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SARAU DA ALEPON
Publicação Oficial da Academia de Letras, Ciências e Artes de Ponte Nova/MG
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EDITORIAL 0.4
ENTREVISTA ESPECIAL 0.5
Paulo Galli, talento a serviço das artes ___
2
ESPECIAL PONTE NOVA 10
ALEPON e Tunai recebem homenagem da OAB ___
Entrevista com o Diretor Cultural da OAB,
Wander Silva, idealizador, coordenador e
apresentador do Ponte Nova canta Alepon
para Tunai. 12
Entre o jaleco e a história 14
Prêmio Xeleco de Cultura: A luta para manter viva
a premiação que incentiva artistas da cidade 19
A dança a serviço da arte em Ponte Nova 22
Arrumando a casa: Parceria com a administração
pública municipal prevê adaptações e melhorias
na sede da Academia 24
ALEPON EM PORTUGAL 29
Portugal promove cerimônia de entrega de
prêmios da Academia de Letras, Ciências e
Artes de Ponte Nova ___
Mestre Salles visita Ponte Nova 32
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PERSONALIDADES 33
VAGALUME, mais um foco de luz
clareando os meios culturais de Ponte Nova ___
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ESPAÇO DOS 44
ACADÊMICOS
Primavera 45
POEMINHA PARA CRIANÇA
Florzinha pequenininha 45
Meu menino surdo... 46
Cenário de inverno 47
Chuva Torrencial 48
Doces lembranças 49
VENTO, VENTO, VENTO... 49
Cenário de Inverno 50
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EDITORIAL
Nesta edição de número cinco, trazemos assuntos interessantes tais como o bem
organizado e coordenado evento de entrega de prêmios da Alepon, realizado pelos
companheiros e companheiras de Portugal. Uma festa literária com direito a
música, declamações e a exibição de uma das mais brasileiras das manifestações
culturais do nosso povo: a capoeira. Parabéns ao poeta e acadêmico Oliveira
Ribeiro e sua magnífica equipe. Para coroar com brilho e agradecimentos, alguns
acadêmicos ponte-novenses receberam em Ponte Nova o Mestre Salles, diretor do
Grupo de Capoeira Zumbi.
Registramos com grande satisfação o “Ponte Nova canta Alepon para Tunai”.
Um evento, que com muita certeza, irá marcar para sempre os meios culturais da
cidade. Nossos acadêmicos, esbanjando talento, escreveram em tempo recorde
letras em homenagem ao cantor e compositor Tunai. E para completar, os textos
Achamos que vale a pena dedicar um tempinho para ler, analisar e criticar/elo-
giar esta edição.
Boa leitura!
Os editores.
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05 - 09
Antes mesmo de surgir o termo multimídia, o ponte-novense Paulo César Galli Jorge, nascido e
criado no bairro das Palmeiras, em Ponte Nova, tinha talento para várias artes ao mesmo tempo.
Desde muito cedo, ainda estudante no Colégio Salesiano Dom Helvécio e depois no Colégio
Santa Rosa/Niterói, Paulo desenhava, cantava e dava os primeiros passos no teatro como ator e
mais tarde como diretor. Funcionário aposentado do Departamento de Estradas de Rodagem de
Minas Gerais (DEER), Paulo Galli sempre atuou no seu serviço como desenhista de plantas
topográficas e nas horas de folga, brincava com seus colegas, fazendo suas caricaturas. As mais
diferentes artes plásticas, o canto/coral e o teatro despertaram muito precocemente em sua vida. .
ENTREVISTA ESPECIAL 06
RSARAIVA
APOIO CULTURAL
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“Uma noite histórica”. Assim a presidente da ALEPON, Beth Iacomini, definiu a homenagem que
a 7ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil prestou a entidade pelos seus 27 anos de
existência e ao cantor e compositor ponte-novense Tunai (morto em 2020). O evento, transmitido
ao vivo pelo Canal Youtube, aconteceu no auditório da OAB, na noite de 13 de agosto. Ponte
Nova canta Alepon para Tunai foi coordenado e apresentado pelo acadêmico e advogado Wander
Silva, diretor cultural da Subseção. Ao seu lado, atuando como mestre de cerimônias, esteve o
acadêmico e jornalista Alfredo Padovani.
