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BELO HORIZONTE / MG
RECREAÇÃO E LAZER
Sumário
1 O JOGO COMO PRODUÇÃO HUMANA NAS DIFERENTES CULTURAS ......... 3
2.1 Os benefícios para o docente ao utilizar de formas lúdicas em suas aulas .... 28
10 BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 67
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A história dos jogos e brincadeiras, assim como a história de uma forma geral,
é uma construção humana que envolve fatores sócio-econômicos-culturais. Para
Elkonin (1998), o trabalho, como atividade humana transformadora da natureza, é
anterior a atividades como os jogos e a arte, estas atividades surgiriam em
conseqüência do trabalho humano e do uso de ferramentas. Esta concepção,
fortemente influenciada pelo marxismo é predominante nas análises de pesquisadores
soviéticos como Elkonin (1998), Vygotsky (1984; 1990) e Leontiev (1988), mas
também aparecem no trabalho de Benjamim (1984).
Fonte: sremetropb.blogspot.com
“Primeiro surge a guerra verdadeira, e a necessidade por ela criada, e logo depois, os
jogos de guerra para satisfazer essa necessidade” (PLEKHÁNOV, apud ELKONIN,
1998, p. 38). A brincadeira é a porta de entrada da criança na cultura, sua apropriação
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Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br
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Fonte: folclore23deagosto.blogspot.com
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[...] num pedaço de madeira, com doze partes côncavas, onde colocavam e
retiravam os a-i-u-s, pequenos frutos cor de chumbo, originário da África e de
forte consistência [...] tudo leva a crer que se trate do Wari ou mancala, um
jogo de damas encontrado em várias partes do mundo. (KISHIMOTO, 1993,
p. 58)
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Fonte: brasileirinhos.wordpress.com
Assim como ocorreu com a cultura lúdica portuguesa e africana, a indígena foi
marcada pela influência do folclore, essencialmente os contos, lendas e histórias
passadas de pai para filho. Os animais, presentes na cultura indígena, assumiam
papéis mágicos, sendo incluídos nos rituais religiosos de muitas etnias, conforme
lembra Kishimoto (1993, p. 60): “ algumas mães faziam para os filhos brinquedos de
barro cozido, representando figuras de animais e de gente, predominantemente do
sexo feminino”. Esse gosto pela imitação de animais permaneceu na cultura lúdica
infantil ao longo do tempo, sendo transferido para os brinquedos destinados tanto aos
meninos quanto à meninas, como é evidente nas feiras do interior do país, onde se
encontra facilmente brinquedos na forma de macacos, lagartixas, besouros e
tartarugas (FREYRE, 1963; KISHIMOTO, 1993).
Ainda sobre a influência das brincadeiras indígenas na cultura lúdica atual,
Cardim (apud KISHIMOTO, 1993, p. 1), comenta:
Tem muitos jogos ao seu modo, que fazem com muito mais alegria que os
meninos portugueses: nesses jogos arremedam pássaros, cobras e outros
animais [...] os jogos são muito graciosos e desenfadiços, nem há entre eles
desavenças, nem queixumes, pelejas, nem se ouvem pulhas, ou nomes ruins
e desonestos.
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Relata que durante os dois primeiros anos de vida, a criança fica permanentemente
sob os cuidados da mãe ou avó, descansando enquanto permanece amarrada às
costas da mãe, acompanhando-a nas mais diversas atividades, desde o banho no rio
até o trabalho na plantação. Ao crescer, a vida em grupo estimula a cooperação e a
atividade, quando uma criança ganha alguma fruta, imediatamente divide-a com outra.
Koch-Grünberg comenta, também, a ausência de brigas e xingamentos, reflexo do
modo de vida e educação dada às crianças.
A partir dos dois anos a educação de meninos e meninas diferencia-se. A
menina, desde muito cedo, auxilia sua mãe nos serviços domésticos e na plantação,
além de ajudar na criação dos irmãos. Tem pouco tempo livre e, quando o tem, imitam
suas mães, sempre com um fusozinho, preparando pequenas tecelagens. Já o
menino, ganha como primeiro brinquedo um chocalho de cascas de frutas ou unha de
veado que se amarra a uma boneca. Tão logo passa a engatinhar, brinca no chão com
pedrinhas ou pedacinhos de madeira, cava a areia e, às vezes, põe na boca um
punhado de areia, divertindo-se com um inseto amarrado a um fio (KISHIMOTO,
1993).
