Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO ABSTRACT
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 5. n. 26. p. 100-106. Março/Abril. 2011. ISSN 1981-9927.
101
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 5. n. 26. p. 100-106. Março/Abril. 2011. ISSN 1981-9927.
102
objetivo de testar os diferentes aparelhos superior direito do corpo e pinçou a dobra logo
comercializados e a especificidade de suas acima da crista ilíaca no sentido vertical,
equações preditivas para diferentes segundo a linha média axilar. Estas medidas
populações, a fim de obter evidências acerca foram tomadas na ordem: tríceps, supra-ilíaca
da validade, precisão e confiabilidade das e abdômen, por três vezes.
medidas. Para o cálculo da estimativa da
O presente estudo visa isso, pois têm densidade corporal foi utilizada a equação do
como objetivo comparar o aparelho de BIA somatório das três dobras desenvolvidas por
310e da Biodynamics, as fórmulas preditivas Guedes (1994), onde Densidade corporal =
de Oppliger, Nielsen e Vance (1991) e Lukaski 1,17136 - 0,06706 log (TR + SI +AB), e para
e Colaboradores (1986), a técnica de DC %G, a equação de Siri (1961), %G=[(4.95/DC)
usando equação de Guedes (1994) com a PH, - 4.50] X 100.
a qual é considerada padrão ouro, no que diz Em seguida foi realizada a análise de
respeito ao %G dos atletas da categoria peso- BIA, a qual requer a colocação precisa de
pesado da Seleção Brasileira de Judô. quatro eletrodos, que foram posicionados em
pontos anatômicos conforme a padronização
MATERIAIS E MÉTODOS sugerida por Lukaski e Colaboradores (1986) e
Heyward e Stolarczyk (1996). Antes da
Amostragem colocação dos eletrodos na pele dos sujeitos,
Foi analisada uma amostra formada foi feita limpeza dos pontos de contato com
por 6 voluntários do sexo masculino, atletas de algodão embebido em álcool. O avaliado foi
judô, da categoria peso-pesado (> 100Kg), posicionado deitado em decúbito dorsal, em
com idade entre 23 e 29 anos (24 ± 3,1anos uma maca, sem portar relógio ou qualquer
[média ± dp]), todos os atletas avaliados são outro objeto metálico (Heyward e Stolarczyk,
da Seleção Brasileira de Judô, e encontram-se 1996; Kushner, 1992; National Institutes of
nas seis primeiras posições do ranking Health, 1996) e ficou repousando durante
nacional. cinco minutos antes das tomadas das
medidas.
Procedimentos O %G foi fornecido diretamente pelo
Todas as medidas foram realizadas aparelho da marca Byodinamics, através de
em um mesmo dia, no IPCEFEX, na parte da equações já programadas pelo fabricante no
manhã. Os atletas foram orientados a ficarem próprio instrumento. Após obter dados de
em jejum de 12 horas e não consumir álcool reatância e resistência, pelo aparelho, foi
nem cafeína nas 24 horas precedentes. Além calculado o %G através das fórmulas
de não realizar atividade física intensa e propostas por Oppliger, Nielsen e Vance
suspender medicação diurética, (1991), onde a massa livre de gordura (MLG)
respectivamente, nas 4 e 24 horas (Kg) = 0,734 (AL2/R) + 0,116 (PC) + 0,096
precedentes. (XC) - 3,152 e Lukaski e Colaboradores
Inicialmente, foram aferidas as (1986), onde MLG (Kg) = 1,949 + 0,701 (PC) +
medidas de estatura e massa corporal e a 0,186 (AL2/R).
obtenção das três DC, segundo a proposta de Por fim, foi realizada a mensuração
Costa (2001), nos seguintes locais: tríceps da densidade corporal pela técnica da PH. O
(TR), supra-ilíaca (SI) e abdômen (AB). A indivíduo foi avaliado trajando sunga na
dobra triciptal foi medida na parte posterior do posição sentada, conforme descrição de
braço direito, sobre o músculo triciptal, no Pollock e Wilmore (1993). Para tal, estava com
ponto médio entre o acrômio e o olécrano, a bexiga esvaziada e sem ter realizado
pinçando-se a pele e o tecido subcutâneo atividade física por período de 12 horas. Após
entre o polegar e o indicador, onde se aplicou entrar no tanque, foi preso um lastro de 3,5
o plicômetro 1 cm abaixo dos dedos que quilogramas na cintura, visando facilitar a
pinçavam a prega, sendo a leitura feita após 2 imersão total na água e sentou na cadeira de
a 3 segundos no milímetro mais próximo. A pesagem. Após estabilizar a respiração,
dobra abdominal foi medida à 3 cm da lateral imergia e liberava todo o ar possível dos
direita da cicatriz umbilical e 1 cm abaixo do pulmões, realizando uma expiração forçada.
