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ABTCP 2020

53º ABTCP Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel e 9º Colóquio Internacional sobre Celulose de Eucalipto
06 a 08 de Outubro de 2020, São Paulo Brasil. © 2020 ABTCP. Todos os direitos reservados.

DOSAGEM DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO EM TORRE DE


ESTOCAGEM DE MASSA MARROM PARA GANHO DE ALVURA NA
ENTRADA DO BRANQUEAMENTO.

Marcos Rocha de Medeiros1, Jonatas Carlos Pereira de Araújo1, Luiz Gustavo de Proença¹
1 Suzano Papel e Celulose, Imperatriz-MA. Brasil.

RESUMO

Um dos principais desafios nas industrias de celulose é sempre a redução do consumo de químicos nas
etapas de branqueamento, sendo que diversas ações com esse objetivo vem sendo desenvolvidas,
desde os estudos de aumentar a eficiência de lavagem nas etapas de cozimento bem como o
desenvolvimento de equipamentos cada vez mais eficiênte quando se trata de lavagem da polpa de
celulose. Ou seja, uma baixa eficiência nas etapas de lavagem, causam efeitos danosos nas etapas
subsequentes em função de arraste de subprodutos do cozimento, fenômeno conhecido como carryover,
levando ao aumento dos consumos químicos, e o aumento significativo nos custos, além de agredir a
estrutura física da fibra impactando de forma negativa no cliente final e na possível performance da planta
de tratamento de efluentes. Em sequências tradicionais de branqueamento o primeiro estágio de
branqueamento é utilizado para remoção de ácidos hexenurônicos (HexA),estes que são gerados nas
etapas de cozimento, sendo operado em baixo pH e com adição de dioxido de cloro para obtenção de
ganho de alvura. Dessa forma o principal objetivo deste trabalho foi por meio de testes experimentais
em laboratório provar através de resultados a viabilidade econômica da dosagem de peróxido de
hidrogênio (H2O2) em torres de estocagem de massa marrom, quando esta está em posição após
desliguinificação, pois tem condições favoráveis de pH, temperatura e tempo de retenção. O teste foi
realizado inicialmente em escala laboratorial e após a confirmação dos resultados o mesmo foi aplicado
no processo em escala industrial com carga de 1,0 Kg/Adt. A implemtação do uso de peroxido de
hidrogênio na torre intermediaria proporcionou uma redução de de (-0,87kg/Adt) no consumo especifico
de dioxido de cloro, ( -0,49 kg/Adt) do consumo especifio de soda no branqueamento. Elevação de (+0,72
kg/Adt) de acido no branqueamento, (+0,34) kg/Adt no consumo total de peroxido de hidrogenio. Maior
número kappa na descarga do digestor, contudo, sem impactar em maior consumo de químicos no
branqueamento, redução de 0,5 unidade de número kappa na entrada do branqueamento em relação
ao período de referência. Mantendo os ganhos atuais o retorno financeiro projetado para o ano
de 2020 é de R$ 3,4 MM.

Palavras-chave: Peróxido de Hidrogênio,Carry Over,Ácidos Hexanurônicos, pH e Retenção.

ABSTRACT

One of the main challenges in the cellulose industry is to reduce the consumption of chemicals in the
bleaching stages, and several actions have been developed for this purpose, from studies to increase
the washing efficiency in the cooking stages as well as the development of equipments to increase
efficiency when it comes to washing cellulose pulp.

That is, low efficiency in the washing steps, causes harmful effects in the subsequent steps due to the
dragging of cooking by-products, a phenomenon known as carryover, leading to increased chemical
consumption, and a significant increase in costs, in adittion to attacking the fiber physical structure
which impacts negatively in the end customer and the possible performance of the effluent treatment
plant. In traditional bleaching sequences, the first bleaching stage is used to remove hexenuronic acids
(HexA), which are generated in the cooking steps, operated at low pH and with the addition of chlorine
dioxide to obtain brightness gain. Thus, the main objective of this work was, by experimental laboratory
tests, to prove through results the economic viability of the hydrogen peroxide (H2O2) dosage in brown
mass storage towers, when it is in position a fter des lignification, as it has favorable pH conditions,
temperature and retention times. The test was initially carried out on a laboratory scale and after
confirmation of the results it was applied to the industrial scale process with a load of 1.0 Kg / Adt. The
implementation of the use of hydrogen peroxide in the intermediate tower provided a reduction of (-0.87kg
Autor correspondente: Marcos Rocha de Medeiros. Imperatriz, 65919-555, Brasil. Fone: +55-99-99117-0420.
mrocham@suzano.com.br.

