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ENG 1334

Materiais Poliméricos

ADITIVOS DE EXPANSÃO

1620452 - Augustus Cardoso Hannas

Professor: Eduardo Cavalcanti

Rio de Janeiro, 12 de Junho de 2023


Qual o objetivo dos aditivos em polímeros:

Os aditivos são compostos químicos que são adicionados aos polímeros como
componentes auxiliares, objetivo para a adição de aditivos no processamento do
material seria para facilitar o processo, modificar as propriedades, reduzir os custos
de produção e entre outros. O processo de aditivação busca sempre trazer
vantagem em relação às propriedades finais do material, com isso é uma das
principais ferramentas para gerar inovação na produção e aplicação dos polímeros
no mercado.

I) Objetivo do emprego aditivos de expansão:

Os aditivos de expansão tem como objetivo de reduzir mais pesos dos polímeros
fazendo a espumação do material, gerando gases fazendo que com o mesmo
expanda sua estrutura com pequenas bolhas de ar (células) e conseguindo gerar
produtos do tipo material espumado, como por exemplo, isopor e espumas de
preenchimentos de estofamentos (sofás, colchões, etc), que podem ser realizado
através de agentes químicos líquidos ou gasosos misturados no material ou injetado
durante o processo.

Os produtos gerados pelo aditivo de expansão podem gerar mais flexibilidade do


material, além do isolamento térmico/acústico com mais eficiência. Já certas
propriedades como rigidez e resistência ao impacto podem ser reduzidas a
depender do tipo de expansão utilizado, tamanho e uniformidade das células do
material plástico.

II) Tipos do aditivo

Existem alguns tipos de agentes de expansão, os agentes líquidos de baixo ponto


de fusão, os agentes químicos e os agentes gasosos.

Os agentes de expansão líquidos de baixo ponto de ebulição mudam do estado


líquido para gasoso e com essa mudança de estado físico do agente no processo
gera a expansão do plástico. O principal exemplo é o poliestireno expandido (EPS)
conhecido como Isopor utilizando pentano.

Os agentes de expansão químicos expandem o plástico através de uma


decomposição térmica do próprio agente gerando gases expandindo o material,
geralmente são apresentados na forma de pó ou masterbatch para mistura direta
com o material. Exemplos de agentes de expansão químicos: azodicarbonamida,
bicarbonato de sódio, tereftalazida e etc, comuns em muitos polímeros de baixo
ponto de fusão como poliolefinas.

Os agentes de expansão gasosa que é a dispersão de gases com alta pressão que
a acaba dissolvendo na massa polimérica e a medida que o material é injetado na
cavidade tem uma queda de pressão e os gases são liberados rapidamente da
solução fazendo a expansão do material. Como por exemplo o processo do MuCell
(utilizando nitrogênio).

Existem ainda outros métodos, como agitação mecânica de polímeros em solução,


extração de solventes, incorporação de CO2 sólido e entre outros que são utilizados
em casos muitos específicos.

III) Produtos mais usados

Para os agentes de expansão líquido de baixo ponto de ebulição o poliestireno


expandido é o mais utilizado para a geração isopor através do pentano, já no caso
dos agentes expansores químicos o poliuretano expandido (espumas) é um dos
produtos com diversas aplicações na indústria, e por último o agentes expansores
gasosos que produzem as MuCell que atualmente são utilizadas para redução de
peso de peças automotivas.

IV) Mercado

O poliestireno expandido (EPS) é utilizado na fabricação de isopor utilizados na


construção civil, embalagens, elétrico/etrônicos e entre outros.
As espumas geradas de poliuretano tem dois segmentos - rígidas e sólidas- as
espumas flexíveis são usadas principalmente em aplicações de acolchoamento,
como móveis, roupas de cama e cadeiras de automóveis, e em forro de carpete. O
maior consumidor da espuma rígida é a indústria da construção, onde é usada
principalmente para isolamento. A espuma rígida também é usada em refrigeração
comercial e embalagem. Os usos menores do poliol incluem elastômeros, adesivos
e selantes, revestimentos de superfície e fibras de poliuretano.

No caso do Mucell é bastante utilizado na indústria automotiva, com objetivo de


reduzir os custos de produção devido a redução do uso de material, tempo de
processamento, componentes com dimensão mais uniforme. Apesar da resistência
à tração dos materiais diminuir com o aumento de gás utilizado no processo de
fabricação, sua capacidade de absorção de energia aumenta.

