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09/11/2022 18:25 UNINTER

DIREITO CIBERNÉTICO
AULA 2

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09/11/2022 18:25 UNINTER

Prof. Jailson de Souza Araújo

CONVERSA INICIAL

Esta aula pretende apresentar um breve histórico da evolução da internet no Brasil, além de

demonstrar conceitos introdutórios relacionados ao comércio eletrônico (e-commerce) e ao contrato

eletrônico (e-contract).

Analisaremos as peculiaridades dessas novas formas de negociação, que utilizam a tecnologia da

comunicação e informação como meio de viabilizar transações negociais pela internet, bem como a
expansão do comércio eletrônico no Brasil.

Finalmente, estudaremos os desafios jurídicos e as perspectivas para o futuro do comércio

eletrônico brasileiro.

TEMA 1 – BREVE HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DA INTERNET NO


BRASIL

A velocidade de crescimento da internet corresponde a um fenômeno mundialmente observado,

e suas possibilidades de uso, como o acesso rápido a informações e a possibilidade de negociar

virtualmente, viabilizando a prática do comércio eletrônico em larga escala, vêm quebrando


paradigmas e requisitando do direito a aplicação dos conceitos tradicionais e a adoção de novos

princípios para regular as relações que dela resultam.

No Brasil, a internet dá seus primeiros passos no ambiente acadêmico na década de 1980,

quando a necessidade de troca de informação entre pesquisadores motivava a realização de

parcerias entre universidades brasileiras e norte-americanas para viabilizar o rápido contato entre si

mediante o uso de novas formas de comunicação, notadamente o correio eletrônico (e-mail) e fóruns

de discussão on-line.

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Os gargalos tecnológicos para o uso da comunicação on-line nesse período decorriam da

inexistência de uma estrutura de tecnologia da comunicação e informação que permitisse a conexão

direta de dados entre as universidades brasileiras.

Em 1989, surge a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), vinculada ao Ministério da Ciência e

Tecnologia, com o objetivo de criar uma infraestrutura nacional de rede de internet de âmbito

acadêmico e disseminar o uso de redes no país.

Saiba mais

RNP – REDE NACIONAL DE ENSINO E PESQUISA. Nossa história. RNP, S.d. Disponível em: <

https://www.rnp.br/sobre/nossa-historia>. Acesso em: 1 nov. 2021.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Cnumad),

também chamada de ECO 92, realizada em junho de 1992 no Rio de Janeiro, contou com líderes de

178 países com o objetivo de propor uma agenda global para conciliar o desenvolvimento

socioeconômico com a utilização sustentável de recursos naturais.

Para sediar um evento tão importante, a ONU, organizadora do evento, impôs ao governo

brasileiro que disponibilizasse acesso à internet, já que os olhos do mundo estavam voltados ao

Brasil e era necessário facilitar a difusão das reuniões e debates. A ECO 92 se tornou o primeiro

evento com cobertura via internet no Brasil.

Em 1994, a Embratel oferece acesso à internet em caráter experimental, somente para 5.000

usuários previamente selecionados, com conexão internacional discada de 256 kbps.

Saiba mais

A seguir, um comunicado da Embratel, datado de 1994, ensinando como se conectar à

internet na época:

Figura 1 – Comunicado

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Fonte: Embratel, [S.d.].

Em 1995, a Portaria Interministerial n. 147/1995 (Brasil, 1995), assinada pelo Ministro das

Comunicações e pelo Ministro da Ciência e Tecnologia, cria o Comitê Gestor da Internet (CGI.br),

objetivando criar as regras para a distribuição e gestão dos números de Internet Protocol (IP), e

posteriormente, controlando inclusive os domínios de internet .br (CGI, [S.d.]). Nesse momento,

surgem os primeiros processos de acesso comercial à internet, que se torna um híbrido entre rede

acadêmica e comercial.

Em 1996, surgem os primeiros domínios de grandes empresas, além da primeira transmissão ao

vivo de música pela internet no Brasil: Gilberto Gil, em um show ao vivo via internet em 14 de

dezembro de 1996, canta a música “Pela Internet”, em parceria com a IBM. Trata-se da primeira

experiência de streaming no Brasil. Vale a pena ouvir!

Saiba mais

PELA INTERNET – Gilberto Gil lança ao vivo pela internet, com a IBM, em 14 de dezembro de

1996. Mauro Segura, 20 maio 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=EnCH4

1Wn6Vs>. Acesso em: 1 nov. 2021.

