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DIREITO CIBERNÉTICO
AULA 2
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09/11/2022 18:25 UNINTER
CONVERSA INICIAL
Esta aula pretende apresentar um breve histórico da evolução da internet no Brasil, além de
eletrônico (e-contract).
comunicação e informação como meio de viabilizar transações negociais pela internet, bem como a
expansão do comércio eletrônico no Brasil.
eletrônico brasileiro.
parcerias entre universidades brasileiras e norte-americanas para viabilizar o rápido contato entre si
mediante o uso de novas formas de comunicação, notadamente o correio eletrônico (e-mail) e fóruns
de discussão on-line.
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Tecnologia, com o objetivo de criar uma infraestrutura nacional de rede de internet de âmbito
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RNP – REDE NACIONAL DE ENSINO E PESQUISA. Nossa história. RNP, S.d. Disponível em: <
também chamada de ECO 92, realizada em junho de 1992 no Rio de Janeiro, contou com líderes de
178 países com o objetivo de propor uma agenda global para conciliar o desenvolvimento
Para sediar um evento tão importante, a ONU, organizadora do evento, impôs ao governo
brasileiro que disponibilizasse acesso à internet, já que os olhos do mundo estavam voltados ao
Brasil e era necessário facilitar a difusão das reuniões e debates. A ECO 92 se tornou o primeiro
Em 1994, a Embratel oferece acesso à internet em caráter experimental, somente para 5.000
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internet na época:
Figura 1 – Comunicado
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Em 1995, a Portaria Interministerial n. 147/1995 (Brasil, 1995), assinada pelo Ministro das
Comunicações e pelo Ministro da Ciência e Tecnologia, cria o Comitê Gestor da Internet (CGI.br),
objetivando criar as regras para a distribuição e gestão dos números de Internet Protocol (IP), e
posteriormente, controlando inclusive os domínios de internet .br (CGI, [S.d.]). Nesse momento,
surgem os primeiros processos de acesso comercial à internet, que se torna um híbrido entre rede
acadêmica e comercial.
vivo de música pela internet no Brasil: Gilberto Gil, em um show ao vivo via internet em 14 de
dezembro de 1996, canta a música “Pela Internet”, em parceria com a IBM. Trata-se da primeira
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PELA INTERNET – Gilberto Gil lança ao vivo pela internet, com a IBM, em 14 de dezembro de
Em 1997, a Secretaria da Receita Federal (SRF) viabiliza a entrega do Imposto de renda via
internet. Para facilitar o cumprimento de obrigações tributárias acessórias, foi criado um programa
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autorizado ou a uma unidade da SRF. Bastava baixar da internet os programas IRPF e Receitanet para
Em 1999, surge o Mercado Livre, atualmente o maior site de comércio eletrônico do Brasil
(Tudo..., [S.d.]).
Nos anos 2000, surgem os primeiros discadores gratuitos, como o ofertado pelo Internet Group
Começam a fazer sucesso comunicadores pessoais (MSN Messenger, Skype) e uma rede social
De acordo com a pesquisa do IBGE sobre acesso à internet e televisão e uso pessoal de telefone
Quadro 1 – Dados da pesquisa do IBGE sobre o acesso à internet e à televisão e o uso pessoal de
mail;
• 83,8% conversou por chamada de voz ou vídeo.
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A ampla oferta de internet nos lares brasileiros bem como a expansão e popularização da
cobertura de internet banda larga móvel 4G estão proporcionando uma série de mudanças de
Esse fato também incentiva o consumo via internet, gerando a expansão do comércio eletrônico,
crescimento catalisado durante a pandemia de Covid-19, atingindo públicos que até então ainda não
haviam realizado compras ou contratações via internet, mas que, diante das recomendações das
autoridades de saúde durante a gestão da pandemia para evitar sair de casa, se adaptaram, adotando
o comércio eletrônico como alternativa em relação aos métodos tradicionais de consumo, tema que
Constata-se o uso cada vez menor de contratos e documentos baseados em meio físico.
Contratos de papel, carimbos, autenticações por selo, assinaturas e rubricas muito em breve serão
vistos apenas em museus, eis que as novas modalidades contratuais se baseiam notadamente em
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o uso de papel, reduzindo despesas com translado de documentos em diversas vias, cópias, com
poderão ser realizadas em tempo real, sem sofrer os impactos logísticos inerentes à eventual
distância física das partes contratantes.
