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HISTÓRIA DA POLÍTICA EXTERNA

VERSÃO IMPRESSA PARA ENTREGA EM 27/06

O PENSAMENTO POLÍTICO DE ERNESTO ARAÚJO

A ascensão do governo de Jair Bolsonaro, a partir de 2019, promete acarretar mudanças


significativas na política externa brasileira com relação ao que se praticou no passado
recente. O diplomata escolhido para chefiá-la, Ernesto Araújo, demonstra, em discursos e
atos, uma visão de mundo sui generis. Com base no texto “Trump e o Ocidente” (FUNAG,
2018), de sua autoria, explique o pensamento político do novo chanceler respondendo as
seguintes perguntas:

1. Como Araújo vê a relação entre política e religião no Ocidente ao longo dos séculos e
hoje?

Na visão de Araújo a força da religião e fé do Ocidente, exemplificado pela Polônia


inicialmente no discurso de Trump foi o que manteve o povo e a política forte nos séculos
passados. Para ele a política é enfraquecida uma vez que a luta pelo Ocidente começa em
seu espirito, na sua vontade e alma. De acordo com o discurso de Trump é nisso que a
liberdade, civilização e sobrevivência do Ocidente se encontra ameaçada pela perda de
laços históricos, culturais, e da memoria do Ocidente. Essa perspectiva implica que a luta
deve ser pela família, pela liberdade, pelo país, e por Deus, pois a fé é a base que apoia o
país. De acordo com o texto o Ocidente nasce na defesa da sua identidade e na
sobrevivência dos seus próprios deuses, sua cultura, e sua historia. A pátria então, é
apresentada como uma emoção e um conjunto de sentimentos que tomam uma forma
politica, mas que não é em sua essência politica e sim uma realização do espirito manifesto
em pessoas que compõem determinadas comunidades, sendo o patriotismo a essência do
Ocidente.

Com o decorrer do tempo, Araújo diz que o povo perdeu a sua identidade cujo fundamento
era a sua fé o que acabou enfraquecendo a sua política frente as suas ameaças. E os
inimigos de fato, em sua opinião, são o conflito interno em que o Ocidente se encontra
através do abandono da sua identidade, e externamente se apresenta pelo islamismo radical.
O autor vê o Ocidente pós-moderno como um ocidente que nega olhar para si mesmo,
substituindo a sua própria cultura pela dos imigrantes não ocidentais por estar
“psiquicamente doente” e ter perdido sua identidade e ter dado tão pouco valor a tudo que
foi conquistado pelos seus ancestrais.

2. Por que Araújo valoriza o conceito de “civilização” e despreza o conceito de


“humanidade”?

Na visão de Araújo, o Ocidente é uma comunidade que se junta mesmo todos tendo suas
próprias identidades, para compor uma civilização. Essa comunidade compartilha uma
história, a mesma religião, e de acordo com ele o respeito mutuo, e um sentimento. O
nascimento do Ocidente então vem desse nacionalismo que algumas civilizações
compartilham, enquanto outras não. As que não são consideradas são concebidas como
invasoras e sendo o resto do mundo e que não estão engajados na defesa da sua liberdade,
família, herança cultura, e deus compartilhado pelos que fazem parte do Ocidente. Araújo
utiliza-se da imagem de um “amontoado desconexo de rochas” que se condensam e tomam
forma de inúmeros planetas, cada um diferente do outro, apesar de todos orbitarem ao redor
do sol que seria a fé cristã. Creio que a desvalorização do termo humanidade, vem
justamente da tentativa de separar os que fazem parte da “civilização Ocidental” dos que
não fazem. Se ele usasse o conceito de humanidade, englobaria a todos, e é justamente essa
separação que ele deseja fazer a partir do seu texto. A teoria de Edward Said sobre
Orientalismo pode ser usada para entender a postura e visão etnocêntrica, de uma quase
superioridade, e exclusão dos demais países e civilizações existentes no mundo, na visão
apresentada por Araújo.

3. No que consiste a sua ideia de “pan-nacionalismo” e no que difere do que chama de


“globalismo”? (Pg. 342-358)
O Pan-nacionalismo descrito por Araújo é o dever do País em preservar o nacionalismo (o
caráter patriótico) no seu povo. Um dos maiores atos de pan-nacionalismo atualmente foi
"Americans First”, discurso do Presidente Americano Donald Trump, sobre priorizar em
todas as ações do governo o melhor para os cidadãos do seu país. Portanto trata-se de um
impulsionamento geralmente do governo, pelo cuidado do interno, mantendo sempre sua
personalidade e suas características nacionalistas. O principal alicerce do pan-nacionalismo
é link com o passado, resgatando a história e com ela a lembrança do percurso do país.
Contudo a ideia da Globalização acaba por ser inimigo declarado do pensamento
nacionalista. Por ser liberalista ele mata barreiras nacionais e cria a ideia de "cidadão do
mundo”, que não luta em prol do interesse do Estado, assim o Globalismo pode atrapalhar o
desenvolvimento nacional se tratando de um contexto pluralista e anti-tradicional.

4. Qual seria a essência da nacionalidade do Brasil, na definição de Araújo, e por que a


presidência de Donald Trump nos EUA a beneficiária? (Pg. 342-358)

O Brasil segundo Araújo preserva o olhar e a essência ocidentalista de forma natural.


Ernesto ressalta que no Itamaraty o Brasil foge da ótica de submissão para manter suas
relações de política externa autônomas. Hoje com a luta dos Estados na procura do seu
ideal, devido a grande ameaça do globalismo, não fica difícil para o Brasil se identificar
com pensamento Ocidental. Donald Trump trás com ele um grande símbolo do que é ser
americano. O idealismo nacionalista no país é muito forte, porém o pensamento globalista
também fez estragos ao país. Trump trouxe com ele a lembrança de um país poderoso
novamente, com ideias históricos, não abastecidos no novo mundo, mas sim o que sua
trajetória como pais os transformou. Depois governos sem um ideal pelo qual lutar, Trump
se torna símbolo da nacionalidade americana, descrito por Araújo como "Líder bilionário
para um país de bilionários", Trump se levanta mais uma vez em época de crise como ser
símbolo da superação americana assim como milhares de homens que forjaram o país ao
longo da história americana.

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