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Quem Somos
Somos os filhos da água, os guerreiros pataxós símbolo de resistência a mais de 510 anos.
Somos originários do Sul da Bahia e na década de 70 uma família migrou para Minas Gerais devido a conflitos com fazendeiros,
nessa época houve considerável dispersão dos pataxós.
Atualmente vivem em Minas Gerais mais de 300 indígenas pataxós divididos em 6 aldeias nos municípios de Carmésia, Açucena,
Candonga e Itapecirica. Dentre as quais fazemos parte da aldeia do município de Carmésia.
No estado de Minas Gerais, os Pataxó vivem em sete comunidades, das quais quatro -- Sede, Imbiruçu, Retirinho e Alto das Posses
– estão localizadas na Terra Indígena Fazenda Guarani, município de Carmésia; Muã Mimatxí, em um imóvel cedido à Funai pelo
Serviço de Patrimônio da União, no município de Itapecerica; Jundiba/Cinta Vermelha, no município de Araçuaí e também habitada
pelos Pankararu; e Jeru Tukumâ, em Açucena.
As comunidades de Minas Gerais se formaram, indiretamente, a partir dos episódios do “Fogo de 51” e da criação do Parque
Nacional do Monte Pascoal (PNMP), assim como, posteriormente, do “reconhecimento” dos Pataxó pela Funai, em 1971, o que os
teria atraído para este estado, onde já havia uma representação do órgão que poderia lhes prestar assistência (informações cedidas
por José Augusto Laranjeiras Sampaio).
As moradias atuais dessa aldeia são de pau a pique e outras de alvenaria, há banheiros químicos com chuveiro, sistema sanitário
de fossa. Existe um posto de saúde e escola, onde os professores são índios que se formaram na UFMG. O posto de saúde tem
dois enfermeiros, um homem e uma mulher, que vêm da cidade para atender os índios durante a semana. Eles ainda não estão
plantando para alimentação, exceto alguns temperos, as terras era de criação de gado, estão reflorestando. A árvore que eles mais
plantam é o angico, dizem que o angico os protege.
O grupo tem uma liderança o cacique Canátio, reconhecido e muito respeitado. Sua liderança é bem forte, o filho dele é a vice-
liderança, mais social e ativo no papel. A aldeia não tem pajé, apenas benzedeiros.
A população tem muitas crianças e jovens. Há poucos anciões que são muito respeitados. As mulheres cuidam do lar, algumas
fazem tempero e maioria faz artesanato, uma era professora na Aldeia. Alguns homens trabalham fora, outros são professores na
aldeia, todos fazem artesanato.
As manifestações culturais que ainda se mantêm são as danças e Contação de histórias em volta da fogueira. Ao final dos
encontros tem um ritual, com cantos e danças tradicionais como o Wicachai. Eles colocam uma mescla dentro de um recipiente e
brasa e depois passam para todos inalem a fumaça. Após inalarem a fumaça, dançam em volta da fogueira, cantado uma música
na língua deles, e tivemos o prazer de participar desse ritual.
A alimentação é à base de arroz, feijão, galinha – com um prato tradicional, chamado de galinha moqueada, mas também comem
carne de caça, que é uma espécie de prato em que se defuma a carne, depois se cozinha.
Na escola estão ensinando algumas poucas palavras no idioma nativo, que conseguiram em pesquisa com os mais idosos, e essa
pesquisa continua.
Têm acesso fácil a todos os equipamentos eletroeletrônicos (TV, TV a cabo, celulares, computadores, filmadoras e máquinas
fotográficas), pois moram perto da cidade, só que nem todos têm condições financeiras.
Língua
Língua Pataxó
O tronco lingüístico pataxó é o macro-jê, da mesma família de línguas Maxacali, e a semelhança entre sons e significados são bem
relevantes. Durante muitos anos a língua pataxó foi quase esquecida e por pouco não foi extinta, mas esse povo é guerreiro e
através de um estudo de pesquisa, professores e lideranças pataxós da Bahia iniciaram um processo de revitalização da língua.
Conversaram com os mais velhos e conseguiram resgatar um montante de palavras que eram usadas no dia a dia e presente nas
musicas, através de um projeto de pesquisa. Depois de muita pesquisa e estudo, batizaram a língua de Patxohã que quer dizer: pat
são as iniciais de pataxó: atxohã é língua e Xôhã é guerreiro. Ou seja, linguagem de guerreiro. Depois de realizado esse trabalho,
começaram os intercâmbios entre os professores e comunidades pataxós de Bahia e Minas Gerais para que a língua pataxó fosse
revitalizada entre os povos que residem em outro estado, como é o nosso caso.
Atualmente o patxohã é ensinado nas escolas pataxós para as crianças com a finalidade de manter viva a cultura através não só da
língua, mas de todo um trabalho cultural realizado por professores indígenas, que atuam como agentes culturais.
Política Pataxó
O representante político pataxó é o cacique, a ele compete lidar com o grupo nas decisões e iniciativas comunitárias, é também, o
intermediário entre o povo Pataxó e órgãos governamentais, públicos e sociedade nacional. Com o apoio da comunidade ele exerce
seu papel político na aldeia, predominando sua condição de liderança.
