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TÉCNICA E TECNOLOGIA

Apesar de o nosso tema falar das Novas


Tecnologias, expressão que se refere ao papel
da comunicação na moderna tecnologia da
informação, nós achamos por bem estender
mais o conceito, tratando da tecnologia no
geral. E, para termos um conhecimento mais
completo, juntamos também o conceito
Técnica.
Portanto, vamos abordar a técnica e
tecnologia juntas.
Técnica

• Técnica – procedimento que tem como


objectivo a obtenção de um deterninado
resultado, seja na ciência, na tecnologia, na
arte ou em qualquer outra área. Por outras
palavras, técnica é um conjunto de regras,
normas ou protocolos que se utiliza como
meio para chegar a uma certa meta.
Tecnologia
• Em termos gerais, tecnologia é a aplicação do
conhecimento científico aos objectivos
práticos da vida humana ou à mudança e
manipulação do ambiente. É o conjunto de
conhecimentos e princípios científicos que se
aplicam ao planeamento, à construção e à
utilização de um equipamento em um
determinado tipo de actividade.
Relação entre Técnica e Tecnologia
• Tecnologia é a técnica evoluída, que é fruto de
ideias oriundas do passado que ao longo dos anos
foram sendo modificadas e aprimoradas,
principalmente após 1970, início da terceira
Revolução Industrial, quando o conhecimento
científico e a pesquisa deram um salto gigantesco.
• A primeira Revolução Industrial foi marcada pela
transformação da técnica em tecnologia, ou seja,
tecnologia é a técnica evoluída.
• As discussões sobre as transformações
relacionadas à técnica remontam à época dos
antigos gregos. Porém, foi , a partir do século
XIX que o impacto relacionado aos avanços
tecnológicos começam a ganhar destaque.
Pouco a pouco a tecnologia foi sendo objecto
de interesse em diferentes áreas do
conhecimento, como por exemplo, na
Literatura.
• As palavras técnica e tecnologia possuem sua raiz no
verbo grego tictein, que significa criar, produzir. Os
gregos utilizavam a palavra para designar o
conhecimento prático que visava um fim concreto e,
combinada com logos (palavra, fala), diferenciavam um
“simples fazer” de um “raciocínio”. Klinge afirma que o
conceito de técnica aparece na obra “Metafísica”, de
Aristóteles, sob o termo téchne. Pode significar arte ou
ciência, o termo já mostra a preocupação do homem em
criar instrumentos para transformar a natureza,
defender -se e garantir a sobrevivência.
• De um modo geral, podemos dizer que a história da
técnica e da tecnologia inicia a partir do momento em
que os seres humanos passam a dominar a natureza e
transformá-la. De certa forma, o desenvolvimento da
técnica e tecnologia atravessa todas as etapas da
evolução humana, assim como seus desdobramentos.
• Neste sentido, podemos dizer que a tecnologia existe
desde a Pré-História, a partir do momento em que a
primeira roupa foi feita, ou a pedra foi utilizada para
aumentar a força de um golpe. Porém, neste período, a
tecnologia ainda não estava no centro da vida humana.
• Para Feenberg, o questionamento sobre a
tecnologia e sua função está na base da
filosofia ocidental, pois a filosofia começa a
interpretar o mundo em termos do facto
fundamental de que a humanidade é um tipo
de animal que trabalha constantemente para
transformar a natureza.
• De acordo com este autor, os gregos faziam uma
distinção entre physis e poiesis, onde o primeiro termo
está relacionado com a natureza que cria a si mesmo,
emerge de si mesmo. O segundo termo, por sua vez, é a
actividade de produzir algo, um ser criado, um artefacto.
Neste sentido, o termo téchne significa o conhecimento
que se associa à poiesis. Na visão grega, cada técnica
constitui um propósito e uma forma correcta de fazer as
coisas, Assim, para os gregos, a técnica é objectiva, não
subjectiva, pois há uma maneira certa de fazer algo, que
independe da opinião ou vontade do artesão.
• Feenberg ainda aponta uma outra distinção feita pelos
antigos gregos, a ideia de existência e essência: a
existência responde à pergunta se algo é ou não; em
contrapartida, a essência pergunta o que a coisa é.
Para o autor, em relação à poiesis, a distinção entre
essência e existência é clara, pois uma coisa existe
primeiramente como ideia (essência), para depois
existir pela fabricação humana (existência). Porém, em
relação à physis, a diferença entre essência e existência
não é tão óbvia, pois emergem juntas, não parecem ter
uma existência separada.
• Na Idade Média, o termo grego techné foi substituído pelo
termo latino ars, mas mantendo o mesmo sentido. A partir
do século XVI, a questão da técnica vai adquirir um novo
significado.
• Na verdade, enquanto por um lado se continua a
desenvolver em directa relação a pessoa humana, por
outro começa a aparecer uma mentalidade que considera a
técnica – em certo sentido as ciências experimentais-como
o foco central, considerado o método no qual se define
como única fonte segura de conhecimento da realidade, e
no fundo como a solução para todos os problemas do ser
humano.
• Essa dissociação entre os seres humanos e a técnica vai definir as
concepções sobre a técnica que vão predominar na modernidade.
Entre alguns autores, vai predominar uma visão optimista, em
alguns casos até utópica em relação à técnica, entre outros, uma
visão pessimista ou até fatalista sobre a mesma.
• Para Bernan a modernidade começa no século XVI e vai até ao
XVIII. De acordo com ele, a modernidade é uma experiência
compartilhada por homens e mulheres em todo mundo. Porém, ao
mesmo tempo que a modernidade pode causar alegria e
entusiasmo, pode também destruir tudo que somos e conhecemos.
Ela é, assim, dialéctica em sua essência, pois, ao mesmo tempo que
une a espécie humana e rompe as fronteiras geográficas, também
nos mantém em um estado de angústia e insegurança.
• A reflexão sobre a técnica aparece com os renascentistas tardios,
como René Descartes (1596-1650) e Francis Bacon (1561-1626),
sendo que este último concebia a técnica como algo que poderia
contribuir para o desenvolvimento e bem-esta da humanidade.
Freenberg destaca que , para Descartes, o domínio sobre a
natureza correria através do conhecimento das ciências. Já para
Bacon, conhecimento é poder. Ainda para este autor, no contexto
moderno, a tecnologia é puramente instrumental, isenta de
valores, servem como meios e metas subjectivas que nós
escolhemos a nosso bel prazer. Esta concepção trata a natureza
como matéria-prima, como algo que espera a transformação pelo
homem. Em outras palavras, está aí para servir a propósitos
humanos.
• Se até ao século XVIII, a mentalidade
tecnologista vai estar ligada a uma postura
optimista em relação à tecnologia, a partir do
século seguinte, influenciadas pelas mudanças
sociais e económicas oriundas da Revolução
Industrial, percebemos abordagens com
ênfase nos aspectos negativos da tecnologia.
Técnica e tecnologia a partir do século XIX

