Você está na página 1de 12

INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

Licenciatura em Direito

III Ano

Cadeira: Direito Comparado

Turma: A Período: Laboral

Tema: Fontes Históricas

Discentes: Docente:

Admirancia Sebastião Taca Dr. Edson Quive

Isabel José da concessão Fumo

Maputo, Março de 2024


Índice

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 3

2. FONTES HISTÓRICAS .......................................................................................................... 4

2.1 Tipos de fontes históricas .................................................................................................... 6

2.2 Em relação ao tipo e à forma.............................................................................................. 6

2.3 Fontes históricas materiais ................................................................................................. 6

2.4 Fontes históricas escritas .................................................................................................... 6

2.5 Fontes históricas orais......................................................................................................... 7

2.6 Fontes históricas visuais ou iconográficas......................................................................... 7

3. EXEMPLOS DE FONTES HISTÓRICAS ............................................................................ 9

4. CARACTERÍSTICAS DAS FONTES HISTÓRICAS .......................................................... 9

5. IMPORTÂNCIA DESSAS FONTES PARA O ESTUDO DA HISTÓRIA ...................... 10

6. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 11

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 12

2
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda sobre as fontes Históricas, onde iremos falar da definição de fontes
Históricas, onde iremos ver que as fontes históricas são documentos produzidos pelos seres
humanos ao longo do tempo e indispensáveis para o trabalho o historiador no estudo sobre o
passado. Onde também falamos dos tipos de fontes que existem que são dentre eles os
documentos textuais, vestígios arqueológicos, representações pictóricas e registros orais.

A principal característica ide uma fonte primária é que ela trata de algo original e que ainda não
foi discutido, ou seja trata-se de uma informação inédita, por exemplo, um manuscrito
encontrado no processo de pesquisa, em um museu, sobre o assunto que se está discutindo.

Um objecto de estudo como esse traz um conhecimento que por definição é original na história e
pode vir em diversos formatos, por exemplo: cartas, autobiografias, fotos, documentos oficiais
etc.

3
2. FONTES HISTÓRICAS

Fontes históricas são os itens (ou seus vestígios) produzidos pelo ser humano que são utilizados
pelos historiadores para a produção do conhecimento histórico.

As fontes históricas são os itens materiais e imateriais (ou seus vestígios) que são produzidos
pela ação humana. As fontes históricas são fundamentais para que o historiador possa realizar o
seu trabalho de investigação do passado humano.

Os historiadores entendem atualmente que tudo que é produzido pelo ser humano pode ser
considerado uma fonte histórica, portanto, não só o texto escrito deve ser entendido como tal.
Assim, pinturas, esculturas, construções, fotos, vídeos e relatos orais também são úteis para o
historiador. Fontes podem ser diretas, isto é, feitas por contemporâneos, ou indiretas, produzidas
na consulta das fontes diretas."

Um historiador tem como papel a produção de conhecimento relativo aos acontecimentos do


passado da humanidade, e esse conhecimento é fundamental porque permite ao ser humano
compreender a sua própria realidade com base nesse passado. Esse trabalho é feito mediante o
estudo e a análise dos vestígios deixados pelos humanos de outras épocas, e a análise desses
vestígios é feita por métodos desenvolvidos para auxiliarem nessa construção do conhecimento.

Esses vestígios do passado analisados pelo historiador são o que conhecemos como fontes
históricas, também chamadas de documentos históricos. Nas palavras do historiador José
D’Assunção Barros, as fontes históricas são itens materiais e imateriais ou vestígios deles que
ajudam o historiador a construir uma compreensão acerca do passado humano|1|, pois, como
defende Marc Bloch, “tudo que o homem diz ou escreve, tudo que fabrica, tudo que toca pode e
deve informar sobre ele

Quando falamos de fontes materiais, estamos falando de vestígios concretos produzidos por
mãos humanas, como textos, pinturas, fotos, filmes, roupas, construções etc. No caso das fontes
imateriais, estamos falando diretamente de testemunhos obtidos de pessoas que viveram certo
acontecimento histórico ou mesmo de lendas e histórias que são parte da cultura oral de um povo.

