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Newsletter #1 | 2024| www.aeroportos.co.

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JANEIRO - MARÇO 2024 PROPRIEDADE: ADM, E.P. I EDIÇÃO N0 1

NEWSLETTER
BOLETIM INFORMATIVO AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE JANEIRO - MARÇO 2024

www.aeroportos.co.mz I info@aeroportos.co.mz I Acordos de Lusaka Ave 3267, P.O. Box 2631, Maputo

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O Ministro dos Transportes e


Comunicações de Moçambique,
Mateus Magala, destaca nesta edição
do Boletim Informativo as reformas
em curso para fortalecer as empresas
estatais do sector
2 BOLETIM INFORMATIVO AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE JANEIRO - MARÇO 2024

NOTA DE BOAS VINDAS!


Seja bem-vindo (a), caro(a) leitor(a)!
É com grande satisfação que apresentamos a primeira edição do Boletim Informativo da empresa
Aeroportos de Moçambique, uma ferramenta de comunicação valiosa que irá tratar de temas
importantes sobre o país, como suas potencialidades turísticas, investimentos e outros assuntos de
interesse público. Através deste espaço, pretendemos estimular a promoção das belezas naturais
e culturais de Moçambique, partilhando informações valiosas e contribuindo para o desenvolvi-
mento do nosso país. Nossa empresa é um importante meio de conexão de pessoas, culturas e
economias em todo o país, além de oferecer oportunidades únicas para estabelecer parcerias e
investimentos em cada uma das províncias que compõem esta bela nação.

Para o triênio 2022-2025, elaboramos uma abordagem e estratégia para fornecer um serviço
excepcional e experiências inesquecíveis para nossos clientes, sempre mantendo nossos valores
de segurança, inovação e sustentabilidade. Nesta edição, irá encontrar informações sobre pro-
jectos em andamento, nossas parcerias em destaque, detalhes sobre nossa visão estratégica para
o futuro dos Aeroportos de Moçambique, bem como uma apresentação sobre o que poderá
encontrar em cada um de nossos aeroportos.

Convidamos-lhe a explorar as actualizações em nosso website e redes sociais, onde poderá


participar deixando suas opiniões e sugestões pertinentes, que nos ajudarão a melhorar nossos
serviços para sua maior satisfação. Nosso objectivo é proporcionar uma experiência única em
cada um dos nossos aeroportos, onde eles não sejam apenas um ponto de chegada e partida,
mas também um lugar de vivências surpreendentes e momentos marcantes que criem boas lem-
branças.

O actual contexto mundial, desafiou-nos a repensar nossos conceitos e definir novos modelos
de negócios, a fim de contribuir de forma progressiva para o desenvolvimento de uma melhor
prestação de serviços. Esperamos que através deste canal fique informado sobre os principais
acontecimentos do sector, incluindo as oportunidades que possam ser do seu interesse. Contamos
com a sua participação e apoio para continuarmos rumo à modernidade, segurança e qualidade
em nossos Aeroportos.

Prof.Dr.Eng Américo Muchanga


Presidente do Conselho de Administração

CONTEÚDO
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Reabilitação e Requalificação do Aeródromo de Governo do Japão Doa Equipamentos de


Mocímboa da Praia impulsiona desenvolvimento Navegação Aérea para Moçambique
em Cabo Delgado

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Início das Operações da FlySafair Reforça Passado, Presente e Futuro da Aviação em


Conectividade e Desenvolvimento Regional Moçambique com o Engenheiro António Lapido
Loureiro

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Aeroporto de Vilankulos, Modernização e Descubra a Ilha de Moçambique, um tesouro


Charme Turístico em Moçambique histórico e cultural à Beira do Indico
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SOBRE NÓS
A Empresa Aeroportos de Moçambique (ADM, E.P). é uma empresa pública de gestão de infraestru-
tura aeroportuária e de navegação aérea com personalidade jurídica, autonomia administrati-
va, financeira e patrimonial. Tem por objecto principal, em regime exclusivo, estabelecer e explorar
o serviço público de apoio à aviação civil. Suas actividades abrangem a gestão de infraestruturas
aeroportuárias, navegação aérea, carga, investimentos, desenvolvimento imobiliário e publicidade.
A ADM, E.P. é membro da ICAO (International Civil Aviation Organization) e responsável pela navegação
aérea sobre o território que compreende a República de Moçambique para qualquer tipo de aeronave que
sobrevoe o território, assegurando assim para os aeroportos internacionais de outros países, segurança aérea
e informação de navegação aérea enquanto percorrem o Estado Moçambicano. É uma empresa regulada
pelo Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM) como Órgão Regulador Aeronáutico em Moçambique
e tutelada pelo Instituto De Gestão Das Participações Do Estado (IGEPE) e Ministério dos Transportes e Comu-
nicações.

Torre de control, Aeroporto Inter-


nacional de Nacala
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BREVE HISTÓRICO

A Empresa Aeroportos de Moçambique foi criada através do Decreto 10/80 de 1 de Novem-


bro, a 01 de Novembro de 1980 como empresa estatal e transformada em empresa pública
em 1998, com vista a dispor para além dos serviços tradicionais a que estava dotada, de ca-
pacidade de participação em investimentos e desenvolvimentos de negócios em outras áreas
estratégicas nos aeroportos e aeródromos que possui no país, e, em outras áreas de interesse.
Além do seu objecto principal, a ADM, E.P. tem ainda a prerrogativa de exercer actividades
comerciais,industriaisefinanceiras.AempresaAeroportosdeMoçambiquetemsobsuagestão:

•3 Aeroportos Internacionais (Aeroporto Internacional de Maputo, Beira e Nacala);


•11 Pontos de entrada (Aeródromo de Afungi, Chimoio, Inhambane, Filipe Jacinto
Nyusi, Lichinga, Mocimboa da Praia, Nampula, Pemba, Quelimane, Tete);
•5 Pontos de entrada mistos (aeródromos de Chitima, Cuamba, Marrupa e Mueda);

Estabelecem ligações com o mundo através das companhias aéreas que operam em
Moçambique fazendo voos internacionais, nomeadamente as Linhas Aéreas de Moçam-
bique, South Africa Airways, Kenya Airways, Ethiopian Airways, Qatar Airways, TAP
Air Portugal, Linhas Aéreas de Angola, Turkish Airlines, Airlink e a FlySafair, sendo as
ligações dentro do território nacional feitas através das Linhas Aéreas de Moçambique.

Aeroporto de Nacala

Aeroporto de Maputo, partidas e


chegadas domesticas
Aeroporto de Nampula
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QUAIS CONSTITUEM OS OBJECTIVOS DE MÉDIO PRAZO DEFINIDOS


PELO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES PARA OS
AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE?
Estamos a implementar reformas profundas para dotar as empresas do Esta-
do adstritas ao Sector, com capacidade para prosseguir com a sua missão
estratégica de dinamização da economia, ao mesmo tempo que consolid-
amos uma gestão comercial que garanta sustentabilidade das empresas,
bem como a sua capacidade de gerar recursos financeiros para o Estado.
A nossa visão é cancelar e reverter a actual tendência de as empresas do
Estado representarem um centro de custos, transformando-as em entidades
autónomas, produtivas, eficientes, resilientes, sustentáveis e prontas para os
desafios do futuro.

No caso específico da empresa Aeroportos de Moçambique, estamos satis-


feitos com os indicadores de desempenho que tem vindo a alcançar, porém
precisamos de continuar a mobilizar mais companhias aéreas para os nossos
aeroportos, melhorar a qualidade dos serviços prestados ao passageiro, em
todos os aeroportos. Na componente da melhoria da qualidade de serviço
ao passageiro, assinalamos com satisfação o trabalho realizado no Aeropor-
to Internacional de Maputo, na reposição da climatização, oferta do serviço
de internet 5G, reabilitação das mangas, entre outras melhorias que de-
verão ser expandidas, mantidas e promovidas em outros aeroportos do País.