J.C.P. Araujo; L.G. Proença


Dosagem de Peróxido de Hidrogênio em Torre de Estocagem de Massa Marrom para ganho de Alvura na entrada o
Branqueamento

/ Adt) in the specific chlorine dioxide consumption, (-0.49 kg / Adt) in the specific soda consumption in the
bleaching. Increase of (+0.72 kg / Adt) of acid in bleaching, (+0.34) kg / Adt in the total hydrogen peroxide
consumption . Higher kappa number in the digester discharge, however, without impacting on higher
chemical consumption in bleaching, reduction of 0.5 unit of kappa number in the bleaching entry in relation
to the reference period. Keeping the current earnings, the projected financial return for 2020 is R $ 3.4
MM.

1. INTRODUCÃO

Ao passar doss tempo, as indústrias de celulose tem buscado alternativas inovadoras, visando sempre
a sustentabilidade e questões ambientais em seu processo de fabricação. E um dos reagentes
alternativos utilizados para branqueamento da polpa de celulose é o Peróxido de Hidrogênio.

O Peróxido de Hidrogênio é um produto químico muito utilizado em plantas de celulose em diferentes


concentrações e pode reagir com a lignina em meio ácido e alcalino, em condições alcalinas, como é
normalmente usado, ele reage com o íon hidroxila (HO-), para formar o ânion hidroperóxido (HOO-), esse
ânion é um nucleófilo, atuando na remoção de estrututas cromóforas de lignina residual, ou seja, é
responsável, principalmente, pelo efeito alvejante no branqueamento com peróxido em condições
alcalinas (SUSS et al., 1996).

A planta da linha de fibras da fábrica Suzano S/A, unidade Imperatriz, é uma planta com capacidade de
produção de 1.650,000 tsa/ano de polpa de eucalipto branqueada sendo formada de um digestor
Compact Cooking da segunda geração (G2),uma depuração de multi estágios com quatro estágios na
sequência de três estágios de lavagem, formados por duas prensas lavadoras em paralelo,um DDW e
uma prensa lavadora TRPE que descarrega polpa para entrada da deslignificação com Oxigênio com
um pré reator de retenção de 7 minutos e o reator principal com tempo de retenção que oscila entre 60
e 90 minutos e pressão entre 1.5 a 3.0 atm com temperatura entre 85 a 105°C,na qual temos na
sequência mais uma prensa lavadora após desliguinificação que descarrega polpa para entrada da torre
de estocagem de massa marrom, local onde é realizada a aplicação da dosagem de H2O2 a 20%, sendo
que na sequência temos um branqueamento composto por 04 estágios de processo,Dht(EP)DP, com
circuito de filtrado de lavagem contracorrente jump-stage.
Na unidade de Imperatriz, após a etapa de deslignificação a polpa é lavada em uma prensa TRPE e
estocada posteriormente na torre intermediária com pH entre 10 e 10.6 e temperatura de
aproximadamente 85 °C. Estas condições são favoráveis para promover reações de alveijamento com
aplicação de peróxido de hidrogênio.
Apesar do risco de reações de decomposição do peróxido poder afetar a degradação de carboidratos
neste ponto de aplicação, este (contratempo) risco é praticamente nulo na unidade Imperatriz, visto que
hoje aplicamos 0,5 kg/adt de Sulfato de Magnésio devido necessidade das características da nossa
polpa.
Para aplicação do peróxido nos estágios de branqueamento, Dence e Reeve (1996) aconselha que tenha
“alto teor de peróxido residual e baixa concentração de NaOH, suficiente para possibilitar a ação do
agente oxidante”. Ou seja, as condições na torre intermediária, mesmo não sendo em etapa de
branqueamento pode favorecer a aplicação deste químico.
Colodete at al (2015) cita que “radicais hidroxilas gerados pela decomposição do peróxido podem
degradar os carboidratos, porém eles reagem preferencialmente com a lignina”. Colodette ainda
menciona que “o maior objetivo ao se reforçar um estágio de extração com peróxido é aumentar a alvura
e a quantidade de lignina removida, o que permite a redução total de dióxido de cloro nos estágios de
dioxidação subsequente”.
Lachenal apud Morbeck (2013) diz que “o peróxido de hidrogênio pode atuar no branqueamento químico
de polpas de duas maneiras distintas. A primeira como agente de branqueamento verdadeiro, pois sua
ação se dá de forma específica e eficiente dos grupos carbonílicos. O ânion hidroperóxido pode destruir
muitos grupos cromóforos presentes na polpa, inclusive aqueles gerados em estágios prévios. A segunda
maneira de ação do peróxido é como agente de deslignificação. Em temperaturas acima de 80 °C, o
peróxido de hidrogênio começa a ter ação efetiva em polpas não branqueadas ou deslignificadas com
oxigênio”.
M.R.Medeiros; J.C.P. Araujo; L.G. Proença

