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SEGURANÇA EM EVENTOS DE

GRANDE PORTE
Faculdade de Minas

SUMÁRIO

GESTÃO DE EVENTOS ............................................................................................ 5

EVENTO: UM POUCO DE HISTÓRIA ....................................................................... 6

DEFINIÇÃO DE EVENTOS ........................................................................................ 8

AS ETAPAS DE UM EVENTO ................................................................................... 8

PLANEJAMENTO .................................................................................................... 10

DESENVOLVIMENTO DE UM CONCEITO PARA EVENTO ................................... 12

EXECUÇÃO ............................................................................................................. 13

CONTROLE ............................................................................................................. 14

TIPOS DE EVENTOS .............................................................................................. 14

FESTA DIA A DIA .................................................................................................... 15

FESTIVAIS ............................................................................................................... 16

CARNAVAIS FORA DE ÉPOCA .............................................................................. 17

FESTA DA CERVEJA .............................................................................................. 18

EVENTOS DE RUA.................................................................................................. 19

EVENTOS DO TIPO DESAFIOS ............................................................................. 19

EVENTO COM CARÁTER SOCIAL ......................................................................... 20

SEGURANÇA DE EVENTO ..................................................................................... 21

PLANO DE SEGURANÇA PARA EVENTOS ........................................................... 22

ANÁLISE E DIAGNÓSTICO ..................................................................................... 23

OBRIGATORIEDADES DEFINIDAS PELA LEI SOBRE SEGURANÇA EM EVENTOS


................................................................................................................................. 26

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IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS .............................................................................. 27

EQUIPE DE INFORMAÇÃO E INTELIGÊNCIA ....................................................... 29

BRIGADA CONTRA INCÊNDIO .............................................................................. 29

CONTRATAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS ........................................... 30

TREINAMENTO DAS EQUIPES DE SEGURANÇA ................................................ 32

REFERENCIAS ........................................................................................................ 33

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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GESTÃO DE EVENTOS

Na última década, a Gestão de Eventos deixou de ser uma área de atuação de


amadores dedicados e habilidosos, para se tornar um campo de profissionais
treinados e qualificados. A Gestão de Eventos surgiu como uma profissão que
abrangia uma série de atividades diversas, antes vistas como áreas distintas. Tais
atividades atuais incluem: festivais, eventos esportivos, conferências, eventos
turísticos e corporativos, formaturas dentre outras.

Essa mudança levou à necessidade de uma metodologia que fosse ampla o


suficiente para atender a essa grande variedade de tipos de eventos, mas que
também fosse flexível o suficiente para abranger as necessidades e diferenças
individuais. De acordo com Mcdonnell, et al. (2007), “os ambientes em que os eventos
operam e as expectativas dos participantes tornaram-se muito mais complexos e
exigentes”.

Conforme Simões (1995) reporta-se a evento como instrumento misto de


relações públicas. É um acontecimento criado com a finalidade específica de alterar
a história da relação organização–público, em face das necessidades observadas.
Evento é um fato que desperta a atenção, podendo ser notícia e divulgar o
organizador. Para as relações públicas, evento é a execução do projeto devidamente
planejado de um acontecimento, com o objetivo de manter, elevar ou recuperar o
conceito de uma organização junto a seu público de interesse.

Segundo Giacomo (1993) analisa o evento como componente do mix da


comunicação que tem por objetivo minimizar esforços, fazendo uso da capacidade
sinérgica da qual dispõe o poder expressivo, no intuito de engajar pessoas numa ideia
ou ação.

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O fato é algo que acontece, segundo Giacomo (1993) data e horário de inicio
e fim, sua realização está associada a um momento no tempo e a um local
determinado, daí a importância do seu planejamento correto, oportuno e adequado
às características do patrocinador, do público e do ambiente onde será realizado.
Evento deve ser marcante, cheio de sensações, gerador de emoções para o público
presente e telespectadores e bem divulgado. Deve estar sempre inovando e obter o
principal componente: a criatividade, a qual é indispensável para o sucesso.

Para Melo Neto (2007) enfatiza que o sucesso do evento está diretamente
direcionado às sensações geradas antes, durante e após a realização do mesmo. O
público é parte do espetáculo e deverão surpreendê-lo demonstrando e divulgando o
potencial do evento a ser realizado. Ainda do mesmo autor acima citado, o evento
deve ter características de um produto inovador, tais como: satisfazer as
necessidades dos clientes; criar expectativas; ser acessível a um grande número de
pessoa; possuir um nome de fácil memorização; ter um forte apelo promocional e ter
estratégias de criatividade para que se torne único.

EVENTO: UM POUCO DE HISTÓRIA

De acordo com Giacomo (1993) é de impressionar a rapidez e o grande


desenvolvimento do setor de eventos relacionado a negócios no Brasil. Foi por
meados de 1950, que de forma ainda tímida, surgiu o destaque de eventos ainda na
área de promoções e vendas. A primeira feira de negócios que aconteceu no Brasil
foi a Feira Nacional da Indústria Têxtil (FENIT), realizada em 1958.

Em 1970, o complexo Anhembi foi inaugurado com o Salão do Automóvel.


Nessa época, não havia venda de produtos no local da sua realização, ou seja, os
eventos só tinham finalidade de promoção ou de comercialização de produtos ou
serviços.

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Ao se observar a evolução de número e a importância que os eventos de


negócios adquiriram em apenas 50 anos tais eventos foram passando por várias
transformações. Por exemplo, a soberania dessas grandes feiras foi cedendo lugar a
outras modalidades, surgindo uma diversidade enorme de eventos e exigindo cada
vez mais uma especialização profissional para atender às necessidades desse
mercado.

