ou de empurrão.
A terceira unidade, denominada cinturão metassedimentar,desen
volveu-se durante o Proterozóico Médio Inicial em ambiente de geossinclI
nal. Li tOlogicamente tem-se uma sequência predominantemente sedimentar
representada inicialmente por quartzitos, metaconglomerados e metagrau
vacas,com intercalações de calcário e calciSSilicáticas.Em seguida oco~
rem gnaisses e micaxistos mais ou menos migmatizados,biotita-muscovita-
xisto granadíferos e sericita-clorita-xisto. Intercalando-se a esta
sequência ocorrem rochas calcissilicáticas e anfibolíticas. As datações
geocronológicas confirmaram uma idade proterozóica média inicial com r~
juvenescimento durante o Ciclo Brasiliano. A exemplo da unidade ante-
rior, estruturalmente observa-se uma sequência de dobramentos por vezes
com flanco invertido, tendo eixos de direção predominantemente NE - SW,
representativa da tectônica plicativa,além de grandes falhamentos, al
guns dos quais inversos ou de empurrão.
Durante o Proterozóico Superior e o Paleozóico Inferior ocor-
reram significativas intrusões nas unidades descritas, representadas
por granitos, pegmatitos, dioritos, sienitos, além de granitos, grano-
dioritos e gabros em parte anfibolitizados de idade indefinida. Diques
de diabásio tOleítico de idade cretácea cortam transversalmente a estru
turação das rochas da área. Durante o Terciário apareceram rochas efusi
vas básicas representadas por basaltos alcalinos. -
A quarta unidade é formada pela cobertura sedimentar não do-
brada e tem pequenas representações isoladas nesta folha. Litologicamen
te é assinalada por uma sequência de arenitos argilosos caulínicos e
conglomeráticos de idade terciária-quaternária.
Os sedimentos pouco consolidados de idade quaternária, resul-
tantes do retrabalhamento final das rochas das unidades mais antigas
constituem a quinta unidade aqui denominada cobertura superimposta fi-
nal, onde estão incluídas as aluviões, que tem suas representações mais
significativas ao longo dos principais rios que drenam a área.
METALOGENIA
3.473
dades geotectônicas, sendo as de maior importância o cinturão metaVUlca
no-sedimentar e o cinturão metassedimentar possuidores de mais de 70%
das mineralizações existentes na área.
No domínio do núcleo antigo são encontradas mineralizações do
tipo genético hidrotermal e plutônico metamórfico, sendo as mais impor
tantes as de scheelita, barita, ouro, que ocorrem normalmente associa~
das a quartzo e talco que ocorre associado a corpos metabásicos.
No âmbito do cinturão metavulcano-sedimentar foram detectadas
várias mineralizações, sendo as mais importantes: scheelita (que ocor-
re associada a rochas anfibolíticas, veios de quartzo, calcários e ro-
chas calcissilicáticas); barita (associada a veios de quartzo); ferro
(associado a níveis de quartzito e itabiritos); cobre (em rochas calcis
silicáticas e anfibolitos), além de calcários.
O cinturão metassedimentar, engloba as maiores e mais impor-
tantes mineralizações da área. Entre elas podem-se citar scheelita asso
ciada a diversos tipos litOlógicos, além de mineralizações de baritã
(associada a veios de quartzo) ouro, coríndon, cobre e calcários.
Corpos graníticos e pegmatíticos de idade provavelmente prote
rozóica superior a paleozóica inferior são portadores de mineralizações
de scheelita, berilo, tantalita, caulim, estanho, bismuto, lítio, água
marinha, feldspato, quartzo, muscovita, monazita.
Ocorrências de bentonita estão associadas a baSaltos alcali-
nos e calcedônia em basaltos silicificados.
Na cobertura superimposta final, constituída por areias e cas
calhos, são encontradas mineralizações de ouro, coríndon e monazita.
RESULTADOS OBTIDOS
3.474
PRINCIPAIS TRABALHOS UTILIZADOS NA ELABORAÇÃO DA CARTA METALOGENÉTICA
BACCHIEGGA, I.F. & MILET, H.A.R. - 1975 Pro j eto Seri dó r. Relatório
~. Recife, CPRM, CNEN, 53 p. il.."
final de
7930 78;
ENNES, Elson R. & SANTOS, José da S.A. - 1975 Projeto picuf: relató-
rio final. Recife, CPRM, CNEN, 2 v. il.
FAVALI, José Celso & LEAL, José Reginaldo Lima Verde 1973 - Ocorrência -
de urânio da Fazenda são Teodósio, currais Novos,RN, anomalia AN-78-
CN.. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA,27, Aracaju, Anais do.. .Ara
caju, SOCo Bras. Geol., 3 v. il. v.l p. 307- 314.
FERREIRA,
minerais
cfcero
do Estado
A. et alii 1977 Projeto
do Rio Grande do Norte:
- cadastramento
relatório
dos recursos
final. Recife,
Governo do Estado do Rio Grande do Norte, CPRM, 5 V. il.
3.475
~.._._-
----------..----
JARDIM DE SÃ, E.F. - 1973 - Geologia de parte das regiões do Seridó e
Borborema poti ar - área 7; ros ec ão eo uímica da Mina de ouro
são Francisco-CUrrais NovoS-RN. Relatorio de Graduaçao em Geologia.
Recife, Instituto de Geociências, Universidade Federal de Pernambuco,
2 v. il. 10 map. coloro
3.476
Timbaúba, Rio Grande do Norte e paraíba. Recife, DNPM, CPP.M, 23 p.il.
1 map. coloro
3.477
----------------
-.-.----
o
(.)
6°
I-
Z
.4ct
JOAOPES ÓA
..J
I-
aO
v
o
ESCALA 1 : e. o o o . o o o
.00 50 50 100 "o 200 lu"
I °
Figura 1
3..478
PROJETO MAPAS METALOGENÉTICOS
E DE PREVISÃO DE RECURSOS MINERAIS
..
.-
> > >
> >
o .. 40_
.
DIVISÃO TECTONO -
GEOLÓGICA *
(.I"~LIFICAOA )
QUATERN/(RIO PROTEROZÓICO MÉDIO
- x. x-x
.-1 Nllcloodi crosta ontit,la, romobilizada ou não
PRÉCAMBRlANO INDIVISO
3.479.
---~--
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'r-i
Q)
~
Cf.)
H
<I:
p...
H
U <I:
Z tilU
H OH
~ <I:Z
p... 0<0
H E-<
ZU
=>tiI
E-< o
Q)
r-I
tJ
'~
o o
o o
o CX) C\J
til
O <ú
.
CX)
o
r--
r-I
I
C\J o
. tr\ I o
<I: .
~ e \O I o
o
o <:t
o o C\J
H o tr\ o
tr\ r-I C\J
3.480
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASilEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984
-
PROJETO MAPAS METALOGENeTICOS E DE PREVISÃO DE RECURSOS
MINERAIS -
FOLHA SD. 22-X-D (PORANGATU), ESCALA 1:250.000
ABSTRACT 'lhe Porangatu Sheet (Sd.22-X-D) localized in the central part of the Gaiãs
State was tocK as representative of the Mineral Resouroes anel PrevisionalHetal1ogenic
Mapa Project actvities in this CCIlUlUy. It is CalStituted by a very CCltplex c:rustal
segment where many geologic events are rep:resented since the arc::hean times. 'lhe
fo1.lc:Jwin;J tecta1ic uni ts can be ~zed: Ancient crust Nuclei, Granuli tic
Clanxx::kitic Belt, Volcano-Sed1mentaJ:y ~ Belt, Folc1ed Volcano -Bediment.a1:Y
Ct:Ner, Folded Sed1mentaJ:y Cover anã. Final Superinp:>sed Cover. 'lhe mineral potentiality
is represented by 56 ore sh.Ia; 6 ore depcsits, and 1 mine. z.breoI7er 57 small mamal
operations (garjJtp:s) can be Iisted.
'lhe main mineral resa.u'CeS ;i.n this sheet are: Sn, Ta, Nb, Be, W anel emera1d
associated to granitic ]?e9M.tites~ oorundun, Zr, and R.E.E. associated to alC'...1i'1e
pegmatitesi 1\11related to ~ed vol~taJ:y sequences, massive
sulphide depcsits of eu,. Zn, Pb anel Ni, Ca, Cr, eu related to vulcano -sed:imentaJ:y
sequenoes anel in lateritic depcsits; asbestus in the Cana-Brava Canplex anel kyanite
anel grãftú te in metased:bnents.
~lCX]eDeticos O presen1:2 artigo foi extraído
e de PreI7isao de Recursos Minerais, relativo a Folha
do Relatório_Final
Poran;atu
do Projeto Mapas Me~
3.481 ,
-----
3.482
magnetanétrtcos. Nele OOpStam, a:j.nda, as grandes unidades tect:ônicas (Blocos, Maci-
ça;, ZOnas de Dcbramento, Intrusões, etc.).
l-1apa Li to-AIrbiental. O mapa li to-élllbiental. fornece uma visão do élllbiente geolÓgi-
00, em teJ:m::s de deposição eu cxmstituição das unidades. Nele são abstraídos os 00-
mes estratigráficos, evitando-se, assim, uma dose de interpretação alt.aIrente subjeti
va ou influenciada par eutros autores. AD IneSIOC)taIpJ.pemite, ao lado dos demaiS
mapas e, principalmente do mapa de depósitos minerais, o estabelecimento das oorre-
lélÇÕes que, pcnventura possan existir entre det.e:r::m:LnadodepÕsi to e sua li tologia
preferencial. .-
~ GeofÍsicos Tais mapas oontêm interpretação de todos os dados de geofís.!,
ca aerea di.spanIveis (magnetaDetria, cinti1.aoetri~, eletranagnéticos), bem cxm:> dos
serviça; terrestres cabÍveis, principalmente de grav.iJ!letria.
Mapas ~c:a;
dos geoquím1cos existentes
Os mapas .gecquímicos
na area, incluiIDJ,
~ ~ interpretação
nao so aqueles de proJetos
~ toc:bs bãsicos,
C;S ~
3.483.
.--
..--..--
- -
3.484
gio, desenvolvido 00 Mesozóiro, de sedimentação e vulcaniSIID CXXltinentais ro~
poderxio ã fase de dist.enção da bacia, originada pel.o novirrento de diriva con~
tal, que separou Brasil e ~rica: c) una teroaira fase já no Terciãrio em que se es
tabelece uma sedimentaçã:! final em regime de fraca subsidência, cx:m caract:erlstI
c:as camadas CXXltinent:ais de oobertura. Todos estes está;ios forélll, até o m::mei1
to, englc::iJados scb a designação de "Ccbertura Vulcano-sedimentar não Dobrada".,
Fina1lIIente, às cx:berturas tércio-quat.en1árias, 1ateri tas e aluviões, foi dada a
designação de cx:berturasupér:imposta final.
O esquana tect:êrú.ro geral, o::mcebido para a
Folha PoranJatu pode ser visualiza-
do na figo 2, e' a interre1ação cx:m a metalo;Jema pode ser vista nas figs. 3a e 3b.
RE'SJL'I2\Ini ~ Generalin~.' A adoção metalcgenia
~ ~ pennitiu
que, na exeolÇéIO desta folha, ha.1vesse cansiderãvel éNar'Ço na ccmpressao dos aspec-
tos geolÓgicx:s :fumanentais, cujos principais resultados sã:! expostos a seguir.
O mais iIq;xrtante e, sem dúvida, o que irá prc.piciar maior perspectiva da desa:>-
berta de jazimentos minerais ligados a si tios espec!fioos, foi o disoernimento de
t1111
IOCJdeloevolutivo, criado a partir da élllbiência e da tectônica, aljas discr:imi
nações 1evarélll a melhores caracterizações aniJientais dentro de t1111 ooncei to geotect:õ
niro, a:::nfarme exposto 00 capitulo anterior. Dai a possibilidade de serem oorre1a=
ciOI1édas estas megaunidades cx:maltras áreas do g1c::iJoe de serem previstos cs jazi-
mentos potenciais de cada uma delas.