Koch-Grünberg (apud KISHIMOTO, 1993), relata que viu um indiozinho de
poucos anos de idade montar a cavalo em seu irmão maior, enquanto meninos
maiores de pião e matraca. Entre os wapischana, Grünberg encontrou um brinquedo
presente também no alto do rio Negro:
Outro jogo observado por Grunberg é o enigma, este jogo consiste em se cortar
um pedaço de cana de forma artística em três partes independentes, e que somente
com muita força se pode separá-las. Outro jogo praticado por tribos como os tapirapé,
taulipáng e xamacocó, é o jogo do fio. Presente até hoje entre os jogos tradicionais
brasileiros, este consiste em se fazer o maior número possível de figuras manipulando
um fio de algodão entre os dedos e pés, chegando a ser praticado entre os adultos
xamacocó.
O que intriga Kishimoto (1993), é que povos muito distantes como os esquimós
do Ártico, os índios da América do Norte e as tribos da África constróem figuras
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Fonte: sites.google.com
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a) Queimado/caçador;
b) Carniça;
c) Pique;
d) Cabra-cega;
e) Mamãe posso ir;
f) Peteca;
g) Amarelinha;
h) Chicotinho queimado;
i) Pau de sebo;
j) Cabo de guerra;
k) Totó/Pebolin;
l) Bambolê;
m) Ciranda, cirandinha;
n) Futebol de botão;
o) Peão;
p) Passa anel;
q) Estátua;
r) Palitinhos;
s) Malmequer;
t) Boca de forno;
u) Reco-reco;
v) Escravos de Jó;
w) Papagaio, Pipa, Arraia; Fonte: Kishimoto (1993).
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Fonte: www.luzdegaia.net
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Cerca de 1000 anos antes de Cristo a pipa era utilizada como forma de
sinalização, mas ao chegar ao Brasil, trazida pelos portugueses, a pipa se tornou
somente uma forma de diversão. Ela voa através da força dos ventos e é controlada
por uma corda que permite ao condutor deixá-la cada vez mais alta ou mais baixa.
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A ciranda, que é a dança mais famosa do Brasil, foi trazida de Portugal como
dança adulta, mas logo sofreu transformações e passou a alegrar as brincadeiras
infantis. É bastante utilizada ainda hoje em escolas, parques e espaços que prezam
as brincadeiras antigas, passando-as às novas gerações, mostrando sua importância
folclórica e cultural.
Brinquedo, brincadeira e jogo são termos que podem se confundir, uma vez que
a sua utilização varia de acordo com o idioma utilizado. Bomtempo e cols (1986),
Kishimoto (1994), Brougère; Wajskop (1997) e Baptista da Silva (2003) discutem as
dificuldades existentes na definição dessas palavras nas línguas francesa, inglesa e
portuguesa. Segundo os autores, cada idioma possui particularidades na utilização
das mesmas, o que as faz diferirem entre si.
Para a caracterização do objeto lúdico, cada idioma possui um termo próprio,
que identifica e designa o material concreto utilizado na brincadeira infantil. O vocábulo
brinquedo, utilizado no português, é jouet no francês e toy na língua inglesa, com clara
distinção semântica.
2DANTAS, Gabriela Cabral da Silva. “Brincadeiras e Brinquedos culturais"; Brasil Escola. Disponível
em: https://brasilescola.uol.com.br/cultura/brincadeiras-brinquedos-culturais.htm. Acesso em 05 de
agosto de 2019.
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Fonte: maesamigas.com.br
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Para esclarecer essa polissemia dos termos, Henriot (1983, 1989), Brougère
(1998) e Baptista da Silva (2003) dissertam sobre a necessidade de investigar a
utilização dessas palavras no contexto social e cultural no qual se encontram e são
empregadas. Biscoli (2005) tenta definir a diferenciação entre brincar e jogar pelo
aparecimento de regras. Conforme a autora, a utilização de regras pré-estabelecidas
designa o ato de jogar. “A brincadeira é a ação que a criança tem para desempenhar
as regras do jogo na atividade lúdica. Utiliza-se do brinquedo, mas ambos se
distinguem” (BISCOLI, 2005; p. 25).