Conforme Melo Neto (2007), no entanto, a qualidade dos profissionais de


organização de eventos não acompanhou essa evolução. A repetição e a falta de
criatividade fez com que muitos eventos tornassem banalizados e o grande número
dos mesmos gerou problemas inclusive na captação de recursos, visto que ficou mais
complicado para o patrocinador definir quais eventos deveriam ser selecionados para
atender suas verbas de marketing.

O autor acima ainda afirma que, assim que surgiram para os profissionais de
eventos, a oportunidade de especialização, visto que antes os requisitos não eram
tão observados e atualmente passaram a ser imprescindíveis, alargaram-se as ideias
criativas, com uma melhor estruturação de projetos e proposta, capacidade de
comunicação e facilidade na captação de patrocínios; características essas mais
difíceis para leigos, que muitas vezes se propõem a organizar eventos.

Segundo Melo Neto (2007) as pessoas precisam participar de eventos para


enfrentarem a realidade do seu cotidiano, se a vida real é difícil, árdua, estável,
rotineira. O evento deve proporcionar uma experiência prazerosa, emoções e um
desfecho imprevisível para todos aqueles que dele participam. Um evento vale pelo
seu conteúdo de emoções e fantasias, participações e realizações, para que o
espetáculo seja único.

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DEFINIÇÃO DE EVENTOS

Segundo Mcdonnell et al. (2007), evento é um acontecimento que se leva em


conta a necessidade do ser humano de se relacionar com a finalidade de ampliar a
esfera de seus relacionamentos na escola, no convívio com família, no lazer ou até
mesmo como forma de quebrar a rotina. O homem cria, organiza, participa de
reuniões, que geralmente são chamadas de eventos. Portanto, evento tem como
característica principal, proporcionar encontro de pessoas com a finalidade específica
a qual consiste o tema do evento e a justificativa de sua realização.

Conforme Zanella (2006), evento é uma concentração ou reunião formal e


solene de pessoas ou entidades, realizada em data e local especial, com o objetivo
de celebrar acontecimentos importantes e significativos, estabelecer contatos de
natureza comercial, cultural, esportiva, social, familiar, religiosa, científica, dentre
outras.

Um evento ainda segundo Zanella (2006) deve ser bem organizado, dirigido,
planejado, coordenado e controlado, para que consiga chamar a atenção e despertar
o interesse dos meios de comunicação de massa, como: emissoras de televisão,
rádio, revista, jornais e outros meios disponíveis. Este evento sem dúvida
proporcionará ao público, resultados satisfatórios.

AS ETAPAS DE UM EVENTO

Segundo Cesca (2008) organização de eventos é trabalhosa e exige grande


responsabilidade, acontece “ao vivo”, e qualquer falha comprometerá o
conceito/imagem da organização para a qual é realizado e do seu organizador. Para
ter os objetivos plenamente atingidos, é fundamental que se faça um criterioso
planejamento, que envolve: objetivos, públicos, estratégias, recursos, implantação,
fatores condicionantes, acompanhamento, controle, avaliação e orçamento.

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Objetivos

“Devem ser considerados como gerais e específicos e, é o que determina o


que se pretende com o evento, de forma ampla e especifica”. (CESCA, 2008, p. 48).

Públicos

“É quem se destina o evento, determinado se externo, interno ou misto, e quem


dentro dessa classificação”. (CESCA, 2008, p. 48)

Estratégias

“Consiste naquilo que serve de atração para o público de interesse do evento”.


(CESCA, 2008, p. 49).

Recursos

“São todos os fatores humanos, materiais e físicos que serão utilizados no


evento”. (CESCA, 2008, p. 50).

Implantação

“É a descrição dos procedimentos desde a aprovação do projeto até seu


término”. (CESCA, 2008, p. 50).

Fatores condicionantes

“São fatos, decisões e acontecimentos aos quais os projetos ficam


condicionados para a sua realização”. (CESCA, 2008, p. 50).

Acompanhamento e controle

“É a determinação de quem fará a coordenação de todo o processo da


organização do evento e de como ela será feita”. (CESCA, 2008, p. 50).

Avaliação

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“É feita após o término do evento em forma de relatório para ser entregue a


quem solicitou a organização. É uma espécie de prestação de contas”. (CESCA,
2008, p. 50).

Orçamento previsto

“Deve ser feito detalhadamente, pois é dele que virão os recursos financeiros
necessários para o pagamento dos recursos humanos e materiais, caso se busque
patrocínio, apoio ou permuta. Deverá ser dividido em cotas para serem negociadas
com os interessados. O modelo a seguir exemplifica esse planejamento”. (CESCA,
2008, p. 50).

De acordo com Watt (2007) afirma que embora os eventos possam variar, a
maioria deles segue as mesmas etapas fundamentais em sua organização, as quais
são progressivas. É importante que esteja claro, pois qualquer deficiência na definição
da natureza da empresa poderá acarretar problemas mais tarde, na identificação do
que ser feito e onde deve ser desenvolvido.

PLANEJAMENTO

Conforme Slack; Chambers; Johnston (2002) o projeto físico de uma operação


produtiva deve proporcionar recursos capazes de satisfazer às exigências dos
consumidores. O planejamento e controle preocupam-se com o operar esses
recursos no nível diário, de modo a fornecer bens e serviços que preencherão as
exigências dos consumidores.

De acordo com Slack; Chambers; Johnston (2002) planejamento é um


processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto de ações intencionais,
integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de
forma a possibilitar a tomada de decisões antecipadamente. Essas ações devem ser
identificadas de moda a permitir que elas sejam executadas de forma adequada e

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considerando aspectos como: o prazo, custos, qualidade, segurança, desempenho e


outras condicionantes.

