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ROSIE BANKS

O colar mágico
Tradução de Miguel Marques da Silva

Oo
A Promessa da
Princesa Secreta

Prometo ser corajosa e gentil


E usar sempre a minha magia
Para realizar desejos mil
E encher o mundo de alegria.
Índice

Capítulo um: Notícias importantes 11

Capítulo dois: Melhores amigas para sempre 27

Capítulo três: O sol da Califórnia 49

Capítulo quatro: O Palácio da Estrela Cadente 67

Capítulo cinco: O espelho mágico 91

Capítulo seis: O desejo da Olivia 115

Capítulo sete: Pede um desejo 135

Capítulo oito: Presas! 157

Capítulo nove: Festa! 177


CAPÍTULO UM

Notícias importantes

Sobe aos céus, não olhes para trás. A vida


é uma dança, vais ver que és capaz!
Charlotte Williams cantava a sua música
preferida ao mesmo tempo que dançava
à volta do quarto com a melhor amiga, Mia
Thompson. Quando a música chegou ao
último refrão, as duas amigas largaram as
mãos. Enquanto a Mia assistia, a Charlotte
deu um salto no ar e abanou as ancas como
a Alice De Silver, a estrela pop que cantava

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aquela canção. A Charlotte tentou fazer


a roda, mas como não tinha espaço no pe-
queno quarto, acabou por fazer a espargata,
erguendo os braços no ar quando a música
chegou ao fim.
A Mia bateu palmas e deixou-se cair para
cima da cama da Charlotte, com o cabelo
louro espalhado sobre a colcha cor-de-rosa.

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– Foi muito divertido! – riu a Charlotte.


– Vamos pôr a música a tocar outra vez.
– Estou estafada! – ofegou a Mia.
– Não estás nada. – A Charlotte saltou
para cima da cama, arregalou os olhos cas-
tanhos e puxou as mãos da Mia. – Anda lá!
Dança comigo. Por favoooor!
– OK! – riu-se a Mia, deixando-se levan-
tar pela amiga. – Desde que a coreografia
não seja muito complicada.
– Fixe! – disse a Charlotte. – Quando
acabarmos de ensaiar, podemos mostrar às
nossas mães.
As mães das duas meninas estavam no
andar de baixo a beber chá. Também eram
boas amigas.
– Nem penses! – exclamou a Mia. Ao
contrário da Charlotte, a Mia era tímida

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e detestava ser o centro das atenções. – Não


sou uma dançarina fantástica como tu.
– És, sim! – insistiu a Charlotte. – E se
fingíssemos que temos público? Podíamos
ser as dançarinas da Alice De Silver!
A Mia não se importava de fazer isso!
Tinha muita imaginação e adorava inventar
histórias quase tanto como gostava de as ler.
A Mia e a Charlotte conheciam-se desde
bebés. Quando tinham dois anos, entraram
para o infantário ao mesmo tempo e, mais
tarde, foram juntas para a escola. Apesar
de, em muitos aspetos, terem personali-
dades opostas, a Charlotte e a Mia eram as
melhores amigas uma da outra.
A Charlotte fez o pino contra a parede,
com os caracóis castanhos a tocarem no
chão.

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A Mia pegou na
caixa do CD e olhou
para a rapariga na capa.
A Alice De Silver tinha
cabelo arruivado pelos
ombros, com as pontas
pintadas de
vermelho.
Na foto da capa,
usava uma saia
curta prateada,
sapatos de plataforma
prateados e um top
vermelho. O CD
chamava-se Princesa Pop.
– Ainda não acredito que conhecemos
uma estrela pop de verdade – disse a Mia
num tom sonhador.

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A Charlotte voltou a pousar os pés no


chão e levantou-se.
– Eu sei – concordou. – É tão estranho
pensar que a Alice costumava ficar a tomar
conta de nós, não é?

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A Mia assentiu com a cabeça.


– Sinto tantas saudades dela.
– Também eu – disse a Charlotte.
Os pais da Alice eram vizinhos da
Charlotte. A Alice tinha 18 anos e adorava
cantar. Um ano antes, quando ainda era
apenas Alice Silver, venceu um concurso
de talentos na televisão e tornou-se uma es-
trela pop. A sua primeira música, A amizade
é para sempre, foi um enorme sucesso em todo
o mundo. Vivia agora em Londres, e as duas
meninas não a viam com muita frequência,
apesar de, por vezes, ela enviar-lhes bilhetes
para os concertos. A Alice sempre fora como
uma irmã mais velha para as duas meninas.
A irmã mais fixe em todo o mundo!
– Se conseguirmos fazer uma coreografia
mesmo boa, talvez pudéssemos gravar um

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vídeo e mandar-lhe – sugeriu a Charlotte.


