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e Cooperativismo
Associativismo e Cooperativismo
Adriana Ventola Marra
ISBN 978-85-7648-580-3
9 788576 485803
Associativismo e
Cooperativismo
Adriana Ventola Marra
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Fernando Haddad
ELABORAÇÃO DE CONTEÚDO
Adriana Ventola Marra
M358a
Marra, Adriana Ventola.
Associativismo e cooperativismo / Adriana Ventola Marra. – Rio de Janeiro:
Fundação CECIERJ, 2009.
244p.; 20,5 x 27,5 cm.
ISBN: 978-85-7648-580-3
Associativismo e Cooperativismo
Adriana Ventola Marra
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
OLIGOPÓLIOS OLIGOPSÔNIOS
Trata-se de um mercado em que Trata-se de um mercado
existem muitos compradores em que existem muitos
e alguns grandes vendedores/ vendedores/produtores e
produtores. Exemplo: Com alguns grandes compradores.
poucas indústrias fabricantes de Exemplo: numa determinada
máquinas agrícolas, o produtor região, todos os produtores
rural tem que se submeter aos de fruta contam apenas com a
preços estabelecidos por elas. indústria alimentícia dali para
vender a produção.
8 O que fazer então para mudar essa situação? Seguindo o velho ditado de que
“a união faz a força”, a melhor saída para o produtor é associar-se. Nesse caso,
e-Tec-Brasil – Associativismo e Cooperativismo
Multimídia
Lições do formigueiro
Tanto entre os animais quanto entre os homens, a cooperação parece ser o
fator chave do sucesso. Golfinhos formam grupos para encurralar cardumes
de peixes com resultados muito melhores que durante a caça individual.
Chimpanzés formam bandos de mais de cem indivíduos que os protegem
contra predadores e bandos rivais. A humanidade forma grupos de trabalho
há milhares de anos.
10
Henry Ford revolucionou a indústria com o conceito de linha de montagem,
e-Tec-Brasil – Associativismo e Cooperativismo
Atenção!
Cite dois ou mais exemplos de formas de cooperação que você identifica em sua
cidade ou bairro, relacionando-os com os conceitos apresentados nesta aula.
Resumo histórico e principais conceitos do 11
agronegócio
Explicativo
Pecuária extensiva
Michael Ring
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/826169
Nessa época (final do século XIX), a fazenda tradicional não só plantava e criava,
mas também produzia localmente os meios de transporte (carroças e carros de
boi) e as suas ferramentas (enxada, foice), fertilizantes e outros itens necessários
à fabricação de diversos produtos.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/675079
URBANIZAÇÃO
“Conjunto de técnicas e obras que
permitem dotar uma cidade ou área
de cidade de condições de infra-
estrutura, planejamento, organização
administrativa (...).”
(Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa)
Em meados da década de 1980, os produtores brasileiros começaram a perceber 13
a existência de indústrias de grande porte na área agropecuária, multinacionais,
a) Produção de matérias-primas
Reúne as firmas que fornecem as matérias-primas iniciais para que outras empresas
avancem no processo de produção do produto final (agricultura, pecuária, pesca,
piscicultura etc.).
b) Industrialização
Representa as firmas responsáveis pela transformação das matérias-primas em
produtos finais destinados ao consumidor. Este pode ser uma unidade familiar ou
outra agroindústria.
c) Comercialização
Representa as empresas que estão em contato com o cliente final da cadeia
de produção e que viabilizam o consumo e o comércio dos produtos finais
(supermercados, mercearias, restaurantes, cantinas etc.).
Contudo, cabe destacar que, na prática, o agronegócio e suas fases (agregados) têm
o mesmo significado, sendo que essas fases são distintas:
• Fase 1, “antes da porteira”: setor de INSUMOS e bens de produção, que
14 INSUMOS
equivalem ao conjunto de atividades econômicas que ofertam produtos e serviços
“Todas as despesas
e-Tec-Brasil – Associativismo e Cooperativismo
Curiosidade
Processador
Produtor rural
FATORES DE PRODUÇÃO
O trabalho, o capital
Fornecedor
(máquinas, equipamentos,
(distribuidor)
ferramentas etc.), os
recursos naturais e a
tecnologia utilizados
na produção de um
Fatores de produção bem ou serviço.
renderam ao Brasil US$ 36 bilhões, com SUPERÁVIT de US$ 25,8 bilhões, Medida de tudo aquilo
que é produzido em
empregando mais de 17,7 milhões de trabalhadores no meio rural.
um país durante um
determinado período.
No Brasil, o cálculo
é feito em reais, pois
Multimídia essa é a única forma
de somar bens (carros,
Se você quiser aprofundar este e outros assuntos relacionados à agricultura no toneladas de trigo etc.)
Brasil, acesse o site www.agricultura.gov.br/internacional, no link “Publicações”. e serviços (o produto
gerado em escolas,
bancos, comércio,
hospitais etc.).
Entre 2000 e 2006, as exportações no Brasil do agronegócio apresentaram um
crescimento acumulado de 140% e passaram de US$ 20,6 bilhões para US$ 49,4
bilhões, desempenho que contrasta com o verificado entre 1990 e 2000, quando o SUPERÁVIT
crescimento acumulado foi de 60%. No período de 2001 a 2005, enquanto a média É o excedente que resulta
anual de crescimento das exportações brasileiras de produtos do agronegócio foi da previsão orçamentária
de 17,8%, a média anual de expansão do comércio mundial foi de 9,9%. Em 2005, que obteve mais ganhos
a participação brasileira nas importações mundiais de produtos do agronegócio do que gastos.
O orçamento, nesse
chegou a 5,7%.
caso, é chamado de
No cenário mundial, o Brasil ocupa posição de destaque com diversos itens, sendo superavitário.
o primeiro produtor e exportador de café, açúcar, álcool e sucos de frutas. Além
disso, lidera o ranking das vendas externas de soja, carne bovina, carne de frango,
tabaco, couro e calçados de couro.
Multimídia
Resumindo...
Atividade 1
Você poderia ter indicado diversos tipos de atividades em que as pessoas utilizam
a cooperação para atingir seus objetivos. São elas: exigir seus direitos por meio
de uma associação de moradores e de sindicatos ou simplesmente se unir para ir
ao trabalho, fazer um mutirão para reformar uma casa. Se essas pessoas agissem
de forma individual, dificilmente conseguiriam atingir seus objetivos.
