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Apontamentos Das Aulas de Economics Yo
Apontamentos Das Aulas de Economics Yo
ECONOMIA
Todos nós, como seres humanos, sentimentos necessidades. Estas necessidades podem ser
muito variadas, desde os essenciais à sobrevivência às mais dispensáveis e passageiras, tais
como aspirações e desejos. De uma forma geral, podemos dizer que as nossas necessidades são
ilimitadas, no entanto, os recursos (bens e serviços) que utilizamos para as saciar são, por sua
vez, limitados e escassos.
Esta dicotomia leva à necessidade de fazer escolhas, face às diferentes opções que temos ao
nosso dispor. Este é o objeto principal da Economia. Nas palavras de Robbins: "a Economia é a
ciência que estuda as opções face à raridade dos bens.".
As necessidades de cada pessoa são ilimitadas, muitas vezes satisfeitas recorrentemente,
relativas, dependem de pessoa para pessoa, e de carácter variável, podem mudar com o passar
do tempo e o evoluir da tecnologia. A sobreprodução não significa que exista uma diminuição
das necessidades, ou seja, que estas tenham sido saciadas, mas sim que há um desequilíbrio no
mercado, ou seja, entre a procura e a oferta.
As escolhas e os bens são limitados, principalmente os bens económicos (diferentes dos bens
livres, que existem em tais condições que se podem obter sem grande esforço).
A Economia é uma ciência eminentemente social, estudando a conduta humana nas suas
interações, os seus padrões de consumo e a forma como fazem as suas escolhas. A economia
estuda as escolhas individuais e coletiva no ambiente de escassez de recursos. Escolhas estas
feita em liberdade, de forma não condicionada e não coagida, neste ambiente de escassez e
com a premissa de que as necessidades são ilimitadas.
Temos bens/recursos escassos e necessidades virtualmente ilimitadas. Há que tomar uma
decisão e, nesse sentido, fazemos uma avaliação das opções que temos, analisando os prós e os
contras daquela decisão, e, inevitavelmente, surge uma ordem. Há uma ordem espontânea para
tomar esta decisão, ao fazê-lo estamos a agir de acordo com o princípio da racionalidade: a
escolha racional é aquela que permite a maior vantagem líquida, ou seja, aquela em que os
benefícios são máximos e os custos são mínimos (benefícios - custos = resultado líquido). Ao
fazer esta operação obtenho o resultado líquido e escolho a opção que tiver maior resultado
líquido, sendo esta a minha escolha racional. A racionalidade é, no fundo, a que permite a maior
vantagem líquida.
A PERSPETIVA NEOINSTITUCIONAL
Apesar de Smith ser identificado como o pai da Economia, outros autores e pensadores
contribuíram, desde então, para a disciplina. Podemos dizer que Smith e outros autores foram,
inicialmente, os autores clássicos. Sendo seguidos pelos autores neoclássicos. Havendo
eventualmente uma divergência de perspetivas, entre a neoclássica e a neoinstitucional.
A perspetiva neoclássica, representada por Robbins, muito associada à matemática, é uma
perspetiva de metedologia dedutiva, que parte do geral para o particular. Nela criam-se modelos
abstratos e subsequentemente tenta-se aplicar estes modelos ao mundo real.
A perspetiva neoinstitucional, por sua vez, emprega uma metodologia indutiva, que parte da
análise do concreto para o abstrato/geral, ou seja, para a formação de princípios gerais. Assim
analisa como a realidade (as instituições) condicionam o comportamento dos agentes
económicos.
Podemos afirmar que associado à perspetiva neoclássica existe o conceito de racionalidade
perfeita e associado à perspetiva neoinstitucional existe o conceito de racionalidade limitada.
Através deste gráfico é possível concluir que a Lei Marginal é decrescente, ou seja, a utilidade
marginal é decrescente. Por outro lado, a utilidade total é o somatório das utilidades marginais
e é crescente em menor progressão e utilidade marginal é a utilidade da última dose que é
empregue na satisfação de uma necessidade.
A utilidade depende de pessoa para pessoa, é um conceito subjetivo. Dessa forma, o valor que
damos a algo é relativo a cada pessoa, no entanto, o mercado não sabe isso.
Paramos de consumir porque temos de fazer equilíbrios. Supondo que cada garrafa de água
custa 1 euro, e todas as garrafas custam um euro, e eu estou cheia de sede. Aquilo que acontece
é que na primeira garrafa sinto uma vontade muito intensa, pelo que a utilidade que retiro da
garrafa vale mais do que o custo. Por sua vez, na segunda garrafa, a utilidade que retiro da
garrafa é menor mas continuo a pagar o mesmo preço da primeira garrafa. Comprar a garrafa
não é, portanto, racional pois os benefícios não superam os custos. Se comprasse a garrafa
estaria a incorrer numa decisão que me prejudicaria mais do que beneficiaria. A utilidade é
importante pois mostra quando é que os agente económicos param de consumir um
determinado bem: quando a utilidade marginal é igual ao preço. Há, portanto, uma ideia de
equilíbrio individual.
A utilidade marginal explica, então, o comportamento do consumidor no mercado: consumo
até ao momento em que o valor de utilidade dos bens seja igual ao custo dos mesmos.
No entanto, os marginalista incorreram num paradoxo, o chamado paradoxo do valor: "Nada
é mais útil do que a agua mas com ela pouco se compra. O diamante é pouco valioso quando ao
seu uso mas pode trocar-se por uma grande quantidade de bens.".
Percebe-se, portanto, uma distinção entre valor de uso, que é meramente estimativo, e valor
de troca. Percebe-se, por exemplo, esta distinção quando pensamos no código civil anotado que
tem imenso valor para o estudante de Direito mas não possui qualquer valor para um
comprador.
Desta forma, os marginalistas fizeram uma distinção entre estas duas conceções, sendo que
o referencial do valor para as relações de troca é dado pela utilidade marginal.
As trocas são um jogo de soma positiva pois todos ficam a ganhar, os compradores e os
vendedores, visto que estamos num quadro de liberdade e ninguém é obrigado a vender ou a
comprar. Um jogo de soma positiva, surge por oposição aos jogos de soma zero, em que para
um ganhar o outro tem de perder. É o exemplo de alguém que compra um telemóvel e
imediatamente é roubado depois de sair da loja. O benefício de um dá-se através do custo de
outro. É uma troca não consentida e de soma zero: aquilo que um ficou a ganhar foi aquilo que
outro ficou a perder.
No mercado há um referencial que é objetivo: o preço. O preço forma-se no mercado e pelo
confronto entre a totalidade de oferta e a totalidade de procura daquele bem. Para que o
mercado funcione tem de existir procura e oferta, e este resulta do cruzamento entre estes
conceitos.
O mercado é o ponto de encontro entre oferta e procura, quer seja um local físico ou não,
temporário ou não e, por sua vez, o preço corresponde à expressão monetária do valor de bem,
tratando-se de algo objetivo que decorre da interação entre procura e oferta.
As empresas são quem produz os bens para colocar no mercado de bens, pelo que
representam a oferta (output) deste mercado, por outro lado, para funcionar, tem de contratar
trabalhadores, possuir matéria prima e máquinas que constituem bens instrumentais, pelo que
representam a procura do mercado de fatores. Os fatores de produção são o capital e a terra,
que constituem fatores naturais, e o trabalho. Por sua vez, as famílias representam a procura do
mercado de bens e representam a oferta do mercado de fatores. As famílias fazem oferta da
sua força de trabalho no mercado dos fatores. As famílias pagam às empresas com o seu
trabalho e as empresas pagam de volta com juros, rendas e salários. A renumeração do capital
é o juro, da terra é a renda e do trabalho é o salário.
