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Celulose Nipo-Brasileira – CENIBRA S/A. Brasil
RESUMO
Diante das demandas ambientais de coleta de gases sulfurados inerentes ao processo Kraft e incorporação desses
no circuito de recuperação química, alguns desafios se impõem. A queima dos chamados “gases não condensáveis”
(GNC) pode causar o aumento da sulfididade do licor de cozimento, que, por sua vez, provoca o aumento do
potencial de corrosão e de incrustação na caldeira e em equipamentos do processo. Para contornar isso, uma
alternativa é o descarte de parte das cinzas dos precipitadores eletrostáticos da caldeira, o que causa perda de
inorgânicos essenciais do circuito. Dessa forma, este trabalho propõe a utilização do sesquisulfato de sódio,
subproduto sulfurado da planta química, como regulador de pH no estágio D(HOT) do branqueamento, visando
desviá-lo do circuito de recuperação sem descarta-lo para o efluente. Para viabilizar a proposta, foi avaliado
qualitativa e quantitativamente o impacto deste químico em cada estágio do branqueamento e no produto final.
Foram analisados parâmetros típicos de controle do branqueamento como: alvura da polpa, alvura revertida,
viscosidade, número kappa, consumo de hidróxido de sódio, consumo de dióxido de cloro e teor de cinzas do
produto.
1. INTRODUÇÃO
A vida na terra está dividida em pré-história, antes do desenvolvimento da escrita, e história,
após a invenção dessa. Qualquer acontecimento, em qualquer época e em qualquer lugar,
encontrará sua posição nessa cisão do tempo. O homem inaugurou a história em torno de
6000 a.C., os primeiros registros foram feitos em pedra, madeira, placas de barro ou argila.
Desde então, a forma e a qualidade da escrita evoluíram muito e, em paralelo, os objetos
utilizados nessa progrediram também. Deixamos as pedras, passamos pelo papiro dos
egípcios e chegamos ao papel em 105 d.C., invenção chinesa (FRITOLI et al., 2016). Tudo isso
possibilitou aos textos se tornarem os grandes compilados de informações que são hoje.
Nos dias atuais, é difícil imaginar a vida sem o papel, pela gama de formas em que ele pode
ser encontrado no nosso dia a dia, como: embalagens, vestuário, higiene, mecânica, eletrônica,
química e até na confecção de novos materiais. A indústria de papel e celulose representa o
setor de base florestal mais expressivo do Brasil, com uma exportação de US$1,913 bilhões de
papel e US$6,355 bilhões de celulose, no ano de 2017 (IBÁ, 2018). O processo produtivo de
papel e celulose evoluiu exponencialmente nas últimas décadas, em relação às tecnologias
utilizadas, aos equipamentos empregados e ao atendimento das demandas ambientais. Para
isso, resíduos são recuperados e reutilizados, circuitos de água são fechados e poluentes
atmosféricos são tratados.
Os GNC’s são coletados e enviados para queima em unidades do processo em que a emissão
de poluentes seja controlada e limitada, como a caldeira de recuperação ou o forno de cal. O
Autor correspondente: Rhuan Duarte Carvalho. Belo Oriente, MG. Brasil. Fone: +55-21-979336599.
e-mail. rhuanrd@hotmail.com
2 CARVALHO, R. D.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A caldeira de recuperação foi inventada por volta de 1930 por G. H. Tomlinson e atualmente
está presente na maioria das fábricas de celulose com polpação Kraft. Em seu interior, existe
uma grande fornalha que, ao mesmo tempo em que faz a queima de licor preto concentrado e
gera o licor verde, também vaporiza água para geração de vapor. Devido a isso, ela é um
equipamento essencial para o balanço de custos do processo, pois além de ser a primeira
etapa para a recuperação do licor branco, o vapor gerado movimenta as turbinas e produz
energia elétrica para a fábrica (CRISTELLI, 2018).
O licor de cozimento Kraft é composto de dois compostos de sódio, o sulfeto de sódio (Na2S) e
o hidróxido de sódio (NaOH), eles oxidam a lignina, potencializando a solubilização dessa, e
individualizam as fibras. Em seguida, o licor branco é convertido em licor preto fraco, altamente
carregado de orgânicos e de outros dois compostos de sódio, o sulfato de sódio (Na2SO4) e o
carbonato de sódio (Na2CO3) (CARREIRO, 2009).