Como se pode depreender, até este ponto, definir o que é brincadeira não é
uma tarefa simples, pois o que pode ser considerado como brincar, em determinado
contexto, pode não o ser em outros. Kishimoto (1994) conceitua o brinquedo como o
objeto suporte da brincadeira. Brougère; Wajskop (1997) vão um pouco mais além,
quando consideram o brinquedo um objeto cultural que, como muitos objetos
construídos pelos homens, tem significados e representações. Esses significados e
representações podem ser diferentes, de acordo com a cultura, o contexto e a época
no qual estão inseridos os objetos. Por exemplo, a boneca Barbie representa o padrão
de beleza feminina para a atual sociedade ocidental, todavia, em épocas passadas,
ela poderia representar falta de saúde e raquitismo. Para Sutton-Smith (1986), o
brinquedo é o produto de uma sociedade e, como objeto lúdico da infância, possui
funções sociais.
Quanto à função do brinquedo, Brougère e Wajskop (1997) esclarecem que ele
tem um valor simbólico que domina a função do objeto, ou seja, o simbólico torna-se
a função do próprio objeto. Um cabo de vassoura pode exemplificar esta relação entre
função e valor simbólico. A função de um cabo de vassoura pode mudar nas mãos de
uma criança que, simbolicamente, o transforma em um cavalo.
Fonte: colegiosantaluzia.com/
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Fonte: modernaeducacional.com
Brincar faz parte do esforço infantil para entender o mundo. A menina que
cuida de sua boneca, imita a mãe; as crianças que brincam de trabalhar com os pais,
estão, na verdade, tentando entendê-los, em princípio como pessoas, mas também
por suas ocupações, identificando seus atos (GARCIA & MARQUES, 2001).
Brincar é a atividade principal da criança, e é brincando que ela interage com
o mundo a sua volta, expressando seus valores, maneiras de pensar e agir. O jogo e
a brincadeira, além de educar, satisfazem uma necessidade natural (interior) da
criança. É uma atividade física e mental que integra várias dimensões do
desenvolvimento humano (cognitiva, afetiva e psicomotora). As atividades lúdicas são
formas de expressar a corporeidade, e desta forma a criança está operando sobre
objetos, interagindo com colegas e professor, desenvolvendo estruturas mentais,
sócio-afetivas e motoras (BURGOS, 1997).
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Fonte: efikazcursos.com.br
Conforme Dohme (2003), a partir daí o aluno passa a ver o professor de uma
forma mais próxima, não é o adulto que espera dele um comportamento sério que o
faça compreender as “coisas difíceis” que eles estão ensinando. Mas é o adulto que
de forma leve e alegre entra no “mundo da criança” para transmitir aquilo que sabe.
Dessa forma, atividades lúdicas, entre elas os jogos, quando bem orientadas,
tem ação preventiva e terapêutica, criando associações emocionais agradáveis que
favorecem a autoestima, os laços de companheirismo e a aprendizagem, por
produzirem equilíbrio entre as exigências e o prazer.
Professores são os profissionais preparados para auxiliar o aluno em seu
processo de aprendizagem, selecionando e organizando as informações e
direcionando as atividades escolares. Entretanto, suas vivências anteriores, pessoais
e como alunos, sustentam sua ação docente.
Ao utilizar o lúdico em sala, o professor precisa ter a consciência de que o
mesmo pode dar ou não os resultados esperados, uma vez que a atividade proposta
estará envolvida com múltiplos fatores, os quais irão variar de acordo com o grupo,
cabendo ao professor adaptar conforme o grupo com o qual pretende trabalhar, para
que isso ocorra com sucesso é necessário que o professor esteja capacitado, e,
sobretudo, consciente de que atividades e experiências alternativas, como o lúdico,
promovem a aprendizagem no aluno. Conforme aponta Carneiro (2011), “falta preparo
aos profissionais que atuam no mercado, mas acima de tudo, falta disponibilidade
para mudar”.