O Código Civil brasileiro não estabelece um conceito de contrato. Entretanto, impõe que sua
determinável;
Que a contratação siga a forma determinada pela lei ou de maneira que não seja proibida pela
Considerando que as contratações via tecnologia da informação e comunicação são feitas, como
regra, a distância, sem que as partes contratantes estejam fisicamente presentes, uma cautela
recomendável é a de, em se tratando de contratado envolvendo apenas pessoa física, se certificar de
que a outra parte seja qualificada para realizar o ato negocial, pois a validade jurídica do negócio
depende da capacidade jurídica tanto do vendedor quanto do comprador para realizar o ato
negocial.
Como regra geral, a capacidade civil plena surge aos 18 anos completos, tornando o jovem
habilitado à prática de todos os atos da vida civil, inclusive celebrar contratos e assumir obrigações
O problema que interessa ao nosso estudo surge quando, atrás de um dispositivo conectado à
internet, há um jovem com menos de 18 anos, nativo digital, com um cartão de crédito nas mãos e
motivado a gastar sem anuência de seus pais ou responsáveis legais, situação que nem sempre se
torna aparente nas contratações via comércio eletrônico.
Caso os pais venham a se sentir prejudicados por conta da atuação não autorizada do filho (por
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Essa questão será mais bem detalhada em conteúdos posteriores, de forma prática,
De acordo com a moderna teoria contratual, é fundamental que em todas as etapas de uma
negociação (antes, durante e após a realização do contrato), ambas as partes ajam com boa-fé, não
utilizando cláusulas ambíguas ou contraditórias nos contratos e atuando sempre com lealdade e
transparência.
observar a forma estabelecida em lei, sempre que esta exigir forma especial. A forma do ato assume
essa importância porque serve sempre à documentação do ato, facilitando sua prova, dando-lhe
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De acordo com o Dicionário Jurídico da Academia Brasileira de Letras Jurídicas, ato jurídico
É importante destacar que o ato jurídico deve obedecer a forma para se ter validade,
especialmente os atos negociais realizados por meios eletrônicos, devendo observar as exigências
quanto à forma e à documentação do ato negocial, podendo, evidentemente, valer-se de
modalidade igualmente eletrônica para dar formalizar a negociação, contanto que, conforme dito, os
requisitos para a validade do contrato estejam presentes: capacidade da parte contratante para
realizar o ato e a inequívoca manifestação de vontade dos contratantes para realizar a contratação.
Um exemplo típico de negócio que exige formalidades determinadas pela lei é a compra e a
venda de bem imóvel. Nesse caso, há que se cumprir rigorosamente as exigências descritas na
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Obviamente, a validade do contrato depende da licitude de seu objeto, razão pela qual a
comercialização de produtos ou serviços ilícitos não receberá qualquer proteção jurídica, como é o
caso da compra e venda de remédios sem prescrição médica, ou produtos fruto de contrabando, via
internet.
Saiba mais
anos.
Dessa forma, para o comércio eletrônico tenha validade, deve prevalecer em todas as fases de
negociação a transparência e a clareza, comportamento que demonstra a boa-fé da parte
contratante.
Em primeiro lugar, é fundamental que ambas as partes tenham concordado com essa forma de
uma confirmação recíproca entre os dados trocados (Carrascosa López et al., 1997, p. 27-46).
Quanto à aplicação da lei devida ao contrato, irá prevalecer a competência em razão do lugar,
pois o art. 435 do Código Civil brasileiro dispõe que o contrato será reputado celebrado no local em
Art. 9º. Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.
[...]
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Para ilustrar a questão, tomemos como exemplo uma oferta realizada em um site de leilão
virtual, por exemplo, o norte-americano Ebay[1].
O proponente seria o usuário que fizesse a oferta do bem a ser arrematado, aplicando-se,
portanto, a lei do domicílio do ofertante. Logo, se um brasileiro fizer uma compra no sítio de leilão
estrangeiro Ebay, a legislação aplicável será a brasileira.
Esse fato demanda a devida análise pelas partes contratantes, pois, a depender do local onde
estiverem domiciliadas, poderá surgir a legislação aplicável, viabilizando ou não, por exemplo, a
aplicação das normas protetivas do Código de Defesa do Consumidor, tema já estudado em outro
momento.
Por sua vez, o comércio eletrônico, comumente denominado e-commerce, de acordo com Bill
Gates (1999), corresponde à atividade comercial que acontece por processos digitais por meio de
uma rede.