PODER DE MERCADO
No âmbito de poder de mercado falamos em falhas de concorrência. Ao funcionarem
individualmente, as empresas influenciam, pela sua conduta, o funcionamento do mercado.
Este funcionamento individualizado é admissível até certo ponto pois os mesmos podem gerar
situações de concentração de poderes de mercados, ou seja, não pode haver um abuso de poder
da posição dominante de forma a que os consumidores sejam prejudicados. A concentração do
poder de mercado pode prejudicar o mercado e o seu funcionamento, bem como os
consumidores visto que um ambiente de concorrência é sempre melhor para os consumidores
e, por outro lado, pode desencadear situações de monopólio pela inovação.
Em suma, verifica-se poder de mercado quando um agente económico, através da sua
conduta, consegue influenciar os aspetos essenciais do mercado: preço e quantidade; quando
alguém explora abusivamente o mecanismo dos preços para proveito próprio: casos de
monopólio, oligopólio e monopessónio – Estado regula, legisla, incentiva e impõe padrões de
conduta.
FALHAS DE INFORMAÇÃO
Existem ainda as falhas de informação, ou assimetrias informativas, que podem ser de dois
tipos: seleção adversa e risco moral.
Uma assimetria informativa é a diferença informacional entre dois bens/agentes envolvidos
numa transação, ou seja, o domínio de uma informação importante para as condições da
transação, que uma pessoa sabe melhor e vai usar para obter vantagens à custa da outra.
Seleção Adversa
Na seleção adversa, verifica-se um estreitamento do mercado que decorre da forma como
neste ficam os "piores" agentes económicos, excluindo-se os "melhores". Toma-se como
exemplo, o mercado dos carros usados em que apenas o vendedor sabe avaliar a qualidade do
bem. O potencial comprador não tem acesso à informação total do bem, pelo que fixa um valor
médio para gastar nesse bem. Por esse valor, os vendedores dos bens com melhores qualidades
retiram-se do mercado (não estão dispostos a vender por esse preço). Posteriormente, sairão
do mercado os medianos até só restarem os maus.
Por outro lado, no caso das seguradoras, o segurando tem mais informação e a seguradora
fixa um prémio médio para o seguro. Se o seguro do carro não fosse obrigatório, os melhores
condutores retirar-se-iam do mercado e, no limite, só os piores condutores é que teriam seguro.
Conclui-se, portanto, que o Estado tem a função de legislar para que não haja este
estreitamento do mercado (seja na obrigação de algo ou não).
Risco Moral
No risco moral, verifica-se a atuação negligente de um agente, por este saber que o seu
comportamento será dificilmente detetado, ou seja, que o seu contraparte não detetará
eficientemente essa conduta. Não se consegue aferir a diligência na conduta de outrem pelo
que há uma resposta na ordem jurídica – formulações contratuais para superar a aversão ao
risco. É o exemplo de alguém que tem o vendedor da sua empresa num país estrangeiro. Este
agente tem liberdade de estabelecer um contrato que dê uma remuneração fixa e uma parte
variável consoante as vendas.
EXTERNALIDADES
Falamos ainda de externalidades que tanto podem ser positivas como negativas. Tratam-se de
efeitos positivos ou negativos causados pela atuação de alguém sobre a esfera de outrem que
não é compensado pelos prejuízos nem tem de pagar pelos benefícios.
Trata-se de uma externalidade positiva "sentir o cheiro agradável do perfume do vizinho" e
trata-se de uma externalidade negativa "ouvir música muito alta e má do meu vizinho". Outros
exemplos de externalidades negativas são o barulho, a poluição e o fumo.
As externalidades não são objeto de transação pelo que não têm preço, tratam-se,
simplesmente, de efeitos que fogem do mercado.
Verifica-se que a poluição do mundo advém das atividades produtivas e que a poluição sonora
pode advir, por exemplo, dos aviões. Percebe-se, portanto, que a atividade económica e
produtiva acaba por produzir externalidades, sejam elas positivas ou, principalmente, negativas.
No entanto, estas atividades, embora acarretem efeitos negativos, são necessárias para a vida,
sendo que, por exemplo, para parar a poluição sonora teríamos de deixar de recorrer aos aviões
o que teria um imenso custo social.
Conclui-se, portanto, que uma sociedade tem sempre externalidades. Problema este que, à
medida que as sociedades se foram desenvolvendo, ficou pior. No entanto, a ideia é minimizar
as externalidades, de forma que o custo social não seja tão alto, sendo nesse sentido que o
Estado atua e limita. Verifica-se ainda que se as entidades funcionassem individualizadas, na sua
tentativa de maximizar os benefícios, maximizariam também as externalidades, chamando-se a
estas atividades, atividades externalizadoras, pelo que, desta forma, o Estado atua. O Estado
vem refrear o nível de atividade daquele que continua a lucrar quando os danos que causa a
terceiros já são em elevado grau.
Existem, sobretudo, duas grandes razões para o Estado intervir na Economia: justiça social e
eficiência. As falhas de mercado são as assimetrias informacionais, o poder de mercado e as
externalidades.
No caso da economia clássica e neoclássica não existia a conceção de "falha de mercado",
visto que se acreditava no sistema da "mão invisível" pelo que o mercado conseguiria regular-
se a si próprio e os egoísmos individuais complementar-se-iam no âmbito do mercado. Desta
forma, conclui-se que não se necessitaria da intervenção do Estado. Contudo, até Adam Smith
dizia que em determinadas situações o Estado devia intervir em determinadas situações:
situações em que os individuais não teriam interesse em participar como, por exemplo, a defesa
nacional e administração interna.
Os neoinstitucionalistas verificaram que havia situações em que o mercado, sozinho, não
conseguia ultrapassá-las, chamando às mesmas falhas de mercado. Nesse sentido, o Estado
deve intervir de forma a resolvê-las. Estas falhas de mercado são: assimetrias de informação, na
qual um dos agentes tem mais informação do que o outro, criando um desequilíbrio; poderes
de mercado, em que um agente de mercado domina as trocas dentro do seu campo, exercendo
uma influência sobre os restantes agentes; as externalidades, em que a atitude de alguém vai
prejudicar ou beneficiar outrem sem que haja lugar para qualquer tipo de indemnização.
As externalidade são situações em que a conduta de uma pessoa vai afetar o bem estar de
outra, por vias extra-mercado, seja prejudicando sem ter de pagar, ou beneficiando sem ter
chance de fazer-se pagar por isso. Verifica-se que os agentes do mercado, sem qualquer tipo
de influência, estão a ter uma prejuízo ou benefício, sem que o mercado consiga fazer, no fundo,
a compensação desse prejuízo ou desse benefício. O exemplo típico da externalidade é a
poluição.
Por exemplo, uma fábrica que causa poluição de um rio está a ter, com a sua produção, um
benefício alto a baixo custo individual, visto que não está a recorrer a nenhum meio para impedir
a poluição. Contudo, esta atitude está a provocar um custo social muito elevado, ou seja, a
poluição de um rio de uso público, prejudicando a comunidade. É esta diferença entres custos
individual e social que constitui a falha de mercado e dá origem ao desequilíbrio no mercado. O
Estado, no entanto, só intervém caso o a diferença tenha relevância elevada o suficiente no
âmbito social.