Em 1997, a Secretaria da Receita Federal (SRF) viabiliza a entrega do Imposto de renda via

internet. Para facilitar o cumprimento de obrigações tributárias acessórias, foi criado um programa

específico para transmissão de declarações, o Receitanet. O contribuinte podia preencher e entregar

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a declaração de ajuste anual do imposto de renda sem necessidade de dirigir-se a um banco

autorizado ou a uma unidade da SRF. Bastava baixar da internet os programas IRPF e Receitanet para

preencher e enviar a declaração sem sair de casa (SRF, [S.d.]).

Ainda em 1997, a Lei Geral de Telecomunicações (LGT), promulgada sob o n. 9.472 em 16 de

julho de 1997, autorizou a privatização da Embratel e das demais concessionárias do sistema

Telebrás, efetivada em 29 de julho de 1998, desmembrando a Telebrás em 3 operadoras de telefonia


fixa e 8 operadoras de telefonia celular (FGV, [S.d.]).

Em 1999, surge o Mercado Livre, atualmente o maior site de comércio eletrônico do Brasil

(Tudo..., [S.d.]).

Nos anos 2000, surgem os primeiros discadores gratuitos, como o ofertado pelo Internet Group

do Brasil Ltda (iG).

Começam a fazer sucesso comunicadores pessoais (MSN Messenger, Skype) e uma rede social

que fez muito sucesso no Brasil: o Orkut.

De acordo com a pesquisa do IBGE sobre acesso à internet e televisão e uso pessoal de telefone

celular (IBGE, 2017):

Quadro 1 – Dados da pesquisa do IBGE sobre o acesso à internet e à televisão e o uso pessoal de

telefone celular em 2017

Domicílios brasileiros em 2017:

• 74,9% de com acesso à internet;

• 93,2% de presença do celular;


• 181,1 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade. 69,8% acessaram a Internet pelo menos uma vez nos três meses

anteriores à pesquisa. 88,4% entre 20 a 24 anos.

Acesso à internet no Brasil em 2017

• 97,0% por meio de telefone celular;

• 56,6% por meio de microcomputador;


• 95,5% dos usuários da Internet enviaram ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-

mail;
• 83,8% conversou por chamada de voz ou vídeo.

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Acesso à internet no Brasil em 2017

• 0,6% de conexão discada;

• 82,9% de conexão de banda larga fixa;


• 78,3% de conexão da banda larga móvel.

Fonte: IBGE, 2017.

A ampla oferta de internet nos lares brasileiros bem como a expansão e popularização da

cobertura de internet banda larga móvel 4G estão proporcionando uma série de mudanças de

hábitos no consumidor brasileiro:

Queda no uso das ligações telefônicas tradicionais;


Ascensão dos comunicadores e das redes sociais;

Substituição das ligações faladas convencionais;


76,4% dos brasileiros assistem filmes, séries, vídeos ou programas via web;

Usuário no controle dos horários de exibição;


Disponibilidade, estabilidade e velocidade.

Esse fato também incentiva o consumo via internet, gerando a expansão do comércio eletrônico,

crescimento catalisado durante a pandemia de Covid-19, atingindo públicos que até então ainda não
haviam realizado compras ou contratações via internet, mas que, diante das recomendações das

autoridades de saúde durante a gestão da pandemia para evitar sair de casa, se adaptaram, adotando
o comércio eletrônico como alternativa em relação aos métodos tradicionais de consumo, tema que

será desenvolvido a seguir.

TEMA 2 – CONTRATO ELETRÔNICO E COMÉRCIO ELETRÔNICO NO


BRASIL

Constata-se o uso cada vez menor de contratos e documentos baseados em meio físico.

Contratos de papel, carimbos, autenticações por selo, assinaturas e rubricas muito em breve serão
vistos apenas em museus, eis que as novas modalidades contratuais se baseiam notadamente em

contratos eletrônicos, assinaturas digitais, smart contracts e blockchain, proporcionando segurança


jurídica aos envolvidos, minimizando a necessidade de despesas com recursos naturais, notadamente

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o uso de papel, reduzindo despesas com translado de documentos em diversas vias, cópias, com

assinaturas manuscritas e rubricas, carimbos e despesas cartoriais com autenticação de documentos.

A transição de um modelo de contrato baseado em suporte físico para contratos eletrônico

proporcionará o aumento da eficiência sob a perspectiva econômica, com a redução de custos de


transação e com o aumento da eficiência na gestão do tempo, na medida em que as etapas negociais

poderão ser realizadas em tempo real, sem sofrer os impactos logísticos inerentes à eventual
distância física das partes contratantes.

O Código Civil brasileiro não estabelece um conceito de contrato. Entretanto, impõe que sua

validade esteja condicionada a:

Presença de agente capaz (pessoa maior de 18 anos e com pleno discernimento);


Que o objeto negociado seja lícito, possível (viável de ser fornecido), determinado ou

determinável;
Que a contratação siga a forma determinada pela lei ou de maneira que não seja proibida pela

lei (Brasil, 2002).