Colodete at al (2015) menciona também que “no branqueamento ECF, o efeito combinado de
deslignificação e alvejamento proporcionado pelo peróxido permite reduzir o fator kappa do primeiro
estágio de dioxidação”.
Dence e Reeve (1996) afirma que o “carryover dissolvido de fragmentos orgânicos geralmente aumentam
o consumo de peróxido de hidrogênio”. Espera-se que o peróxido tenha acesso livre aos fragmentos
orgânicos dissolvidos no filtrado, mas seu acesso à lignina residual da polpa fica restrito.
As condições de processo da polpa após a etapa do pré branqueamento na unidade Imperatriz são
propicias para potencializar os ganhos com aplicação de peróxido, pois as condições de polpa após
lavagem na prensa 205 tem pH e temperatura adequadas para explorar as reações de oxidação da
lignina e aumento do alvejamento da polpa, bem como menor carryover quando comparado a entrada
do reator de deslignificação.
Outros ganhos possíveis com aplicação do peróxido nesta etapa do processo é a redução de formação
de grupos organos clorados no filtrado que será enviado para tratamento de efluente, bem como no
produto acabado enviado para nossos clientes.

1. MÉTODOS

Para avaliação dos ganhos após a aplicação de peróxido de hidrogênio na torre intermediária, foi
selecionado como período de referência de 01 a 21 de setembro de 2019, e para teste de 05 de outubro
a 05 de novembro de 2019, de forma a ter períodos com produção PP e EP em ambos cenários.
Os dados para acompanhamento foram retirados do PI com intervalo diário de 4 em 4 horas para
avaliação de kpi’s de processo. Foi considerado o tempo de retenção entre as subáreas da linha de
fibras.
Foram aplicados 1,0 kg/adt de peróxido de hidrogênio na torre intermediária.
Para avaliação do consumo específico e balanço financeiro dos químicos foi considerado o fechamento
do consumo especifico diário que são lançados no SAP.
Para avaliação de diferenças significativas entre os períodos avaliados foi adotado o teste de Tukey com
95% de confiança.

1.1 Escala Industrial

Antes de iniciar o teste, foi verificado com a confiabilidade se o material de revestimento do stand pipe e
da torre intermediária suportariam as reações químicas provenientes do peróxido na polpa.

Para realizar o teste, foi utilizado de uma pequena intervação (picagem) em um ponto da linha de
filtrado para diluição da descarga da prensa e na linha de peróxido diposta para dosagem nos estágios
EP e P da planta de branqueamento. Sistemática da aplicação disposta na figura 1 abaixo:
Dosagem de Peróxido de Hidrogênio em Torre de Estocagem de Massa Marrom para ganho de Alvura na entrada o
Branqueamento

Figura 1: Sistemática do local onde foi inserido o ponto de dosagem

Após a dosagem junto ao filtrado de diluição, o peróxido entra em contato no stand pipe TQ209 com a
polpa proveniente da descarga da prensa, no mesmo é feita a correção de consistência reduzindo de
aproximadamente 30 para 12% para então ser bombeado para torre intermediária, sistemática
demonstrada na figura 2.

