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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA

CATARINA – CAMPUS CRICIÚMA


CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO

Letícia Coral Herdt;


Lucas Silva de Oliveira;
Natalí Bianca Rafael Olária Dauzacher;
Nicoly Silveira Apolidório;
Sthefani Silva Luciano.

RELATÓRIO DE LABORATÓRIO – PRÁTICA: SÍNTESE DO POLÍMERO


URÉIA-FORMALDEÍDO

Processos e Controle Industrial II


Professor: Rodrigo Battisti

CRICIÚMA – SC
2023

​1. Introdução

​ Os polímeros são cadeias moleculares formadas pelo processo químico conhecido como
polimerização, ou seja, é uma reação química a qual ocorre a combinação de moléculas menores
chamadas de monômeros que se agrupam para formar os polímeros. Isso pode ocorrer por meio de
uma polimerização de adição, um único monômero, ou por meio de uma polimerização de
condensação, um ou mais monômeros com a liberação de uma molécula menor, como por exemplo a
água (LEITE et al, 2009). Os polímeros podem ser categorizados como naturais ou sintéticos, sendo
que os naturais serão aqueles encontrados em plantas e animais, já os sintéticos, por outro lado, serão
obtidos através de reações químicas. O petróleo e os seus derivados são a base para a produção de
polímeros sintéticos, sendo que as propriedades do material plástico são determinadas pelo tamanho
e estrutura da molécula do polímero (LEITE et al, 2009).
O polímero sintetizado na prática laboratorial foi a uréia-formaldeído, que pode ser
classificado como sendo um polímero de condensação, com uma estrutura tridimensional obtido a
partir da uréia e do formaldeído. Suas propriedades apresentam uma alta resistência, baixo custo, boa
resistência mecânica e térmica, possui como características uma densidade de 1,50 g/cm3 (com carga
celulósica), ser termorrígido, branco e translúcido. O polímero estudado apresenta como aplicações
típicas a produção de chapas de compensados para móveis, materiais elétricos e vernizes de assoalho
(LINHARES, 2019).

​2. Objetivos

A prática laboratorial possui como objetivo sintetizar um polímero a partir de ureia e do
formaldeído, bem como aprofundar-se no assunto e explorar uma das características mais
importantes dos polímeros: a capacidade de serem moldados.

​3. Materiais e Reagentes


• Ureia PA; • 2 Béqueres de 600 mL;
• Formaldeído (37% m/v); • 1 Béquer de 250 mL;
• Solução de NaOH (7% m/v); • 3 Béqueres de 50 mL;
• Ácido sulfúrico 30% v/v (200 mL); • 1 Proveta de 50 mL;
• Espátula, pipeta de Pasteur e bastão de vidro; • Formas de silicone;
• Chapa de aquecimento; • Fenolftaleína.
• Gelo e bacia; ​
• Corantes alimentícios;

​4. Metodologia

Inicialmente, preparou-se um banho maria, enchendo-se aproximadamente 2/3 de um béquer


maior com água da torneira e aqueceu-se com o auxílio de uma chapa de aquecimento até,
aproximadamente, 80 °C. Posteriormente, em um béquer de 250 mL, adicionou-se 20 g de uréia PA,
38 mL de formaldeído 37% m/v e 33 mL de uma solução 7% em massa de NaOH. É importante
ressaltar que toda essa mistura e diluição foi realizada em uma capela e em um ambiente arejado,
levando-se em consideração que a soda cáustica e o formaldeído são tóxicos. Seguidamente,
aqueceu-se a mistura, usando a água a 80 °C antes preparada, prosseguiu-se então com o auxílio de
um bastão de vidro a agitação da mistura, para assim ajudar na dissolução da ureia. O sistema
manteve-se em agitação e aquecimento por aproximadamente uns 10 minutos. Posteriormente,
esperou-se passar os respectivos minutos e imediatamente foi resfriado o sistema em um banho com
gelo, e então houve a agitação até que fosse possível de se observar a formação de unidades menores
do polímero e, consequentemente, a solução apresentou-se uma “coloração esbranquiçada”. Logo
acrescentou-se 2 gotas de fenolftaleína à solução, e durante esta etapa a solução adquiriu uma
coloração rósea, uma vez que o sistema constitui um meio básico. Em sequência, prosseguiu-se com
a adição da solução de ácido sulfúrico com a pipeta de Pasteur, gota a gota, vagarosamente, até que
se observou o desaparecimento da coloração rósea. Após o sistema adquirir novamente uma
coloração esbranquiçada, adicionou-se duas gotas de corante alimentício vermelho, de forma a
atribuir à resina uma coloração desejada. Posteriormente, prosseguiu-se com o aquecimento do
sistema em banho maria sob agitação constante, por aproximadamente cinco minutos. Quando o
sistema aqueceu um pouco, adicionou-se, lentamente, gotas de solução de ácido sulfúrico até que a
mistura adquirisse uma consistência (10 a 11 gotas, ~1 gota a cada ~15 segundos). Ao decorrer desta
última etapa, observou-se que a tonalidade da cor inicial da mistura ficou mais clara e a mistura
adquiriu uma consistência mais “encorpada”. Por fim, transferiu-se a mistura para os moldes
desejados e o material foi deixado secando na capela. Posteriormente, retiraram-se do molde e foram
colocados em molho para limpar totalmente o excesso de reagente que poderia ter restado.

