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Escola Secundária de Ponte da Barca

Trabalho realizado pela aluna Regina Cação

Trabalho de Português

AVALIAÇÃO ESCRITA E ORAL

Os Maias, de Eça de Queirós

Ponte da Barca

2022/2023
1- Apropriação de elementos relevantes sobre a biografia e obra de Eça de Queirós.

José Maria Eça de Queiroz foi um importante romancista português do século XIX. Suas
obras foram traduzidas em várias línguas. É considerado, até os dias de hoje, como sendo
um dos principais representantes do Realismo na Literatura Portuguesa. Fez parte do
movimento cultural denominado Geração de 70, em Portugal.
Biografia resumida:
- Nasceu em 25 de novembro, de 1845, na cidade portuguesa de Póvoa de Varzim. Sua
mãe se chamava Carolina Augusta Pereira de Eça de Queiroz (1826-1918) e seu pai José
Maria de Almeida Teixeira de Queiroz (1820-1901).
- Aos 16 anos, foi estudar Direito na cidade de Coimbra. Terminou a faculdade em 1866 e
passou a viver em Lisboa, trabalhando como advogado e jornalista.
- Seus primeiros trabalhos como escritor apareceram no Jornal Gazeta de Portugal.
- Trabalhou como administrador municipal no município de Leiria.
- Trabalhou também como cônsul de Portugal na Inglaterra. Esta época foi uma das mais
produtivas de sua carreira.
- Eça de Queiroz morreu, aos 54 anos, em 16 de agosto de 1900, na cidade francesa de
Neuilly-sur-Seine.
Principais características do seu estilo literário:
- Abordou, em suas obras, diversos temas. Porém, podemos observar algumas
características comuns em seus romances, como, por exemplo, abordagem de temas
cotidianos, descrição de locais e comportamento de pessoas, pessimismo, ironia e humor.
- Foi discípulo do escritor francês Gustave Flaubert, de quem recebeu grande influência
literária. Eça de Queiroz foi um dos pioneiros da literatura realista em Portugal.

Principais obras de Eça de Queiroz:

- A Cidade e as Serras (1901) - obra póstuma

- A Ilustre Casa de Ramires (1900)

- A Relíquia (1887)

- A Tragédia da Rua das Flores (1877-1878)

Os Maias, de Eça de Queirós

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- Contos e Prosas Bárbaras (1903) - obra póstuma

- O Crime do Padre Amaro (1875)

- O Mandarim (1880) - conto

- O Mistério da Estrada de Sintra (1870)

- O Primo Basílio (1878)

- Os Maias (1888)

- Uma Campanha Alegre (1890-1891)

- A Correspondência de Fradique Mendes (1900)

- A Capital (1925) - obra póstuma

- O Conde de Abranhos (1925) - obra póstuma

- Últimas páginas (1912) - obra póstuma

- Alves & Companhia (1925) - obra póstuma

3.1. Leitura contextualizada de um capítulo IX da obra

No Ramalhete, no final da semana, Carlos recebe uma carta a convidá-lo para jantar no
sábado seguinte nos Gouvarinhos. Dâmaso aparece de repente, pedindo para o Carlos
ver um doente “daquela gente brasileira”, os Castros Gomes.
Os pais tinham partido essa manhã para Queluz. Ao chegar ao hotel, Carlos verifica que
a pequena estava ótima. Carlos dá uma receita a Miss Sara, a governanta.
Carlos vai ficando cada vez mais íntimo dos condes de Gouvarinho e dá-lhe. Carlos
visita a condessa e dá-lhe um tremendo beijo, mesmo antes da chegada do Conde.
Passam-se três semanas e Carlos já esta farto da Condessa e dos encontros às
escondidas, quer ver-se livre dela. Combina então com Dâmaso, no Ramalhete, levar os
Castro Gomes aos Olivais, mas isto não se concretiza, pois, Castro Gomes foi para o
Brasil em negócios.
Chega o dia das corridas de cavalos. Lá encontra a Gouvarinho, que lhe propõe irem de
comboio até Santarém, uma vez que ela ia para o Porto, visitar o seu pai que estava
doente. Dormiam no hotel em Santarém e daí cada um partia para o seu destino.

Os Maias, de Eça de Queirós

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Entretanto, fazem-se as apostas e Carlos ganha 12 libras porque ganhou o cavalo
Vladimiro. Carlos encontra seu amigo, que lhe informa da viagem de Castro Gomes ao
Brasil e deixou a sua mulher sozinha três meses.
Embora discuta com Gouvarinho, acaba por ceder ao encontro em Santarém. Descobre
que a Gouvarinho alugou a casa à mãe de Cruges e vai lá com o pretexto de visitá-lo.

3.2.
3.3. Caracterização de três personagens presentes no referido capítulo, com recurso a
exemplos contextuais significativos

Carlos da Maia “Era de certo um formoso e magnifico moço…”


João de Ega “Um amigo de Carlos (um certo João de Ega)”
Condessa Gouvarinho Tem um romance com Carlos da Maia

3.4. Significado da obra


Retrata a sociedade e a mentalidade da época (realismo);
É uma metáfora para o percurso da “Geração de 70”, “os vencidos da vida”: começa
com grandes ambições, ilusões e fantasias, e acaba na desilusão e no desencanto.