Considerando que as contratações via tecnologia da informação e comunicação são feitas, como

regra, a distância, sem que as partes contratantes estejam fisicamente presentes, uma cautela
recomendável é a de, em se tratando de contratado envolvendo apenas pessoa física, se certificar de
que a outra parte seja qualificada para realizar o ato negocial, pois a validade jurídica do negócio

depende da capacidade jurídica tanto do vendedor quanto do comprador para realizar o ato
negocial.

Como regra geral, a capacidade civil plena surge aos 18 anos completos, tornando o jovem
habilitado à prática de todos os atos da vida civil, inclusive celebrar contratos e assumir obrigações

juridicamente relevantes, conforme a redação do art. 5º do Código Civil (Brasil, 2002).

O problema que interessa ao nosso estudo surge quando, atrás de um dispositivo conectado à
internet, há um jovem com menos de 18 anos, nativo digital, com um cartão de crédito nas mãos e

motivado a gastar sem anuência de seus pais ou responsáveis legais, situação que nem sempre se
torna aparente nas contratações via comércio eletrônico.

Caso os pais venham a se sentir prejudicados por conta da atuação não autorizada do filho (por

exemplo, a compra de um brinquedo caro ou de um produto inadequado à sua faixa etária), o

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negócio poderá ser anulado.

Saiba mais

Essa questão será mais bem detalhada em conteúdos posteriores, de forma prática,

apresentando também a regra geral e respectivas exceções.

De acordo com a moderna teoria contratual, é fundamental que em todas as etapas de uma
negociação (antes, durante e após a realização do contrato), ambas as partes ajam com boa-fé, não

utilizando cláusulas ambíguas ou contraditórias nos contratos e atuando sempre com lealdade e
transparência.

Portanto, para alcançar um resultado juridicamente protegido, a declaração de vontade deve

observar a forma estabelecida em lei, sempre que esta exigir forma especial. A forma do ato assume
essa importância porque serve sempre à documentação do ato, facilitando sua prova, dando-lhe

publicidade ou impedindo que a declaração de vontade se torne um ato jurídico viciado.

Saiba mais

De acordo com o Dicionário Jurídico da Academia Brasileira de Letras Jurídicas, ato jurídico

viciado é o defeito capaz de comprometer um negócio jurídico, acarretando-lhe nulidade se


resultante de erro, dolo, simulação, coação ou fraude.

É importante destacar que o ato jurídico deve obedecer a forma para se ter validade,

especialmente os atos negociais realizados por meios eletrônicos, devendo observar as exigências
quanto à forma e à documentação do ato negocial, podendo, evidentemente, valer-se de

modalidade igualmente eletrônica para dar formalizar a negociação, contanto que, conforme dito, os
requisitos para a validade do contrato estejam presentes: capacidade da parte contratante para

realizar o ato e a inequívoca manifestação de vontade dos contratantes para realizar a contratação.

Um exemplo típico de negócio que exige formalidades determinadas pela lei é a compra e a
venda de bem imóvel. Nesse caso, há que se cumprir rigorosamente as exigências descritas na

legislação, em especial, a Lei de Registros Públicos, realizando o registro do negócio (escritura de


compra e venda) perante o cartório de registro de imóveis competente.

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Obviamente, a validade do contrato depende da licitude de seu objeto, razão pela qual a

comercialização de produtos ou serviços ilícitos não receberá qualquer proteção jurídica, como é o
caso da compra e venda de remédios sem prescrição médica, ou produtos fruto de contrabando, via

internet.

Saiba mais

De acordo com o art. 344-A do Código Penal, considera-se contrabando a importação ou


exportação clandestina de mercadorias e bens de consumo, cuja comercialização é proibida ou

depende do devido registro, análise ou autorização de órgão público competente (drogas,


armas, por exemplo). A pena base para o crime de contrabando é reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco)

anos.

Dessa forma, para o comércio eletrônico tenha validade, deve prevalecer em todas as fases de
negociação a transparência e a clareza, comportamento que demonstra a boa-fé da parte

contratante.

Em primeiro lugar, é fundamental que ambas as partes tenham concordado com essa forma de

contratar, que tenham se identificado reciprocamente, inclusive quanto à questão da detenção de


poderes e autonomia para contratar, que haja vasta troca de informações, e ainda que tenha havido

uma confirmação recíproca entre os dados trocados (Carrascosa López et al., 1997, p. 27-46).

Quanto à aplicação da lei devida ao contrato, irá prevalecer a competência em razão do lugar,
pois o art. 435 do Código Civil brasileiro dispõe que o contrato será reputado celebrado no local em

que foi proposto.

