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UP CURSOS 2022

Psicologia Infantil

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A criança e o lúdico..............................................................................................2

Atividades lúdicas................................................................................................5

A importância do lúdico na educação infantil.......................................................8

Ensinando de forma lúdica................................................................................10

Escola Inclusiva.................................................................................................12

Jogos e brincadeiras..........................................................................................15

Uma forma de educar........................................................................................17

Estratégia educativa..........................................................................................21

Referências Bibliográficas.................................................................................25

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A CRIANÇA E O LÚDICO

Brincar supõe, de início, que no conjunto das atividades humanas, algumas


sejam repertoriadas e designadas como "brincar" a partir de um processo de
designação e de interpretação complexo. Não é objetivo desta comunicação
mostrar que esse processo de designação varia no tempo de acordo com as
diferentes culturas. O ludus latino não é idêntico ao brincar francês. Cada
cultura, em função de analogias que estabelece, vai construir uma esfera
delimitada (de maneira mais vaga que precisa) aquilo que numa determinada
cultura é designável como jogo.

O simples fato de utilizar o termo não é neutro, mas traz em si um certo corte
do real, uma certa representação do mundo. Antes das novas formas de
pensar nascidas do romantismo, nossa cultura parece ter designado como
"brincar" uma atividade que se opõe a "trabalhar " (ver Aristóteles e Santo
Tomás sobre o assunto), caracterizada por sua futilidade e oposição ao que é
sério. Foi nesse contexto que a atividade infantil pôde ser designada com o
mesmo termo, mais para salientar os aspectos negativos (oposição às tarefas
sérias da vida) do que por sua dimensão positiva, que só aparecerá quando a
revolução romântica inverter os valores atribuídos aos termos dessa oposição.

Seja como for, o jogo só existe dentro de um sistema de designação, de


interpretação das atividades humanas. Uma das características do jogo
consiste efetivamente no fato de não dispor de nenhum comportamento
específico que permitiria separar claramente a atividade lúdica de qualquer
outro comportamento. O que caracteriza o jogo é menos o que se busca do
que o modo como se brinca, o estado de espírito com que se brinca. Isso leva
a dar muita importância à noção de interpretação, ao considerar uma atividade
como lúdica.

Quem diz interpretação supõe um contexto cultural subjacente ligado à


linguagem, que permite dar sentido às atividades. O jogo se inscreve num
sistema de significações que nos leva, por exemplo, a interpretar como brincar,
em função da imagem que temos dessa atividade, o comportamento do bebê,
retomando este o termo e integrando-o progressivamente ao seu incipiente
sistema de representação. Se isso é verdadeiro de todos os objetos do mundo,
é ainda mais verdadeiro de uma atividade que pressupõe uma interpretação
específica de sua relação com o mundo para existir. Se é verdade que há a
expressão de um sujeito no jogo, essa expressão insere-se num sistema de
significações, em outras palavras, numa cultura que lhe dá sentido. Para que
uma atividade seja um jogo é necessário então que seja tomada e interpretada
como tal pelos atores sociais em função da imagem que têm dessa atividade.

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A cultura lúdica é, antes de tudo, um conjunto de procedimentos que permitem
tornar o jogo possível. Com Bateson e Goffman consideramos efetivamente o
jogo como uma atividade de segundo grau, isto é, uma atividade que supõe
atribuir às significações de vida comum um outro sentido, o que remete à ideia
de fazer-de-conta, de ruptura com as significações da vida quotidiana. Dispor
de uma cultura lúdica é dispor de um certo número de referências que
permitem interpretar como jogo atividades que poderiam não ser vistas como
tais por outras pessoas.

Assim é que são raras as crianças que se enganam quando se trata de


discriminar no recreio uma briga de verdade e uma briga de brincadeira. Isso
não é fácil para os adultos, sobretudo para aqueles que em suas atividades
quotidianas se encontram mais afastados das crianças. Não dispor dessas
referências é não poder brincar. Seria, por exemplo, reagir com socos de
verdade a um convite para uma briga lúdica. Se o jogo é questão de
interpretação, a cultura lúdica fornece referências intersubjetivas a essa
interpretação, o que não impede evidentemente os erros de interpretação.

A cultura lúdica é, então, composta de um certo número de esquemas que


permitem iniciar a brincadeira, já que se trata de produzir uma realidade
diferente daquela da vida quotidiana: os verbos no imperfeito, as quadrinhas,
os gestos estereotipados do início das brincadeiras compõem assim aquele
vocabulário cuja aquisição é indispensável ao jogo.

A cultura lúdica compreende evidentemente estruturas de jogo que não se


limitam às de jogos com regras. O conjunto das regras de jogo disponíveis para
os participantes numa determinada sociedade compõe a cultura lúdica dessa
sociedade e as regras que um indivíduo conhece compõem sua própria cultura
lúdica. O fato de se tratar de jogos tradicionais ou de jogos recentes não
interfere na questão, mas é preciso saber que essa cultura das regras
individualiza-se, particulariza-se. Certos grupos adotam regras específicas. A
cultura lúdica não é um bloco monolítico mas um conjunto vivo, diversificado
conforme os indivíduos e os grupos, em função dos hábitos lúdicos, das
condições climáticas ou espaciais.

O professor que utiliza as atividades lúdicas consegue conhecer o aluno não só


em questão da aprendizagem como também as questões relacionadas ao
desenvolvimento geral da criança. Com a brincadeira e o jogo a criança cria,
transforma, inventa, tornando o aprender um processo contínuo, simples,
complexo, mas prazeroso. Portanto ao considerarmos a escola como um
espaço de aprendizagem, entendemos que as atividades lúdicas como o
brincar e o jogar utilizados dentro da sala de aula contribuirão para o processo
de desenvolvimento infantil, sendo que o professor ao utilizar-se no ato
pedagógico dos aspectos lúdicos justifica o trabalho remetendo-nos a refletir
sobre esta proposta na tentativa de se compreender melhor o lúdico e

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minimizar os problemas em relação ao uso incorreto do lúdico dentro do
contexto escolar.