Após a remoção de água e concentração do licor preto fraco na planta de evaporação, o licor
preto forte é queimado na fornalha da caldeira. O calor de combustão da queima dos
compostos orgânicos presentes no licor é utilizado para reduzir o sulfato de sódio à sulfeto de
sódio e gerar vapor para a fábrica.
Os principais constituintes dos GNC’s são os compostos de baixo peso molecular e altamente
voláteis, como: metanol (CH3OH), etanol (C2H5OH), metil mercaptana (CH3SH), dimetil sulfeto
[(CH3)2S], dimetil dissulfeto [(CH3)2S2]; e o sulfeto de hidrogênio (H2S). (MOURA & FOELKEL et
al, 2000).
Para atender as deliberações estaduais e federais, as indústrias têm adequado as plantas para
canalizar os GNC’s para queima. Os principais pontos de coleta incluem o digestor, os tanques
de armazenamento de licor, o sistema de lavagem da polpa marrom e pré-branqueada, as
plantas de evaporação de licor preto e o processo de produção de metanol. O impacto do
aumento da sulfididade no processo kraft e nos equipamentos será discutido brevemente no
tópico seguinte.
As indústrias geralmente trabalham com sulfididade mais próxima do limite superior, de 35%,
isso ocorre para prover uma margem de segurança e evitar que a sulfididade caia muito em
algum ponto do cozimento, além de permitir maior uso de iniciadores químicos contendo
enxofre mais barato (STEIN, 2010).
Na CENIBRA a planta química é área da fábrica onde são produzidos o clorato de sódio e o
dióxido de cloro. A planta de dióxido de cloro pode funcionar pelas tecnologias SVP-LITE ou
SVP-SCW, as quais utilizam o metanol como agente redutor do clorato (AKZO NOBEL). Dessa
forma, o metanol, o clorato de sódio e o ácido sulfúrico, são adicionados ao reator para formar
o dióxido de cloro, o ácido fórmico e o sesquisulfato de sódio. Esse último é parcialmente
reaproveitado para gerar ácido sulfúrico, que retorna ao reator, e o residual é neutralizado a
sulfato de sódio e enviado para evaporação.
Nos tópicos a seguir serão abordadas mais detalhadamente as etapas da produção de dióxido
de cloro e sesquisulfato de sódio.
Até o final da década de 1980, estava muito difundida nas indústrias de celulose a utilização do
gás cloro (Cl2) como agente oxidante no branqueamento. Entretanto, devido à alta toxicidade
deste gás, o que eleva o potencial de dano causado por eventuais acidentes na fábrica e,
principalmente, por ele gerar subprodutos com cloro elementar, que acabavam contaminando o
efluente da fábrica (FREIRE, 2000), o mercado começou a exigir das indústrias de celulose
produtos certificados como ECF - Elemental Chlorine Free (Livre de cloro elementar) ou até
TCF – Totally Chlorine Free (Totalmente Livre de Cloro).
Assim como o gás cloro (Cl2), o dióxido de cloro (ClO2) também tem que ser produzido in situ, e
armazenado em tanques para utilização. Por possuir alta solubilidade em água, ele pode ser
Redução da sulfididade do licor de cozimento kraft com utilização do 5
sesquisulfato de sódio para regular o pH no estágio D(HOT) do branqueamento
estabilizado em solução aquosa inferior a 300 g/m3, concentração limite que pode torná-lo
explosivo (RIBEIRO et al, 2000).
(1)
O Gerador de Dióxido trabalha à vácuo com um absorvedor. Dessa forma o dióxido de cloro
gerado na reação é levado ao absorvedor para ser solubilização em água gelada (aprox. 5 °C)
e armazenamento em tanques de estocagem.
(2)
Devido à formação contínua de dióxido de cloro e a constante remoção deste do reator, o
equilíbrio da reação é deslocado no sentido de formação dos produtos, consonante com o
princípio de Le Chatelier (1884). Assim, o “sesqui” permanece sempre em alta concentração e
cristaliza dentro Gerador de Dióxido, ocupando cerca de 30% do volume deste. Para removê-lo
do Gerador, uma corrente líquida é retirada na linha de recirculação, antes do Evaporador, e
enviada a um filtro de vácuo denominado “Filtro de Sesqui”.