Segundo Meirelles (2003) um planejamento bem realizado oferece inúmeras


vantagens à equipe de projetos, tais como: permite controle apropriado; produtos e
serviços entregues conforme requisitos exigidos pelo cliente; melhor coordenação
das interfaces do projeto; possibilita resolução antecipada de problemas e conflitos;
propicia um grau mais elevado de certeza nas tomadas de decisão.

Em resumo, o tempo dedicado ao planejamento é vital para evitar problemas


na fase de execução. O objetivo central do planejamento é minimizar a necessidade
de revisões durante a execução.

Conforme Meirelles (2003), o planejamento é o fator fundamental ao


desenvolvimento de qualquer atividade e, de modo especial, para organização de
eventos permitindo a racionalização das atividades, o gerenciamento dos recursos
disponíveis e a implantação do projeto.

Ainda para Meirelles (2003) o planejamento é a decisão política da organização


em fazer o evento, adequando sempre o tipo do evento ao que se quer transmitir. Não
se escolhe um seminário com o objetivo único de entretenimento e lazer aos
participantes, e nem um simpósio para a mostra histórica dos cem anos de uma
empresa. Cada tipo de evento tem a sua característica própria e serve para
determinado fim.

Para Giacomo (1993) afirma que deve ser dada ênfase especial ao fator
antecedência, onde o cronograma tem importância fundamental como ferramenta de
avaliação de viabilidade de todas as tarefas e providências para a concretização do
evento. O planejamento (projeto), que é o documento que receberá a aprovação da
diretoria da organização ou do cliente para o qual se prestam os serviços, passa-se
para a operacionalização desse projeto, que é feita por meio do cronograma de
trabalho.

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Tendo sempre como parâmetro o projeto, faz-se, então, a distribuição das


atividades entre os membros da equipe organizadora, dentro do cronograma que
envolve preparação (pré), execução (trans) e a avaliação (pós). É, portanto, o antes,
o durante e o depois do evento.

Segundo Freund (2011), o planejamento equilibrado do evento é, obviamente,


uma das principais chaves para o sucesso. Depende não apenas do ajuste do serviço
ao programado, mas também da sintonia entre a estrutura operacional, os
profissionais envolvidos e as informações colhidas no momento da encomenda do
evento incluindo as características do grupo de convidados e participante.

DESENVOLVIMENTO DE UM CONCEITO PARA EVENTO

No desenvolvimento de um conceito para evento, Fontes; Brito, (2002) afirma


que se precisa determinar o motivo da realização do mesmo. Motivos típicos para
sediar um evento incluem: comemorar para aumentar as vendas ou para arrecadar
dinheiro para caridade. Levantar o dinheiro para a caridade é um conceito
interessante e muitas empresas conecta uma instituição de caridade a um evento na
esperança de que vai incentivar as pessoas a pagar um preço mais elevado para
participar ou incentivar mais pessoas a participarem do evento - este raramente é o
caso, especialmente em um mercado que é saturado com muitas instituições de
caridade de valor.

Os mesmo autores acima afirmam que uma vez que a principal razão para a
realização do evento foi definido o gerenciador de eventos deve desenvolver os
objetivos claros para o evento. Isto pode incluir: o levantamento de uma quantidade
definida de dinheiro, tendo um nível de atendimento bem como convertendo um novo
cliente para clientes atuais, ganhando publicidade ou criando um fator surpresa que
vai ser falado por muito tempo após o evento.

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Com uma compreensão clara dos objetivos dos eventos, é possível reunir os
principais interessados e debater sobre a criação do mesmo, incluindo: nome,
marcas, oportunidades de promoção, o tipo e estilo do evento, data, local, tema;
atividades que podem lucrar no evento; entretenimento, altofalantes e mestre de
cerimônias.

O próximo passo é o planejamento e ornamentação. É nesta fase que se


precisa pensar em absolutamente tudo para tornar o evento uma realidade. Deve-se
falar com o gerente de eventos e fornecedores, incluindo local, fornecedores,
decoradores e artistas – tudo e todos que participaram para fazer o evento acontecer.

Ao planejar um evento, a data é muito importante. Deve-se verificar se a


mesma vai colidir com um feriado, férias escolares, cerimônia religiosa ou outro
evento realizado no mesmo dia em que o seu público proposto não será capaz de
estar presente.

Diante disso, precisa-se tomar nota das barreiras que poderiam interromper o
evento. Com um planejamento minucioso e detalhado de implementação, o evento
será um sucesso.

EXECUÇÃO

Conforme Meirelles (2003) a execução é definida como o ato de comandar,


controlar, delegar, ligar, unir, somar e harmonizar atribuições e responsabilidades
com a finalidade de atingir o objetivo proposto.

É a fase de delegação de evento, na qual o profissional responsável usará as


técnicas de administração para obter os resultados projetados com a efetiva
participação de todos os envolvidos nos acontecimentos.

De acordoo com Meirelles (2003) para que se possa executar um evento, é


necessário um planejamento e o controle para que todas as tarefas e serviços sejam

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cumpridos corretamente conforme programados juntamente com os formandos


(clientes) e fornecedores.

CONTROLE

Segundo Meirelles (2003) em termos técnicos, controle é a função


administrativa que mede e avalia o desempenho, viabilizando a adoção imediata de
ação corretiva, quando alguma falha no processo controlado é identificada.

A principal finalidade do controle é assegurar que os resultados estratégicos,


táticos e operacionais de uma organização sejam alcançados.

TIPOS DE EVENTOS

Atualmente, existem várias possibilidades e tipos de eventos que podem


atender aos objetivos mais específicos e complexos de qualquer organização,
independente de seu porte, do produto ou serviço comercializado, da verba
disponível, de sua estrutura de comunicação e outras características. A
profissionalização das atividades de planejamento e organização de eventos é meta
que não deve ser adiada.