A empresa Aeroportos de Moçambique é um ativo muito valioso para a


economia e imagem do País, por isso, precisamos de continuar a investir
na sua expansão, ao mesmo tempo que encontramos modelos de finan-
ciamento sustentáveis, para que a empresa continue a gerar lucros para
financiar a economia.

Mateus Magala, Ministro dos


Transportes e Comunicações

AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE, UMA JANELA PARA


OPORTUNIDADES ECONÔMICAS E INTEGRAÇÃO
REGIONAL
O Ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Mateus Magala, destaca nesta edição do Boletim Infor-
mativo as reformas em curso para fortalecer as empresas estatais do sector. Estas reformas visam dotar estas empresas
de capacidades para cumprir sua missão estratégica de dinamizar a economia. Ao mesmo tempo, busca-se consolidar
uma gestão comercial sustentável, capaz de gerar recursos financeiros para o Estado. O Ministro aborda também as
iniciativas para transformar e modernizar os aeroportos do país, enfatizando o papel vital destes como activos valiosos
para impulsionar a economia, melhorar a imagem de Moçambique e facilitar a mobilidade interna e regional.
LEIA A ENTREVISTA:

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS MEDIDAS E PROJECTOS EM ANDAMENTO, PROMOVIDOS PELO MINISTÉRIO


DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES, PARA APRIMORAR OS SERVIÇOS E INFRAESTRUTURA DOS
AEROPORTOS DO PAÍS E INCENTIVAR INVESTIMENTOS NO SECTOR?
É importante realçar que a provisão de infraestruturas e serviços por si é uma condição necessária, mas não suficiente
para o alcance do objectivo principal do governo que é de promover a mobilidade de qualidade e segura em todos os A MOBILIDADE EM MOÇAMBIQUE, POR DIVERSAS RAZÕES
corredores de desenvolvimento do país e no território nacional como um todo. Daí que também as reformas institucio- ENTRE AS QUAIS ALGUMAS HISTÓRICAS, TEM SUSTENTADO UMA
nais e a digitalização da economia sejam vistas como complementos aos investimentos no sector. ENORME DEMANDA PELA UTILIZAÇÃO DO TRANSPORTE AÉREO.
EM QUE MEDIDA CONSIDERA O POTENCIAL DO TRANSPORTE
O nosso foco principal é no desenvolvimento de infraestrutura de qualidade e também da supraestrutura principalmente AÉREO PODER ASSEGURAR A LIDERANÇA NO TRANSPORTE POR
à capacitação dos técnicos e agentes de direção e gestão. É neste contexto que um dos principais objectivos do Sector, CONTA DO CONSTRANGIMENTO DE OUTROS SECTORES PARA A
através da empresa Aeroportos de Moçambique, E.P., é garantir aos passageiros e demais utentes dos serviços aero- MOBILIDADE NACIONAL?
portuários conforto e segurança. Para tal, estão em curso medidas específicas tais como o investimento na melhoria das A questão central não é liderar, mas sim dinamizar, catalisar e complemen-
infraestruturas aeroportuárias resistentes a mudanças climáticas, aquisição de equipamento de apoio à navegação, tar as opções que temos ou que devemos oferecer para a promoção dum
bem como a formação do pessoal das áreas técnicas de especialidade, para que possam cada vez mais servir melhor efectivo movimento de bens, pessoas e talento em todo o espaço de opor-
aos seus clientes e utentes. tunidades económicas e sociais. No nosso contexto, a aviação é um meio
de transporte que facilita o desenvolvimento do comércio e interliga rapid-
Em relação aos projectos em andamento, de uma forma geral, podemos falar da construção de uma nova aerogare em amente todas as províncias do país o que fortalece o sentido de identidade
Inhambane, a remodelação das aerogares da Beira e Nampula, o aumento das pistas de Nampula e Pemba, a insta- e coesão nacional e inclusão no acesso a oportunidades.
lação de terminais de frio em Pemba, Nampula, Quelimane, Beira e Maputo para garantir o escoamento de mariscos,
a instalação de terminais de frios em Chimoio e Lichinga para garantir o escoamento de produtos agrícolas de rápido Num país vasto e rico como Moçambique, o transporte aéreo
perecimento, a renovação da frota e viaturas de combate ao incêndio bem como a modernização dos equipamentos tem o potencial de impulsionar a mobilidade dentro do país
de apoio à navegação aérea, e segurança dos aeroportos. Conscientes deste enorme potencial, estamos a trabalhar com todos os
intervenientes da cadeia de valor deste serviço, nomeadamente os aero-
Os projectos de Inhambane, Beira e Nampula já têm os concursos lançados neste ano de 2023, pelo que esperamos portos, linhas aéreas, agentes econômicos e outros para oferecer melhor
que até ao final do III trimestre de 2024 os mesmos sejam terminados. Os outros projectos que mencionamos acima, os alternativa em termos de oferta do serviço a custos comportáveis para os
concursos serão lançados logo no início de 2024, devendo ser implementados, o mais tardar, até ao final do primeiro cidadãos. Como resultado deste trabalho, temos os aviões da LAM com
semestre de 2025. ocupação atingindo por vezes 100%, oferecendo preços atractivos e bas-
tante competitivos. Conseguimos reduzir as tarifas em cerca de 30% em
alguns segmentos enquanto noutros, em percentagem maior.
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(CONT P5:) Esta é a nossa visão e esperamos aumentar a frota de aeronaves, ao mesmo tempo QUAL É A VISÃO DO GOVERNO PARA O PAPEL DOS AEROPORTOS
que abrimos novas rotas, em função da demanda. Note-se que a nossa perspectiva não é de substi- DE MOÇAMBIQUE NA INTEGRAÇÃO REGIONAL E NO COMÉRCIO
tuir ou excluir os outros modos de transporte. No nosso caso, o transporte aéreo desempenha o seu INTERNACIONAL?
papel, de complemento ao transporte rodoviário, ferroviário e marítimo. O Governo de Moçambique tem na empresa Aeroportos de Moçambique seu principal
actor para a garantia da unidade nacional e também do desenvolvimento do negócio
DE QUE MANEIRA O MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES ESTÁ A nacional e internacional. Os nossos aeroportos são de facto o cartão de visita do País.
COLABORAR COM OUTRAS PARTES INTERESSADAS, PARA APRIMORAR A CONECTIVIDADE É nos aeroportos que recebemos em primeira instancia turistas, homens e mulheres de
E A ACESSIBILIDADE AÉREA EM MOÇAMBIQUE, TANTO DENTRO DO PAÍS QUANTO COM negócios de todo o mundo. Por outro lado, os aeroportos devem desenvolver condições
OUTROS DESTINOS INTERNACIONAIS? EXISTEM PLANOS PARA FOMENTAR A CRIAÇÃO para que sejam o entreposto comercial para a entrada e saída de produtos e merca-
DE NOVAS ROTAS AÉREAS? dorias diversas com maior rapidez, fluidez, eficiência e competitividade.
Como referimos anteriormente, a criação de novas rotas para um país não depende só de um
provedor. Devem sim estar envolvidos todos os intervenientes para atrair tráfego aéreo para o país,
desde os governos locais (governos municipais, províncias e distratais), os agentes econômicos em MOÇAMBIQUE DESEMPENHA UM PAPEL FUNDAMENTAL NO
especial as agências de viagens e turismo, a empresa que faz gestão aeroportuária até ao gover- DESENVOLVIMENTO E APRIMORAMENTO DA INFRAESTRUTURA DE
no central. Nesta perspectiva, por exemplo, o MTC em estreita coordenação com o Ministério da TRANSPORTE, INCLUINDO AEROPORTOS, PARA FACILITAR O COMÉRCIO E A
Cultura e Turismo, participa no movimento de promoção de Moçambique como um destino turístico. MOBILIDADE NA REGIÃO. NO ÂMBITO DO PAPEL DE MOÇAMBIQUE NA SADC,
Como tutela do transporte aéreo, lideramos os contactos e iniciativas estratégicas para o estabelec- QUAIS OS PROJECTOS PARA APRIMORAR OS SERVIÇOS E INFRAESTRUTURA
imento de novas rotas aéreas internacionais para atrair mais tráfego para o país. DOS AEROPORTOS DO PAÍS?
Primeiro, melhorar as infraestruturas actualmente existentes. Falamos de pistas e aeroga-
As empresas do ramo da aviação civil, incluindo os Aeroportos de Moçambique participam, activa- res, para responder à demanda nacional e da região. Este trabalho já está em curso. Os
mente em feiras internacionais de aviação, bem como em contacto directo com algumas compan- projectos de reabilitação, ampliação e modernização das infraestruturas que já mencio-
hias aéreas para a consolidação das parcerias estabelecidas e mobilização de mais companhias namos visam atender às necessidades do mercado nacional, regional e global.
e tráfego aéreo para Moçambique. De Maio até Outubro deste ano, isto é, nos últimos 6 meses, a
LAM introduziu 6 novas rotas internas e 3 internacionais passando a voar directamente de Maputo A manutenção dessas infraestruturas para que possam servir ao país por um período lon-
a Lusaca, Zâmbia, de Johannesburg a Vilanculo e de Johannesburg a Inhambane. Ainda este ano go com a qualidade e resiliência desejada é outra preocupação que estamos a integrar
tem a pretensão de introduzir mais 2 rotas internacionais, sendo 1 Maputo- Cape Town e outro em todos os nossos planos de gestão de infraestruturas aeroportuárias. Estamos atentos
Maputo- Lisboa, enquanto continuam a explorar outros destinos que incluem a Ásia, Medio- Oriente às novas oportunidades e necessidades do mercado nacional e regional.
e América.