Ponto da aplicação de peróxido

Figura 2: Ponto de dosagem de peróxido para teste

Iniciado o teste foi elevado o nível da torre, passando a trabalhar entre 65 a 70% do seu volume de
7000 m³ aumentando o tempo de retenção proporcionado melhor eficiencia de reação entre o peróxido
e a polpa.
M.R.Medeiros; J.C.P. Araujo; L.G. Proença

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Gráfico de Intervalos de Produção Branqueamento - Produto EP Gráfico de Intervalos de Produção Branqueamento - Produto PP
IC de 95% para a Média IC de 95% para a Média
4000 3980

3960

3900 3896,92 3940


3925,12
3920
adt/d

adt/d
3800 3900

3880
3872,12
3700 3688,46 3860

3840

3600 3820
Referencia Teste Referencia Teste
Período Período

Figura 3: Variação de produção entre campanhas EP e PP


Tivemos durante o teste algumas variações de produção como pode ser observado, um aumento de
produção na campanha EP, uma redução na campanha PP comparado ao periodo de referencia como
mostra a figura 3. Com o nivel da torre fixado em aproximadamente 65%, um aumento ou redução na
produção tem impacto direto no tempo de retenção porem não demonstrou impacto significativo nos
resultados obtidos.

Gráfico de Intervalos de Alvura da descarga do digestor Gráfico de Intervalos de Kappa entrada deslig
IC de 95% para a Média IC de 95% para a Média
37,4
18,50

37,2

37,0228 18,25 18,23


37,0
Número kappa

36,8
% ISO

18,00

36,6

36,4 17,75
17,65
36,2523
36,2
17,50
36,0
Referencia Teste Referencia Teste
Período Período

Figura 4: Intervalos de alvura e Kappa nas primeiras etapas do processo.


Como mostrado na Figura 4, tivemos uma menor alvura na descarga do digestor durante o período de
teste. Maior número kappa na entrada da deslignificação, dados se demonstraram significativamente
diferente durante o período de teste em relação a referência.

Gráfico de Intervalos de Viscosidade Digestor Gráfico de Intervalos de Viscosidade deslig


IC de 95% para a Média IC de 95% para a Média
1160 900

1150
1145,02 890,148
890
1140
dm³/kg

dm³/kg

1130
880

1120

1110,6 870
1110
865,469
1100
860
Referencia Teste
Período Referencia Teste
Período
Os desvios padrão individuais foram usados para calcular os intervalos.

Figura 5: Viscosidade da saida do digestor e deslignificação.


Dosagem de Peróxido de Hidrogênio em Torre de Estocagem de Massa Marrom para ganho de Alvura na entrada o
Branqueamento

Uma elevação da viscosidade na saída da deslignificação no período de teste, porém impactado pela
maior viscosidade da polpa na saída do digestor, visto na figura 5.
Não foi evidenciado que a aplicação de peróxido na torre intermediária está causando queda significativa
de viscosidade após a deslignificação.

Gráfico de Intervalos de Kappa saída deslig Gráfico de Intervalos de Kappa entrada branq
IC de 95% para a Média IC de 95% para a Média
11,5 11,1

11,4 11,3897

11,3 11,0
10,969

Número kappa
Número kappa

11,2

11,1 10,9

11,0

10,9 10,8 10,7933


10,8339
10,8

10,7 10,7
Referencia Teste Referencia Teste
Período Período

Figura 6: Resultado do numero kappa na saida da deslignificação e entrada do branqueamento.

Maior número kappa na saída da deslignificação e significativamente diferente durante o período de teste
em relação à referencia, porém, é influenciado pelo maior kappa na entrada da deslignificação.
Menor número kappa após a torre intermediária durante o período de teste, é possível afirmar que a
aplicação do peróxido na torre intermediária está promovendo uma redução de 0,5 unidade de número
kappa na entrada do branqueamento em relação ao período de referência, tais resultados vistos na figura
6.

Gráfico de Intervalos de Alvura saída deslig Gráfico de Intervalos de Alvura kormec


IC de 95% para a Média IC de 95% para a Média
63 65

62,5156
64,3599
62 64
Alvura kormec
% ISO

61 63

60 62

61,1098
59 59,0121 61

Referencia Teste Referencia Teste


Período Período

Figura 7: Resultado de alvura saida da deslignificação e equipamento kormec.