• A partir deste século, a técnica começou a ser vista como um


problema social e incitou reflexões sobre sua natureza e
consequências para a humanidade. Esta visão da técnica criou um
paradoxo na sociedade moderna, pois o mundo não vai mais ser
compreendido teteologicamente, conforme a concepção dos
gregos, mas de forma mecanicista.
• No início do XX, evidencia-se uma preocupação ainda maior
acerca do desenvolvimento tecnológico. Este pessimismo,
segundo Klinge, teve eco na literatura. George Orwell, por
exemplo, a tecnologia é vista como reflexo do autoritarismo
político e a técnica vista como instrumento do poder e de
dominação a serviço do totalitarismo, o que reflecte o
pessimismo desse período.
• Berman vai apontar outra linha de pensamento no
limiar do XX, este excessivamente optimista em
relação à tecnologia, ao qual ele chamou de
futuristas. A tradição futurista exaltava a máquina,
mas se preocupava muito pouco com a relação entre
homem e a máquina.
• Para Klinge, após a década de 1960, a revolução
tecnológica pode levar à ideia de que a tecnologia
pode representar a resolução de todos os problemas
de ordem social, política, económica ou educacional.
Entre tecnófilos e tecnófobos

• Segundo Klinge, tanto os tecnófobos quanto os tecnófilos


colocam a tecnologia no centro de tudo, o primeiro com
optimismo, o segundo com pessimismo. Ainda de acordo
com ele, estas duas posições colocam barreiras a uma
melhor compreensão do fenómeno tecnológico e seus
reflexos na sociedade. Talvez seja possível utilizar este
dualismo como forma de representar, por um lado,
aparece a de professores eufóricos com a inserção das
tecnologias educacionais no âmbito escolar, e , por outro
lado, a gama de professores resistentes à ideia de utilizar
estas tecnologias educacionais.
• Segundo Bravo, nas sociedades informatizadas
contemporâneas , o poder já não reside no exercício da
força e sim no uso de informações que permitem
influenciar e controlar as atividades dos cidadãos. Daí
que as possibilidades de intervenção nos processos
sociais, económicos e políticos, sejam determinados
pelo acessão à informação. O autor propõe, neste
sentido, a análise dos abusos que podem ser cometidos
pelas tecnologias de informação; e a regulamentação
jurídica das atividades informacionais para evitar estes
abusos.
Conclusão