Atividade 2
Todas as empresas que estão fornecendo insumos para a agropecuária fazem parte
do segmento “antes da porteira”. A produção de leite e milho inclui-se no segmento
“dentro da porteira”, pois refere-se à produção agropecuária em si.
Atividade 3
Você poderia ter indicado uma variedade grande de produtos. Se identificou
como produto mais importante o leite, por exemplo, você poderia ter constatado
que as empresas que fazem parte da cadeia produtiva podem se constituir de
fornecedores de ração para o gado, ser a agroindústria que transforma o produto,
o produtor de milho que vende o produto para a fábrica de ração, a loja de
produtos agropecuários que vende os medicamentos para o gado, entre outros.
Atividade 4
Podemos concluir que o ponto forte do agronegócio brasileiro está na agroindústria
e no setor de distribuição, pois são setores mais organizados e agregam maior valor
ao produto. Se, de um lado, a lavoura e a pecuária aumentaram quantitativamente
sua produção, de outro os preços dos produtos agropecuários vêm caindo ao longo
dos anos. Entre outros aspectos da sua importância para o país, o agronegócio
brasileiro, como já dissemos, é responsável por 33% do Produto Interno Bruto
(PIB), 42% das exportações totais e 37% dos empregos brasileiros.
Referências bibliográficas 21
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
cooperativismo
Esse momento histórico teve seu início na Inglaterra na segunda metade do século
XVIII e encerrou a transição entre feudalismo e capitalismo, a fase de acumulação
primitiva de capitais e de preponderância do capital mercantil sobre a produção.
Para aprofundar seus conhecimentos, assista ao filme Tempos modernos, de Charles
Chapplin, 1936. Ele retrata de maneira genial a Revolução Industrial.
27
Figura 2.2: Cena do filme Tempos modernos, de Charles Chaplin, em que ele aparece entre as engre-
nagens de uma grande indústria da época.
Entre os intelectuais, deve-se destacar Robert Owen (Figura 2.3) (1771 –1858)
da Inglaterra, que era sócio de uma grande indústria têxtil e defendeu idéias para
melhorar as condições de vida dos trabalhadores. Agora você pode estar pensando
que defender idéias pode ser fácil, o difícil mesmo é colocá-las em prática. Não é
mesmo?
E foi justamente isso que Robert Owen fez, pois ele começou a aplicar suas idéias 29
em sua própria fábrica: ordenou que diminuíssem a jornada de trabalho, de 16 para
Por tudo isso, Robert Owen é considerado o “Pai do Cooperativismo Moderno” e suas
idéias também foram defendidas por outros intelectuais, como Willian King, Charles
Fourier, John Bellers, Charles Gide, Philippe Buchez e Louis Blanc. Talvez você nunca
tenha ouvido falar nesses homens, então, dê uma boa olhada no boxe multimídia,
pesquise e aprenda sobre a contribuição de cada um deles para o movimento
cooperativista.
Multimídia
www.seplan.go.gov.br/down/cartilha_cooperativismo.pdf
30
e-Tec-Brasil – Associativismo e Cooperativismo
Diante disso, podemos pensar que a cooperativa não obteve sucesso. Mas não é
verdade, visto que em 1848, ou seja, apenas quatro anos após sua fundação, ela
já possuía 140 membros. No ano seguinte, com a falência do principal banco da
região, passou a ter 390 cooperados e teve seu capital elevado de 28 para 1.194
libras.
No ano de sua fundação, a loja abria apenas duas tardes por semana, devido à falta
de recursos financeiros, e os dirigentes se reuniam uma vez por semana em uma sala
emprestada. Portanto, outro fator que demonstra o sucesso da cooperativa é o fato
de que, em 1845, a loja já abria todas as tardes e passava a vender também artigos
como chá e tabaco.
32 O estatuto de Rochdale
e-Tec-Brasil – Associativismo e Cooperativismo
• juros limitados ou fixados sobre o capital com que cada sócio contribuiu
para sua constituição;
Multimídia
Para saber mais sobre a organização social dos índios brasileiros e sua
importância em nossa história, acesse:
http://www.socioambiental.org/pib/portugues/quonqua/cadapovo.shtm
da organização das cooperativas integrais, não teve continuidade. Seus impactos se colonizadores portugueses).
Para saber mais sobre esse assunto, assista ao filme A missão, de 1986, que é
muito fácil de se encontrar em locadoras. Ele é muito recomendado, pois foi
vencedor de importantes prêmios: a Palma de Ouro, em Cannes, e o Oscar de
fotografia. Vale a pena assistir!
Dois anos depois, em 1891, foi fundada uma cooperativa na cidade de Limeira, em
São Paulo, e, em 1895, no Estado de Pernambuco, nascia a Cooperativa de Consumo
de Caramagibe. No ano de 1902, colonos de origem alemã, incentivados pelo jesuíta
Theodor Amstad, fundaram uma cooperativa de crédito rural, em Vila Império,
atualmente Nova Petrópolis/RS. Hoje, denomina-se Cooperativa de Crédito de Nova
Petrópolis, e é a mais antiga cooperativa em atividade no país.
Explicativo
uma profunda revisão, devido às mudanças ocorridas na sociedade brasileira governo para elaborar, redigir
ou reformar a constituição.
desde que foi criada, é essa lei que continua regulando o funcionamento das
cooperativas no Brasil.
CONSTITUIÇÃO
Em março de 1988 foi realizado, em Brasília, o X Congresso Nacional de Lei fundamental e suprema
Cooperativismo, que, após várias discussões e decisões, recomendou à de um Estado, que contém
ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE autonomia ao setor. Portanto, a CONSTITUIÇÃO normas a respeito da formação
dos poderes públicos, forma
Federal de 1988 passou a determinar que as ASSEMBLÉIAS das cooperativas devem
de governo, distribuição de
conduzir autonomamente a sua vida e gestão, sendo proibida a obrigatoriedade
competências, direitos e deveres
de filiação em qualquer instância de representação oficial ou extra-oficial e a dos cidadãos, entre
interferência de organismos externos, sejam estatais, PARAESTATAIS ou privados. outras normas.
Esse fato representou a completa autonomia e independência das cooperativas
em relação ao Estado, que deixou de fiscalizar e intervir na administração das ASSEMBLÉIA
mesmas, sob todos os seus aspectos. Reunião de várias pessoas que
são membros de determinado
grupo, sociedade ou empresa
que discutem e tomam decisões
sobre determinado fim.