centro da mesma. Para a medida da supra- O registro da pesagem foi realizado após o
ilíaca, afastou-se levemente o membro máximo esforço expiratório, estando o sujeito
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 5. n. 26. p. 100-106. Março/Abril. 2011. ISSN 1981-9927.
103
Realizou-se ANOVA para medidas Bonferroni, onde foi observada diferença entre
repetidas entre os dados obtidos pelo aparelho os resultados obtidos por PH e a fórmula
de BIA, fórmulas de predição, assim como proposta por Oppliger, Nielsen e Vance
entre estes e as medidas obtidas pelo (1991).
somatório das DC e PH. Os resultados A seguir, calculou-se o coeficiente de
indicaram haver diferenças significativas para correlação de Pearson (r) entre os métodos
as estimativas de %G fornecidas. analisados. Os resultados encontram-se na
Posteriormente, aplicou-se o teste post-hoc de tabela 3.
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 5. n. 26. p. 100-106. Março/Abril. 2011. ISSN 1981-9927.
104
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 5. n. 26. p. 100-106. Março/Abril. 2011. ISSN 1981-9927.
105
Departamento de Educação Física do Instituto percentage body fat from anthropometry and
de Biociência da Universidade Estadual bioelectrical in Singaporean and Beijing
Paulista. 1995. Chinese. Asia Pacific Journal of Clinical
Nutrition. Vol. 9, Num. 2. 2000. p.93-98.
2- Baumgartner, R.N.; Chumlea, C.; Roche, A.
F. Bioeletrical impendance for body 11- Diaz, J.V.; Immink, M.; Gonzales, T.
composition. Exercise and Sport Science Bioimpendance or anthropometry? European
Reviews. Vol.18. 1990. p.193-224. Journal of Clinical Nutrition. V.43. Num.2.
1989. p.129-137.
3- Buscariolo, F.F.; Catalani, M.C.; Dias,
L.C.G.D. Comparação entre os métodos de 12- Fogelholm, M.; Van Marken-Lichtenbelt,
bioimpedância e antropometria para avaliação W. Comparison of body composition methods:
da gordura corporal em atletas do time de a literature analysis. European Journal of
futebol feminino de Botucatu/SP. Revista Clinical Nutrition. Vol. 51. Num.8. 1997. p. 495-
Simbio-logias. Vol.1. Num.1. 2008. p.122-129. 503.
4- Buskirk, E.R. Underwater weighing and 13- Franchini, E.; Takiti, M.Y. Avaliação da
body density: a review of procedures. In: composição corporal. Revista Ippon Judô. São
Brozek J.; Henschel, A. Techniques for Paulo. Vol.1. Num. 10. 1997. p.9.
measuring body composition. Washington DC.
National Academy of Science. 1961. p.90-105. 14- Franchini, E.; Del Vecchio, F.B.;
Matsushigue, K.A; Artioli, G.G. Physiological
5- Caton, J.R.; Molé, P.A.; Adams, W.C.; profiles of elite judo athletes. Sports Medicine.
Heustis, D.S. Body composition analysis by Vol.41. Num.2. 2011. p.147-166.
bioeletrical impedance: effect of skin
temperature. Medicine and Science in Sports 15- Guedes, D.P. Composição corporal:
and Exercise. Vol.20, Num.5. 1988. p. 489- princípios, técnicas e aplicações. 2ª edição.
491. Londrina: APEF. 1994
6- Costa, R.F. Composição corporal: teoria e 16- Guedes, D.P. Recursos antropométricos
prática da avaliação. São Paulo. Manole. para análise da composição corporal. Revista
2001. Brasileira de Educação Física e Esporte. Vol.
20. Num.5. 2006. p.115-119.
7- Callister, R.; Callister, R.J, Staron, R.S.;
Fleck, S.J.; Tesch, P.; Dudley, G.A. 17- Goldman, H.I; Becklake, M.R. Respiratory
Physiological characteristics of elite Judo function tests: normal values of medium
athletes. International Journal Sports Medicine. altitudes and the prediction of normal results.