4
"Até o século XIX, os historiadores acreditavam que o único tipo de documento válido para
construção do conhecimento histórico era o escrito, sobretudo aquele produzido pelos meios
oficiais, o Estado, as autoridades e os grandes homens. Essa noção foi sendo desfeita a partir do
século XX, quando novos estudos mostraram que é possível construir-se conhecimento histórico
com base em outras fontes.

Assim, o documento escrito continuou sendo uma importante fonte histórica, mas sua utilização
ampliou-se. Não somente o documento oficial passou a ser considerado, mas também cartas
pessoais, diários, relatos de viagens, obras de literatura, por exemplo, começaram a ser vistas
como fontes históricas."

Outras fontes começaram a ser usadas pelos historiadores no trabalho de investigação do passado.
Com isso, vestígios arqueológicos, como objetos, construções, roupas, pinturas, fotos, gravações
em vídeo, filmes, músicas, testemunhos orais etc., também passaram a ser utilizados por eles.

Durante esse processo de diversificação das fontes, os historiadores também começaram uma
interlocução maior com outras áreas do conhecimento, assim o que era produzido por áreas como
a psicologia, a antropologia e a arqueologia, por exemplo, começou a ser utilizado no trabalho de
análise das fontes históricas.

Os historiadores classificam fontes históricas como voluntárias e involuntárias. Nesse sentido,


existem fontes e documentos históricos pensados e construídos de maneira proposital para
registrarem determinados acontecimentos para a posteridade, enquanto outras fontes não foram
necessariamente pensadas como registros para os homens do futuro.

O historiador é o profissional responsável por estudar os vestígios deixados pelo passado e


procurar reconstruí-lo e interpretá-lo da melhor forma possível. O trabalho dele é realizado a
partir da utilização de métodos que o auxiliam a interpretar todos os vestígios do passado que
chegaram até nós no tempo presente.

O historiador Marc Bloch afirma que é a segunda categoria (fontes históricas involuntárias) que
geralmente possui a maior confiança dos historiadores, uma vez que, por não se tratar de fontes
legadas de maneira proposital, possui detalhes muito importantes para a investigação histórica.
Ele ainda exemplifica apontando que documentos secretos produzidos por governos, no período
5
de 1938 e 1939, dizem muito mais sobre os acontecimentos daquela época do que os jornais do
período.

Isso, no entanto, não significa que tais fontes devem ser menosprezadas, mas que existem fontes
históricas que possuem informações muito mais valiosas do que outras. Por isso, o trabalho de
investigação do historiador não cessa, pois quanto mais fontes forem encontradas, melhor será a
interpretação produzida por esse profissional.

2.1 Tipos de fontes históricas

É possível classificar as fontes históricas de duas formas: tanto em relação à forma, quanto em
razão da época.

2.2 Em relação ao tipo e à forma

A principal classificação das fontes históricas refere-se ao tipo e à forma que pessoas as
produziram.

Então, classificam as fontes histórias entre: materiais, orais, escritas e visuais.

2.3 Fontes históricas materiais

As fontes materiais referem-se aos vestígios físicos das actividades de pessoas humanas.

Por exemplo: roupas, móveis, utensílios e ferramentas.

Nesse tipo de fonte, incluem-se as fontes arqueológicas, como: ruínas, cerâmicas e fósseis.

2.4 Fontes históricas escritas

As fontes históricas escritas são todos os vestígios escritos que pessoas produziram em épocas
passadas. Há algum tempo, as fontes histórias escritas compreendiam apenas os documentos
oficiais. Isso significavam apenas os documentos que o Estado ou Governo emitiu.

6
No entanto, com o passar do tempo, surgiram outros tipos de documentos importantes para
traduzir a época. É o caso das revistas, dos jornais, das cartas, dos livros e dos diários.

2.5 Fontes históricas orais

As fontes históricas orais referem-se aos materiais que pessoas produziram de forma oral. São
exemplos desse tipo de fonte: entrevistas, gravações, relatos e histórias que pessoas contam sobre
algum acontecimento.

Nesse tipo de fonte, pode-se incluir também as lendas e os mitos, que uma geração passa para a
outra.

