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Alunos: Bruna Senra Corrêa, Danilo Antonio de Campos Júnior

Disciplina: Processos Industriais I

Processos Industriais na Indústria Química: Polipropileno

I. Matéria-prima

Polímeros podem ser naturais, como lã, seda e algodão, semi sintéticos (no caso de
polímeros naturais quimicamente modificados, por exemplo acetato de celulose) ou
sintéticos, produzidos através de reações de polimerização. Además, podem ser
classificados de acordo com suas propriedades físicas:
- Termoplásticos: mais ou menos rígidos em temperatura ambiente, derretem quando
submetidos à calor;
- Termofixos: rígidos à temperatura ambiente, possuem crosslinks na sua estrutura, de
forma que são apenas degradados quando submetidos à calor;
- Elastômeros: flexíveis em temperatura ambiente devido à baixas transições vítreas,
podem ou não ser derretidos (Ryntz e Yaneff, 2003).

O polipropileno (PP) é um polímero termoplástico de baixo custo com excepcionais


propriedades tais como estabilidade térmica, química, impermeabilidade, resistência a
fungos e bactérias. Além disso, o polímero não é tóxico, é isolante e pode ser reciclado.
Diversas combinações do PP com fibras naturais e artificiais vêm ganhando
importância devido à suas propriedades térmicas e mecânicas. Sua matéria-prima é o
monômero olefínico propileno, podendo ser caracterizado em três categorias distintas:
- Homopolymer PP (HPP): contém apenas monômeros de propileno em forma sólida
semi-cristalina;
- Random copolymer PP (RCP): etileno é co-monômero, caracterizando de 1 a 8% da
composição;
- Impact copolymer PP (ICP): HPP misturado com fase RCP 45-65% etileno.

Sendo que o mercado para cada tipo é aproximadamente 65-75% HPP, 5-10% RCP e
20-30% ICP (Alsabri, Tahir e Al-Ghamdi, 2021).
As fontes de propileno são matérias-primas fósseis, em grande parte via
craqueamento a vapor do Nafta - uma mistura de hidrocarbonetos obtida pela destilação do
petróleo ou da fração pesada do gás natural (Petrobrás, 2021). Também pode ser produzido
via o craqueamento catalítico fluido (FCC) ou do gás natural ou do carvão (no caso da
China). Cerca de 65% da produção global de propileno se dá pelo craqueamento a vapor, ao
passo de que o processo FCC é responsável por 30%. Uma potencial alternativa ao uso de
combustíveis fósseis é o processo ethanol-to-propylene (ETP). A empresa Braskem, líder da
produção de bio-polietileno, anunciou que produz bio-propileno a partir do bioetanol
(KhoaPhung et al, 2021).

II. Principais operações de conversão/transformação

Diversas tecnologias comerciais são utilizadas para a produção de polipropileno, que


obtém propriedades diversas de acordo com o método empregado. Todos os processos
produtivos possuem etapas básicas similares e podem ser realizados de acordo com as
seguintes reações de polimerização:
- em solução
- em fase gasosa
- em lama
- em massa
- híbrida

As duas tecnologias que mais se destacam na produção de polipropileno são


Spheripol e Unipol PP. (Velásquez-Barrios et al, 2019)

III. Processo industrial;

Processo SPHERIPOL

O processo de produção do Polipropileno da LyondellBasell, conhecido como Spheripol, é o


mais utilizado para a produção, sendo responsável por cerca de 39% da produção mundial.
Ele é muito utilizado devido a sua versatilidade, visto que é capaz de produzir todos os tipos
de polipropileno.
Nele, o processo se inicia pela mistura dos componentes catalíticos, e é realizada uma
pré-polimerização, que ocorre para que ocorra ativação dos catalisadores. Depois os
reagentes são alimentados em um primeiro reator em loop, onde começa a ocorrer a
polimerização em si. Um segundo reator em loop é alimentado pelo produto do primeiro,
além de uma corrente dos reatores que abastece o primeiro. Neste segundo reator é
abastecido também hidrogênio, com o intuito de controlar a massa molecular e obter o
índice de fluidez desejado. Caso seja de interesse produzir o copolímero, eteno deve ser
adicionado.
UNIPOL PP gas-phase process technology:

O segundo processo mais utilizado para produção do PP é o processo em reação gasosa


UNIPOL. A alimentação inicial consiste em propileno liquido com alta pureza, que passa por
uma unidade RMP para retirada de oxigenio e em seguida por um separador que retira
outras impurezas. Essa purificação adicional é feita para diminuir as chances de
envenenamento catalítico.
Em seguida o Propileno puro entra no reator RX-1, que produz o homopolímero e polímero
randômico.

