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ESBOÇO DE RESOLUÇÃO:
1. (1.5 vals.) Indique, se existirem, o conjunto dos majorantes, o conjunto dos mino-
rantes, bem como supremo, ı́nfimo, máximo e mı́nimo do conjunto das soluções de
x2 + bx < ax + ab,
onde a e b são parâmetros reais e positivos.
2. (1.5 + 0.5 + 0.5 vals.) Considere a sucessão de números reais (xn ), dada por
x2n + 3xn
x1 = 1, xn+1 = para cada n ∈ N.
5
(i) Prove que 0 < xn ≤ 1, para cada n ∈ N. (Sugestão: indução).
Com n = 1 temos
0 < xn = 1 ≤ 1.
Assumindo que existe k ∈ N tal que
0 < xk ≤ 1,
tem-se:
0 < xk ≤ 1 =⇒ 0 < xk 2 ≤ 1 e 0 < 3xk ≤ 3 =⇒ 0 < xk 2 + 3xk ≤ 1 + 3
xk 2 + 3xk 4
=⇒ 0< ≤ ≤ 1 ⇐⇒ 0 < xk+1 ≤ 1
5 5
o que termina a demonstração por indução de que
0 < xn ≤ 1 para cada n ∈ N.
1
(ii) Prove que (xn ) é decrescente.
Como xn > 0 para cada n ∈ N, então provar que é decrescente é o mesmo que
provar que xn+1 /xn > 1, para cada n ∈ N.
xn 2 + 3xn
xn+1 5 xn (xn + 3) xn + 3
= = =
xn xn 5xn 5
Entretanto, como 0 < xn ≤ 1, para cada n ∈ N, então
3 xn + 3 4
3 < xn + 3 ≤ 3 + 1 =⇒ < ≤ < 1,
5 5 5
portanto
xn+1
<1 para cada n ∈ N,
xn
ou seja (xn ) é (estritamente) decrescente.
Já vimos que (xn ) é limitada (cf. alı́nea (i), 0 < xn ≤ 1, para cada n ∈ N); já
vimos que (xn ) é monotona (cf. alı́nea (ii), (xn ) é decrescente). Então, (xn ) é
convergente. Calculemos então o seu limite l = lim xn :
xn 2 + 3xn l2 + 3l
l = lim xn+1 = lim =
5 5
=⇒ 0 = l2 + 3l − 5l = l2 − 2l = l(l − 2)
=⇒ l = 0 ou l = 2
Como 0 < xn ≤ 1, para cada n ∈ N, então
l = 0.
3. (0.5 vals.) Seja f uma função contı́nua num intervalo fechado e limitado [a, b], tal que
f ([a, b]) ⊂ [a, b]. Mostre que f tem um ponto fixo em [a, b].
2
O 2MAP45 começa aqui:
4. (1. do 2MAP45) (3+3 vals.) Considere a função f (t) = log t para cada t ∈ R+ .
Sejam x, y ∈ R+ , distinctos. Mostre que:
(i) Se x, y ∈ [1, +∞[ então | log(y) − log(x)| < |y − x|;
Aqui, [x, y] ⊂]0, 1], assumindo sem perda de generalidade que x < y. Assim,
1
0<x<c<y≤1 =⇒ 1< ,
c
donde
|f (y) − f (x)| 1
= >1 =⇒ |f (y) − f (x)| > |y − x|
|y − x| |c|
lim sin(ax)sin(bx)
x7→0
lim sin(ax)sin(bx) (= 00 )
x7→0
sin(bx) log sin(ax)sin(bx) sin(bx) log sin(ax)
lim sin(ax) = lim e = lim e =
x7→0 x7→0 x7→0
lim sin(bx) log sin(ax)
= ex7→0 = e0·∞
3
log sin(ax)
∞
sin(bx) log sin(ax) = −1 −→ ,
sin(bx) x7→0 ∞
′ a cos(ax)
log sin(ax) sin(ax) cos(ax) sin(bx) ax
−1 ′ = −2 =− sin(bx) −→
sin(bx) − sin(bx) b cos(bx) cos(bx) bx sin(ax) x7→0
1
−→ − · 1 · 1 · 0 = 0
x7→0 1
donde
lim sin(ax)sin(bx) = e0 = 1
x7→0
′
′′ (1 + x2 )(arctan x)2
f (x) = (−1)(−1) 2 =
(1 + x2 )(arctan x)2
1
2x(arctan x)2 + (1 + x2 )2 arctan x 1+x 2 x arctan x + 1
= 2 = 2 arctan x 2
(1 + x2 )(arctan x)2 (1 + x2 )(arctan x)2
e como x e arctan x têm o mesmo sinal, o sinal de f ′′ (x) é dado por arctan x e
portanto:
x > 0 =⇒ f ′′ (x) > 0 (concavidade para cima)
x < 0 =⇒ f ′′ (x) < 0 (concavidade para baixo)
4
(c) Indique as assı́mptotas de f . Será que f é par? Ímpar? Periódica?