Segundo Giacaglia (2003) as estratégias de comunicação e Marketing,


quantitativas e qualitativas, e as disponibilidades financeiras, técnica, de
infraestrutura e de prazo de implantação constituem os principais critérios para a
escolha. Para que uma empresa participe ou promova um evento, é necessário que
ela adote certos critérios e procedimentos, tais como: verificar se o evento se
enquadra nos objetivos e, em que categoria (promocional ou institucional) ele pode
ser utilizado.

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Também é importante lembrar que a opção por um tipo de evento deve estar
em consonância com a elaboração de outros planos de comunicação, para que a
mesma imagem gerada nos eventos seja perceptível quando utilizados os demais
meios de comunicação.

Conforme Freund (2011) a realização de um evento requer não apenas talento


e trabalho duro nas áreas de planejamento e organização. Pressupõe, certo toque de
business e exatamente por esse motivo, a realização ou promoção do evento, precisa
ser tratada com a negociação de um produto e diga-se de passagem, um produto
atraente, é possivelmente o mais vendável.

Segundo Freund (2011) é importante que a empresa ou o profissional


responsável pela realização de congressos, reuniões, jantares, chás, banquetes,
formaturas dentre outras, leve em conta atributos imprescindível ao êxito comercial:
como o padrão de excelência do produto que está sendo vendido e para o qual
concorrem desde a escolha de fornecedores até a decoração e o permanente ajuste
desse produto às necessidades e expectativas do mercado, que vive em constante
mudança.

FESTA DIA A DIA

Os franceses são muito criativos e ousados quando se trata de eventos


culturais. Foram os criadores das denominadas festas-dia. Dentre as mais conhecidas
estão o dia da leitura e o dia da música.

Nestes dias, em todo o país, os artistas intelectuais e os próprios escritores


vão para os logradouros públicos ler passagens dos livros para o público. Os poetas
declamam suas poesias, músicos profissionais e oradores apresentam-se para o
grande público. As ruas, praças e parques ficam repletos de pessoas.

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O repertório de possibilidades é enorme – a festa do cinema, do teatro, das


artes plásticas, da fotografia, do vídeo, da dança, das artes circenses e da literatura.
Cabe a prefeitura, com o apoio da iniciativa privada, programar as assim
denominadas festas-dia, eventos de um único dia, dedicados a divulgação de uma
atividade cultural.

Mais de 68 países já estão realizando a festa da cultura, sempre no dia 21 de


junho de cada ano, os objetivos de tais eventos são diversos: divulgar a cultura,
democratizar o seu acesso ao grande público, promover um maior contato entre o
público e os artistas, escritores e músicos, além de divulgar a cidade onde se realiza
o evento e reforçar a sua imagem de centro cultural.

São eventos espontâneos, de fácil realização e, portanto, de custos reduzidos.


Realizam-se num clima de muita descontração e espontaneidade e favorecem o
surgimento de novos talentos. Tornam-se uma vitrine para atletas, artistas e grupos
amadores e permitem o encontro dos intelectuais e dos desportistas com o povo, é a
filosofia do espetáculo que vão as ruas. A cultura e o esporte entram no cotidiano da
cidade e se integram a paisagem urbana.

Para Melo Neto (2007) as festas-dia são eventos para a cidade. O público
entusiasta de eventos desta natureza apoia a iniciativa e comemora aquele dia em
toda a sua plenitude. É deste apoio que a cultura e o esporte precisam para se
desenvolver e a cidade, para se promover.

FESTIVAIS

Festivais são eventos que geram a ocupação da cidade e permitem aos seus
habitantes exercitarem a cidadania plena. A partir do teatro, da musica, do cinema,
do vídeo, das artes plásticas ou de vários temas é elaborado um calendário de
eventos que ocorrem num período máximo de duas a três semanas.

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São semanas de festa com realização de diversos espetáculos, todos os dias


em toda a cidade. O festival tem um núcleo central local onde é realizado o principal
evento e núcleos secundários que são estabelecimentos culturais onde são
realizados eventos menores.

A população é essencial em um evento. Em muitos casos as premiações são


feitas por júri popular, há concursos com distribuição de brindes e apresentações
artísticas. O festival é um evento de cidade, que quando existente, a sua continuidade
incorpora-se ao calendário de eventos da Prefeitura e sua identidade é incorporada à
cidade, tornando um dos principais elementos formadores de sua nova imagem.

Tem cidade que se tornaram famosas por seus festivais, podem-se citar:
Gramado e Canela no Rio Grande do Sul tornando-se as capitais do cinema; Campos
do Jordão com o Festival de Inverno e Curitiba com os seus famosos festivais de
teatro.

Recentemente, o Comitê Olímpico Brasileiro, criou os Festivais Olímpicos de


Verão e Inverno, realizados anualmente no Rio de Janeiro e São Paulo, sendo o
núcleo central do Rio a praia de Copacabana e de São Paulo o parque Ibirapuera.
Cada cidade pode ter seus festivais, pois são eventos que sedimentam tradições
culturais ou esportivas.

Existem os festivais nacionais e internacionais, a única diferença entre eles é


que há presença de representantes de países estrangeiros. A internacionalização
segundo Melo Neto (2007) para um evento, pode ser uma etapa posterior a ser
alcançada. Primeiro o alcance local, regional, nacional e elevar as condições para o
alcance internacional.

CARNAVAIS FORA DE ÉPOCA

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Se o carnaval do Rio é a festa máxima do país, porque não programar


carnavais fora de época, para fugir a concorrência do grande evento carioca? Ou se
o carnaval é bom, porque não repeti-lo outras vezes durante o ano?