A produção é feita num sistema semi-batelada, usando um sistema de descarga de produto


que separa gases e a resina polimérica.

<https://www.researchgate.net/publication/326648000_Improved_catalytic_productivity_and_
performance_of_a_Polypropylene_polymerization_plant>

IV. Principais aplicações;

As excelentes propriedades do Polipropileno permitem que o material possa ser


utilizado em uma gama de aplicações, incluindo filmes, fibras, injeções e moldagens,
amplamente utilizado tanto em aplicações domésticas como industriais. A moldagem se
inicia com grânulos ou pellets de polímero, que são aquecidos até que derretam. Assim, o
material derretido é injetado em um molde onde então se esfria e solidifica. O processo é
aplicado para a produção de embalagens rígidas como para alimentos, garrafas de água e
tampinhas. Outros produtos de uso doméstico são brinquedos, equipamento esportivo,
sistemas de armazenamento. Pode-se destacar também o uso em aparatos médicos como
seringas descartáveis. Em geral a moldagem com injeção é preferível para a produção de
materiais em diversas conformações.
A densidade do PP é cerca de 0,9g/mL, sendo ele o termoplástico mais leve. Este fato,
aliado a suas boas propriedades mecânicas, faz com que o PP seja muito atrativo para a
indústria automotiva. Isto pois fabricantes de carro desejam reduzir os pesos de seus
produtos de forma a gerar gastos menores com combustível. Dessa forma, a maioria dos
componentes e revestimentos internos (quartos de painel, pilares, portas, consoles), assim
como diversos componentes externos (para-choque) são feitos de polipropileno (Alsabri,
Tahir e Al-Ghamdi, 2021).

<https://formlabs.com/blog/guide-to-manufacturing-processes-for-plastics/>

V. Inovações e tendências;

Engenheiros do MIT estão desenvolvendo tecidos a base de polipropileno, visto que este
polimero tem boas propriedades térmicas, e tecidos de polipropileno deixariam que o calor
atravessasse ao inves de retê-lo, e assim seria um tecido com conforto térmico muito
melhor. O problema inicial é que o polímero não permite que o suor e a água passem, o que
impossibilita o uso de tecidos compostos unicamente de polipropileno. A pesquisa dos
engenheiros é um composto usando o polímero junto de outras fibras e componentes,
aproveitando assim ao máximo as propriedades do material, e evitando seus problemas.

O polipropileno vem também sendo utilizado como molde para lajes de concreto, permitindo
que elas sejam construídas de maneira bem mais rápida e menos custosa. Também há
pesquisas para implantação do polímero na estruturação das construções, o que traria
inumeras vantagens visto que a estrutura seria bem mais leve, não tendo também
problemas com corrosão, o que ocorre com o ferro utilizado atualmente.
VI. Referências.

Amzan Alsabri, Furqan Tahir, Sami G. Al-Ghamdi, Environmental impacts of polypropylene


(PP) production and prospects of its recycling in the GCC region, Materials Today:
Proceedings, Dezembro de 2021

British Plastics Federation, Polypropylene, disponível em:


<https://www.bpf.co.uk/plastipedia/polymers/PP.aspx#:~:text=Production%20of%20polypropy
lene%20takes%20place,is%20translucent%2C%20but%20readily%20coloured.>

KhoaPhung et al, (Bio)Propylene production processes: A critical review, Journal of


Environmental Chemical Engineering Volume 9, Issue 4, Agosto 2021
Petrobrás, Naftas Petroquímicas: Informações Técnicas, disponível em:
<https://www.braskem.com.br/portal/Principal/arquivos/certificados-iso/ISCC_PLUS_certificat
e_Braskem%20PE%205_2021_II.pdf>

Ryntz R. A. and Yaneff P. V., Coatings of polymers and plastics, Marcel Dekker INC 2003

Velásquez-Barrios et al, Analysis of the environmental impact using the waste reduction
algorithm in polypropylene production by applying grade transitions strategies in Colombia,
Environmental Science and Pollution Research vol. 26, 2019, disponível em:
<https://doi.org/10.1007/s11356-019-05493-4>

NETO, J F S O - Análise e Perspectivas do Mercado do Polipropileno. UFRGS, 2021.


Disponível em
<https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/235691/001135324.pdf?sequence=1>
Acesso em 28/09/2022

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