• No decorrer da história, com ecos na literatura, a


abordagem sobre a técnica e tecnologia vai
adquirir contornos distintos. Em relação ao aspecto
conceitual, ambos os termos têm origem comum,
na palavra grega téchne. De certa forma, técnica e
tecnologia estão relacionadas em sua essência,
como extensão uma da outra. Até ao fim da Idade
Média, a técnica estava fortemente ligada ao
indivíduo, que transforma a natureza e a realidade
que o circunda.
• Do século XVI em diante, vai haver uma dissociação entre técnica
e indivíduo, o que vai influenciar na visão sobre a técnica que vai
predominar. As obras de Francis Bacon e Tomás Campanella
apontam para uma visão optimista e até utópica, pois a técnica é
vista como forma de libertação. A partir do século XIX, a
tecnologia vai ser percebida como uma ameaça aos indivíduos,
visão que pode ser percebida em autores como Goethe e George
Orwell. Esta visão vai adquirir dimensões ainda maiores até à
primeira metade do século XX. A partir da década de 1960,
quando a tecnologia adentra aos lares, retoma-se o optimismo,
sendo que alguns chegam a considerar a tecnologia como forma
de resolver problemas de ordem económica, política e social.
• Independentemente de uma visão eufórica ou
resistente em relação à tecnologia, Klinge alerta para o
problema da mentalidade tecnologista, ou
tecnocêntrica, ou seja, aquela que coloca a tecnologia-
e não o indivíduo- no centro das atenções. A
tecnologia, para além da euforia (tecnofilia) ou
resistência (tecnofobia), não é boa ou má, deve estar
associada ao bem do indivíduo, mas não de forma
meramente instrumental. A superação do
tecnocentrismo, assim, é um dos grandes desafios para
a sociedade actual, desde sempre.
DIGNIDADE HUMANA E DIREITOS
HUMANOS
A dignidade incomensurável de todo e qualquer ser
humano deriva do facto de ser:
• Pessoa, isto é, um ser dotado de inteligência, vontade,
capacidade de autodeterminação, consciência e
liberdade: tudo isto coloca o homem acima de todos os
outros seres criados.
• Centro do universo para o qual tudo converge, tudo
existe e em cuja função tudo foi criado.
• Autor ou protagonista e fim da sociedade: o homem não
existe para as estruturas, os partidos, as instituições, as
ideologias, os regimes políticos...
• Tudo isso só existe para servir o homem, em função do homem
todo, e na medida em que o homem assumir e quiser essas
realidades.
• Sacrificar pessoas ou povos às ideologias e sistemas políticos é
crime hediondo contra a dignidade humana, porque faz da pessoa
meio ou instrumento, quando ele é e deve ser simplesmente fim.
• Na perspectiva cristã, a dignidade da pessoa humana eleva-se
ainda mais pelo facto de todo o ser humano ser imagem de Deus,
estar chamado a ser Seu filho e a participar da Sua própria vida e
glória, ser como « a pupila dos seus olhos » e Deus Se identifica
com cada homem, considerando como feito ou não feito a Si o
feito ou não feito a cada um (Mt 25,31.46).
DIREITOS HUMANOS
• Dessa dignidade da pessoa e das suas dimensões
essenciais deriva um conjunto importante de
direitos.
• Alguns deles dizem-se fundamentais porque deles
derivam sucessivamente outros, como explicação
concreta dos mesmos.
• Para um mais fácil estudo e retenção dos direitos,
propomos a seguinte divisão, apesar de
reconhecermos nele alguma arbitrariedade já que a
pessoa humana é um todo inseparável:
Direitos da pessoa como ser vivo
• Direitos a nascer e a viver (daqui o absurdo do aborto, da eutanásia, do
suicídio, do homicídio...);
• Direito à integridade física e psíquica ( contra as mutilações, torturas,
manipulações biogenéticas...);
• «direito aos recursos correspondentes a um digno padrão de vida
humana: nutrição, vestuário, moradia, repouso, assistência sanitária,
serviços sociais indispensáveis.
• Segue-se daí que toda a pessoa tem também o direito de ser amparada
em caso de doença, de invalidez, de velhice, de desemprego forçado, e em
qualquer outro caso de privação dos meios de sustento por circunstâncias
independentes da sua vontade» (PT, 11).
• direito, numa palavra, à vida e a uma digna qualidade de vida, mesmo no
aspecto ecológico.
Direitos do ser humano enquanto pessoa
• direito ao desenvolvimento integral: físico, afectivo, intelectual,
artístico, social, religioso e moral...(qualquer visão parcial do homem é
anti-humana, porque não respeitadora do homem todo);
• direito a seguir a sua própria vocação, sem constrangimentos de
ninguém, nem sequer dos próprios pais;
• direito à estima, ao respeito, à boa fama;
• direito à verdade e aos meios para a encontrar;
• direito às condições de vida humana;
• direito à liberdade de aprender e ensinar;
• direito a agir segundo a sua consciência ética ou moral e aos meios para
formá-la rectamente;
• direito a ser livre e a poder viver em liberdade
Direitos da pessoa como ser familiar

• direito a constituir família, sem constrangimentos de ninguém;


• direito à procriação responsável;
• direito à educação dos filhos conforme as convicções morais e
religiosas dos pais;
• direito à estabilidade, independência e intimidade da família e
do casal;
• direito à liberdade de escola para o filhos;
• direito aos meios para um nível digno de vida familiar;
• direito a uma tal organização do trabalho a que não destrua a
unidade e o bem-estar da família, antes os promova e favoreça.
Direitos do ser humano como cidadão

• direito á participação activa na vida pública;


• direito à liberdade de reunião e associação;
• direito à liberdade de manifestação e difusão do pensamento;
• direito à informação verídica sobre os acontecimentos públicos;
• direito à igualdade de oportunidades para o seu
desenvolvimento e promoção,
• direito á justiça, à segurança física e à defesa dos seus direitos;
• direito a sentir-se seguro contra as arbitrariedades do poder;
• direito à liberdade de domicílio, dentro e fora do seu país.
Direito do ser humano como trabalhador
• direito ao trabalho e a um emprego estável;
• direito à qualificação técnica e profissional;
• direito à retribuição justa;
• direito à participação activa na vida da empresa;
• direito à liberdade de organização profissional;
• direito aos meios legítimos para a defesa dos seus legítimos interesses;
• direito a condições dignas de trabalho;
• direito a não ser desamparado em caso de desemprego involuntário;
• direito à posse e uso dos seus bens, dentro do respeito pela função
social dos mesmos;
• direito ao descanso devido.
Direitos da pessoa como ser religioso
• Direito a prestar culto a Deus, segundo a sua
consciência privada e publicamente;
• direito à liberdade religiosa;
• direito à liberdade de propagar a sua fé;
• direito a condições suficientes para a sua vida
religiosa;
• direito à liberdade de agir, privada e publicamente, de
acordo com os critérios da sua fé, a não ser que
atentem contra a liberdade e os direitos dos outros.
Direitos e deveres são correlativos

• Aos direitos naturais acima considerados vinculam-se no mesmo sujeito


jurídico que a pessoa humana, os respectivos deveres»
• «Direitos e deveres encontram na lei natural, que os outorga ou impõe, o
seu manancial, a sua consistência, a sua força inquebrantável».
• «Os que reivindicam os próprios direitos, mas se esquecem dos seus
deveres ou lhes dão menor atenção, assemelham-se a quem constrói»(PT).
• O exercício dos direitos «tem como limite o respeito pelos direitos alheios,
pelos imperativos da moral e pelas exigências do bem comum,
correctamente entendido».
• É função primordial dos poderes públicos reconhecer os direitos e deveres
dos cidadãos, respeitá-los, harmonizá-los, tutelá-los eficazmente e
promovê-los»(PT).

