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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO EM CONTAGEM

CURSO DE DIREITO

DISCIPLINA: FILOSOFIA

ALUNOS: Ana Carolina Fadel Santos

Diandra Ingrid Ferreira Dias

A identidade da Técnica e controle do mundo

Lindomar Rocha Mota

INTRODUÇÃ O:

O ecossistema anda ameaçado pela humanidade em forma de um resultado de uma luta


antiga. Podemos observar de forma clara o quão a natureza vem sendo encrencada pela
humanidade. O ecossistema é uma ameaça para a humanidade a mais tempo do que podemos
imaginar.

Diante disso, na primeira metade do século XX o ecossistema se transformou numa


representação humana, antecipada por meio de cálculo e destrutível por meio da técnica.
Nessa mesma época, o filósofo Heidegger deu o nome a essa fase de “representação do
mundo” e diante o pensamento dele, essa crise nunca será entendida de maneira fácil.

O CONTROLE TÉ CNICO DO MUNDO:

Em primeiro lugar, a técnica no controle do mundo, substitui a religião cristã. Foi através
dela, que prosperou na formação da consciência continental. O domínio e o controle da
técnica se impuseram por meio da ideia de salvação da Metafísica.

A partir do século XVIII, a religião começa a se enfraquecer, mas mantendo o ideal de


salvação através da ideia de progresso, na política, no Iluminismo, na ciência e dentre outros.

Diante disso, há uma análise geral de que o domínio da técnica cresceu as margens da
religião. Há umas analises referente em que a Técnica também pode exigir sua parcela de
sacrifício, mas seria um erro imaginar essa forma, pois a Técnica há uma percepção de ideal de
salvação e por isso está em simetria com a mentalidade moderna. Galimberti, um filosofo
psicanalista e professor universitário, demonstra sobre o assunto a ideia de que o que
enfraqueceu foi apenas a fé no caráter salvífico de um evento histórico.

A teologia brasileira há uma insinuação de que o capital é o ídolo que promete salvação,
mas de tal forma concretizando apenas os sacrifícios, mas que não houve tanto alcance.
Para Heidegger, a técnica está mais interligada na Metafisica, e na sua explicação há uma
evolução complicada no conceito de metafisica ao conceito da técnica.

Portanto, o controle técnico do mundo, não é um resultado apenas da ação humana e sim do
desejo humano e ações interligadas a ele.

O CONTROLE ATRAVÉ S DA REPRESENTAÇÃ O:

O mundo, definição filosófica pra ecossistema, atualmente tem um nova compreensão


conceitual que nos diz que é destrutível como qualquer outro ente. Sua destruição poderia
acontecer de forma explosiva por meio da liberação técnica, ou gradual, através da requisição
e reserva. Atualmente o mundo se tornou visto como uma grande reserva, onde se reserva:
alimento, trabalho, água, energia.

O planeta é entendido como um estoque disponível a técnica. Existe o processo chamado


capacidade de controle que se trata de quando o estoque é requisitado com constância até
sua exaustão.

Kant tinha a corrente de pensamento relacionada ao controle da terra só se tornou possível


pela técnica da seguinte forma:

“A razão, tendo por um lado os seus princípios, únicos a poder dar os fenômenos concordantes a
autoridades de leis e, por outro, a experimentação, que imaginou segundo esses princípios, deve
ir ao encontro da natureza, para ser por esta ensinada, é certo, mas não há qualidade de aluno
que aceita tudo o que o mestre afirma, antes na de juiz investido nas suas funções, que obriga as
testemunhas a responder aos quesitos que lhes apresenta.”

Kant explica com essa corrente de pensamento que a natureza e a técnica tem uma relação e
como é ela. A razão legisla sobre a natureza e impõe o ritmo dos acontecimentos.

A ciência moderna que veio da consciência moderna, não sente remorso por essa estratégia.

A ciência pontua e acelera os efeitos de uma crise inevitável: a natureza ou nós.

A representação é a essência do controle da Técnica. Através disso a Técnica “põe o homem


a caminho do descobrimento que sempre conduz ao real, de maneira mais ou menos
perceptível”.

A idade moderna se reconhece a partir da representação, e a filosofia se encosta-se a essa


essência que foi construída através dos séculos e de uma longa batalha intelectual. Com isso,
essa descoberta se resolve não só com a meditação de que coisa seja esta, mas conclui-se com
grande possibilidade que essa descoberta de poder reduza todas as coisas só outro de si.