2.6 Fontes históricas visuais ou iconográficas

As fontes históricas visuais dizem respeito às imagens de algum acontecimento. Alguns


pesquisadores denominam esse tipo de fonte como iconográficas ou pictóricas.

Alguns exemplos são as fotos, pintura e mapas. Mas não se limitam às imagens estáticas. Filmes,
vídeos e animações também são fontes históricas visuais.

Em relação à época

Também é É possível classificar as fontes históricas a partir da época em que foram produzidas.
Nesse sentido elas podem ser:

Fontes diretas

São as fontes históricas produzidas por pessoas na mesma época dos acontecimentos registrados.

Por exemplo: um livro sobre o Holocausto escrito na época em que aconteceu o Holocausto.

Fontes indiretas

São as fontes históricas produzidas com base nos relatos e vestígios da época. Ou seja: as fontes
indiretas constroem-se através das fontes diretas.

7
Por exemplo: um filme atual que conta a história da Segunda Guerra Mundial.

Como vimos, os historiadores atuais fazem uso de uma série de fontes documentais, e essa
utilização enriquece o conhecimento produzido. Existem diferentes tipos de fontes históricas, e
José D’Assunção Barros organiza-as em quatro, que são:

 Documentos textuais: documentos oficiais, cartas pessoais e governamentais, diários,


relatos de viagens, crônicas, livros literários, processos de justiça, jornais etc.
 Vestígios arqueológicos e fontes da cultura material: referem-se a itens resgatados
pela arqueologia, como construções, ruas, estátuas, objetos funerários, roupas, peças de
cerâmica etc. Outros itens mais modernos e que não foram resgatados pela arqueologia
também se encaixam aqui.
 Representações pictóricas: quadros, fotos, afrescos, pinturas rupestres, charges etc.
 Registros orais: testemunhos pessoais e mitos transmitidos oralmente de geração para
geração.

Existe também uma classificação, para diferenciar-se os tipos de fontes produzidas na própria
época dos acontecimentos daquelas produzidas na posteridade, com base em relatos antigos.
Assim, existem fontes primárias e secundárias. Esses termos, no entanto, estão entrando em
desuso e ficando mais conhecidos como fontes diretas e fontes indiretas. Portanto:

 Fontes diretas: produzidas por pessoas na mesma época dos acontecimentos registrados.
 Fontes indiretas: produzidas com base nos relatos e vestígios da época, portanto, as
fontes indiretas constroem-se por meio das fontes diretas.
Exemplificando essa questão, no estudo da Peste Negra, podemos considerar o relato de
Giovanni Boccaccio como uma fonte primária (ou direta) porque ele viveu em Florença,
na Itália, durante a Peste Negra no século XV e, portanto, presenciou o que aconteceu
durante essa pandemia. Agora, se formos estudar a Peste Negra com base nos estudos de
historiadores modernos, como Jacques Le Goff, estaremos fazendo uso de fontes
secundárias (ou indiretas).

8
3. EXEMPLOS DE FONTES HISTÓRICAS

Agora que ampliamos um pouco nosso conhecimento sobre fontes históricas, podemos ver
alguns exemplos delas
Como exemplo de fonte pictográfica, podemos considerar uma xilogravura produzida por
Benjamin Franklin no século XVIII. Essa xilogravura trazia o escrito “join, or die”, que, em uma
tradução livre, significa “junte-se, ou morra”, e manifestava a intenção de Franklin em unir as
colônias inglesas contra os franceses na América do Norte.
Portanto, ela pode ser utilizada na análise de um determinado contexto da história das Treze
Colônias que se refere à Guerra Franco-Indígena. Posteriormente, essa xilogravura tornou-se um
símbolo utilizado na Revolução Americana e na Guerra Civil Americana.

Quanto às fontes arqueológicas, podemos usar como exemplo os vestígios da civilização


minoica (ou civilização cretense) encontrados pelos arqueólogos na passagem do século XIX
para o XX. Entre esses vestígios estão uma série de afrescos, isto é, pinturas que eram feitas nas
paredes dos palácios. Esses afrescos serviram como base para os historiadores entenderem um
pouco da cultura e da vida dos cretenses. O Palácio de Cnossos é um dos sítios arqueológicos
mais famosos dessa civilização.