No caso das externalidades negativas, o Estado geralmente atua, impondo medidas, para o
indivíduo, ou seja, a fonte de externalidades negativas e não junto da comunidade. No exemplo
dado, o Estado pode criar medidas, no caso de agentes poluidores, com vista à imposição de
filtros e tratamento das águas. Também podem ser impostas sanções aos agentes poluidores. O
Estado vai, portanto, aumentar o custo individual, equilibrando os custos individuais e sociais.
Este tipo de intervenção pelo Estado pretende que o custo individual e social se equilibrem:
atenuação da falha do mercado. No caso da externalidade negativa, a falha de mercado é a
existência de uma sobreprodução: produção a mais do que seria desejado. Algo que ocorre no
exemplo dado: há uma sobreprodução de poluição. A intervenção do Estado no sentido da
atenuação da falha tem como objetivo a internalização desta sobreprodução e terminar com
este excesso de produto.
No caso das externalidades positivas, temos a atitude de alguém que vai provocar um beneficio
a outrem sem que o mercado consiga indemnizar este agente que provocou o benefício. A falha
de mercado decorre, portanto, do facto de não haver correspondência económica para o
benefício que um agente está a provocar a outrem.
No caso destas externalidade, alguém teve uma atitude que provocou um benefício social
elevado e a falha de mercado vai ser a diferença de benefícios. Ou seja, em termos individuais,
a atitude não causou um benefício muito grande, mas em termos sociais causou . Temos o
exemplo das vacinas, contexto no qual se verifica um beneficio individual não muito elevado,
pois os custos são muito elevados, mas que, a nível social, o benefício é extremamente elevado.
Ou seja, temos uma desproporção entre aquilo que é o beneficio individual e o beneficio social.
Neste caso, estamos perante uma subprodução: mercado que, em rigor, até precisava de mais
produto daquele género. É esta a falha: há procura para mais recursos daqueles mas não há
oferta pois os privados não produzem. Sendo assim, o Estado intervém incentivando os privados
a produzir, através, sobretudo, de subsídios. Desta forma, o Estado intervém, corrigindo as
falhas.
BENS PÚBLICOS
No caso dos bens públicos, o problema nem é bem uma subprodução mas sim o facto de os
privados/particulares não estarem interessados em produzir estes bens, não têm incentivo para
o fazer.
Isto acontece porque os bens públicos (em termos económicos) têm características muito
próprias. Os bens públicos são bens em que não há exclusividade e não há rivalidade de uso.
A ausência de exclusividade dos bens públicos diz que todos podem usá-los, ou seja, todos têm
acesso a eles, ao passo que não haver rivalidade uso significa que posso usar esse bem sem
impedir outra pessoa de usá-lo, ou seja, esse bem pode estar a ser usado por 1 ou 50 pessoas
ao mesmo tempo.
Relativamente aos bens privados, existe rivalidade de uso tal como há exclusão eficiente. Se
nos bens públicos, todos podem usar e todos podem aceder a esse bem, os indivíduos privados
não vão querer produzi-los pois não vão ser beneficiados por eles.
Tem-se, por exemplo, a iluminação pública: existe procura mas não há nem exclusividade nem
rivalidade de uso. Neste caso, não existe um mecanismo eficiente para cobrar pela iluminação
pública. Não há mercado pois embora haja procura (a existência de iluminação pública permite
um maior acautelamento da segurança, permite que as pessoas fiquem até mais tarde ao ar
livre, etc.), não há produtor. Sendo assim, o Estado faz a própria produção desse bem ou
realização desse serviço.
No caso dos recursos comuns, embora não haja exclusividade, há rivalidade de uso. Ou seja,
são recursos que estão disponíveis a todos mas que, se todos os usarem, vão perder a sua
utilidade. Um exemplo típico de recursos comuns são os terrenos baldios. Os baldios são
terrenos abandonados pelas comunidades que poderiam existir para pastagem. Verifica-se, no
entanto, que se todos os usassem, existiria rivalidade. Por outro lado, um exemplo são as
estradas: estão acessíveis a todos mas se todos decidirem usá-las vai ocorrer congestionamento.
Dessa forma, o Estado intervém fazendo as estradas pois os privados não têm forma de produzir
benefício desta forma.
No entanto, por vezes existem falhas de governação, pelo que o Estado se engana e comete
erros.
Por exemplo:
Se eu estou unicamente a produzir canhões e quero produzir manteiga, vou retirar da
produção de canhões os trabalhadores menos especializados/produtivos. No entanto, conforme
vou aumentando a produção de manteiga, mais trabalhadores produtivos vou ter de retirar,
pelo que a produção de canhões vai descer muito.
Se só estou a produzir o bem A e ponho um trabalhador a produzir o bem B, verifica-se que o
custo associado é baixo, uma vez que só perco um trabalhador.
No entanto, se em vez de ter só um trabalhador a produzir o bem B, tiver agora dois, verifica-
se agora um aumento dos custos de oportunidade. É verdade que passo a ter mais benefício,
mas mesmo com maios um trabalhador, não há um aumento proporcional do benefício.
Por exemplo:
Por exemplo, se eu tiver um terreno (fator fixo), este, sozinho, não me dá rendimento. Se
adicionar um trabalhador, ou seja, um fator variável ao fator fixo percebe-se que os custos
(mensuráveis e de oportunidade) aumentam, porque tenho de pagar o salário ao trabalhador,
mas também tive um benefício, visto que o meu rendimento aumentou (de 0 para 10, por
exemplo). Se acrescentar outro trabalhador, o meu rendimento volta a aumentar (de 10 para
15, por exemplo) e, se continuar a adicionar trabalhadores, os custos vão sempre aumentando,
enquanto que os benefícios não têm um aumento proporcional.
A fonteira não é fixa ao longo do tempo: podem existir expansões (por causa da evolução
tecnológica verifica-se o aumento da produtividade) e contrações (por causa da destruição de
fábricas e infraestruturas).
As dotações (ou vantagens) naturais têm, no fundo, a ver com as circunstâncias geográficas
que são propicias a uma ou outra função: clima, relevo, minerais, etc. Por exemplo, uma das
produções de Africa do Sul é a de ouro, algo que decorre da sua grande quantidade de minerais.
As dotações herdadas surgem associadas às dotações naturais. Tenha-se o exemplo do vinho
do Porto e da calçada portuguesa, no caso de Portugal. Só se produz vinho do Porto no Douro
pois este tem um clima e solo adequados para esse fim, por outro lado, temos um processo de
fabrico herdado, passado de geração em geração e muito próprio da cultura portuguesa. Por
sua vez, a calçada portuguesa é algo intrinsecamente português, sendo que temos recursos de
pedra granito e calcário e, por outro lado, a arte do trabalhador calceteiro é algo passado de
geração em geração. São produções tipicamente portuguesas.
As dotações adquiridas consistem em aptidões adquiridas pelos povos. Por exemplo,
associamos a Suíça à produção de chocolate e relógios. Têm a ver com a formação de capital em
sentido económico. A Japão é um país relativamente pequeno, pobre em recursos naturais, no
entanto, é muitíssimo desenvolvido porque investiu bastante em infraestruturas (muitas linhas
de comboio de alto velocidade, fábricas dos mais diversos produtos, etc.).
Por último, o capital humano corresponde à formação e especialização/qualificação dos
indivíduos. Quando maior essa qualificação, maior a especialização do fator trabalho e,
portanto, a qualificação, sendo uma decisão individual.
Podem haver combinações de todos estes fatores.
CURVA DE PROCURA
A procura é o comportamento típico dos que se dirigem ao mercado para satisfazer as suas
necessidades. "Comportamento típico" associa-se a um padrão de mercado. O padrão de
mercado em questão é o mercado de concorrência perfeita: atomicidade, liberdade e fluidez.