Da mesma forma, a Lei de Introdução às Normas do Direito Drasileiro, ao dispor sobre


competência internacional, repete a mesma regra no seu art. 9º, parágrafo 2º.

Art. 9º. Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.

[...]

§ 2º. - A obrigação resultante do contrato resulta-se constituída no lugar em que residir o

proponente. (Brasil, 1942)

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Para ilustrar a questão, tomemos como exemplo uma oferta realizada em um site de leilão
virtual, por exemplo, o norte-americano Ebay[1].

O proponente seria o usuário que fizesse a oferta do bem a ser arrematado, aplicando-se,

portanto, a lei do domicílio do ofertante. Logo, se um brasileiro fizer uma compra no sítio de leilão
estrangeiro Ebay, a legislação aplicável será a brasileira.

Em outro exemplo, se um internauta comprar um livro no site de comércio eletrônico Amazon[2],

a lei aplicável será a norte-americana, pois o proponente é a empresa estrangeira.

Esse fato demanda a devida análise pelas partes contratantes, pois, a depender do local onde

estiverem domiciliadas, poderá surgir a legislação aplicável, viabilizando ou não, por exemplo, a
aplicação das normas protetivas do Código de Defesa do Consumidor, tema já estudado em outro

momento.

Por sua vez, o comércio eletrônico, comumente denominado e-commerce, de acordo com Bill

Gates (1999), corresponde à atividade comercial que acontece por processos digitais por meio de
uma rede.

As transações comerciais entre empresa-empresa são chamadas comumente de business to

business ou B2B, enquanto as transações comerciais entre empresa-consumidor são chamadas


comumente de business to consumer ou B2C.

Por meio do comércio eletrônico, são comercializados bens de natureza corpórea e incorpórea,

classificação esta realizada conforme a natureza da coisa ou do serviço ofertado, ou seja, se os


objetos em questão existem de maneira corpórea, física (objeto tangível, material) ou incorpórea,

como um serviço ou propriedade intelectual (informação digital, por exemplo).

Vamos examinar ambas as modalidades.

Os objetos de natureza corpórea não constituem novidade, pois trata-se da utilização do e-

commerce apenas como meio para oferecimento de bens materiais tradicionais, a exemplo do que já
acontecia há muitas décadas por outros meios de oferta ao consumidor, como catálogos de venda

postal ou telemarketing, para oferecer produtos convencionais, tais como cosméticos,


eletrodomésticos, livros, CDs, entre outros. Ou seja, é a utilização da internet como um novo meio de

comunicação e acesso ao cliente.

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Tratando-se de objetos classificados como incorpóreos, de natureza digital, onde inexiste o

suporte material como conhecemos tradicionalmente em forma de átomos e moléculas, mas sim de
bits e bytes, tais como bens digitais, por exemplo, a compra da licença de uso de software, adquirido
por meio de download de aplicativo de celular por um dos contratantes, ou a possibilidade de se

adquirir um livro eletrônico (e-book Kindle, da Amazon, por exemplo), em que o comprador faz um
download e adquire somente a mensagem de determinada obra literária, sem estar acompanhada do

suporte material (papel), comum nos livros convencionais, ou numa hipótese mais corriqueira, o
direito de ouvir música ou filmes licenciados, por meio de aplicativos de streaming tais como o

Spotify, Netflix ou Amazon Vídeo.

Essa nova modalidade demanda proteção tecnológica de dados para autenticação de

documentos, assinaturas, certificações e pagamentos digitais, e de proteção jurídica, para assegurar


inclusive a privacidade e a proteção de dados pessoais, tema que será objeto de estudo de aulas

futuras.

É fato que o comércio eletrônico tem sido uma modalidade negocial com muito mais vantagens

do que riscos ou desvantagens, especialmente sob a perspectiva do consumidor, razão pela qual se
percebe estatisticamente a expansão do comércio eletrônico no Brasil, tema que será abordado a

seguir.

TEMA 3 – EXPANSÃO DO COMÉRCIO ELETRÔNICO NO BRASIL

O comércio eletrônico no Brasil tem apresentado forte crescimento, conforme constata o

relatório Webshoppers, produzido pela Ebit|Nielsen, referente aos resultados do comércio eletrônico
brasileiro no primeiro semestre de 2018:

• Faturou R$23,6 bilhões. Alta de 12,1%

• 54,4 milhões de pedidos. Alta de 8%

• Tíquete médio de R$433. Aumento de 3,8%

• 32% dos pedidos por smartphones ou tablets. Aumento de 41%

• Faixa etária média: 43 anos. (Soprana, 2018)

O segmento de marketplace (espaços virtuais que concentram diversas empresas, tais como

mercado Livre, OLX, Enjoei, dentre outras) de produtos novos e usados registrou um crescimento
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nominal de 62,4% na comparação com 2016, movimentando R$ 47,7 bilhões.