PARAESTATAL
Entidade criada por iniciativa
governamental e que exerce
atividade de interesse
público, mas tem a natureza
de instituição privada. Por
exemplo: empresas públicas
(como a Empresa de Correios
e Telégrafos) e empresas de
economia mista (como
a Petrobras).
38
e-Tec-Brasil – Associativismo e Cooperativismo
Explicativo
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
Responda:
Resumindo...
Atividade 2
O fato marcante que fez com que a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale se
tornasse a primeira cooperativa da história e marcasse o surgimento do cooperativismo
moderno foi a elaboração do estatuto, com os princípios cooperativistas que norteiam
as cooperativas até os dias atuais.
Atividade 3
a. Como vimos nesta aula, em 1847, o médico francês Jean Maurice Faivre,
seguidor das idéias de Charles Fourier, fundou, com um grupo de europeus, nos
sertões do Paraná, a colônia Tereza Cristina, organizada em bases cooperativas.
A colônia não era uma cooperativa, e sim uma organização comunitária voltada
para a produção rural que funcionava de acordo com os ideais cooperativistas.
b. Você poderia se lembrar da primeira lei brasileira de 1932, mas o grande impulso
de desenvolvimento ao movimento cooperativista foi quando o governo de Getúlio
Vargas (1930–1945) incentivou a formação de cooperativas agrícolas de trigo e soja.
42 Leitura recomendada
e-Tec-Brasil – Associativismo e Cooperativismo
Referências bibliográficas
BATALHA, M. O. et al. Gestão agroindustrial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. v. 1.
Aula 3
com base na cooperação
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
Outro dia o Sr. Pedro visitou Limeira, cidade localizada no interior de São Paulo,
região de Campinas. Nessa região, existem várias cidades que têm como principal
atividade produtiva o cultivo de laranjas. Limeira e as cidades vizinhas atendem a
uma rede varejista com quase uma centena de lojas em várias cidades do Estado
de São Paulo, inclusive a capital. João da Silva, um pequeno produtor da cidade,
cultiva laranjas, as quais somente poderá fornecer para os meses de junho, julho
e agosto, e mesmo assim só terá frutos em quantidade para atender a cerca de
cinco lojas. Foi então que João ficou com uma dúvida: mesmo que a rede de lojas
queira comprar suas laranjas, quem ficará responsável pela distribuição das frutas
às lojas? Como abastecer as outras 95 lojas? Como abastecer as lojas nos meses
restantes do ano?
46 Conversando com o Sr. Pedro, eles tiveram uma grande idéia. João e os
demais pequenos produtores da cidade criaram uma associação. Eles juntaram
e-Tec-Brasil – Associativismo e Cooperativismo
• associações;
FILANTRÓPICOS
• conselhos;
Palavra derivada
• grêmios;
de filantropia, que
é a ação voltada • clubes;
para a caridade, em • sindicatos;
função do amor à • cooperativas.
humanidade.
Agora vamos estudar mais detalhadamente as associações. O que você acha que é
uma associação? Você conhece alguma?
Associações 47
Para termos uma definição mais clara, podemos considerar como associação uma
pessoa jurídica de natureza privada sem fins lucrativos, em que vários indivíduos se
organizam de forma democrática em defesa de seus interesses.
Saiba mais...
As fundações também são entidades sem fins lucrativos; entretanto, não são
formadas por pessoas, mas por um patrimônio especial que tem origem em uma
pessoa física ou de outra pessoa jurídica. Ex.: Fundação Ayrton Senna.
A associação tem como objetivo principal a prestação de serviços sem visar lucros
e distingue-se de outras entidades pela dupla identidade dos associados, que são
ao mesmo tempo donos e usuários de seus serviços. Como donos, eles precisam
fazer de sua sociedade um negócio rentável e competitivo dentro de seu ramo de
atividade. Como usuários, devem definir o tipo e a qualidade dos serviços a serem
prestados.
48
e-Tec-Brasil – Associativismo e Cooperativismo
Cooperativas
Agora, você deve estar se perguntando: Então, o que é exatamente uma cooperativa?
Ela é diferente de uma associação? Vejamos as informações oficiais:
Por último, temos a questão da economia solidária, que reforça a idéia de que um
grupo de pessoas a partir do trabalho coletivo passa a desenvolver formas de geração
de renda, em que todos e todas têm suas necessidades satisfeitas e o uso dos recursos
naturais é feito de forma responsável e consciente. Na economia solidária, o trabalho
não tem patrão e empregado.
51
http://asn.interjornal.com.br/noticia.kmf?noticia=5597953&canal=1999
52 Desta forma, podemos perceber que as cooperativas baseiam-se em valores de
ajuda mútua e responsabilidade, democracia, igualdade, eqüidade e solidariedade.
e-Tec-Brasil – Associativismo e Cooperativismo
Da mesma forma que fizemos com a Cafisa (no Boxe Curiosidade apresentado
anteriormente), pesquise a história de uma cooperativa. Você pode visitar uma
cooperativa de sua cidade ou pesquisar sua história na internet ou em revistas,
destacando a origem de outras cooperativas. Você pode escolher um ou mais
exemplos.
Sociedades Empresárias 53
Se essas atividades são exercidas por duas ou mais pessoas, temos as sociedades,
que podem ser simples ou empresárias. O que difere uma sociedade simples de uma
sociedade empresária não é o fim lucrativo, e sim a natureza autônoma da atividade.
54 A sociedade empresária é aquela que exerce profissionalmente uma atividade
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços,
e-Tec-Brasil – Associativismo e Cooperativismo
As sociedades simples são formadas por pessoas que exercem profissão intelectual,
de natureza científica, literária ou artística.
Temos, então, que uma loja comercial, um supermercado, uma fábrica são
exemplos de sociedades empresárias. Por outro lado, uma escola, um jornal, um
grupo de teatro são exemplos de sociedades simples.
Qual é a Diferença?
Vamos pensar: no caso relatado no início desta aula, sobre o João da Silva e
os outros produtores rurais de Limeira, qual seria a melhor alternativa? Eles
resolveram montar uma associação, mas não seria mais viável montar uma
cooperativa? Ou uma sociedade empresária? Quando montar uma ou outra? Quais
as vantagens de cada uma?
associação.
Resumindo...
e-Tec-Brasil – Associativismo e Cooperativismo
Atividade 2
Você poderia ter abordado a história de algumas cooperativas de várias formas,
mas é importante que na sua pesquisa você destaque o ano de fundação, quantos
cooperados tinha na época da fundação e quantos tem agora, quais são suas
principais atividades econômicas e se ela passou por momentos de dificuldade e
como foram superados.