É no mercado de concorrência perfeita que analisamos a procura. A procura é a quantidade
de um bem que se está a disposto a adquirir e para a qual se tem poder de compra.
O incentivo da procura está relacionado com a utilidade, ou seja, com a satisfação das
necessidades com o menor custo associado. Sendo um comportamento típico de vários agentes
e atendendo ao ceteris paribus, é formada uma lei da procura onde existe uma correlação
inversa entre o preço e a procura. Percebe-se que quanto maior o preço, menor a quantidade
procurada, ao passo que, quanto menor o preço, maior a quantidade procurada.
Pode-se construir uma função da procura na qual é possível perceber, para cada preço, qual é
a quantidade procurada, isto é, quantos consumidores estão dispostos a adquirir esse bem, e a
quantidade que estão dispostos a adquirir desse bem. O facto de existir esta correlação inversa
é que vai levar à configuração da curva da procura que é inversamente inclinada.
Há, no entanto, dois tipos de bens que contrariam a lei da procura: bens de Veblen e bens de
Giffen.
Os bens de Giffen são bens inferiores, ou seja, bens que deixam de ser consumidos quando as
pessoas passam a ter rendimentos mais elevados. Estes bens, não sendo superiores, mesmo que
o seu preço aumente, não vão deixar de ser consumidos, aliás vão ser ainda mais consumidos.
Não há efeito de substituição pelo que, mesmo que o preço do bem aumente, o mesmo não é
substituído.
Os bens de Veblen são bens ostentatórios ou conspícuos, ou seja, são bens que são comprados
para transmitir um determinado estatuto, como é o exemplo dos produtos de luxo ou de grife.
Tratam-se de bens de procura especifica, que são requisitados por pessoas com grande poder
de compra. Surge contrariamente à lei da procura, visto que há bens que quanto mais caros e
reservados forem, mais incentivo à procura eles têm.
A curva da procura pode representar a procura individual, a procura de um determinado bem
ou a procura de agregados (decorre da macroeconomia e representa todos os bens procurados
numa economia).
A lei da procura só funciona devido a dois efeitos: efeito de rendimento e o efeito da
subs tuição.
O efeito de rendimento diz-nos que, caso algum preço dos bens se altere, o padrão de procura
também se altera. Ou seja, todos nós somos consumidores de um determinado cabaz de bens e
temos uma restrição financeira constante, logo, se o preço de um determinado bem desse cabaz
subir, a quan dade procurada por nós, enquanto consumidores, terá de descer visto que
teremos um rendimento mais baixo. Se pelo contrário, o preço do bem baixar, a quan dade do
mesmo vai subir. Ou seja, entende-se que o consumidor tem um orçamento constante e limitado,
pelo que de cada vez que ocorrerem variações no preço de um bem, a procura se vai alterar. Em
termos latos, "se eu ficar com menos rendimento disponível, consumo menos, ao passo que, se
eu ficar com mais rendimento disponível, consumo mais".
O efeito de subs tuição ocorre em resposta ao aumento do preço de um bem. Se o preço
do bem aumentar aquilo que a procura tendencialmente faz é subs tuir o seu consumo, ou seja,
vai à procura de um bem que seja semelhante e mais barato rela vamente ao bem mais caro,
subs tuindo o seu consumo.
A variação ao longo da curva tem a ver com a configuração da curva porque podem exis r
variações de preço, pelo que, de cada vez que ocorre uma, a curva terá um formato diferente.
Por sua vez, também se pode dar a formação de novas curvas de procura, através de
movimento de e expansão ou contração rela vamente à curva de procura originária.
Variações de Gostos
Os fatores que podem levar à formação de novas curvas de procura são as variações de gostos
(decorrentes das "modas", por exemplo: se está na moda o uso de boinas, este produto vai ter
um aumento de quan dade procura, pelo que se vai formar uma nova curva de procura em
movimento de expansão, rela vamente à curva de procura original).
Campanhas Publicitárias
Também pode decorrer de campanhas publicitárias, visto que, se vermos divulgação de
informação acerca de certos produtos, os padrões de consumo desses produtos podem mudar
(por exemplo, se ocorrer uma campanha publicitária rela va aos males do chocolate, este
produto vai ter uma diminuição de quan dade procurada, pelo que se vai formar uma nova curva
de procura em movimento de contração, rela vamente à curva de procura originária).
Alterações de Rendimento
Rela vamente às alterações de rendimento, estas ocorrem quando se verifica um aumento
ou diminuição do rendimento dos consumidores. Se o meu salário for maior, vou ter mais
capacidade de consumo visto que tenho mais dinheiro e recursos, pelo que as quan dades
procuradas aumentam e vai ocorrer a formação de uma nova curva da procura em movimento
de expansão. Quando há aumento de rendimento, em regra a procura de pereferiores diminui,
ou seja, passam a ser comprados em menor quan dade, e aumenta a quan dade procura de
bens normais e, caso o rendimento aumenta substancialmente, superiores.
Ocorre o contrário se o meu rendimento diminuir, pelo que a quan dade procurada vai
diminuir. Neste caso verifica-se uma diminuição da quan dade procurada de bens superiores,
sendo estes subs tuídos pelos bens normais, e, também pode ocorrer, o aumento da quan dade
procurada de bens inferiores (pelo que se dá a formação de uma nova curva de procura em
sen do de expansão).
Expeta vas
Outro fator de alteração da curva são as expecta vas: as expecta vas sobre o rendimento, por
exemplo. Se eu ver a expeta va de aumento de rendimento, por exemplo, ao aumentar o meu
salário, vou aumentar a quan dade procura, ao passo que, se eu ver a expeta va de diminuir
o meu salário, vou diminuir a minha quan dade procurada. Dá-se a formação de uma nova curva
em sen do de contração.
No caso dos preços, se a expeta va for sobre variações dos preços, se vermos a expeta va de
que o preço vai aumentar, vou antecipar a minha compra, pelo que vai exis r uma expansão da
procura imediatamente. Se, pelo contrário, ver uma expeta va de diminuição de preço, vou
diminuir o meu consumo, ou seja, ocorre uma diminuição da quan dade comprada. Se eu
souber que o preço daquele bem vai aumentar, vou tentar comprá-lo antes que o preço
aumente, ao passo que, se eu souber que o preço daquele bem vai diminuir, vou tentar esperar
para pode comprá-lo assim que o preço diminuir. º
CURVA DE OFERTA
A oferta é o comportamento pico daqueles que se dirigem ao mercado para vender bens e
serviços, falando agora da situação pica dos produtores. A oferta é a disponibilidade dos
produtores de colocar bens no mercado, que são produzidos e que têm como referencial de valor
o custo de produção. O obje vo dos produtores é tentar vender ao mais alto preço, obtendo o
maior bene cio e vantagem na venda. Temos a lei da oferta que estabelece uma relação entre
o preço e a quan dade oferecida, atendendo a essa ideia de que os produtores querem obter o
maior lucro possível: se o preço aumenta, a quan dade oferecida também aumenta, ao passo
que, se o preço diminuir, a quan dade oferecida também diminui. Trata-se de uma correlação
direta entre preço e quan dade.
A curva da oferta, à par da, não começa no 0 porque estamos a falar de produtores, que, para
produzirem o serviço, têm sempre um custo associado pelo que, se os produtores entendem
obter lucro então só estão dispostos a entrar no mercado quando o preço do mercado cobrir,
pelo menos, os custos desta produção (se o preço do mercado for mais baixo não existe bene cio
na oferta pelo que não há uma decisão racional). Tem de haver uma coberta do preço marginal.