Por meio do comércio eletrônico, são comercializados bens de natureza corpórea e incorpórea,
commerce apenas como meio para oferecimento de bens materiais tradicionais, a exemplo do que já
acontecia há muitas décadas por outros meios de oferta ao consumidor, como catálogos de venda
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suporte material como conhecemos tradicionalmente em forma de átomos e moléculas, mas sim de
bits e bytes, tais como bens digitais, por exemplo, a compra da licença de uso de software, adquirido
por meio de download de aplicativo de celular por um dos contratantes, ou a possibilidade de se
adquirir um livro eletrônico (e-book Kindle, da Amazon, por exemplo), em que o comprador faz um
download e adquire somente a mensagem de determinada obra literária, sem estar acompanhada do
suporte material (papel), comum nos livros convencionais, ou numa hipótese mais corriqueira, o
direito de ouvir música ou filmes licenciados, por meio de aplicativos de streaming tais como o
futuras.
É fato que o comércio eletrônico tem sido uma modalidade negocial com muito mais vantagens
do que riscos ou desvantagens, especialmente sob a perspectiva do consumidor, razão pela qual se
percebe estatisticamente a expansão do comércio eletrônico no Brasil, tema que será abordado a
seguir.
relatório Webshoppers, produzido pela Ebit|Nielsen, referente aos resultados do comércio eletrônico
brasileiro no primeiro semestre de 2018:
O segmento de marketplace (espaços virtuais que concentram diversas empresas, tais como
mercado Livre, OLX, Enjoei, dentre outras) de produtos novos e usados registrou um crescimento
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De acordo com a pesquisa, em 2017, o volume financeiro foi de R$ 112,19 bilhões, com taxa de
Ainda segundo a pesquisa, o segundo setor que mais cresceu foi o turismo on-line, com
crescimento de 17,8% (Soprana, 2018).
canal digital, usando, por exemplo, aplicativo de celular e retirando o produto da loja mais próxima
Essa modalidade tem sido muito utilizada por redes farmacêuticas, supermercados e varejo de
eletroeletrônicos, permitindo uma substancial redução de tempo nas etapas entre a solicitação e a
efetiva entrega, ponto sensível do comércio, pois que a demora para o frete pode ser considerada
como:
Comodidade;
Economia de tempo;
Oferta virtual ilimitada (showroom virtual).
maneira rápida, fácil e gratuita, informando o histórico de preços e sinalizando onde está a melhor
Além disso, diferente do que ocorre nas contratações presenciais convencionais, as compras
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou
Essa possibilidade viabiliza um prazo para reflexão, pois que, por melhor que tenha sido a
divulgação do produto na oferta virtual, somente por meio de seu efetivo uso o consumidor terá
condições de se certificar se o produto ou serviço, de fato, atende às suas necessidades e
expectativas.
Art. 5º O fornecedor deve informar, de forma clara e ostensiva, os meios adequados e eficazes para
§ 1º O consumidor poderá exercer seu direito de arrependimento pela mesma ferramenta utilizada
II - seja efetivado o estorno do valor, caso o lançamento na fatura já tenha sido realizado.
De acordo com referido decreto (Brasil, 2013), as informações disponibilizadas pelo fornecedor
Preço separado de despesas extras ou acessórios, tais como seguros, fretes e garantias
estendidas;
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consumidor.
Consumidor:
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas,
como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. (Brasil, 1990)
que se espera encontrar na maioria das pessoas. Nem a pessoa analfabeta, tampouco a pessoa
comércio eletrônico: manifestação de vontade baseada em imagens e descrições, risco de não ter
expectativas atendidas. A típica situação em que o cidadão é induzido ao erro e leva “gato por lebre”.
parte daqueles que relutam em aderir ao comércio eletrônico corresponde a barreira para
contratual, além da observância aos deveres secundários, laterais, anexos, tais quais os de informação
precisa, objetiva, e que o consumidor tenha condições de esclarecer dúvidas antes de contratar, a
respeito das características essenciais do produto ou serviço, inclusive suas limitações e riscos,
evitando que a contratação se torne uma experiência frustrada para o consumidor e um prejuízo para
o fornecedor. Abordaremos esse desafio no próximo tema.