Este êNêmÇOpeDllitiu elaOOrar sugestão ao DNPM,para a exealção de 'reaná1ise
dos dada; geolÓgiros em escalas maiores, cx:mo objetivo de melhor éNaliar a ~
cialidade destes terrenos.
Avanço geolÓgioo CCX1Sider~ foi obtido, tanbém, quarXJo da separação do que ~
tiganente era cansideradc ''Pre-CaIIi:>riano Indiviso" al "En'bascmento", em terrencs
gnáissiCXHDigmátiOO, gnáissic:o-migmático-grarlÍtiro, faixa granulÍtica e sequências
vulcaID-sectimentams in1::erp)stas, do tipo faixa móvel, além de granitos intrusi
vos, aljas respectivas idades de retd::>ilizaçã:! foram discr:iminadas em cada caso. -
Nas sequêm::ias caracte:dstic:as do ProteroZÓ1ro Médio, foi possível delinear
arrbientes que evoluÍram em zoo.as nais intemas e mais externas (antigos grupos Es
t:J:cn:3o, Tocantins, Araxá, Serra da Mesa, Ara! e outras), cx:mo estabelecimento ae
inteI:nides e externides e suas lito-cmDiênc1.as.
EllixJra as cartas finais deste projeto tenham por c::iJjetivo ser aut:o-explicativas,
torna-se qxx-tuno aboJ::dar alguns princípios e dados utilizadcs, aljas explicações
ou ressalvas serã:!, a seguir apresentadas.
Dédos deTéct:a1O-'GeO~a
ultrabãsiro
-
As :rochas mais antigas, eXoetuando o maciço Básico-
de CanabréNa, oram eIXJ~"''' nos NÚcleos da Crcsta Antiga. Estão sub
divididos em CCII'plexos gnáissic:o-migmãtiro e gná!ssico-migmátiro-gran!tiro. sã:! sU-
postos de idade arqueana :retrabalhadas em ciclos t.e.cl..ouo-teJ:mais mais jovens.
O Calplexo Gnáissicx:>-M1gmãti~arlÍ tioo é itIp:rtante pela presença de minerali
zaçães de estanho, a.u'O, volfrâmio, tântalo, niébio e urânio, deriva:1as de pro::e§I
scs metassanáticx:s hidroteImais. Estas mineralizações estão a:nlicionadas por sis=
temas de falhanento cx:mdireçÕes principais NNEe NW.
Entre porangatu' e Montividiu. as feições nagnétic:as dos terrenos gnáissico-mig-
mátioos são canparãveis às faixas de sequêm::ias vulcaoo-se:iimentares expcstas ao
.sul, por isto, estes ~, deITemser investigados de vez que, o a:nlicionanento
geolÓgioo indica alta potencia1idade, ainda não éNaliada, por insuficiêrd.a de da
dos. -
Do mesroo IOOdo, há indÍcios de CXXlter restos (faixas) de caráter vul~saiimen
tar a área de NÚcleo Antigo, exposta a leste do maciço de Canabrava. -
A sequência vulcano-sed:1mentar de Estrela do Norte-Mut:unópolis foi eIXJlobéda no
Cin'b.1rão Metam5rfiro VUlcano-Sedimentar (mvsPi). A justificativa está na extensa
CXXltinuidade linear desta sequência, para o norte, até desaparecer sob os sediman
tos da bacia do Maranhão e também pela interação can o C~lexo Granulí tico-CharnÕ
ckÍtiro (folhas Alvorada, Gurupi e Natividade). Na folha Porangatu esta sequênciã
foi estendida ~ a regiã:! de Fo:cocso e Montividiu, segundo a associaçã:! litolÕ::]i
ca (intercalaçoes de metassedl.mentos e rochas metabásia:>-ultrabâsicas), ai existeri=
te. M1\CW)Q et alii (1980), entretanto, classificarélll esta sequência CXJIDdo tipo
"Greenstone Belt".
A sequência vulcano-sedimentar de Pa1rneirépJlis, ã qual se cor:relacionam as de
IOOaianÓpolis e Jusoelândia, também foi eIXJlobada no Cin'b.1rão Metam5rfioo VUlc~
Se.llinentar. Esta sequência mostra as subdivisões apresentadas por LEÃO NEID et
alii (1983), fruto da integra);ão dos dada; :referentes ã área, "obtidos das diversas
anpresas que pesquiSéIIl a regiac. Caracteriza-se, neste trabalho, o enfCXIUe dado às
3.485.
--.---
3.486
zirooni ta e minerais de terras raras estão ligados às rod'las alcalinas expostas no
norte da folha, sendo mais abundantes na Folha Alvorada, adjacente a norte.
Estruturalmente, estes depósitos OI.X)1;1::elu
nas bordas das massas graniticas (Grani
to Serra Iburada, da Mesa e Branca) e em zonas onde a encaixante parece cx::brir em
pequena espessura as massas grani ticas (norte da Serra Da.1rada e Canalina), cansti-
t:ui.ndo estrutura favorável à fo;mação de CÍJpulas graniticas.
.
CUtra inportante mi.neraliZéÇào relacionada a ~sos netassanátiCDs hidroter
mais CDrresp:n:Ie aos jaz:i.nEntos de anianto c:risotila da Mina de Canabrava. As IIIi.rie
raliz~ apresentem eDntrole lito-estJ:atigráfiCD estrutural, tendo cxm:>rod1a hoS
pedeira a faixa de se%peIltinitos (derivados c!e peridotitcs e piraxenitcs) encaixã
des entre netabasitcs na base e netéqabro no topo,- sendo mais ricas em mnas de
maior fraturanente e cizaJhamento (Panplona e NégéC, 1981).
Mineralizaç§es Relacioomas a Sequências PlatafODnais CaJ:banatadas. Este tipo
de mineralização interessa a dois dan!nios geotectênicos, a saber: Cobertura Vulca-
nc-Sedimentar DOOrada (vsd) e Cc:Certura Sedimentar Dobrada (sd).
Ccbertura VUlcanc-Sedimentar Dobrada (vsd) Os principais exerrples destas minera
lizaÇÕe5 são as OCDrrências de galena e blerXla da região de castelão e Serra da Ti=
tara, existentes na folha adjacente, ao sul.
Se:JUtlOOE'AREQjA(1981), estas mineralizaçóes são, principalnente do tipo estJ:a
tifonne si.n;enétiCD, cem eDntrole li telÕgico-estratigráfiCD e estrutural. Minera1.I
zações epigenêticas, ligadas a veies de quartzo, são subordinadas, denotando pE:GUe
nas re:oobiliz~. -
As rochas hospedeiras são, via de regra, dolani tos brancx:s, maciços e finos,
preferencialmente 1.oca1izadcs no tcpo das sequências carbonáticas e práKi.m:>ao c0n-
tato cem es paCDtes de micaxistos que as~. O eDntrole estru~al é exe.!:
cido por dobramentos isoclinais de f~ ass.iItetricos.
-
no axial merguJ.llando cerca de 20 30 para SW, paralelo
can eixo N60
ao acamamento.
70~ e p~ -
Cobertura Sedimentar Dd:>rada (sd) As sequências camonáticasligadas aos netas
sedimentcs destas unidades são particulaDnente pz:anissoras, ~ aJVIl i ",;VI;>.. ã
luz da distribJição geotectÔn:ica e seus p:ü.eoanDien~
MlUUNI e FOCK (1981), disc:arremo sOOre a potencia1idade em recursos minerais
destes metas 1ime'1'1tcs assinalam, de IOOdo infcn:mal, oc:cr:rências de cala::pirita, azu
ri ta e nalaqui ta ligadas a calCDXistcs e mineraliZéÇÕes de blenàa e galena associã
das a mãzmares. -
Na folha adjacente sul, es met:assedi.mentcs rítmicos, grafitcscs, quamo secciona
dos por veios de quartzo, são potencialmente ricos em 01r0. Estes locais têm siOO-;
desde es t.eItpos CD1.oniais até hoje, c:bjete da atividade garilrpaira, ande são minera
des es CDluviÕes, aluviÕes e vee1ros. -
Previsão das Areas Mineralizadas Para harcgeneização dos c:ritéries de esCDlha
e facilidade de descriÇéC das areas, as substâncias minerais foram agrupadas, por
classe, segtmdo suas afinidades geoqulmicas, possibili tan:io ao lei ter :ilnediata asso
ciação dos jaz:imentcs cem os ambientes, rochas hospedeiras e/eu estruturas favorã
veis a:s depÓsitos. -
Na legenda do lado direi te da Carta de previsão dos Recursos Minerais, são apre-
sentados os ccnceitcs para o "status" das a:mcentraçóes minerais e os critérios de-
finiOOres das potencialidades das áreas, divididas em tJ:;ês categorias.
As áreas sugeridas para pesquisa de est.an!x>, tântalo, niooio, berílio, volfrâmiq
ziroÕnio, terras raras, CDríndon e eutrcs depÓsites associados a pegmatites são a-
quelas onde há presença de rochas intrusivas ácidas (granitos e/eu granitóides) e/
ou estrutura geolÓgica favorãvel~ ananalias cintilanetricas destacáveis respéI]ft:!n;>s
por ananalias geoquímicas agrupadas eu isoladas de o::t>re, chunbo, zinCD ou estanho
(onde existem levantamentcs
As áreas selecionadas
geoqulmicos)
cx::mJ favoráveis
.
para mineralizações de cx::bre, d1unbo e
zinCD estão re5p"']n;>ro... por Clllbientes já CDJ1\cc:mproITadas vocações para estes ne
. tais, tais cxm:> sequências vulcano-sedilnentares diferenciadas, presentes na folha-;
bem cxm:> sequências platafomais caJ:bonatadas, à semelhança déquelas das regiões
da Serra da Titara e Castelão, existentes na folha adjacente a sul.
As áreas favoráveis a mineralizaçê5es; de níquel, cobre, cx::balto e c:raro são aque-
las onde há predaninância de rod1as básico-ultrabásicas diferenciadas quer de natu
reza vulcânica quer plutênica. Nestes arrbientes são frequentes ananalias geoquinii
cas e geofísicas superpostas. Distinguen-se, também, áreas favoráveis a minera1.I
z~ de n!quellateritiCD.
DepÕsi tos de esmeralda são prelTistos para áreas cem predaninância de rod1as há-
-
sicx::>-ultrabásicas, cortadas 1XJr emissões de pegmati tos ácidos. Jazimento desta na
tureza é encontrado nas proximidades de PoranJatu. -
Na borda oeste da Sequência de PaJ.meirÓpolis, oCDrrências de graU ta ligadas a
3.487
--
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3.488
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da
.
crisotila da mina de
ião Centro-Oeste.
ca
Gaiã='
nabrava-Goiás. Os inci'
Dia. Dep. Nac. Prad. Min. p. 6-
3.489
~-_.._---_...-
~.-
---.- ---
1. MAPASDE SERVIÇO
1.1 Geo1Õgia:> (utilizarrlo-se: Imagens Satélite, Radar, Fotos Convencionais,
Cadernetas de Canp:>, Fichas de Af1orélOe!ltos, Fichas de Descrição Petro-
gráfica, Mapas Anteriores):
1.2 Tectono-Estrutural:
1.3 Li to-Ambiental:
1.4 Geofísia:>:
1.5 GecquÍm:ia:>:
1.6 De DepÓsitos Minerais:
1.7 Geocronc1Õgia:>
2. WlPASFINAIS
2.1 Metalogenétia:>;
2.2 previsional
~f t
t + J
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7
~
2.1 2.2
Fig.1
3.490
PROJETO MAPAS METALOGENÉTlCOS E
DE PREVISÃo DE RECURSOS MINERAIS
PORANGATU
DIVISÃO TECTONO -
GEOlÓGICA1..)