De acordo com a pesquisa, em 2017, o volume financeiro foi de R$ 112,19 bilhões, com taxa de

crescimento desse mercado foi de 19,9%.

Ainda segundo a pesquisa, o segundo setor que mais cresceu foi o turismo on-line, com
crescimento de 17,8% (Soprana, 2018).

A mais nova tendência do comércio eletrônico no Brasil é o omnichannel, ou seja,


comercialização multicanal, modalidade que dá ampla liberdade ao consumidor para contratar via

canal digital, usando, por exemplo, aplicativo de celular e retirando o produto da loja mais próxima

em pouco tempo, normalmente de 30 minutos até poucas horas.

Essa modalidade tem sido muito utilizada por redes farmacêuticas, supermercados e varejo de

eletroeletrônicos, permitindo uma substancial redução de tempo nas etapas entre a solicitação e a
efetiva entrega, ponto sensível do comércio, pois que a demora para o frete pode ser considerada

uma fragilidade ou fator de desestímulo para adoção da modalidade de contratação virtual.

Pode-se considerar que o crescimento do comércio eletrônico no Brasil decorre de incentivos,

como:

Comodidade;

Economia de tempo;
Oferta virtual ilimitada (showroom virtual).

O amplo acesso do consumidor a smartphones viabiliza a facilidade de conexão com internet


móvel e a realização de pesquisas em comparadores como Zoom, JáCotei, Buscapé, dentre outros, de

maneira rápida, fácil e gratuita, informando o histórico de preços e sinalizando onde está a melhor

oferta atualmente, o valor do frete e o prazo estimado para entrega.

Além disso, diferente do que ocorre nas contratações presenciais convencionais, as compras

realizadas virtualmente fazem jus ao benefício do direito ao arrependimento, previsto no art. 49 do


Código de Defesa do Consumidor:

Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou

do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de


produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou em

domicílio. (Brasil, 1990)


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Essa possibilidade viabiliza um prazo para reflexão, pois que, por melhor que tenha sido a

divulgação do produto na oferta virtual, somente por meio de seu efetivo uso o consumidor terá
condições de se certificar se o produto ou serviço, de fato, atende às suas necessidades e

expectativas.

A regulamentação jurídica para o exercício do direito de arrependimento está disposta no art. 5º

do Decreto n. 7.962, de 15 de março de 2013:

Art. 5º O fornecedor deve informar, de forma clara e ostensiva, os meios adequados e eficazes para

o exercício do direito de arrependimento pelo consumidor.

§ 1º O consumidor poderá exercer seu direito de arrependimento pela mesma ferramenta utilizada

para a contratação, sem prejuízo de outros meios disponibilizados.

§ 2º O exercício do direito de arrependimento implica a rescisão dos contratos acessórios, sem

qualquer ônus para o consumidor.

§ 3º O exercício do direito de arrependimento será comunicado imediatamente pelo fornecedor à

instituição financeira ou à administradora do cartão de crédito ou similar, para que:

I - a transação não seja lançada na fatura do consumidor; ou

II - seja efetivado o estorno do valor, caso o lançamento na fatura já tenha sido realizado.

§ 4º O fornecedor deve enviar ao consumidor confirmação imediata do recebimento da


manifestação de arrependimento. (Brasil, 2013)

De acordo com referido decreto (Brasil, 2013), as informações disponibilizadas pelo fornecedor

obrigatoriamente devem conter trazer orientações de maneira clara e transparente sobre:

Preço separado de despesas extras ou acessórios, tais como seguros, fretes e garantias

estendidas;

Eventuais condições que restrinjam a oferta;


Restrições referentes à disponibilidade;

Modalidades de pagamentos e eventuais encargos financeiros (desconto à vista ou acréscimo

de juros em caso de venda parcelada, por exemplo);

Descrição detalhada do contrato, antes da contratação;


Possibilidade de cancelamento da compra;

Confirmação imediata da contratação;

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Adoção de mecanismos de segurança para pagamento para o tratamento de dados do

consumidor.

O dever legal de informação na oferta está disposto no art. 31 do Código de Defesa do

Consumidor:

Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas,

claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades,


quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem

como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. (Brasil, 1990)

A interpretação das referidas informações deve se dar minimamente sob a perspectiva do


conceito do homem médio, ficção jurídica que corresponde ao comportamento e ao conhecimento

que se espera encontrar na maioria das pessoas. Nem a pessoa analfabeta, tampouco a pessoa

letrada. Em outras palavras, o cidadão comum, diligente e cumpridor de seus devedores.

Destacamos a importância do dever legal de informação devido ao fato das peculiaridades do

comércio eletrônico: manifestação de vontade baseada em imagens e descrições, risco de não ter
expectativas atendidas. A típica situação em que o cidadão é induzido ao erro e leva “gato por lebre”.