A figura 7 mostra um aumento de 3,0 pontos no valor da alvura na entrada do branqueamento (%ISO),
esta diferença é estatisticamente significativa para o processo.
M.R.Medeiros; J.C.P. Araujo; L.G. Proença

Gráfico de Intervalos de Coordenada b Gráfico de Intervalos de Tração


IC de 95% para a Média IC de 95% para a Média
5,0
76,0
4,9 4,89143

4,8 75,5509
75,5
b

4,7 4,70556

4,6
Coordenada

75,0

Nm/g
4,5

4,4 74,5
4,34437 74,2734
4,3 4,27926
74,0
4,2

4,1
Período Antes Teste Antes Teste Referencia Teste
Produto EP PP Período

Figura 8: Intervalo de Coordenada b e Tração.

Como mostra a figura 8 não houve aumento da coordenada “b” com a aplicação do peróxido na torre
intermediária. O índice de tração demostrou valor considerado similar.

Gráfico de Intervalos de Acido sulfurico total


IC de 95% para a Média
5,2

5,0
4,85942
4,8

4,6
kg/adt

4,4

4,2
4,13599

4,0

3,8

3,6
Referencia Teste

Figura9: Consumo total de acido em função da redução do dioxido de cloro.

Maior consumo total de ácido sulfúrico no estágio Dhot (figura 9), a elevação no consumo pode ser
explicada pela redução da dosagem de dióxido neste estágio elevando o ph do meio sendo necessario
adição de acido para correção do ph.

Gráfico de Intervalos de Soda total


IC de 95% para a Média
10,75

10,50

10,3415
10,25
kg/adt

10,00

9,84993
9,75

9,50

Referencia Teste

Figura10: Consumo médio de soda em função da redução do peróxido.

A figura 10 demonstra uma redução no consumo médio de soda no branqueamento influenciado pelo
menor consumo de peróxido nos estágios EP e P.
Dosagem de Peróxido de Hidrogênio em Torre de Estocagem de Massa Marrom para ganho de Alvura na entrada o
Branqueamento

Consumo de Peróxido por Estágio Gráfico de Intervalos de Peróxido total


IC de 95% para a Média IC de 95% para a Média
4,5 7,4
4,19952
4,0 3,893 7,2

3,5 7,0
6,89497
3,0 6,8
kg/adt

kg/adt
2,5
6,6 6,56463
2,20429
2,0
6,4

1,5 1,4894
6,2

1,0
Período Referencia Teste Referencia Teste 6,0
Referencia Teste
peroxido EP peroxido P

Figura11: Consumo de perixodo, entre estagios e EP e P e total da planta.

Em consequencia ao ganho de alvura na entrada do branqueamento foi possivel reduzir o consumo de


peróxido nos estágios EP e P (figura 11). Apesar da dosagem média de 1,1 kg/adt de peroxido na torre
intermediaria, o aumento efetivo deste quimico no processo foi de somente 0,35 kg/adt. Um aumento de
(5,2%) no consumo total de peroxido da planta.

Connsumo total de Dióxido


IC de 95% para a Média

9,0

8,5 8,51297
kg/adt

8,0

7,64209
7,5

7,0
Referencia Teste

Figura12: Consumo total de Dióxido.

Com base na figura 12 fica notorio observar uma redução no consumo total de dióxido de cloro (-10%) e
significativamente diferente, tanto em campanha de produto EP quanto PP.
Foram realizados alguns testes com aumento da dosagem de peróxido na torre intermediária figura 13.
M.R.Medeiros; J.C.P. Araujo; L.G. Proença

Gráfico de Intervalos de Alvura kormec Gráfico de Intervalos de Número Kappa entrada do branqueamento
IC de 95% para a Média IC de 95% para a Média
68,50 11,1

68,25 11,0

Alvura kormec

Número kappa
10,9
68,0353
68,00
10,8425
10,8118
10,8

67,75
67,6781 10,7

67,50
10,6

1,1 kg/adt 1,5 kg/adt 1,1 kg/adt 1,5 kg/adt


Período Período

Figura13: Valores de alvura kormec e entrada do branqueamento alterando carga de peroxido.

