O sulfato (SO4) é a principal forma biodisponível que é reduzida pelos
autótrofos e incorporada às proteínas, sendo o enxofre um componente essencial em certos aminoácidos. No ciclo do enxofre, o principal reservatório está localizado no solo e nos sedimentos. Um reservatório menor ocorre na atmosfera (Figura 23). Três processos biogeoquímicos atuais liberam enxofre para a atmosfera: a formação de aerossóis devido à ação das ondas do mar, a atividade vulcânica e a respiração anaeróbica de bactérias redutoras de sulfatos. Um fluxo inverso ocorre a partir da atmosfera, envolvendo oxidação dos compostos de enxofre para sulfatos (SO4), que retornam à superfície terrestre principalmente pela ação das chuvas. Cerca de 21.000.000 toneladas por ano retornam ao ambiente terrestre e 19.000.000 toneladas por ano retornam para os oceanos. A erosão de rochas sobre a superfície terrestre contribui com cerca de 50% do enxofre que é drenado para os rios e lagos, o restante deriva de fontes atmosféricas. Ocorre também uma contínua incorporação de enxofre pelos sedimentos dos oceanos, principalmente através de processos abióticos que combinam o enxofre com o ferro. A ação humana interfere no ciclo do enxofre principalmente através da queima de combustíveis fósseis. Neste ciclo enfatiza-se o papel-chave desempenhado pelas bactérias de enxofre especializadas, que funcionam como uma “equipe de revezamento” na ciclagem do enxofre no solo, na água doce e nos brejos. Os processos conduzidos via micróbios em zonas anaeróbicas profundas em solos e sedimentos resultam dos movimentos ascendentes de gases de sulfeto de hidrogênio (H2S) em ecossistemas terrestres e pantanosos. A decomposição das proteínas leva a formação de sulfeto de hidrogênio. Uma vez na atmosfera, essa fase gasosa é convertida em outras formas, principalmente dióxido de enxofre (SO2), sulfato (SO4), dióxido de carbono (CO2) e aerossóis de enxofre (minúsculas partículas flutuantes de SO4). O dióxido de enxofre (SO2) lançado na atmosfera é oxidado e convertido em ácido sulfúrico (H2SO4), concentrando a precipitação em forma de chuva ácida deste composto químico em áreas onde há maior atividade industrial. Os aerossóis de enxofre refletem a luz do sol de volta para o céu, contribuindo para o resfriamento global e para a chuva ácida. Texto adaptado de: Hanazaki, N. et al.2009. Introdução à Ecologia. Biologia/UFSC. Florianópolis e Odum, E.P & Barret, G.W.2008. Fundamentos de Ecologia. São Paulo: Cengage Learning.