“O NOSSO FOCO PRINCIPAL É NO DESENVOLVIMENTO


DE INFRAESTRUTURA DE QUALIDADE E TAMBÉM DA
SUPRAESTRUTURA PRINCIPALMENTE À CAPACITAÇÃO DOS
TÉCNICOS E AGENTES DE DIRECÇÃO E GESTÃO”
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Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República


de Moçambique
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NOTICIAS DE DESTAQUE
REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO DO AERÓDROMO DE MOCÍMBOA DA PRAIA IMPULSIONA
DESENVOLVIMENTO EM CABO DELGADO

9 de Outubro de 2023 marca um momento significativo para a província moçambicana de Cabo Delgado com a reabertura do Aeródromo de Mocímboa da Praia. A reabertura do Aeródromo de
Mocímboa da Praia, na província moçambicana de Cabo Delgado, assinala um período de optimismo e renovação para a região, afectada por ataques terroristas. O evento marca um passo sig-
nificativo na recuperação das infraestruturas locais, tendo sido investidos aproximadamente 15 milhões de Meticais pela empresa Aeroportos de Moçambique, para a reconstrução e requalificação
do local. As obras, executadas pelos Serviços Cívicos de Moçambique, destacam o empenho do Governo em revitalizar estas instalações cruciais.

A restauração da infraestrutura aeroportuária não só restabelece uma conectividade crucial para a região, mas também catalisa oportunidades para investimento e desenvolvimento econômico sus-
tentável. Empresas, tanto locais quanto internacionais, beneficiar-se-ão de uma infraestrutura modernizada, promovendo comércio, transporte e crescimento económico. A cerimônia de inauguração
contou com a presença do Presidente da República, que enfatizou a importância do aeródromo para o crescimento de Mocímboa da Praia e de toda a província de Cabo Delgado.

“Todos os aviões que desejem chegar aqui agora poderão fazê-lo. Esta era, anteriormente, uma porta de entrada para voos comerciais, incluindo voos regionais e conexões para as ilhas. Esta
eabertura é um marco não apenas para Mocímboa da Praia, mas para todo o país”, afirmou o Presidente.

A reactivação do aeródromo e do porto proporciona soluções logísticas integradas, optimizando o fluxo de mercadorias, reduzindo custos e impulsionando o comércio tanto a nível regional como
internacional. Estas infraestruturas renovadas tornam Cabo Delgado um destino atractivo para investimentos em sectores chave como energia, agricultura, pesca e turismo.

Empresas com interesses em Moçambique e em Cabo Delgado poderão capitalizar estas melhorias infraestruturais, expandindo suas operações e oportunidades de negócios. A modernização
do Aeródromo de Mocímboa da Praia simboliza um avanço significativo para o sector aeroportuário moçambicano, prometendo não apenas aprimorar os serviços aeroportuários, mas também
fomentar o desenvolvimento económico local.

Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República


de Moçambique
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GOVERNO DO JAPÃO DOA EQUIPAMENTOS DE NAVEGAÇÃO AÉREA PARA MOÇAMBIQUE

No dia 6 de abril de 2023, em Maputo, foi realizada a cerimônia de Assinatura da Troca de Notas entre o Governo da República de Moçambique e o Governo do Japão. O evento marcou a
oficialização do donativo japonês de equipamentos de navegação aérea a Moçambique. A cerimônia contou com a presença da Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçam-
bique, Verónica Macamo Dlhovo, e do Embaixador do Japão em Moçambique, Kimura Hajime, entre outros convidados notáveis. A Ministra Verónica Macamo Dlhovo expressou a gratidão do
Governo e do Povo de Moçambique pelo generoso donativo, que será fundamental para melhorar o controle da navegação aérea no país. O donativo, avaliado em 22,5 milhões de dólares, inclui
equipamentos para os aeroportos de Maputo, Beira, Pemba, Nampula, Mocímboa da Praia e Nacala.

Entre os equipamentos doados estão rádios de comunicação terra-ar, sistemas de navegação e vigilância aérea, além de outros dispositivos que serão instalados nos aeroportos internacionais de
Maputo e Beira. Estão previstos também equipamentos de assistência aeroportuária, como veículos de combate a incêndios, drones para calibragem de sistemas de iluminação, geradores, estabi-
lizadores de corrente elétrica, estações meteorológicas aeroportuárias e um simulador de controle de tráfego aéreo.

Adicionalmente ao apoio na navegação aérea, o Japão tem colaborado com Moçambique em várias áreas, incluindo o combate ao terrorismo, com a construção de um Navio de Vigilância Costei-
ra e fornecimento de equipamentos de monitoramento de fronteiras. Há também projetos de assistência económica e social em regiões afectadas pela insegurança, como Cabo Delgado. A Ministra
Dlhovo destacou a importância do apoio japonês no desenvolvimento de Moçambique, enfatizando a crescente cooperação bilateral em sectores como agricultura, segurança alimentar, energia,
infraestrutura de transporte e comunicação, incluindo o desenvolvimento do Porto de Nacala, além de recursos naturais, desenvolvimento humano e cooperação empresarial.
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INÍCIO DAS OPERAÇÕES DA FLYSAFAIR REFORÇA CONECTIVIDADE E DESENVOLVIMENTO


REGIONAL

No dia 5 de outubro, a FlySafair, companhia aérea sul-africana de baixo custo, começou a op-
erar no mercado moçambicano, visando aprimorar a conectividade regional e oferecer opções
de viagem mais acessíveis. Este marco representa um avanço significativo nas relações aéreas e
comerciais entre Moçambique e a África do Sul, impulsionando a integração e o desenvolvimen-
to econômico na região. Com voos directos entre a África do Sul e Maputo, a FlySafair adiciona
uma rota internacional valiosa, expandindo as opções de conectividade para passageiros e
negócios. A presença da companhia no Aeroporto Internacional de Maputo não apenas aumen-
ta o fluxo turístico, mas também facilita o intercâmbio comercial entre os dois países.

Para Aeroportos de Moçambique, E.P., a chegada da FlySafair simboliza o esforço contínuo


para aprimorar o padrão dos aeroportos nacionais, atraindo novas rotas e parcerias. Este mov-
imento reflecte o compromisso da empresa em dinamizar a economia nacional, promover o tur-
ismo e fortalecer a integração regional. Este novo capítulo na aviação moçambicana sublinha
a posição estratégica do país na SADC. A iniciativa atende às expectativas de qualidade e
eficiência dos passageiros e consolida a confiança dos parceiros internacionais na infraestrutura
aeroportuária de Moçambique.

AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE INVESTEM NA CAPACITAÇÃO DE COLABORADORES PARA


EXCELÊNCIA EM SERVIÇO

Visando a excelência operacional, a Aeroportos de Moçambique (AdM, E.P.) iniciou um pro-


grama intensivo de formação para os seus colaboradores. Este programa reflecte o compromisso
da empresa com a melhoria contínua dos serviços e adaptação às dinâmicas do sector aeropor-
tuário. Durante o ano de 2023, os colaboradores da AdM, E.P. participaram de uma diversidade
de cursos de capacitação.

Estes cursos, oferecidos tanto em Moçambique quanto em instituições de renome internacional,


cobriram áreas vitais como segurança operacional, inovações tecnológicas e práticas de gestão
eficiente.

Os colaboradores beneficiaram-se de treinamentos práticos (“training on the job”), conferên-


cias e reciclagens periódicas, aprimorando habilidades essenciais para o desempenho das suas
funções. O investimento na formação contínua é estratégica para a AdM, E.P., especialmente
em um sector tão competitivo e rigoroso como o da aviação. Ao proporcionar oportunidades
de crescimento e aprendizado, a empresa não só eleva o padrão dos serviços prestados, mas
também promove um ambiente de trabalho positivo e produtivo.

Este investimento em capital humano é uma aposta clara nos benefícios a longo prazo, tanto para
os colaboradores quanto para os clientes. Com essas iniciativas, a AdM, E.P. reafirma seu papel
na consolidação de Moçambique como um destino preferencial para viagens e negócios, con-
tribuindo significativamente para o desenvolvimento econômico e social do país.
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AEROPORTO DE NAMPULA
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14 BOLETIM INFORMATIVO AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE JANEIRO - MARÇO 2024

PASSADO, PRESENTE E FUTURO DA AVIAÇÃO EM MOÇAMBIQUE COM O ENGENHEIRO


ANTÓNIO LAPIDO LOUREIRO

A conversa com o Engenheiro António Lapido Loureiro convida-nos a uma viagem fascinante
pelo passado, presente e futuro da aviação e da infraestrutura aeroportuária em Moçambique.
Durante esta entrevista, exploraremos os desafios iniciais que moldaram o sector e as perspec-
tivas em constante evolução. Esta conversa oferece uma visão abrangente do desenvolvimento
da aviação no país ao longo das décadas, destacando a importância da formação, colabo-
ração e compromisso na construção de um sector aeroportuário forte e vibrante no país. O le-
gado inspirador de Loureiro é uma orientação valiosa para as futuras gerações de profissionais
da aviação em Moçambique.

ENGENHEIRO LOUREIRO, PODERIA COMEÇAR POR NOS CONTAR UM POUCO SOBRE


A SUA ORIGEM?
Claro, sou natural de Cabo Delgado, nasci em Montepuez e cresci em Pemba. Quando saí de
Pemba, não havia o ensino até ao 12º ano, apenas até à 9ª classe. Portanto, fui para Beira
fazer o 10º e 11º ano e depois a Maputo para a universidade. A partir desse momento, a minha
carreira permaneceu em Maputo, onde me dediquei inteiramente à aviação.

COMO FOI O PROCESSO DE SELECÇÃO QUE O LEVOU A INGRESSAR NA EMPRESA


AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE?
Não houve concurso público, houve um amigo que me informou que haviam vagas aqui na
empresa, submeti a minha documentação e participei numa entrevista de selecção. Felizmente,
fui escolhido para integrar a equipa.

COMO COMEÇOU A SUA TRAJECTÓRIA PROFISSIONAL NA AVIAÇÃO? QUAL ERA O


CENÁRIO QUE SE VIVIA EM 1989?
A minha jornada na aviação começou numa época de grandes desafios para o sector em
Moçambique. Em 1989, encontrei uma empresa em fase de transição. Após a independência,
como muitas outras empresas, enfrentamos uma crise de quadros, com escassos investimentos
e equipamentos datados dos anos 60 e 70. como eu venho de uma área em que a tecnologia
muda rapidamente, na área de Engenharia Eletrotécnica, sentia-se que tínhamos equipamentos
já muito cansados e obsoletos. Felizmente, estávamos a entrar numa fase marcada por grandes Engenheiro António Lapido Loureiro
projectos. Um desses projectos era financiado pelo Reino Unido e contava com a colaboração
de engenheiros estrangeiros, dos quais aprendi bastante. Além disso, tínhamos parcerias com
diversos países, um dos quais deixou uma marca na minha geração. O Sr. Abraham, um etíope
que desempenhou um papel fundamental na nossa integração e progressão de carreira. Pos-
teriormente, na minha área específica, iniciei um projecto relacionado com a implementação
de um sistema de rádio auxílio, que foi o meu primeiro projecto de grande envergadura. Esse
projecto visava a renovação de um sistema de rádio ajuda utilizado em Limpopo e Beira. Foi
uma experiência da qual aprendi muito.

Engenheiro António Lapido Loureiro


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Aeroporto Internacional de
Nacala

ENTRE 1989 E 1994, MAIS OU MENOS DURANTE AS PRIMEIRAS ELEIÇÕES GERAIS, A SITUAÇÃO DO PAÍS
ERA DESAFIADORA. COMO A EMPRESA SE ADAPTOU A ESSE PERÍODO E COMO ISSO INFLUENCIOU O
SECTOR DA AVIAÇÃO EM MOÇAMBIQUE?

Esse foi um período de aprendizado fundamental. A empresa implementou diversos mecanismos de adaptação durante
esse intervalo de tempo. Nesse período, foram executados vários projectos de cooperação que tinham como foco a mod-
ernização dos equipamentos. Foi uma fase em que a empresa passou por várias transformações. Como mencionei anterior-
mente, encontrei aqui vários técnicos estrangeiros, mas gradualmente, esses técnicos foram retornando aos seus países de
origem, chegando a um ponto em que a empresa, assim como acontece hoje, era composta apenas por moçambicanos.

Devo salientar que esse também foi um período de grandes desafios para mim, pois estava em constante progressão
e assumindo a responsabilidade por vários projectos. Muitas vezes, enfrentei situações e tarefas que eram comple-
tamente novas para mim. É importante ressaltar que, naquela época, não tínhamos acesso à internet. Para elabo-
rar especificações de equipamentos, dependíamos de catálogos físicos, solicitando-os para obter as informações
necessárias. Hoje em dia, as coisas estão muito mais facilitadas com o acesso à internet e às informações online.

COMO A COLABORAÇÃO ENTRE OS TÉCNICOS RECÉM-FORMADOS E OS PROFISSIONAIS EXPERIENTES


IMPACTOU O DESENVOLVIMENTO DA EQUIPE AO LONGO DO TEMPO E CONTRIBUIU PARA O
CRESCIMENTO DA EMPRESA?
Sim, sem dúvida. Tive a sorte de entrar em um grupo composto por quatro ou cinco colegas que haviam se formado
na universidade. Naquela época, éramos poucos os graduados, mas também encontramos técnicos de nível médio
altamente qualificados na empresa. Eles desempenharam um papel crucial na nossa adaptação, pois traziam uma
experiência prática valiosa que não adquirimos na faculdade.