Segundo Moratori (2003, p.14), ao optar por uma atividade lúdica o educador
deve ter objetivos bem definidos. Esta atividade pode ser realizada como forma de
conhecer o grupo como qual se trabalha ou pode ser utilizada para estimular o
desenvolvimento de determinada área ou promover aprendizagens específicas (o jogo
como instrumento de desafio cognitivo).
De acordo com seus objetivos, o educador deve:
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Fonte: crisbelo-pedagogia.blogspot.com/
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Fonte: pinterest.com
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Primeiro momento: explicação que a atividade consiste em um pic pega que funciona
da seguinte maneira – o pegador estará correndo para pegar os fugitivos, ao pegar
essa pessoa ficará sentada com as pernas estendidas, ela estará simbolizando uma
salsicha.
Para ela voltar ao jogo duas pessoas devem sentar ao seu lado, simbolizando as duas
fatias do cachorro quente. Quando forma um cachorro quente elas voltam ao jogo.
Segundo momento: troque os pegadores a cada 2 minutos para dinamizar a
atividade.
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– nos dois últimos anos (4° e 5° ano) trabalhar os jogos pré-desportivos e jogos
recreativos. Exemplos:
Basquete Humano
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Fonte: galeria.colorir.com
HandNet
Toda atividade que a pessoa executa em seu tempo disponível, o lazer, visa
sempre a diversão, descontração, convívio social e que possa proporcionar para o
indivíduo uma sensação de bem estar.
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Fonte: freepik.com
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por não ter ainda entrado no “mercado produtivo”, e os idosos, por já ter saído deste
mesmo “mercado”.
Dessa forma, a classe social, o nível de instrução, a faixa etária, o sexo, entre
outros fatores, limitam o lazer a uma minoria da população, principalmente se
consideramos a frequência na prática e sua qualidade; são indicadores indesejáveis
e necessitam ser atacados por uma política que objetive a democratização cultural
(MARCELLINO, 2000).
A estimulação da prática do lazer, nas aulas de educação física, não deve ser
apenas um passatempo, ela deve estar focada em conteúdos, e visar o
desenvolvimento integral do aluno. Essa proposta se aplica a população em geral
quando se trata de lazer em locais fora do ambiente escolar.
Com as atividades físicas realizadas durante o lazer, podem-se desenvolver
elementos positivos, como a autonomia, criatividade, felicidade, diversão, igualdade e
integração.
Fonte: hoje.unisul.br
O jogo é uma atividade que pode ser muito importante quando o assunto é prática
do lazer. É uma atividade natural do ser humano e um elemento essencial para a
educação – para qualquer faixa etária. Além de tudo através de jogos é possível atingir
objetivos pedagógicos de forma prazerosa e agradável.
O movimento é a base da maioria das atividades físicas, através dele é
possível explorar o ambiente, e aprender sobre si mesmo e em relação ao mundo ao
seu redor. Desta forma ao praticar atividades ao ar livre, em praças, clubes, ciclovias
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Fonte: portaleducacao.com.br
Destes conceitos, o mais aceito é aquele que enfatiza a dicotomia entre tempo
de trabalho e de não-trabalho, elaborado por Dumazedier:
[...] um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre
vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda,
para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua livre capacidade
criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares
e sociais (Dumazedier, 1979, p.34).
Partindo deste conceito, Munné (1980) assinala algumas características
próprias que difere o lazer de outras atividades como liberatória, pessoal, hedonística
e desinteressada. A característica liberatória implica na relação com o trabalho onde,
no lazer, busca-se compensar um esforço que a vida profissional impõe, somando-se
o desgaste físico e emocional do próprio trabalho com as dificuldades de se viver num
grande centro, a insegurança, o barulho, o trânsito, entre outras. É de livre escolha e,
se ocorrer obrigação, deixa de ser lazer.
Também possui característica pessoal, pois as atividades de lazer atendem aos
interesses e necessidades de cada indivíduo, liberando-os do cansaço, da rotina, do
tédio.
É hedonística, pois as atividades de lazer são essencialmente prazerosas,
independente do resultado; o que vale é o objetivo inicial. Assim, pode ser que, no
final da festa a ressaca seja terrível, mas vale como atividade de lazer se o objetivo
inicial era a busca do prazer.