2.3 BRANQUEAMENTO
O processo de branqueamento de celulose pode ser definido como a etapa onde se realiza a
remoção de compostos cromóforos, possibilitando o ganho de alvura e buscando a
preservação das propriedades físicas das fibras (JARDIM & COLODETTE, 2015).
constituinte da madeira das folhosas como o eucalipto. Os HexA’s possuem uma ligação dupla
conjugada do tipo enol éter, isso faz deles os principais responsáveis pela reversão de alvura
na folha de celulose (EIRAS, 2002).
A remoção eficiente de HexA é por meio da hidrólise ácida, com a adição de ácido sulfúrico e
controlando o setpoint do pH em aproximadamente 3,5 na entrada do estágio. Os grupos ácido
carboxílico e enol éter dos HexA’s são rapidamente hidrolisados em meio ácido, convertendo-
os em derivados do furano, que são carreados nos equipamentos de lavagem devido a maior
solubilidade (COLODETTE & GOMES, 2015), conforme representado na Figura 1.
Figura 1: Hidrólise ácida dos grupos HexA ligados às xilanas. Fonte: (EIRAS, 2002)
adaptado pelo autor.
Os químicos utilizados no branqueamento são agentes oxidantes fortes, que reagem com os
constituintes cromóforos hidrofóbicos da polpa, adicionando grupos polares à estrutura destes
e deixando-os mais hidrofílicos. Alguns exemplos amplamente difundidos são: o cloro, dióxido
de cloro, peróxido de hidrogênio, hipoclorito, oxigênio, ozônio e alguns perácidos (JARDIM &
SANTOS, 2015). Para alcançar altos valores de alvura são necessários no mínimo três ou
quatro estágios, geralmente intercalados entre ácidos e alcalinos (COLODETTE & SANTOS,
2015).
A alvura é a medida da refletância da luz visível azul e o principal método utilizado para
quantifica-la é o ISO (ISO 2470:1999 – Paper, board and pulps – measurement of diffuse blue
reflectance fator). Este método utiliza uma escala absoluta que vai de 0% (superfície totalmente
preta) a 100% (superfície totalmente branca) e o valor de alvura desejado comercialmente é da
ordem de 90% ISO (GOMES & SANTOS et al, 2015).
3. METODOLOGIA
Foram feitos ensaios de branqueamento seguindo três condições. Na primeira, foi utilizada
carga de 100% ácido sulfúrico (Referência) no estágio D(HOT), segundo o que ocorria no
processo CENIBRA à época do estudo. Na segunda condição, foi utilizada carga de 100%
sesquisulfato de sódio, considerando a hipótese de substituição total. Na terceira condição, foi
Redução da sulfididade do licor de cozimento kraft com utilização do 7
sesquisulfato de sódio para regular o pH no estágio D(HOT) do branqueamento
utilizada carga de 50% ácido sulfúrico e 50% sesquisulfato de sódio, considerando a hipótese
de substituição parcial, conforme a Tabela 1.
Nos ensaios do estágio D(HOT) a dosagem de dióxido de cloro foi calculada a partir do fator
kappa pré-estabelecido (Tabela 1) e a dosagem de ácido sulfúrico foi definida visando atingir o
pH=3,0 ao término da reação, também pré-determinado.
Foram feitos três ensaios de D1, com dosagens variáveis de dióxido de cloro. As três amostras
produzidas foram submetidas ao estágio Pfinal, com cargas de peróxido e soda fixas e iguais,
visando traçar uma curva que correlacione “Carga de Dióxido” versus “Alvura”. Após
estabelecida a curva é possível interpolar e definir qual será a carga de dióxido de cloro que
produzirá a alvura estabelecida de 89% ISO.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados dos ensaios de laboratório estão apresentados nas tabelas a seguir,
considerando as três hipóteses abordadas na metodologia: Referência, substituição total e
substituição parcial.
