Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
m∗ (x + E) = m∗ (E)
onde xE = {x · a ; a ∈ E}
como queríamos.
2. Primeiro, note que se x = 0, entao xE = {0} e o resultado é óbvio, pois m∗ (xE) = m∗ ({0}) = 0, e por
outro lado, 0 · m∗ (E) = 0. O resultado também é evidente se x = 1 e x = −1, pois m∗ (1 · E) = m∗ (E),
e por outro lado, | ± 1|m∗ (E) = m∗ (E).
Assim, suponha primeiro que x ∈ R+ \ {1}. Como {Bn }n≥1 é uma família de intervalos que cobre E,
então {xBn }n≥1 é uma família de intervalos que cobre xE. Além disso,
∞
X ∞
X ∞
X ∞
X ∞
X
|xBn | = |(an x, bn x)| = (bn x − an x) = x |(an , bb )| = x |Bn |
n=1 n=1 n=1 n=1 n=1
E de forma análoga, se x ∈ R− \ {−1}, supondo sem perda de generalidade que bn > an > 0, temos
que:
X∞ ∞
X ∞
X ∞
X ∞
X
|xBn | = |(bn x, an x)| = (−an x + bn x) = x −|(an , bb )| = −x |Bn |
n=1 n=1 n=1 n=1 n=1
∗ ∗
Portanto, m (E) = |x|m (E), como queríamos.
1
■
f: R −→ R
x 7−→ m∗ (E ∩ (−∞, x])
prove que f é uniformemente contínua.
Solução 2. Observe primeiro que para quaisquer x, y ∈ R fixados, é possível obter a união disjunta:
(−∞, x] ∪ (x, y] = (−∞, y]. Observe ainda que, como m∗ (E) < ∞, então para quaisquer um dos três
tipos de intervalos acima, teremos que sua intersecção com E também terá medida exterior de Lebesgue
finita. Assim, temos a seguinte união disjunta:
= |x − y|
< ε
=⇒ |f (x) − f (y)| < ε, o que prova que f é uniformemente contínua, como queríamos.
■
|f (x) − f (y)| ≤ |x − y|
para todo x, y ∈ R.
Agora, fixe um subconjunto qualquer E ⊂ R e fixe um ε > 0. Pela definição [ de medida exterior de
Lebesgue aplicada em E, existe {Bn }n≥1 família de intervalos tais que E ⊂ Bn e que m∗ (E) + ε >
n≥1
X [ [
|Bn |. Isto nos permite concluir que f (E) ⊂ f Bn , e portanto f (E) ⊂ f (Bn ).
n≥1 n≥1 n≥1
2
Agora, vamos usar o que mostramos usando o Teorema do Valor Médio, para o caso particular do
conjunto E. Note que, por f ser diferenciável em todo ponto, então f também é contínua em todo
[a imagem de um intervalo Bn por f também será um intervalo. Assim, dados
ponto, o que implica que
x, y ∈ E, e como E ⊂ Bn , podemos supor sem perda de generalidade que x, y são os extremos do
n≥1
intervalo Bn , para algum n ∈ N fixo. Logo, vale o que provamos:
Como tomamos x, y como sendo os extremos de Bn , então obtemos que m∗ (f (Bn )) < m∗ (Bn ), e
usando tudo que já mostramos e as propriedades de medida, podemos concluir que:
X X [
m∗ (E) + ε > |Bn | > |f (Bn )| ≥ m∗ (f (Bn )) ≥ m∗ f (Bn ) ≥ m∗ (f (E))
n≥1 n≥1 n≥1
2. Vamos obter um exemplo de função f : R −→ R diferenciável, tal que |f ′ (x)| > 1 para algum x ∈ R e
m∗ (f (E)) > m∗ (E).
Considere:
f: R −→ R
x 7−→ x2
e seja E = (2, 4). Temos que f ′ (x) = 2x e f ′ (x) > 1, ∀x ∈ E. Note ainda que m∗ (f (E)) =
m∗ (f ((2, 4))) = m∗ ((4, 16)) = 12 > 2 = m∗ (E).
Exercício 4. Obtenha um exemplo de conjunto E ⊂ R para o qual m∗ (E) > sup{m∗ (U ) ; U ⊂ E , U aberto}.
Com isso, mostramos que o análogo literal da regularidade exterior para a regularidade interior é falso.
Solução 4. Primeiro, lembremos que R = Q ∪ (R \ Q) união disjunta. Além disso, como Q é enumerável,
então é mensurável a Lebesgue e m∗ (Q) = 0. Como m∗ (R) = ∞, segue-se pelas proriedades de medida que
m(R) = m∗ (Q) + m∗ (R \ Q) =⇒ m∗ (R \ Q) = ∞.
