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POLIMERIZAÇÃO DE TERMOPLÁSTICOS - ESPUMA

POLIURETANA

Ana Luiza Alfonsi Cifarelli, Beatriz de Oliveira Garcia, Lorena Cezar, Natália Santos
Fernandes
Maria Odila Hilário Cioffi

Departamento de Materiais da Faculdade de Engenharia Campus Guaratinguetá - UNESP, Guaratinguetá - SP


03 de abril de 2018

Resumo
Este relatório discute sobre a formação de espuma poliuretana, que é o produto da reação
química entre um grupo isocianato e um poliól. Essa espuma é importante porque é utilizada
em muitos materiais do nosso dia a dia, tais como, selantes, telhados, tanques, fibras, peças
de plásticos, tintas e até mesmo preservativos. O processo de formação da espuma deu-se em
duas partes, utilizando os reagentes Poliól PUA e Isocianato PUB. Estes, misturados com
proporções diferentes, gerou uma quantidade de volume diretamente proporcional aos
reagentes. Ou seja, quanto maior a quantidade de isocianato no sistema, maior o volume
formado e consequentemente emissão de gás. Observou que a espuma com maior quantidade
de isocianato tinha um material menos rígido, enquanto o com maior quantidade era mais
rígida e de difícil corte. Além disso, obtivemos erros experimentais e uma formação
heterogênea durante o experimento. Concluiu-se que quanto maior a quantidade do material
isocianato PUB utilizado, temos uma maior liberação de gás e então, maior crescimento da
espuma poliuretana.

Palavras-chave: poliól, isocianato, poliuretano.

Introdução Nos polímeros semicristalinos, por


exemplo, o amolecimento acontece por
Polímeros Termoplásticos causa da fusão da fase cristalina. Assim,
Os polímeros termoplásticos são termoplásticos são fusíveis, solúveis e
materiais plásticos que têm a capacidade recicláveis.
de amolecer e fluir quando a temperatura e Alguns exemplos de tais polímeros
pressão são aumentadas. Quando estas são poliestireno (i's), poliamida (Naylon),
voltam a diminuir, o polímero solidifica-se e poliuretano. [3]
em um objeto de formas definidas.
Quando submetidos a novos aumentos de Espumas
temperatura e pressão, novamente têm o Espumas são plásticos feitos por
mesmo efeito de amolecimento e fluxo. vias térmicas, químicas ou até mecânicas.
Dessa forma, percebe-se que esta Estes materiais são aplicados
modificação é uma transformação física, principalmente para isolamento térmico e
que é reversível. acústico, tendo densidade entre 0,03 a 0,3
g/cm³. Podem ser de célula aberta ou
fechada, termoplásticos ou termofixos, Materiais e Métodos
rígidos ou flexíveis, etc. [3] Materiais
● 2 recipientes para mistura da resina
Espuma Poliuretana (copo plástico);
Os poliuretanos são uma classe de ● 2 bastões de vidro;
polímeros razoavelmente versáteis, que ● 2 espátulas de metal;
são caracterizados pela ligação -NH-CO- ● Poliól PUA;
O-. Tais polímeros podem ser tanto ● Isocianato PUB;
termoplásticos, quanto termofixos, ● Balança;
elastômero ou fibra, podendo apresentar ● Acetona para limpeza.
forma expandida ou não, dependendo da
estrutura química e função dos reagentes Métodos
usados na formulação do polímero. Primeiramente, foi feita uma
Esta ligação compreende a reação proporção de poliól e isocianato 1:4
entre um isocianato e um glicol. A água no (m/m), respectivamente. Pesou-se 5 g de
glicol reage com o isocianato, que produz poliól e 20 g de isocianato. Adicionou-se
CO, um modo de expansão utilizado para a também algumas gotas de corante verde,
formação de espumas de poliuretano. [3] para diferenciar os sistemas. Misturou-se
A espuma poliuretana é rígida, tem com bastão de vidro girando, por 3
baixa densidade, e é produzida a partir da minutos.
combinação dos componentes PUA e Para a segunda parte do
PUB. experimento, foi feita outra proporção de
O sistema é composto pelo poliól poliól e isocianato, dessa vez 1:2 (m/m),
(Espuma de PUA) e Isocianato (Espuma respectivamente. Pesou-se 5 g de poliól e
de PUB). O poliól está na forma líquida e 10 g de isocianato. Não foi adicionado
tem aspecto amarelado, sendo solúvel em nenhum corante. Durante 1 minuto e meio,
água. O isocianato é um líquido marrom misturou-se com bastão de vidro.
escuro, insolúvel em água. [1]
É muito utilizada na construção
civil, já que tem características de
isolamento térmico e acústico, e pode ser
usada na produção de moldes e para
proteção no transporte de peças e
equipamentos.
Apresenta como vantagens sua fácil
preparação e aplicação, obtém resultados
rápidos e ótimo rendimento, tem uma
grande gama de utilidades para isolamento
acústico/térmico e ótima relação entre
custo e benefício. [2] Figura 1 - Poliól.
Figura 3 - Estrutura de uretano.
Fonte: [5]