O ambiente de trabalho naquela época era excepcionalmente saudável e amigável. Todos nós nos dávamos muito
bem, quase como uma família. Foi uma época em que aprendemos muito com os colegas que já estavam na empre-
sa. Nós, como uma das primeiras equipes a entrar, tivemos a missão de repassar o conhecimento adquirido para os
colegas que se juntaram a nós mais tarde, e foram muitos. Com o passar do tempo, a empresa continuou a receber
novos profissionais, e hoje não tenho um número exacto, mas posso garantir que somos muitos técnicos altamente
qualificados na empresa. Essa colaboração entre colegas e a transferência de conhecimento foram essenciais para o
desenvolvimento e crescimento da nossa equipe e da empresa como um todo.
16 BOLETIM INFORMATIVO AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE JANEIRO - MARÇO 2024

COM BASE NA SUA EXPERIÊNCIA ACTUAL E CONSIDERANDO OS RECURSOS E CONHECIMENTOS QUE POSSUI, ACREDITA QUE TOMARIA AS MESMAS DECISÕES NA ESCOLHA
DOS PROFISSIONAIS QUE DARIAM CONTINUIDADE AO TRABALHO DA EMPRESA, OU OPTARIA POR UMA ABORDAGEM DIFERENTE?
Eu diria que sim. Naquela época, os critérios eram estritamente seguidos, e os processos eram muito claros. Não tenho dúvidas de que, se pudesse voltar atrás, continuaria a utilizar os mesmos
critérios e, provavelmente, escolheria as mesmas pessoas. Hoje, olho para elas com orgulho, pois estou próximo da minha reforma e sinto confiança de que estas pessoas serão capazes de dar
continuidade ao meu trabalho. Acredito que os critérios que utilizamos foram eficazes na formação de uma equipa forte e dedicada. Estou orgulhoso de ver o crescimento e desenvolvimento das
pessoas que selecionamos e treinamos

ESTEVE, IMAGINO, POR TER INGRESSADO NO INÍCIO, ENVOLVIDO NOS MAIORES PROJECTOS DA EMPRESA. NO ENTANTO, HÁ DOIS SECTORES EM QUE ESTEVE DIRECTAMENTE
ENVOLVIDO, INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO E INFRAESTRUTURAS. NA ÁREA DE INFRAESTRUTURAS, O QUE FEZ COM QUE FOSSE POR EXEMPLO O ENGENHEIRO LOUREIRO A
LIDERAR O PROCESSO DE REABILITAÇÃO E RESTRUTURAÇÃO DO AEROPORTO DE MAPUTO, DE NACALA E DE OUTROS QUE VIERAM DEPOIS?
Fui indicado. (risos). Eu passei para área de projectos quando saí da administração. eu acredito que foi pela experiência que trazia da administração, principalmente na aérea de gestão, porque o
gestor de projecto ou director de projecto, é fundamentalmente um gestor que vai fazer a gestão na essência, então eu acredito que seja pelo facto de eu sair da administração, portanto do órgão
topo da empresa, que deve ter pesado muito para ser indicado para esses projectos. Primeiro vou só completar a questão. Estive envolvido em alguns projectos como Director de Projectos, enquanto
em outros estive envolvido de forma muito próxima. Participei no projecto da Aerogare de Vilanculos, no projecto de modernização da Aerogare de Pemba, na construção do Aeroporto de Nacala,
onde actuei como Director do projecto. Também estive envolvido no projecto de expansão e modernização do Aeroporto de Maputo, especificamente na parte dos edifícios, além do projecto do
Aeroporto Filipe Jacinto Nyusi, que envolveu a construção de raiz, onde também desempenhei o papel de Director de Projecto.

EM RELAÇÃO AO AEROPORTO DE NACALA, QUE FOI PROJECTADO PARA SE TORNAR UMA HUB DEVIDO À SUA LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA NO CAMINHO MAIS PRÓXIMO PARA
A ÁSIA, COMO FOI A EXPERIÊNCIA DE ESTAR ENVOLVIDO NAQUELE PROJECTO?
O Aeroporto de Nacala foi um projecto complexo, e não foi fácil geri-lo por várias razões. Este projecto revelou-se interessante e ao mesmo tempo desafiador, uma vez que enfrentamos diversos
contratempos e questões que não foram devidamente alinhadas desde o início. No entanto, felizmente, conseguimos colaborar de forma proactiva entre as três partes envolvidas no projecto, por-
tanto nós os donos da obra, o empreiteiro e a equipe de fiscalização, de tal forma que fomos encontrando soluções com alguma razoabilidade para levar o projecto avante e uma das grandes
razões, foi exactamente essa que mencionou, nós tínhamos que montar o projecto para ir de encontro com aquilo que eram as expectativas do governo e da sociedade, mas foi depois prazeroso, foi
agradável quando na medida que o projecto ia chegando ao fim, nós íamos sentindo que de facto conseguimos ter o produto que nos foi exigido e estávamos a buscar. No entanto, também enfrenta-
mos alguma frustração, pois acreditamos que, se tivéssemos mantido os pressupostos iniciais do projecto, Nacala poderia ter alcançado um nível de desenvolvimento e movimento ainda maior hoje.

PODEMOS FAZER ISSO HOJE, CONSIDERANDO QUE A INFRAESTRUTURA ESTÁ LÁ E QUE TODOS OS FACTORES QUE DETERMINARAM A CONSTRUÇÃO DO AEROPORTO TAMBÉM
ESTÃO PRESENTES?
Sim.. sim.. sim..Sim! Podemos sem duvidas, não tenho duvidas que vai acontecer. O que aconteceu foi que depois começaram a aparecer algumas crises. Mas as crises passam, infelizmente tivemos
várias, a ultima das quais a Covid, mas as crises passam, não são eternas e eu estou convencido que os pressupostos que levaram a construção do aeroporto de Nacala, vão verificar-se no terreno
e nessa altura vamos ter o aeroporto com outro movimento.

É ALGO QUE GOSTAVA DE VER ANTES DA SUA REFORMA?


(risos), não vou a tempo, a minha reforma está mesmo a porta, mas hei de acompanhar, estou mesmo convencido que hei de acompanhar, tanto mais que um pouco antes da Covid, nós tivemos
um estudo que eu gostei muito, foi muito bem feito, com os pés na terra e muito realismo. Este estudo indicava que o Aeroporto de Nacala ia começar a crescer em termos de movimento e de facto,
acho que foi no primeiro ano, o que o estudo previa estava a acontecer, Nacala de repente começou a ganhar algum movimento com alguma aceleração, infelizmente depois tivemos a Covid e
tudo mudou.

A IMPLANTAÇÃO DE INFRAESTRUTURAS EM CABO DELGADO, TÊM ALGUMA INFLUÊNCIA NAQUILO QUE SE ESPERA QUE NACALA VENHA A SER OU NEM POR ISSO?
Nem por isso, isto ficou inclusive escrito em plano, era que Cabo Delgado (Pemba) fundamentalmente, ia ter um papel diferente do de Nacala. Enquanto Pemba ia ser um aeroporto virado mais
para o turismo, designadamente voos charters e por aí, Nacala já seria um aeroporto virado mais para o apoio logístico. Como sabe Nacala fica no início ou no fim do corredor de Nacala e têm
uma excelente estrutura ferro portuária. Têm depois o porto e estava em falta um aeroporto, para termos a ligação aérea. Nacala surge um pouco também por aí, para dar apoio a toda indústria
que ia nascer e estava previsto.
VINTE AEROPORTOS ENTRE AERÓDROMOS E AEROPORTOS, COMO É QUE ESSES AEROPORTOS PODEM HOJE EM DIA SER PARTE DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO
PAÍS QUE SE PRETENDE, SEJA A NÍVEL DE MOVIMENTAÇÃO DE PESSOAS, SEJA A NÍVEL DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGA? COMO SOB PONTO DE VISTA DE INFRAESTRUTURA, ESTA
A SER PENSADO TRAZER ESSES AEROPORTOS A VIDA E DAR UM PAPEL UM POUCO MAIS ACTIVO NAQUILO QUE SÃO AS ACTIVIDADES DE FACTO PARA AS QUAIS ELES FORAM
CONSTRUÍDOS?
Eu penso que isso está a acontecer, talvez não seja muito evidente porque é um processo gradual, mas acredito que está a ocorrer. Se analisarmos o nosso tráfego nos últimos dez anos, vemos um
crescimento constante. Embora tenhamos enfrentado uma redução devido à pandemia da Covid, o tráfego está a recuperar. Isso significa que o nosso papel no desenvolvimento do país está a gan-
har relevância. Há um efeito duplo aqui, o tráfego impulsiona o desenvolvimento e, por sua vez, o desenvolvimento impulsiona o tráfego. Portanto, podemos observar que o papel dos aeroportos
está a ter um impacto positivo no desenvolvimento económico e, também, social, devido à nossa significativa influência na conectividade. Acredito que nos próximos anos, devido à dinâmica da
empresa, especialmente a nível da gestão de topo, surgirão várias perspectivas para grandes investimentos. Um dos principais obstáculos que enfrentamos é a infraestrutura adequada ao desen-
volvimento do país. Pelas indicações actuais, acredito que veremos progressos significativos nos próximos anos.
QUAIS SÃO AS PRIMEIRAS MUDANÇAS QUE VAMOS PODER VER, POR EXEMPLO NOS PRÓXIMOS CINCO ANOS, SOB PONTO DE VISTA DE INVESTIMENTO, ONDE É QUE ESTÁ A
INVESTIR-SE NESTE MOMENTO?
A prioridade naturalmente é para a segurança aérea, é uma componente que não é muito visível para o público, não é perceptível, mas têm que ser, sempre foi e acredito que vai continuar a ser nat-
uralmente a segurança aérea. Creio que foi anunciado em abril, isto é público, um investimento do Governo do Japão para o melhoramento dos sistemas de navegação aérea, portanto inclui equi-
pamentos para o controle de tráfego aéreo e de ajuda a navegação aérea incluindo a componente de vigilância, que emprega radares, entre outras coisas que portanto até agora nós não tínhamos.