À medida que esse preço vai aumentando, vão exis r mais produtores a querer colocar o seu
produto no mercado e é por isso que a quan dade oferecida vai aumentar à medida que o preço
vai aumentando.
A curva da oferta é posi vamente inclinada porque a produção está sempre sujeita á lei dos
rendimentos marginais descrentes, ou seja, os custos marginais crescentes. Para produzir a
mesma quan dade, os custos de produção aumentam pelo que a sua produção só compensa se
os preços desses bens forem superiores.
Podemos dis nguir variações ao longo da curva de oferta (relacionadas com variações do fator
preço - se o preço aumenta, a quan dade aumenta) e formação de novas curvas de oferta, em
movimento de expansão e em movimento de contração.
Tecnologia
As alterações tecnológicas tendem a diminuir os custos de produção e aumentar a quan dade
oferecida, e nesse sen do ocorre a formação de uma nova curva de oferta em movimento de
expansão de determinado bem.
Dimensão do produtor
A dimensão do produtor pode determinar maior ou menor produção, dando origem aos efeitos
de escala: quanto maior a dimensão, maior a possibilidade de maior produção, pelo que os
custos de produção marginais vão diminuindo.
Os pequenos produtores têm menor capacidade de adaptação ás condições do mercado que
os grandes produtores.
Influências especiais
Dizem respeito a fatores atmosféricos, polí cos e sociais. Se ocorrer a destruição dos recursos,
o número de produtores diminui, a quan dade oferecida diminui e, nesse sen do, ocorre a
contração da curva.
CRUZ DE MARSHALL
Albert Marshall formulou a cruz marshalliana. Verifica-se que há
um ponto de interseção entre a curva da procura e a curva da oferta
à qual se chama ponto de equilíbrio, no qual a quan dade
procurada é igual á quan dade oferecida. Não há procura em
excesso (rela vamente à oferta) nem oferta em excesso
(rela vamente à procura). A abcissa do ponto de equilíbrio é a
quan dade de equilíbrio e a ordenada do ponto de equilíbrio é a
quan dade de equilíbrio.
Verifica-se que a quan dade que os produtores estão dispostos a
vender é igual à quan dade que os consumidores estão dispostos a
comprar. Verifica-se a máxima sa sfação dos consumidores e
vendedores – sa sfação de toda a quan dade procurada àquele
preço.
Acima do ponto há Excedentes – quan dade oferecida é maior que a quan dade
procurada. Vendedores dispostos a transacionar mais bens do que aqueles que os
compradores estariam dispostos a pagar
Abaixo do ponto há Escassez – quan dade procurada é maior que a quan dade
oferecida – não sa sfaz a totalidade das necessidades dos consumidores que querem
esse bem. Consumidores dispostos a transacionar mais bens do que aqueles que os
vendedores.
Perante a formação de novas curvas de oferta e de procura, dão-se também a formação de
novos pontos de equilíbrio.
ELASTICIDADE
Por elas cidade entende-se a sensibilidade, isto é, o nível de reação, de um determinado
fator (por exemplo, a quan dade procurada ou oferecida) à variação de um outro (por exemplo,
o preço do bem A ou do bem B, rendimento). Quando a sensibilidade é elevada, ou seja, quando
a variação de um fator em relação ao outro é mais do que proporcional (maior) fala-se em
elas cidade/grande elas cidade e, no caso contrário, quando é menos do que proporcional
(menor) em pouca elas cidade, inelas cidade ou rigidez.
Estudamos a variação (se aumentam ou diminuem, muito ou pouco) das quan dades
oferecidas e das quan dades procuradas em função da variação do preço (subiu os desceu,
muito ou pouco) do mesmo bem (elas cidade preço da oferta e elas cidade preço da procura),
do preço de um outro bem (elas cidade preço cruzada, sobretudo em relação á procura), do
rendimento (elas cidade rendimento, normalmente quanto á procura).
Esta elas cidade denota a sensibilidade dos consumidores face à alteração dos preços dos
bens e serviços.
Se o bem é rígido, ou seja, insensível à alteração, os agentes maximizadores de lucro
aproveitam-se disso e aumentam os preços. Por sua vez, se o bem é elás co, ou seja, muito
instável e sensível, pode demonstrar ausência de fidelização.
Existem fatores que condicionam a elas cidade de um bem:
Grau de necessidade (sendo que bens de primeira necessidade têm procura mais rígida,
ao passo que com bens supérfluos há uma procura mais elás ca);
Efeito de subs tuição (ou seja, ocorre o aumento da elas cidade da procura se há
alterna vas, ou seja, bens sucedâneos);
Efeito de rendimento (ou seja, ocorre um aumento da elas cidade quando, embora o
rendimento se mantenha igual, o facto de o preço de um bem aumentar, visto que torna
o consumidor mais pobre, impossibilitando-o de comprar alguns dos outros bens que
costumava adquirir; desta forma, o consumidor, para conseguir manter as quan dades
dos outros bens, irá diminuir a quan dade procurada do bem cujo preço aumentou);
Tempo (aumenta elas cidade).
De acordo com a lei de King, a procura de bens alimentares (bens essenciais e de 1.ºª
necessidade) é rígida, por isso, se há muita quan dade (devido a um bom ano agrícola) o preço
diminui – o que é mau para os agricultores porque há uma perda de rendimento. Do ponto de
vista do produtor, se este produz bens de procura rígida ele até pode aumentar os preços, mas,
se produz bens de procura elás ca, ele não deve alterar os preços.
Um bom ano agrícola é mau para os produtores porque leva a maior quan dade procurada
pelo que o preço diminui. Por outro lado, um mau ano agrícola é bom para os produtores porque
leva a uma menor quan dade procurada pelo que o preço dos bens aumenta. No entanto, esta
consequência só se verifica quando os produtores se mantêm no mercado, visto que muitos
saem.
ELASTICIDADE-RENDIMENTO
A elas cidade-rendimento corresponde à sensibilidade dos padrões de consumo face às
alterações do rendimento disponível do consumidor.
Esta depende dos pos de bens: inferiores (elas cidade = menor do que 0 – correlação inversa
e curva nega vamente inclinada), normais (elas cidade = entre 0 e 1, inclusive – variação direta
menos do que proporcional das quan dades) e superiores (elas cidade = maior do que 1 –
variação direta mais do que proporcional das quan dades – curva posi vamente inclinada mais
levantada).
Os bens de primeira necessidade não deixam de ser consumidos pela diminuição do
rendimento. Por outro lado, os bens inferiores deixam de ser consumidos quando o rendimento
aumenta.
Na sociedade em que nos encontramos o efeito de subs tuição tende a ser predominante, no
entanto, no caso dos bens de Giffen não há alterna va. Este bens contrariam a lei da procura
visto que se o preço dos mesmos aumenta, a quan dade procurada dos mesmos aumenta. Como
o efeito de subs tuição não é possível, verifica-se, por efeito de rendimento, aumenta a
quan dade procurada.
ELASTICIDADE-CRUZADA
Os bens podem ser independentes (elas cidade-cruzada = 0 – sem variação das quan dades),
sucedâneos (elas cidade-cruzada > 0 – correlação direta), sucedâneos perfeitos (elas cidade-
cruzada > + ¥ ) e complementares (elas cidade-cruzada < 0 – correlação inversa).
Na delimitação da concorrência do âmbito do Direito Concorrencial é importante recorrer ao
conceito de elas cidade-cruzada pois permite perceber se determinados bens, provenientes de
agentes diferentes, são sucedâneos.