HISTÓRIA DA DUDH
O que é a Declaração Universal dos Direitos Humanos?
É uma espécie de Constituição Fundamental ou Carta de
Princípios doutrinais que todos os Países devem respeitar e
manter como alicerce das suas Constituições; é um conjunto
de Valores Fundamentais que todos os Povos e seus
governantes devem reconhecer, respeitar e inserir nas suas
próprias Leis. Como disse o grande humanista Emmanuel
Mounier; para que a Constituição dum país seja boa é preciso
que ela assente sobre os Direitos Humanos e que ele os
respeite e proteja. Por se referir a todas as Pessoas e todos os
Povos é que se chama Declaração Universal dos Direitos
Humanos.
Porque se chama Declaração ?
• Porque estas leis fundamentais que se chamam Direitos
Humanos, não são obra de qualquer legislador. O que as
Nações Unidas fizeram foi declará-los, porque os
reconheceram como exigências básicas para a dignidade
da Pessoa Humana ser respeitada e a vida em sociedade
ser possível e digna. Com efeito, os Direitos Humanos
nascem com a própria Pessoa Humana, desde a sua
concepção e acompanham-na até à morte.
• Eles fazem parte integrante do ser humano e
consequentemente da sociedade. Por tudo isto, devem
ser respeitados e promovidos por todos; Pessoas e Povos.
. Quando nasce a declaração universal dos
direitos humanos ?
• Ele nasce em 1948, no fim da II Guerra Mundial e, em grande parte, é
motivada pelos horrores que nela se viveram: os campos de concentração, o
genocídio de ciganos e judeus, os milhões de mortos inocentes,
bombardeamentos, bombas atómicas,... e tudo o mais que só Deus sabe .
• Esta experiência foi tanto mais traumatizante quanto aconteceu alguns
anos após a também horrenda e devastadora I Guerra Mundial(1914-1918).
• Estes acontecimentos levaram a humanidade a questionar-se: como é
possível que em pleno século XX, se cometam barbáries como estas?!
• Foi este sentimento de horror que levou à promulgação de um documento
que sendo reconhecido, assinado e respeitado pelos chefes das Nações,
constituísse o alicerce de um novo relacionamento entre Pessoas e Povos.
• É pena que só com experiências tão horrorosas o Homem reconheça os
valores fundamentais que a sua própria consciência já lhe revela.
Como nasce a declaração universal dos
direitos humanos?
• Ela tem uma longa história, tão longa como a História da humanidade.
E, como veremos mais adiante, cada Povo foi colocando a sua pedra na
construção deste Declaração.
• As Pessoas trazem consigo aspirações a crescer, a desenvolver e a viver
cada vez mais intensamente e mais felizes. Trazem também consigo a
necessidade de relação. Tanto para nascer, como para crescer e ser feliz
a Pessoa necessita das outras Pessoas. O ser humano é um ser em
relação com outras Pessoas., com a natureza e com Deus. Por isso, as
Pessoas necessitam de Família, de Festas , de sociedade e de Religião.
• Cada Tribo e cada Povo, segundo o lugar, meio, ambiente natural, clima,
fauna, flora, etc., vai criando uma concepção da natureza, das Pessoas,
da divindade e de si mesmo. Vai criando hábitos, costumes e modos de
se relacionar com o meio ambiente e com os demais.
• Assim vai desenvolvendo a sua cultura da qual faz parte integrante também a sua
crença. Fixa tudo isto em tradições que passa às novas gerações. E estas, como os
novos conhecimentos, vão desenvolvendo e fazendo evoluir essas concepções da
vida e das coisas e, assim as suas culturas. Isto acontece sobretudo quando um
Povo com a sua cultura encontra outro Povo com cultura diferente. As diferença
transforma-se em interpelações mútuas e ambos os Povos, normalmente ,
aprendem um do outro e ambos ficam mais ricos. Por isso, os Povos que se
encontram em lugres de contacto constante com outros Povos evoluem
geralmente mais rapidamente que os que vivem isolados.
• Podemos dizer, portanto, que cada Povo foi progressivamente descobrindo
Direitos Humanos, mesmo sem lhe dar o nome, e os foi vivendo dentro do seu
estatuto relacional: com a natureza, a família, a sociedade, mesmo nas suas
crenças e práticas religiosas.
• Com efeito, às vezes, esses direitos aparecem ligados às suas crenças e são
apresentados como Leis que a própria Divindade transmitiu aos Homens. Isto
mostra o carácter profundo, quase sagrado destes Direitos.
Porque são chamados Direitos Humanos?
• Direito é uma palavra que em do latim ’directum? E significa; norma
que regula o comportamento dos homens em sociedade.
• Os entendidos costumam distinguir o Direito em Direito Positivo;
normas ou leis que fazem os legisladores dos Povos para que haja
ordem e respeito na vida em sociedade; e Direito Natural; o que está
inscrito na natureza mesma das Pessoas, pelo próprio facto de serem
Pessoas, independentemente do lugar onde nasceram ou do País onde
vivem. Este Direito Natural é que serve de base ao Direito Positivo.
• Os Direitos Humanos expressam precisamente princípios fundamentais
do Direito Natural ou valores que nele se radicam. Assim, tratando-se
de direitos inerentes à própria Pessoa Humana são chamados DIREITOS
HUMANOS. Os Antigos chamavam a estes direitos, direitos não
escritos, mas evidentes e universais,
Como se chegou a um documento da DUDH?
• Como foi referido, houve Povos que foram descobrindo e vivendo os Direitos Humanos nos
seus costumes e tradições e houve outros Povos que os foram escrevendo nos seus
Códigos de Leis para regular a vida e as relações das Pessoas na família e na sociedade.
• Vamos estudar apenas alguns dos marcos mais relevantes desta longa caminhada histórica:
• O Código de Hammurabi e o Livro dos Mortos
• O Decálogo e o Povo da Bíblia
• Os Povos do Oriente e a sua sabedoria
• O Direito grego e romano
• O Evangelho e a inspiração dos cristãos
• As tradições dos Povos da África Negra.
• O encontro dramático de povos e culturas no século XVI
• A Grã-Bretanha; ‘Mãe dos Parlamentos’
• A Independência dos Estados Unidos da América
• A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão

ESTUDO DOS ARTIGOS DA DUDH
• Durante o estudo dos DECLARAÇÃO, faremos um
paralelismo com a Lei Constitucional da
República de Angola, e teremos também o apoio
da Sagrada Escritura, de alguns Documentos do
Magistério da Igreja Católica e também
Metodista. Quanto a esses dois últimos, dada a
extensão dos textos, indicaremos apenas o
número, cabendo ao aluno ir encontrá-los
pessoalmente no próprio documento.
DIREITOS PESSOAIS: ARTIGOS 1-5
• A Declaração Universal dos Direitos Humanos dedica os primeiros
cinco artigos à pessoa e aos seus direitos fundamentais. Põe o
homem no centro de tudo, sujeito de direitos e deveres. Quando se
dá o devido lugar à pessoa humana é possível construir-se uma
sociedade justa.
• ARTIGO 1. TODOS OS HOMENS NASCEM LIVRES E IGUAIS EM
DIGNIDADE E DIREITOS. SÃO DOTADOS DE RAZÃO E CONSCIÊNCIA E
DEVEM AGIR EM RELAÇÃO UNS AOS OUTROS COM ESPÍRITO DE
FRATERNIDADE.
• Lv 25,10: Proclamareis liberdade na terra a todos os seus
moradores.
• Act 7,26: Homens, vós sois irmãos: por que vos ofendeis uns aos
outros?
• DA CONSTITUIÇÃO DE ANGOLA:
• A república de Angola é um Estado Democrático de Direito
que tem como fundamento a soberania popular, o
primado da Constituição e da separação de poderes e
independência de funções, a unidade nacional, o
pluralismo de expressão e de organização política e da
democracia representativa e participativa.(Lei
Constitucional, Art 2,1).
• Vaticano II: Gaudium et Spes, 1965, (nº 29)
• Paulo VI: Octogesima Adveniens, 1971:
• Credo Social da Igreja Metodista, 1971.
• ARTIGO II. TODO O HOMEM TEM CAPACIDADE PARA GOZAR OS DIREITOS
E LIBERDADES ESTABELECIDOS NESTA DECLARAÇÃO, SEM DISTINÇÃO DE
QUALQUER ESPÉCIE, SEJA DE RAÇA, COR, SEXO, LÍNGUA, RELIGIÃO,
OPINIÃO POLÍTICA OU DE OUTRA NATUREZA, ORIGEM NACIONAL OU
SOCIAL, RIQUEZA, NASCIMENTO OU QUALQUER OUTRA CONSIDERAÇÃO.
ALÉM DISSO, NÃO SE FARÁ DISTINÇÃO ALGUMA BASEADA NA CONDIÇÃO
POLÍTICA, JURÍDICA OU INTERNACIONAL DO PAÍS OU TERRITÓRIO DE
CUJA JURISDIÇÃO DEPENDA UMA PESSOA, QUER SE TRATA DE PAÍS
INDEPENDENTE, COMO DE TERRITÓRIO SOB A ADMINISTRAÇÃO
FIDUCIÁRIA, NÃO AUTÓNOMO OU SUBMETIDO A QUALQUER OUTRA
LIMITAÇÃO DE SOBERANIA.
• Gal 3, 28: Não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto;
nem homem nem mulher; porque todos vós, sois um em Cristo Jesus.
• Pode-se também consultar : Dt 27,19; Mt 24,14; 1,8; Cl 3,11; Ap 14,6.
• DA CONSTITUIÇÃO DE ANGOLA:
• Todos os cidadãos são iguais perante a lei e gozam dos mesmos direitos e estão
sujeitos aos mesmos deveres, sem distinção da sua cor, raça, etnia, sexo, lugar
de nascimento, religião, ideologia, grau de instrução, condição económica ou
social.
• A lei pune, severamente, todos os actos que visem prejudicar a harmonia social
ou criar discriminações e privilégios com base nesses factores.(LC 18,1-2; ver
também 28,2).
• Explicação:
• Ser homem ou mulher, negro ou branco, crente ou não crente, rico ou pobre,
sábio ou analfabeto, de uma tribo ou de outra, não são motivos para privilegiar
ou discriminar as pessoas.
• Este artigo pretende abolir toda e qualquer discriminação entre as pessoas.
Existem muitas discriminações.