Nas ultimas décadas a educação vem procurando fazer reflexões sobre sua
própria identidade, onde as discussões abrangem conceitos, metodologia,
pesquisas e atuação profissional.

Desta maneira a educação infantil e fundamental I redirecionou seus objetivos


possibilitando, destacar dentro deste contexto escolar a importância do lúdico
para as crianças de (0á6anos). Possibilitando assim ao professor uma maneira
de avaliar e reavaliar como o lúdico foi utilizado no passado e como atualmente
ele é utilizado, mas não somente, como também a forma de utilizar do lúdico
com os alunos (educação do lazer e uma educação para o lazer). De modo que
as contribuições do brinquedo e do brincar não interferem no jogo e nem nas
diferentes formas de se utilizar do jogo.

Tudo isso se destaca, pois em cada fase da criança ela se utiliza do jogo de
acordo com seu desenvolvimento e aprendizado. Dentro desse novo pensar a
brincadeira pode ser fundamental para o desenvolvimento e a construção do
conhecimento em diversas áreas.

“Áries não cansa de afirmar que as brincadeiras e os divertimentos ocupavam


um lugar de destaque nas sociedades antigas”. (NEGRINE, 2000 apud KUDE,
1978, p.16).

Hoje o lúdico é estudado como algo fundamental do processo, fazendo com


que cada vez mais se produzam estudos de cunho cientifica para entender sua
dimensão no comportamento humano e se busquem novas formas de
intervenção pedagógica como estratégia favorecedora de todo o processo.
(NEGRINE, 2000, p.17).

Toda criança em processo de desenvolvimento vive buscando a cada momento


nova função e a construção de novas habilidades, o que as faz buscar uma
atividade que possibilite manifestar de forma intensa toda sua funcionalidade.

A criança que brinca apresenta um crescimento e um


desenvolvimento de forma natural.

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ATIVIDADES LÚDICAS

Atividade lúdica é todo e qualquer movimento que tem como objetivo produzir
prazer aquando de sua execução, ou seja, divertir o praticante. As atividades
lúdicas abrangem "os jogos infantis, a recreação, as competições, as
representações litúrgicas e teatrais, e os jogos de azar".

Sumariamente teríamos as seguintes características sobre elas:

 são brinquedos ou brincadeiras menos consistentes e mais livres de


regras ou normas;
 são atividades que não visam a competição como objetivo principal, mas
a realização de uma tarefa de forma prazerosa;
 existe sempre a presença de motivação para atingir os objetivos.
 pressupõe desafio e surpresa

Desde os filósofos gregos que se utiliza esse expediente para ajudar os


aprendizes. As brincadeiras e jogos podem e devem ser utilizados como
uma ferramenta importante de educação, pois somente o que é lúdico faz
sentido para a criança. Frequentemente, as atividades lúdicas também ajudam
a memorizar fatos e favorecem em testes cognitivos.

No contexto da Educação Física, as atividades lúdicas consistem em exercícios


físicos sadios e intensos. Os professores consideram que tais atividades
propiciam desafogo de dificuldades emocionais e sentimentos agressivos,
fortalecendo entre outras coisas a autoestima e a segurança.

Na educação infantil, as atividades lúdicas são mais empregadas no


aprendizado das crianças de 0 a 5 anos de idade, onde elas interagem umas
com as outras, desempenham papéis sociais (papai e mamãe), desenvolvem a
imaginação, criatividade e capacidade motora e de raciocínio. Alguns
educadores julgam necessário que as brincadeiras sejam direcionadas e
possuam um objetivo claro, sob o argumento de que são importantes no
desenvolvimento afetivo, motor, mental, intelectual, social, enfim no
desenvolvimento integral da criança.

A brincadeira é mais que passatempo, ela ajuda no desenvolvimento,


promovendo processos de socialização e descoberta do mundo.

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Segundo a pesquisadora Cassiane Knebel, o pedagogo consegue, a partir das
atividades lúdicas, exercer importantes transformações quanto relações
afetivas, psicomotoras e psicossociais de seus educandos. Ela afirma que: “O
trabalho justifica-se incorporando o lúdico como um grande fator para a
construção de conhecimento das crianças durante toda infância, e com isso
desenvolvendo através de atividades a imaginação, espontaneidade,
criatividade, sistema de representação de escrita/leitura.

Com isso é preciso que o lúdico seja diversificado diariamente nas escolas,
sendo esta uma proposta para o trabalho psicopedagógico. Cabe ressaltar que
se existissem nas escolas psicopedagogos trabalhando em prol destes alunos
com dificuldades de aprendizagem, o número de crianças certamente seria
bem menor. Dessa maneira, o trabalho está formatado numa pesquisa
bibliográfica, a fim de melhor entender esse tema que possui vasta importância
nos dias de hoje.

É fundamental trazer a memória que, contrário ao que o senso comum


considera, a utilização das atividades lúdicas não se restringe aos primeiros
dois anos de vida.

Essas são funcionais durante todo o período de vivencia da infância já que o


uso das atividades lúdicas atua nas habilidades linguísticas, metacognitivas,
cognitivas e sócio afetivas. Tal processo se dá através da interpretação indireta
e simbólica das situações envoltas pela brincadeira. No mundo hodierno existe
uma remodelação da gnose lúdica.

Trazendo à luz as novas mídias e tecnologias inseridas na infância, é


necessário que exista uma análise das transformações decorrentes da
influencia da televisão, internet, aparelhos celulares, tablets e demais
inovações. Logo, para inserir o lúdico no cotidiano escolar de uma criança e
chamar sua atenção, pode-se utilizar de recursos como cruzadas onlines e
quizes.

“Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, entre outros significados, em sua


versão latina, escola quer dizer “divertimento, recreio” e, em sua versão grega,
“descanso, repouso, lazer, tempo livre, hora de estudo, ocupação de um
homem com ócio, livre do trabalho servil.”