( Simplificado)
PROTEROZÓtCO SUPERIOR
FIGURA 2
3.481
~
~
3.492
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3.493
._-~--
3.494
veis à existência de jazimentos minerais, e a avaliação do potencial mi
neral destas áreas, a partir da reinterpretação integrada de todos os
informes colhidos nos levantamentos básicos supracitados e nos traba-
lhos de detalhe e/ou específicos de pesquisa e extração mineral.
Do primeiro conjunto de folhasp~ioritariamente selecionadas pelo
projeto,faz parte a Folha Serrinha (SC.24-Y-D), que é definida pelas co
ordenadas 39000' - 40030' de longitude oeste e lloOO' - 12000' de lati~
tude sul e perfaz uma área de cerca de.-18000 km2 situada na região nor
deste do Estado da Babia (FigtU'a Ia).,
Os estudos metalogenéticos e previsionais executados na folha têm
seus resultados sintetizados na Carta Metalogenética, Carta de Previsão
de Recursos Minerais e Carta de Previsão para Planejamento de Ações Go
vernamentais. Para a obtenção destas cartas elaborou-se, muna primeirã
etapa, os seguintes mapas de serviço ou temáticos: Carta Tecto~o-Estru-
tural, Carta Lito-Ambiental, Carta Geofísica, carta Geocronológica, C~
ta de Recursos Minerais e Carta Geológica. A Carta GeoqUÍmica, que no.!:,
malmente faz parte deste conjunto de mapas, não foi elaborada para esta
folha, devido a existência apenas de trabalhos geoquímicos muito locali
zados. Contudo, os resultados mais significativos destes trabalhos f~
ram considerados na elaboração da Carta Metalogenética e da Carta de
Previsão de Recursos Minerais.
Esse conjunto de mapas foi elaborado a partir da reavaliação inte -
grada de todas as informações geológicas, geofísicas, geo qUÍmi cas, geo
cronológicas, de cadastramento mineral e de mineração', disponíveis ate
agosto de 1982, tendo os trabalhos pertinentes sido realizados no perío
do setembro/1981-setembro/1982. -
O acervo de dados tratados resultou da consulta e pesquisa de 19 re
latórios técnicos e trabalhos publicados ou inéditos sobre geologia,geõ
logia estrutural e geotectônica, 10 sobre cadastramento mineral, 5 so
bre levantamento geofísíco, 3 sobre prospecção geoquímica, 19 sobre me~
talogeIl:i.a,geologia econômica e pesquisa mineral, 4 sobre geocronologia,
1 teses e 56 relatarios de pesquisa e de lavra realizados para o DNPM,
envolvendo 1.400 afloramentos estudados, 550 análises petrográficas,611
amostras geoquimicamente analisadas de sedimento de corrente, 80 de con
centrado de bateia e 2.106 de solo, 21 datações radiométricas e 16 jazi
mentos minerais. As principais fontes de informação utilizadas são mo§.
tradas na Figura 2.
Os estudos ~etalogenétícos e previsionais da folha foram realizados
através da Superintendência Regional de Salvador(SUREG/SA) da CPRM, pe
10 geólogo Reginaldo Alves dos Santos e com a participação dos geólogos
José Fernandes Filho e João Dalton de Souza nas etapas geológica inici-
al e previsional, respectivamente; e do geofísico Antonio Carlos Motta,
geólogo Raimundo-A.A. Dias Gomes e engenheiro de minas Paulo José Perei
ra Gomeff, nos estudos geofísicos. A coordenação regional destes estudos
na SUREG/SA foi exerci da pelos geólogos Luiz Peixoto de Siqueira, até
maio de 1982, e João Dalton de Souza, a partir desta data, enquanto a
coordenação geral, centrada no Rio de Janeiro, na Divisão de Metaloge -
nia(DIMETA)~esteve a cargo dos geólogos Francisco Assuero Bezerra de
França e Luiz Peixoto de Siqueira, antes e após maio de 1982, respecti-
.
vamente. No Rio de Janeiro, contou-se ainda com a supervisão técnica da
Divisão de Geofísica(DIGEOF), Divisão de GeoquÍmica(DIGEOQ) e Divisão
de Geologia Básica(DIGEOB).
3.495
--
3.496
lizadas em rochas de ambas as unidades geotectônicas não atestam idades
ar~ueanas, mas sim o rejuvenescimento isotópico generalizado ~ue elas
. ..
experimentarà.mno Ciclo Transamazônico.
A área do Greenstone Belt do Rio Itapicuru apresenta comportamento
estrutural típico destas entidaqes geotectônicas ar~ueanas, com arcabo~
ço geral configurado por calhas sinclinais de rochas vulcano-sedimenta-
res complexamente deformadas, entremeadas e/ou circundadas por rochas
gná:Lssicas-migmáticas e por estruturas"dômicas graníticas. Detalhes so
bre o padXão estrutural do cinturão V'1tlcano-sedimentar e suas relaçõe;
com o gnaisses e granitos adjacentes são fornecidos por Jardim de sá
(1982).
O Craton de Lençóis, por seu turno, serviu de embasamento para a Ba
cia Intracratônica de Jacobina, ~ue constitui uma cobertura vulcano-se=
dimentar dobrada do Proterozóico Inferior aflorante no extremo oeste da
folha (Figura 3). Nessa parte da área é marcante o desenvolvimento de
falhamentos de direções em torno de norte-sul, longitudinais à Bacia
Intracratônica de Jacobina, a ~ual, em toda sua extensão leste apresen-
ta-se limitada, com as rochas gná:Lssicas e migmáticas do embasamento ar
~ueano, através de falhas de empurrão ou inversas. Ali, o padrão de de=-
formação da cobertura eoproterozóica e do embasamento ar~ueano é marc~
temente linear na direção meridiana. Na terminação sul desta zona line-
ár, na região entre Itapura e M.1ndo Novo, são observadas deformações
complexas no embasamento ar~ueano. Descrições detalhadas sobre a estru-
tura da Bacia Intracratônica de Jacobina a do embasamento ar~ueano adja-
cente são encontradasem Couto et alii (1978).
As coberturas do Ar~ueano Superior-Proterozóico Inferior, por apre-
sentarem grande importância metalogenética, foram representadas como
maior detalhe possível na Carta Metalogenética, procurando-se ressaltar
a~uelas unidades li to lógicas de maior potencialidade metalogenética.De~
se modo, as rochas. do Greenstone Belt do Rio Itapicuru foram diferenci
=-
adas em se~uência metavulcânica básica, se~uência metavulcânica ácida
intermediária, se~uência metapelítica-grauváquica e se~uência metarcósi
ca-grauvá~uica, além de metaconglomerados e metarcósios. Atenção especi
al foi dada à se~uência metavulcânica básica, a mais basal estratigrafI
camente, por abrigar as principais mineralizações de ouro do "greensto-
ne belt". Com relação a Bacia Intracratônica de Jacobina, as rochas fi
líticas e filoníticas, consideradas, pelo menos em parte, originadas a
partir de rochas vulcânicas, foram agrupadas como uma sequência metape-
lític a-vulcânic a, notável metalogeneticamente por representar um impor~
tante metalotecto litolÓgicO para manganês. Também foram diferenciadas
as rochas intrusivas básicas e ultrabásicas, os ~uartzitos e os metacon
glomerados basais, estes últimos hospedando as mais expressivas minera=
lizações de ouro associado a urânio da Bacia de Jacobina, ~ue ocorrem
imediatamente a oeste do limite ocidental da área estudada, na Folha
Jacobina (SC.24-Y-C) (Figura lb).
Diversos corpos intrusivos de granitóides ocorrem dispersos na Fo
lha Serrinha (Figura 3), atestando o evento de Grani togênese TransamazÔ
nica (Proterozóico Inferior) ocorrido na área, conforme evidenciado p;
las datações Rb/Sr disponíveis e com idades em torno de 1.900m.a. Es
tes corpos graníticos intrudem, inclusive, o Greenstone Belt do Rio It~-
picuru e a Bacia Intracratônicade Jacobina.
No Terciário-Quaternário, a área foi palco de eventos climáticos e
geomorfológicos responsáveis pela formação da Cobertura Superimposta Fi
nal, representada por coberturas arenosas detríticas inconsolidadas, ta
lus e aluviões(Figura 3).
3.497
---------
---._--_..
---.-
3.498
associada às rochas arqueanas do embasamento do Craton de Lençóis,
manifestando-se na forma de corpos lenticulares encaixados em silima-
nita micaxistos. Na mina de ItaPUra foram cubadas 989.175 t de miné
rio, com teor m~dio de 88,71% de BaS?4CT~bela 3).
.' . .
Mineralizaçoes de apat~ta e verIllJ..cul~ta
ocoITem no do~~o do C~~
turão Móvel Sal vador-Curaçá( Figura 3), no âmbito de rochas granul{ ti-
cas, na forma de bOlsões, veios e disseminações, sempre associadas a
rochas calcissilicáticas diops{dicas e a pegmatitos sieniticos que
cortam e afetam metassomaticamente estas rochas. Alguns depósitos de
apati ta foram cubados pelo Projeto Apati tã( DNPM-CPBM, 1971), tendo si
,
do estimada uma reserva de 10.000 t de minério do tipo remobilizado
c~m teor de 40% de P20 (Tabela 4). Aind~ no domínio do cintu.r~o móv~l,
sao conhecidas reserva~ de quartzo/ametista(Tabel$ 3 e 4) e ~neral~-
zações pouco expressivas de calei ta, flogopita, barita, grafita e
feldspato.
3.499
---
3.500
mapeamento geológico na escala 1:50.000 e prospecção geoquimica al~
vionar sistemática de sedimento de corrente e concentrado de bateia,
além de amostragens li to ge oqu:Lmica e pedogeoquimica estratégicas, e
posterior detalhamento dos alvos selecionados(Figura ~). Esses trab~
lhos visarão principalmente os corpos de rochas metabasicas, metau.!,
trabásicas e calcissilicáticas, potencialmente favoráveis a concentr~
ções econômicas de níquel, cromo, cobre, amianto e talco, bem c.omo de
apatita, vermiculita e scheelita, estás Últimas pass{veis de ocorr~
rem principalmente onde as citadas rochas são intrudidas por granitói
-
des. Um pequeno depósito e uma ocorrência de n:Lquel(garnieri ta) são
conhecidos no prolongamento norte da área, na Folha Senhor do Bonfim
(SC. 24-Y-B).
Como Última prioridade, poderia ser objeto de levantamento siste-
mático parte das áreas que foram caracterizadas como de potencialida-
des não definidas na Carta de Previsão de Recursos Minerais( Figura 4 ~
REFE~CIÂS BIBLIOGRÁFICAS
3.501
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--- Projeto Weber, DOCEGEO, 1982
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3.505
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POTENCIALIDADE 2 - ÁREAS II a rv e IX
POTENCIALIDADE 2 - ÁREAS II a rv e IX
3.506
TABELA 2 (CONTINUAÇÃO)* - CARACTEIÚSTICAS ESPECÍFICAS DAS ÁREAS FAVQ
RÁVEIS PARA EXPLORAÇÃO MINERAL NA FOLHA SER
RINHA.
POTENCIALIDADE 1 - ÁREA XV
Mina de barita encaixada em xistos quartzo-feldspáticos associ,ê;
dos a si 1 ;m~"I1; ta xis tos , estruturados em sinforme aberta para
sul: 49 (Área XV).
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3.508
ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASilEIRO DE GEOLOGIA. RIO DE JANEIRO. 1984
3.509
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3.510
as foto§ aéreas e imagens de radar e de satélite apresentavam baixa
resoluçao interpretativa.
4.1.4 - Carta Geoqulmica Abrangeu a plotação de interpretação dos da-
dos geoquImicos existentes na área. Nela foram lançadas aSa anomalias
possíveis e prováveis (Projeto Marabá) e as anomalias de 1. e 2~ or-
dens do Projeto Brasil - Canadá.