ESSES INVESTIMENTOS TÊM ALGUMA RELAÇÃO, POR EXEMPLO, COM O NÚMERO DE COMPANHIAS AÉREAS INTERNACIONAIS QUE VOAM PARA MOÇAMBIQUE, OU SÃO
PRINCIPALMENTE PARA CUMPRIR PADRÕES QUE DEVEM SER RESPEITADOS?
É um pouco das duas coisas. Primeiramente, envolve o cumprimento de padrões, sim. Nós temos que aderir aos regulamentos internacionais, e neste sentido, estamos a passar por um processo de
certificação. Alguns dos nossos aeroportos já estão certificados. No entanto, em termos de segurança aérea, mesmo sem a certificação, a prioridade é fundamental. Por outro lado, a infraestrutura
também está relacionada com o tráfego aéreo. Como mencionei anteriormente, o tráfego está em crescimento, e precisamos de infraestruturas que possam acompanhar esse aumento, portanto, é
um pouco das duas coisas.
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HÁ ALGUNS AEROPORTOS NESTE MOMENTO QUE VÃO MERECER ALGUM OUTRO TIPO DE INVESTIMENTO PARA ALÉM DESTA QUESTÃO DA SEGURANÇA AEROPORTUÁRIA OU
SOB PONTO DE VISTA DE INFRAESTRUTURA FÍSICA POR EXEMPLO?
Estamos a trabalhar nesse sentido, embora eu não possa mencionar detalhes neste momento, pois estamos numa fase muito preliminar. No entanto, se tudo correr como planejado, acredito que
vamos dar um BOOM!!! (risos), vamos ver muita coisa acontecer nos próximos anos.

COMO ESTAMOS EM TERMOS DE SEGURANÇA AÉREA?


Acredito que estamos bem, e estamos a melhorar constantemente. Ao contrário do que é frequentemente comentado, posso afirmar com segurança que nunca estivemos mal em termos de segurança
aérea. O que muda é a forma como a segurança aérea é avaliada; alguns a avaliam com base em percepções, enquanto outros reagem a incidentes isolados. No entanto, prefiro confiar em es-
tatísticas. Se analisarmos as estatísticas, veremos que Moçambique tem uma das melhores estatísticas em África e, muito provavelmente, no mundo, tanto em termos de incidentes quanto de acidentes.
Portanto, acredito que nunca estivemos mal, e estamos constantemente a melhorar. Actualmente, estamos em processo de certificação, como mencionei anteriormente, com inspeções regulares da
nossa Autoridade de Aviação Civil. Isso resulta em garantias cada vez maiores de que estamos a progredir em termos de segurança aérea. Hoje em dia, temos todos esses processos documentados.
Posso dizer que não estamos mal em termos de segurança aérea.

AGORA, MUDANDO DE SECTOR PARA O SECTOR IMOBILIÁRIO, É UMA ÁREA NA QUAL TAMBÉM CONTRIBUIU SIGNIFICATIVAMENTE. COMO O SECTOR IMOBILIÁRIO SE
ENCAIXA NO CORE BUSINESS DE UMA EMPRESA DE GESTÃO AEROPORTUÁRIA?
Eu não diria que é o Core Business. O nosso Core Business é a gestão aeroportuária e os serviços de navegação aérea. Eu diria que faz parte de uma estratégia, uma estratégia adoptada pela
administração da empresa, no sentido de diversificar as nossas fontes de receita. Dado que enfrentamos crises recorrentes, é necessário encontrar maneiras de manter a aviação civil activa. Isso,
naturalmente, requer investimento, e os fundos precisam vir de algum lugar. Normalmente, são os passageiros que fornecem esses fundos. Portanto, o que estamos a buscar com essa estratégia é
desenvolver a componente não aeronáutica, a fim de trazer recursos financeiros adicionais para a empresa, sem sobrecarregar ainda mais os passageiros

QUAIS SÃO OS MAIORES INVESTIMENTOS QUE A EMPRESA FEZ NOS ÚLTIMOS ANOS QUE NESTE MOMENTO PODEM SER VISÍVEIS PARA QUEM, POR EXEMPLO, NÃO CONSIGA
IMAGINAR OU PERCEBER ONDE ESTÃO ESSES INVESTIMENTOS NA ÁREA IMOBILIÁRIA?
Na área imobiliária, a estratégia é diferente. Não estamos a realizar investimentos por conta própria; pretendemos desenvolver a área imobiliária por meio de parcerias com o sector privado. Ainda
não temos assim coisas de vulto e visíveis, temos o projecto eu acredito que é o projecto que está mais avançado, o projecto da Costa do sol, onde já temos digamos um projecto preliminar feito e
estamos à procura de parceiros.
HÁ UMA IDEIA GENERALIZADA QUE AS PASSAGENS AÉREAS SÃO CARAS POR CAUSA DOS CUSTOS AEROPORTUÁRIOS, EM QUE MEDIDA ISSO É UM FACTO?
É importante fazer uma distinção aqui. Como empresa de aeroportos, cobramos determinadas taxas as companhias aéreas. No entanto, essas taxas que cobramos têm várias componentes, e a
parte que se refere à taxa aeroportuária, que é a parte que fica com a empresa dos aeroportos, representa uma percentagem muito pequena. Não é um valor significativo, com certeza. Essa taxa
foi revista há bastante tempo, e não a revisamos há vários anos, apesar do aumento do custo de vida e dos custos de manutenção das infraestruturas. Portanto, não acredito que o problema do alto
custo das passagens aéreas seja muito influenciado pela taxa aeroportuária.

PRESTES A SE REFORMAR, O QUE GOSTARIA DE DEIXAR? O QUE GOSTARIA DE VER A EMPRESA AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE SE TORNAR?
O que gostaria de deixar são fundamentalmente pessoas capazes de dar continuidade à empresa. Sinto, modestamente, que isso vai acontecer, pois a empresa possui recursos humanos capacita-
dos. Eu gostaria de ver a empresa Aeroportos, como já disse, como uma empresa que serve a sociedade. Uma empresa Aeroportos que corresponda integralmente às necessidades da sociedade,
tanto em termos de requisitos para os vários sectores econômicos do país, como também nas áreas sociais. Nós temos também uma componente social muito grande, e sempre cumprimos com essa
componente.
EM QUE CONSISTE ESSA COMPONENTE SOCIAL QUE MENCIONOU ANTES? QUE PAPEL SOCIAL A EMPRESA DESEMPENHA?
Nós temos uma grande parte dos nossos aeroportos que são deficitários, e isso é público, não é nada de novo. Portanto, se nós privilegiássemos apenas a componente comercial, vamos supor que
a empresa fosse privada, o que aconteceria? Imagine que a empresa se tornasse privada, a primeira medida que o sector privado tomaria seria fechar os aeroportos deficitários. Nesse cenário,
Aeroportos de Moçambique se tornaria uma empresa completamente diferente de um dia para o outro. No entanto, como somos uma empresa do Estado, temos essa responsabilidade social e temos
cumprido, pois não fechamos esses aeroportos. São aeroportos que, mesmo sendo financeiramente deficitários, desempenham um papel social muito importante no transporte e movimentação de
pessoas. Portanto, a razão pela qual mantemos todos esses aeroportos em operação é porque estamos cientes de que cumprimos um papel social significativo. Acredito que, com o tempo, é possível
que todos esses aeroportos se tornem financeiramente rentáveis. Leva tempo, mas acredito que isso é possível.