O lúdico, nessa visão, é um auxiliadora à recuperação do sentido origina da


palavra “escola”. Dentre as atividades mais conhecidas estão o Jogo da
Memória, Bingo, Dominó, Palavras Cruzadas e Caça-palavras.

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Exemplos de Brincadeiras:

Oficina de fantoches: com rolos de papel-higiênico ou papel toalha cortado ao


meio, ou ainda pacotes para pipoca, mais canetinhas, giz de cera, pedaços de
lã, cola branca e enfeites à sua escolha, é possível criar fantoches divertidos
com as crianças e depois montar até um teatro.

Oficina de carrinhos: garrafa pet, tampinhas das garrafas, cola colorida, gliter
e papel colorido são os itens básicos para montar os carrinhos, que podem ser
puxados por um pedaço de lã.

Circuito do saci: no pátio da escola distribua bambolês, cones e deixe um


espaço para corrida. A ideia é que em um pé só elas possam percorrer o
circuito todo.

Vôlei de lençol: é simples. Divida equipes de seis alunos e dê lençóis de casal


para cada uma. A intenção é fazer com que, em grupo, eles façam a bola
passar de um lado ao outro da rede. Uma bola de vôlei de praia pode facilitar.

Quebra cabeça: distribua revistas e peça para que os alunos escolham figuras
de propagandas. Em seguida, com canetas, eles deverão fazer formas que
possam, após o recorte, se encaixar. Após isso, eles devem cola a folha em um
pedaço de cartolina e papel cartão e recortar as peças.

Advinha o que é: o professor sai da sala com um aluno e diz a ele uma
palavra. Quando ele voltar terá de representar aos colegas o que lhe foi
passado. O restante da sala é dividida em dois grupos.

Futebol de dois: separe duplas e depois amarre os pulsos dos alunos com um
lenço. A intenção é que haja trabalha em equipe para que conquistem pontos
no jogo.

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A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O lúdico na educação infantil tem sido um dos instrumentos que fomentam um


aprendizado de qualidade para a criança, a partir das técnicas que promovem o
desenvolvimento das habilidades fundamentais nesse processo.

Nesse sentido, esse trabalho tem a finalidade de compreender a inserção da


criança e das atividades lúdicas no contexto da educação infantil e os reflexos
dessa prática em seu desenvolvimento global.

Para tanto, utilizou-se uma pesquisa de natureza bibliográfica e elencou-se


assuntos pertinentes para esse entendimento. Desse modo, foi explanado
sobre a história do brincar, o lúdico na educação infantil e a importância do
brincar. A partir dessas ideias houve um entendimento de que as brincadeiras
com objetivo pedagógico favorecem o processo de ensino-aprendizagem e
tornam o sujeito mais consciente de seu papel na sociedade.

O lúdico na educação infantil tem sido uma das estratégias mais bem
sucedidas no que concerne à estimulação do desenvolvimento cognitivo e de
aprendizagem de uma criança. Essa atividade é significativa por que
desenvolvem as capacidades de atenção, memória, percepção, sensação e
todos os aspectos básicos referentes à aprendizagem.

A escola e o educador atuam em parceria a fim de direcionar as atividades com


o intuito de desmontar a brincadeira de uma ideia livre e focar em um aspecto
pedagógico, de modo que estimulem a interação social entre as crianças e
desenvolva habilidades intelectivas que respaldem o seu percurso na escola.

De acordo com Wajskop (2007), a brincadeira, desde a antiguidade, era


utilizada como um instrumento para o ensino, contudo, somente depois que se
rompeu o pensamento românico passou-se a valorizar a importância do
brincar, pois antes, a sociedade via a brincadeira como uma negação ao
trabalho e como sinônimo de irreverência e até desinteresse pelo que é sério.
Mas mesmo com o passar do tempo o termo brincar ainda não está tão
definido, pois ele varia de acordo com cada contexto, os termos brincar, jogar e
atividade lúdica serão usados como sinônimos.

A brincadeira encontra-se presente em diferentes tempos e lugares. Desse


modo, cada brincadeira tem um significado no contexto histórico e social que a
criança vive. As brincadeiras experienciadas ao longo do tempo também estão
vivas na vida das crianças, porém, com diferentes formas de brincar. Nesse
sentido, elas são renovadas a partir do poder de recriação e imaginação de
cada um.

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Conforme Kiskimoto (2000, p.32) “Para Piaget ao manifestar a conduta lúdica,
a criança demonstra o nível de seus estágios cognitivos e constrói
conhecimentos”.

Inserir brincadeiras, jogos, atividades interativas nos primeiros anos da


educação infantil é algo que tem favorecido o percurso da criança da escola.
Através do lúdico a criança começa a desenvolver sua capacidade de
imaginação, abstração e aplicar ações relacionadas ao mundo real e ao
fantástico.

A brincadeira vai desde a prática livre, espontânea, até como uma atividade
dirigida, com normas e regras estabelecidas que têm objetivo de chegar a uma
finalidade. Os jogos podem desenvolver a capacidade de raciocínio lógico, bem
como o desenvolvimento físico, motor, social e cognitivo.

Uma atividade lúdica é uma atividade de entretenimento, que dá prazer e


diverte as pessoas envolvidas. O conceito de atividades lúdicas está
relacionado com o ludismo, ou seja, atividades relacionadas com jogos e com
o ato de brincar.

Os conteúdos lúdicos são muito importantes na aprendizagem. Isto porque é


muito importante incutir nas crianças a noção que aprender pode ser divertido.
As iniciativas lúdicas nas escolas potenciam a criatividade, e contribuem para o
desenvolvimento intelectual dos alunos.

Um texto ou discurso lúdico é uma produção cultural que é capaz de divertir o


leitor ou ouvinte. É essencial para chamar a atenção e para persuadir outras
pessoas.

O jogo não é colocado como um passo primeiro a determinada função cultural


como uma simples transformação do jogo para a cultura, mas reconhece-se a
cultura como possuidora de um caráter lúdico e que, sobretudo em suas fases
mais primitivas, se processou segundo as formas e no ambiente do jogo.