A Tabela 2 contém os resultados para a dosagem de apenas ácido sulfúrico, essa é a condição
Referência do estudo. Na Tabela 3 estão os resultados para dosagem de 100% sesquisulfato,
essa condição representaria a substituição total do ácido sulfúrico pelo sesquisulfato de sódio.
Por fim, na Tabela 4 estão apresentados os resultados obtidos para dosagem de “50% sesqui e
50% ácido sulfúrico”, essa condição representaria a substituição parcial do ácido sulfúrico pelo
sesquisulfato de sódio.
Para maior confiabilidade dos resultados, todas as análises foram feitas em duplicata e
calculada a média dos valores obtidos. Para ensaios em duplicata, o desvio padrão, desde que
pequeno, acrescenta muito pouco a consolidação do resultado. Como esse foi o caso, ou seja,
baixo desvio em torno da média, abstive de apresentá-lo nos gráficos.
8 CARVALHO, R. D.
A seguir são listados em tópicos os resultados dos ensaios de branqueamento para cada um
dos parâmetros de controle do processo.
4.2 Viscosidade
A análise de DQO (Demanda Química de Oxigênio) do efluente foi feita reunindo todos os
efluentes de todos os estágios do branqueamento para as três amostras Referência, “50%
Sesqui” e “100% Sesqui”, segundo apresentado no Gráfico 3. Estes resultados estão em
conformidade com as análises de kappa e viscosidade, pois as amostras tratadas com “sesqui”
apresentaram menores kappa, viscosidade e maior DQO. Dessa forma, é possível inferir que
10 CARVALHO, R. D.
os produtos oxidados na polpa foram carreados no efluente, isso reflete a conformidade dos
ensaios e auxilia na validação dos resultados.
4.4 Alvura
Os resultados das análises de alvura evidenciaram que a utilização do “sesqui” não tem
impacto significativo neste parâmetro. O Gráfico 4 apresenta os resultados de alvura apenas
da amostra “A” (cargas de dióxido de 15 Kg/tSA no D1). É possível notar que as amostras
Referência, “50% Sesqui” e “100% Sesqui”, para uma mesma dosagem de dióxido, não
apresentaram variação considerável de alvura ao longo dos ensaios. Todas as amostras
atingiram a alvura final estabelecida, igual ou superior a 89% ISO, já na menor dosagem de
dióxido. Os demais resultados, para as cargas “B” e “C”, estão dispostos nas Tabelas 2, 3 e 4 e
também refletem a mesma tendência.
Para a análise de reversão de alvura, a amostra foi levada à estufa na temperatura de 105°C
por 18 horas. No Gráfico 5, estão apresentados os resultados de reversão para as três
condições: Referência, “50% Sesqui” e “100% Sesqui” e para as três dosagens de dióxido (15,
20 e 25 Kg/tSA). O ensaio de reversão de alvura só é foi feito para amostras do estágio Pfinal.
Redução da sulfididade do licor de cozimento kraft com utilização do 11
sesquisulfato de sódio para regular o pH no estágio D(HOT) do branqueamento
Para análise de teor de cinzas a amostra foi pré-aquecida no forno mufla por 30 min a 350°C e
posteriormente queimada à 550°C por 4 horas. Por fim, a amostra foi seca e resfriada no
dessecador por 1 hora.
As análises do teor de cinzas em cada estágio confirmaram que o teor de cinzas é afetado
significativamente pela utilização de sesquisulfato de sódio, esse resultado é justificado pelo
fato do “sesqui” ser um sal inorgânico à base de sódio. Para a amostra tratada com “100%
Sesqui”, o teor de cinzas no D(HOT) apresentou resultado aproximadamente duas vezes maior
que a Referência e valor intermediário para a amostra “50% Sesqui”.
Foram feitas análises nos estágios inicial, final e intermediário da rota de branqueamento, com
o intuito de acompanhar a eficiência de lavagem e remoção dos inorgânicos ao longo do
processo. Dessa forma, é possível observar no Gráfico 6, que as etapas de lavagem,
intermediárias aos estágios, são capazes de remover os inorgânicos com relativa eficácia, uma
vez que o teor de cinzas se iguala no estágio Pfinal para todas as amostras.