QUAL É O SEU SONHO PARA O FUTURO DA AVIAÇÃO EM MOÇAMBIQUE?


Meu sonho é ver a aviação em Moçambique crescer e se tornar uma referência na região. Com as infraestruturas adequadas, segurança aérea e uma indústria competitiva, Moçambique pode se
tornar um importante centro de conexão na África Austral.

“MEU SONHO É VER A AVIAÇÃO EM MOÇAMBIQUE


CRESCER E SE TORNAR UMA REFERÊNCIA NA REGIÃO.
COM AS INFRAESTRUTURAS ADEQUADAS, SEGURANÇA
AÉREA E UMA INDÚSTRIA COMPETITIVA, MOÇAMBIQUE
PODE SE TORNAR UM IMPORTANTE CENTRO DE
CONEXÃO NA ÁFRICA AUSTRAL.”
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AEROPORTO INTERNACIONAL DE NACALA


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20 BOLETIM INFORMATIVO AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE JANEIRO - MARÇO 2024

AEROPORTO DE VILANKULOS, MODERNIZAÇÃO E CHARME TURÍSTICO


EM MOÇAMBIQUE

O Aeródromo de Vilankulo, situado na província de Inhambane, Moçambique, tem desempen-


hado um papel significativo desde a sua inauguração em 1962 para tráfego doméstico, e sua
posterior reabertura para tráfego internacional em 1997. Observando um crescente fluxo inter-
nacional, o antigo terminal de passageiros revelou-se inadequado para atender a demanda e
padrões internacionais de aviação civil, especialmente em conforto e segurança. Reconhecido
como um dos aeródromos mais movimentados de Moçambique, o Aeroporto de Vilankulos acol-
he diariamente cerca de 25 aeronaves de médio e pequeno porte. Para atender melhor aos
viajantes e cumprir os padrões internacionais, a ADM, E.P. priorizou Vilankulos no seu programa
de modernização e expansão. Em janeiro de 2010, iniciaram-se as obras de construção de um
novo e moderno terminal de passageiros, concluídas em março de 2011.

Inaugurado a 13 de abril de 2011, o novo terminal não só melhora a imagem de Moçambique,


mas também oferece uma infraestrutura moderna, confortável e segura. Com esta actualização,
a capacidade do aeroporto aumentou de 75 mil para 200 mil passageiros por ano, e a sua clas-
sificação elevou-se da categoria 3 para 6. As novas instalações oferecem uma vista panorâmica
espetacular do 1° andar e das salas de embarque e desembarque.

Além de ser uma hub aeroportuário vital, Vilankulos é um destino turístico deslumbrante. Suas
praias de areia branca, águas cristalinas do Oceano Índico, e proximidade aos arquipélagos de
Bazaruto e Benguerra, tornam a região um paraíso tropical. Mergulho, snorkeling, pesca e pas-
seios de barco são apenas algumas das actividades oferecidas. A região é rica em cultura, com
vilas pitorescas e mercados vibrantes, onde os visitantes podem se imergir nas tradições locais.

A culinária moçambicana, destacando-se pelos seus pratos à base de frutos do mar frescos, é
uma atracção à parte. Vilankulos é um lugar onde memórias preciosas são criadas. Nadar com
golfinhos, explorar a vida marinha, observar tartarugas marinhas e relaxar nas praias tranquilas
são experiências inesquecíveis. Este destino oferece uma combinação única de aventura, relax-
amento e imersão cultural, tocando a alma e criando lembranças que duram uma vida inteira
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AEROPORTO DE VILANKULO
22 BOLETIM INFORMATIVO AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE JANEIRO - MARÇO 2024

DE OLHOS POSTOS NO FUTURO COM PEDRO MANDLATE BALELE

Por outro lado, as actividades não aeronáuticas estão relacionadas ao aeroporto em


si, as actividades não aeronáuticas se referem a serviços que visam o conforto dos
passageiros. Isso abrange boutiques, lojas de acessórios, serviços de engraxadores
e até mesmo o estacionamento. A gestão dessas actividades não está directamente
ligada à experiência da aviação civil, mas sim ao bem-estar dos viajantes e utentes.
As receitas não aeronáuticas são provenientes da cobrança de várias taxas, como a
taxa de estacionamento, a taxa de ocupação de espaços comerciais e até mesmo a
taxa de passageiro. As receitas não aeronáuticas são fundamentais para apoiar esses
serviços e manter a infraestrutura aeroportuária.

“ACREDITO QUE AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE É


UMA FIGURA CRUCIAL NA INDÚSTRIA DA AVIAÇÃO.
A EMPRESA DESEMPENHA UM PAPEL IMPORTANTE
EM GARANTIR QUE TODAS AS ACTIVIDADES
AERONÁUTICAS SEJAM REALIZADAS COM
SEGURANÇA E EFICIÊNCIA.”

ENTENDIDO. TAMBÉM MENCIONOU AS TAXAS DE SOBREVOO. PODE


EXPLICAR COMO ESSAS TAXAS FUNCIONAM? SÃO AQUELAS REFERENTES
A TODOS AVIÕES QUE PASSAM SOBRE O NOSSO CÉU?
As taxas de sobrevoo são cobradas a todas aeronaves que passam pelo espaço
aéreo moçambicano. No entanto, controlar e cobrar essas taxas seria uma tarefa
complexa sem a assistência de entidades externas à nossa empresa, como a ICAO
(Organização da Aviação Civil Internacional) e a IATA (Associação Internacional de
Transporte Aéreo). Com a ajuda dessas organizações, podemos monitorar e cobrar
essas taxas. Em muitos casos, os clientes pagam, mas não integralmente, o que nos
leva a realizar reconciliações. Às vezes, as diferenças ocorrem devido a registros de
actividades diferentes em um determinado mês, pois precisamos acumular as activi-
dades do mês e enviá-las para cobrança. Esse processo de reconciliação é complexo.

Trabalhando no Serviço de Gestão de Crédito, que faz parte da Direção Financeira,


percebo que é essencial entender tanto os processos financeiros dessa direção quanto
os processos comerciais da Direção Comercial. Isso inclui a elaboração de contratos,
emissão de facturas e o processo de reconciliação, que é uma actividade que envolve
aspectos financeiros e comerciais. Minha experiência no balcão de informações e as
formações aeronáuticas que realizei me ajudaram a entender as actividades factur-
adas. Para realizar minha função, é necessário ter um conhecimento abrangente dos
instrumentos comerciais, legislativos e de comunicação, pois estamos a lidar com pes-
PEDRO! PARA COMEÇAR, GOSTARÍAMOS DE CONHECER UM POUCO MAIS SOBRE SI. QUAL É soas que representam organizações. É importante considerar as emoções das pessoas
A SUA IDADE E ONDE NASCEU? ao lidar com cobranças, pois muitas vezes as decisões são influenciadas por essas
Claro, meu nome é Pedro Mandlate Balele, tenho 28 anos e trabalho na empresa Aeroportos de Moçam- emoções. Portanto, é fundamental ser receptivo e adaptar a abordagem de acordo
bique há seis anos. com o contexto para alcançar o melhor resultado.

