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A tecnologia sempre fez parte da ação humana e, por esse mesmo motivo,

sempre gerou consequências para o próprio ser humano, para a sociedade em que vive
e para a natureza que o cerca. Um domínio de uma simples técnica pode (e mudou)
toda uma perspectiva de vida humana como por exemplo o uso do fogo na era
paleolítica.

● A relação entre a tecnologia e a ciência existente no mundo moderno é


diferente da que havia no mundo antigo ou tradicional.

No mundo tradicional, diferente do que se entende atualmente, é que ela não era a
finalidade fundamental da ciência, mas apenas uma de suas consequências. Para o
pensamento antigo feito por Sócrates, Platão e Aristóteles, a finalidade da ciência -do
conhecimento em geral- era o próprio conhecimento, ou seja, conhecer para conhecer,
conhecer por amor à verdade. Aristóteles via o mais alto conhecimento como o teórico
uma vez que fosse autônomo e autossuficiente, que não estivesse preso a qualquer
utilidade.

Na atualidade o filósofo Francis Bacon diz que a finalidade da ciência é dominar a


natureza para servir ao ser humano, isso quer dizer que a finalidade da ciência deve ser
a de produzir tecnologia uma vez que será justamente ela que permitirá a dominância
sob a natureza. Assim, no mundo moderno, a tecnologia não é apenas uma das
consequências da ciência, mas sua finalidade fundamental. Esse pensamento por um
lado gerou um desenvolvimento da tecnologia absurdo mas também acabou gerando
uma tendência a limitar a ciência, vendo que uma sociedade que usa a tecnologia não é
necessariamente uma sociedade que sabe explicá-la.

● Karl Marx; considerava grande impacto que a tecnologia tem na sociedade já


que o surgimento do capitalismo só foi permitido com o desenvolvimento da
tecnologia fabril. Para Marx, a economia, a matéria e o modo de produção eram
partes estruturantes do meio social, o desenvolvimento da tecnologia fabril foi
fundamental para o advento do capitalismo e de toda uma nova forma de
sociedade.
● Theodor Adorno e Max Horkheimer; consideravam que o desenvolvimento da
tecnologia acabou por escravizar o ser humano. Esses pensadores explicam essa
tese da seguinte forma: a tecnologia havia sido desenvolvida com o objetivo de
libertar o ser humano das forças naturais dominando a natureza, mas, segundo
eles, essa intenção acaba sofrendo uma “distinção dialética”. O que isso quer
dizer? Quer dizer que essa intenção acaba se convertendo no seu contrário:
aquilo que tinha intenção de libertar o ser humano acaba por escravizá-lo.
ex; tecnologia fabricante que aprisiona o seres humanos o que é, na
teoria, o contrário do que as tecnologias defa deveriam fazer.

O argumento frankfurtiano (a tese acima) pode ser observado no dia a dia com a
constante contradição entre aprisionamento e liberdade usando como exemplo a
facilidade de comunicação. Facilmente um empregador pode abusar da comunicação
fácil com seu empregado fazendo com que em algum momento esse relacionamento
passe de uma capaz amizade a um tipo de meio capaz de exigir mais do funcionário.

● Pierre Lévy; vê que a tecnologia acarreta em exclusão de alguma forma. As


novas tecnologias são mais caras, logo, apenas uma parte da população tem
acesso imediato a elas. Quando essa tecnologia se torna mais barata e se
democratiza, uma nova tecnologia mais cara surge, assim se consolidando um
ciclo.
ex; Iphones são exemplos claros desse ciclo.

Lévy tem mais duas ́ ́críticas ́ ́ a forma atual de tecnologia e uma delas é quanto
à liberdade de informação que temos numa cybercultura. Sabe-se que a liberdade de
expressão vem de um princípio onde tudo pode ser dito, porém nem tudo é verdadeiro
e isso não deixa de ser verdade na internet. Lévy vê que, por mais que uma notícia seja
falsa, esse é um risco que corremos ao prezar uma liberdade intelectual e não podemos
ou poderíamos decidir o que pode ou não ir à internet pois assim não haveria uma
liberdade. -Lembrando que esse é um contexto em relação à massa onde existe toda
uma hierarquia a seguir-

A terceira crítica de Lévy à cybercultura -que na real não é beeem uma crítica- é a
forma inclusiva que a internet funciona. Por exemplo, a tecnologia de informação
permite a igualdade por meio da democratização ao acesso, garante a liberdade do
acesso à informação e a liberdade de expressão, etc.

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