1
lim±
= ±∞,
x7→0 arctan x
1
m± = lim =0
x7→±∞ x arctan x
1 1 2
b± = lim − m± x = lim =±
x7→±∞ arctan x x7→±∞ arctan x π
2
portanto y = π
(resp., y = − π2 ) é assı́mptota à direita (resp., à esquerda) de f .
1 1
f (−x) = =− = −f (x), para cada x ∈ R \ {0}.
arctan(−x) arctan x
7. (4.
( do 2MAP45) (2 vals.) Sejam a, b ∈ R com 0 < a < b. Seja f (x) =
19
x x∈Q
. Considere d, uma decomposição genérica do intervalo [a, b] e es-
0 x∈R\Q
creva as somas de Darboux inferiores e superiores de f , relativas a [a, b], sd (f ) e Sd (f ).
Calcule os respectivos integrais, inferior e superior, de f . O que pode concluir quanto
à integrabilidade de f sobre [a, b]?
n
X n
X
Sd (f ) = Mk (f )(xk − xk−1 ) = xk 19 · (xk − xk−1 )
k=1 k=1
Z b
f = sup{sd (f ) : d é decomposição de [a, b]} = sup{0} = 0.
a
5
Seja g(x) = x19 , para cada x ∈ [a, b]:
Z b
f = inf{Sd (f ) : d é decomp. de [a, b]} =
a
X n
19
= inf xk (xk − xk−1 ) : d é dec. de [a, b] =
k=1
n
X
= inf Mk (g)(xk − xk−1 ) : d é decomp. de [a, b] =
k=1
b b
b20 − a20
Z Z
= inf{Sd (g) : d é dec. de [a, b]} = g= g=
a a 20
Finalmente,
b b
b20 − a20
Z Z
f = 0 6= = f
a 20 a
Seja T o perı́do e a ∈ R:
f (a + T + h) − f (a + T ) f (a + h) − f (a)
f ′ (a + T ) = lim = lim = f ′ (a).
h7→0 h h7→0 h
Outra demonstração:
Já que f é periódica com perı́odo T , então, para cada x ∈ R:
f (x) = f (x + T ).
Esta igualdade também pode ser interpretada como uma igualdade entre funções
diferenciáveis (se uma é, a outra também é), donde:
d d
f (x) = f (x + T ) =⇒ f ′ (x) = f ′ (x + T )(x + T )′ = f ′ (x + T ).
dx dx
Note-se que usámos o Teorema da derivada da função composta:
f (x + T ) = f ◦ g(x) com g(x) = x + T donde
d d
f (x + T ) = f ◦ g(x) = f ′ (g(x))g ′(x) = f ′ (x + T ) · 1 = f ′ (x + T )
dx dx
6
Fim do 2MAP45.
x+2 x A B C2 C1
= = + + +
(x2 − 1)(x − 2) 2 (x + 1)(x − 1)(x − 2) 2 x + 1 x − 1 (x − 2) 2 x−2
com:
x+2 1
A= x=−1
=− ,
(x − 1)(x − 2)2 18
x+2 3
B= x=1
= , e
(x + 1)(x − 2)2 2
x+2 4
C2 = x=2
=
(x + 1)(x − 1) 3
e
x+2 1/18 3/2 4/3 C1
= − + + +
(x + 1)(x − 1)(x − 2)2 x=−2 x + 1 x − 1 (x − 2)2 x − 2 x=−2
1 1 1 C1 2 1 2 − 18 + 3 13
⇐⇒ 0 = − + − ⇐⇒ C1 = − 2 + = =−
18 2 12 4 9 3 9 9
donde:
x 1 1 3 1 4 1 13 1
P =− P + P + P − P =
(x2
− 1)(x − 2) 2 18 x + 1 2 x − 1 3 (x − 2) 2 9 x−2
1 3 4 1 13
= − log |x + 1| + log |x − 1| − − log |x − 2| + c
18 2 3x−2 9
7
√ √
4−x=2 1−x =⇒ 4 − x = 4(1 − x) =⇒ 3x = 0 =⇒ x=0
4 √ 1 √ 1 2
Z Z
4 1
(4 − x)1+1/2 0 + (1 − x)1+1/2
dx 4 − x − dx2 1 − x = − 0
0 0 1 + 1/2 1 + 1/2
2 4 16 4
= 43/2 − = − =4
3 3 3 3
Z x2 ′
dt tan t
0 tan(x2 ) · 2x 1 tan(x2 ) 1 1 sin(x2 ) 11 1
= = = −→ ·1=
(x4 )′ 4x 3 2 x 2 2
2 cos(x ) x2 x7→0 2 1 2
(a) Começamos por abordar a série dos módulos. Como vimos nas Teóricas, se a série
dos módulos converge então a série original também converge (e absolutamente).
+∞ +∞
X arctan(n37 + π) X | arctan(n37 + π)|
n+ 1 n
= n+ 1 n
.
n=1
3 200 n=1
3 200
n
| arctan(n37 + π)| π/2 π/2 π 1
1 n
≤ n ≤ n =
1 n
.