A alvura na entrada do branqueamento com aplicação de 1,1 ou 1,5 kg/adt de peróxido na torre
intermediária é estatisticamente igual, assim como o numero kappa na entrada do branquemamento após
a elevação na carga se domonstrou similar ao valor anterior utilzando de uma carga menor de peroxido.

Gráfico de Intervalos de Dióxido Dhot Gráfico de Intervalos de Peróxido total


IC de 95% para a Média IC de 95% para a Média
5,05

5,10
5,00

5,05
4,95
5,01872 4,92883
kg/adt

kg/adt

5,00 4,90
4,89015

4,85
4,95

4,80
4,90 4,90165

4,75
1,1 kg/adt 1,5 kg/adt 1,1 kg/adt 1,5 kg/adt

Período Período

Figura14: Consumo total de Dióxido mediante alteração na carga de peróxido.

A figura 14 demostra que o consumo de dióxido é menor e significativamente diferente quando houve
aumento da carga de peróxido de 1,0 para 1,5 kg/adt, no entanto, a redução de dióxido não viabiliza o
aumento do custo com peróxido. Com base nos dados coletados não se torna viavel aumentar o consumo
de peroxido acima de 1,0 kg/adt.

4. CONCLUSÃO

A aplicação de peróxido na torre intermediária apresentou os seguintes resultados:


1. Redução do consumo específico de dióxido de cloro (-0,87 kg/adt).
2. Redução do consumo específico de soda no branqueamento (-0,49 kg/adt).
3. Maior consumo de ácido sulfúrico no branqueamento (+0,72 kg/adt).
4. Aumento no consumo total de peróxido de hidrogênio (+0,34 kg/adt).
5. Perda na geração de sesquisulfato com redução de dióxido de cloro, necessário repor sulfato
de sódio (+0,93 kg/adt).
Dosagem de Peróxido de Hidrogênio em Torre de Estocagem de Massa Marrom para ganho de Alvura na entrada o
Branqueamento

6. Redução de 0,5 unidade de número kappa na entrada do branqueamento em relação ao período


de referência.
7. Maior número kappa na descarga do digestor, contudo, sem impactar em maior consumo de
químicos no branqueamento.
8. Não há necessidade de aumentar a carga de peróxido acima de 1,0 kg/adt na torre intermediária.
Mantendo os ganhos atuais o retorno financeiro projetado para o ano de 2020 é de R$ 3,4 MM.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Companhia Suzano Papel e Celulose S.A. por todo o suporte, incentivo e apoio para
realização deste artigo.

REFERÊNCIAS
1. Colodette, J. L.,Gomes, F. J. B. “Branqueamento de polpa celulósica,” UFV, Viçosa. (2015)
2. Gomes, F. J .B. “ O estado da arte do branqueamento de polpa celulósica dde eucalipto.” (2012)
3. Kuitunem, S., Alopaeus, V. “A model for Chlorine dioxide deslignification os chemical”, Journal of wood chemistry and
technology. (2010)
4. Mokfienski, A. “ Fundamentos de lavagem de polpa,” Universidade federal de Viçosa, Viçosa. (2003)
5. Sezgi, U. S., “The effect of D0-Stage temperature, Ph and kappa factor on chlorine dioxide decomposition and D-(Ep)-
D Bleaching Performance for Eucalypt pulp,” 7th International Colloquium on Eucalyptus Pulp, Espírito santo. (2015)
6. Tendência consultoria integrada,”Inteligência de mercado – Cenários para preços de insumos,” RISI, projeções
tendências. (2018)
7. Tenkanen, M. E. A.,” Determination of hexenuronic acid in softwood kraft pulps by three different methods,” Journal
Pulp and Paper Science.,vol 25, num 9, pp. 306-311. (1999)
8. Ventorim, G., Colodette, J. L., “Investigação cinética das reações químicas dos ácidos hexenurônicos e da lignina na
polpa Kraft de eucalipto com dióxido de cloro, ácido sulfúrico e ozônio,” Universidade Estadual de São Paulo,
Universidade Federal de Viçosa. (2004)

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