Foi pensando em tais questões que algumas cidades decidiram promover os


chamados carnavais fora de época – eventos do tipo festa popular que reúnem
milhões de foliões numa autêntica devoção aos deuses da folia.

Trata-se de uma estratégia que vem dando certo em muitas regiões, se o


evento é bom, ele pode ser repetido. As atividades programadas são idênticas as
previstas no carnaval, desfiles de blocos e de clubes tradicionais, montagem de
infraestrutura para o desfile, com camarotes, arquibancada, salas de imprensa,
cabines de rádio e TV, sanitários e postos médicos, sendo eventos de grande porte,
seus custos são elevados, mais de R$ 1 milhão. As prefeituras viabilizam o evento
por meio de parcerias com as empresas privadas para a organização.

De acordo com Melo Neto (2007) quando o evento ocorre em pleno verão, o
sucesso é garantido. É uma época do ano em que as pessoas estão mais liberadas,
descontraídas, aptas para entrar em folia. Praias lotadas, gente de férias, ritmos
diversos e estrelas da música popular são os ingredientes básicos da receita de
sucesso de tais eventos. O tom da festa é marcado pelas novidades do momento,
axé music, funk, samba, timbalada, frevo e outros.

FESTA DA CERVEJA

A grande vantagem desta modalidade de eventos está na associação do lazer


festivo com o consumo de bebidas, uma combinação perfeita para atrair um grande
público. Além disso, são eventos importantes para o setor de bebidas, com grande
impacto junto aos consumidores. E, como tal, não lhes faltam patrocinadores.

Como a briga pelo mercado de cerveja é cada vez mais acirrada, as cervejarias
estão sempre presentes em tais eventos, como seus principais patrocinadores.

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Conforme Melo Neto (2007) A antártica investiu R$ 1 milhão para atender a


todas as festas do chope no sul do país, a Oktoberfest, de Blumenau, a Fenachopp,
de Joinville Shutznefest, de Jaraguá do Sul e as Oktoberfest menores em inúmeras
outras cidades de médio e pequeno porte dos estados do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina. A maior de todas as festas do chopp mundial e nacional conhecida é a
Oktoberfest de Blumenau, em Santa Catarina.

EVENTOS DE RUA

Administrar a cultura, o esporte e o lazer de uma cidade é um desafio que exige


alta dose de criatividade dos governos municipais. É preciso dinamizar a vida cultural
e sócio esportiva do município, com pouco dinheiro e com espetáculos de bom gosto
para atrair o público.

Os eventos de ruas satisfazem ambas as exigências: seus custos são baixos


e agradam as pessoas porque são realizados nas ruas, habitat natural dos habitantes
de qualquer cidade. Os eventos devem ocorrer no centro da cidade e nos seus
diversos bairros, principalmente naqueles situados na periferia, próximos às
aglomerações de populações de baixa renda.

As manifestações culturais devem ser condizentes com as características de


cada bairro de classe média baixa, que se caracteriza pela grande concentração de
nordestinos migrantes. Deve ter eventos de rua tipo apresentação com shows de forró
e outros ritmos típicos do nordeste brasileiro.

Para Melo Neto (2007) no Rio, Vila Isabel é o berço do samba. Qualquer evento
de rua realizado no bairro, não deve desprezar as suas origens e tradições culturais,
através de eventos de vida de seus habitantes, além de revitalizar áreas urbanas.

EVENTOS DO TIPO DESAFIOS

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A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) utilizou a estratégia


de criar eventos do tipo desafio para desenvolver, sobretudo a natação. Um desafio
é uma competição que reúne os melhores atletas do ranking, em busca de novos
recordes. Os atletas devem ser as estrelas daquela modalidade esportiva. Há
desafios dos quais participam apenas estrelas nacionais e outros que reúnem os
maiores astros do esporte mundial.

Segundo Melo Neto (2007) é certamente a melhor forma de promover a marca


e dar o retorno institucional, desejado pelo patrocinador. Os benefícios 57 são
diversos tais como: a marca posiciona-se no mercado como a marca dos vencedores
e reforça o seu conceito e imagem junto aos consumidores, ao buscar associações
com vitória, competência, desempenho. Mais no fundo, a filosofia e o apelo
promocional são idênticos. Um desafio é sempre um bom espetáculo.

EVENTO COM CARÁTER SOCIAL

Segundo Melo Neto (2007), o caráter social de um evento manifesta-se


primeiramente no seu principal objetivo: ajudar a população carente que reside nas
proximidades do local de realização do evento. Esta ajuda pode ocorrer de diversas
formas: distribuição de brinquedos para as crianças, de cestas de brindes ou de
alimentação para as famílias, assistência médica gratuita e criação de postos para a
prestação de serviços públicos essenciais que caracterizam o acesso e o exercício
da cidadania (titulo de eleitor, carteira de identidade, certificado de reservista,
carteiras de trabalho, requerimento de aposentadoria entre outros).

A estratégia utilizada consiste na criação de um evento - box, que geralmente


é um show musical, um espetáculo de dança, teatro ou uma exposição de fotos,
quadros e gravuras de interesse da comunidade, ou um torneio esportivo, reunindo
equipes do local.

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Paralelamente á realização do evento, é prestada serviços gratuitos á


população carente e distribuídos produtos para o público presente. As empresas que
patrocinam tais eventos melhoram sua comunicação com as comunidades carentes
da região e reforçam sua imagem, afinal, investir no social sempre foi um bom negócio
no Brasil.

SEGURANÇA DE EVENTO

A maioria das pessoas nem imagina o quanto é importante e essencial à


presença do profissional de segurança, por acharem que não correm nenhuns riscos,
seja ele material, físico, ou até mesmo moral. É por isso que normalmente não ficam
atentas para providenciarem os cuidados necessários para evitarem esse tipo de
surpresa.