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Fonte: omundodolazeredarecreacao.blogspot.com
Uma nova forma de lazer tem sido muito explorada pelos resorts no Brasil. O
fenômeno conhecido como o ócio produtivo ou ócio do aprendizado centra-se no fato
de que os indivíduos ocupam seu período de férias na busca pelo aperfeiçoamento de
seus conhecimentos ou no aprendizado de novas habilidades.
Os meios de hospedagem aproveitam o tempo livre dos hóspedes para
oferecer-lhes algo mais do que água de coco e rede: cursos de equitação, mergulho,
rapel, oficinas de circo, gastronomia, artesanato, entre outros.
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TT = TN + [TLB + (TLV)]
Onde,
TT = Tempo Total
TN = Tempo Necessário para as atividades laborais necessárias a conseguir meios
para nossa sobrevivência
TLB = Tempo Liberado do Trabalho é aquele consumido para o cumprimento das
necessidades fisiológicas e sociais impostas.
TLV = Tempo Livre do Trabalho, onde o indivíduo pode, em um tempo livre, optar por
atividades que lhe seja possível exercer.
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6 LAZER E CONSUMO
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Fonte: trabalhoealiena.blogspot.com
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Fonte: kikimily.com.br
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7 O LAZER E A EDUCAÇÃO
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• 57% dos jovens estimam que os momentos mais importantes do dia se situam
geralmente fora dos estabelecimentos escolares;
• Somente 14% dos jovens manifestam realizar os objetivos da educação, mais
dentro da escola do que fora dela;
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Fonte: blog.conectaclassificados.com.br
Por outro lado, a educação para o lazer pode ter um efeito significativo na
participação em atividades de lazer e na satisfação de vida (Kanters e col., 1994 cit.
por Mota, 1997).
Mas o termo educação para o lazer acarreta diversas conotações. Para alguns,
significa transmitir informação relacionada com o lazer através do sistema
educacional. Tradicionalmente, a educação para o lazer tem sido vista como um meio
de transmissão de conhecimentos e habilidades para o lazer, através da oportunidade
de participação em programas de recreação, bem como em programas pós-escolares
(Mundy, 1976).
A educação para o lazer, ou a educação para o tempo livre, para sermos mais
abrangentes, tem como objetivo formar o indivíduo para que viva o seu tempo
disponível da forma mais positiva, sendo um processo de desenvolvimento total
através do qual um indivíduo amplia o conhecimento de si próprio, do lazer e das
relações do lazer com a vida e com o tecido social. Por tal, deve ser considerada como
um processo integral da vida diária da escola, no sentido de que é necessário ensinar
o lazer ativo.
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Dar conta deste potencial, no entanto, requer uma transformação nas práticas
educacionais para que venham a ser reconhecidos os valores do lazer, dotando os
alunos de instrumentos e conhecimentos necessários para que possam organizar a
sua própria vida, tanto do ponto de vista laboral, como do aproveitamento do seu
tempo livre.
Várias pesquisas demonstraram que as atividades de lazer no contexto escolar
facultam, entre outros aspectos, o bem-estar psicológico e o desenvolvimento pessoal
dos indivíduos que nelas participam (Driver e col., 1991 cit. por Beauregard e Ouellet,
1995).
Num excelente artigo de revisão acerca da ocupação dos tempos livres por
parte dos estudantes, Beauregard e Ouellet (1995) lembram que, no que diz respeito
às atividades de complemento curricular, as primeiras pesquisas foram iniciadas em
reação aos trabalhos de Coleman (1959; 1961), que alegava que a participação neste
tipo de atividades constituía um entrave ao êxito académico dos estudantes.
As conclusões de Coleman inscreveram-se numa abordagem dita "académica"
(Beauregard e Ouellet, 1995, p.376), que concebia a escola como um meio de
transmissão do saber formal e onde o primeiro objetivo era o sucesso escolar. Nessa
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meio escolar, ao elevado nível de motivação pela escola, ao baixo nível de absentismo
escolar, bem como a resultados académicos prósperos.
