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1 Equações diferenciais
1.1 Equações diferenciais lineares
São equações do tipo
y 0 (x) + p(x)y(x) = q(x)
Z
Para resolver tal equação, basta multiplicar pelo fator integrante exp p(x) dx , já que:
d h R p(x) dx i R R
ye = y 0 e p(x) dx + yp(x)e p(x) dx
dx
Dessa maneira, segue que
R
Z R
− p(x) dx p(x) dx
y=e e q(x) dx + C
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1.4 Equações de Bernoulli
São equações da forma
y 0 + p(x)y = q(x)y n
Note que tal equação não é exata, porém ela se torna exata se tomarmos a mudança de variável u = y 1−n .
De fato, temos
du dy dy y n du
= (1 − n)y −n ⇒ =
dx dx dx 1 − n dx
Substituindo na equação dada, temos que:
y n du du
+ p(x) · y = q(x)y n ⇒ + (1 − n)p(x) · y 1−n = (1 − n)q(x)
1 − n dx dx
logo, chegamos na equação linear:
du
+ (1 − n)p(x)u = (1 − n)q(x)
dx
∂M ∂N
∂y − ∂x
µ0 (x) = µ
N
Se essa fração depender apenas de x, então será possı́vel encontrar um fator integrante dessa forma.
Caso contrário, deverá procurar outro fator integrante.
(b) Fator integrante do tipo µ = µ(y). É muito parecido com acima.
(c) Fator integrante do tipo µ = µ(xy). Ou seja,
∂ ∂ ∂M ∂N
(M µ) = (N µ) ⇒ xµ0 M + µ = yµ0 N + µ
∂y ∂x ∂y ∂x
ou ainda,
∂M ∂N
0 ∂y − ∂x
µ (xy) = µ(xy)
yN − xM
Se essa fração depender apenas de xy então poderemos encontrar o fator integrante desejado.
Observação: O procedimento para encontrar fator integrante adequado é tentativa e erro.
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1.7 Equação de Ricatti
São equações do tipo
dy
= p1 (x) + p2 (x)y + p3 (x)y 2
dx
Para resolver essa equação, devemos encontrar uma solução particular dela. Digamos, y1 (x). A outra
solução será obtida fazendo
1
y2 = y1 +
v
onde v = v(x). Veja que
2
dy1 1 dv 1 1
− 2 = p1 (x) + p2 y1 + + p3 y1 +
dx v dx v v
Desse modo, segue que:
dy1 1 dv 1 2y1 1
− 2 = p1 + p2 y1 + p3 y12 + p2 + p3 + 2
dx v dx v v v
dy1
como = p1 + p2 y1 + p3 y12 , a equação acima pode ser simplificada por:
dx
dv
+ (p2 + 2y1 p3 )v = −p3
dx
que é uma equação linear em v.
(y 0 )2 − xy 0 + y = 0
Veja que
y = xy 0 − (y 0 )2 ⇒ y 0 = y 0 + xy 00 − 2y 0 y 00 ∴ y 00 (x − 2y 0 ) = 0
essa equação possui as soluções y 00 = 0 ⇒ y = Ax + B e x − 2y 0 = 0 ⇒ x2 = 4y + C.
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No Teorema 3, W (y1 , y2 ) é denominado de Wronskiano de y1 e y2 . Basicamente, a função dele é verificar
se y1 e y2 são duas funções linearmente independente.
Teorema 4 O Wronskiano da equação y 00 + p(x)y 0 + q(x)y = 0 pode ser obtido através da equação linear
de primeira ordem separável W 0 (x) + p(x)W (x) = 0
A prova do Teorema 4 é a seguinte: se y1 e y2 são soluções, então
(
y100 + py10 + qy1 = 0
y200 + py20 + qy2 = 0
Porém, como W (y1 , y2 ) = y20 y1 −y10 y2 , segue que W 0 (y1 , y2 ) = y200 y1 −y100 y2 , de modo que segue o teorema.
y 00 + by 0 + cy = 0 ⇒ Aerx (r2 + br + c) = 0
• ∆ = b2 − 4c = 0. Nesse caso, haverá uma única solução para a equação r2 + br + c = 0. Assim, uma
solução da equação diferencial é erx . Precisamos encontrar outra solução. Uma maneira de fazer
isso é supor uma segunda solução do tipo y2 = v(x)erx . Esse método é denominado de redução de
ordem. Veja:
y20 = (v 0 + rv)erx
y200 = (v 00 + 2rv 0 + r2 v)erx
Substituindo na equação original, ficamos com
4
• ∆ = b2 − 4c < 0. Nesse caso, não √ há raiz real para √a equação r2 + br + c = 0, porém existem duas
b ∆ b ∆
raı́zes complexas: r1 = − + i e r2 = − − i , onde i2 = −1. Assim, podemos dizer que
2 2 2 2
er1 x e er2 x são soluções da equação diferencial. O desconforto de trabalhar com raı́zes complexas
pode ser superado se fizermos: eα+iβ = eα (cos β + i sin β). Logo, temos
√ √
y = e−bx/2 A cos( ∆/2) + B sin( ∆/2) , A, B ∈ R
y = yh + yp
onde yh é a solução da homogênea associada e yp é uma solução particular da equação. Podemos obter
a solução da equação particular de duas formas.
u0 y1 + v 0 y2 = 0
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Dessa maneira, segue que
yp00 = y100 u + y10 u0 + y200 v + y20 v 0
Logo,
yp00 + byh0 + cyh = g ⇒ u(y100 + by10 + cy1 ) + v(y200 + by20 + cy2 ) + u0 y10 + v 0 y20 = g
o que nos leva a:
u0 y10 + v 0 y20 = g
Assim, ficamos com um sistema algbébrico em u0 e v 0 . Veja:
(
u0 y10 + v 0 y20 = g
u0 y1 + v 0 y2 = 0
x = ln t ⇒ t = ex
Notemos que
dy dy dx dy 1
= =
dt dx dt dx t
d2 y 1 d2 y 1 d2 y
d 1 dy 1 dy 1 dy
= =− 2 + = 2 − +
dt2 dt t dx t dx t dx2 t t dx dx2
Dessa maneira, segue que
d2 y 1 d2 y
2 dy dy 1 dy
t · − + 2 2
+ at + by = 0 ⇒ 2
+ (a − 1) + by = 0
dx dx t dx t dx dx
que é uma equação de coeficientes constantes.
Teorema 5 Se pn−1 (x), . . . , p(x), g(x) forem contı́nuas em um intervalo aberto I, contendo o ponto x =
(n−1)
x0 , então a equação diferencial 1, sujeita às condições y(x0 ) = y0 , y 0 (x0 ) = y00 , . . . , y (n−1) (x0 ) = y0
terá uma, e apenas uma solução definida em todo o intervalo I.
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Teorema 6 Se y1 , y2 , . . . , yn forem soluções da equação diferencial 1, e se
y1 y2 y3 ... yn
y10 y20 y30 ... yn0
W (y1 , y2 , . . . yn ) = y100 y200 y300 ... yn00 6= 0
.. .. .. .. ..
. . . . .
(n−1) (n−1) (n−1) (n−1)
y1 y2 y3 ... yn
y = c1 y1 + c2 y2 + · · · + cn yn , c1 , c2 , . . . , cn ∈ R
Teorema 7 O teorema de Abel continua válido para equação diferenciais de ordem superiores:
W 0 + pn−1 W = 0