​6. Resultados Experimentais



Ao realizarmos a síntese do polímero uréia-formaldeído, inicialmente, para que a ureia e o
formaldeído fossem preparados e manuseados sem que ocorresse a polimerização, necessitou-se que
o pH fosse mantido em valor relativamente alto, ou seja meio básico. Para isso, utilizou-se 33 mL da
solução de hidróxido de sódio 7% em massa. Para que o polímero começasse a se formar, colocou-se
a mistura para aquecer mantendo a agitação constante, para que, com o aumento da temperatura,
ocorra a eliminação das partículas de água da solução, fazendo com que a polimerização ocorresse
de forma homogênea (LEITE et al, 2009). Então, após passarem 10 min, a mistura foi diretamente
mergulhada em um banho de gelo, mantendo-se a agitação constante. Nesta etapa, houve a formação
de unidades menores do polímero, o que acarreta em uma coloração esbranquiçada (BATTISTI,
2023).
Após o procedimento anterior, torna-se necessário acrescentar ao meio duas gotas de
fenolftaleína, que resulta em uma coloração rosa, uma vez que o pH do meio se encontrava básico.
Diante disso, iniciou-se a adição da solução de ácido sulfúrico gota a gota, e com isso, tem-se uma
diminuição no pH do meio, e então a reação começa a ser catalisada. A adição de solução de ácido
sulfúrico continuou até o sistema retornar a coloração esbranquiçada (LEITE et al, 2009). Conforme
a Figura 1, pode-se observar a reação de polimerização descrita anteriormente.

Figura 1. Reação de polimerização da ureia-formaldeído

Fonte: (LEITE et al, 2009).


Posterior ao procedimento anteriormente descrito, adicionou-se o corante alimentício e
prosseguiu o aquecimento do sistema em banho maria sob agitação constante por cinco minutos.
Logo após o aquecimento, tornou-se necessário adicionar novamente ao sistema, de forma lenta,
onze gotas de solução de ácido sulfúrico, para que assim a reação de polimerização prosseguisse, até
que adquirisse uma consistência mais rígida, para que, em seguida, fosse possível colocar a solução
nos moldes. Depois de seco, é essencial deixar os polímeros desinformados em recipientes com
água, para que, dessa forma, fosse possível retirar o restante de solução de ácido sulfúrico e o
formaldeído, que poderiam não ter participado efetivamente na reação de polimerização. O resultado
final dos polímeros pode ser observado pela Figura 2.

Figura 2. Segundo polimerização. Figura 3. Primeira polimerização.

Fonte: (AUTORES, 2023).

Torna-se importante ressaltar que a prática de sintetizar um polímero através da


ureia-formaldeído foi realizada duas vezes. Na primeira vez, o experimento acabou por não atingir
as expectativas de polimerização, ficando como pode ser visto na Figura 3. Ao realizarmos um
comparativo com o resultado do primeiro e segundo experimento, Figura 2 e Figura 3,
respectivamente, pode-se afirmar que na primeira prática de síntese do polímero a metodologia e os
reagentes utilizados foram um pouco distintos dos reagentes utilizados no segundo experimento.
Destaca-se principalmente a uréia usada inicialmente, a qual era comercial, que foi trocada no
segundo experimento pela ureia P.A, a qual apresenta uma pureza maior. É importante salientar
também a mudança na quantidade de ácido sulfúrico, na qual, anteriormente, utilizou-se 12 gotas, e,
posteriormente, utilizou-se de 10 á 11 gotas, já que, em excesso, a solução de ácido sulfúrico torna o
material plástico quebradiço e impossível de ser moldado. Por fim, aumentou-se o tempo e a
temperatura. Sendo assim, pode-se compreender que o primeiro experimento acabou não
apresentando resultados satisfatórios, devido a um ou a junção de todos os fatores metodológicos
citados anteriormente.

​7. Conclusões

A partir dos resultados alcançados durante a prática experimental e assuntos antes abordados,
pode-se concluir que o objetivo de sintetizar um polímero a partir de uréia-formaldeído ocorreu com
grande êxito, uma vez que foi possível observar a formação de unidades menores de polímeros
durante o resfriamento e logo após o aquecimento, e com a adição de gotas de solução de ácido
sulfúrico, pode-se transferir a substância com a textura mais “encorpada” para o molde com uma
determinada facilidade. Por fim, foi possível desenformar os polímeros sem nenhum problema. A
partir do material já pronto, colocou-se o mesmo de molho durante um dia inteiro para, assim, testar
a resistência e limpar o mesmo. Logo, retirou-se o polímero ainda intacto do banho e o mesmo foi
deixado secando, e assim, foi possível observar o aspecto de um material polimérico (material
plástico) conforme pode ser visto na Figura 2. Ressalta-se que o experimento de polimerização foi
realizado duas vezes, onde, na primeira vez, o experimento não atingiu os resultados esperados, ou
seja, o polímero não foi completamente polimerizado, e acabou apresentando um aspecto
“esfarelado”, devido a diversos fatores como: impurezas contidas na ureia, baixas temperaturas de
polimerização, pouco tempo de aquecimento para o material se polimerizar e quantidades superiores
a onze gotas de solução de ácido sulfúrico, uma vez que, se em excesso, a solução de ácido sulfúrico
torna o material plástico quebradiço e impossível de ser moldado.

​8. Referências

BATTISTI, R. Roteiro de Aula Prática: SÍNTESE DO POLÍMERO UREIA-FORMALDEÍDO.
Acesso em: 22 mar. 2023.
Moodle USP: e-Disciplinas. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5795350/mod_resource/content/2/2020_2_AUT_2025_A
ULA_03%20%28Polimeros%20-%20Termo%20fixos%29.pdf>.

ALVES, A. et al. PADRONIZAÇÃO DA TÉCNICA UTILIZADA NO PREPARO DE RESINA À


BASE DE URÉIA- FORMALDEÍDO PARA AS AULAS PRÁTICAS DE QUÍMICA. Anuário da
Produção Acadêmica Docente, v. 3, 2009.‌

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