Os jogos, brinquedos e brincadeiras são inerentes ao universo infantil.

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ENSINANDO DE FORMA LÚDICA

O trabalho sobre o lúdico na Educação Infantil objetiva investigar como as


atividades lúdica contribuem para o desenvolvimento da aprendizagem. A
atividade lúdica desenvolve na criança várias habilidades como a atenção,
memorização, imaginação, enfim, todos os aspectos básicos para o processo
da aprendizagem, que está em formação.

Sendo a educação infantil a base da formação sócio educacional de todo


cidadão, o lúdico se constitui num recurso pedagógico eficaz que envolve o
aluno nas atividades, permitindo a criança se desenvolver cognitivamente.

A maioria das crianças começa a reconhecer algumas letras entre as idades de


2 e 3 anos, e por volta dos 5 anos já consegue identificar praticamente o
alfabeto completo. Isso significa que é possível começar a ensinar o alfabeto
desde cedo, por volta dos 2 anos, mas não se deve exigir da criança o domínio
completo por algum tempo.

Crianças menores são atraídas principalmente por elementos visuais e do seu


cotidiano. Por isso é possível começar a estimulá-las ensinando as letras das
cores e dos animais, por exemplo. Além disso, contar histórias e estimular o
interesse por livros é um hábito importante para a criança ter contato com
textos impressos desde cedo.

Incentivar a criança a escrever o próprio nome costuma ser um dos primeiros


passos para familiarização com o alfabeto. Os pais podem estimular isso de
várias formas: pendurar letras do alfabeto formando o nome na porta do quarto,
pedir para a criança assinar o nome no desenho que fez, ou então colocar ímãs
de letras na geladeira para ela brincar. Uma hora, a criança vai entender que
essas letras, juntas, representam seu nome, levar esse aprendizado para todas
as outras palavras.

0 a 3 anos: Nessa idade a criança demonstra curiosidade por ouvir histórias,


por isso é importante estimular o gosto por livros e o hábito da leitura. A criança
gosta de repetição, então sempre pede para os pais contarem de novo as
histórias preferidas. Começam a demonstrar interesse em escrever o seu
próprio nome e até a imitar a escrita em seus desenhos.

4 a 5 anos: Nessa fase a criança já conseguem escrever seu próprio nome e


reconhecer esse conjunto de letras como uma palavra. É comum que comecem
a escrever palavras e pequenas frases nos seus desenhos. Além disso,

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também já gostam de ouvir histórias mais longas e contar as que conhecem.
Recitam rimas, trava línguas, parlendas e cantam as músicas favoritas de
memória.

6 a 7 anos: Nessa faixa etária, muitas crianças já conseguem escrever frases e


pequenos textos formando sentido. Os erros ortográficos são comuns e
naturais nessa fase, já que a grafia correta se estabelece com o tempo. No
Brasil, o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa prevê que os alunos
sejam alfabetizados até o 3º ano do Ensino Fundamental.

Músicas

Cantar músicas do alfabeto para a criança é uma das formas mais comuns de
introduzir as letras, tanto no idioma materno como para uma segunda língua. O
ritmo e a repetição são fatores que ajudam a memorizar a ordem das letras no
alfabeto, facilitando a identificação de cada uma delas separadamente.

Livro personalizado do alfabeto

Livros que mostram o alfabeto são uma ótima forma de incentivar o contato
com as letras desde muito cedo. As imagens e os estímulos visuais junto ao
texto incentivam a criança a associar as letras com as palavras e coisas que
ela já conhece.

Caixa de areia Montessori

Uma ótima atividade para iniciar o treino da escrita é a caixa de areia do


alfabeto, proposta pela pedagogia Montessori. Na verdade, essa atividade
pode ser usada para diferentes treinos motores.

Para fazer a atividade, é preciso ter cartas para cada letra e uma caixa de
areia. A criança observa a carta, passando o dedo em cima do contorno da
letra, e depois a letra na areia.

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ESCOLA INCLUSIVA

O lúdico é importante na educação infantil, pois, é através dele que a criança


vem a desenvolver habilidades para a aprendizagem se efetivar.

A educação lúdica sempre esteve presente em todas as épocas entre os povos


e estudiosos, sendo de grande importância no desenvolvimento do ser humano
na educação infantil e na sociedade.

Os jogos e brinquedos sempre estiveram presentes no ser humano desde a


antiguidade, mas nos dias de hoje a visão sobre o lúdico é diferente. Implicam-
se o seu uso e em diferentes estratégias em torno da pratica no cotidiano.

Assegurar a todos a igualdade de condições para o acesso e a permanência na


escola, sem qualquer tipo de discriminação, é um princípio que está em nossa
Constituição desde 1988, mas que ainda não se tornou realidade para milhares
de crianças e jovens: meninas e adolescentes que apresentam necessidades
educacionais especiais, vinculadas ou não a deficiências.

A falta de um apoio pedagógico a essas necessidades especiais pode fazer


com que essas crianças e adolescentes não estejam na escola: muitas vezes
as famílias não encontram escolas organizadas para receber a todos e, fazer
um bom atendimento, o que é uma forma de discriminar.

A falta desse apoio pode também fazer com que essas crianças e adolescentes
deixem a escola depois de pouco tempo, ou permaneçam sem progredir para
os níveis mais elevados de ensino, o que é uma forma de desigualdade de
condições de permanência.

Em 2003, o Brasil começa a construir um novo tempo para transformar essa


realidade. O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação
Especial, assume o compromisso de apoiar os estados e municípios na sua
tarefa de fazer com que as escolas brasileiras se tornem inclusivas,
democráticas e de qualidade.

O olhar crítico para a história da humanidade revela, com muita clareza, que
nenhuma sociedade se constitui bem sucedida, se não favorecer, em todas as
áreas da convivência humana, o respeito à diversidade que a constitui.
Nenhum país alcança pleno desenvolvimento, se não garantir, a todos os
cidadãos, em todas as etapas de sua existência, as condições para uma vida
digna, de qualidade física, psicológica, social e econômica.