Trata-se da preservação e da proteção da confiança do consumidor, pois a falta de confiança por

parte daqueles que relutam em aderir ao comércio eletrônico corresponde a barreira para

desenvolvimento do comércio eletrônico.

Nesse sentido, a observância do princípio da boa-fé, que corresponde a um dever de conduta

contratual, além da observância aos deveres secundários, laterais, anexos, tais quais os de informação

correta, esclarecimento, lealdade e assistência, entre outros, é imperativa.

Para evitar os transtornos e prejuízos inerentes ao exercício do direito ao arrependimento, o


fornecedor deve adotar as providências necessárias para que a oferta seja detalhada, minuciosa,

precisa, objetiva, e que o consumidor tenha condições de esclarecer dúvidas antes de contratar, a

respeito das características essenciais do produto ou serviço, inclusive suas limitações e riscos,

evitando que a contratação se torne uma experiência frustrada para o consumidor e um prejuízo para
o fornecedor. Abordaremos esse desafio no próximo tema.

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TEMA 4 – DESAFIOS JURÍDICOS DO COMÉRCIO ELETRÔNICO NO


BRASIL

Não se pode desconsiderar a mudança do perfil do consumidor, com acesso cada vez maior às

informações relevantes do que pretende consumir, pesquisando ativamente em canais de

influenciadores digitais e em redes sociais sobre os produtos e serviços desejados, bem como
investigando o perfil e histórico do fornecedor na internet, notadamente em sites que informam

sobre atendimento pós-venda, reclamações e a reputação comercial da empresa, tais como o

Reclame Aqui[3].

É fundamental mencionar que o crescimento do comércio eletrônico demanda o

aperfeiçoamento do mercado de consumo, uma vez que o fornecedor que pretende atuar nesse

segmento precisa não apenas observar rigorosamente os princípios que regem o Código de Defesa
do Consumidor (CDC), especialmente o art. 4 do CDC, que impõe o atendimento das necessidades

dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses

econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das

relações de consumo, mas também precisa proporcionar uma experiência positiva ao consumidor,
em todas as etapas negociais, viabilizando a fidelização do cliente, o que proporcionará à empresa

uma boa imagem perante o mercado consumidor.

Para que isso ocorra, é essencial que o fornecedor ofereça um eficiente serviço de atendimento

ao consumidor, com canais eficientes de comunicação que permitam identificar eventuais dúvidas,

problemas ou insatisfações e rapidamente resolvê-los, mantendo o cliente informado sobre as etapas


de atendimento.

Da mesma forma, é indispensável ofertar canais de atendimento para solução rápida de

problemas, como ouvidorias e sistemas de recebimento de reclamações, estes últimos

preferencialmente ofertados por atendentes.

Nesse sentido, o uso da tecnologia da informação e comunicação é sempre muito bem-vindo,

pois, se bem projetado e implementado, chatbots (algoritmos de autoatendimento virtual), menus

virtuais de atendimento, dentre outras estratégias, podem auxiliar na redução de custos e do tempo
de espera para o processamento de protocolos de atendimento e encaminhamento aos setores

responsáveis pela solução da demanda.

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Entretanto, considerando que essas tecnologias não são infalíveis, é de todo recomendável que
sempre haja supervisão humana nos serviços de autoatendimento virtual, especialmente para as

situações não previstas, em que a base de dados para soluções automatizada não seja ampla o

suficiente ou que o algoritmo não esteja suficientemente treinado para lidar com um espectro amplo
de demandas de clientes e consumidores.

Em todo atendimento automatizado, sempre deve existir um caminho direto para solicitar
atendimento pessoal, evitando que a frustração por não conseguir atendimento adequado perante o

fornecedor gere dano à credibilidade e a reputação do fornecedor, com impacto na fidelização do

cliente.

Esses serviços de atendimento devem ser disponibilizados gratuitamente ao consumidor, e os

canais de acesso (em especial números telefônicos, endereço, CNPJ e e-mails de contato) devem ser
divulgados inclusive no site do fornecedor.

Iniciado o atendimento ao consumidor, o fornecedor se certifica de que está sendo prestado de


maneira cordial, técnica, ágil e eficiente. Assim, evita que o problema se desdobre em novas

insatisfações, gerando danos à imagem da empresa em redes sociais, menções negativas em portais

de pesquisa e avaliação de empresas (Google, Facebook, Reclame Aqui). Evita também que a
informação seja registrada em portais vinculados a órgãos protetivos do consumidor, como o Procon

e o Portal Consumidor.gov.br, ou, em situações extremas, que se torne objeto de um processo

judicial, inclusive perante os Juizados Especiais Cíveis, comumente chamados pela população de

Juizados de Pequenas Causas, que dispensam advogado nas causas cujo valor não supera 20 salários
mínimos e em que não há custas processuais, conforme prevê os arts. 9 e 54 da Lei n. 9.099, de 26 de

setembro de 1995 (Lei dos Juizados Especiais) (Brasil, 1995).