Num cenário de Inelas cidade há uma maior dependência – explica porque as coisas novas são
mais cara, pois há uma inelas cidade da procura. Por muito que se varia o preço do iPhone,
haverá sempre muito procura, logo faz sen do que o preço con nue elevado. Quanto mais
integrada e fluida uma economia for, maior homogeneidade há e sucedaneidade do bem.
ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA
É semelhante à elas cidade-preço da oferta, denotando a sensibilidade da oferta face à
variação do preço. É calculada através da divisão entre a variação percentual das quan dade
oferecidas pela variação percentual do preço.
0 = Nenhuma sensibilidade = Inelas cidade absoluta (não há qualquer variação das
quan dades oferecidas no caso da variação dos preços – curva da oferta totalmente
ver cal);
0 – 1 = Pouca sensibilidade = Inelas cidade (variação menos do que proporcional das
quan dades – curva da oferta mais levantada);
1 = Elas cidade unitária (variação proporcional das quan dades – curva da oferta:
bissetriz);
> 1 = Muita sensibilidade = Elas cidade (variação mais do que proporcional das
quan dades – curva da oferta mais deitada);
+ ¥ = Sensibilidade extrema = Elas cidade perfeita (expansão infinita da oferta no caso
da subida dos preços e retração total da oferta na descida dos preços – curva da
procura totalmente horizontal).
Existem fatores que condicionam a elas cidade de um bem:
Efeito de Subs tuição: Aumenta a elas cidade da oferta – possibilidade de dares
des nos alterna vos ao bem cujo preço diminui - preços descem e se for possível a
subs tuição, os produtores re ram-se do mercado e a oferta diminui;
Caracterís cas dos bens - por exemplo, os bens perecíveis (elas cidade menor- tem de
fazer a venda num determinado período rela vamente curto) e os bens não perecíveus
(elas cidade aumenta)
Efeito de Rendimento – Diminui a elas cidade da oferta - necessidade do produtor de
obter certo nível de rendimento vai cuidadosamente decidir colocar o bem no mercado
independentemente dos baixos preços.
Tempo – Quanto mais tempo maior a elas cidade da oferta.
PÁG. 408 DO MANUAL
CONTROLO DE PREÇOS
O preço forma-se no mercado entre a disposição de vender e a disposição de comprar, ou seja,
entre a curva da oferta e a curva da procura. A curva da procura representa a disposição de
adquirir, ao passo que a curva da oferta representa a disposição de vender.
Tendo isto em conta, se o Estado impuser um preço, influencia o mercado.
Nos mercados, o Estado pode estabelecer:
PREÇOS MÁXIMOS, abaixo do ponto de equilíbrio – ex.: Estado fixou rendas de casa
máximas e, por aquele preço, os senhorios não queriam entrar no mercado, logo
diminuiu a oferta de casas. Nas existentes, deixaram de se fazer obras, etc. A preços
abaixo do ponto de equilíbrio, a quan dade oferecida é muito inferior à procurada
(excesso de procura) – Escassez. Nesse sen do, os senhorios podem-se sen r tentados
a ir para mercados paralelos visto que há pessoas que podem estar tentadas e na
disposição de pagar mais pela casa - mercados negros.
PREÇOS MÍNIMOS, acima do ponto de equilíbrio – ex.: Salário mínimo. Poderia haver
pessoas dispostas a trabalhar por menos, o que economicamente era uma aproximação
ao ponto de equilíbrio. Por um valor mais baixo haveria mais empregos, mas menos
pessoas a querer. A preços acima do ponto de equilíbrio a quan dade oferecida é
superior à procurada (excesso de oferta) – Excedente. Se não exis sse salário mínimo,
haveria mais pessoa empregadas. Se o salário mínimo for muito elevado pode acontecer
que a quan dade oferecida seja inferior á quan dade procurada. Estas situações
propiciam o mercado negro, o trabalho de emigrantes que não estão declarados.
Quando há a fixação de um preço mínimo para o salário, superior ao preço de equilíbrio,
há um excedente visto que há mais oferta e menos procura, o que origina o desemprego.
IMPOSTOS
A parte com maior rigidez tende a suportar a parte do imposto.
Teoria do consumidor
A utilidade surge enquanto referencial de valor para o consumidor.
A revolução marginal passou a ser alvo de críticas visto que os marginalistas trabalhavam com
valores cardinais. A critica primeira aos marginalistas era que a utilidade não podia ser vista do
ponto de vista cardinal, mas sim do ponto de vista ordinal: a primeira dose é mais útil do que
a segunda (ou seja, é possível ordenar, em termos de relevância, importância e utilidade, as
doses). Os próprios marginalistas assumiram esta crítica.
Samuelson afirmou que esta questão era resolvida através do conceito de disposição de pagar:
as preferências são reveladas no mercado através da disposição de pagar, sendo que cada um
de nós está disposto a pagar mais por aquilo que considera mais útil. Desta forma, se uma pessoa
A se sujeita a pagar mais por um bem do que outra pessoa B, então isso significa que A considera
este bem mais útil do que B. Desta forma, os números cardinais representam aquilo que estamos
dispostos a pagar. A disposição de pagar vai, no fundo, dar-nos a informação sobre a utilidade
que aquele bem tem para aquele consumidor.
A curva da procura individual representa as disposições para pagar / os preços que estamos
dispostos a pagar face à quantidade levada.
O consumidor para de consumir quando o preço iguala a utilidade marginal. Ou seja, paro de
consumir quando não conseguir retirar vantagens de mais uma dose, ou seja, quando o preço
for igual á utilidade marginal.
Tenha-se, por exemplo: em relação à primeira unidade, o consumidor está disposto a pagar
100 mas o mercado apenas lhe exigiu 45, pelo que surge um diferencial de 55. Isto acontece
sucessivamente e existe toda uma zona de diferencial entre aquilo que o consumidor está
disposto a pagar e aquilo que efetivamente pagou. Falamos, portanto, em excedente do
consumidor: diferença entre aquilo que o consumidor estava disposto a pagar e aquilo que
efetivamente paga. Falamos também em benefício líquido. Como há área de troca que lhe foi
facultada, o consumidor beneficia.
Bem A Bem B
€ Utilidade
1 7
1 6
1 4
1 1
€ Utilidade
1 8
1 6
Eficiência de Pareto
Para que exista eficiência, no fundo tem de existir eficiência produtiva, eficiência ao nível das
trocas e eficiência ao nível das preferências. O ponto máximo onde é alcançada a eficiência é
designado por ótimo de Pareto, sendo que este é uma abstração: as economias evoluem no
sentido de atingir o ótimo de Pareto, nunca, efetivamente, atingindo-o.
A Fronteira de Possibilidades de Produção corresponde à quantidade máxima que é possível
produzir através dos recursos exististes, pelo que se uma economia está sob a F.P.P não há
desperdício de recursos, havendo eficiência produtiva. Possuímos eficiência das trocas quando
estas resultam na maximização do excedente, ou seja, quando é possível atingir o máximo de
excedente total. Esta maximização é feita em mercados concorrenciais.
A eficiência das preferências significa que aquilo que está a ser produzido e trocado vai de
encontro às preferências dos consumidores. Está a ser produzido aquilo que os consumidores
desejam para satisfazer as suas necessidades.
O ótimo de Pareto é uma abstração pelos que as sociedades podem, apenas, estar mais ou
menos perto do mesmo. O ótimo de Pareto é uma situação em que não se pode melhorar o
bem-estar de alguém a não ser que se diminua o bem estar de outrem. Este critério é a base da
teoria do bem-estar, mas depois há várias formulações da mesma, sendo o mais conhecido o
critério de Kaldor-Hicks (ou uma ideia de eficiência potencial).