Agora, escolha E = R \ Q. Como E não contém nenhum intervalo, então int(E) = ∅. Logo, podemos
tomar o aberto U como sendo U = ∅, onde m∗ (U ) = 0. Portanto, segue que m∗ (E) > sup{m∗ (U ) ; U ⊂
E , U aberto}, como queríamos.
■
m∗ (U ∪ V ) = m∗ (U ) + m∗ (V )
.
[
Solução 5. Como U e V são abertos, então por um Lema que provamos em aula, temos que U = Bn e
n≥1
[
V = Cn , onde {Bn }n≥1 e {Cn }n≥1 são caixas quase disjuntas. Agora, por outro Lema também provado
n≥1
3
X X [ [
em aula, segue-se que m∗ (U ) = |Bn | e m∗ (V ) = |Cn |. Além disso, U ∪ V = Bn ∪ Cn .
n≥1 n≥1 n≥1 n≥1
Logo, segue-se que:
[ [
m∗ (U ∪ V ) = m∗ Bn ∪ Cn
n≥1 n≥1
[ [
= m∗ Bn + m∗ Cn
n≥1 n≥1
X X
= |Bn | + |Cn |
n≥1 n≥1
= m∗ (U ) + m∗ (V )
Portanto, m∗ (U ∪ V ) = m∗ (U ) + m∗ (V ), como queríamos.
■
1. Suponha por absurdo que dist(K, L) = inf{|x − y| ; x ∈ K, y ∈ L} = 0. Pela definição de ínfimo, dado
ε > 0, em particular para ε = 1/3n, n ∈ N, podemos obter xn ∈ K e yn ∈ L tais que dist(K, L)+1/3n >
|xn − yn |, ou seja |xn − yn | < 1/3n.
Como K e L são compactos, então existem subsequências convergentes xnk → x e ynk → y, com x ∈ K
e y ∈ L. Pela definição de convergência, existem N1 , N2 ∈ N tais que para todo nk > N1 e todo
nk > N2 , vale que |xnk − x| < 1/3n e |ynk − y| < 1/3n. Tomemos N = max{N1 , N2 }. Assim, dado
nk > N , vale que:
|x − y| = |x − y + xnk + ynk − xnk − ynk |
1 1 1
< + +
3n 3n 3n
1
=
n
Daí, temos então que 0 < |x − y| < 1/n. Assim, fazendo n → ∞, segue que x = y, o que é uma
contradição, pois K ∩ L = ∅. Portanto, dist(K, L) > 0.
dist(K, L)
2. Considere r = > 0. Para cada x ∈ K, defina B(x, r) e para cada y ∈ L, defina B(y, r) bolas
2 [
abertas centradas em x e y respectivamente e ambas com raio r. Agora, escolha U = B(x, r) e
x∈K
4
[
V = B(y, r). Como U e V são uniões arbitrárias de conjuntos abertos, então U e V são conjuntos
y∈L
abertos, e por construção, naturalmente temos que K ⊂ U , e L ⊂ V .
Agora, suponha que exista a ∈ U ∩ V , isto é, existem x ∈ K e y ∈ L tais que a ∈ B(x, r) e a ∈ B(y, r),
o que por definição implica que |x − a| < r e |y − a| < r. Mas,
3. Sabemos pela propriedade de medida, que m∗ (K ∪ L) ≤ m∗ (K) + m∗ (L). Para mostrar que vale a
igualdade, vamos mostrar que m∗ (K ∪ L) ≥ m∗ (K) + m∗ (L).
Fixe ε > 0. Pela regularidade da medida exterior, existe conjunto aberto X, tal que X ⊃ (K ∪ L) e
m∗ (K ∪ L) + ε > m∗ (X). Como K e L são conjuntos compactos tais que K ∩ L = ∅, então o item
anterior garante que exsistem abertos U e V disjuntos tais que K ⊂ U e L ⊂ V . Defina então os
conjuntos A = U ∩ X e B = V ∩ X, que também são disjuntos. Como a intersecção finita de abertos
também é um conjunto aberto, segue-se que A e B são abertos. Logo, o Exercício 5, garante a igualdade
para concluir que m∗ (K) + m∗ (L) ≤ m∗ (X). Mas como a regularidade da medida exterior garante que
m∗ (K ∪ L) + ε > m∗ (X), então conluímos finalmente: que
m∗ (K) + m∗ (L) ≤ m∗ (K ∪ L) + ε
m∗ (K ∪ L) = m∗ (K) + m∗ (L)
como queríamos.
Exercício 7. Seja E ⊂ Rd um conjunto arbitrário. Mostre que existe um conjunto Lebesgue mensurável
E ′ tal que E ⊂ E ′ e m∗ (E) = m∗ (E ′ ).