• Há discriminação entre homem e mulher: as mulheres ainda são excluídas de certos
trabalhos e são-lhes reservados outros; são impedidas de escolher a profissão , o marido...
• Há discriminação entre as classes sociais: gerentes e trabalhadores; professores e
camponeses; ricos e pobres; os ricos encontram facilidade e aos pobres muitas portas
ficam fechadas.
• Há discriminação com base na raça. Em alguns países existem privilégios e separação entre
grupos étnicos, entre negros e brancos; há discriminação nas escolas, nos transportes, nos
lugares de trabalho, nas residências.
• Há discriminação por motivos religiosos em alguns países: pessoas perdem o lugar no
trabalho; outras são excluídas da vida política por praticarem uma determinada religião.
• Acabar com a discriminação é dever de todos. Mas isto só será possível se as pessoas se
unirem para criar respeito recíproco, tomando consciência de que a discriminação surge
do egoísmo e da vontade de domínio.
– Vaticano II. Gaudim et Spes, 1965, (nº29)
– João Paulo II: Socilicitudo Rei Socialis; 1987(nº 33)
– Credo social da Igreja Metodista, 1971

• ARTIGO III: TODO O HOMEM TEM DIREITO À VIDA, À LIBERDADE E À
SEGURANÇA PESSOAL.

• Ex: 20,13: Não matarás.
• Jo 10,10: Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância
• Pode-se consultar também: Dt 30,19, Pro 3,23.26; Hb 13, 6; J0 21,9.
• DA CONSTITUIÇÃO DE ANGOLA:
• A Lei protege a vida, a liberdade, a integridade pessoal, o bom nome e a
reputação de cada cidadão(LC, 20). O Estado respeita e protege a vida da
pessoa humana. É proibida a pena de morte(LC 22)
• Credo Metodista, 1971
• Paulo VI: Populorum Progressio, 1967
• Sínodo dos Bispos de 1971; Sobre a Justiça no Mundo ou Convenientes ex
Universo(nº22)
• ARTIGO IV. NINGUÉM SERÁ MANTIDO EM ESCRAVIDÃO; A ESCRAVIDÃO E O TRÁFICO DE ESCRAVOS SERÃO
PROIBIDOS EM TODAS AS SUAS FORMAS.

• Is 61, 1,: O Senhor enviou-me a proclamar libertação aos cativos, e a pôr em liberdade os aglomerados.
• Gl 5,1: para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais de novo
ao jugo da escravidão.
• Ler também Gl 5, 1; Flm 16
• Comentário:
• Escravo é aquele que depende totalmente duma outra pessoa, como se fosse sua pertença, um
instrumento. O escravo é propriedade do seu patrão, para o qual trabalha sem vencimento e sem direitos.
• Na mossa terra havia pessoas que eram levadas para terras estrangeiras e aí vendidas e obrigadas a
trabalhar. Esta escravatura quase desapareceu completamente. Hoje, porém, permanecem outras formas
de escravidão;
• Há povos escravos de outros povos mais fortes e mais ricos, que os submetem política e economicamente;
• Há pessoas que são escravas do medo e que não conseguem defender os seus direitos;
• Há famílias escravas dos costumes e que obrigam as suas filhas a casamentos prematuros ou de interesse.
– Leão XIII: Carta aos Bispos do Brasil, 5 de Maio de 1988
– Comissão Pontifícia”Justiça e Paz “. A Igreja ante o racismo(nº 13)
– Credo Social da Igreja metodista, 1971
• ARTIGO V. NINGUÉM SERÁ SUBMETIDO A TORTURA NEM A
TRATAMENTO OU CASTIGO CRUEL, DESUMANO OU DEGRADANTE

• Lv 25,14: Não oprimas o teu irmão.
• Consulta também : Sl 119, 134; Pro14,31; Mt 5,38; Hb 3,8.
• DA CONSTITUIÇÃO DA ANGOLA
• Nenhum cidadão pode ser submetido a tortura nem a outros
tratamentos ou punições cruéis, desumanos ou degradantes(LC 23).
• Nicolau I: Resposta aos Búlgaros, ano 866
• Pio II: Alocução ao VI Congresso Internacional de Direito Penal, 1953
• Credo Social da Igreja Metodista, 1971
• João Paulo II: Dives in misericórdia, 1980(nº11)
DIREITOS JURÍDICOS

• Na vida social os homens encontram dificuldades e suscitam contendas-


• Para resolver os conflitos que surgem nas relações humanas criam-se leis e instituem-
se tribunais.
• Nesta segunda parte, a Declaração dos Direitos Humanos refere-se a pessoa perante a
lei e os tribunais.

• ARTIGO VI. TODO HOMEM TEM DIREITO DE SER, EM TODOS OS LUGARES,
RECONHECIDO COMO PESSOA HUMANA, PELA LEI.

– Dt 16,20: A Justiça seguirás, somente a justiça, para que vivas.
– Ler além disso: Nm 15,16; Dt 6,18; 2Rs 20,1; Mq 6,8; 1Cor 14,40.
• DA CONSTITUIÇÃO DA ANGOLA:
• Todo cidadão tem direito ao livre desenvolvimento da sua personalidade(LC 20).
• Declaração da IV Assembleia do Congresso Mundial de Igrejas. Upsala 1968
• João XXIII: Pacem in terris, 1963, (nº 09 e 10)
• Vaticano II: Gaudium et Spes,(nº27)

• ARTIGO VII: TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI; TÊM DIREITO, SEM QUALQUER DISTINÇÃO, A
IGUAL PROTECÇÃO DA LEI. TODOS TÊM DIREITO A IGUAL PROTECÇÃO CONTRA QUALQUER
DISCRIMINAÇÃO QUE VIOLE A PRESENTE DECLARAÇÃO E CONTRA QUALQUER INCITAMENTO
A TAL DISCRIMINAÇÃO.
– Pro 17, 15: o que justifica o perverso e o que condena o justo, abomináveis são para o senhor tanto
um como o outro.
– Jo 7,24: Não julgueis segundo a aparência, e, sim pela recta justiça.
– Ver também Dt 10,17-18; Pro 21,3; J0 7,24; Act 1034-35.
• DA CONSTITUIÇÃO DE ANGOLA:
• Todos os cidadãos são iguais perante a lei(LC 18,1).
• Comissão Nacional dos Bispos Americanos: Declaração dos Direitos do Homem: ( Enviado
à Sra. Eleonor Rooservelt, presidente da Comissão das nações Unidas, encarregada de
elaborar o texto da Declaração Universal dos Direito do Homem, 1947).
• Declaração da IV Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, Upsala, 1968
• João Paulo II: Redemptor Hominis. 1979:, (nº 17).