Teoria do produtor
O produtor procura o lucro e é a partir deste conceito que se desenvolve a teoria do produtor.
O lucro consiste na diferença entre a receita total e o custo total. A receita total corresponde
á multiplicação entre o preço e a quantidade vendida. Por sua vez, o lucro corresponde à
subtração entre a receita total (o referente àquilo que foi efetivamente vendido - nº de doses
vendidas x custo unitário) e o custo total (custos explícitos + custos implícitos ou custos fixos +
custos unitários ou custos unitários x doses produzidas).
Podemos falar em:
custos explícitos - custos contabilizáveis (como os custos da mão de obra, das matérias-
primas, do aluguer das máquinas, etc.);
custos implícitos - custos económicos, que podemos reconduzir ao custo de
oportunidade.
Falamos, portanto, em:
lucro contabilístico - diferença entre as receitas totais e os custos explícitos;
lucro económico - diferença entre o lucro contabilístico e os custos implícitos (ou
diferença entre a receita total e a soma dos custos explícitos e dos custos implícitos).
Uma empresa pode ser produtiva do ponto de vista contabilístico, mas não do ponto de vista
económico.
Outra conceção de custo reside na soma entre custos fixos e custos variáveis, sendo que:
custo fixo – associado aos fatores fixos, pelo que é aquele que existe
independentemente do número de unidades produzidas (por exemplo, a renda da
fábrica);
custo variável – associado a fatores variáveis, pelo que é aquele que depende do
número de unidades produzidas (por exemplo, se a produção for maior, as despesas de
eletricidade serão maiores - estes custos são crescentes por causa da lei dos
rendimentos marginais decrescentes).
No curto prazo (tempo necessário para que, numa produção, se tome a decisão de mudar
todos os fatores de produção, visto que é necessário tempo para entender as tendências do
mercado para, só depois, aumentar a escala de produção) há sempre um fator de produção que
é fixo.
Os custos médios fixos são decrescentes na medida em que se diluem na produção. Por sua vez,
os custos médios varáveis são crescentes porque aumentam com o aumento da produção e no
curto prazo funciona a lei da produtividade marginal/lei dos custos marginais decrescentes. Por
fim, o custo médio total consiste na divisão entre custo total e o número de unidades, dando
origem a que se possa esboçar uma curva do custo médio.
No ponto de custo médio mínimo (escala mínima de eficiência) evidencia-se uma diminuição
dos custos fixos. O percurso descendente até ao ponto de custo
médio mínimo caracteriza-se por uma predominância dos custos
fixos, ao passo que o percurso crescente a partir do ponto de custo
médio se deve a uma predominância dos custos variáveis.
Para existir produção, o preço tem de ser, pelo menos, igual ao custo médio. O lucro
extraordinário existe quando o preço é superior ao custo de produção e, portanto, consegue
existir uma maximização do lucro. Se uma empresa está a produzir com lucro igual ao custo de
produção então não produz lucro extraordinário e se o preço diminuir sai do mercado. O lucro
normal verifica-se quando, relativamente às empresas em concorrência perfeita consigam
otimizar a sua produção de forma que esteja ao nível do preço.
A curto prazo, se o preço ficar abaixo do custo médio variável, isso vai levá-lo ao encerramento
temporário. Por sua vez, se ficar acima do custo médio variável e abaixo do custo médio total–
continua em atividade. Por sua vez, a longo prazo, se o preço ficar acima do custo médio variável
e abaixo do custo médio total – encerramento definitivo. Não há break even point – ponto de
escala mínima de eficiência. Um produtor mantém-se no mercado se alcançar ponto de break
even.
ESCALA MÍNIMA DE EFICIÊNCIA = Corresponde ao lucro normal, aquilo que é necessário para o
empresário se manter em atividade. Corresponde a um ponto ótimo em que o custo unitário é
o mais baixo possível mas está a cobrir o custo de produção daquelas doses.
Para que a empresa ganhe dimensão e altere a sua escala é muitas vezes necessário um
investimento que pode ou não ser feito através de custos próprio. Aquilo que as empresas
investem é os lucros da mesma ou o património de individuais. As opções de investimento são
importantes para o consumidor e para o produtor pois podem aumentar o seu bem-estar, no
entanto, também possuem riscos.
Investimento em bens: não têm liquidez, ou seja, capacidade de um recurso satisfazer
imediatamente necessidades (desta forma, se alguém comprar uma obra de arte cara e
precisa desse dinheiro para pagar uma operação primeiro tem de encontrar um
comprador e estabelecer a venda e, só depois, tem os recursos para satisfazer as suas
necessidades);
Depósitos bancários: têm liquidez pelo que, em qualquer momento, é possível recorrer
a esses recursos para satisfazer necessidades;
Obrigações: títulos que representam empréstimos feitos pelos particulares a
entidades. Possuem uma renumeração fixa: o juro.
Ações: títulos que representam uma parte do capital de uma empresa (ou seja, quando
se compram ações, o sujeito torna-se dono de uma parcela da empresa, representada
pela ação), tendo como renumeração os dividendos, sendo que se trata de uma
renumeração variável e dependente dos lucros da empresa.
Evidencia-se que o depósito bancário é a alternativa mais segura e as ações as menos
seguras. Tanto as obrigações como as ações podem ser transacionadas no âmbito do mercado
de capitais. Tanto umas como outras estão dependentes da sobrevivência da empresa.
Quando uma empresa precisa de aumentar a sua capacidade e dimensão, ela pode recorrer a
várias formas de financiamento:
pelos próprios proprietários da empresa (os próprios sócios fazerem empréstimos á
empresa);
através do reinvestimento dos lucros (em vez de os distribuir pelos acionistas);
recurso ao crédito bancário;
recurso ao mercado de capitais (a relevância dos mercados de capitais tem a ver com o
capitalismo).
Os monopólios naturais estão associados a mercados das utilities (mercados que têm rede
associada - mercados essenciais - de gás, água, telecomunicações). Esta redes precisam de
investimentos para a sua construção e funcionamento, sendo que estes custos de investimento
são extremamente elevados e os custos fixos também. Desta forma, os privados não têm
interesses em produzi-los pelo que a maior parte dos monopólios naturais são propriedade do
Estado (EDP, rede de fornecimento de água, PT). Nos monopólios naturais é preferível ser
apenas um fornecedor a manter este serviço visto que quem está no mercado já fez o
investimento e os custos fixos só se amenizam a longo prazo. Desta forma, quem entra nestes
mercados tem de construir uma rede de raiz, pelo que os custos vão ser imensamente elevados,
o que vai fazer com que o preço final nunca possa ser tão bom como quando comparado ao
preço de quem já está há mais tempo no mercado. Se, pelo contrário, o agente arrendar a rede
de outro agente, está a criar ainda mais custos visto que está a dar receita ao agente originário,
desta forma o preço do novo agente nunca será melhor do que o preço do agente originário.
Outro aspeto que pode determinar situações de concentração de mercados são as tecnologias
porque se evidencia que o domínio de tecnologia cria monopólios. I valor da rede aumenta com
o adicionar de mais um utilizador, dando origem a efeitos positivos para todos os utilizadores
de facto de entrar mais um nada rede. Tenha-se, por exemplo, o caso do telefone: se num dado
ambiente eu for a única a ter telefone, este não tem qualquer valor visto que não posso ligar a
ninguém, ou seja, o seu valor aumenta a partir do momento em que mais.