Atualidade da obra
A sociedade descrita e retratada por Eça está ainda muito atual.
A sua atualidade reside também na linguagem utilizada no estilo literário de Eça de
Queirós. A linguagem é magnifica, nunca há-de sair de moda, mesmo que as
personagens tratadas em Os Maias desapareçam.

Os Maias, de Eça de Queirós

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O adultério, uma sociedade de aparências, luxo, festas, devassidão…

3.5- Referência de duas marcas de linguagem de Eça de Queirós e identificação de três


figuras de estilo, devidamente exemplificadas com segmentos contextuais do capítulo
em questão e explicitação da respetiva expressividade.

A obra Os Maias deve ser classificada literariamente como um romance; isto porque,
segundo as regras deste género literário, se trata de uma narrativa longa (mais extensa
do que o conto e a novela) em que surge mais do que uma linha de ação — embora, por
regra, domine uma principal e um número considerável de personagens. Por esse
motivo, multiplicam-se os espaços em que o enredo se desenvolve e o planeamento
temporal torna-se mais complexo.
Em termos de linguagem, a prosa de Eça de Queirós revela-se muito multifacetada e
que se adaptável. Os registos literários aparecem traços de grande beleza e com uma
construção frásica elegante e cuidada.
Na construção das falas das personagens, o poeta recorre aos registos familiar e corrente
e, casualmente, ao calão para reproduzir o humor da linguagem oral do português do
final do século.
No que diz respeito às figuras de estilo, a ironia é um recurso expressivo muito usado
por Eça, para retratar a sociedade daquela época. A ironia é uma figura de estilo que
confere leveza, encanto e humor à sua narrativa. Este recurso expressivo revela-se
adequado para denunciar as contradições e as falhas das personagens. A comparação e a
metáfora são figuras de estilo com grande importância na caracterização de certas
personagens e da vida lisboeta. Em tom irónico ou trocista, na boca de algumas
personagens a comparação e a metáfora são formas de caracterização insultuosa: por
exemplo, «a besta do Cohen». Facilmente a ironia se associa à metáfora na
caracterização de alguém, neste caso, o conde de Gouvarinho, acerca de quem Ega diz:
«— Tem todas as condições para ser ministro: tem voz sonora, leu Maurício Block, está
encalacrado, e é um asno!…». Noutros casos, a comparação, a metáfora e as imagens
tomam parte nas descrições artísticas de paisagens: «Iam ambos caminhando por uma
das alamedas laterais, verde e fresca, de uma paz religiosa, como um claustro feito de
folhagem.» Ou então, traduzem, de forma admirável, os estados de alma humana, como
no caso da metáfora: «os bigodes esvoaçando ao vendaval das paixões». Para

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caracterizar o vazio existencial de Pedro da Maia, diz-se que, para ele, «dias [são]
taciturnos, longos como desertos».

3.6 Identificação, no texto do capítulo em análise, com indicação da respetiva referência


bibliográfica (página e da linha), de um exemplo de:

a) oração coordenada (adversativa) “pois olhe Vilaça, preciso bem de dois contos de
reis, mas preferia que me trouxesse aí alguma coisa lucidez de espírito...” cap. IX p. 253

b) oração subordinada adverbial (temporal) “Enquanto se trata de tomar notas coligir


documentos, reunir materiais, bem lá vou indo…” cap. IX p.254

c) oração subordinada substantiva completiva” preferia que me trouxesse aí alguma


coisa lucidez de espírito...” cap. IX p. 253

d) oração subordinada relativa (explicativa) “Tinha destes dias terríveis; julgava-se


então uma «besta»; e a quantidade de folhas de papel, dilaceradas, amarfanhadas, que
lhe juncavam o tapete aos pés, davam-lhe a sensação de ser todo ele uma ruína …”

e) complemento obliquo “que lhe mete na algibeira para cima de dois contos de reis” p.
252

f) modificador do grupo verbal “Carlos espreguiçou-se, cruzando fortemente as mãos


por trás da cabeça” p. 253

g) predicativo do sujeito “O Governo não está contente com o Eusebiozinho?”

h) sujeito nulo subentendido (ou indeterminado) “Não se portou bem nas eleições” p.
253

i) complemento do nome “…e, qual é o seu horror, ao ver que lhe arranjara, em lugar de
uma espada artística, um sabre da Guarda Municipal” P. 257

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j) mecanismo de coesão textual (temporal) “Embrulhou-o logo num jornal, recusou à
pressa o almoço que lhe ofereciam, deu dois vivos Shake-hands, atirou o chapéu para a
nuca, ia abalar, quando a voz de Afonso o deteve:” p. 257

l) adjetivo com valor restritivo “Quando o Vilaça lhe apresentou os papeis, assinou-os
com um ar de moribundo.” P. 253

Bibliografia Indicada

- Cunha, J. A. da (2015). Eça de Queiróz: uma biografia. São Paulo: Companhia das
Letras.

- Saraiva, A. (2003). Eça de Queiróz: uma introdução à sua obra. São Paulo: Companhia
das Letras.

Disponível em https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Os-Maias-Guia/972580.html,
acedido em 01.05.2023

Disponível em
https://www.santillana.pt/files/DNLCNT/Priv/_11811_c.book/268/resources/
recursos_professor/u4_sistematizacao_os_maias.pdf, acedido em 01.05.2023

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