A educação tem, nesse cenário, papel fundamental, sendo a escola o espaço


no qual se deve favorecer, a todos os cidadãos, o acesso ao conhecimento e o
desenvolvimento de competências, ou seja, a possibilidade de apreensão do

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conhecimento historicamente produzido pela humanidade e de sua utilização
no exercício efetivo da cidadania.

Escola inclusiva é aquela que garante a qualidade de ensino educacional a


cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e
respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades.

Assim, uma escola somente poderá ser considerada inclusiva quando estiver
organizada para favorecer a cada aluno, independentemente de etnia, sexo,
idade, deficiência, condição social ou qualquer outra situação. Um ensino
significativo é aquele que garante o acesso ao conjunto sistematizado de
conhecimentos como recursos a serem mobilizados.

Em uma escola inclusiva, o aluno é sujeito de direito e foco central de toda


ação educacional; garantir a sua caminhada no processo de aprendizagem e
de construção das competências necessárias para o exercício pleno da
cidadania é, por outro lado, objetivo primeiro de toda ação educacional. A
escola inclusiva é aquela que conhece cada aluno, respeita suas
potencialidades e necessidades, e a elas responde, com qualidade
pedagógica.

Obs.: Para que uma escola se torne inclusiva há que se contar com a
participação consciente e responsável de todos os atores que permeiam o
cenário educacional: gestores, professores, familiares e membros da
comunidade na qual cada aluno vive.

O projeto político-pedagógico de uma escola é o instrumento teórico-


metodológico, definidor das relações da escola com a comunidade a quem vai
atender, explicita o que se vai fazer, porque se vai fazer, para que se vai fazer,
para quem se vai fazer e como se vai fazer.

É nele que se estabelece a ponte entre a política educacional do município e a


população, por meio da definição dos princípios, dos objetivos educacionais, do
método de ação e das práticas que serão adotadas para favorecer o processo
de desenvolvimento e de aprendizagem das crianças e adolescentes da
comunidade. Seu desenvolvimento requer reflexão, organização de ações e a
participação de todos - professores, funcionários, pais e alunos, num processo
coletivo de construção. Sua sistematização nunca é definitiva, o que exige um
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planejamento participativo, que se aperfeiçoa constantemente durante a
caminhada.

Abaixo uma sugestão de itens que deverão compor a elaboração de um Projeto


Político-Pedagógico:

1. Caracterização sociopolítica da escola

2. Caracterização estrutural da escola

3. Caracterização funcional da escola

4. Caracterização da comunidade na qual a escola se encontra inserida

5. Caracterização da demanda

6. Caracterização das necessidades educacionais da demanda

7. Princípios

8. Objetivo geral

9. Objetivos específicos

10. Estratégias de ação:

• Políticas

• Administrativas

• Didático-pedagógicas

11. Metodologia de ensino

• Para construção de conhecimento

• Para formação de competências

12. Metas quantitativas e qualitativas

13. Avaliação

• Indicadores quantitativos

• Indicadores qualitativos

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JOGOS E BRINCADEIRAS

A brincadeira, na antiguidade, era vista como uma negação ao trabalho, tida


como desinteresse pela pessoa que não levava a vida a sério (Wajskop, 2007).
Segundo alguns estudos da antropologia e etnografia realizados por Elkonin
(1998), foi descoberto que nas sociedades primitivas as crianças pouco
brincavam, elas estavam mais envolvidas com trabalhos laborais adultos, o que
consequentemente implica dizer que a preocupação naquela época era voltada
principalmente para o sustento da própria existência. Com isso, também, o
indivíduo emancipava-se muito cedo.

A criança era vista como um adulto em miniatura. Executava os mesmo


serviços de um adulto. A única brincadeira identificada era o jogo das
imitações das atividades adultas. Somente mais tarde, com uma melhor
compreensão e conforme a evolução histórico-cultural da
comunidade/sociedade, é que os limites entre a infância e a vida adulta foram
reconhecidos e desta forma as crianças puderam desfrutar do brincar como
atividade (NOVAES, 2004).

Piaget fala que o ser humano quando nasce, nasce como se fosse um papel
em branco, apenas com instintos básicos. Corrêa e Bento (s.d.) confirmam com
tal pensamento ao colocar que o infante não nasce sabendo brincar e esse
aprendizado, ele adquire através da interação social por intermédio de outras
crianças e adultos. É através do contato com os objetos que descobre as
inúmeras formas de brincar. Por meio desse processo e das descobertas é que
os processos cognitivos, de assimilação, acomodação e percepção do mundo
e sobre si ocorrem.

Corrêa e Bento (s.d.) afirmam que o brincar é de extrema importância para o


desenvolvimento humano, para a organização de seus pensamentos e
sentimentos. O processo imaginativo propicia a regulação de ações
e emoções da própria criança. A brincadeira desencadeia sensação de bem-
estar, pois acaba por livrar-se do lixo psíquico como a angústia e tristeza ou
qualquer outro sentimento negativo que seja prejudicial ao seu
desenvolvimento.

O brincar nada mais é do que uma maneira mais fácil de compreender como se
dá a leitura de mundo da criança e como é a realidade em que vive, mas
também facilita o processo de aprendizado de forma mais eficaz (MALUF,
2003).

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Santos (1999) faz um levantamento do enfoque teórico pertinente às
brincadeiras através de diversos pontos de vista:

Filosofia: e uma contraposição da realidade. Tanto a razão quanto


a emoção humanam devem estar juntas com a ação.

Sociologia: trata-se da inserção da criança na sociedade. É através da


brincadeira que ela passa a assimilar as crenças, hábitos, moralidade,
costumes sociais necessários para a vida em comunidade.

Psicologia: está presente durante todo o desenvolvimento infantil, sendo parte


indispensável para modificar seu comportamento.

Criatividade: é através dela que cria-se os signos de objetos e atitudes.

Pedagogia: Visto como uma estratégia e aliado eficaz na aprendizagem do ser


humano.