Atividade 3
A sociedade empresária é a reunião de duas ou mais pessoas que exercem
profissionalmente uma atividade econômica organizada para a produção ou
circulação de bens ou de serviços, constituindo elemento de empresa. Como
exemplos, você poderia citar qualquer tipo de indústria, supermercado, loja de
roupas e sapatos, restaurante, banco, entre outros.
Atividade 4
Vimos que a associação é mais adequada para levar adiante uma atividade social
e que a cooperativa é mais adequada para desenvolver uma atividade comercial.
Naquele momento, eles escolheram a associação porque seu gerenciamento é mais
simples e o custo de registro é menor. Vale a pena lembrar que, muitas vezes, um
pequeno grupo de produtores rurais inicia a organização de suas atividades por meio
de uma associação, que em função do tempo, do número de associados e de seu
desenvolvimento, acaba se transformando em cooperativa.
60 Referências bibliográficas
e-Tec-Brasil – Associativismo e Cooperativismo
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário eletrônico Aurélio Século XXI. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
Aula 4 – Associações
Na Aula 3, vimos que, de forma geral, o associativismo compreende toda iniciativa
por meio da qual um grupo de pessoas ou de instituições busca realizar determinados
interesses comuns, sejam eles econômicos, sociais, políticos ou culturais.
Fonte: www.freedigitalphotos.net/details.php?gid=204&sgid=&pid=2112
Multimídia
Aula 4 – Associações
Cacau, que tem como objetivo defender os interesses da cacauicultura e promover
o debate dos temas socioeconômicos e ambientais das regiões cacaueiras.
São inúmeros os exemplos que poderíamos citar. Vá aos sites indicados ou use
algum mecanismo de busca (como o Google) para procurar outras associações
de produtores. Veja quantos exemplos existem.
Lendo a história dessas associações, vemos que elas são organizações constituídas
pela união dos produtores rurais com o objetivo de integrar esforços e ações dos
agricultores e seus familiares em benefício da melhoria do processo produtivo e da
própria comunidade às quais pertencem. Visam desenvolver projetos de produção,
defender os interesses dos associados e prestar assistência técnica aos próprios
produtores.
ONG
Organização não-
Associações beneficentes de assistência social governamental sem
(filantrópicas) fins lucrativos que
tem finalidade pública
Esse tipo de associação é formado por pessoas físicas ou jurídicas, por meio de e que pode atuar em
seus representantes que trabalham como voluntários com a finalidade de prestar diversas áreas: meio
assistência social a crianças, idosos, portadores de necessidades especiais, ambiente, combate à
pobreza, assistência
pessoas carentes, doentes, entre outros. Muitas vezes, esse tipo de associação
social, saúde,
é popularmente conhecido como ONG, mas vale lembrar que nem toda ONG é educação, reciclagem,
uma associação. desenvolvimento
sustentável.
66 Associações de moradores
e-Tec Brasil – Associativismo e Cooperativismo
Aula 4 – Associações
A grande maioria das escolas de ensino básico tem uma associação de pais e
mestres. Como o próprio nome diz, ela é formada por pais dos alunos, alunos
maiores de 18 anos, professores e funcionários da escola. A principal função dessa
associação é atuar, em conjunto com o Conselho da Escola, na gestão da unidade
escolar, participando das decisões relativas à organização e ao funcionamento
escolar nos aspectos administrativos, pedagógicos e financeiros.
Associações de consumidores
Muitas vezes, os consumidores se sentem lesados pelos vendedores/lojistas ao
comprarem determinados produtos que podem ter problemas de qualidade ou
estar sendo comercializados a preços abusivos. Pensando nessas questões, alguns
consumidores se organizam e fundam associações para defenderem seus direitos.
O próprio CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (CDC) é um exemplo de conquista CÓDIGO DE DEFESA
dessas associações. Em 2000, no Rio de Janeiro, foi criada uma Associação de DO CONSUMIDOR
Consumidores com tais propósitos, cujo site oficial é http://www.adicons.org.br. Lei nº 8.078, de 11 de
setembro de 1990, que
Associações sociais em defesa da vida dispõe sobre os direitos e
deveres do consumidor.
Existem pessoas que se unem em função de uma tragédia que estão vivendo
ou viveram, como o caso de pais e mães que perderam seus filhos vítimas de
balas perdidas ou doença grave. A partir dessas situações, surgem iniciativas
para montar associações que ajudem outras pessoas a vivenciar problemas
semelhantes. Podemos citar como exemplos os Alcoólatras Anônimos, grupos de
prevenção da AIDS, grupos de diabéticos etc. Esse tipo de associação também
comporta entidades que lutam por questões sociais, políticas e culturais próprias
de grupos sociais marginalizados, como os meninos de rua, as prostitutas e os
homossexuais.
Multimídia
Aula 4 – Associações
Quando empresários ou trabalhadores se unem para defender seus interesses profis-
sionais, eles podem formar uma associação de classe, responsável por congregar
os profissionais de determinada área, visando à atualização e ao aprimoramento
profissional através da promoção de eventos, cursos, vendas de publicações da área,
criação de grupos de trabalho por áreas etc.
• um objetivo comum;
• uma liderança;
Se você reler tudo o que foi dito sobre cada associação, provavelmente verá que,
de certa forma, essas três condições estão presentes nas bases da fundação de
cada uma delas. Agora, vamos estudar cada uma dessas condições.
Objetivo comum:
Com certeza, é o primeiro grande passo para se montar uma associação. Não adianta
reunir várias pessoas com necessidades diversas (Figura 4.4).
71
Aula 4 – Associações
Figura 4.4: Pessoas com objetivos diversos.
Como exemplo, podemos citar os vários produtores rurais que vendem produtos
diferenciados: um trabalha com leite, outro com frutas, outro com pequenos
animais e outro com grãos, e cada um enxerga o outro produtor apenas como mais
um competidor. Neste caso, ficaria muito complicado fazer uma associação com
interesses tão diversificados.
As pessoas devem identificar que os seus problemas e/ou suas necessidades são
comuns e reconhecer que podem buscar soluções em conjunto.
72 Liderança:
Para que qualquer atividade em grupo tenha sucesso, é necessário que haja uma
e-Tec Brasil – Associativismo e Cooperativismo
Aula 4 – Associações
Figura 4.5: Participação dos associados numa assembléia.