Ponte Nova canta Alepon para Tunai uniu textos de onze acadêmicos da Academia de Letras, Ciências
e Artes de Ponte Nova com as melodias compostas por músicos da cidade. Numa iniciativa inédita, o
evento chamou muita atenção dos meios culturais e se tornou um marco na história das artes do
município.
A viúva de Tunai, Maria Regina Barros Mucci, em mensagem enviada à coordenação do evento, disse
que assistiu muito emocionada a homenagem. Ela destacou o carinho dos acadêmicos da Alepon, dos
músicos e dos jovens intérpretes para com seu marido. “Jovens tão talentosos, com tanto carinho pelo
* Os músicos receberam de brinde uma bolsa térmica com produtos do Frigorífico Saudali.
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Grego fosse, teria ele agradado definitivamente Hipócrates, o pai da medicina e Heródoto, o pai da história,
em vida e obra. Jarbas Sertório de Carvalho certamente está entre os grandes historiadores e memorialistas
de Ponte Nova e Minas Gerais, juntamente com Manoel Ignácio Machado de Magalhães, José Pinto
Coelho, José Schiavo, Mário Clímaco, Antônio Brant Filho e João Carlos Bittencourt Brant Ribeiro.
Formou-se em medicina em 1912, pela Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro: Um dos
maiores desafios a um profissional de saúde em todos os tempos foi o enfrentamento à gripe espanhola
(1918 a 1920). E Dr Jarbas foi, nesse tenebroso período, o Delegado de Higiene Pública do Município de
Ponte Nova (1919-1923). Eleito por unanimidade, foi o primeiro filho da zona da mata de Minas Gerais a
entrar para Academia Nacional de Medicina, cuja posse foi em 1925, sendo seu paraninfo Moncorvo Filho,
médico precursor das políticas de proteção à infância no Brasil, e o presidente da instituição o famoso
Miguel Couto. Sua tese apresentada na posse foi “A cura pelo sol e o seu alcance médico e social”, tema
apropriadíssimo àquele tempo em que a tuberculose era “causa mortis” por todos os cantos do Brasil.
Bairro do Sapé (PN), onde reinava a pobreza e várias doenças ligadas às condições sociais e econômicas
A DANÇA A SERVIÇO DA
ARTE EM PONTE NOVA
*13º Festival de Danças do Studio de Artes Núcleo de *7º Festival de Danças do Studio de Artes
Danças - "Um ser criança” - 2017 Núcleo de Danças - “Cassino - A sorte está
lançada" - 2011
* 6º Ponte Nova em Dança - 2017
*Espetáculo Grupo EmCena -"Palavras" -
2011
*12º Festival de Danças do Studio de Artes Núcleo de
*6º Festival de Danças do Studio de Artes
ARRUMANDO A CASA
Parceria com a administração pública
A sede da Alepon fica nos fundos do prédio da antiga Fundação Acácio Martins (Rua Cantídio Drumond),
onde atualmente funciona a Secretaria Municipal de Educação. O local é de fácil acesso para pessoas com
dificuldade de locomoção e está localizado no Centro Histórico da cidade.
O novo espaço vai abrigar, segundo a presidente da Alepon, Beth Iacomini, alguns projetos culturais
voltados, principalmente para idosos e adolescentes. Além de ter sua biblioteca ampliada a partir de doações
de livros que a entidade vem recebendo nos últimos anos. “A nossa sede estará com suas portas abertas em
alguns dias da semana. Isso tanto no período da tarde e como também a noite para receber as pessoas
interessadas em oficinas de artes, leituras, música, declamações, jogos de xadrez/damas e outras atividades
culturais. Os nossos acadêmicos ficarão responsáveis pela abertura do local.”, explicou Iacomini.
Desde 1938, ano em que começou a funcionar em Ponte Nova, o Colégio Salesiano Dom Helvécio, muitas
atividades e momentos importantes da vida do educandário e de seus alunos foram registrados através de
fotografias. O acervo fotográfico da escola possui milhares de fotos, mas que infelizmente não estão a disposição
da comunidade ponte-novense. Quando o colégio encerrou suas atividades na cidade, em 2012, a maior parte das
fotografias e outros objetos que contam a história dos 83 anos da presença dos padres salesianos no município foram
transferidos para um arquivo em Barbacena, onde funciona uma obra da congregação. De acordo com a Inspetoria
Salesiana São João Bosco, todo o material está bem guardado e protegido da ação do tempo.