Solução 7. Fixe ε > 0. Pela regularidade da medida exterior, existe um conjunto aberto U tal que m∗ (E)+
ε > m∗ (U ) e E ⊂ U .
Tomemos E ′ = U . Como E ′ é conjunto aberto, então E ′ é Lebesgue mensurável, e além disso,
m∗ (E ′ ) − m∗ (E) < ε
Exercício 8. Seja E ⊂ Rd .
1. Prove que se E está "perto de um aberto"(i.e. ∀ε > 0, ∃U aberto tal que m∗ (U ∆E) < ε), então E é
Lebesgue mensurável.
5
2. Prove que se E está "perto de um fechado"(i.e. ∀ϵ > 0, ∃F fechado tal que F ⊂ E e m(E∆F ) < ε).
Então E é quase fechado (i.e. ∀ϵ > 0, ∃F fechado tal que F ⊂ E e m∗ (E \ F ) < ε).
Solução 8. Vamos mostrar cada item separadamente.
ε
1. Dado ε > 0, como E está perto de um conjunto aberto, então existe aberto U tal que m∗ (U ∆E) < ,
2
onde U ∆E = (U \ E) ∪ (E \ U ) por definição.
A regularidade da medida exterior de Lebesgue aplicada em E \ U , garante a existência de um conjunto
ε
aberto A tal que m∗ (E \ U ) + > m∗ (A). Tome B = U ∪ A. Temos daí que B ⊃ E e B é aberto, pois
2
é união de abertos. Assim, temos que:
m∗ (B \ E) = m∗ (B) − m∗ (E)
= m∗ (U ∪ A) − m∗ (E)
≤ m∗ (U ) + m∗ (A) − m∗ (E)
ε
< m∗ (U \ E) + m∗ (E \ U ) +
2
ε ε
< +
2 2
= ε
2. Dado ε > 0, como E está perto de um conjunto fechado, então existe um fechado F tal que m∗ (E∆F ) <
ε ε
. Pela regularidade da medida exterior, existe um conjunto aberto A tal que A ⊃ E∆F e m∗ (A) < .
2 2
Afirmamos que (Ac ∩ F ) ⊂ E. De fato, dado x ∈ (Ac ∩ F ), temos que x ∈ / A e x ∈ F . Mas como
A ⊃ E∆F , então x ∈ / E∆F . E como E∆F = (E ∪ F ) \ (E ∩ F ), então x ∈ E ∩ F , e portanto, x ∈ E,
donde (Ac ∩ F ) ⊂ E
Além disso, observe que:
E \ (Ac ∩ F ) = E ∩ (Ac ∩ F )c
= E ∩ (A ∪ F c )
= (E ∩ A) ∪ (E ∩ F c )
= (E ∩ A) ∪ (E \ F )
E como A é aberto, então Ac é fechado, o que implica que Ac ∩ F também é fechado, pois é intersecção
de dois conjuntos fechados.
Lembre que queremos provar que E está próximo de um conjunto fechado. A ideia aqui é mostrar que
E está próximo do fechado Ac ∩ F . De fato, considerando a observação acima, temos que:
m∗ (E \ (Ac ∩ F ) = m∗ ((E ∩ A) ∪ (E \ F )
≤ m∗ (E ∩ A) + m∗ (E \ F )
= m∗ (A) + m∗ (E∆F )
ε ε
< +
2 2
= ε
6
Isto é, m∗ (E \ (Ac ∩ F )) < ε, o que prova que E é quase fechado, como queríamos.
2. E está "perto de um compacto", i.e. para todo ε > 0 existe compacto K tal que m∗ (E∆K) < ε.
3. E está "perto de um conjunto mensurável e limitado", i.e. para todo ε > 0 existe conjunto S mensurável
e limitado tal que m∗ (E∆S) < ε.
4. E está "perto de um conjunto mensurável com medida finita", i.e. para todo ε > 0, existe conjunto S
mensurável tal que m∗ (S) < ∞ e m∗ (E∆S) < ε.
Solução 9. Vamos provar que (1) =⇒ (2), (2) =⇒ (3), (3) =⇒ (4) e (4) =⇒ (1).
(1) =⇒ (2): Dado ε > 0, pela regularidade interior, existe compacto K tal que K ⊂ E e m∗ (E) − ε <
m (K), isto é, m∗ (E) − m ∗ (K) < ε, o que é válido, pois por hipótese temos que m∗ (E) < ∞. Além disso,
∗
= m∗ (E \ K) + m∗ (K \ E)
= m∗ (E \ K)
< ε
m∗ (E) ≤ m∗ (E ∪ S)
= m∗ ((E∆S) ∪ (E ∩ S))
≤ m∗ (E∆S) + m∗ (E ∩ S)
≤ ε + m∗ (S)
< ∞