Aquilo que é relevante para o monopolista não é a curva da oferta, mas sim a interpretação
da curva da procura - tentar entender a disposição a pagar do consumidor. O monopolista tem
de se confrontar com a disposição de pagar do consumidor: se o preço for muito elevado os
consumidores não têm poder de compra para adquirir o bem.
Verifica-se que o monopolista não vende mais quantidade a preços mais baixos. Em
concorrência perfeita o rendimento marginal é uma função linear de preço (Rendimento
Marginal = Preço). Entenda-se que isto não ocorre no monopólio visto que o monopolista está
a contribuir para que o preço cresça. Se o monopolista produz grandes quantidades, para as
escoar terá de diminuir o seu preço, pelo que estará a diminuir os seus rendimentos. Desta
forma, o monopolista maximiza o lucro com uma quantidade oferecida inferior àquela que seria
do mercado de concorrência perfeita.
Tenha-se, por exemplo, as viagens de avisão: voar de São Paulo para Lisboa e vice-versa é o
mesmo, no entanto, dentro do avisão os preços são diferentes em função do conforto, do
espaço, do tipo de refeições servidas, etc. Isto é uma prática de discriminação de preços: o
vendedor tenta ir ao encontro da disposição de pagar de determinados segmentos de
consumidor. Aquele espaço de troca que existiria se o produtor praticasse preços mais elevados
porque nem toda a gente teria disposição para pagar é sanado mediante a discriminação de
preços, fomentando as trocas e a maximização do lucro e do bem estar.
OLIGOPÓLIO
O oligopólio corresponde a um número restrito de vendedores (não há número exato)
perante uma multiplicidade de consumidores (atomicidade da procura), dando origem a que
os produtores são price makers, pelo que, pela sua atuação individual têm capacidade de
influenciar os aspetos mais importantes do mercado: preço e quantidade oferecida.
Os agentes económicos da oferta são poucos e eles têm duas possibilidades: concorrer entre
si ou cooperar. Se estes agentes cooperarem, então dá-se a formação de um cartel, ou seja, de
uma organização de produtores que procurara articular e combinar uma estratégia de
comportamento no mercado. Os oligopolistas pretendem imitar o monopólio, no entanto, na
forma de cartel haverá sempre custos associados a cada uma das estruturas, pelo que a nível de
eficiência diminuirá.
A teoria dos jogos foi desenvolvida por Neuman e Morgenstern e eles, no fundo, estudam as
estratégias de mercado, aplicando os comportamentos dos jogadores em jogos que todos
conhecemos: onde existam mais ou menos estratégia e mais ou menos sorte. Por exemplo,
quando se está a jogar xadrez, o movimento de um jogador é feito no pressuposto e antecipação
da jogada que o próximo jogador faça. No enquadramento do mercado oligopolista, a estratégia
de um irá depender daquilo que pressupõe ser o comportamento dos outros.
Por sua vez, Stigler dirá que os carteis são tendencialmente instáveis. Os oligopolistas,
produtores em coligação, combinam que vão aumentar o preço: há três comportamentos
possíveis - todos cumprem o acordo, alguns cumprem o acordo e nenhum cumpre o acordo.
Não cumprir o acordo é a estratégia dominante. Nesse sentido, recorre-se ao dilema do
prisioneiro, que se pode aplicar aos mercados.
Verifica-se, portanto, que o equilíbrio de Nash é as duas empresas reduzirem os preços. Isto
origina menos lucro para as empresas, o que é mau, mas origina vantagens para os
consumidores. A melhor situação para as empresas é manterem os preços através de um
acordo, no entanto, nesse caso temos um mercado cooperativo, o que é negativo para o
consumidor.
O melhor para as empresas em conjunto seria fazer um acordo para vender a preços altos e
iguais, de forma a dividir os lucros de monopólio. Mas, se nos colocarmos na perspetiva de uma
delas verificamos o seguinte: se a outra empresa cooperar, o melhor é romper o acordo e obter
lucros muito elevados; se a outra romper o acordo, o melhor é romper também, e obter
lucros nulos em vez de prejuízos. É sempre melhor romper o acordo, independentemente do
comportamento da empresa concorrente.
Nash desenvolveu a Teoria dos Jogos e o conceito de "equilíbrio de Nash". A interação entre
um número limitado de agentes vai se centrar na competição, até ao momento em que um
agente não pode mudar a sua estratégia, se os outros mantiverem a sua estratégia. Trata-se da
situação na qual se verifica que cada um dos vários agentes racionais que interagem escolhe a
sua melhor estratégia em face das escolhas estratégicas dos demais – sendo que o equilíbrio
ocorre, nesses contextos de “jogo não cooperativo”, se nenhum dos jogadores puder beneficiar
de uma mudança de estratégia quando os outros jogadores não mudaram a estratégia deles.
Através do equilíbrio de Nash constata-se que, por vezes, a não cooperação só vale a pena até
ao ponto em que cooperar é melhor. Ou seja, o racionalismo individual só vai ser bom até ao
ponto em que o racionalismo coletivo para a ser mais benéfico para todos. A concorrência por
via dos egoísmos individuais só é positiva até ao ponto em que a estratégia coletiva traz um
melhor resultado para todos.
Ao contrário daquilo que Smith defendia, nem sempre o comportamento individual racional
dá origem ao melhor resultado, sendo que a nossa racionalidade tem de incorporar as
estratégias dos outros. O pressuposto smithiano é válidos em certos contextos, mas não em
todos eles.
CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA
A concorrência monopolística consiste numa situação de mercado imperfeito em que há uma
falha de fluidez, sendo esta a homogeneidade e a informação plena. Existindo homogeneidade
de produto e informação plena, a escolha económica do consumidor é feita pelo preço, no
entanto, neste caso há diferenciação de produto, pelo que a escolha do consumidor vai
decorrer de determinadas características do produto.
Tenha-se, por exemplo, a necessidade de comprar umas calças de ganga: existem imensas lojas
que podem satisfazer esta necessidade, no entanto, numas lojas estas podem ser vendidas a
30€ e noutras a 500€, diferenciação preçária que decorre das diferentes características entre
estas calças.
Tenha-se o exemplo do mercado dos iogurtes, onde há imensa variedade: iogurtes com ou sem
lactose, com ou sem aroma, com fruta ou sem fruta, etc. Por sua vez, dá-se a formação de um
nicho ao constatar que, por exemplo, as pessoas com intolerância á lactose vão consumir
produtos sem lactose e estão dispostas a pagar mais por este produto. É no âmbito deste nicho
que o mercado vai exercer o seu poder (poder de mercado), aumentando o preço do mercado.
Mercados em que não existe fluidez porque existe diferenciação de produtos, de forma a ir de
encontro ás preferências do mercado, formando-se, nesse nicho preços maiores (visto que o
consumidor se sujeita a pagar mais por esse produto).
A RELEVÂNCIA DA PUBLICIDADE
"A publicidade é o subproduto dos mercados em concorrência monopolística". É fundamental
que os produtores deem a conhecer as diferenças que vão introduzir nos seus produtos e
mercados. São aspetos que sinalizam o consumidor: sinais de qualidade, sinais de luxo, sinais de
tipo de consumo, etc. Dessa forma, a publicidade é a forma de adquirirmos informação com
baixo custo, podendo esta ser informativa (relativa a aspetos relacionados com o preço) ou
persuasiva (está a ser vendida uma ideia ou conceito).
A publicidade é necessária pois permite a divulgação das informações dos produtos, a captura
de segmentos de consumidores e a prática de preços com algum poder de monopólio para
aquele segmento de consumidores.