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Não se pode desconsiderar a mudança do perfil do consumidor, com acesso cada vez maior às
influenciadores digitais e em redes sociais sobre os produtos e serviços desejados, bem como
investigando o perfil e histórico do fornecedor na internet, notadamente em sites que informam
Reclame Aqui[3].
aperfeiçoamento do mercado de consumo, uma vez que o fornecedor que pretende atuar nesse
segmento precisa não apenas observar rigorosamente os princípios que regem o Código de Defesa
do Consumidor (CDC), especialmente o art. 4 do CDC, que impõe o atendimento das necessidades
dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses
econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das
relações de consumo, mas também precisa proporcionar uma experiência positiva ao consumidor,
em todas as etapas negociais, viabilizando a fidelização do cliente, o que proporcionará à empresa
Para que isso ocorra, é essencial que o fornecedor ofereça um eficiente serviço de atendimento
ao consumidor, com canais eficientes de comunicação que permitam identificar eventuais dúvidas,
virtuais de atendimento, dentre outras estratégias, podem auxiliar na redução de custos e do tempo
de espera para o processamento de protocolos de atendimento e encaminhamento aos setores
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Entretanto, considerando que essas tecnologias não são infalíveis, é de todo recomendável que
sempre haja supervisão humana nos serviços de autoatendimento virtual, especialmente para as
situações não previstas, em que a base de dados para soluções automatizada não seja ampla o
suficiente ou que o algoritmo não esteja suficientemente treinado para lidar com um espectro amplo
de demandas de clientes e consumidores.
Em todo atendimento automatizado, sempre deve existir um caminho direto para solicitar
atendimento pessoal, evitando que a frustração por não conseguir atendimento adequado perante o
cliente.
canais de acesso (em especial números telefônicos, endereço, CNPJ e e-mails de contato) devem ser
divulgados inclusive no site do fornecedor.
insatisfações, gerando danos à imagem da empresa em redes sociais, menções negativas em portais
de pesquisa e avaliação de empresas (Google, Facebook, Reclame Aqui). Evita também que a
informação seja registrada em portais vinculados a órgãos protetivos do consumidor, como o Procon
judicial, inclusive perante os Juizados Especiais Cíveis, comumente chamados pela população de
Juizados de Pequenas Causas, que dispensam advogado nas causas cujo valor não supera 20 salários
mínimos e em que não há custas processuais, conforme prevê os arts. 9 e 54 da Lei n. 9.099, de 26 de
Código de Defesa do Consumidor, que também rege o comércio eletrônico, o fornecedor encontra
limitações e dificuldades logísticas para viabilizar sua operação comercial, precisando lidar com:
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Entretanto, não se pode afirmar que esses fatores correspondam a imprevistos no Brasil, pois são
inerentes à nossa realidade, razão pela qual eventuais atrasos devem ser previstos e considerados no
prazo de entrega prometido, sob pena de o fornecedor responder por prejuízos causados ao
Nesse sentido, é preferível estabelecer um prazo limite, maior do que efetivamente seria
necessário em condições ideais, para que não se configure a inadimplência em virtude de atraso na
Entretanto, é fundamental ressaltar que a busca pelo consumidor bem como as práticas
comerciais para realizar a venda devem respeitar as normas previstas no Código de Defesa do
Consumidor, que impõe o respeito à privacidade do consumidor e proíbe práticas comerciais
bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços,
Feita a oferta (fase pré-contratual), o fornecer está obrigado a cumpri-la, exceto quando se tratar
de um erro grosseiro na divulgação do valor ou na descrição do produto, algo que não possa ser
exigido por uma pessoa sensata e de boa-fé. Por exemplo, aparelho televisor anunciado por R$ 20,00
em vez de R$ 2.000,00, por falha de digitação. O senso comum orienta que não há no mercado de
consumo aparelho televisor por esse preço. Entretanto, essa mesma regra coíbe que falsos anúncios
sejam chamarizes para o comércio eletrônico, com ofertas factíveis que nunca se concretizam. Nesse
caso, o consumidor tem o direito de exigir do fornecedor que a oferta seja cumprida nos termos do
Também recai sobre o fornecedor a responsabilidade inerente aos inevitáveis riscos decorrentes
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Diante da ocorrência de qualquer modalidade de fraude ou ataque virtual que gere dano ao
consumidor, é dever exclusivo do fornecedor arcar integralmente com os prejuízos, adotando todas
as medidas necessárias para amenizar o transtorno ao consumidor, sob pena de, além de sofrer o
prejuízo inerente ao crime virtual, também ter de responder judicialmente por conta de danos
materiais e morais que eventualmente o consumidor prejudicado venha a sofrer.