Infelizmente, o reduzido volume de informações geoquímicas,res-
tritas à porção noroeste da folha SB.22-Z-A, impossibilitou a inter-
pretação geoqu!mica da área em questão, permitindo, tão somente, for-
necer subsídios à sua interpretação litológica.
4.1.5 - Carta de Recursos Minerais Nesta carta foram laniadas todas
as informações sobre depósitos minerais existentes (ocorrencias, depó-
sitos, jazidas, garimpas, etc} com base na listagem do PROSIG, fichas
de cadastramento de ocorrências minerais, informações bibliográficas,
etc.
4.1.6 - Carta Geocronológica Constam dos dados geocronológicos dispo-
níveis, cuja utilização necessitou de um extremo cuidado, levando-se
em conta apenas a9ueles dados que permitiram uma adequada correlação
com os mapas geologicos e tectono-estruturais, pricipalmente.
4.1.7 - Carta Geológica Foi elaborada tendo por base todos os traba-
lhos anteriormente realizados na área, incluindo a reanálise de fotos
convencionais, imagens de satélite e radar, cadernetas de campo, fi-
chas de descrição de afloramentos e petrográficas, boletins de análise
química, mapas geológicos, dados de geoqulmica, geofísica e geocrono-
lógica. Para a sua elaboração utilizou-se, principalmente, as cartas
litológicas Tectono-estrutural e geoflsica, incluindo os levantamentos
bibliográficos. Estas cartas, por sua vez, são interrelacionadas, cada
uma delas dependente das seis outras.
4.2 - MAPAS FINAIS Após a compatibilização desses Mapas de Serviço, i-
niciou-se a segunda grande etapa do Projeto, representada pela elabo-
ração dos Mapas Finais. A sistemática dessa etapa abrangeu dois tipos
de Cartas que constituem o produto a ser colocado ao pÚblico ou usuá-
rio : os Mapas Metalogenéticos e, principalmente, os Mapas previsio-
nais.
4.2.1 - Carta Metalogenética Contêm a locação das ocorrências, depó-
sitos, jazidas e garimpos, representados ou identificados por símbolos
específicos, caracterizando a morfologia dos jazimentos, sua associa-
ção mineral e tipo genético. Na realidade, a Carta Metalogenética visa
a representação e clara visualização - sob um fundo geológico apro-
priado - do ambiente da mineralização e do estabelecimento de leis oan-
troladoras das mineralizações.
4.2.2 - Mapas Previsionais Os Mapas previsionais constituem a coroa-
ção de todo o Projeto, já que são a fonte básica para o planejamento de
futuros serviços, não só dos órgãos governamentais como das empresas
privadas.
4.2.2.1 - Carta de Previsão de Recursos Minerais Elaborada a partir da
Carta Metalogenética possibilitará ao minerador a indicação das' áreas
ou zonas mais propIcias, classificadas por ordem de prioridade, com
maior ou menor grau de probabilidade da existência de bens minerais.
contém, igualmente, a localização dos jazimentos minerais, classifica-
dos de acordo com o seu "status" das concentrações minerais (indício/
ocorrência, depósito, jazida e garimpo), bem como a potencialidade dos
depósitos e a reserva das jazidas em forma tabulada. Na Carta de Pre-
visão de Recursos Minerais são destacadas as principais áreas, em nu-
mero de 54, favoráveis à exploração mineral por parte da iniciativa
privada. As referidas áreas são indicadas, através de símbolos apro-
priados, pelo seu grau de potencialidade, bem como pelo grau de prio-
ridade das substâncias minerais conferido a cada uma delas. As carac-
terísticas especIficas das âreas favoráveis por substância são abaixo
apresentadas :
OURO
potencialidade 1 - Areas VII, XLVII, LI
Garimpos de Au 28,29 em aluviões derivados de rochas do Complexo vul-
cano-sedimentar tipo "greenstone-belt" CArea LI).
Garimpos de Au 30,31 em sequência metamórfica vulcano-sedimentar ar-
queana-proterozóica (Area VII).
Garimpos de Au conhecidos (folha SB.22-Y-B) no prolongamento de uma se-
quência de rochas (Area XLVII) de ambiente geológico correlacionávelao
3.511
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--..-
anterior.
Potencialidade 2 - Areas II, III
Ocorrência de Au associada a Cu (Ag, Zn) (folhe SB.22-Z-C) no prolon-
gamento da sequência metamórfica vulcano-sedimentar arqueana - protero-
zóica (Area III).
Ocorrência de Au associado a Cu (Ag) 23 em sequência sedimentar prote-
rozóica (Area II).
potencialidade 3 - Areas I, VIII, IX, XIII, XIV, XV, XVII, XXIV, XXXI,
XXXVII, XXXVIII, LIII.
Sequência de rochas (Areas I, XIV, XV, XVII, XXIV, XXXI, XXXVII,
~XXVIII, LIII) correlacionáveis àquelas (Areas II, III, VII, XLVII,
LI, respectivamente) onde se associam garimpos e ocorrências de ouro,
rochas, principalmente básicas-ultrabásicas, de sequência similar a
IIgreenstone belt" (Area IX).
COBRE
potencialidade 1 - Areas III, VII
Jazida de Cu (folha SB.22-X-C) no prolongamento da sequência metamór-
fica vulcano-sedimentar arqueana-proterozóica (Area VII).
Depósito de Cu (folha SB.22-X-C) no prolongamento da sequência de ro-
chas (Area III) do ambiente geológico semelhante ao anterior.
potencialidade 2 - Areas II, XXXII
Ocorrências de Cu 22 em complexo metamórfico básico-ultrabásico (Area
XXXIII) .
COBRE
Potencialidade 2 - Area IX
Ocorrência conhecida de Cr (folha SB.22-X-C) no prolongamento da se-
quência de rochas (Area IX)
potencialidade 3 - Areas XXXIII, LI
Rochas do complexo metamórfico básico-ultrabásico estratificado (Area
XXXII)
Rochas ultrabásicas de sequência tipo "greenstone-belt" (Area LI).
ZINCO
Potencialidade 2 - Area III
Ocorrência conhecida de Zn associado a Cu (Au) (folha SB.22-X-C) no
prolongamento da sequência metamórfica vulcano-sedimentar (Area III).
potencialidade 3 - Areas I, II, VII, VIII, XIII, XIV, XV, XVII, XXIV,
XXXI, XXXVII, XXXVIII, XLVII.
Rochas e ambientes geológicos favoráveis para Zn vulcano-sedimetar (A-
reas I; VII, XIV, XV, XVII, XXIV, XXXI, XXXVII, XXXVIII, XLVII) e Sn
sedimentar (Areas II, VIII, XIII).
3.512
CHUMBO
Potencialidade 3 - Areas II, VIII, XIII.
Rochas e ambientes geológicos favoráveis para Pb sedimentar.
PRATA
Potencialidade 2 - Areas II, III, VII.
IndIcios diretos de Ag associada a mineralizações de Cu (Au) e3 em se-
quência sedimentar CArea II).
IndIcios diretos de Ag associada a mineralizações de Cu tAu) (folha
SB.22-X-C) no prolongamento de sequência... metamórfica vulcano - sedimen-
tar (Areas III, VII).
Potencialidade 3 - Areas I, VIII, XIIr, XIV, XV, XVII, XXIV, XXXI,
XXXII, XXXVII, XXXVIII, XLVII.
Rochas do complexo básico-ultrabásico estratificado Utrea XXXII).
Rochas e ambientes favoráveis Utreas I, VIII, XIII, XIV, XV, XVII, XXIV ,
XXXI, XXXVII, XXXVIII, XLVII) correlacionáveis àquelas Utreas II, III,
VII, respectivamente) onde são conhecidos indIcios diretos de Ag.
PLATIN6IDES
Potencialidade 3 - Area XXXII.
Rochas do complexo básico-ultrabásico estratificado.
VANlllIO
Potencialidade 3 - Area XXXII.
Rochas do complexo básico-ultrabásico estratificado.
ESTANHO
Potencialidade 3 - Areas VI, X a XII, XVI, XVIII a XX, XXIII, XXV a XXX,
XXXV, XXXVI, XXXIX, XL a XLIII, XLVI, XLVIII, LII.
Jazida, depósitos e garimpos de cassiterita relacionados a esse tipo
- de rocha (folha SB.22-Y-B).
. WOLFRAMIO
potencialidade 3 - Areas VI, X a XII, XVI, XVIII a XX, XXIII, XXV a XXX,
XXXV, XXXVI, XXXIX, XL, XLII, XLVIII, LII.
Rochas favoráveis para mineralizações de W.
Depósito e garimpo de wolframita relacionados a esse tipo de rochas
(folha SB.22-Y-B).
MOLIBD~IO
potencialidade 2 - Area LIV.
Indícios diretos de Mo27.
Potencialidade 3 - Areas VI, X a XII, XVI, XVIII a XX, XXIII, XXV a XXX,
XXXV, XXXIX, XL a XLIII, XLVI, XLVIII, LII.
Rochas favoráveis para mineralizações de Mo.
MANGAN~S
Potencialidade 1 - Areas IV, VIII.
Jazida de Mn 18 Utrea IV).
Depósito de Mn (folha SB.22-X-C), no prolongamento de sequência sedi-
mentar proterozóica Utrea VIII).
ALUMtNIO
potencialidade 3 - Area V.
Alteração supergênica sobre o mesmo tipo de rocha de depósito de bau-
xita Al 19 e em idênticas condições morfológicas.
4.2.2.2 - Carta de Previsão para Planejamento de Ações Governamentais
Indica ao DNPM e outros órgãos governamentais as áreas selecionadas, as
quais necessitam de serviços especIficos complementares e adicionais.
Nesse sentido, foram sugeridas oito categorias de áreas para pesquisa
mineral, através de mapeamento geológico e prospecção geoqu!mica na es-
cala 1:100.000, quatro categorias de áreas para pesquisa na escala
1:50.000 e uma categoria de área para pesquisa na escala 1:25.000. O
tipo de prospecção geoquimica vai indicado, através de simbologia es-
pecIfica, consoante trate-se de prospecção geoquímica por sedimento de
corrente, concentrado de bateia, litogeoquImica e pedogeoqulmica. Vale
salientar que, para cada área recomendada para trabalhos geológicos, é
indicada a ordem de prioridade dos investimentos à consecução dos tra-
balhos a serem efetuados, bem como a ordem de importância das substàn-
cias recomendadas para cada área. A seguir, são relacionadas as áreas
para prospecções e pesquisas minerais complementares, com destaque pa-
ra as caracterIsticas gerais e trabalhos propostos para cada área.
AREA I
Características Gerais - Rochas graní ticas a tonalí ticas, ora gnaissi-
ficadas, migmatIticas ou estruturalmente isotrópicas, contendo subor-
dinadamente anfibolitos, assim como dioritos, meladioritos e rochas
3.513
~--- -- --------
~-~-
3.514
ga favorabilidade para Pb e Zn, sugerem mapeamento geológico e pros-
pecção geoquimica (concentrado de bateia e sedimento de corrente)
1:100.000.
JffiEA IX
Características Gerais - Granitos anorogênicos, por vezes rapakivíticos,
com datações disponíveis de 1. 600 - L 800 m.a., pertencentes ao rnagma-
tismo Uatumã.
Trabalhos Propostos - Não se tem informação sobre ocorrência de cassi-
terita nesta folha, porém, em outras regiões do Craton Amazônico já se
conhecem importantes jazi~ntos de Sn,'~m granitos dessa idade. Na fo-
lha SB.22~Y-B existem significativos jaz~entos de Sn em granitos mais
jovens. Sugere-se mapeamento geológico e l~togeoquímico 1:100.000 . e
prospecção geoqulmica (concentrado de bateia) 1:100.000. Este estudo
poderá indicar zonas com forte fracionamento magmático e de transfor-
mações tardirnagmáticas, relacionadas com concentrações de Sn e de ou-
tros metais do magrnatismo ácido.