3n + 200 3 + 200 3 2 3
Tem-se n
π 1
2 3 π
n = ∈ ]0, +∞[
1 2
3
8
π 1 n 1 n
donde, pelo critério do limite, as séries
n de termos gerais 2 3
e 3
, têm a mesma
natureza. Como | 31 | < 1 então 13 é termo geral de série geométrica convergente,
n
donde π2 13 é termo geral de série convergente. Então pelo critério de majoração,
a série dos módulos indicada é convergente. Portanto, a série em estudo converge
absolutamente.
Assimptoticamente, n+1000n2 +1
comporta-se como nn2 = n1 que é termo geral de série diver-
gente (cf. p-séries, cf. Teóricas).
Como
n + 1000 n + 1000
2
n + 1 = n2 + 1 = n + 1000 n
2
=
1 + 1000/n 1
1 n n n2 + 1 1 1 + 1/n2
n 2
n
1+0 1
−→ = 1 ∈ ]0, +∞[
n7→+∞ 1 1+0
Então, pelo critério do limite, as séries de termos gerais n+1000
n2 +1
e n1 , têm a mesma
natureza, portanto, com base no que se disse atrás, a série de termo geral n+1000 n2 +1
diverge. Portanto, caso convirja, a série em estudo converge simplesmente.
A série em estudo é
+∞ +∞ +∞
X n + 1000 X
n−1 n + 1000
X n + 1000
(−1)n 2
= − (−1) 2
= − (−1)n−1 an com an = 2
n=1
n +1 n=1
n +1 n=1
n +1
Notamos que an > 0 para cada n ∈ N, já que n > 0, n2 > 0, 1000 > 0 e 1 > 0.
Portanto, pelo critério de Dirichlet, a série em estudo converge. Pelas observações feitas
atrás, a convergência é simples.
9
13. (0.5 vals.) Determine as 20 primeiras derivadas na origem da função:
(x6 + x3 ) log(1 + x5 )
+∞ +∞
6 3 5 |x|<1 6 3
X (−1)n 5 n+1 6 3
X (−1)n
(x + x ) log(1 + x ) = (x + x ) (x ) = (x + x ) x5n+5 =
n=0
n+1 n=0
n+1
+∞
X (−1)n 5n+8
= (x + x5n+11 )
n=0
n+1
(Note que não se pediu um desenvolvimento e, série de potências portanto não há a
preocupação de apresentar o desenvolvimento acima nalguma forma “standard”.)
(−1)0 5·0+8
(n = 0) (x + x5·0+11 ) = 1 · x8 + 1 · x11
0+1
(−1)1 5·1+8 1 1
(n = 1) (x + x5·1+11 ) = − x13 − x16
1+1 2 2
(−1)2 5·2+8 1 1
(n = 2) (x + x5·2+11 ) = x18 + x21
2+1 3 3
donde, as 20 primeiras derivadas de f (x) = (x6 + x3 ) log(1 + x5 ) na origem são nulas,
excepto as seguintes:
13! 16! 18!
f (8) (0) = 8! f (11) (0) = 11! f (13) (0) = − f (16) (0) = − f (18) (0) =
2 2 3
14. (0 vals.) Seja n ∈ N. Seja f : R −→ R tal que f (n) (x) = 0, para todo o x ∈ R.
Mostre que f é um polinómio. Qual é o maior grau que esse polinómio pode ter? E o
menor?
Tendo derivada de ordem n, então f tem derivada de todas as ordens 0 ≤ k ≤ n,
sobre R. Escrevamos, então, a fórmula de Taylor para f e para a = 0, com resto de
Lagrange:
f ′′ (0) 2 f ′′′ (0) 3 f (n−1) (0) n−1 f (n) (cx ) n
f (x) = f (0) + f ′ (0) · x + x + x +···+ x + x .
2 3! (n − 1)! n!
para cada x ∈ R e com cx entre 0 e x. Mas como, por hipótese, f (n) (x) = 0, para todo
o x ∈ R, então f (n) (cx ) = 0 e portanto a fórmula de Taylor para a = 0, de ordem n − 1
para esta função, reescreve-se:
f ′′(0) 2 f ′′′ (0) 3 f (n−1) (0) n−1
f (x) = f (0)+f ′(0)·x+ x + x +· · ·+ x +0 para cada x ∈ R.
2 3! (n − 1)!
portanto, f é um polinómio cujo grau máximo é n − 1 e o grau mı́nimo é 0 (caso em
que o polinómio é uma constante).
10
Suponha que n = 1, ou seja f ′ (x) = 0 para cada x ∈ R. Então, como aprendemos
quando estudámos primitivas,
f (x) = constante, para cada x ∈ R,
e a função constante é um caso particular de polinómio.
Hipótese de Indução: existe k ∈ N tal que, se f é uma função para qual se tem
f (k) (x) = 0 para cada x ∈ R,
então f é um polinómio.
Suponha agora que g, função real de variável real, é tal que
g (k+1) (x) = 0 para cada x ∈ R.
Então, para cada x ∈ R,
0 = g (k+1) (x) = (g ′ )(k) (x)
ou seja g ′ é um polinómio, por hipótese de indução. Como a primitiva de um polinómio
é um polinómio, a demonstração termina.
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