Deve ficar claro que uma pessoa participativa não é aquela que passa a reunião inteira
falando e dando opiniões, sem escutar as opiniões alheias e sempre achando que
está certa. Participar também não é analisar uma situação, enxergar os problemas
sem expô-los aos demais associados para não criar conflitos. Participar é saber ouvir,
expressar suas opiniões quando é necessário e respeitar a opinião alheia.
Quais as condições necessárias para que as pessoas se mobilizem para formar uma
associação?
2. Dentro desse grupo, sejam escolhidas algumas pessoas para formar uma
comissão provisória que tomará as primeiras providências.
Primeira redação escrita 4. Uma reunião seja convocada para a discussão preliminar do estatuto. (Atenção:
de um documento oficial; nas próximas aulas explicaremos detalhadamente como elaborar um estatuto.)
rascunho.
5. Em toda reunião seja elaborada uma ATA.
ATA
6. Seja convocada a assembléia para a fundação da associação. Nessa assembléia deve
Registro por escrito de ser aprovado o estatuto por pelo menos 2/3 dos membros da associação, deve ser
sessão ou cerimônia
eleita a diretoria e deve-se dar posse a seus membros.
de alguma corporação,
assembléia.
7. Seja feito o registro da associação (Figura 4.6) em um Cartório de Títulos e 75
Documentos (é o tipo de cartório onde se registram documentos de empresas).
Aula 4 – Associações
Para isso, é necessário levar o requerimento de registro (veja exemplo ao final
desta aula), a ata de fundação da associação, o estatuto da associação e os
documentos pessoais do presidente.
Explicativo
– quadro de associados;
Após todos esses passos, a associação estará pronta para o funcionamento, mas
quando os representantes da associação não querem ou não têm tempo de fazer
tudo isso sozinhos (o que é muito comum), podem contratar um contador para
realizar a parte burocrática do registro.
Aula 4 – Associações
Atividade 3 Atende ao Objetivo 3
Resumindo...
Atividade 1
De acordo com as definições dos tipos de associações apresentadas no texto, as
mais adequadas para cada caso são:
Atividade 2
As condições necessárias para que as pessoas se mobilizem a fim de que haja uma
associação são aquelas listadas no texto. Primeiramente, é essencial que todos
tenham um objetivo comum. Em segundo lugar, é importante identificar um bom
líder. Para completar, deve haver a participação efetiva dos membros em todas as
ações da associação.
Atividade 3 79
Aula 4 – Associações
com um objetivo comum, retirar desse grupo uma comissão provisória, que deve
elaborar uma minuta de estatuto, convocar nova reunião com todos os associados
para aprová-la, eleger a diretoria e dar posse a ela. É preciso lembrar também que
todas as reuniões devem ser registradas em atas.
Referências bibliográficas
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário eletrônico Aurélio Século XXI.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
A ASSOCIAÇÃO (NOME DA ASSOCIAÇÃO E DA CIDADE), com sede nesta cidade, à Rua _______
_______________________________________, nº____, por seu Diretor-Presidente abaixo
assinado, (nome, qualificação e endereço residencial), juntamente com o advogado (nome e
nº de registro OAB), vem requerer a V. Sª. se digne determinar seu registro como sociedade
civil, motivo pelo qual anexa os seguintes documentos:
3 – Relação da Diretoria atual com nomes, nacionalidade, estado civil e profissão de seus
membros, assinada pelo Diretor-Presidente, com firma reconhecida.
4 – Relação dos Sócios Fundadores com nomes, nacionalidade, estado civil, profissão dos
mesmos, assinada pelo Diretor-Presidente, com firma reconhecida.
Pede deferimento.
OBJETIVOS
Valores são aspectos que orientam as pessoas nas suas práticas diárias e nos
seus relacionamentos com outras pessoas e instituições. Em suma, os valores são
qualidades pelas quais as instituições são reconhecidas, são méritos que fazem
parte dos ideais e da moral de uma entidade.
84 No cooperativismo, os valores fazem parte da prática cooperativista desde seus
precursores e dos pioneiros de Rochdale (Aula 2). Observe a Figura 5.1:
e-Tec Brasil - Associativismo e Cooperativismo
Ajuda mútua,
solidariedade Igualdade e
Democracia Responsabilidade Honestidade e
e preocupação Responsabilidade eqüidade social transparência
com o
semelhante
Curiosidade
Explicativo
Nesse caso, existem sobras financeiras. Você pode estar se perguntando: O que
é isso? Lembre-se de que a cooperativa é uma entidade sem fins lucrativos;
portanto, se ela recebe mais do que gasta, ela não tem lucro, ela tem sobras
financeiras.
4. Autonomia e Independência
Multimídia
Símbolos do cooperativismo
O cooperativismo possui uma simbologia própria: um emblema e uma bandeira.
Esses símbolos são utilizados e reconhecidos por todas as cooperativas do
mundo.
• O emblema do cooperativismo
Estudaremos primeiro o emblema, que, com certeza, você já viu em alguns produtos
ou serviços que consome em sua casa, pois todos os produtos ou serviços feitos por
uma cooperativa devem ter esse emblema na embalagem.
isso se dá por ser uma árvore bastante resistente que brota em qualquer terreno.
Os pinheiros estão juntos para enfatizar o aspecto da cooperação e de que a
união faz a força. O círculo em volta dos pinheiros quer destacar a questão da
continuidade, representando a vida eterna da cooperativa. A cor verde das árvores
reforça o princípio vital na natureza e o amarelo está representando o Sol como
fonte de energia.
• A bandeira do cooperativismo
Explicativo
Curiosidade
Você certamente já usou algum produto ou serviço feito por cooperativas, embora
não tenha se dado conta disso. Procure identificar em produtos de limpeza,
alimentos e/ou serviços de transporte, médicos, educacionais, entre outros, os
símbolos apresentados nesta aula. Se quiser, comente sobre a qualidade dos
produtos.
Resumindo...
Atividade 2
Podem ser dados exemplos de ações que envolvam escolas para filhos de coope-
rados, palestras em comunidades carentes divulgando e explicando a doutrina
cooperativista e até o auxílio da própria cooperativa para que determinado grupo
funde uma outra cooperativa, melhorando excepcionalmente as condições de vida
desse grupo por meio da cultura da cooperação.
Atividade 3
Você pode buscar exemplos nos produtos alimentícios consumidos em sua casa.
Por exemplo, grande parte dos laticínios que consumimos em nossa casa é
produzida em cooperativas de leite. Se você encontrou alguns desses produtos,
procure identificar em que cooperativa é produzida e qual o seu endereço.