JffiEA X
Características Gerais - Rochas ul trabásicas, em '
corpos dispostos se-
gundo NE - SW, sem relacionamento estratigráfico ainda definido.
Trabalhos Propostos - Alêm da jazida de Ni do Puma (limite oeste da fo-
lha) e do depósito de Ni do Verm.elho (corpo 1!laisa nordeste}, ambos do
tipo laterítico, as possibilidades para concentrações de 1!letais em ro-
chas dessa natureza, suqerem-se rnapeamento geológico e prospeção geo-
química (concentrado de bateia e pedogeoqUÍInica} 1:25.000.
JffiEA XI
Características Gerais - Sil ti tos, argili tos, folhelhos e 1Ilargas,em am-
biente de bacia lagunar rasa.
Trabalhos Propostos - Como a ârea contêm a importante jazida de Mn do
Azul, com favorabilidade, portanto, para novos jazimentos e possibili-
dade para conter sulfetos estratiforme, sugere-se mapeamento geológi-
co e prospecção geoquÍmica (sedimento de corrente} 1:50.000.
JffiEA XII
Características Gerais-Sequência 1!letavulcano-sedimentar, de fácies
xisto verde a anfibolito, pertencente à Formação Salobo.
Trabalhos Propostos - Como em rochas dessa sequência encontram-se a ja-
zida de Cu do Salobo, o depósito de cu do MM1, garimpos de Au, além de
várias ocorrências e indícios de Cu, suqere-se mapeamento geológico e
prospecção geoquímica (concentrado de bate ia e sedimento de corrente)
1:50.000.
JffiEA XIII
Características Gerais -Metaultramafitos com textura spinifex, rochas
metavulcano-sedimentares e formação ferrífera, do tipo "greenstone-belt~
Trabalhos Propostos - Admi tindo-se a importância desse ambiente sob o
aspecto metalogenético" alêm de concentrações de Au conhecidas nessa
área, propõe-se rnapeamento geológico 1:50.000 e prospecção geoquímica
(~oncentrado de'bateia e sedimento de corrente) na mesma escala.
A Carta Metalogenética e as duas Cartas previsionais são sim-
ples, auto-explicativas e de fácil visualização e formam um conjunto
único interelacionado, sendo complementado pela Listagem dos Recursos
Minerais (Tabela 01), a sual contém dados econômicos, bem como sobre a
localização, mineralizaçao (textura/estrutura, tipo genético e paragê-
nes~), rochas encauantes (litologia e idade) e "status" da minerali-
zaçao.
5. REPER1mcJ:As BIBLIOGRAFICAS
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3.520
ANAIS qo XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984
.
Pedra Gerv8io Ferrari
Ge6l0g0 da Companhia de PesquiS8 de Recursos Minerais
ABSTRACT
The present work constitues one .the headlined National Projectls
Sheets, carried out by the BH - Reqional Superintendence of Companhia
de. Pesquisa de Recursos Minerais for the Mineralogical and Geological
Section of Departamento Nacional da Produção Mineral. The obtained
results registered on the final maps, named Metallogenetic Map, Mineral
Resources Previsional Map and Previsional Map for Governmental Acts
Planning, followed from.the integration of alI geological, geophysical,
geochemical, geochronological, and mineral resources data available
until August/1982. These data have been considered in the light of
various sensorial methods applied to the present Sheet, and analysed on
the basis of metallogenetic principIes, and global environment geology
of Minas Gerais State. The correlativity of metallogenetic and the
tectono-geological base have permitted to recognize gold-graphite-
magnetitic iron-tin/tantalum-talc.distribution throughout the area of
the indivisible Archean age old crust (são Francisco Craton)~gold (with
associated silver and arsenic) - kianite-algamatholite-graphite in the
greenstone-belt type vulcano sedimentary sequence of Upper Archean(Rio
das Velhas Group)i iron-dolomite-gold-uranium-bauxite-topaz manganese -
on the intercratonic trough-type sedimentary folded covering of Lower
Proterozoic (Minas Super Group)i and limestone in the metamorphic
sedimentary belt of Medium/Upper Proterozoic (são João DeI Rei Group).To
make the metallogenetic map, it was necessary to register a hundred
fourty eight (148) mines, five (05) economic ore-deposits, six (06)
abandonned mines, fourteen (14) abandonned prospects. (garimpos) and
seventy three (73) mineral occurences that possibilitated to point out
thirty four (34) areas as the most promising for mineral exploration.
These areas have been classified as of three degrees of potentiality
for certain mineral resources according to criteria exposed on
specific map named Mineral Resources Previsional Map, where it may
be found six (06) indicated areas for goldi one (01) for iron~ one
(01) for topaz~ one (01) for iron manganese-and-graphitei one (01) for
dolomite-marble-manganese and bauxite~ two (02) for uranium-gold~ one
(01) for antimony~ one (Ol) for graphite,and one (Ol) for algamatholite
-kianite and graphite. From the Metallogenetic and the Mineral Resources
previsional Maps,. it had been already evidenced the necessity of
complementary geological works on the Sheet under consideration, which
resulted in the "Previsional for Governmental Acts Planning Map"
which contains six (06) selected areas, whose general features and
works executed on them, or proposed to, are exposed on theexplicative
note attached to the map in question, and so will not be commented
here.
3.521
----- -~-
INTRODUÇÃO
Esta folha, na escala 1:250.000, faz parte do Projeto Mapas Me
talogenéticos e de Previsão de Recursos Minerais, executado pela Compa
nhia de Pesquisa de Recursos Minerais para o Departamento Nacional da
Produção Mineral. Está localizada na região gentro-sul do Estado de M~
nas Gerais entre os paralÕlos de 20000' a 21 00' de latitude sul e os
meridianos de 43030' a 45 00' de longitude oeste de Greenwich (Fig. 1).
As Cartas Metalogenéticas, de Previsão de Recursos Minerais e
de Previsão para Planejamento de Ações Governamentais constituem os prQ
dutos finais do referido projeto e foram preparadas atendendo à integra
ção de todos os dados geológicos até então disponiveis, analisados a
luz dos vários métodos de sensoreamento aplicados à área. Para tanto fQ
ram confeccionados mapas temáticos, denominados: recursos minerais, l~
to-ambiental, geofisico, geoquimico, tectono-estrutural e geológico. O
mapa temático geoquimico abrange unicamente, no Quadrilátero Ferrifero,
a área ocupada pelo Supergrupo Minas.
A Carta Metalogenética apresenta, sobre um fundo tectono-geoló
gico em que são abordados os itens de estratigrafia, tectónica geocronõ
logia, litologia/petrografia e os elementos estruturais diversos, infor
mações sobre os elementos da metalogênese das concentrações minerais
existentes na folha. A análise desses elementos, com base na interrela
ção da metalogênese e a base tectono-geológica, permite reconhecer as
distribuições do OUE.O no Quadrilátero Ferrifero e regiões de Lagoa Dou
rada e Catas Altas da Noruega~ de ferro-ferro/manganês-dolomita-bauxita
-ouro-topázio e uránio no Quadrilátero Ferrifero: grafita na região de
são Francisco de Oliveira~ manganês-ferro-estanho/tântalo na área bali
zada pelas localidades de Conselheiro Lafaiete-Carandai-Lagoa - Dourada
-Entre Rios de Minas-Passa Tempo-São Tiago~ talco no triângulo formado
pelas localidades de Congonhas do Campo-Itaverava-Carandai e na região
de Piedade do Paraopeba~ cianita-algamatolito-grafita na região de Ser
ra Azul.
A Carta de Previsão de Recursos Minerais apresenta trinta e
quatro (34) áreas, cujos graus de potencialidade encontram-se registr~
dos de conformidade com os critérios explicitados na legenda.Estas ~eas
foram contornadas com base na integração de todos os dados geológicos
até então disponiveis, e as concentrações minerais existentes acham-se
representadas por seu status de mineralização conforme informações b~
bliográficas.
Na Carta de Previsão para Planejamento de Ações Governamen
tais, embora não abordada neste trabalho, foram selecionadas seis(06T
áreas para trabalhos complementares, que se encontram ordenadas em esca
Ia de prioridade de investimento. Foi estabelecida, também, a ordem de
prioridade para as substâncias minerais indicadas em cada área recomen
dada. Essa carta é acompanhada de noticia explicativa sob o titulo - X
reas para Prospecção e Pesquisas Minerais Complementares - em que sãõ
abordadas as caracteristicas gerais das áreas (tipos de rochas, ambiên
cia geotectônica, depósitos e ocorrências minerais, etc)~ trabalhos
executados (órgão executor, autor, data, escala e breve análise dos re
sultados)~ trabalhos propostos (tipo do trabalho, escala e informações
das coberturas cartográficas e de sensores existentes).
A execução da folha em questão esteve durante os seis primei
ros meses a cargo do geólogo Clóvis Silva Araújo, que, por motivo de
saúde, foi substituido pelo geólogo pedro Gervásio Ferrari. Com pesar,
r~gistra-se "in memorian" o elevado espirito de colaboração e dedic~
çao ao trabalho que marcou a vida do saudoso colega.
As referências bibliográficas citadas neste trabalho referem-
se àquelas publicadas após a conclusão das Cartas Metalogenéticas e de
Previsão de Recursos Minerais da folha Divinópolis. Devido ser muito
extensa a listagem de referências bibliográficas relacionadas no tra
balho original e, somente ela, ultrapassar a norma de publicação de ar
tigo, sugere-se aos interessados, recorrerem ao relatório final do re
ferido projeto junto à Divisão de Geologia e Mineralogia do Departamen
to Nacional da Produção Mineral. -
3.522
Carta Metalogenética
Para a confecção desta carta foram cadastradas cento e quare~
ta e oito (148) minas, cinco (5) jazidas , seis (6) minas paralisadas,
quatorze (14) garimpos paralisados e setenta e três (73)ocorrências m!
nerais. Do total das minas registradas, oitenta e seis por cento (86%)
situam-se na província do Quadrilátero FerrIfero. No restante da área
da folha estão registradas (17) minas, (1) garimpo paralisado, (1) mina
paralisada, (3) jazidas, (27) ocorrências minerais. Para estas,_a folha
geológica do Projeto Mantiqueira-Furnas, na escala 1:250.000, nao apr~
senta, a não ser para os depósitos ca~cários da região de . CarandaI,
quaisquer informações geológicas que justifiquem suas presenças.
Convêm salientar que para a execução deste trabalho, tornou-se
imperiosa a necessidade de se encontrarem justificativa~ metalogenét!
cas principalmente para as concentrações de grafi ta," alem de para as
de ferro magnetítico, manganês, talco, estanho/tântalo e ouro ocorre~
tes na área do Craton são Francisco, bem como"definir seus tipos lito
lógicos constituintes. Os dados até então disponíveis precisavam o" Cr~
ton são Francisco como constituído, no aspecto geral, por uma sequéncia
granito-gnáissica ou granito-gnáissica migrnatítica. Desse modo, princ!
palmente as minas de grafita de são Francisco de Oliveira e Itapecerica
(esta situada na folha Furnas (SF.23-V-B) quer sejam de derivação biót!
ca ou abiótica e posteriormente metamorfoseadas em facies (atualmente)
anfibolítica, já demonstram a formação, em parte, do Craton são Franci2,
co por sequências supracrustais. Também, a folha Divinópolis do referi
do projeto não apresenta qualquer resposta geológica para as anomalias
aeromgnetométricas ocorrentes no polIgono formado pelas localidades de
Oliveira, Itaguara, Lafaiete, Carandaí, Resende Costa, são Tiago, Morro
do Ferro e são Francisco de Oliveira. Entretanto, a pesquisa bibliogr~
fica e a análise das fichas de descrição de afloramentos da folha Div!
nópolis, daquele projeto, evidenciou a existência de uma série de r2
chas metabasIticas, metaultrabasíticas, anfibolitos, .rochas quartzosas
ferríferas ou não, micaxistos, filitos e/ou filonitos, rochas grafito
sas e manganesíferas, granitóides e migrnatitos de paleossomas anfibolI
ticos, que poderiam, individualmente ou no seu conjunto, ser as respo~
sáveis pelas anomalias aeromagnetométricas registradas na área. Com e2,
tas informações, procedeu-se à integração da geofIsica com a análise
aerofotogeológica, obtendo-se, em escala regional, para a área da crosta
antiga, a individualização dos complexos: gnáissico-migrnatítico ~ran!
tico e plutono-vulcano sedimentar. Convém salientar que a ~nexistencia
de mapas geológicos contendo aquelas litologias que permitissem a inte
gração da folha Conselheiro Lafaiete, cartografada por Pires (1977) com
o restante da área da folha Divinópolis, conduziu, com base aerofotogeo
lógica, à referida individualização, evidentemente de caráter geral~
Estes complexos. que compõem a área de crosta antiga foram individualiza
dos pelas suas marcantes diferenças aerofotográficas, magnetométricas e
por sediarem recursos minerais.