Heidegger diz mais do que do esquecimento do ser ou da ternura por um mundo frágil
operado pela Técnica moderna. Ele introduz também uma composição (GESTELL) elaborada
partindo da Técnica a respeito da compreensão do mundo. (Gestell significa uma
interpretação produtora que põe o homem a desvelar o real como fundo de reserva.)
Heidegger explicita que a relação da natureza com o homem não é igual a do homem com o
ser humano.

O mundo para o homem é algo interessante. É desse interesse que a representação confere
o fundamento ao representado, “isso ocorre no momento em que o representar pergunta: por
que (warum) existe o representado”? Por que ele é assim como é?

Essa pergunta que se transforma em uma interrogação é uma expressão do interesse com o
que pensamento reduz o mundo ao melhor para si, a representação.

O CONTROLE DA TÉ CNICA ATRAVÉ S DO DISCURSO:

O ser humano usa da técnica moderna como uma forma de se representar diante dela, a
linguagem técnica vem do pensamento técnico, com isso a açã o e o ato de representar o
mundo atuam na imposiçã o.

Podemos dizer que uma linguagem tem a ver com aparecimento, cuja existência deve
corresponder a exatidã o do pró prio pensamento. Nisso, podemos observar uma ideia
aristotélica diante a concepçã o do mundo moderno.

A Metafísica é sustentada com a ajuda da física, e Heidegger ao justificar isto recorreu ao


conhecido como método aristotélico, concordando que a Técnica se reduz a descoberta de
que tudo nã o é produzido por si mesmo. A Técnica para Aristó teles é como uma ciência
que nã o é determinada ou ciência por acidente.

A essência da Técnica é reconhecida como uma dependência do objeto e de um


resultado. Diante disso, é uma ciência por equilíbrio, já a Metafísica é ciência íntegra, com
fundamentos de uma absorçã o e conhecimento de uma causa universal. Entã o, para
Heidegger a definiçã o da Técnica dada como universal só pode ser elaborada a partir da
Metafísica.

Para Heidegger a definiçã o da Técnica como universal só pode ser elaborada a partir da
Metafísica sendo assim contraditó rio. A conformidade entre a linguagem e a açã o concebe
a Técnica a capacidade de criar e formular definiçõ es. Heidegger define como composiçã o,
e explica:

“A ameaça que pesa sobre o homem não vem, em primeiro lugar, das máquinas e
equipamentos técnicos, cuja ação pode ser eventualmente mortífera. A
ameaça propriamente dita já atingiu a essência do homem. O predomínio da
com- posição arrasta a possibilidade ameaçadora de se poder vetar ao homem
voltar-se para um descobrimento mais originário e fazer assim a experiência de
uma verdade mais inaugural. “

A frente do domínio da Técnica, tornou-se compreensível metafisicamente como uma


importâ ncia universal do mundo. A Técnica, portanto, limitou a entrada para o mundo
através do pensamento, e consecutivamente através da linguagem.
Então, para Heidegger a definição da Técnica dada como universal só pode ser elaborada a
partir da Metafísica.

O CAMINHO DO DESCONTROLE:

Esse pensamento se estruturou sobre a representação condicionando efetivamente o


desenvolvimento específico da linguagem e do abandono do mundo em busca de seu próprio
mundo.

Ligando a primeira e a segunda via de representação, ou seja: o pensamento e a linguagem.


Heidegger tentou sugerir, antes das constatações de catástrofes ambientais, uma
interpretação poética do mundo.

A linguagem é mais eficaz do que a ação. Mudar a linguagem significa interromper a


transferência de significados que o pensamento gera em relação ao mundo.

A validade e o alcance desse código é o que entra no jogo do descontrole, uma vez que não se
tratará apenas da eficácia, mas terá que de se conformar exatamente com a eficácia da
Técnica.

O descontrole só pode surgir com a inversão do relacionamento entre o ser humano e a


linguagem. Essa é a chance também de quebrar a valência metafísica da Técnica.

A técnica, em sua definição completa, não é apenas o resultado das operações contra a
natureza. Ela é um conjunto de representações impostas a partir da própria existência do ser
humano e de seu modo de estar no mundo.

Como último alento nesse embate Heidegger e Holderlin: “Ora onde mora o perigo é lá que
também cresce o que salva.” um alento que surge somente se nos conscientizarmos do perigo
que nos ronda.

CONCLUSÃ O

A Técnica atingiu todo o mundo como fato ou como desejo. Nesse contexto o controle da
Técnica pode ser verificado na ação do indivíduo contra a natureza, através, por exemplo, do
consumo excessivo, das relações complicadas, como meio ambiente e etc. Até aí a técnica é
somente uma parte possível da atividade humana, mas, quando se instala no desejo, torna-se
universal, uma vez que todos miram o máximo consumo e o uso desproporcional das forças
contra a natureza.

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