Referências bibliográficas
BATALHA, M. O. et al. Gestão agroindustrial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. v. 1.
OBJETIVOS
Valores são aspectos que orientam as pessoas nas suas práticas diárias e nos
seus relacionamentos com outras pessoas e instituições. Em suma, os valores são
qualidades pelas quais as instituições são reconhecidas, são méritos que fazem
parte dos ideais e da moral de uma entidade.
84 No cooperativismo, os valores fazem parte da prática cooperativista desde seus
precursores e dos pioneiros de Rochdale (Aula 2). Observe a Figura 5.1:
e-Tec Brasil - Associativismo e Cooperativismo
Ajuda mútua,
solidariedade Igualdade e
Democracia Responsabilidade Honestidade e
e preocupação Responsabilidade eqüidade social transparência
com o
semelhante
Curiosidade
Explicativo
Nesse caso, existem sobras financeiras. Você pode estar se perguntando: O que
é isso? Lembre-se de que a cooperativa é uma entidade sem fins lucrativos;
portanto, se ela recebe mais do que gasta, ela não tem lucro, ela tem sobras
financeiras.
4. Autonomia e Independência
Multimídia
Símbolos do cooperativismo
O cooperativismo possui uma simbologia própria: um emblema e uma bandeira.
Esses símbolos são utilizados e reconhecidos por todas as cooperativas do
mundo.
• O emblema do cooperativismo
Estudaremos primeiro o emblema, que, com certeza, você já viu em alguns produtos
ou serviços que consome em sua casa, pois todos os produtos ou serviços feitos por
uma cooperativa devem ter esse emblema na embalagem.
isso se dá por ser uma árvore bastante resistente que brota em qualquer terreno.
Os pinheiros estão juntos para enfatizar o aspecto da cooperação e de que a
união faz a força. O círculo em volta dos pinheiros quer destacar a questão da
continuidade, representando a vida eterna da cooperativa. A cor verde das árvores
reforça o princípio vital na natureza e o amarelo está representando o Sol como
fonte de energia.
• A bandeira do cooperativismo
Explicativo
Curiosidade
Você certamente já usou algum produto ou serviço feito por cooperativas, embora
não tenha se dado conta disso. Procure identificar em produtos de limpeza,
alimentos e/ou serviços de transporte, médicos, educacionais, entre outros, os
símbolos apresentados nesta aula. Se quiser, comente sobre a qualidade dos
produtos.
Resumindo...
Atividade 2
Podem ser dados exemplos de ações que envolvam escolas para filhos de coope-
rados, palestras em comunidades carentes divulgando e explicando a doutrina
cooperativista e até o auxílio da própria cooperativa para que determinado grupo
funde uma outra cooperativa, melhorando excepcionalmente as condições de vida
desse grupo por meio da cultura da cooperação.
Atividade 3
Você pode buscar exemplos nos produtos alimentícios consumidos em sua casa.
Por exemplo, grande parte dos laticínios que consumimos em nossa casa é
produzida em cooperativas de leite. Se você encontrou alguns desses produtos,
procure identificar em que cooperativa é produzida e qual o seu endereço.
Referências bibliográficas
BATALHA, M. O. et al. Gestão agroindustrial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. v. 1.
Aula 6
cooperativista
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
ACI
OCA
OCB
OCE
CONFEDERAÇÃO
Curiosidade
Curiosidade
Voltando um pouco na história, podemos constatar que até a década de 1950 não
havia nenhuma representação para defender os interesses comuns das cooperativas
no Brasil. Foi somente nessa década que surgiu a União Nacional das Associações
de Cooperativas (UNASCO). Alguns grupos dessa entidade se desentenderam e
criaram a Aliança Brasileira de Cooperativas (ABCOOP). A UNASCO e a ABCOOP se
fundiram em 1969, para formar a OCB.
A sede da OCB funcionou em São Paulo até 1972. Depois dessa época, foi transferida
para Brasília/DF, onde funciona até os dias atuais. No mesmo prédio da OCB temos
a representação da ACI e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
(SESCOOP). A OCB tem como principal missão representar todas as cooperativas do
Brasil e atuar como ÓRGÃO TÉCNICO CONSULTIVO junto ao governo. ÓRGÃO TÉCNICO
CONSULTIVO
O SESCOOP foi criado em março de 1999. Tem como objetivos acompanhar o
funcionamento das cooperativas para melhorar o seu desempenho, administrar e Órgão vinculado ao
governo federal que presta
executar o ensino de formação profissional, promover socialmente os trabalhadores
esclarecimentos técnicos
e os associados das cooperativas em todo o território nacional e assessorar o
sobre os aspectos do
governo federal em assuntos de formação profissional e de gestão de cooperativas. cooperativismo.
O SESCOOP mantém uma unidade em cada Estado brasileiro.
Sistema S
O SESCOOP faz parte do chamado “Sistema S”, que é o conjunto de organizações
das entidades corporativas do setor empresarial voltadas para treinamento
profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica.
Além de terem em comum o nome iniciado pela letra S, essas organizações
têm raízes em comum e características organizacionais similares. Fazem parte
desse sistema o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), o Serviço
Social dos Transportes/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST/
SENAT), o Serviço de Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (SEBRAE),
os serviços do setor industrial (SENAI/SESI) e os serviços do setor comercial
(SENAC/SESC).
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Congresso_nacional
FEDERAÇÃO
Associação de entidades
para um fim comum.
Exemplo: Federação da
Agricultura do Estado de
Minas Gerais, que une
Como as cooperativas são classificadas todas as cooperativas e
associações agropecuárias
A cooperativa pode ser classificada em: singular (ou de 1º grau), central ou
de Minas Gerais.
FEDERAÇÃO (ou de 2º grau) e CONFEDERAÇÃO (ou de 3º grau). Sabemos que uma
cooperativa singular ou de 1º grau é constituída por um mínimo de 20 pessoas
CONFEDERAÇÃO Aliança,
físicas e tem como principal objetivo prestar serviços diretos ao associado.
união ou liga de várias
Três ou mais cooperativas singulares ou de 1º grau podem formar uma central ou federações. Exemplo:
uma federação de cooperativas, considerada de 2º grau. Seu objetivo é organizar Confederação Nacional
de Agricultura, que une
comumente e em maior escala os serviços das filiadas, facilitando a troca de
as várias federações de
serviços entre as cooperativas.
agricultura dos
Estados brasileiros.