A preocupação com o teor de cinzas final da polpa se justifica, pois alguns mercados exigem
limitação próxima de 0,30%, para algumas utilizações específicas. Caso não atenda as
especificações o produto pode ser desqualificado para esse uso. Assim, existe a possibilidade
de retornar a dosagem de ácido sulfúrico no branqueamento para atender a essa produção
específica.
12 CARVALHO, R. D.
A dosagem de soda no (EP) é fixa e pré-determinada com objetivo de atingir no final do estágio
o pH= 10,8. No D1 a dosagem de soda varia com a carga de dióxido, objetivando pH=5,0 no
final do estágio, entretanto não varia com as condições de processo (Referência, “100%
Sesqui” e “50% Sesqui”), pois no gráfico estão apresentadas as amostras para a mesma carga
de dióxido. No Pfinal a carga de soda varia de acordo com a meta de pH=10,5 no fim do
estágio, dessa forma, ela não varia com a carga de dióxido, mas somente com as três
condições de processo. Assim, o Pfinal é o único estágio em que houve variação de consumo
de soda para a mesma carga de dióxido.
A diferença do total gasto de soda foi mínimo. Para a amostra “50% Sesqui” o consumo de
soda ficou acima ao dos demais, quando era esperado resultado intermediário. Isso pode
indicar que essa diferença decorre de variações pontuais de dosagem e não refletem uma
maior tendência de consumo de soda com o uso do “sesqui”, uma vez que o pH final dos
estágio foi o mesmo para todas as amostras.
Os resultados para consumo de dióxido demonstraram que para uma mesma carga aplicada,
uma mesma alvura final da polpa foi atingida ou muito próxima, conforme pode ser observado
no Gráfico 8. Esse resultado é muito importante, pois o dióxido é o químico mais oneroso do
branqueamento, sendo o mais complexo para produção, armazenamento e utilização.
5. CONCLUSÕES
Com este trabalho foi possível apresentar os resultados laboratoriais de alguns efeitos da
aplicação do sesquisulfato de sódio para controle de pH no branqueamento, em alternativa à
utilização de ácido sulfúrico.
A partir da análise desses resultados e de seus impactos nos custos do processo, será possível
contrapor os benefícios propostos de reduzir a sulfididade do licor branco; eliminar o consumo
de hidróxido de sódio na planta química para neutralização de sesquisulfato de sódio; reduzir o
consumo de ácido sulfúrico no branqueamento; com ônus dessa utilização, como uma eventual
redução na viscosidade da polpa ou aumento do teor de cinzas no produto final.
14 CARVALHO, R. D.
Foram realizadas análises que permitiram concluir que uma mesma alvura final foi atingida,
para um mesmo consumo de dióxido. Além disso, a alvura se manteve estável, pois os
resultados de reversão de alvura também apresentaram equivalência.
Pela análise do número kappa ficou evidenciado que a deslignificação e a hidrólise de HexA
parecem ser mais eficazes em ambas amostras tratadas com “sesqui”. Os resultados
demonstraram maior redução de kappa quanto maior foi a utilização do “sesqui”. Na avaliação
do teor de cinzas foi observado um aumento considerável no estágio D(HOT), local onde é
dosado o “sesqui”, isso se deve a composição inorgânica desse sal. Entretanto as análises
feitas por estágio demonstraram que este teor é reduzido continuamente nas etapas de
lavagem até se igualar no estágio Pfinal.
Com esses resultados é possível inferir que os inorgânicos são eficientemente removidos em
simples etapas de lavagem, talvez pelo fato de sais de sódio apresentarem alta solubilidade em
água.
Por fim, o uso dos sesquisulfato de sódio para regular o pH no estágio D(HOT) do
branqueamento não implica em perdas significativas para o processo, nem para a qualidade do
produto acabado. Sendo viabilizado pelo controle menos oneroso da sulfididade do circuito de
recuperação, reduzindo os custos com a reposição da perda alcalina, do descarte de cizas e do
consumo de ácido sulfúrico no branqueamento.
Redução da sulfididade do licor de cozimento kraft com utilização do 15
sesquisulfato de sódio para regular o pH no estágio D(HOT) do branqueamento
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ABTCP 2019
52º ABTCP Congresso Internacional de Celulose e Papel
Outubro, 22-24. 2019, São Paulo Brasil. © 2019 ABTCP. Todos os direitos reservados.
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