É brincando que se aprende. Portanto, a brincadeira se torna uma necessidade


básica do ser humano, assim como saúde, educação, cultura, habitação e
nutrição. Tida como necessária para um desenvolvimento psicossocial
saudável de um indivíduo, pois é por ela que apreende-se os signos,
desenvolve-se a autoestima, afetividade, estimula o raciocínio (DALLABONA;
MENDES, 2004)

A etimologia da palavra lúdico é oriunda do latim e tem como


significado: brincar. Neste brincar estão inclusos o divertimento, jogos e
brinquedos. Também relaciona-se ao sentido literal da ação de uma pessoa
que brinca, se diverte e joga (CASTAGINI;BABY, s.d) .

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UMA FORMA DE EDUCAR

Atualmente a educação infantil é dividida em Creches (crianças de 0 a 03 anos)


e pré-escola (crianças de 04 a 05 anos), primeiramente é importante
compreender que por muito tempo as crianças pequenas foram
historicamente desconsideradas, os espaços dos quais as crianças eram
atendidas, visavam apenas o cuidado, os profissionais que atuavam nesses
ambientes não tinham como objetivo a formação das crianças, pois as mesmas
eram consideradas como “pequenos adultos” o foco principal era o cuidar, ou
seja, esses locais possuíam apenas caráter meramente assistencialista ,
principalmente para as camadas mais pobres.

Após anos de lutas sociais surgem leis a favor da criança, com a


promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil (1988), as
creches e pré-escolas passaram a fazer parte da educação, sendo dever do
Estado garantir à criança o direito e a gratuidade em frequentar creches e
pré-escolas, conforme Leite Filho (2001, p. 31) “[…] foi um marco decisivo na
afirmação dos direitos da criança no Brasil”. Com isso, as creches que eram
apenas a caráter assistencialista, através da Constituição de 1988 avançam,
pois dão entrada no campo educacional.

Após dois anos (1990), é aprovada o Estatuto da Criança e do Adolescente, o


que fortifica ainda mais o direito da criança ao mundo dos direitos humanos.
Além da Constituição Federal de 1988, do Estatuto da Criança e do
Adolescente de 1990, com a lei nº 9.394/96, LDB – Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional fica estabelecida que seja garantido o desenvolvimento
integral em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social da criança de
0 a 5 anos de idade, e a Educação Infantil passa a ser definida como a
primeira etapa da Educação Básica.

Por meio dessas afirmativas, a criança passa a ser reconhecida como sujeito
de direitos, ser social, cultural e histórico, o que torna imprescindível que a
escola seja um ambiente não focado apenas no Cuidar, mas devendo criar
condições para o progresso da criança, fornecendo uma educação de
qualidade, colaborando efetivamente para o desenvolvimento da criança.

A Educação Infantil obteve avanços e conquistas da qual a criança passou a


ser reconhecida como sujeito social e histórico que faz parte de uma
sociedade, que tem voz, que são protagonistas de suas vidas, tendo potencial
e sendo sujeito de direitos, conforme o RCNEI (1998, v. 01, p. 21) “As
crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que
sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio”. Porém, ainda
estamos diante de um grande impasse em relação ao Cuidar, Educar e Brincar
nas instituições de caráter educativo, uma vez que muitas de nossas

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instituições ainda priorizam o Cuidar, utilizando momentos lúdicos apenas para
distração, ou ainda desconsideram as especificidades da criança e por
meio do Educar, elaboram metodologias que busca precocemente preparar a
criança para o Ensino Fundamental, excluindo o tempo do Brincar.

O Cuidar, Educar e Brincar na Educação Infantil é de fundamental importância


e pode contribuir significativamente para a construção de conhecimentos e
desenvolvimento das potencialidades e capacidades da criança, pois é notório
que a criança é um ser que está em constante desenvolvimento, mas que deve
ser estimulada a fim de adquirir seu pleno desenvolvimento.

Portanto, é papel da instituição de educação Infantil fornecer condições para


esse desenvolvimento, sendo necessária que as atividades sejam
devidamente planejadas, intenciona lizadas, contextualizadas e
significativas a fim de possibilitar que a criança tenha prazer em executá-
las, deve ser entrelaçado práticas entre o Cuidar, Educar e
Brincar constantemente a fim de que a criança possa fortalecer vínculos
afetivos, sentir segura e acolhida nos momentos do cuidado, mas que ao
mesmo tempo possa ser instigada a adquirir novas aprendizagens, ou ainda
que o momento de aprendizagem possa ocorrer de modo espontâneo e
prazeroso sendo direcionadas por meio de brincadeiras, vivenciando
experiências significativas e condizentes com sua faixa etária.

O Cuidar não se resume aos cuidados de uma forma simplista, é


fundamental comprometimento, tempo e proximidade por parte do professor,
no qual deve perceber que o outro é um sujeito ativo e capaz, que deve ser
ouvido e respeitado, sendo um ser que necessita desenvolver- se de modo
pleno e autônomo, ou seja, o Cuidar necessita construir vínculos entre quem
cuida e quem é cuidado, envolve habilidades em observar
as especificidades, individualidade, ideias e emoções da criança e ajudá-la
em todos os seus aspectos.

O Cuidar faz parte essencial das instituições de caráter educativo para crianças
pequenas, o RCNEI (1998, v. 01), corrobora que o Cuidar envolve questões
afetivas, biológicas, como alimentação e cuidados com a saúde e higiene da
criança e que não há como ter educação se não há cuidado, ou seja, o Cuidar
é parte integrante da educação.

O Cuidar na perspectiva da Educação Infantil, segundo Jaqueline Cunha


(2010) é uma ação cidadã, da qual os professores necessitam estar atento e
ter consciência dos direitos das crianças, que é um ser ativo em todo o
processo, devendo contribuir eficientemente para que haja crescimento e
desenvolvimento da criança, considerando as necessidades da mesma, o que
tornará o educador mais humano. Para Sonia Kramer (2005), o cuidado tem
como foco o outro, e o adulto deve ser receptível e sensível, percebendo e

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suprindo as necessidades da criança, tais atitudes exigem proximidade, tempo
e entrega. Conforme o RCNEI (1998, v. 01, p. 24) “A base do cuidado humano
é compreender como ajudar o outro a se desenvolver como ser humano.
Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades”.