O serviço de segurança contempla várias categorias de eventos, casamentos


e aniversários. A pessoa contrata o melhor espaço, o melhor Buffet, o fotógrafo mais
conhecido, manda fazer o convite mais bonito, escolhe a melhor decoração, entre
outros detalhes da festa e esquece a segurança. Isso é comum, mas é preciso ter em
mente que esses profissionais, trarão equilíbrio desde a chegada dos convidados até
o término do evento.

Atualmente, aqueles gigantes, com cara de mal, na porta da recepção não é


mais empregado por empresas sérias e de qualidade, estas oferecem profissionais
preparados para recepcionar aos seus convidados, ajudando-os desde a posicionar
os carros no estacionamento até fornecendo informações para as pessoas que
chegam ao local, além de acompanhar os noivos ou aniversariantes até o carro para
levarem os presentes. Em alguns casos, o segurança pode até mesmo ajudar nos
primeiros socorros.

Na maioria das vezes, a organização do evento ignora o detalhe da segurança


por não querer arcar com mais este gasto e acaba deixando de contratar esse tipo de

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serviço, que por um pequeno valor trará a segurança e tranquilidade a todos os seus
convidados e aos seus veículos.

Em se tratando de eventos corporativos, a maioria das empresas conta com


profissionais na área de eventos, cientes da grande importância desta etapa dentro
da criação de qualquer festa. Hoje, os grandes espaços para eventos da cidade,
incluem em seus contratos de locação uma quantidade de seguranças, baseado no
número de convidados da recepção.

Um problema a ser abordado e que particularmente preocupa bastante, são os


shows e eventos onde o público é enorme. Em muitos casos, a empresa organizadora
destes eventos, acaba por contratar apenas a figura ilustrativa de um segurança, ou
seja, um homem grande, forte e com cara de mal, porém, sem nenhum preparo ou
postura para lidar com qualquer imprevisto.

Os seguranças devem ser treinados para orientar as pessoas para as saídas


de emergências, caso ocorra algum imprevisto. Além disso, deve ter treinamento de
defesa pessoal, sempre focado em ações de imobilização, nunca em agressão. Isso
quer dizer que, um bom segurança não é o sujeito mais forte que briga melhor, mas
o que é mais preparado, emocionalmente, para separar brigas, minimizar confusões
e orientar as pessoas.

PLANO DE SEGURANÇA PARA EVENTOS

A necessidade de aprimorar a segurança em eventos se torna cada vez mais


evidente, não podendo ser relegada e deixada em segundo plano. A segurança é tida
como um fator fundamental na hora da organização e do planejamento de eventos, já
que deve considerar os convidados, colaboradores, fornecedores, localização,
capacidade, tipo de evento, fatores de riscos e mais uma infinidade de variáveis.

Por isso as empresas que atuam com este tipo de segurança devem se atentar
aos mais variados detalhes, com um planejamento estratégico que lhe permita agir

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da maneira mais assertiva, minimizando ou extinguindo eventuais riscos, e


planejamento é a chave para este sucesso.

ANÁLISE E DIAGNÓSTICO

Sendo sua empresa a responsável pela segurança de um evento, estes são os


primeiros passos:

• Reunião com os organizadores para a coleta de informações;

• Visita ao local do evento, de preferência no mesmo horário em que este será


realizado.

Um checklist com informações importantes a serem levantadas:

 Qual o tipo de evento e perfil do público? Quais as atrações?


 Quantos convidados previstos, tamanho e capacidade do local?
 Onde será realizado? Como é o local ao redor, ruas iluminadas?
 O ambiente é interno ou externo? Casa de show, balada, salão de
festas, residência, sala comercial, edifício?
 Índice de furto, roubo ou vandalismo na região?
 Quantos profissionais irão trabalhar no local e quem são, incluindo
prestadores de serviço e fornecedores (buffet, limpeza, organização,
recepção, etc.)?
 Como será o controle de entrada e saída?
 Como será a locomoção das pessoas dentro do ambiente?
 Quais são e serão as barreiras físicas que o ambiente tem?
 Haverá algum tipo de segurança eletrônica? Catracas, portões
automáticos, cerca elétrica, câmeras?
 O local tem alvará de funcionamento? Como está a situação das
instalações? Tem áreas que não devem ser acessadas?

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 E as saídas de emergência, existem e estão devidamente liberadas e


sinalizadas?
 Os organizadores querem detecção de metal, revista na entrada ou
não?
 O ambiente contém proteção contra incêndios? Terá uma equipe de
brigada de incêndio?
 Haverá bebidas alcoólicas? Serão servidas em recipientes plásticos ou
vidro?

Planejamento

No cronograma, descreva as ações que serão tomadas para minimizar os


riscos no local do evento e estipule um prazo para a conclusão de cada etapa. Esses
riscos são os atuais problemas que a estrutura tem ou que pode oferecer ao evento
se não forem tomadas ações corretivas, como por exemplo um local com pouca ou
nenhuma iluminação, instalações precárias ou precisando de algum reparo, etc.

Já na Política de Segurança inclua as normas que devem ser seguidas para a


manutenção da segurança. Além disso também inclua a forma como todos os
recursos envolvidos no evento serão alocados, já que isso facilita o discernimento das
atividades necessárias ao andamento do evento das falhas. Esse documento deve
ser do conhecimento de todos, principalmente dos profissionais que trabalharão no
evento e claro, dos seguranças e vigilantes.