Porém ex-alunos do Colégio Dom Helvécio, vereadores ligados à cultura e personalidades do meio cultural
entendem que esse material fotográfico deva permanecer em Ponte Nova, sob os cuidados de um órgão público
municipal.
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NOVOS
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PORTUGAL PROMOVE
CERIMÔNIA DE ENTREGA DE
O lindo, imponente e histórico prédio do Ateneu Comercial do Porto foi o palco da entrega, em
10/07/2021, dos prêmios concedidos pela Academia de Letras, Ciências e Artes de Ponte Nova
(ALEPON), referente ao concurso literário Professor Mário Clímaco. Os ganhadores e o público foram
brindados com um criativo programa coordenado e apresentado pelo acadêmico Oliveira Ribeiro, o
embaixador da literatura ponte-novense em terras portuguesas. Entre as apresentações, destaque para a
presença de um grupo de capoeira, tendo como Mestre Adalberto Salles, que é de Ponte Nova.
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Desde 2015, o sócio correspondente da Alepon em Portugal, Oliveira Ribeiro promove e organiza a entrega dos
prêmios do Concurso Professor Mário Clímaco naquele país. Nesta edição, os acadêmicos ponte-novenses Beth
Iacomini e Gilson José de Oliveira enviaram saudações aos portugueses por meio de vídeos. Na programação
houve ainda números musicais com canções dos dois países. Uma atração que recebeu muita atenção do público
foi a exibição do grupo de capoeira. A tarde cultural foi encerrada com um coquetel. As novas representantes da
Alepon na cidade do Porto, La-Salete Sá e Fernanda Cabral, foram apresentadas ao público.
No final da tarde de 16/08, um grupo de acadêmicos da Alepon, tendo à frente a presidente Beth Iacomini,
recebeu em Ponte Nova, o Mestre de Capoeira Adalberto Salles. Radicado em Portugal há 19 anos, Salles
(como gosta de ser chamado) morou um tempo em Lisboa e depois fixou residência na cidade do Porto.
Ele é ponte-novense, sua família reside no bairro Santo Antônio. No Porto, Salles tem uma escola de
capoeira (Zumbi), onde, além de ensinar a arte de raiz africana, procura passar para seus alunos um pouco
da história do Brasil, com destaque para Minas Gerais e Ponte Nova. “Procuro contar para meus alunos um
pouco da cultura ponte-novense, de seus costumes, sua culinária e os principais produtos agrícolas aqui
produzidos.” Explica o capoerista.
Salles participou em 10/07/2021 da sessão de entrega dos prêmios concedidos pela ALEPON a escritores
portugueses. “Foi uma grata e feliz coincidência ter participado com meus alunos do evento. Quando
fiquei sabendo que se tratava de uma entidade cultural de Ponte Nova, meu coração disparou,” contou o
Mestre de Capoeira. No encontro com os acadêmicos, Adalberto Salles recebeu de presente livros de
escritores da Alepon e para matar a saudade, degustou um pedaço de goiabada cascão, genuíno doce
produzido em Ponte Nova há mais de 150 anos.
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VAGALUME, MAIS UM
FOCO DE LUZ CLAREANDO
VOL. 1 - ANO I - NÚMERO 5 - outubro dE 2021
OS MEIOS CULTURAIS DE
PONTE NOVA
A inquietude e o dinamismo levaram o escritor e produtor cultural Luiz Raimundo de Oliveira a brindar
os leitores com mais um livro. Desta vez, ele apresenta uma coletânea de crônicas e contos, numa obra
que ele denominou de “VAGALUME”. São 41 textos inéditos e reeditados de seus trabalhos anteriores.
Mesmo em plena pandemia, Luiz reuniu forças para buscar meios e recursos para imprimir e distribuir
o livro. Com patrocínio do Frigorífico Saudali, toda a venda está sendo destinada às ações beneficentes
da APAE de Ponte Nova.