Chamamos de política pataxó o modo de organização dos pataxós, essa organização política é centrada no chefe familiar, que a
sua maneira lidera sua família e responde por ela junto ao grupo. A comunidade juntamente com o cacique é participativa em
tomada de decisões, prevalecendo sempre e de comum acordo a palavra do cacique.
O vice cacique é o responsável pela comunidade na ausência do cacique, que pela posição de confiança perante a comunidade
também tem influência nas decisões.
Eles são escolhidos de maneira democrática pela comunidade e por tempo indeterminado.
Musicas
Awêry nioktoyná Niamisu ikô tapuritú apetxienã txayuã
(Autores: Awoy, Tawá e Matalawê Pataxó) Awêry nioktoyná Niamisu ikô tapuritú apetxienã txayuã
Nioktoyná Niamisu upú itohã, Parné unip werimehe, mukapuá kuamayrá dxahá kahab
hãhão,hayô,agohó,miãga,jôõpek ápôy weknã,aponexó
O grande Deus do céu e da terra, do sol e da lua, da água e do fogo vem como vento protetor da mata grossa e de tudo mais.
Dar-nos amor, união, paz para viver feliz com meus irmãos.
Vamos quebrar o silêncio, cantar e dançar pisando forte para chamar os jovens guerreiros, o grande Deus a nós vem fortalecer,
proteger como filhos teus.
É o ritual realizado para comemorar a chegada das chuvas, aprendemos com nossos
antepassados que, quando faziam o plantio de roças e chovia era nossos protetores
abençoando a colheita. È um momento em que agradecemos ao nosso protetor das
águas Txopai e a Deus (Niamissu) pela fartura dos alimentos. Esse ritual é realizado
entre os dias 05 e 12 de outubro de cada ano.
No ritual das águas participam toda a aldeia: crianças, jovens, adultos e até alguns
idosos. Somente a busca pelo Pai da Mata é um momento exclusivo da aldeia.
Fazemos nossas danças, cantos, brincadeiras, a comida é farta para todos da aldeia e
para aqueles que nos visitam. É um período de reunião e principalmente de
celebração de fartura. O início das chuvas traz consigo uma plantação rica é também
uma maneira de fortalecimento da nossa cultura repassada pelos nossos ancestrais.
Ao final do ritual acontece um banho de lama e água para purificação do corpo e da mente. É um também um momento de alegria e
descontração entre todos, celebrando e lembrando sobre como surgiu o povo Pataxó, uma vez que, somos os filhos da água.
Casamento e namoro:
O namoro pataxó era um namoro discreto, quando uma moça e um rapaz Pataxó
começavam a se gostar, um dos interessados jogava uma pedrinha em direção ao
outro e trocavam olhares. Começavam então a jogar pedrinhas um no outro, com
isso já estavam namorando. Quando o sentimento fica forte e existia a vontade de se
casar, o rapaz entregava uma flor à moça, se ela aceitasse a flor, significava que ela
queria se casar com ele, se recusasse, é porque não queria se casar com ele.
Batizado:
Pintura Pataxó
A pintura pataxó é representada pela história, sentimentos e para proteção, é um
patrimônio para o povo pataxó. Ela é usada para rituais, casamentos,
apresentações de danças. Para fazer as pinturas é usado o urucum (vermelho) e o
jenipapo(preto) todos extraídos da natureza.
A pintura é a segunda pele do povo pataxó, maneira pela qual é expresso e preservado por mais de 500 anos a cultura pataxó .
Artesanato
O artesanato é uma das maneiras do povo pataxó manter viva a cultura, é no artesanato que os pataxós criam o que foi aprendido
com os antepassados, cada artesanato tem um significado e um jeito para ser usado. É confeccionado utensílios domésticos em
madeira como: gamela, colher e as lanças, arcos e flechas eram usados para caçar e os adornos como brincos, colares, pulseiras
feitas com sementes e penas de pássaros, são usados no dia a dia e nos rituais, todos esses materiais são encontrados e retirados
da própria natureza.
Com o passar dos tempos, sempre que alguém visitava a aldeia sentia a necessidade de levar pra casa algo que o fizesse lembrar
daquele povo e assim os artesanatos começaram a ser comercializados. Quando são convidados para participar de algum evento
ou feira para falar e mostrar um pouco da cultura pataxó, o artesanato é comercializado.
O artesanato além de ser um motivador da preservação da cultura, é também, uma fonte de renda complementar para a
comunidade.
O artesanato pataxó é uma característica muito forte desse povo. A maioria faz artesanato, para vender e uso próprio, fazem
bijuterias, bolsas, instrumentos musicais e armas de caça para enfeite.
Fontes: https://pataxomg.wordpress.com/lingua/
https://projetoporanduba.wordpress.com/comunidades- https://pataxomg.wordpress.com/cultura-pataxo/artesanato/
indigenas/aldeia-pataxo-mua-mimatxi-_-itapecerica-_-mg/ https://pataxomg.wordpress.com/cultura-pataxo/pintura/
https://pataxomg.wordpress.com/cultura-pataxo/pintura/ https://pataxomg.wordpress.com/cultura-pataxo/rituais/
https://pataxomg.wordpress.com/musicas/ https://pataxomg.wordpress.com/politicas-pataxo/
https://pataxomg.wordpress.com/quem-somos/