106 Três ou mais centrais ou federações podem constituir uma confederação, consi-
derada de 3º grau. Ela organiza comumente e em maior escala os serviços das
e-Tec-Brasil – Associativismo e Cooperativismo
federações filiadas.
Podemos concluir que todas essas formas de representação das cooperativas são,
no entanto, reguladoras das cooperativas já existentes, ou seja, é a cooperativa,
ou os cooperados, que procura a federação ou a OCE do seu respectivo Estado
para se inscrever como tal, e só então passar a receber algum tipo de assessoria
técnica, como serviços de advogados e contadores (Figura 6.4).
Atividade 1
No Brasil, a representação das cooperativas recebe o nome de Organização das
Cooperativas Brasileiras (OCB). Ela tem como principal missão representar todas
as cooperativas do Brasil e atuar como órgão técnico que o governo federal utiliza
para fazer consultas sobre as cooperativas e seu funcionamento.
Atividade 2
a. A principal diferença entre as duas é que as federações, também chamadas de
cooperativas de 2º grau, têm como objetivo a organização em comum das cooperativas
singulares de determinado ramo de atividade e Estado brasileiro. As confederações, ou
de 3º grau, são formadas a partir de três federações estaduais de um ramo de atividade
e possuem representatividade nacional.
Aula 7
do cooperativismo
de
ro
Saú
Ag
Hab
itac
iona alho
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nal Con
acio sum
Educ o
Tra
o
dit
spn
Cré
o rte
Meta
Apresentar os ramos do cooperativismo, destacando
o ramo agropecuário.
Objetivos
Ao final do estudo desta aula, você deverá ser capaz
de:
A classificação dos ramos foi dada pela OCB (Organização das Cooperativas
Brasileiras) para facilitar a organização política das cooperativas e possibilitar
sua inserção no mercado competitivo. Veja como é a distribuição do número de
cooperativas brasileiras por ramo de atividade na Tabela 7.1.
Ramo 2007
Agropecuário 1.544
Crédito 1.148
Educacional 337
Especial 12
Habitacional 381
Infra-estrutura 147
Mineral 40
Produção 208
Saúde 919
Trabalho 1.826
Transporte 945
Turismo e Lazer 24
Total 9.538
Fonte: Dados estatísticos da OCB (2008).
Uma boa notícia para você que está fazendo o curso de técnico em agropecuária:
a agropecuária é o ramo mais expressivo do cooperativismo brasileiro. Apesar de
não ser o primeiro em número de cooperativas. O ramo que possui o maior número
116 de cooperativas é o de trabalho. Contudo, o ramo agropecuário é mais expressivo
política e economicamente, com 879.649 associados (Tabela 7.2). É exatamente
e-Tec-Brasil - Associativismo e Cooperativismo
Ramo 2007
Agropecuário 879.649
Consumo 2.468.293
Crédito 2.851.426
Educacional 62.152
Especial 385
Habitacional 98.599
Infra-estrutura 627.523
Mineral 17.402
Produção 11.553
Saúde 245.820
Trabalho 335.286
Transporte 88.386
Turismo e Lazer 1.094
Fonte: Dados estatísticos da OCB (2008).
Agropecuário
Este ramo é formado pelas cooperativas de produtores rurais ou agropastoris e de
MEIOS DE PRODUÇÃO pesca, cujos MEIOS DE PRODUÇÃO são de propriedade do cooperado (Figura 7.1).
Neste caso, máquinas,
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cana-de-a%C3%A7%C3%BAcar
Figura 7.1: Área plantada por um membro de uma cooperativa agropecuária.
Essas cooperativas geralmente cuidam de toda a cadeia produtiva, desde o preparo 117
da terra até a industrialização, além dos serviços prestados aos associados, como
Multimídia
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/91/Brazilian_Oktoberfest_-_Bierwagen.jpg
Figura 7.2: Oktoberfest em Santa Cruz do Sul. Os festejos são realizados por imigrantes alemães
no Brasil.
Curiosidade
Cooperativismo de consumo
Formado pelas cooperativas dedicadas à compra em comum de artigos de consumo
para seus membros (Figura 7.3). Essas cooperativas podem ser fechadas, ou seja,
só admitem membros de determinada empresa ou categoria profissional, ou abertas,
às quais qualquer pessoa pode associar-se.
121
Contudo, da década de 1950 até o início dos anos 1980 essas cooperativas
passaram por algumas dificuldades advindas da não-autorização de seu
funcionamento pelo Ministério da Agricultura e pelo Banco Central. Nos anos
1980, essa postura foi revista e foram implantadas várias cooperativas de crédito
rural, como o Bancoob e o Bansicredi.
Composto pelas cooperativas constituídas por pessoas que precisam ser tuteladas,
ou seja, necessitam de alguém para zelar por elas, administrar os seus bens.
Normalmente as pessoas tuteladas são os menores de 18 anos ou aquelas que
foram interditadas pela justiça.
Curiosidade
Cooperativismo habitacional
Ramo formado por cooperativas destinadas à construção, manutenção e adminis-
tração de conjuntos habitacionais para seus cooperados (Figura 7.5).
125
Esse ramo é composto pelas cooperativas que visam a atender seus cooperados
com serviços de infra-estrutura, tais como energia e telefonia. No Brasil são mais
conhecidas as cooperativas de eletrificação e de telefonia rural. As primeiras
fornecem serviços de energia elétrica, por meio de geração de energia ou apenas
pelo repasse das concessionárias. As segundas, de telefonia rural, são inexpressivas
e não tiveram o mesmo desenvolvimento daquelas de eletrificação rural.
Cooperativismo de produção
Este ramo é formado pelas cooperativas destinadas à produção de vários tipos de
bens e mercadorias. Neste caso, os meios de produção são propriedades coletivas
da cooperativa. É um modelo muito utilizado, como no caso de uma empresa,
normalmente industrial, que entra em falência e os seus empregados assumem a
atividade para manter seus empregos.
Segundo dados da OCB (2007), o Brasil conta com 208 cooperativas de produção,
que possuem 11.553 associados.
Multimídia
Cooperativismo de transporte
Segmento formado por cooperativas que trabalham com o transporte de cargas e
de passageiros. São exemplos desse tipo o transporte individual de passageiros
(táxi e moto-táxi), o transporte coletivo de passageiros (vans e ônibus), o
transporte de cargas (caminhões e furgões) e o transporte escolar (Figura 7.8).