O Educar por sua vez tem forte relação com as instituições escolares, o
Educar é amplo não devendo ser considerado como “transferência
de conhecimentos”, mas envolve propiciar experiências e situações
significativas de aprendizagens que colaborem para que a crianças e já
protagonista, construindo seus próprios conhecimentos, uma prática que
possibilita que a criança desenvolva capacidades, para a conquista de sua
autonomia e independência.

O Educar exige que o professor busque instigar as crianças a ter “vontade” de


aprender, despertando o interesse para que seja gerada o desenvolvimento de
habilidades socio afetivas, cognitivas e psicomotoras no qual o sujeito
constantemente adquire novos conhecimentos. O educar na educação infantil
ultrapassa a educação formal, necessitando a colaboração dos profissionais no
qual deve respeitar as limitações de cada criança, deve ainda possibilitar
estratégias a fim de que as capacidades infantis sejam de fato estimuladas e
seu potencial se autodesenvolva.

O Educar deve guiar e orientar a criança a fim de que a mesma obtenha


resultados positivos para o seu desenvolvimento humano, para as crianças
pequenas o Educar deve ser associado ao Brincar, pois conforme Adriana
Lima (2002, p. 33), “Não existe nada que a criança precise saber que não
possa ser ensinado brincando […]”, a autora ainda ressalta que se determinada
coisa não é possível se transformar em um jogo, então não será proveitoso à
criança.

Sobre o Brincar, atualmente ainda é entendido por muitos profissionais da área


da educação, como uma atividade de ocupação de tempo, Crislaine Salomão
(2013) corrobora que o Brincar é uma linguagem que a criança utiliza para
promover a interação entre os demais, e que através do Brincar, há o
desenvolvimento de habilidades, autonomia e criatividade por envolver o
direito de comunicar-se, conviver e aprender.

O Brincar é necessário ao ser humano, por meio do lúdico o indivíduo pode


desenvolver-se socialmente e culturalmente, construindo novos c o n h e c i
m e n t o s , conforme o RCNEI (1998, v. 01), o Brincar é uma atividade
necessária no cotidiano escolar que favorece a autoestima da criança,
possibilitando que a mesma vivencie experiências, o que contribui para o seu
desenvolvimento.

De acordo com os RCNEI, (1998, v. 02, p. 22) “Brincar é uma das atividades
fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia”, Portanto,

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o Brincar é fundamental na vida das crianças permitindo que as mesmas se
expressem, vivencie emoções, possibilitando a troca de conhecimentos,
interiorizando o mundo que a cerca e contribuindo para formação de sua
identidade.

Porém conforme Cyrce Andrade (2010) há por parte do professor


de Educação infantil, a falta de atenção às brincadeiras livres, não sendo
programada e estruturada, sendo vista geralmente como menos importante.
Além disso, conforme o RCNEI (1998, vol. 01 p. 31) “A interação social em
situações diversas é uma das estratégias mais importantes do professor para a
promoção de aprendizagens pelas crianças”.

É fundamental que o educador propicie uma diversidade de situações que


garantam a troca de conhecimentos, das quais as crianças possam expressar-
se, interagir, dialogarem e brincarem contribuindo para sua autonomia e
autoestima.

As brincadeiras na Educação Infantil é ferramenta de suma importância para a


criança, pois através do Brincar, a criança constrói emoções e sentimentos
colaborando para o seu desenvolvimento, portanto no Cuidar e Educar faz-
se de suma relevância considerar a ludicidade e explora- lá como
ferramenta de grande valia no ambiente de Educação Infantil, pois o brincar é
inerente à criança.

Todavia é ainda comum alguns professores utilizar o Cuidar, Educar e Brincar


de forma fragmentada e sem conexão, o que nos leva à conclusão de que há
uma grande barreira entre teoria e a prática. Rosa Batista (1998) enfatiza que
há uma série de fatores que dificultam as instituições escolares exercerem sua
função, que engloba considerar e valorizar os reais interesses e necessidades
infantis, para o autor é fundamental implementar propostas de caráter
educacional- pedagógico que proporcione às crianças a vivência real dos seus
direitos.

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ESTRATÉGIA EDUCATIVA

É importante entender que uma vivência recreativa sempre será lúdica.


Entretanto, um elemento lúdico nem sempre faz parte do universo da
recreação. Vamos entender melhor esta relação:

Lúdico, segundo Freinet (1998), pode ser apresentado como:

“ Um estado de bem-estar que é a exacerbação de nossa necessidade de


viver, de subir e de perdurar ao longo do tempo. Atinge a zona superior
do nosso ser e só pode ser comparada à impressão que temos por uns
instantes de participar de uma ordem superior cuja potência sobre-
humana nos ilumina. ”

Deste modo, o lúdico não está relacionado a uma vivência, dinâmica,


experiência ou prática, mas a uma sensação, a um estado de espírito, a uma
condição humana. Podemos ter, por exemplo, uma parede lúdica pelo simples
fato de esta parede transmitir, a quem olha, uma sensação agradável, divertida,
sedutora. Podemos ter, em um cardápio de um restaurante, pratos lúdicos por
sua apresentação colorida, criativa, estimulante.

Podemos, dentro da mesma linha de raciocínio, ter um carro lúdico, uma roupa
lúdica, um livro lúdico, mesmo que estes elementos não criem uma prática
vivencial.

Do mesmo modo, podemos, também, ter jogos lúdicos, aulas lúdicas, palestras
lúdicas, programas de tevê lúdicos, uma gestão lúdica de uma empresa etc...
Deste modo, o lúdico também faz parte do universo do lazer, do
entretenimento, da decoração, da arquitetura, da educação, entre outros.

Ao mesmo tempo, o lúdico traça um paralelo muito forte com a recreação uma
vez que todo programa recreativo deve ser, obrigatoriamente, lúdico.