Com relação à provIncia do Quadrilátero Ferrífero, utilizou-se
a base geológica de Dorr, na escala 1:50.000 e, para recursos minerais,
além dos trabalhos contidos na bibliografia geológica da área, os rela
tórios de pesquisa e lavra que se encontravam à disposição no 39 DistrI
to do DNPM quando da execução deste trabalho. Para tal fim, também fõ
ram utilizados os mapas e relatórios da equipe USGS/DNPM, responsável~
Ia cartografia geológica, em escala 1:25.000, da referida provIncia. pã
ra os depósitos ferríferos do Grupo Itabira do Supergrupo Minas foi utI
lizado o recurso cartográfico para o depósito extensivo aflorante, com
indicação morfogenética, a fim de evitar sobrecarga gráfica devido ao
elevado número de minas daquela substância, e, que, na escala deste tra
balho, não permitiria salientar as minas, ocorrências e Indices geoquI
micos das demais substáncias minerais presentes na área. -
A área ocupada pelo Grupo são João DeI Rei, que se desenvolve
de CarandaI para SW, foi mantida conforme o mapa geológico da folha Di
vinópolis do Projeto Mantiqueira-Furnas.
Unidades Geotectônicas
Na folha em apreço foram individualizadas 5 (cinco) entidades
tectono-geológicas (fig. 2) com idades que vão do Arqueano ao Quatern~
3.523
"----.--
rio, a saber:
a) Ârea de crosta antiga (remobilizada no ciclo Transamazônico);
b) Cinturio vulcano-sedimentar do tipo "greenstone belt";
c) Cinturio metamórfico sedimentarj
d) Coberta sedimentar dobrada;
e) Coberta superimposta final
a) Ârea de crosta antiga - constitui o domínio geotectônico cratôn~co,
denominado Craton Sao Francisco, que ocupa quase a totalidade da area
da folha, excetuando-se aquelas ocupadas pelos Supergrupos Rio das Ve
lhas e Minas, e pelo Grupo Itacolomi na província do QuadriláteEo FerrI
fero, além da faixa ocupada pelo Grupo são Joio Del Rei na porçao meri
dional da folha Divinôpolis.
A área de crosta antiga cratônica foi subdividida nos comple
xos plutono-vulcano-sedimentar gnáissico e gnáissico-migrnatítico granI
tico, resultantes da integração dos dados bibliográficos geológicos mul
tidiciplanares com os vários sensores aplicados à área. O primeiro e
constituído de variedades de migmatitos e gnaisses de derivaçio freq~e~
temente básica e/ou ultrabásica, anfibolitos metabasitos, metaultrabasi
cas, rochas quartzosas ferríferas ou não, micaxitos, filitos e/ou fi12
nitos, rochas grafitosas e manganesíferas, e granitóide que podem local
mente, ter sido submetidas à cataclase, gerando variedades miloníticas
e filoníticas. O segundo é caracterizado por 'variedades rochosas leuc2
cráticas, de composições granítica, granodiorítica e tonalítica, cat~
clasitos dessas variedades (milonito, filonito e ultramilonito), e po
dem conter porções restritas das litologias descritas no complexo ant~
rior. Em aerofoto, o complexo plutono-vulcano-sedimentar gnáissico exi
be tonalidade cinza-escura e morfologia alçada, lisa e isenta de voçoro
ca, contrastando nitidamente com o complexo gnáissico-migmatítico-granI
tico que exibe tonalidade clara, morfologia arrasada, com abundante v2
çorocamento. Magnetometricamente, este complexo exibe um padrio de ca~
po magnético tranquilo, enquanto aquele o mostra extremamente perturb~
do.
O complexo gnáissico-migrnatítico-granito representa, em parte,
o que foi denominado por vários autores corno Complexo Fundamental ou E~
basamento Granito-Gnáissico, e o complexo plutono-vulcano - sedimentar
gnáissico engloba, neste trabalho, a Série Barbacena (Barbosa,1954),For
maçio Lafaiete (Ebert, 1956) e Green-schist Sequence (Guild, 1960). P~
ra Pires (op. cit.), o Grupo Barbacena é constituído por metamorfitos
(principalmente greenschists), granodioritos e migrnatitos, e seu emba
samento pelo Grupo Mantiqueira. Neste trabalho, o complexo gnáissico=
migrnatítico granítico encerra quer esta entidade geológica, quer grande
parte da área individualizada corno granodiorito do Grupo Barbacena, da
conceituaçio do referido autor. No complexo plutono-vulcano sedimentar
gnáissico estio englobados indiferenciadamente os metamorfitos, migmati
tos e granitóides. Salienta-se, também, que a limitação da escala de~
te trabalho e sua condiçio de execuçio puramente do gabinete nio permi
tem, na área da folha em questão, as individualizações da porção do Gr~
po Barbacena cartografada corno: granodiorito (grd), passando localmente
a quartzo-dioritos (qzd), biotita-granito fino (bgrf), hornblenda gra
nodiorito (hgrd) contendo xenólitos (grd/x) com poucas faixas migmatítI
cas (grd/m), localmente aplítico (ap)- cortado por lamprófiros em formã
de diques e apófises (L), da sequência do Grupo Mantiqueira, este con~
tituído de migrnatito (M), gnaisses tonalíticos (Ga), fortemente bandea
dos, cortados por inúmeras gerações de aplitos e pegmatitos ricos em
plagioclásio e biotita, conforme exposto no mapa geológico do distrito
rnanganesífero de Conselheiro Lafaiete, executado por Pires (op.cit.).
As datações radiométricas indiscriminadas, efetuadas na área
dessa entidade geotectônica da folha Divinópolis, oscilam entre 495 e
2.790 m.a. para a regiio Qcupada pelo Complexo do Baçãoi 790 e 2.611
m.a. para as regiões sul e sudoeste de Congonhas do Campo e com varia
ções entre 493 a 2,038 m.a. para as regiões de Moeda e Brumadinho e ã
oeste do Quadrilátero Ferrífero. Essas variações etárias podem ser atri
buídas à reativiações de falhamentos antigos quando das imposições das
entidades geológicas representadas pelos Supergrupos Rio das Velhas, Mi
nas e Espinhaço, e pelos Grupos Itacalomi e Bambuí. A implantação de~
sas entidades geológicas fez-se, do ponto de vista geral geotectônico,
em bacias intracratônicas balizadas pelas grandes rupturas do Craton
3.524
são Francisco, que sofreram sucessivas reativações e que podem afetar
as datações radiométricas. Hã de se considerar, ainda, que alguns line~
mentos estruturais, interpretados através de vários sensores,ernbora sem
comprovação de campo, revelam larga variação das idades radiométri~as
determinadas em suas proximidades. Segundo Teixeira (l982),as data~oes
radiométricas efetuadas em rocha das proximidades da cidade de Itauna,
no corpo plutônico de Cristais (Folha Furnas) e na intrusão pegmatóide
da pedreira Micol na cidade de Cláudio, indicam uma importante fase de
recristalização sintectônica de rocha~.antigas durante o Ciclo t~ans~
mazônicoe que, nestas regiões não foram encontradas idades do ciclo
Brasiliano. Estas idades, por sua vez; são registradas nas vizinhanças
da província do Quadrilátero Ferrífero e nó Complexo do Bação e, seg~
do o referido autor, indicam um aquecimento térmico associado às gran
des estruturas de cavalgamento presentes na referida província. Porta~
to, é possível, também, que outras idades radiométricas situadas entre
os intervalos dos ciclos Brasiliano e Transamazônico representem infl~
ências dos grandes falhamentos, como anteriormente explicitado. Desse
modo, a par dessas considerações, atribui-se somente ao ciclo Tranzam~
zónico a remobilização imposta à área de crosta antiga da folha Divi~~
polis. Salienta-se, ainda, que, na folha Furnas (SF.23-V-B), na ambie~
cia das minas de grafita da região de Itapecirica, sediadas no complexo
plutono-vulcano sedimentar gnáissico, encontra-se registro de ... datação
radiométrica com 3.768 m.a., segundo Teixeira (op.cit.), e, portanto a
mais antiga da área, rejuvenescida no ciclo Transamazônico.
