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Ied II
Ied II
DIREITO
Fontes de Direito
O que temos à nossa frente é o texto legal, como, por exemplo, os artigos do Código Civil. O
nosso objetivo é chegar ao pensamento normativo vertido nas palavras dos artigos. Vamos
dominando um código linguístico, vamos associando palavras da lei a certos significados. Há
conjuntos de palavras que nos fornecem as normas jurídicas.
“O Direito é uma coisa demasiado séria para ser deixada ao legislador” – Frase proferida 20
anos após o 25 de Abril de 1974. O Direito é procurar a vontade do povo português, sendo este
o legislador. Nessa medida, esta frase aponta para uma conceção de que o Direito deveria ser
fixado pelos juristas/jurisconsultos – cabe à Academia dizer o que é o Direito. Em Democracia
é o eleito que faz o Direito.
Regime jurídico que regula a atividade de revelar/evidenciar o Direito a partir das fontes do
Direito.
Método de Interpretação dos Textos (como retirar as normas da fonte de direito)= Resolve
problemas como? De uma forma estrita (interpretação da lei) e, por outro lado, de uma forma
lata: atribuindo significados, fixando vivências próprias e subjetivas.
Deve-se interpretar os textos legais de forma estrita, não adulterando a vontade do povo
através de vivências subjetivas. No entanto, por vezes os textos legais apresentam falhas e
buracos e, nesse sentido, recorre-se ao método de deteção e integração de lacunas.
Por outro lado, por vezes os textos legais apresentam, não falhas ou buracos, mas
conceitos/palavras que não apresentam valor normativo, que consistem em valores, princípios,
grandes interesses, etc. sendo que este confere liberdade ao juíz, surgindo este enquanto
“Legislador do caso concreto”, sendo que este pondera os interesses e os valores. É o exemplo
da “boa-fé”, dos “bons costumes”, etc. - cabe ao juiz fixar qual o interesse que deve prevalecer.
O regime das fontes e do método é que permitem chegar as normas e, por conseguinte, às
soluções dos casos concretos.
Estudar a sucessão de leis no tempo é estudar as normas que delimitam a faixa temporal à qual
se aplica cada lei/norma jurídica. Tratam-se, portanto, de normas sobre normas – art.12.º CC.
O contrato de compra e venda de automóveis exige escritura pública – Lei que entra em vigor
em 2020.
1. A lei só dispõe para o futuro; ainda que lhe seja atribuída eficácia retroactiva,
presume-se que ficam ressalvados os efeitos já produzidos p
2. elos factos que a lei se destina a regular.
29/02/2024
Aplicação da lei nova a situações jurídicas pendentes (ou subsistentes: nascidas antes do início
de vigência da lei nova e prolongando-se para lá do início de vigência da lei nova) havendo
abstração do correspondente facto constitutivo (explicita-se que esse facto ocorreu antes do
início de vigência da lei nova).
L1 L2
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2010 F 2024
A LA vem proibir o fruir da coisa de que se é proprietário: só pode dispor e usar - ao contrário
do CC66 que também fixa a fruição.
Antes da entrada em vigência da L2, A pode fruir, dispor e usar do computador, mas e depois
da entrada em vigência da Le?
Se L2 nada nos diz relativamente ao âmbito temporal de aplicação então explicita-se que
estamos a falar de cada norma (lei, neste caso, surge como conjunto de artigos e, por
conseguinte, de normas) É necessário delimitar o campo de aplicação de cada norma
7.º, n.º4 CC – Norma subsidiária pois entra em ação se o legislador não disser “eu quero
repristinação”
Não há normas legais que estabeleçam um regime especial para a retroconexão – o mesmo
não acontece com a retroatividade (pelo que temos proibições constitucionais – é necessário
delimitar a aplicação da retroação das leis à luz dessas proibições).
A LA fica sujeita ao 12.º, n.º2 2.ª parte quando a lei nova trata de direitos e deveres abstraindo
do facto que lhe deu origem.
Inocêncio Galvão Teles: Há dois graus de retroatividade: o primeiro (forte – abrange o 1.ª, 2.ª e
3.ª grau) e segundo (o 4.ª – ordinária).
Os proprietários desde 2020 deixam de fruir – Os contratos de aluguer deixam de ser válidos.
A lei nova trata de direitos e deveres – não de factos – em função do facto que os originou –
não abstraindo dos factos que lhes deram origem.