• ARTIGO VIII. TODO HOMEM TEM DIREITO A RECEBER, DOS TRIBUNAIS NACIONAIS
COMPETENTES, REMÉDIO EFECTIVO PARA OS ACTOS QUE VIOLEM OS DIREITOS
FUNDAMENTAIS QUE LHE SEJAM RECONHECIDOS PARA CONSTITUIÇÃO OU PELA
LEI.
• Pro 29,2: Quando se multiplicam as autoridades justas o povo se alegra.
• Pode-se reflectir: Dt 4,8; 25,16;Rm 13,3-4

• DA CONSTITUIÇÃO DA ANGOLA:
• Nenhum cidadão pode ser preso ou submetido a julgamento, senão nos termos da
lei, sendo garantidos a todos os arguidos o direito de defesa e o direito à
assistência e patrocínio judiciário(LC 36,1).
• Declaração da IV Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, Upsala, 1968:
• João XXIII: Pacem in terris, 1963:
• IMBISA: Justiça e Paz na África Austral, 1988

• ARTIGO IX: NINGUÉM SERÁ ARBITRARIAMENTE DETIDO, PRESO OU
EXILADO.

• Nm 35,15: Serão de refúgio estas seis cidades para os filhos de Israel, e
para o estrangeiro, e para o que se hospedar no meio deles, para que
neles se escolha aquele que matar alguém involuntariamente.
• Ver também: Is 51, 14;61,1.
• DA CONSTITUIÇÃO DA ANGOLA:
• Nenhum cidadão será preso sem ser informado, no momento da sua
detenção, das respectivas razões(LC 39)
• Pio XII: Alocução aos membros do VI Congresso de Direito Penal, 1953
• Declaração da II Assembleia do Conselho Mundial da Igrejas, 1954
• João Paulo II; Dives in Misericordia, 1980
• ARTIGO X TODO O HOMEM TEM DIREITO, EM PLENA IGUALDADE, A UMA
JUSTA E PÚBLICA AUDIÊNCIA POR PARTE DE UM TRIBUNAL INDEPENDENTE E
IMPARCIAL, PARA DECIDIR DE SEUS DIREITOS E DEVERES OU DO FUNDAMENTO
DE QUALQUER ACUSAÇÃO CRIMINAL CONTRA ELE.

• Dt 16,20: Seguirás , somente a justiça
• Consulte-se: Nm 35,12-30; Mt 5,45, Rm 10,12; 1Tm 5,21
• DA CONSTITUIÇÃO DE ANGOLA
• Qualquer cidadão condenado, tem direito de interpor recurso ordinário ou
extraordinário no tribunal competente da decisão contra si proferida em
matéria penal nos termos da lei(LC 41).
• Pio XII: Alocução aos membros do IV Congresso de Direito Penal, 1953/
• João XIII: Pacem in terris, 1963, (nº 69)
• Declaração da IV Assembleia do Congresso Mundial de Igrejas , Upsala, 1968.
• ARTIGO XI. TODO HOMEM ACUSADO DE UM ACTO DELITUOSO TEM O DIREITO DE SER PRESUMIDO
INOCENTE, ATÉ QUE SUA CULPABILIDADE TENHA SIDO PROVADA DE ACORDO COM A LEI, EM JULGAMENTO
PÚBLICO, NO QUAL LHE TENHAM SIDO ASSEGURADAS TODAS AS GARANTIAS NECESSÁRIAS Á SUA DEFESA.
• NINGUÉM SERÁ CONDENADO POR ACTOS OU OMISSÕES QUE, NO MOMENTO EM QUE FORAM
COMETIDOS, NÃO TENHAM SIDO DELITUOSOS SEGUNDO O DIREITO NACIONAL OU INTERNACIONAL.
TAMPOUCO SERÁ IMPOSTA PENALIDADE MAIS GRAVE DO QUE A APLICÁVEL NO MOMENTO EM QUE FOI
COMETIDO O DELITO.

• Lv 19,15-16: Não farás injustiça no juízo: nem favorecendo o pobre, nem comprazendo ao grande: com
justiça julgarás o teu próximo. Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo.
• DA CONSTITUIÇÃO DA ANGOLA:
• Ninguém pode ser condenado por acto não qualificado como crime no momento da sua prática. A lei penal
só se aplica retroactivamente quando disso resultar benefício para o arquido. Os arguidos gozam de
presunção de inocência até à decisão judicial transmitida em julgado(LC 36.3,4.5).
• Pio XII: Alocução aos membros do VI Congresso do direito Penal, 1953
• Paulo VI: Octogesima Adveniens, 1971,(nº16)



DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS. ARTIGOS 12-21:

• Uma sociedade, ao organizar a convivência humana, não abafa os direitos inalienáveis da pessoa.
O próprio Estado defende esses direitos com o fim de os promover e de os garantir, apoiando o
esforço que cada um deve fazer para crescer como pessoa. São estes os direitos civis e políticos.