Ainda depois do Cronograma e da Política de Segurança, devemos definir as


ações que devem ser adotadas em casos extremos ou de sérios problemas: Plano de
Contingência e o Plano de Evacuação. Nestes planos deverá constar as medidas que
serão aplicadas caso algo saia do controle, como em casos de tumultos, furtos e
brigas, etc. A Política de Segurança servirá como base para esse plano, que deve ser
mais detalhado e específico. Preveja possíveis problemas que possam ocorrer no
evento e para cada um deles estabeleça uma medida corretiva, definindo como se

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dará a contenção de tal problema. Faça perguntas como: “Em caso de furto, o que
deverá ser feito?”. Com a resposta em mãos, estruture o Plano de Contingência.

O Plano de Evacuação se difere do Plano de Contingência pelo risco que


considera, já que uma falha pode representar um grande risco à vida das pessoas.
Por isso, como prevenção, devemos incluir nesse plano todas as ações que devem
ser tomadas em casos de perigo iminente (como incêndios e desmoronamentos),
constando as rotas de saídas de emergência, o espaço mínimo reservado para a
evacuação; a localização dos extintores e da equipe de brigadistas ou seguranças, e
todas as demais premissas que forem necessárias adotar em caso de emergência.

Monitoramento

Após as etapas anteriores, elabore um Checklist para verificar se as medidas


determinadas entre a sua empresa e os organizadores estão dentro do planejado,
tanto em aplicação quanto em prazo. Para isso, faça uma lista com as tarefas feitas
para corrigir problemas no local e as ações que foram tomadas para a efetiva
aplicação dos procedimentos de segurança, e veja se o prazo estabelecido foi
cumprido.

A contratação de uma equipe especializada em segurança de grandes eventos


é um fator essencial no planejamento. E essa escolha deve se basear nas referências
dessa empresa, com análise da execução dos seus serviços em outros eventos, pois
é ideal que tenha experiência consolidada na área e que tenha certificado expedido
pela Polícia Federal.

Deve-se verificar se a empresa tem condições de lidar com o público-alvo do


evento e a quantidade de profissionais que serão necessários, já que não se deve
contratar um número inferior. Caso isso ocorra, o andamento do evento pode ser
prejudicado, principalmente se ocorrer tumultos e desentendimentos que levem a
brigas generalizadas ou até mesmo isoladas.

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Além disso, a necessidade de equipamentos como detectores de metal,


câmeras, alarmes, detectores de fumaça, rádios de comunicação etc, deve ser
verificada com a empresa.

Desse modo, para organizar um grande evento, vale a pena estar atento à
elaboração de um plano de segurança. Esse planejamento deve atender a todas as
exigências necessárias para evitar a ocorrência de situações que coloquem em risco
a vida das pessoas e, na eventualidade de algo acontecer, estar preparado para
solucionar o problema. Assim, utilizar as novas tecnologias para detecção de objetos
indesejados ou fiscalizar o que vai entrar no evento é primordial.

OBRIGATORIEDADES DEFINIDAS PELA LEI SOBRE SEGURANÇA


EM EVENTOS

A Portaria da Polícia Federal define grandes eventos aqueles ondem 3 mil ou


mais pessoas se reúnem. Nessa situação é obrigatório a contratação de vigilantes
especializados na segurança de eventos.

Em alguns estados brasileiros existem legislações especificas que determinam


uma quantidade de vigilantes para cada X número de pessoas. Em Ribeirão Preto
(cidade de São Paulo), uma lei municipal determina que num grande evento, a cada
200 pessoas será necessário 1 segurança. Então, num evento que tenha 3000
participantes, trabalharão 15 vigilantes.

Então é importante conhecer o que a legislação local diz sobre essa disposição
de profissionais, na etapa do planejamento da segurança em eventos.

As atribuições da equipe de vigilância

Para fazer a segurança em eventos é preciso repartir tarefas entre os


profissionais destacados. Elas se dividem em controlar a entrada e saída de pessoas,

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gerenciar o público e manter o ambiente seguro. Na prática esse trabalho se


materializa em atividades como:

 Fazer revistas pessoais;


 Coibir a entrada de objetos proibidos (armas, garrafas de vidro, etc.);
 Ajudar pessoas que estejam com problemas durante o evento;
 Apaziguar participantes que estejam em conflitos;
 Combater comportamentos criminosos como racismo, agressão a
mulheres e crianças, etc;
 Montar muralha humana para deter multidões;
 Realizar primeiros socorros;
 Evacuação de áreas que apresentam tumultos;
 Ajudar no combate e prevenção de incêndios.

Essas são atividades básicas de um profissional que trabalha para manter um


evento seguro. Por sua complexidade, é de máxima importância que somente
vigilantes treinados participem desse tipo de serviço.

IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS

Feito o levantamento das condições dos ambientes externo e interno,


passamos à identificação dos riscos, classificados em quatro categorias descritas a
seguir: humanos, técnicos, naturais e biológicos.

a) Riscos Humanos
São decorrentes de ações intencionais e não intencionais, diretas ou
indiretas de pessoas, ações que podem acontecer não só durante o evento,
mas, em alguns casos, antes ou depois dele, exemplos:
 Furto e roubo;

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 Assédios diversos para o caso de presença de artistas,


personalidades ou autoridades Vandalismo;
 Sabotagem; Ameaça de bomba;
 Mal súbito;
 Manifestações políticas;
 Uso de drogas.
b) Riscos Técnicos
São os riscos ligados ao mau uso ou deficiência na manutenção de
instalações ou equipamentos, exemplos:
 Palco, back stage além de outros ambientes como salas de reunião,
recepção, banheiros, cozinhas, salas de alimentação, entre outras;
 Instalações elétricas;
 Equipamentos de luz e som.
c) Riscos Naturais
São provocados por fenômenos da natureza como tempestades, raios,
enchentes, deslizamentos de terra e terremotos.
d) Riscos Biológicos
São aqueles que expõem as pessoas à intoxicação ou contaminação por
microrganismos, exemplos:
 Alimentos e bebidas;
 Água;
 Ar-condicionado;
 Cozinha;
 Lixeiras;
 Sistema de esgoto;
 Banheiros.