A lei nova quer aplicar-se à fase futura destes direitos e deveres (se se aplicar para o passado
falamos em RF) mas quer ser aplicada a partir do seu IV às situações jurídicas pendentes
constituídas no facto passado.
LA (2020)
A lei diz que quer aplicar-se aos contratos desde 2020, mas nada menciona quanto às
prestações – se estás na dúvida, relativamente aos efeitos, deve-se presumir que o legislador
quer ressalvar os efeitos já produzidos.
SUBSIDIÁRIO OU SUPLETIVO
Não é um regime trazido pela lei nova (jav gosta mais da palavra supletivo). A raiz da palavra
remete para a substituição de algo perante a sua falta.
Entra em ação no silêncio do legislador (quando o mesmo não o indica na lei nova, esta norma
é aplicada.
Geral – é direito subsidiário mais geral, porque abrange qualquer norma geral que não esteja
representa num direito transitório.
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Subsidiário – porque não se fala de um regime trazido pela própria lei nova cujo próprio âmbito
está por ser determinado, mas sim porque está no artigo 12º do CC – (no silêncio do legislador
e da lei nova vamos olhar para o 12º do CC) subsidiário = supletivo (a palavra subsidiária
significa “entrar em ação no silêncio do legislador”) A regra do 7º/4 é subsidiária porque o
importa o silêncio do legislador.
Se a nova lei nada diz sobre o seu âmbito temporal de aplicação( ( estamos a falar de cada
norma, é necessário delimitar no tempo o âmbito de aplicação de cada normal )- não temos de
ter um regime de aplicação da norma no tempo de um diploma inteiro, apenas se o legislador
quiser. ) vamos para o regime do 12º regime de direito transitório, formal (não apresenta um
regime substantivo novo, tem carater remissivo), subsidiário/ supletivo ( não estamos afalar de
um regime trazido pela lei nova cujo âmbito temporal esta á ser determinado, um regime que
esta noutro lado, não esta na lei 2, esta no 12º- está no silenciado do legislador- supletivo) e
geral( direito subsidiário mais geral porque abrange qualquer norma que não esteja num
direito subsidiário especial)
» o professor JAV prefere a palavra supletiva. Normal supletiva em sentido restrito é uma
norma que entra em ação na ausência de estipulação. Não entra em ação porque as partes não
convencionaram
» Subsidiaria usada como sinónimo no sentido de ser suplente. Entra em ação no silencio do
legislador, que não apresenta regime legal. Como por exemplo o 7º/4- o legislador nada diz
sobre a repristinação. Aqui entra em ação porque o legislador não disse.
Queimar o livro – facto que desencadeia a norma fixada no art.483.º CC, que constitui um
direito de crédito para o dono do livro e uma obrigação para mim.
O contrato é um tipo de facto, ao passo que as relações jurídicas estão no mundo dos efeitos.
Há muitas normas jurídicas no OJ: há muitos diplomas, que possuem muitos artigos e através
da interpretação dos mesmos chega-se às normas. Existem ainda normas instrumentais (sobre
fontes, por exemplo) às normas de conduta de social. Existem várias normas de conduta.
As normas de conduta dirigem-se a pessoas, orientado a sua ação, relativamente a bens com
tutela jurídica a propósito de factos.
O art.483.º revela uma norma que se dirige às pessoas em geral: Aquele que praticar um facto
danoso, tem a obrigação de indemnizar o lesado.
Se quem cumpre o dano não pagar a indemnização, o lesado por recorrer aos tribunal
(heterotutela).
875 – Se estás a celebrar um contrato de compra e venda de bem imóvel, deves celebrá-lo por
escritura pública.
Existem imensos artigos que mencionam os bens imóveis: art.202.º CC, logo estudam-se os
“bens imóveis” num todo.
Regimes jurídicas das realidades jurídicas em todas as normas de conduta, passando a poder
analisar uma grande quantidade de normas.
Em 1944, o ministro justiça, Vaz Serra, decide fazer um novo código civil, sabendo que é
colossal o estudo para tal fim: existe muito saber e doutrina.
Dessa forma, decide distribui tarefas, chamando alguns juristas prestigiados para trabalhar
neste novo CC. Entre esses juristas encontra-se Manuel de Andrade.
No seguimento de Guilherme Moreira, surge Manuel de Andrade segue Rui de Alarcão, depois
Carlos Mota Pinto, depois Paulo Mota Pinto.
Dessa forma, MA utiliza a relação jurídica – por isso, título II do Livro I – “Relações Jurídicas” :
pessoas, coisas, factos jurídicos, atos jurídicos.