O complexo plutono-vulcano sedimentar gnáissico é constituído
por rochas predominantemente supracrustais, enquanto o complexo gnái~
sico-migmatítico granítico assemelha-se mais a uma crosta siálica anti
ga. Aquele exibe um posicionamento estrutural, que orla. e, por vezes,i~
clui-se nas massas deste último, assumindo características similares
às encontradas em áreas cratônicas contendo "greenstone belt". O posi
cionamento daquele complexo numa entidade geotectónica específica nãõ
foi possível, devido ã falta de elementos decisivos, embora Barbosa
(op. cit.) tenha posicionado a facies metabasítica da sua Série Barbace
na, que é uma parte integrante do complexo em discussão, na sequênciã
ofiolítica da fase geossinclinal. Também Pires (op. cit.)acompanha idê~
.tico raciocínio alertando, contudo, para a inexistência de evidências
diretas. Estruturalmente, o complexo plutono-vulcano sedimentar gnáis
sico foi imposto através de grandes rupturas e, pela sua idade geocronõ
lógica anteriormente referida, poderia representar a unidade geotectónI
ca do tipo "rift", com manifestação vulcânica, obviamente na sua fase
inicial, constituindo uma "fossa tectónica precoce", assemelhando-se
mais a um cinturão metamórfico do tipo "greenstone belt" em facies me
tamórfico anfibolito, do que aos estágios evolutivos de um geossinclI
nal. De qualquer modo, é o que apresenta maior importância metalogenétI
ca na ârea do núcleo antigo cratônico. Nele estão sediadas a provínciã
manganesífera, que se desenvolve de Conselheiro Lafaiete para SW em di
reção a são João DeI Rei; grafita em são Francisco de Oliveira; ferrõ
em Morro do Ferro, Desterro de Entre Rios e Passa Tempo; talco no triân
guIo formado pelas localidades de Congonhas do Campo, Catas Altas da Nõ
ruega e Carandai; e as minas e garimpos paralisados, de ouro, nas vizI
nhanças das localidades de Lagoa DoUrada a Catas Altas da Noruega. -
A área de crosta antiga cratônica foi palco de reativações
tectono-magmáticas, com imposições de rochas intrusivas das clãs áci
das, básica, intermediária, ultrabásica, cujas idades não se encontram
totalmente definidas dentro do espaço de tempo do Proterozóico ao Jurás
sico/Cretáceo. De especial importância são as rochas ácidas granitI
cas/granodioríticas consideradas, neste trabalho, intimamente relacionã
das às mineralizações tântalo/estaníferas impostas ã área de crosta an
tiga arqueana e de idade mesoproterozóica, conforme os trabalhos de
Djalma Guimarães citado por Belezkij (1956). Convém salientar que os
corpos graníticos/granodioríticos cartografados na folha Divinópolis,
resultaram da análise aerofotogeológica e não se encontram totalmente
comprovados p~r tr~alhos de "campo. Entretanto, sua larga fresuência
ao norte de Sao Joao Del Rei (Folha Barbacena) acompanha a direçao pr~
ferencial NS das fraturas contendo pegmatitos estaníferos, conforme r~
latado por Belezkij (op. cit.) para aquela área, e, atende portanto, a
um dos objetivos da análise metalogenética que é a identificação das
leis gerais que. regem as distribuições de depósitos miperais e das áreas
3.525
3.526
Depreende-se destas considerações que esta sequência, encravada intra-
cratonicamente não se enquadra precisamente no termo geotectônico em
epIgrafe. Portanto serão feitas algumas considerações. Assim, para a
reduzida exposição de rocha de aspecto conglomerático de Pedra do Si
no, em Carandaí, reforça-se a tese de sua derivação vulcânica, propo~
ta por Guimarães (1966) pelas seguintes feições observadas macro e mi
croscopicamente, a saber: ocorrências de fragmentos de quartzo azulado
com saliências, reentrâncias, terminações agudas e curvas e formas bi
piramIdais; a ocorrência de feldspato .pigmentado por opaco, matriz com
frequente hematita microcristalina e lamelar neorrecristalizada; a i~
tens idade do processo de carbonatação'(às expensas do feldspato) que
promoveu a recristalização sintectonicamente, do carbonato estirado s~
gundo a laminação tectônica da rocha. O aflo=amento desta vari~dade r~
chosa ocorre como uma ilha no embasamento gnaissico, embora proximo do
corpo carbonático do Córrego Frio. Com relação a essa rocha as fichas
de descrição de afloramentos do Projeto Mantiqueira-Furnas (op.cit),
atestam sua ocorrência como lentes embutidas em gnaisses, tanto na pe
dreira do túnel Herculano Pena quanto a 6,1 Km de Carandaí, rumo a L~
faiete. Quanto ao tipo petrográfico característico da Formação Prados
trata-se rocha filitica (Filonito para Guimarães, op.cit) de textura
granolepidoblástica, com seus constituintes micâceos perfeitamente ori
entados e de estrutura laminada, isto é, um tectonito e não um metassll
tito como frequentemente é considerado. Com relação à sua gênese, em
geral considerada de derivação puramente sedimentária, devem ser enco~
tradas justificativas para alguns aspectos observados macro e micros-
copicamente, a saber: a grande frequência de cristais euhédricos de
zircão metamitico (quase opaco) e não rolados; as ocorrências de cris-
tais de feldspato pigmentados por opaco sericitizados e carbonatiza
dos, de hematita lamelar e de sul fetos (piritização), além de sua notã
vel regularidade cQ~posicional. Quanto à ârea cartografada corno Formã
ção Prados pelo Projeto Mantiqueira-Furnas (op.cit) não se tp.m informã
ções de SUa relação de contato com as variedades caractér.isticamente
vulcânicas ocorrentes nas imediaxões da localidade de Caranalba. Tam
bém, na saída de Prados em direçao a são João Del Rei ocorre um sequên
cia contendo filito clorítico untuoso ao tacto, de aspecto ultrabásicõ,
e filito grafitoso totalmente intemperizados, cujas relações de conta
tos tanto com a rocha tIpica da Formação Prados ocorrente ao norte
quanto com a sequência vulcano-sedimentar de Tiradentes ocorrente a
oeste daquela localidade, ainda não foram precisadas. Esta sequência
expõe-se na estrada antiga de são João Del Rei para Tiradentes e daí
para a rodovia BR-265, via Fazenda Alto do Vieira. ~ constituída por
filito clorItico, quartzo-sericita filito, quartzito fino, filito gra
fitoso, metabasitos e metaultrabasítosfilitizados e vulcânica ácidã
filitizada. Esta ocorre bem próxima a Tiradentes, pela estrada antiga
para são João Del Rei, exibindo relictos macro e microscópicos de
feldspato e quartzo azul vulcânicos em matriz quartzo-sericítica com
carbonato associado. ~ uma variedade idêntica, microscopicamente, às
vulcânicas ácidas ocorrentes no Grupo Nova Lima (Quadrilátero Ferrífe
ro) associadas à mineralização aurlfera. ~ interessante se observar
que tanto em Prados quanto em Tiradentes houve intensa exploração aurí
fera. Esta sequência vulcano-sedimentar é capeada pelos conjuntos
quartzíticos-conglomeráticos da serra de Tiradentes e pelo xisto cal
cífero-metacalcârio da Formação Rio Elvas, que se expõe pelas regiões
de Barroso até são João DeI Rei. Depreende-se assim, a dificuldade de
caracterização geotectônica da área cartografada como Formação Prados,
enquanto estudos mais detalhados não forem efetuados, que possam defi
nir os aspectos enunciados. Considerando-se, ainda, a ocorrência de
corpos metacalcários com porções xistosas associadas embutidos em
gnaisses de embasamento, nas regiões de Carandaí e Herculano Pena, a
falta de sua precisa relação de contato com a rocha filítica da Forma
ção Prados (metassilito de Ebert, op.cit) e sua identidade composiciõ
nal com aquelas ocorrentes na região de Barroso (Formação Rio ElvasT
conduzem à postulação da hipótese de ligação física, provavelmente ero
dida, do cinturão metamórfico sedimentar desta região com o de Caran
dai. ~esta conceituação encontra-se excluida à Formação Prados, e e
opiniao deste autor que estudos geológicos devem ser processados de mo
do a se averiguar a pertinência de algumas rochas, ou do conjunto cons
tituinte daquela entidade geológica, à sequência vulcano-sedimentar de
3.527
-----
Tiradentes.
A idade incerta posicionada no Proterozóico Superior/Proter2
zóico Médio para a entidade geotectônica em apreço não se encontra !u~
damentada em datação geocronológica sistemática, e sim nas correlaçoes
contidas na bibliografia geológica (Ebert, op.cit), Karfunkel e Noce
(op.cit) e Wernick, E e Fiori, A.P. (1981). Entretanto, considerando
-se as identidades das porções carbonáticas e xistosas de Carandaí e
Barroso e sua transição para o Grupo Andrelândia e a deste para o Gr~
po paraíba, conforme inicialmente relatado, ter-se-ia que recuar sua
idade ao Proterozóico Inferior, desde que, Cordani, V.G., Delhal, J. e
Ledent, D. (1973) consideram a idade de 2.070 m.a para os gnaisses gr~
nulíticos da Formação paraíba do Sul.
Metalogeneticamente o cinturão metamórfico,sedimentar encerra
somente minas de metacalcário, utilizado principalmente na fabricação
de cimento. Entretanto, aquelas porções li to lógicas de posicionamento
estratigráfico incerto e aqui englobados na área cartografada corno Gr~
po são João Del Rei, poderão se tornar metalogeneticamente importantes
por conterem rnineralização aurífera, se comprovada a pertinência â s~
quência vulcano-sedimentar de Tiradentes.
d) Cobertura Sedimentar Dobrada - Nesta entidade geotectônica estão
englobados o Supergrupo Minas e 0 Grupo Itacolomi. Este último aparece
na carta metalogenética indiscriminadarnente corno quartzito, filito e
metaconglomerado e, pela sua inexpressividade em termos de recursos mi
nerais, não será objeto de maiores comentários.
O Supergrupo Minas é dividido nos Grupos Caraça. Itabira e P~
racicaba, representados na carta metalogenética respectivamente pelo
agrupamento das seguintes litologias: quartzito, filito e metaconglom~
rado (englobando as Formações Moeda e Batatal); itabirito e calcário/
dolomito (para as Formaçõ~s Itabirito Cauê e Gandarela) e filito, met~
conglomerado, quartzito, metacalcário/dolomita (para as Formações Cer
cadinho, Fecho do Dunil, Tabões, Barreiro e Sabará). -
O posicionarnento geo~ectônico do Supergrupo Minas, neste tr~
balho, corno cobertura sedimentar e/ou vulcano-sedimentar dobrada, tipo
fossa tectônica, é justificado pela falta na literatura geológica de
um tipo específico para o conjunto. Assim, J.V.N. Dorr 2dn, em seu re
latório, que ,acompanha o mapa geolôgico do Quadrilátero Ferrífero, nã
escala 1:150.000, afirma que somente o Grupo Piracicaba tem atributo
de sedimentação geossinclinal e que seu andar superior, isto é, a For
mação Sabará, apresenta característica eugeossinclinal pela ocorrênciã
de rochas consideradas derivadas de tufos, entretanto, sem precisa com
provação petrolôgica. -
O Grupo Itacolomi representa uma cobertura sedimentar dobrada,
tipo fossa.intramontana, resultante do processo orogênico imposto ao
Supergrupo Minas, de acordo com o trabalho "Sedimentação e Orogênese
da Série de Minas" de Manoel Teixeira da Costa, publicado em 1961 pela
Sociedade de Intercâmbio Cultural. Estudos Geolôgicos - SICEG.
O Supergrupo Minas e o Grupo Itacolomi estão posicionados,res
pectivamente, no Proterozôico Inferior e Médio, em conformidade com ã
Carta Geológica do Brasil ao Milionésimo (Folhas Rio de Janeiro .(SF.
23), Vitória (SF.24) e Iguapé (SG.23), elaborada por Mário Jorge Ges
teira Fonseca e colaboradores, publicada pelo DNPM em 1979. Salienta=
se, também, que a idade Proterozóica Inferior para o Supergrupo Minas
está em consonância com as particularidades metalogenéticas dessa fai
xa etária, ou sejam: ocorrências de rochas conglomeráticas basais aurõ
-uranlferas e de formação ferrífera de precipitação química ou bioquí
mica ferro-carbonática. -
O Supergrupo Minas é o que apresenta um dos mais importantes
distritos mineralizados da Folha Divinópolis. Assim, os três andares
que o compõem encontram-se mineralizados em resposta as suas inerentes
condições arnbientais de formação. O andar inferior (Grupo Caraça) con
tém as jazidas de urânio e as minas e garimpos paralisados de ouro. Õ
andar médio (Grupo Itabira) porta a maior reserva brasileira de miné
rio de ferro, além de ferro/manganês, bauxita e dolomita, ocorrênci;
3.52R
conhecida de antimônio e minas paralisadas de ouro, estas situadas f~
ra da folha em análise. O andar superior sedia as minas de topázio,bau
xita, calcário/dolomita/mármore e as ocorrências de mercúrio, cobre?
zinco e antimônio.
e) Cobertura Superimposta Final O substrato prê-cambriano da folha
em questao foi palco, durante o Terciário-Quaternár!o, de eventos cl!
máticos e geomorfolôgicos responsáveis pelas Éormaçoes d= coberturas
detríticas inconsolidadas, lateritizadas ou nao, e aluvioes. Estas
constituem-se de acumulações de areia, argila e cascalho ao longo de
cursos dtágua ativos e podem adquiri~ importáncia econômica quando s~
diada em bacias hidrográficas que encerram concentrações minerais,prig
cipalmente de ouro e estanho/tántalo.
Dados de Metaloqenia
Na Folha Divinópolis (SF.23-X-A) estão cadastradas cento e
quarenta e oito (148) minas, cinco (05) jazidas, seis (06~ minas par~
lisadas, catorze (14) garimpos paralisados e seten~a e_tres (73) ocoE
rências minerais. Os recursos minerais em explotaçao sao: ouro e prata
associado, ferro, ferro-manganês, ocre, calcário/dolomita/mármore, gr~
fita, manganês, topázio, bauxita, talco, cianita, algamatolito e est~
nho/tántalo. Na tabela 1, encontram-se registradas, as mineralizações
relacionadas com suas idades, unidade tectônica,litologia e deformação
/metamorfismo.
O ouro ocorre no Grupo Nova Lima do Supergrupo Rio das Velhas.
t a maior provincia, atê o presente, de ouro primário sediado em fOE
ma2ões ferríferas dos tipos óxido, sulfeto e carbonato associados à s~
quencia vulcánica e vulcanoclástica da referida entidade geológica.Pra -
ta e/ou arsênio são subprodutos de mineralização aurífera.