Vol.12. 1991. p.196-203. American Review of Tuberculosis and
Respiratory Disease. Vol. 79. 1959. p.457-67.
8- De Lorenzo, A.; Bertini, I.; Iacopino, L.;
Pagliato, E.; Testolin, C.; Testolin, G. Body 18- Heyward, V.H.; Stolarczyk, L.M. Applied
composition measurement in highly trained body composition assessment. Champaign, IL.
male athletes. A comparison of three methods. Human Kinetics, 1996.
Journal of Sports Medicine and Physical
Fitness. Vol. 40. Num. 2. 2000. p.178-183. 19- Jackson, A.S.; Pollock, M.L.; Graves, J.E.;
Mahar, M.T. Reliability and validity of
9- Demice, R.; Rosa, F.T. Pregas cutâneas Vs bioeletrical impendance in determining body
impedância bioelétrica na avaliação da composition. Journal Applied of Physiology.
composição corporal de atletas: uma revisão Vol.64. Num.2. 1988. p.529-534.
crítica. Revista Brasileira de cineantropometria
e desempenho humano. Vol. 11. Num. 3. 20- Juzwiak, C.R. Avaliação do conhecimento
2009. p.334-340. e das recomendações nutricionais adotadas
por técnicos de atletas adolescentes.
10- Deurenberg, P.; Deurenberg-Yap, M.; Dissertação de Mestrado. São Paulo.
Wang, J.; Lin, F.P.; Schmidt, G. Prediction of
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 5. n. 26. p. 100-106. Março/Abril. 2011. ISSN 1981-9927.
106
Universidade Federal de São Paulo. Escola Clinical Nutrition. V. 64. Num. 3. 1996. p.469S-
Paulista de Medicina. 2001. 471S.
21- Kushner, R.F. Bioelectrical impedance 30- Silva, A.M.; Fields, D.A; Quitério, A.L;
analysis: a review of principlesn and Sardinha, L.B. Are skinfold-based models
applications. Journal of the American College accurate and suitable for assessing changes in
of Nutrition. Vol.11. Num.2. 1992. p. 199-209. body composition in highly trained athletes?
The Journal of Strength & Conditioning
22- Lukaski, H.C.; Bolonchuk, W.W.; Hall, Research. Vol.23. Num. 6. 2009. p.1688-1696.
C.B.; Siders, W.A. Validation of tetrapolar
bioelectrical Impedance method to assess 31- Siri, W.E. Body composition from fluid
human body composition. Journal Applied of spaces and density. In: Brozek, J.; Henschel,
Physiology. Vol. 60. Num. 4. 1986. p.1327- A. Techniques for measuring body
1332. composition.Washington DC. National
Academy of Science. 1961. p. 223-244.
23- Lukaski, H.C.; Johnson, P.E.; Bolonchuk,
W.W.; Lykken, G.I. Assessment of fat-free 32- Stewart, A.D.; Hannan, W.J. Prediction of
mass using bioelectrical impedance fat and fat-free mass in male athletes using
measurements of the human body. The dual X-ray absorptiometry as the reference
American Journal of Clinical Nutrition. Vol. 41, method. Journal of Sports Sciences. Vol. 8.
Num. 4. 1985. p. 810-817. Num. 4. 2000. p.263-274.
24- McArdle, W.D.; Katch, F.; Katch, V.L. 33- Webster, B.L.; Barr, S.I. Body composition
Fisiologia do exercício: energia nutrição e analysis of female adolescent athletes:
desempenho humano. Avaliação da comparing six regression equations. Medicine
composição corporal. 6a edição. Rio de & Science in Sports & Exercise. Vol. 25. Num.
Janeiro. Guanabara Koogan. 2007. p.775-810. 5. 1993. p. 648-653.
25- National Institutes of Health. Bioelectrical 34- Yannakoulia, M.; Keramopoulos, A.;
impedance analysis in body composition Tsakalakos, N.; Matalas, A.L. Body
measurement: National Institutes of Health composition in dancers: the bioelectrical
Technology Assessment Conference impedance method. Medicine & Sciene in
Statement. The American Journal of Clinical Sports & Exercise. Vol. 32. Num.1. 2000.
Nutrition. Vol.64. Num. 3. 1996. p.524S-32S. p.228-234.
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 5. n. 26. p. 100-106. Março/Abril. 2011. ISSN 1981-9927.