Além do desafio de atender adequadamente o consumidor, à luz das diretrizes dispostas no

Código de Defesa do Consumidor, que também rege o comércio eletrônico, o fornecedor encontra

limitações e dificuldades logísticas para viabilizar sua operação comercial, precisando lidar com:

Problemas de infraestrutura e atrasos nos modais de transporte, notadamente o rodoviário;

Burocracia portuária e alfandegária;


Falta de padronização na triagem e rastreamento em postagens internacionais.

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Entretanto, não se pode afirmar que esses fatores correspondam a imprevistos no Brasil, pois são
inerentes à nossa realidade, razão pela qual eventuais atrasos devem ser previstos e considerados no

prazo de entrega prometido, sob pena de o fornecedor responder por prejuízos causados ao

consumidor ao não cumprir o prazo informado.

Nesse sentido, é preferível estabelecer um prazo limite, maior do que efetivamente seria

necessário em condições ideais, para que não se configure a inadimplência em virtude de atraso na

entrega, por conta de fatores infraestruturais ou burocráticos.

Os desafios atuais para o crescimento e consolidação do comércio eletrônico atualmente


envolvem desde aspectos comerciais, como alcançar o consumidor com perfil para o consumo do

produto que se pretende comercializar, e a conversão de oferta em venda, típica situação-problema

do “carrinho cheio, caixa vazio”.

Entretanto, é fundamental ressaltar que a busca pelo consumidor bem como as práticas

comerciais para realizar a venda devem respeitar as normas previstas no Código de Defesa do
Consumidor, que impõe o respeito à privacidade do consumidor e proíbe práticas comerciais

abusivas e a proteção contra a publicidade enganosa, métodos comerciais coercitivos ou desleais,

bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços,

conforme o art. 6 do CDC, que estabelece os direitos básicos do consumidor.

Feita a oferta (fase pré-contratual), o fornecer está obrigado a cumpri-la, exceto quando se tratar

de um erro grosseiro na divulgação do valor ou na descrição do produto, algo que não possa ser
exigido por uma pessoa sensata e de boa-fé. Por exemplo, aparelho televisor anunciado por R$ 20,00

em vez de R$ 2.000,00, por falha de digitação. O senso comum orienta que não há no mercado de

consumo aparelho televisor por esse preço. Entretanto, essa mesma regra coíbe que falsos anúncios
sejam chamarizes para o comércio eletrônico, com ofertas factíveis que nunca se concretizam. Nesse

caso, o consumidor tem o direito de exigir do fornecedor que a oferta seja cumprida nos termos do

art. 35 do CDC (Brasil, 1990).

Também recai sobre o fornecedor a responsabilidade inerente aos inevitáveis riscos decorrentes

de vulnerabilidades informáticas em todas as etapas negociais:

Roubo de informações de clientes (senhas, cartão de crédito e dados pessoais);

Clonagem de página (phishing);

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Ataque distribuído de negação de serviço (DDoS);

Furto de base dados de clientes, fornecedores e colaboradores;


Sequestro de dados via criptografia (ransomware).

Diante da ocorrência de qualquer modalidade de fraude ou ataque virtual que gere dano ao
consumidor, é dever exclusivo do fornecedor arcar integralmente com os prejuízos, adotando todas

as medidas necessárias para amenizar o transtorno ao consumidor, sob pena de, além de sofrer o

prejuízo inerente ao crime virtual, também ter de responder judicialmente por conta de danos
materiais e morais que eventualmente o consumidor prejudicado venha a sofrer.

Nesse sentido, há que se reconhecer que o CDC adota a vulnerabilidade do consumidor como
princípio, impondo ao fornecedor o dever de proteger o consumidor contra fraudes, adotando os

meios necessários para resguardar razoavelmente sua operação por meio das tecnologias antifraude

disponíveis no mercado, evitando a exposição do consumidor a danos que porventura venham a ser

causados por terceiros de má-fé.

Um dever recentemente imposto ao fornecedor diz respeito ao cumprimento das diretrizes da


Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), conforme prevê a Lei n. 13.709/2018, que será

objeto de um estudo mais aprofundado nas próximas aulas.