Nesse sentido, há que se reconhecer que o CDC adota a vulnerabilidade do consumidor como
princípio, impondo ao fornecedor o dever de proteger o consumidor contra fraudes, adotando os
meios necessários para resguardar razoavelmente sua operação por meio das tecnologias antifraude
disponíveis no mercado, evitando a exposição do consumidor a danos que porventura venham a ser
consumo realizadas em sites e marketplaces estrangeiros (eBay, AlliExpress, dentre outros). Como
ser aplicada será do país do ofertante, e não o país do consumidor, pois as normas protetivas do CDC
As perspectivas para o futuro do comércio eletrônico são bastante promissoras, pois o volume
de vendas tem crescido substancialmente nos últimos anos, notadamente durante o período de
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pessoas, bem como determinou o fechamento do comércio tradicional, forçando uma migração
emergencial de diversas lojas que até então somente haviam comercializado produtos
presencialmente. Por sua vez, o consumidor também foi beneficiado pelo comércio eletrônico, eis
que teve acesso a produtos e serviços utilizando as facilidades do proporcionadas pelos aplicativos e
serviços de entrega.
entregas e redução do prazo para o frete. Sem dúvida, essa evolução se deve, em grande parte, ao
desenvolvimento tecnológico em todas as etapas negociais, desde a prospecção de novos clientes,
Para o futuro, espera-se a adoção de veículos autônomos e drones para entregas na modalidade
last mile, etapa logística que compreende a distância entre o centro de distribuição local e o destino
final da entrega, evitando avarias aos produtos em decorrência de manuseio inapropriado, furtos,
espaço aéreo, em relação aos drones, às normas de trânsito, notadamente no Código Nacional de
Trânsito, e às diretrizes da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), estabelecendo critérios de
segurança para o uso adequado, principalmente sob a perspectiva da segurança, da saúde e do bem-
estar do cidadão.
FINALIZANDO
Nesta aula, analisamos em breves linhas a evolução da internet no Brasil, trazendo dados
relacionados ao perfil do usuário de internet atualmente.
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agir com boa-fé em todas as etapas negociais, não utilizando cláusulas ambíguas ou contraditórias e
pandemia de Covid-19, em virtude de seus benefícios, tanto para o fornecedor, que mesmo com as
portas fechadas de seu estabelecimento físico pode ofertar seus produtos por meio do comércio
eletrônico, quanto para o consumidor, que teve acesso a produtos e serviços via comércio eletrônico
consumidor, razão pela qual sua proteção se torna necessária por meio da estrita observância as
privacidade. É comum haver ações de marketing agressivo ou que atribuam ao fornecedor sua
responsabilidade pelos vícios dos produtos e serviços ofertados, impedindo, portanto, que os direitos
do consumidor sejam diluídos frente à nova realidade trazida pelo substancial crescimento do
consumo via contratos eletrônicos e pelo comércio eletrônico.
REFERÊNCIAS
BRASIL. _____. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da
_____. Decreto-Lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
_____. Decreto n. 7.962, de 15 de março de 2013. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
_____. Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 12 set. 1990.
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_____. Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 27 set. 1995a.
_____. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília,
de 31 de maio de 1995. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 1 jun. 1995b.
<http://www.receita.fazenda.gov.br/historico/80anosir/Textos/1997/2.htm?InFrame=Out>. Acesso
CGI – Comité Gestor de Internet. História do CGI. CGI, S.d. Disponível em:
<https://cgi.br/historicos/>. Acesso em: 1 nov. 2021.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. PNAD Contínua TIC 2017, pesquisa
domiciliar do IBGE que investiga o acesso à Internet e à televisão, além da posse de telefone celular
para uso pessoal. Rio de Janeiro: IBGE, 2017. Disponível em: Acesso em: 1 nov. 2021.
RNP – REDE NACIONAL DE ENSINO E PESQUISA. Nossa história. RNP, S.d. Disponível em:
<https://www.rnp.br/sobre/nossa-historia>. Acesso em: 1 nov. 2021.
SOPRANA. P. Comércio eletrônico cresce 12% e fatura R$ 23,6 bilhões no primeiro semestre.
Folha de S. Paulo, 29 ago. 2018. Disponível em:
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/22
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<https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/08/comercio-eletronico-cresce-12-e-fatura-r-236-
TUDO o que você precisa saber sobre o Mercado Livre. Mercado Livre, S.d. Disponível em:
<https://www.mercadolivre.com.br/institucional/nos-comunicamos/noticia/tudo-sobre-o-mercado-
livre/>. Acesso em: 1 nov. 2021.
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