Durante a reação química, a


ligação uretana vai ser gerada a partir da
reação da hidroxila oriunda do poliol,
nesse caso, com o grupo isocianato (-NH-
COO-), conferindo a espuma maior rigidez
Figura 2 - Isocianato. estrutural. [5].
A reação ocorre da seguinte
Ambas as proporções foram maneira, genericamente:
deixadas por 72 horas para curar em
temperatura ambiente.
Após o uso, as vidrarias foram
limpas com acetona e lavadas com
detergente e a balança desligada. A Figura 4 - Reação genérica de formação da
bancada também foi limpa com detergente poliuretana.
Fonte: [1]
e acetona.

O primeiro sistema, com


Resultados e Discussão proporções 1:4, apresentou uma maior
O poliuretano é um polímero liberação de gás devido a maior presença
formado por uma reação de condensação de isocianato, logo, apresentou um volume
polimérica ou polimerização por etapas, grande.
em que essencialmente reage um poliól
com o isocianato, di ou polifuncional no
qual se pode adicionar outros elementos na
cadeia, como catalisadores, corantes,
surfactantes, retardantes de chamas, dentre
outros, dependendo da propriedade que ser
que encontrar na espuma. Esse material
tem propriedades químicas e físicas muito
abrangentes e que dependem da
quantidade de reagente utilizado e da
Figura 5 - Sistema 1:4 - começo da reação.
técnica empregada na sua fabricação.
Figura 9 - Espuma poliuretana 1:4 em corte.

Com uma maior quantidade de


isocianato na produção do polímero, as
funções presentes no álcool utilizado tinham
uma maior disponibilidades de sítios ativos
Figura 6 - Sistema 1:4 - final da reação. para que a reação ocorresse, logo, forma-se
então um material menos rígido e com menor
Já o sistema de proporções 1:2, quantidade e tamanho de poros na estrutura
quando comparado ao primeiro, tridimensional. Quando retirada do recipiente
apresentou menor volume final, de forma a espuma se mostrava de aparência
que com a adição de menos isocianato homogênea, de fácil corte e esfarelava.
proporcionou uma menor liberação de gás. Indicando uma menor rigidez na sua formação.

Figura 10 - Espuma poliuretana 1:2 em corte.

Figura 7 - Sistema 1:2 - começo da reação.


Com metade da quantidade de
isocianato, em relação ao primeiro
experimento, o polímero da figura foi formado
com uma quantidade menor de sítios ativos
disponíveis para ligação das funções presentes
no álcool. A espuma foi estruturada em um
menor tempo de mistura e por falha
experimental houve uma formação
heterogênea, como observada a falta de
Figura 8 - Sistema 1:2 - final da reação. matéria no fundo do recipiente e uma estrutura
diferente no seu interior, que pode ser vista na
figura em corte.
Utiliza-se álcoois polifuncionais para
que essa maior funcionalidade reaja mais A estrutura tridimensional deste
tendenciosamente com o isocianato e forme polímero é mais rígida e de difícil corte. Há
assim uma rede emaranhada de uma estrutura maior quantidade de poros e estes também se
tridimensional.[5] apresentam em maior tamanho.
Conclusão Trabalho de conclusão de curso de
A partir do experimento é possível graduação, apresentado como requisito
concluir que a formação de Poliuretano parcial à obtenção do título de Bacharel do
pode ser dada a partir da reação entre Departamento de Engenharia de Materiais,
isocianato e poliól. Universidade Tecnológica Federal do
Além disso, pôde-se observar, como o Paraná.
esperado, que a produção de espumas foi
maior quando utilizou-se um volume de
isocianato superior. Isso ocorreu, pois uma
quantidade maior desse material promove
uma liberação de gás mais intensa
provocando um crescimento mais eficiente
da amostra.

Referências Bibliográficas

[1] CIOFFI, Maria Odila H..


Processamento de Polímeros: Aulas
Experimentais Guaratinguetá, 2018.
Roteiro elaborado para disciplina
Laboratório de Processamento de
Polímeros, programa de Graduação em
Engenharia, Universidade Estadual
Paulista "Júlio de Mesquita Filho".

[2] Redelease. Disponível em:


<https://www.redelease.com.br/espuma-
de-poliuretano-a-b-1-050-kg.html>.
Acesso em: 31/03/2018.

[3] CANEVAROLO JR, S. V. Ciência


dos Polímeros – Um texto básico para
tecnólogos e engenheiros. 2ª edição., São
Paulo: Artliber, 2002.

[4] André Luis Bonfim Bathista e Silva


Emerson Oliveira da Silva. Conhecendo
Materiais Poliméricos. 1ª edição. Mato
Grosso. UFMT, 2003.

[5] SANTOS, Felipe Prado A. dos.


Caracterização de blocos flutuantes de
espuma de poliuretano. Londrina, 2016.

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