Uma dúvida corriqueira de consumidores diz respeito à aplicabilidade do CDC em relações de

consumo realizadas em sites e marketplaces estrangeiros (eBay, AlliExpress, dentre outros). Como

regra geral, não é possível demandar fornecedores sediados em países estrangeiros,


independentemente de serem empresas de comércio eletrônico ou marketplaces, pois a legislação a

ser aplicada será do país do ofertante, e não o país do consumidor, pois as normas protetivas do CDC

se aplicam apenas em território nacional, cabendo ao consumidor avaliar as vantagens e os riscos ao

negociar com empresas estrangeiras.

TEMA 5 – PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DO COMÉRCIO


ELETRÔNICO NO BRASIL

As perspectivas para o futuro do comércio eletrônico são bastante promissoras, pois o volume

de vendas tem crescido substancialmente nos últimos anos, notadamente durante o período de

pandemia, ocasião em diversas medidas tomadas pelas autoridades restringiu a circulação de

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pessoas, bem como determinou o fechamento do comércio tradicional, forçando uma migração

emergencial de diversas lojas que até então somente haviam comercializado produtos

presencialmente. Por sua vez, o consumidor também foi beneficiado pelo comércio eletrônico, eis
que teve acesso a produtos e serviços utilizando as facilidades do proporcionadas pelos aplicativos e

serviços de entrega.

Nota-se o crescimento da confiança dos consumidores e o aperfeiçoamento das práticas

comerciais e da logística que envolve o comércio eletrônico, com facilidade no rastreamento de

entregas e redução do prazo para o frete. Sem dúvida, essa evolução se deve, em grande parte, ao
desenvolvimento tecnológico em todas as etapas negociais, desde a prospecção de novos clientes,

da adequada divulgação comercial para perfis previamente selecionados, a intensiva utilização de

inteligência artificial para tratamento de dados e detecção de hábitos de consumo.

Para o futuro, espera-se a adoção de veículos autônomos e drones para entregas na modalidade

last mile, etapa logística que compreende a distância entre o centro de distribuição local e o destino
final da entrega, evitando avarias aos produtos em decorrência de manuseio inapropriado, furtos,

roubos, atrasos, reduzindo o tempo entre a realização do pedido e a entrega do produto e

melhorando a experiência do consumidor.

Entretanto, a adoção dessas tecnologias disruptivas ainda depende não apenas de

aperfeiçoamento tecnológico, mas também de regulamentação jurídica, no que tange ao uso de

espaço aéreo, em relação aos drones, às normas de trânsito, notadamente no Código Nacional de
Trânsito, e às diretrizes da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), estabelecendo critérios de

segurança para o uso adequado, principalmente sob a perspectiva da segurança, da saúde e do bem-

estar do cidadão.

FINALIZANDO

Nesta aula, analisamos em breves linhas a evolução da internet no Brasil, trazendo dados
relacionados ao perfil do usuário de internet atualmente.

Estudamos o contrato eletrônico e o comércio eletrônico no Brasil, suas características essenciais


e as principais diretrizes postas tanto pelo Código Civil quanto pelo Código de Defesa do

Consumidor, notadamente sobre os requisitos para a validade de um contrato e a importância de

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agir com boa-fé em todas as etapas negociais, não utilizando cláusulas ambíguas ou contraditórias e

agindo ambas as partes sempre com lealdade e transparência.

Observamos a forte expansão do comércio eletrônico no Brasil, especialmente durante a

pandemia de Covid-19, em virtude de seus benefícios, tanto para o fornecedor, que mesmo com as

portas fechadas de seu estabelecimento físico pode ofertar seus produtos por meio do comércio
eletrônico, quanto para o consumidor, que teve acesso a produtos e serviços via comércio eletrônico

utilizando as facilidades proporcionadas pelos aplicativos e serviços de entrega.

Mencionamos o direito ao arrependimento e sua regulamentação jurídica e o dever de prestar

informações claras, precisas e detalhadas.

Finalmente, destacamos a especial importância do reconhecimento da vulnerabilidade do

consumidor, razão pela qual sua proteção se torna necessária por meio da estrita observância as

diretrizes e princípios estabelecidos tanto no Código Civil quanto no Código de Defesa do


Consumidor, evitando que ele seja vítima de ações de marketing agressivo ou da violação de sua

privacidade. É comum haver ações de marketing agressivo ou que atribuam ao fornecedor sua

responsabilidade pelos vícios dos produtos e serviços ofertados, impedindo, portanto, que os direitos

do consumidor sejam diluídos frente à nova realidade trazida pelo substancial crescimento do
consumo via contratos eletrônicos e pelo comércio eletrônico.

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[1] Disponível em: <http://www.ebay.com>. Acesso em: 1 nov. 2021.

[2] Disponível em: <http://www.amazon.com>. Acesso em: 1 nov. 2021.

[3] Disponível em: <https://www.reclameaqui.com.br/>. Acesso em: 1 nov. 2021.

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