HOJE EM DIA, ESTÁ NUMA ÁREA QUE É PRATICAMENTE UM DOS


CONTE-NOS UM POUCO SOBRE A SUA TRAJECTORIA DENTRO DA EMPRESA. COMO CENTROS DA EMPRESA, CONSIDERANDO QUE É UM PONTO DE
COMEÇOU E QUAIS ERAM AS SUAS FUNÇÕES? LIGAÇÃO ENTRE AS OPERAÇÕES E O RESULTADO FINAL, QUE ENVOLVE
Entrei na empresa em 2017, através de um concurso público para contratação de técnicos de atendimento ao COBRANÇAS E ENTRADAS FINANCEIRAS. ONDE SE IMAGINA DAQUI A
cliente. Na época, eu estava no segundo ano do meu curso de tradução em Inglês/Português. A oportuni- ALGUM TEMPO?
dade surgiu quando vi um anúncio no jornal, na verdade, eu não sabia qual era a empresa, apenas sabia Compreendo que uma das maiores limitações para pessoas da minha geração, talvez
que fazia parte do grupo A da indústria aeronáutica, o sector de Aviação. No entanto, decidi concorrer jovens como eu, seja a língua. Felizmente, tenho facilidade com idiomas e estou a usar
porque estava interessado em ganhar alguma experiência profissional, uma vez que já tinha uma formação isso como uma ferramenta. Meu objectivo é aprender o máximo de idiomas possíveis,
em Contabilidade e Administração. vejo-me a melhorar continuamente minhas habilidades linguísticas no futuro.

Passei por todo o processo de selecção, desde o exame de proficiência em língua Inglesa no Instituto de COMO O CONHECIMENTO DE DIVERSOS IDIOMAS E AS
Línguas até a entrevista final. Fui admitido na empresa e comecei a trabalhar como técnico de atendimento OPORTUNIDADES DE CRESCIMENTO NA EMPRESA INFLUENCIAM SEUS
ao cliente no balcão de informações do Aeroporto Internacional de Maputo, que na época fazia parte PLANOS PARA O FUTURO?
do Sector de Atendimento ao Cliente, que mais tarde passou a ser chamado de Sector Terminais, como é Pretendo aprimorar minha fluência em mandarim, inglês, zulu, francês, espanhol e
conhecido hoje. Em 2020, fui realocado como técnico contabilista, integrado na Direção Financeira, mais italiano para expandir oportunidades na minha carreira. Estou optimista com o cresci-
especificamente no Serviço de Gestão de Créditos. Actualmente, ocupo a posição de Gestor Nacional de mento na empresa, visto que o novo modelo de gestão valoriza o potencial dos jo-
Créditos, com as principais responsabilidades de supervisionar e coordenar as actividades de cobrança em vens e observo avanços significativos, como a promoção de colegas a posições de
colaboração com as unidades de produção. liderança.
TER PASSADO POR DIFERENTES ACTIVIDADES PERMITIU QUE ADQUIRISSE UM AMPLO
ENTENDIMENTO SOBRE A EMPRESA. PARA AQUELES QUE NÃO ESTÃO FAMILIARIZADOS
COM AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE, COMO O PEDRO DESCREVERIA O PAPEL DA EMPRESA
NA INDÚSTRIA DA AVIAÇÃO?
Acredito que Aeroportos de Moçambique é uma figura crucial na indústria da aviação. A empresa de-
sempenha um papel importante em garantir que todas as actividades aeronáuticas sejam realizadas com
segurança e eficiência. Isso inclui a gestão das infraestruturas aeroportuárias para garantir a segurança e o
conforto dos passageiros e o funcionamento da aviação civil

MUITO INTERESSANTE! MENCIONOU ACTIVIDADES AERONÁUTICAS. PODE EXPLICAR A


DIFERENÇA ENTRE ACTIVIDADES AERONÁUTICAS E NÃO AERONÁUTICAS?
Certamente, vou tentar simplificar. Actividades aeronáuticas estão directamente relacionadas à aviação civil,
envolvendo aviões, passageiros e voos. Isso inclui funções como o controlo de tráfego aéreo, operações
aeroportuárias e até mesmo o despacho de pilotos na sala IS, onde são registadas informações vitais. Além
disso, a unidade responsável pelo registo das aeronaves que entram e saem também faz parte das activi-
dades aeronáuticas, assim como a emissão de facturas aeronáuticas. Estas facturas incluem taxas de pas-
sageiros, taxas de estacionamento de aeronaves, acesso à plataforma de abastecimento de combustível e
assistência de serviços de bombeiros em situações de emergência. Além disso, englobam taxas de aterragem
e de sobrevoo, todas essenciais para as operações da aviação civil. Em suma, estas taxas estão relacionadas
às operações da aviação civil e são classificadas como taxas aeronáuticas.
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DESCUBRA A ILHA DE MOÇAMBIQUE, UM


TESOURO HISTÓRICO E CULTURAL À BEIRA
DO ÍNDICO
24 BOLETIM INFORMATIVO AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE JANEIRO - MARÇO 2024

DESCUBRA A ILHA DE MOÇAMBIQUE, UM TESOURO HISTÓRICO E CULTURAL À BEIRA DO


ÍNDICO

Embarque numa viagem inesquecível pela rica tapeçaria cultural e histórica da Ilha de Moçam-
bique, uma joia resplandecente no Oceano Índico que promete encantar os viajantes com sua
herança única e paisagens deslumbrantes. Ao planejar sua próxima aventura, a empresa Aero-
portos de Moçambique convida-lhe a explorar esta pérola que é Patrimônio Mundial da UNE-
SCO.

A Ilha de Moçambique, um estreito cabo coralino na Província de Nampula, é uma janela para
o passado, onde cada esquina conta uma história. O local é um mosaico de influências árabes,
portuguesas, e africanas, evidentes nas majestosas fortificações, igrejas barrocas e mesquitas. A
imponente Fortaleza de São Sebastião e a requintada Capela da Nossa Senhora do Baluarte são
testemunhos vivos da rica herança da ilha.

A experiência culinária na Ilha de Moçambique é uma celebração dos sentidos. A influência das
rotas comerciais antigas se reflecte nos sabores exóticos e especiarias que enriquecem a culinária
local. Não deixe de explorar o vibrante mercado local, onde artesãos habilidosos oferecem uma
variedade de peças artesanais, desde joias de prata finamente trabalhadas aos tecidos tradicio-
nais.

Com suas praias de areias brancas e águas cristalinas, a Ilha de Moçambique é um santuário para
quem busca tranquilidade e beleza natural. Actividades como mergulho, snorkeling, e passeios
de dhow proporcionam aos visitantes a oportunidade de explorar a abundante vida marinha e
recifes de coral. A empresa Aeroportos de Moçambique facilita a sua viagem a este destino in-
esquecível, oferecendo voos frequentes para os aeroportos internacionais de Nacala e Nampula.

A partir do Aeroporto Internacional de Nacala, localizado a aproximadamente 200 km da


Ilha de Moçambique, os visitantes podem optar por serviços de aluguel de carros ou transferes
privados para uma viagem confortável até a ilha. Alternativamente, o Aeroporto de Nampula,
situado a cerca de 180 km, também oferece opções convenientes de transporte terrestre.

Com voos frequentes para ambos os aeroportos, a empresa Aeroportos de Moçambique propor-
ciona uma experiência de viagem tranquila e segura, permitindo que se entregue à magia da Ilha
de Moçambique com Modernidade, Segurança e Qualidade.

Convidamos-lhe a desvendar os segredos e maravilhas desta ilha encantadora, onde o passado


e o presente coexistem harmoniosamente. Ao escolher a Ilha de Moçambique como seu próximo
destino, não só estará a escolher um local para visitar, mas uma experiência cultural e histórica
que permanecerá no seu imaginário para sempre.
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A EXPERIÊNCIA CULINÁRIA NA
ILHA DE MOÇAMBIQUE É UMA
CELEBRAÇÃO DOS SENTIDOS

PHOTO: www.got2globe.com
26 BOLETIM INFORMATIVO AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE JANEIRO - MARÇO 2024

BOLETIM INFORMATIVO AEROPORTOS DE MOÇAMBIQUE JANEIRO - MARÇO 2024

Propriedade: ADM, E.P. I Edição N0 01 I www.aeroportos.co.mz I info@aeroportos.co.mz I Acordos de Lusaka Ave 3267, P.O. Box 2631, Maputo

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