Assim como o esporte e a atividade física, o jogo e a brincadeira representam


parte importante do escopo da recreação, mas esta não se basta naqueles.

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O jogo é estratégia importante para alguns momentos onde se visa ao trabalho
com regras, o desenvolvimento coletivo, o desempenho em equipe, o aprender
a ganhar ou perder, entre outros conteúdos recreativos.

A brincadeira, por sua vez, se incorpora com constância na recreação, por seu
contexto lúdico e divertido.

Entretanto, existem jogos não recreativos, como as competições esportivas e


os jogos de azar, por exemplo. Assim, também existem brincadeiras que não
são recreativas, como a brincadeira de se satirizar um amigo, as brincadeiras
de "mau gosto" como "passar o pé" no colega de sala, colar um bilhete nas
costas de um colega com frases negativas, entre outras.

Esta estratégia deve ser implementada em qualquer tipo de contexto educativo,


no sentido de garantir a eficácia do processo de ensino e aprendizagem.

Alves (2009) faz referência ao facto de não ser novidade que as atividades que
as crianças vivem mais intensamente, são todas aquelas que estão
relacionadas com meios de educação lúdica, tais como brincadeiras, jogos e
histórias.

De acordo com os estudos de Alves (2009), no entanto, o interesse do ser


humano pelas atividades lúdicas no que diz respeito à educação, já é antigo,
no sentido da estimulação da aprendizagem e respetivo desenvolvimento. É
possível observar essa esfera da história, ao remeter para a Grécia antiga, em
cujos estudos já demonstravam o foco de Platão e Aristóteles na importância
do lúdico para a educação das crianças (Alves, 2009).

No entanto, a conotação de infância e a importância da brincadeira como parte


importante e integral desta fase de desenvolvimento, só começou, oficialmente,
a ganhar terreno, no século xviii, quando se implementa o lúdico como parte
imprescindível da educação infantil (Alves, 2009).

Os estudos levados a cabo por Pontes e Alencar (s.d.) permitiram que as


autoras percebessem que a educação lúdica, em contexto infantil, tem a
capacidade de atrair as crianças com muito mais facilidade para a
aprendizagem, promovendo atividades como a dança, a educação física, a
música e as brincadeiras.

Quando se observam as crianças em contexto de aprendizagem sem


atividades lúdicas as autoras referem que se pode perceber que a atenção das
mesmas dispersa e o interesse na aula diminui (Pontes, & Alencar, s.d.). A par
disso, percebe-se ainda que, a supervisão dos professores e responsáveis
pelas crianças, é muito importante mesmo durante os intervalos das aulas
(Pontes, & Alencar, s.d.). Nestas circunstâncias, sem qualquer tipo de
supervisão, as crianças brincam dispersamente, sem nenhum objetivo

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específico associado à brincadeira que pudesse ter uma conotação didática
(Pontes, & Alencar, s.d.).

Tendo em conta todas as variáveis envolventes na associação entre a


aprendizagem e a atividade lúdica no contexto educativo, é necessário
desenvolver mais programas didáticos que conjuguem as duas vertentes, no
sentido de promover o desenvolvimento da criança (Pontes, & Alencar, s.d.).

“… a atividade lúdica tem uma importância notável pois é através dela que a
criança constrói seu próprio mundo.”

(Pontes, & Alencar, s.d.).

Assim, de acordo com Pontes e Alencar (s.d.) a educação lúdica parece ter
uma eficácia bastante mais significativa no que diz respeito ao
desenvolvimento da linguagem, através de conversas, gestos e manuseamento
de brinquedos, aquando do qual, a criança se vai expressando, em grupo, o
que lhe acomete a capacidade de construir relacionamentos interpessoais.

Alves (2009) corrobora a importância dos relacionamentos interpessoais


estimulados nas brincadeiras de grupo, quando foca as brincadeiras
relacionadas com diferentes personagens que as crianças encarnam.

Podemos dizer mesmo que a importância de brincar pode ser observada no


que diz respeito ao desenvolvimento psicomotor, quando a criança mexe nos
brinquedos que tem à sua disposição (Pontes, & Alencar, s.d.). A par do
manuseamento de brinquedos, o saltar, o dançar, o correr e outras atividades
que impliquem o movimento do corpo, promovem o desenvolvimento da
coordenação motora (Pontes, & Alencar, s.d.).

A ludicidade, presente no vocabulário corriqueiro de muitas pessoas, é


compreendida simplesmente como sinônimo de jogo, mormente ligada ao
universo infantil.

A relação entre brincadeiras e educação é essencialmente próxima, pois é


possível conhecer o mundo e a si mesmo por meio do brincar. Este é um dos
conceitos de Johan Huizanga (19872-1945), historiador e linguista holandês
que escreveu a obra Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura, em 1938.

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Outro a estabelecer diálogo entre brincar e aprender foi o bielo-russo Lev
Vigotskyi (1896-1934). Para ele, essa relação começa desde o primeiro dia de
vida, muito antes de a criança frequentar a escola. O ato de brincar desenvolve
a memória, a criatividade e o contato com diferentes pessoas, objetos e
símbolos. Deixar a criança brincar também a ajuda a adquirir autonomia.

As brincadeiras proporcionam o desenvolvimento integral (biológico, cognitivo,


social, cultural e afetivo) das crianças, fazendo com que experimentem e
reproduzam o mundo à sua volta, comuniquem seus sentimentos, medos e
desejos. Trabalhar com o lúdico no universo infantil, permeado de fantasias,
sonhos e de possibilidades de experimentar o mundo, é tão necessário quanto
a exploração da capacidade de raciocínio.

Para colocar em prática a relação entre brincadeiras e educação, é preciso


conscientizar a família e os educadores que, além do lazer, o lúdico
proporciona o aprendizado sobre o mundo e a vida em sociedade, ajudando a
estimular competências socioemocionais nas crianças ao lidar com pontos de
vista diferentes, resolução de problemas e frustrações.

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