Nos anos 60, em Lisboa, não em Coimbra, um Professor contesta o conceito de “RJ” enquanto
conceito jurídico omnipresente: Oliveira Ascensão, depois Menezes Cordeiro, depois Barreto
Menezes Cordeiro.
Dessa forma, nos manuais de TGDC, deixa de haver um conceito aglutinador de todas as
realidades jurídicas: relação jurídica.
Crítica: O conceito de relação jurídica só deve existir quando há interdependência enão quando
há dos sujeitos.
Quando a lei diz que A tem direito à vida está implicitamente que toda e qualquer outra pessoa
tem o dever genérico de respeitar a vida de A.
Reação de reciprocidade.
A estatuição da norma é a parte da norma onde estão fixados os efeitos jurídicos: que são a
constituição, modificação, transmissão e extinção de situações jurídicas. A deve €100 a B; B
esqueceu-se; 20 anos depois, B exige a A a obrigação de entregar os €100; o decurso do tempo
tem um efeito extintivo da situação jurídica, isto é, da obrigação.
Por exemplo: Constança – Entrega das propinas – Relativamente a este bem, tenho a obrigação
– “tenho de” as entregar.
Em cada norma de conduta existe um direito e um dever – sempre que algum tem um direito,
outra pessoa tem um dever. Quando o Direito diz a uma pessoa “tu podes”, diz a outra “tu não
podes”.
Há situações jurídicas ativas e situações jurídicas passivas. Só vivem casadas, no caso dos
direitos de crédito – Escola de Lisboa – só neste caso é que há dependência de um sujeito face
ao outro. Só há relação jurídica quando há dependência – direitos relativos.
ESCOLA DE COIMBRA – Há relação jurídica face aos direitos absolutos e direitos relativos –
sempre que houver direitos e deveres - a qualquer direito corresponde um dever–
reciprocidade e dependência;
ART.12.º, N.º2 CC – Relações jurídicas - relações creditícias - só se aplicaria a leis sobre direitos
de crédito e obrigações; se fosse sobre o direito de propriedade já não era relevante neste
caso;
Juízes e académicos: seguem as teses que lhes dão mais poder e espaço de atuação –
Apenas estão sujeito à lei – a doutrina, em 90% - lei significa Direito – “os tribunais estão
independentes e apenas estão sujeitos ao Direito” – qual das palavras dá mais poder ao
aplicador? Lei enquanto Direito ou lei enquanto texto legal? Lei enquanto Direito, na medida
em que permite ao aplicador pegar num texto moral e considera-lo Direito.
Lei = Direito –
Direito enquanto significado da palavra Lei vem de Prof.Jorge Miranda – os juízes não podem
estar apenas sujeitos à lei: “lei e Direito” – estava aberta a porta a normas que não fossem as
normas legais - esta proposta foi chumbada pela AC em 75/76 – só propõe Direito para além
da Lei quem considera que o significado de Lei não é Direito.
Argumento de coerência democrática – Lei = Direito – os juízes têm de estar vinculados apenas
à lei – deu-se poder ao parlamento não aos juízes.
MANUAL DE DC – JM diz que Lei é polissémica, tem vários significados, entre eles “lei”, sendo
um dos usos da palavra “Lei” enquanto “Direito”, o art.203.º CRP. O significado e aplicação da
palavra “Lei” foi, portanto, adulterado pelos seus académicos.
António queima com uma beata o cabelo de Benedita que atirou do seu prédio. Benedita tem
de comprar uma peruca. A peruca custa €20.
CRJ: Direito de exigir a entrega dos €20 – Direito relativo, de crédito (permissão normativa
especifica de aproveitamento da prestação). Obrigação de pagar os €20 – Prestação (BEM)
EF:
Se o direito não for satisfeito por António, pode ser satisfeito com recurso à força - GARANTIA.
Nexo da vida social mediante o qual o Direito atribui um direito a uma pessoa e um dever a
outra sobre bens a propósito de factos com tutela jurídica.
Quando a lei trata diretamente de direitos e deveres, abstraindo.se dos factos que lhe deram
origem – abrange os direitos e deveres que ocorreram antes da sua entrada em vigor.
INTERPRETAR O ART.12.º, N.º2 CC – à luz da teoria de coimbra
08/03/2024
B delibera com os seus sócios, que concordam com a proposta de A. Ainda não há negócio.
Primeiro B tem de enviar uma carta a A a comunicar a sua vontade.