– Aposto que ela ia gostar de o ver.
A Mia fez uma careta.
– Tive uma ideia melhor – disse ela. – Tu
danças e eu gravo o vídeo!
– OK, mas tens de me ajudar a planear
a coreografia. – A Charlotte pôs a música
a tocar. – Vamos!
Estavam a ensaiar
os primeiros passos
quando a mãe da
Charlotte entrou
no quarto. Levava
um tabuleiro com
um prato repleto
de bolachas e dois
pacotes de sumo
de maçã.

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– Olá, meninas. Achei que podiam querer


uma bebida para acompanhar as bolachas
que a Mia fez para nós. Estão deliciosas,
Mia.
– Obrigada – agradeceu timidamente
a Mia.
Ela adorava fazer coisas para os amigos
e para a família.
– Hum – disse a Charlotte, trincando
uma bolacha. – Estão maravilhosas!
A mãe dela sorriu.
– Receio que já não tenham muito tempo
para brincar. A Mia e a mãe vão embora
daqui a nada.
– Oh – disse a Charlotte, deitando um
olhar suplicante à mãe. – A Mia pode dor-
mir cá?
– Esta noite não, querida – disse-lhe

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a mãe. – O pai vem mais cedo hoje. Temos


uma notícia para partilhar contigo e com os
teus irmãos.
– Que notícia? – perguntou a Charlotte,
curiosa.
A mãe sorriu, fazendo aparecer uma
covinha em cada bochecha. O sorriso da
Charlotte era igualzinho.
– É surpresa.
A Charlotte fez um olhar intrigado para
a Mia quando a mãe saiu do quarto.
– O que será?
– Talvez te deem um animal de estima-
ção? – sugeriu a Mia.
A Mia e a irmã mais nova tinham um
gato, dois porquinhos-da-índia e montes
de peixes… mas o que a menina queria
mesmo era um cão.

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Para ela, essa seria a melhor surpresa de


sempre.
A Charlotte abanou a cabeça.
– Duvido. Os gémeos são alérgicos a ani-
mais.
– Pois é – suspirou a Mia, servindo-se de
uma bolacha e sorrindo. – Se calhar, a Alice
enviou bilhetes para que a tua família vá ao
próximo espetáculo dela.
– Isso era fixe – disse a Charlotte, mos-
trando um largo sorriso. – Mas não tão fixe
como subir ao palco!
O colar mágico

Ela levantou-se num salto, ligou a mú-


sica e puxou a Mia para voltarem à coreo-
grafia.
– Mia! Está na hora de irmos embora!
– chamou, algum tempo depois, a mãe da
menina do fundo das escadas.
As duas amigas desceram as escadas.
A Charlotte despediu-se da Mia com um
abraço e foi até à cozinha.
– Então, mãe, qual é a grande notícia?
– Digo-te mais tarde, quando estivermos
todos juntos. Podes ajudar-me a pôr a mesa
para o jantar? O pai vai trazer piza.
– Viva! – Piza era a comida preferida da
Charlotte, por isso, começou logo a pôr os
pratos na mesa. – A surpresa é sobre as fé-
rias?
– Não vou contar nada – disse a mãe

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dela, com os olhos a reluzir. – Mas é muito


excitante.
– Tem alguma coisa que ver com a entre-
vista de emprego que tiveste no outro dia?
– arriscou a Charlotte.
– Pode ser, mas vais ter de ser paciente
– respondeu a mãe dela.
A Charlotte suspirou. Detestava ser pa-
ciente, mas não tinha escolha, já que a mãe
recusava dizer algo mais.
Quando finalmente o pai chegou, car-
regando duas grandes caixas de cartão
a cheirar a piza, a Charlotte foi chamar os
dois irmãos gémeos de 6 anos, o Liam e o
Harvey, que, como era habitual, estavam
a jogar computador.
– Temos de acabar este jogo – disse
o Liam, com sardas no nariz, tal como

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a Charlotte, e cabelo castanho encaraco-


lado e desgrenhado.
– Pois, estamos quase a passar de nível!
– continuou o Harvey. Tinha também ca-
belo castanho, mas muito curto.
– OK, mas o jantar é piza – avisou
a Charlotte. – Se não vierem depressa, vou
comer tudo!
– Piza!
Os dois rapazes largaram os comandos
e correram atrás da Charlotte até à cozinha.
– Bom apetite – disse o pai quando todos
se sentaram à mesa.
A Charlotte pegou numa fatia de piza
pepperoni. O queijo estava bem derretido,
exatamente como ela gostava.
– Anda lá, mãe – disse ela de forma im-
paciente. – Qual é a grande notícia?

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