Depois de identificados os riscos, existem vários métodos para fazer essa


análise. Deve ser escolhido aquele que é mais indicado para cada tipo de risco:
quando há estatísticas de ocorrência do risco, podem-se utilizar métodos estatísticos;

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quando não há, os métodos subjetivos, que se baseiam na percepção e sensibilidade


do analista devem ser empregados nos itens a serem envolvidos nos check list
previamente elaborados.

Seja qual for a metodologia utilizada, a análise parte de um mesmo raciocínio:


quais são os riscos, as ameaças, as vulnerabilidades do evento, a probabilidade de
cada risco se concretizar e quais impactos provocarão.

A matriz de risco é um dos estudos contidos na metodologia de análise de


risco, usado para ajudar a justificar os investimentos das ações de prevenção e
proteção, de acordo com a influência que cada risco irá exercer sobre as atividades
desenvolvidas no evento. A proposta é tornar os riscos tangíveis para que a
organização tenha uma clara visão em termos de impacto, caso os riscos existentes
se concretizem.

EQUIPE DE INFORMAÇÃO E INTELIGÊNCIA

Geralmente esse papel é feito por toda a equipe de produção em eventos


pequenos, mas nos grandes eventos é importante ter uma equipe dedicada em obter
informações do reflexo do evento na cidade e quais são os movimentos que podem
causar interferência nele.

Contatos com as autoridades locais a nível municipal e as vezes estadual ou


federal são sempre necessários para o estabelecimento de uma rede de informação
e controle sobre os aspectos de segurança a serem abordados e planejados.

BRIGADA CONTRA INCÊNDIO

Da mesma forma que se contrata uma empresa de vigilância patrimonial para


fazer a segurança, deve-se contratar os Bombeiros Civis. O dimensionamento desses

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profissionais, equipamentos de combate e resgate, devem seguir um plano próprio e


treinamento específico, integrados ao Plano de Segurança do Evento.

Certifique-se que o local onde será realizado seu evento possui as licenças do
Corpo de Bombeiros, as saídas de emergência, sinalização e extintores. Teste os
equipamentos e realize treinamentos com o pessoal. Determine a confecção de um
plano de combate a incêndio específico para o evento onde devem constar:
localização dos extintores, tipos de extintores, alarme de incêndio, evacuação do
local, ações preliminares e demais informações pertinentes.

CONTRATAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS

a) Empresa de Segurança

A escolha da empresa de segurança privada é um passo decisivo para o


sucesso de fazer acontecer o planejamento. Lembre-se de contratar uma empresa
legalmente constituída, que tenha o certificado expedido pela Polícia Federal e com
experiência consolidada em eventos. Depois de escolhida a empresa, a tarefa
seguinte é fazer a seleção do pessoal que irá trabalhar no evento. O plano operacional
elaborado pelo gestor de segurança irá apontar quantos vigilantes serão necessários
e onde serão implantados, definindo assim, suas funções.

b) Segurança Eletrônica

Geralmente os prestadores de serviços que atendem esse item costumam


fazer as famosas “gambiarras”. Peça um projeto para instalação das câmeras e
alarmes, com o dimensionamento da carga de energia que será utilizada e inclua em
seu orçamento o suporte técnico até o final do evento.

c) Detectores de Metais

Algumas cidades possuem legislação própria que definem o uso de detectores


de metal em eventos. Armas de fogo e outros objetos cortantes representam grande

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risco em eventos. Detectores de metais são imprescindíveis para ajudar a garantir a


segurança de eventos, sobretudo os massivos. Normalmente são utilizados dois tipos
de equipamentos: os portais, que viabilizam a triagem do público com rapidez e os
manuais, utilizados para uma detecção mais minuciosa nos casos em que o portal
acusa a presença de algum metal em poder do indivíduo. O equipamento manual
também é usado para a revista das pessoas que declaram ter marca-passo no
coração (estas não devem passar pelo portal). Há casas de shows que utilizam
scanners de mesa semelhante aos que são empregados em aeroportos para fazer a
checagem de bolsas, mochilas, caixas, etc.

d) Comunicação

Para que uma equipe de segurança possa trabalhar de forma adequada, a


comunicação precisa estar funcionando perfeitamente. A locação de rádios, baterias
extras e definição de uma política de comunicação são tópicos que fazem a diferença.
Preferencialmente, deve-se optar por equipamentos com tecnologia digital,
protegidos de interferência externa à rede rádio.

Ao contratar o serviço de rádios lembre-se de fazê-lo através de empresas que


possuem licença para tal finalidade e não deixem de fazer os ensaios para conferir o
funcionamento:

 Verifique se há cobertura de comunicação em toda área do evento;


 Defina o responsável pela recarga e troca das baterias;
 Analise se serão necessários headphones especiais (devido ao
barulho);
 Testar periodicamente os canais de comunicação durante o evento;
 Montar uma rede rádio com os nomes dos usuários.
 Observar distâncias entre os pontos de comunicação e eventuais
barreiras físicas como paredes blindadas, antenas, etc.

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TREINAMENTO DAS EQUIPES DE SEGURANÇA

É preciso treinar o segurança para exercer a função que se espera dele.


Informe ao profissional como funcionará o evento em que ele irá atuar, qual é a
programação, qual é seu horário de trabalho, onde ele irá ficar, o que irá fazer, quem
é seu supervisor, como proceder em determinadas situações e outras tantas
recomendações. Com isso, embora ele fique implantado em um posto, estará
informado do que acontece ao seu redor. A fiscalização permanente das equipes de
segurança é essencial para evitar dissabores como o abandono de posto, por
exemplo.

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