4. CARACTERÍSTICAS DAS FONTES HISTÓRICAS

As fontes históricas são então os itens materiais e imateriais ou mesmo vestígios desses itens
(uma vez que muita coisa do passado sobreviveu ao tempo apenas de maneira parcial) que
remetem a um certo passado humano. É por meio delas que os historiadores reconstituem e
interpretam os acontecimentos do passado.

Fontes materiais e imateriais


Uma outra forma de categorização ocorre com base na presença ou ausência de um “suporte”
para a fonte. Ao examinarmos uma fonte, é necessário compreender a distinção entre suporte
e conteúdo.
 Suporte se refere ao material físico que sustenta a fonte, como as páginas de um livro.
9
 Conteúdo, por sua vez, é a informação contida nesse suporte, como a narrativa escrita
naquele livro.
Dessa forma, as fontes materiais são aquelas em que o próprio suporte funciona como a fonte.
Um exemplo disso é um aparelho de rádio.

Por outro lado, as fontes imateriais são aquelas em que o suporte não é considerado ou não é
essencial para a sua existência como fonte. Danças, gestos, culinária e expressões regionais são
exemplos desse tipo de fonte.

5. IMPORTÂNCIA DESSAS FONTES PARA O ESTUDO DA HISTÓRIA

As fontes históricas são as matérias-primas para o trabalho de pessoas historiadoras. Afinal de


contas, elas trazem vestígios de características de épocas passadas.
Isso significa que é a partir delas que as pessoas podem investigar e compreender sobre a história
de populações. Quer dizer: elas são as fontes de todas as pesquisas científicas sobre
acontecimentos.

Exemplo de fonte histórica


Um exemplo específico de fonte histórica é a Carta Magna, também conhecida como Magna
Carta, que foi um documento assinado em 1215 na Inglaterra. A Carta Magna é um marco
importante na história política e jurídica, e estabeleceu princípios fundamentais de direitos e
liberdades individuais.
Atualmente, existem várias cópias originais e cópias posteriores da Carta Magna, e elas são
preservadas em instituições como a British Library, em Londres, e a Biblioteca do Congresso,
nos Estados Unidos.
Esses documentos são fontes históricas valiosas que permitem o estudo e a compreensão dos
eventos e princípios políticos da época.

10
6. CONCLUSÃO

Este trabalho debruça sobre as fontes históricas, sua definição, tipos, características e sua
importância, onde dissemos que as Fontes históricas são vestígios do passado criados ou
modificados pelo ser humano. Elas são utilizadas pelo historiador como forma de investigar
eventos históricos e seus desdobramentos no presente.São exemplos de fontes históricas:
documentos, fotografias, músicas, jogos eletrônicos, revistas, páginas da internet, modificações
na paisagem, estruturas arquitetônicas e qualquer outro objeto/espaço criado ou alterado pelo ser
humano ao longo do tempo histórico.
Contudo, é importante salientar que uma fonte histórica nunca será direta ou indireta de maneira
absoluta. Isso irá variar conforme o tema da pesquisa a ser realizada. Onde também falamos que
as fontes involuntárias tendem a apresentar informações que talvez não fossem apresentadas no
caso de fontes voluntárias, pois não foram idealizadas por alguém que imaginou elaborá-las para
uma pesquisa histórica.
Em diários, por exemplo, o autor escreve sem imaginar que suas ideias serão lidas por outras
pessoas. Isso pode tornar seu discurso mais livre e sua expressão de ideias mais verdadeira.
Esse foi um dos motivos que levou os historiadores da Escola dos Annales a privilegiá-las em
detrimento das fontes voluntárias, ou intencionais.

11
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, José D'Assunção. Fontes Históricas - uma introdução aos seus usos historiográficos:
Editora Vozes, 2019.

CHARTIER, Roger. (1994). A Ordem dos Livros - leitores, autores e bibliotecas na Europa entre
os séculos XIV e XVIII. Brasília: Editora UNB [ original: 1992].

LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas: Unicamp, 1990 [ original 1984].

SEIGNOBOS, C. e LANGLOIS, C. (1946). Introdução aos Estudos Históricos. São Paulo:


Renascença [original: 1897].

12

Você também pode gostar