• ARTIGO XII . NINGUÉM SERÁ SUJEITO A INTERFERÊNCIA NA SUA VIDA PRIVADA, NA SUA FAMÍLIA,
NO SEU LAR OU NA SUA CORRESPONDÊNCIA NEM A ATAQUES À SUA HONRA E REPUTAÇÃO. TODO
O HOMEM TEM DIREITO À PROTECÇÃO DA LEI CONTRA TAIS INTERFERÊNCIAS OU ATAQUES.

• Job 21,9: as suas casas têm paz, sem temor.
• Ler também: Ex 20,16-17; Is 32,1 8; 2Ts 2,1-3.

• DA CONSTITUIÇÃO DE ANGOLA:
• O Estado garante a inviolabilidade do domicílio e o sigilo da correspondência, com os limites
especialmente previstos na lei(LC 44)
• Vaticano II: Gaudium et Spes, 1965, (nº 27).
• Declaração da IV Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas , Upsala, 1968
• Conferência Nacional dos Bispos do Brasil: proposições aprovadas pela XIII Assembleia Geral,
1973
• ARTIGO XIII. TODO HOMEM TEM DIREITO À LIBERDADE DE
LOCOMOÇÃO E RESIDÊNCIA DENTRO DAS FRONTEIRAS DE CADA
ESTADO. TODA A PESSOA TEM DIREITO A SAIR DE QUALQUER PAÍS,
INCLUSIVE DO PRÓPRIO, E A ELE REGRESSAR.

• Gn 28,15: Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que
fores, e te farei voltar a esta terra., porque não te desampararei.
• Consultar , também Gn 12,1; Hb 11.8
• DA CONSTITUIÇÃO DA ANGOLA:
• Qualquer cidadão pode livremente movimentar-se e permanecer em
qualquer parte do território nacional, sem prejuízo das limitações
decorrentes do cumprimento de deveres legais.(LC 259
• João XXIII. Pacem in Terris, 1963
• ARTIGO XIV. TODO HOMEM, VÍTIMA DE PERSEGUIÇÃO, TEM O DIREITO DE
PROCURAR E GOZAR ASILO EM OUTROS PAÍSES. ESTE DIREITO NÃO PODERÁ SER
INVOCADO CONTRA UMA ACÇÃO JUDICIAL REALMENTE ORIGINADA EM DELITOS
COMUNS OU EM ACTOS OPOSTOS AO PROPÓSITO DAS NAÇÕES UNIDAS.

• Mt 2,13: levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egipto... porque
Herodes há-de procurar o menino para o matar.
• Leia também: Lv 19,34; Hb 8,18.
• DA CONSTITUIÇÃO DA ANGOLA:
• É garantido a todo o cidadão estrangeiro ou apátrida o direito de pedir asilo em
caso de perseguição por motivos políticos, de acordo com as leis em vigor e os
instrumentos internacionais(LC 269
• Populorum Progressio, 1967, (nº67)
• Declaração da IV Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, Upsala, 1968
• João XXIII; Pacem in terris, 1963
• ARTIGO XV. TODO HOMEM TEM DIREITO A UMA NACIONALIDADE. NÃO SE
PRIVARÁ NINGUÉM ARBITRARIAMENTE DA SUA NACIONALIDADE NEM DO
DIREITO DE MUDAR DE NACIONALIDADE.

• Act 17,24-26: Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe... de um só fez
toda a raça humana para habitar toda a face da terra, havendo fixado os
tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação.
• DA CONSTITUIÇÃO DA ANGOLA:
• A nacionalidade angolana pode ser originária ou adquirida. Os requisitos
de atribuição, aquisição, perda e reaquisição da nacionalidade angolana
são determinados pela lei(LC 19).
• Declaração da IV Assembleia do Congresso Mundial de Igrejas, Upsala,
1968
• Sínodo dos Bispos: Convenientes ex Universo, 1971
• ARTIGO XVI. OS HOMENS E AS MULHERES DE MAIOR IDADE, SEM QUALQUER RESTRIÇÃO DE RAÇA,
NACIONALIDADE OU RELIGIÃO, TÊM O DIREITO DE CONTRAIR MATRIMÓNIO E FUNDAR UMA FAMÍLIA.
GOZAM DE IGUAIS DIREITOS EM RELAÇÃO AO CASAMENTO, SUA DURAÇÃO E DISSOLUÇÃO. O
CASAMENTO NÃO SERÁ VÁLIDO SENÃO COM O LIVRE E PLENO CONSENTIMENTO DOS NUBENTES. A
FAMÍLIA É O NÚCLEO NATURAL E FUNDAMENTAL DA SOCIEDADE E TEM DIREITO Á PROTECÇÃO DA
SOCIEDADE E DO ESTADO.

• Hb 13,4: Digno de honra entre todos seja o matrimónio.
• Consultar, também Gn 1,27,; 2, 24; Pro 18,22; Mt 19,6; Ef 5,31.

• DA CONSTITUIÇÃO DA ANGOLA:
• A família, núcleo fundamental da organização da sociedade, é objecto de protecção do Estado, quer se
fundamente em casamento , quer em união de facto.
• O homem e a mulher são iguais no seio da família, gozando dos mesmos direitos e cabendo-lhes os
mesmos deveres. À família, com especial colaboração do Estado, compete promover e assegurar a
protecção e educação integral das crianças e dos jovens.(LC 29)
• João XX III: Pacem in terris, 1963(nº 15-16)
• Vaticano II: gaudium et Spes, 1965,(nº 47)
• Credo Social da Igreja Metodista, 1971

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