PERSONALIDADES 34
O CENTENÁRIO
LIBERTAÇÃO
que pode aprofundar. Sua
capacidade de aproveitar e
reelaborar pensamentos dentro da
realidade social torna sua própria
Acadêmico Gilson José de Oliveira filosofia original. Dono de uma
intuição iluminada, colocou-se a
serviço da vida de todos, onde
No próximo 19 de setembro, o mundo celebra cem anos de quer que a sua vida estivesse.
nascimento de Paulo Reglus Neves Freire, no Recife, PE. Sim,
o mundo, porque Paulo Freire se tornou alguém do mundo,
não só do Brasil. Sua contribuição para a educação foi Formado em Direito, deixou a
advocacia após a primeira defesa
que fez, percebendo que não
ficaria bem com seu
compromisso com a verdade de
si, com um máximo de ética em
seu trabalho. Foi lecionar língua
portuguesa, no que seria hoje
ensino fundamental. Ou seja, um
professor de base, depois de
Mas o método trazia mais em seu 1964 foram de florescência da Conselho Mundial das Igrejas
bojo. Ao compreender as palavras, consciência nacional: organizações (CMI), em Genebra (Suíça).
junções de signos que se tornam populares, camponesas, estudantis, Nesse período, deu consultoria
significantes, o alfabetizando universitárias, culturais, sacudiam aeducacional a governos de países
Aposta que o educando encontra por si a aprendizagem, sendo o Ensinou o que vivenciou, sofreu,
mestre aquele que provoca, faz mediação, conduz ao compadeceu, escutou e traduziu tudo
esvaziamento para construir o conhecimento. Por novo, tanto isso em livros que iluminam a
Quem é o Joe?
As experiências ao longo da
carreira foram para o meu HD e
participar do MOVPAZ foi um
privilégio enorme! Aproximar-se
de artistas consagrados que
admiramos e respeitamos e ainda
por cima por uma causa de grande com o Luciano Soares, Emerson Clayton, Marcos
nobreza é de valor imensurável! Verly. Daí veio o Beto, o Edinho Souza, a Mônica,
Serei eternamente grato a Luciana o Felipe Erik, o Rodriguinho, a Isadora e o Felipe
Cunha e ao Orlando da Coferpon Cândido. Atualmente o Emerson Clayton, Marcos
pelo convite para integrar-me ao Verly, o Edinho Souza, o Felipe Erik e o Felipe
MOVPAZ. Tive muitos momentos Cândido lecionam na escola.
de demasiada felicidade, mas a
melhor ainda continua sendo ter
cantado “Dia Branco” com o
As dificuldades
Geraldo Azevedo! Indelével!
Encerrando
Primavera
O sol descortina
A bela manhã
Estação das flores
E cores!
Roteiro floridos
Pétalas sopradas POEMINHA
Libertam a beleza PARA CRIANÇA
E perfumam o ar
Em cada vida
Florzinha amarela
Uma primavera
Toquei suavemente
Ela abriu e sorriu
Ninguém viu
Só eu!
Cenário de inverno
Andei por aí
E o que vi
Uma chuva
De folhinhas
Miúdas
Dançando
Ao vento frio
Da manhã.
Corpos gelados
Enrolados nas folhas
Debaixo da ponte
O rosto denuncia
A dureza da vida
Entorpecidos, loucos
Revirando o lixo
Ousadia de viver
Tempo acelerado
Chuva Torrencial
VENTO...
Num canto da sala,
Emolduradas sobre o móvel,
Guardadas cuidadosamente Indefeso é o homem
Pequeno e sem ação
Num álbum já amarelecido,
Frente à força natural
Ou simplesmente jogadas Da terra, sol, vento e mar
Numa velha caixa desbotada
Jazem as fotografias A terra pode se abrir
Rachar, tremer, arredar
Lembranças de um tempo longínquo... O sol pode a terra queimar
Quase esquecido na memória. E o planeta devorar
Basta revê-las
O vento pode levar
E, como num passe de mágica Para os ares um gigante
A vida se faz novamente O mar pode varrer
Voltamos à infância, Uma cidade distante
Rodopiamos ao som Indefeso ficará o homem
Dos arroubos da juventude, E sem lugar para morar
Rimos ao relembrar nossos sonhos, Se a natureza continuar
Destruir, danificar
Reverenciamos velhos mestres,
Cenário
de Inverno