V) Mecanismos

Poliestireno expandido

Para a fabricação do Isopor, o processo passa por quatro etapas: Pré expansão,
Armazenamento intermediário (Silo), Moldagem e Finalização. Além disso, o
poliestireno que inicia a cadeia produtiva, normalmente chega às indústrias em um
formato granular, também chamado de pérolas de EPS, que possui pentano incluso
em seu interior.
Durante a pré expansão ocorre o aquecimento por meio do vapor de água,
proveniente de uma caldeira, que penetra nas pérolas de poliestireno mais rápido
que a saída do gás pentano (presente no grânulo de EPS), gerando uma pressão
forte o suficiente para aumentar o tamanho da pérola – que pode se expandir cerca
de 50x o seu tamanho inicial - reduzindo a densidade da matéria-prima. Nesta
etapa, as partículas de EPS ficam armazenadas para se estabilizarem.
A etapa de armazenamento intermediário, ou silo, é o período em que as pérolas
ficam armazenadas por cerca de 6 horas para que se estabilizem e possam seguir
para moldagem e destinada a outras aplicações.

A moldagem é o processo em que o material ganha forma a partir da injeção das


pérolas em moldes com ar comprimido ou vácuo, resultando em caixas e placas de
diferentes tamanhos e densidades

A finalização se dá com a exposição das peças ao vapor de água quente


novamente, que funde o material garantindo, também, o acabamento do produto.
Algumas peças podem seguir para uma etapa adicional de corte para, então, obter o
formato desejado.

Processo de fabricação do EPS.

Poliuretano expandido

As espumas geradas através do poliuretano expandido são produzidas,


basicamente, por duas matérias primas: o TDI (Tolueno Diisocianato de metila) e o
Poliol, ambos com aspectos cristalinos derivados do petróleo, sendo o poliol mais
viscoso. Os polióis são álcoois com mais de um grupo hidroxila e constituem uma
das principais matérias-primas para a fabricação de poliuretano. Vários polióis de
poliéter são utilizados, como por exemplo: polietilenoglicol, polipropilenoglicol e
politetrametilenoglicol, esses materiais são geralmente utilizados quando o
poliuretano desejado vai ser usado para fazer espumas macias, flexíveis ou
elastômeros termofixos.
O agente de expansão químico utilizado na formação de espumas flexíveis é a
água, que é uma substância de origem mineral representada pela fórmula química
H2O. Suas funções principais são: reagir com o TDI para fornecer o gás de
expansão CO2 e controlar a densidade das espumas, pois quanto maior o nível de
água na formulação, menor será a densidade.

a->TDI, b-> água/CO2 (liq), c->Módulo de mistura, d->Aditivos, e-> Poliol, f-> Cabeça misturadora, g-> sistema de
derramamento, h-> placa de descida, i-> transportadora, j-> ranhura e partículas de reforço.

MuCell

O processo de injeção através de agentes de expansão gasosa, consiste em


pressionar o gás nitrogênio ou gás carbônico, misturando-o com plástico fundido e
plastificando ele para gerar um gás-polímero monofásico. Com a redução da
pressão e propriedades termodinâmicas nessas fases monofásicas não são
uniformes. No entanto, após a injeção de uma única fase na cavidade do molde, a
formação da espuma cresce e se distribui de uma maneira mais uniforme, deixando
o interior do plástico semelhante à estrutura de uma colmeia.
O sistema MuCell usa um processo especial em parafuso, e seus componentes são
mostrados a seguir:

1- Bico de desligamento: Durante o processo de plastificação, a válvula de


desligamento da agulha na unidade do bico será fechada para garantir a pressão de
ajuste e evitar o processo de formação de espuma.
2- Parafuso MuCell: com o design especial do parafuso, uma solução de gás e
polímero monofásica é obtida pelo processo de mistura na seção de mistura do
parafuso.
3- Sensor de pressão: para monitorar a pressão dentro da unidade de plastificação.
4- Controlador MuCell e injetor de gás: Esta unidade irá gerar nitrogênio liquefeito
com pressão de ajuste e então injetar no plástico derretido através do injetor de gás.

Extrusora de MuCell.
Referências:

https://drive.google.com/file/d/0Bxx5v4XAgXeFVmVNYkk5U0ZSY28/view?ts=64727
edd&resourcekey=0-Qd_7fyK5AnK7DB6nNvhdew
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/poliestireno.htm
https://www.mordorintelligence.com/pt/industry-reports/polyurethane-market
https://www.fcs.com.tw/br/news-How-to-realize-lightweighting-but-high-strength-prod
uction.html#:~:text=Princ%C3%ADpio%20de%20opera%C3%A7%C3%A3o%20Mu
Cell,gerar%20um%20g%C3%A1s%2Dpol%C3%ADmero%20monof%C3%A1sico
https://www.researchgate.net/figure/Figura-2-Processo-de-transformacao-da-materia
-prima-poliestireno-6_fig1_260426850
https://www.fuzzatrade.com.br/o-que-e-tdi-e-onde-ele-pode-ser-aplicado/
https://www.simulflow.pt/produtos/mucell/
https://www.mordorintelligence.com/pt/industry-reports/global-expanded-polystyrene-
eps-market-industry

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