Sendo assim, a escola não pode alienar-se, por um lado, dos tempos livres dos
alunos, e por outro, das atividades de complemento curricular, que poderão ser uma
excelente alternativa a esses tempos desocupados de atividades curriculares. Esta
preocupação, que deverá ser concomitantemente um objectivo da escola (Bento,
1995), deverá ter em conta três preocupações fundamentais (Mota, 1997):
Em resumo, gostaríamos de ver a Escola cada vez mais próxima da vida do aluno
para que o aluno sinta a necessidade de integrar a Escola na sua vida. Este desígnio
poderá ser alcançado se entendermos as atividades físicas de complemento curricular
como algo que propícia a liberdade - já que são facultativas – e ao mesmo tempo que
formam e educam para a Liberdade.9
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De acordo com Andrade (2001), sob a forma da lei, ao poder público compete
a ordenação de recursos para a capacitação e estímulo da sociedade no
planejamento, criação, administração e desenvolvimento de mecanismos de
recreação e lazer nos locais em que haja necessidade, nos bairros e nas cidades,
assim como em locais de trabalho e centros de convivência social. A legislação
brasileira reconhece, através da Constituição, o lazer como exercício social,
determinando que ele ocorra através do repouso semanal remunerado, das férias
anuais e contemplação da aposentadoria, além do incentivo ao lazer como promoção
social.
Sendo a falta de lazer um dos problemas centrais da sociedade e que a
recreação favorece o bem estar físico e mental dos indivíduos, além de ser vantajosa
à economia e à cultura do grupo, o governo deve amparar, estimular, facilitar e
promover sua prática. Dentre algumas medidas que competem ao poder público,
encontram-se a reserva compulsória de áreas para recreação no planejamento
urbano; o recolhimento de tributos a serem aplicados na aquisição de novas áreas
para recreação e desenvolvimento de programas; a concessão de incentivos fiscais
às empresas privadas que ofereçam atividades recreativas ou que formem pessoal
especializado para operar na comunidade em que vivem.
Fonte: m.sabedoriapolitica.com.br
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Fonte: maceio.al.gov.br
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Costa (2000) constata que a opção por modalidades esportivas sob a ótica
ambientalista tem como motivação a superação de obstáculos na busca do
autoconhecimento, da auto realização, da satisfação pessoal, nas quais são
reintroduzidas as noções de jogo e de prazer, tais como a fantasia, o desejo, o sonho,
o desafio e a vertigem.
O esporte de aventura, sobretudo aquele realizado junto à natureza,
representa mais uma possibilidade de aproximação entre o indivíduo e o meio
ambiente, devido à interação com os elementos naturais e as suas variações, como
sol, vento, montanha, rios, vegetação densa ou desmatada, lua, chuva, tempestade,
desencadeando atitudes de admiração, respeito e preservação. Seria ingênuo
acreditar que o simples contato com a natureza fosse condição suficiente considerar
o indivíduo como defensor do meio ambiente.
Tais temáticas são muito amplas e ultimamente vêm merecendo grande
destaque, especialmente por parte da mídia, o que pode ser entendido como
colaboração ou também como gerador de problemas. A pluralidade de ideias e de
propostas práticas é fundamental para o debate educacional e para a consolidação da
representatividade social da Educação Física.
Aproximar três realidades, a Educação Física, o Meio Ambiente e a Escola, em
constante processo de atualização e transformação, demanda cuidados e ousadia.
São temáticas que isoladamente vêm merecendo um destaque significativo nos meios
de comunicação de massa, o que também deve ser olhado com ressalvas.
Os temas relacionados à análise dos ciclos corporais e suas relações com
os ciclos da natureza, as interferências climáticas, a disponibilidade e o estado de
conservação dos espaços públicos e privados de esporte e lazer como também os
espaços destinados às aulas de Educação Física, as relações que se constróem a
partir da aproximação entre as temáticas da saúde e do meio ambiente, a análise
crítica relacionada às propostas dos esportes de aventura como um estímulo à
preservação do meio ambiente, configuram-se como propostas e encaminhamentos
pedagógicos.
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10 BIBLIOGRAFIA
FERREIRA, S.L. et al. Recreação, jogos, recreação. Rio de Janeiro: Sprint, 1993
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