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CONSIDERANDO que o controle externo da atividade policial tem como objetivo manter
a regularidade e a adequação dos procedimentos empregados na execução da atividade policial, bem
como a integração das funções do Ministério Público e das Polícias voltadas para a persecução penal e o
interesse público, de forma a garantir a segurança pública, nos termos do art. 2º, caput, da Resolução
CNMP nº 20/2007 e do art. 2º, caput, da Resolução CPJ/MPPI nº 06/2015;
CONSIDERANDO que referido procedimento foi instruído com cópia dos relatórios de
visitas técnicas de 2019 ao Batalhão de Policiamento de Guardas da PMPI, nos quais restou consignado
que a unidade policial possuía um efetivo de 737 (setecentos e trinta e sete) policiais;
CONSIDERANDO que, em que pese tenha sido deflagrado concurso público para
provimento de 40 (quarenta) vagas de Oficial da PMPI e 650 (seiscentos e cinquenta) vagas de Praça da
PMPI, sem formação de cadastro de reserva, constatou-se que, mesmo que fossem preenchidas todas
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1Previsão legal do efetivo da Polícia Militar do Piauí corresponde ao número de 11.366 (onze mil, trezentos e sessenta e seis) policiais militares, nos termos do art.
1º, caput, da Lei nº 5.552/2006.
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CONSIDERANDO, pois, que ainda que seja integralmente cumprido o novo cronograma
do referido concurso, será necessário, no mínimo, mais 01 (um) ano até a efetiva entrada em exercício
dos candidatos aprovados, sendo certo também que o incremento de vagas do aludido certame não
será suficiente, por si só, para suprir o déficit de policiais militares na capital e no interior do estado, caso
não seja obstada cessão de policiais militares do serviço ativo para órgãos públicos;
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3Art. 2º O efetivo do Batalhão de Policiamento de Guardas, dentro do limite quantitativo estabelecido nos seus Quadros de Organização – QO – destinar-se-á
estritamente aos órgãos públicos previstos neste Decreto.
Parágrafo único. Fica vedado o aumento do efetivo ou a sua destinação a outros órgãos públicos não previstos neste Decreto
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CONSIDERANDO, ainda, que, entre os órgãos com maior número de policiais militares
em atuação, destaca-se a Assembleia Legislativa, cuja Companhia de Guarda possui atualmente 119
policiais militares do serviço ativo (98,35% do seu efetivo total); e que, nos termos do art. 63, inciso XVI,
da Constituição Estadual, compete privativamente à mencionada Assembleia Legislativa “dispor sobre
sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e
funções de seus serviços”;
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CONSIDERANDO que, consoante informado, também não existem atos normativos que
regulamentem o tema no âmbito da PMPI, inclusive para o fim de estabelecer o tempo máximo que os
policiais militares poderão permanecer cedidos a outros órgãos, tendo sido constatado que não é
realizado nenhum tipo de seleção interna (ex: teste seletivo, chamamento público, etc.) para a
convocação/designação de policiais da ativa para os postos do BPGdas e para fins de escolha/definição
da lotação em cada uma de suas subunidades, o que permite concluir pela ausência de definição de
critérios técnicos e objetivos para esse fim;
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CONSIDERANDO que, nas visitas técnicas do ano de 2021, constatou-se que, na maioria
das unidades da Polícia Militar de Teresina, existem viaturas de 02 e de 04 rodas que não são utilizadas
com regularidade, em razão do baixo efetivo; e que o Batalhão de Policiamento de Guardas é a única
unidade da PMPI visitada que possui efetivo superior ao fixado (quase TRÊS VEZES mais que o previsto),
concentrando, SOZINHO, cerca de 16% do efetivo de policiais militares do estado;
CONSIDERANDO que, de acordo com dados do ano de 20174, o estado do Piauí tem o
3º pior efetivo do país, contando com 1 (um) policial para cada 597 (quinhentos e noventa e sete)
habitantes, enquanto o cenário de segurança pública ideal recomendado pela Organização das Nações
Unidas (ONU) para o policiamento ostensivo é de 1 (um) policial para cada 350 (trezentos e cinquenta)
habitantes;
CONSIDERANDO que o cenário de déficit de policiais militares ora relatado coincide com
o aumento da criminalidade violenta no estado do Piauí, especialmente em Teresina, verificado ano a
ano, inclusive com o aumento de 25,31% dos casos de mortes violentas intencionais, segundo o Relatório
da Criminalidade de 2020, elaborado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública;
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6 Lei nº 13.756, de 12 de dezembro de 2018. Dispõe sobre o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) (...)
Art. 8º O repasse dos recursos de que trata o inciso I do caput do art. 7º desta Lei ficará condicionado:
(...)
IV - ao cumprimento de percentual máximo de profissionais da área de segurança que atuem fora das corporações de segurança pública, nos termos estabelecidos
em ato do Ministro de Estado da Segurança Pública”.
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CONSIDERANDO que, nos termos do art. 3º, caput, da Resolução CNMP nº 164/2017, o
Ministério Público, de ofício ou mediante provocação, nos autos de procedimento administrativo poderá
expedir recomendação objetivando o respeito e a efetividade dos direitos e interesses que lhe incumba
defender;
CONSIDERANDO, por fim, é atribuição do GACEP, nos termos do art. 7º, inciso VIII, da
Resolução CPJ/PI nº 06/2015, expedir recomendações visando à melhoria dos serviços relacionados à
atividade policial ou quaisquer outros relacionados à segurança pública, bem como em defesa de direitos
e bens cuja incumbência seja de responsabilidade do Ministério Público;
9 DE ÁLIVA, Thiago André Pierobom de Ávila. Fundamentos do controle externo da atividade policial. Belo Horizonte: Editora D’Plácido, 2016, pág. 253.
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11CF/88. Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: (...)
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei,
incumbe a execução de atividades de defesa civil.
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Art. 6º Os Estados e o Distrito Federal deverão comprovar, perante a SEGEN, até o dia 31 de dezembro de 2020, o percentual máximo de profissionais das Polícias
Militares, Polícias Civis, Corpos de Bombeiros Militares e Polícias Técnico-científica que atuam fora de suas respectivas corporações.
§ 1º O percentual máximo de que trata o caput será de até 3% (três por cento) do efetivo existente por corporação.
13 Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (...)
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14 “Art.
1º. §1º. Poderá o CONESP, quando no acompanhamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, recomendar providências legais às autoridades
competentes relativas: I – às condições de trabalho, valorização e respeito à integridade física, moral e psicológica dos seus integrantes; V – à modernização das
estruturas organizacionais dos órgãos de segurança pública;”
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Registre-se. Cumpra-se.
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