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Conteúdos Educacionais
Raquel Elias Carneiro1, Parcilene Fernandes de Brito1
1
Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA)
{raquelec,pfb}@ulbra-to.br
1. Introdução
A Web tornou-se nos últimos anos um extenso e complexo meio de comunicação, de
pesquisas, comércio e serviços. A proposta da Web Semântica é enriquecer os documentos
com informações complementares, de forma a contextualizar os dados e tornar mais
eficiente sua interpretação pela máquina. Isso está sendo possível, especialmente, através de
linguagens que permitem a descrição mais complexa dos dados, como a OWL, e através de
mecanismos para categorização e descrição dos dados, como as ontologias.
Este trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de uma ontologia para a
representação de conteúdos educacionais A criação de uma ontologia para este domínio
permite maior organização e coerência dos conteúdos dispostos em sistemas educacionais.
Com a construção da ontologia, os significados dos conteúdos estarão agregados ao
módulo, tornando-os preparados para atender aos requisitos da Web Semântica, fazendo
com que as consultas sejam mais precisas e atendam às reais necessidades dos usuários.
2. Ontologia
Para Guarino (1998) uma ontologia é “uma maneira de se conceitualizar de forma explícita
e formal os conceitos e restrições relacionados a um domínio de interesse”. Assim,
ontologia é um modelo abstrato com o intuito de representar conceitos de um determinado
domínio de forma clara e objetiva. Já Gruber (1993) complementa que é importante uma
ontologia ser também formal e compartilhada, isto é, ela deve ser formal no intuito de ser
processável por máquinas e poder ser compartilhada para um grupo de pessoas. Outra
característica importante sobre ontologia é ressaltada em Freitas (2005), e remete ao fato de
que uma ontologia não pode ser tratada apenas como uma hierarquia de conceitos, mas
também como um conjunto de relações, restrições, axiomas, instâncias e vocabulário. A
partir das definições de Guarino, Gruber e Freitas, conclui-se que uma ontologia é a
CARNEIRO, Raquel Elias; BRITO, Parcilene Fernandes de. Definição de uma Ontologia em OWL para Representação de
Conteúdos Educacionais. In: VII ENCONTRO DE ESTUDANTES DE INFORMÁTICA DO ESTADO DO TOCANTINS, 2005,
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descrição de um determinado domínio, o qual deve ser formal, compartilhável e composto
por um conjunto de conceitos e regras bem formalizadas.
São inúmeros os benefícios quando se define um domínio de interesse com
ontologias, como: compartilhamento do conhecimento, aplicação de uma ontologia
genérica para um domínio de conhecimento específico e compreensão semântica dos dados
do domínio. Para garantir que uma ontologia seja construída com qualidade é necessário
definir o domínio de conhecimento com objetividade, descrevendo o conhecimento
essencial ao domínio e definindo um vocabulário que evite interpretações ambíguas
(GRUBER, 1993).
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sintaxes diferentes, mas com significados semelhantes, possam ser retornados para o
solicitante.
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Figura 2. Recursos para definição do axioma ComposiçãoVideo
A finalidade da construção de um axioma para coleção de vídeos é proporcionar ao
usuário buscas mais específicas, por exemplo, por vídeos com gêneros já definidos. Para a
definição desse axioma é preciso, inicialmente, organizar os vídeos por gênero. Na figura 3
é apresentada uma coleção de vídeos do gênero educacional.
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Figura 4. Representação da classe Conteúdo em OWL
Para a definição da classe Conteudo foram utilizadas algumas propriedades
oferecidas pela linguagem OWL, como: minCardinality, para enumeração da cardinalidade;
equivalentClass para apresentar características semelhantes a outra classe e comment, para
atribuir comentários da classe definida.
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exemplo, a propriedade album possui como domínio a classe Audio e como valor, o tipo
string.
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Figura 8. Definição do axioma de vídeos educacionais, juntamente com a classe e
condição necessária, em OWL
Na definição do axioma para a união das classes que irão compor apostilas foi
necessário definir uma classe que receberá as instâncias da união desses conteúdos e então
a construção do axioma para a criação de apostilas. Na Figura 9, a definição da classe
Apostila pode ser vista na referência de número 1 e a criação do axioma na de número 2.
4. Considerações Finais
Com a discussão em torno da Web Semântica, têm surgido estudos e propostas na definição
de mecanismos adequados para a disponibilização de material didático, de forma que sejam
dispostos organizadamente e com coerência. No entanto, poucos são os modelos
especificadamente voltados à modelagem de conteúdos educacionais, como de Ludwig
(1997), Kawasaki (1996) e Munõz (2004). Além disso, como não existe um conjunto pré-
estabelecido de requisitos associados à atividade, cada modelo aborda aspectos distintos, os
quais podem ser adequados a um determinado cenário e inadequado para outros. Sendo
assim, tais limitações demonstram fatores importantes a serem considerados na modelagem
para conteúdos educacionais, como a necessidade de se determinar os requisitos e
modelagem com capacidade de poder reunir e aplicar, de forma consistente, a representação
dos conteúdos educacionais.
O presente trabalho inseriu-se neste contexto, propondo um modelo generalizado para
representação de conteúdos educacionais, podendo assim ser aplicável a qualquer cenário.
Para a elaboração do modelo genérico, buscou-se abordar de forma abrangente os requisitos
necessários para o modelo de conteúdos educacionais. Isso foi possível através de extensas
análises em trabalhos relacionados à representação de conteúdos, abordados de forma
específica, relacionando-se o que tinham em comum e os elementos que se julgou
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necessário acrescentar para obter uma maior abrangência. Visto que o desenvolvimento da
ontologia buscou definir de modo abrangente a representação de conteúdos educacionais,
tem-se como trabalho futuro à implementação de uma aplicação para a utilização da
ontologia, podendo-se utilizar a API JENA 2 Ontology. Assim, através da implementação
do modelo proposto será possível constatar sua eficiência na sistematização de conteúdos.
5. Referências
GUARINO, N. (1998), “Formal Ontology and Information Systems”. Disponível em:
http://www.loa-cnr.it/Papers/FOIS98.pdf Último acesso em 21 de setembro de 2005.
GUIZZARDI, Giancarlo. (2000), “Análise de Domínio e Ontologias”. Vitória, 2000.
Programa de Mestrado em Informática – Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória,
2000. Disponível em: <http://wwwhome.cs.utwente.nl/~guizzard/MSc/> Último acesso em
21 de setembro de 2005.
GRUBER, Thomas R. (1993), “A Translation Approach to Portable Ontology
Specification”. Disponível em: <http://tomgruber.org/writing/ontolingua-kaj-1993.pdf>
Último acesso em 20 de setembro de 2005.
HOLSAPPLE, C.W. e JOSHI, K.D. (2002), “A collaborative approach to ontology design”.
Disponível em: <http://portal.acm.org/citation.cfm?id=503124.503147> Último acesso em
22 de setembro de 2005.
KAWASAKI, E. I. and Fernandes, C. T. (1996), “Modelo para Projeto de Cursos
Hipermídia”. In VII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, pages 227–240, Belo
Horizonte, MG, 1996.
CARNEIRO, Raquel Elias; BRITO, Parcilene Fernandes de. Definição de uma Ontologia em OWL para Representação de
Conteúdos Educacionais. In: VII ENCONTRO DE ESTUDANTES DE INFORMÁTICA DO ESTADO DO TOCANTINS, 2005,
Palmas. Anais… Palmas: 2005.