O ferro ocorre no Grupo Itabira do Supergrupo Minas, caracte
rizado pela-sequência de deposição química ou talvez bioquímica em ~
biente marinho. t o recurso mineral mais intensamente explotado do Es
tado de Minas Gerais. A reserva quantificada de minério de ferro ê, nõ
momento, a maior do Brasil. Sob a ação do intemperismo a sequência it~
birítica fornece depósitos explotáveis de ocre.
A bauxita também, limita-se ao Grupo Itabira relacionada com
suas rochas carbonáticas, em áreas que sofreram peneplanização no TeE
ciário. Segundo Ronald Fleischer a Vicente de Paula Oliveira, no tra
balho "Bauxitas do Quadrilátero Ferrífero", publicado em 1965 pela re
vista Mineração e Metalurgia (vol. 1, N9 295), as bauxitas da área em
apreço não seriam autóctones quanto à rocha matriz. Afirmam, ainda,que
sua_associação com rochas do Grupo Itabira, com superfícies de penepl~
naçao, com capas e lapas de canga, a forma das bacias delineadas pelos
depósitos e os .perfis pedológicos inversos sugerem fortemente um ambi
ente sedimentar continental lacustre. Não descartam, a' possibilidade
de atuaxão do processo de "aluminização" dos lateritos posterior a sua
deposiçao para transformá-los em bauxita.
O topázio ocorre principalmente na porção central do sincl!
nal do Dom Bosco, na ambiência do Grupo Piracicaba do Supergrupo Mi
nas. Os veios de topázio sediam-se em rochas argilosas derivadas por
intemperismo de variedades dolomíticas e tipos não precisados petrolo
gicamente. Justifica-se a ausência de simbologia específica de seu ti
po genético, na carta metalogenêtica, pela falta de caracterização ge
-
nética precisa da mineralização topazífera.
O man~anês ocorre em. dois ambientes geotectônicos distintos,
cujos protominerios tem características particulares. Assim, na área
de crosta antiga, o protominêrio é silico-carbonático, enquanto na co
bertura sedimentar dobrada, do Supergrupo Minas, é mármore-itabiríticõ.
Aquele é encontrado na província manganesífera que se desenvolve de
Conselheiro Lafaiete para SW em direção à são João Del Rei (Folha Bar
bacena). ~ resultante de metamorfismo regional de sedimentos mangane
síferos sediados no complexo plutono-vulcano-sedimentar gnáissico que
compõem a área de crosta antiga. Atualmente, o protominêrio sílico-car
bonático, encontra-se em explotação, constituindo, assim, em minériõ
de manganês. Por concentração residual e/ou supergênica tem-se pequ~
3.529
----- -----
quenas minas em explotação na referida província. O protominério márm~
re-itabirítico, restrito, ao Supergrupo Minas, segundo Dorr II(op.cit.)
deu origem a uns poucos grandes depósitos e alguns médios e a inúmeras
massas de manganês. Os protominérios marmóreos contêm baixa percent~
gem de manganês sob a forma de mangano-calcita, mangano-dolomita e po~
sivelmente kutnahorita que, sob a ação do intemperismo, forma depósitos
residuais de manganês. Os depósitos de manganês derivados de protominé
rios itabirítico não fornecem evidencias quanto ao conteúdo e natureza
de seu manganês original. O teor de manganês nos itabiritos é, normal
mente em torno de 0,1%, entretanto, existem locais que o processo de
concentração residual do itabirito manganesífero resultou em depósitos
de grande porte.
O estanho e tântalo ocorrentes na folha Divinópolis permitem
ampliar para norte e este a província tântalo-estanífera de são João
Del Rei, da folha Barbacena. Os diques e veios pegmatíticos contêm além
de cassiterita e tantalita, outros minerais como: columbita, djalmita,
espodumênio, lepdolita, turmalina, berilo, granada, monazita e xenoti
mio. Estão relacionados com rochas graníticas intrusivas na área de
crosta antiga arqueana. Segundo Belezkij(1956)os fenómenos tectônicos
da fase penoqueana se denunciam pelas fraturas verticais, com dire~ão
N-S magnética, que sediam os pegmatitos estaníferos. Deve ser, tambem,
salientado a importância das aluviões e superfícies intempéricas da á-
rea contendo mineralização tântalo-estanífera por sediarem minas, de p~
queno porte.
A grafita ocorre nas regiões de Serra Azul associada a~s fili
tos grafitosos do Grupo Piracicaba, do Supergrupo Minas e, de Sao Fran-
cisco de Oliveira intercalada no complexo plutono-vulcano sedimentar
gnáissico que conforma a área de crosta antiga arqueana. Essa área con~
titui-se no prolongamento da faixa que sedia as minas de grafita de It~
pecerica (Folha Furnas).
O talco é largamente explotado na província formada pelas loca
lidades de Congonhas do Campo, Catas Altas da Noruega e Carandaí, que
contém larga frequência de corpos ultrabásicos posicionados no complexo
plutono-vulcano sedimentar gnáissico da área de crosta antiga.
A cianita e algamatolito são explotados na região de Serra A-
zul, ao sul de Mateus Leme, na província do complexo vulcano-sedimentar
do tipo greenstone belt que caracteriza o Supergrupo Rio das Velhas. En
contra-se associada com rochas xistosas à biotita e muscovita, filitõ
sericítico e variedades ultrabásicas. ~ possível que a pirofilita tenha
-se derivado da cianita por processo hidrotermal, conforme expôs Guima
rães (1961) para os depósitos da região de Pará de Minas (Folha Belõ
Horizonte).
O calcário, dolomita e mármore são explotados respectivamente,
na região ~e Pedra do Sino, município de Carandaí e no Quadrilátero Fer
rífero. Na primeira, os corpos carbonáticos foram posicionados, inicial
mente, por Ebert(1958)na Formação Barroso, para posteriormente agrupá=
la à Formação Rio Elvas, do Grupo são João Del Rei. Na província do Qua
drilátero Ferrífero ocorre nos Grupos Itabira e Piracicaba, respectiva=
mente, nas Formações Gandarela e Fecho do Funil. Essa, contém, os depó
sitos de mármore . de cores variegadas.Calcário e dolomitã
são utilizados para fabricações de cimento e cal e, para fins siderúrgi
coso
Algumas ocorrências merecem destaque pela importância que pod~
rão assumir futuramente, são elas:
Ouro: Na sequência metaconglomerática monomítica da Formação
Moeda, do Grupo Caraça, do Supergrupo Minas. Nas regiões de Gandarela e
serra das Gaivotas, o ouro, ocorre associado a reservas quantificadasde
urânio. De Cata Branca, município de Itabirito, que se desenvolve para
sul, há referência de rochas metaconglomeráticas, ocorrer em 14 Km de
extensão com 6 metros de espessura, portando ouro.
Na sequência vulcano-sedimentar tipo greenstone belt que com
põe o Supergrupo Rio das Velhas são relatadas as ocorrências das regI
ões da fazenda Maquiné e são Vicente, que contém inúmeras minas parali=
sadas.
Nas regiões de Lagoa Dourada e Catas Altas da Noruega sao co
3.530
nhecidas atividades paralisadas de extração de ouro em veios de quartzo.
Antimônio. Na província do quadrilátero ferrífero são conhecidas ocorrências
associadaS aos Grupos Itabira e Piracicaba, do Supergrupo Minas. b de se salientar a
larga frequência de indício indireto geoquímico desse elemento, na referida provín-
cia, que pode indicar mineralização quer aurífera quer do próprio elemento.
Ocorre, também, no Supergrupo Rio das Velhas, nas minas de ouro, ampliando,
portanto, a área prospectável desse importante elemento.
Cobre/Zinco. São relatadas ocorrências no sinclinal da Moeda em rochas car-
bonáticás, -do Grupo Piracicaba, do Supergrupo. Minas. Salienta-se a larga frequência
de indícios indiretos geoquímicos de cobre e zinco _naquela área e na do sinclinal de
DomBosco.
São conhecidos, também em Bico de Pedra, ao sudoeste de Ouro Prêto, na se-
quência do Supergrupo Rio das Velhas.
Mercúrio. O cinábrio ocorre próxinD a estação de DomBosco, no sinclinal ho
m5ni11D, na antuencia do Grupo Piracicaba do Supergrupo Minas. -
Carta de Previsão de Recursos Minerais. A análise da carta metalogenética da
Folha DivTnõpolis (SF.23-X-A), possibilitou a individualização de trinta e cinco(3S)
áreas COJlX)as mais promissoras para a exploração mineral, classificada segundo três
graus de potencialidade para determinados recursos minerais, cujos critérios encon-
tram-se explici tados na carta de previsão de recursos minerais. As trinta e cinco á-
reas compreendem as seguintes substâncias minerais. Ouro-prata e arsênio (6), ouro
(10), ferro-ferro/manganês-manganês-dolomita e ocre (1), ferro (1) ferro-manganês e
grafita (1), topãzio (1), dolomita-mármore-manganês-bauxita (1), urânio e ouro (2),
ant:im3nio (1), algarnatolito-grafita e cianita (1), talco (2), manganês (3) e estanho/
tântalo (3), grafita (1) e cobre, chumbo, zinco, antimônio e mercúrio (1), conforme
exposto na tabela 2.
Conclusão .
A análise metalogenética e de previsão de recursos minerais apresentou os
seguintes resultados:
divisa.
- Importância metalogenética da área de crosta antiga de idade arqueana in-
- Importâncià dos eventos tectono-magmáticos impostos a área de crosta anti
ga responsáveis, até o JlX)IDento,pelas mineralizações de estanho/tântalo e talco. -
-
Importância dos fa1hamentos profundos que reativados podem sediar concen-
trações epigenéticas, principalmente, auríferas.
cias
- Delimitação de áreas potenciais a prospecção mineral de várias substân-
minerais.
Identificação da necessidade de trabalhos geológicos específicos com objeti
vos metalogenéticos, tais COJlX):trabalhos sistemáticos de geo;ronologia, de geologiã
econômica (JIX)rfologia e gênese dos depÕsitos minerais), tectono-estruturais (datação
e caracterização dçs falhmrentos profundos), petrogenéticos, geofísicos (magnetome -
tria e gravimetria) e das implantações magmáticas (idade, tipo, rnorfologia, profundi
dade e etc.).___
- A Delineação das leis gerais que regem a distribuição espaço-temporal das
várias concentrações minerais.
Bibliografia Adicional.
Karfunkel, I e Noce, C.M. - 1983 - Desenvolvimento faciológico do Pré-cam -
briano Superior da região de Carandai-são João deI Rei,
Minas Gerais. Anais do II SimpÓsio de Geologia de Mi-
nas Gerais, Belo Horizonte (MG), BoI. n9 3: 16-29.
et alií - 1983 - A Formação Carandai no centro-sul do Es-
tado de Minas Gerais, Gênese, ambiente de deposição e
correlação. Anais do II Simpósio de Geologia de Minas
Gerais, Belo Horizonte (MG), BoI. n9 3: 30-37.
Pires, F. R. M.- 1983 - Greenstones as a part of the Minas Supe!,
group in the Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Bra
zil. Rev. Bras. Geoc. 13 (2).
3.531
..--------
PROJETO Mt.PAS 'ó~::~':'_Cc,::NÉTICOS
E DE PREVISÃO DE RECURSOS Mlr,ERAIS
MAPA DE LOCALIZAÇÃO
..
I,
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_ FOLHA DIVINÓPOLIS
- SF. 23- X-A
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PROJETO MAPAS METALOGENETI COS
E DE PREViSÃO DE RECURSOS MINERAIS
0IVINÓ~IS
FOLHA SF. Z3-X-A
.'.00'
20000'
~. . ~. .~ . . .........
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45"00'
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DIVISÃO TECTONO-GEOLÓGICA
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cinia \'\11'"
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