130
e-Tec-Brasil - Associativismo e Cooperativismo
É um ramo relativamente novo, pois foi criado oficialmente pela OCB em abril de
2002. Contudo, já existiam algumas cooperativas de trabalho que atuavam no
setor de transportes. Hoje, segundo dados da OCB (2007), temos 945 cooperativas
e 88.386 associados no Brasil. Exemplificando, podemos citar a COOPERTRANSC
(Cooperativa dos Transportadores Autônomos de Cargas de São Carlos/SP),
fundada em 1998 com 22 cooperados e cujo objetivo era agrupar profissionais
autônomos e dividir entre eles os fretes e serviços de transportes junto a empresas,
distribuidores e fábricas. Site oficial: http://www.coopertransc.com.br.
d. Tem muitas falsas cooperativas que são incentivadas pela terceirização nas
grandes empresas: __________________________
Resumindo...
Atividade 1
O ramo agropecuário é o segundo em número de cooperativas no Brasil (1.544)
e o terceiro em número de cooperados, com 879.649. Mas a maior força está em
sua participação na economia brasileira. Esse ramo respondeu por 3,3 bilhões
das exportações brasileiras, em 2007. Sua participação no PIB em quase todos
os países também é significativa. No caso específico do Brasil, dados da OCB
(2007) afirmam que sua participação no PIB agropecuário foi de 38,4% e no PIB
cooperativo de 47,5%.
134 Atividade 2
De acordo com as informações da aula, podemos concluir que os ramos são:
e-Tec-Brasil - Associativismo e Cooperativismo
a. consumo
b. crédito
c. agropecuário
d. trabalho
e. educacional
f. produção
g. saúde
h. turismo
i. transporte
j. infra-estrutura
Referências bibliográficas
BATALHA, M. O. et al. Gestão agroindustrial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. v. 1.
Aula 8
de cooperativas e associações
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
Presidência
Vice-presidência
Assembléia Geral
Diretoria
Diretor Diretor
Diretor
Vice-presidente Secretário
Auditoria Conselho
Fiscal
Conselho
de Administração
Diretoria Executiva
Jurídico
Departamento de Pessoal
Secretaria
CPD
Limpeza
Fonte: www.sxc.hu
• Ordinária quer dizer comum; logo, uma assembléia é ordinária quando ela
já está programada para acontecer e vão ser tratados assuntos de origem
obrigatória. Elas acontecem sempre uma vez ao ano, no primeiro trimestre
EXERCÍCIO SOCIAL (até 31 de março), após o término do EXERCÍCIO SOCIAL do ano anterior.
Período de tempo Nessas assembléias, a administração apresenta os relatórios sobre a sua gestão
correspondente a um no ano anterior, bem como o BALANÇO PATRIMONIAL e o demonstrativo das
ano, ou seja, o período sobras ou perdas apuradas no período.
de 01/01 a 31/12.
• São consideradas Extraordinárias as Assembléias Gerais aqueles que não têm
BALANÇO um período predeterminado para ocorrer. Podem ser realizadas sempre que os
PATRIMONIAL associados e a administração julgarem necessário. Durante uma Assembléia
Relatório contábil onde Extraordinária, pode-se resolver quaisquer assuntos de interesse dos membros.
são demonstrados os Neste tipo de assembléia, são decididos os seguintes aspectos: reforma do
bens, os direitos e as estatuto, FUSÃO, INCORPORAÇÃO ou desmembramento (dividir os negócios
obrigações da entidade, da entidade), mudanças na organização, o fim da organização, entre outros
avaliados em moeda,
assuntos.
referentes a determinado
exercício social. Resumindo, as principais atribuições da Assembléia Geral são as seguintes:
Responda:
Fonte: www.sxc.hu
Conselho Fiscal
Com o principal objetivo de fiscalizar as ações da Diretoria Executiva, existe o
Conselho Fiscal, independentemente da autorização ou solicitação da própria
diretoria. Este órgão tem como principal atividade a fiscalização de todas as
atividades e serviços da entidade. Para isso, confere mensalmente o saldo existente
em caixa, verifica os extratos das contas bancárias, investiga se as despesas
realizadas estavam previstas no planejamento aprovado pela Assembléia, verifica
se existem reclamações de associados, dá parecer sobre as contas da sociedade,
entre outras atividades estabelecidas pelo Estatuto Social.
Pelo menos uma vez por mês, o Conselho Fiscal reúne-se ordinariamente para
fiscalizar as contas e de forma extraordinária sempre que julgar necessário.
Contudo, em nenhuma das reuniões poderá haver menos de três membros
(SUPLENTES ou efetivos). SUPLENTE
O Conselho Fiscal é formado por três membros efetivos e três suplentes, que Substitui um membro
são eleitos anualmente em Assembléia Geral. Da mesma forma que no Conselho efetivo e assume suas
funções em caso de
de Administração, só é permitida a reeleição de 1/3 (um terço) dos seus
ausência. Exemplo:
componentes. deputado suplente.
Conselho de Ética
O Conselho de Ética realiza um trabalho conjunto com o Conselho Fiscal e viabiliza
aos membros da entidade o devido acompanhamento das ações da Diretoria
Executiva. Como o próprio nome diz, este órgão trata de assuntos referentes à
conduta de todos os membros da associação ou da cooperativa, bem como na
mediação dos conflitos que possam surgir.
Multimídia
Mesmo que os dirigentes eleitos para estes órgãos sejam extremamente competentes
e responsáveis, os donos, ou seja, os associados, devem acompanhar e controlar
suas ações. Disso, com certeza, depende o sucesso ou fracasso dos objetivos atuais
da entidade. Lembre-se do velho ditado: “O olho do dono é que engorda o porco.”
147
b. Qual a função primordial do Conselho Fiscal? Para exercer sua função, ele
necessita de autorização do Conselho de Administração?
Resumindo...
Atividade 1
As principais diferenças nas estruturas administrativas de uma cooperativa/
associação e de uma sociedade empresária estão ligadas ao processo de tomada
de decisões. No primeiro caso, as decisões são tomadas pela Assembléia
Geral de cooperados; no segundo, pelos diretores ou presidente que são as
pessoas que representam a maior parte do capital da empresa. Outra diferença
importante é que nas cooperativas e associações os gestores são escolhidos
entre os próprios associados por meio de eleições e nas empresas comerciais
os gestores são escolhidos pelos donos da empresa.
Atividade 2
a. O principal órgão de uma cooperativa e de uma associação é a Assembléia
Geral, formada por todos os associados.
Atividade 3
a. A autonomia do Conselho de Administração é limitada pelo que está escrito no
Estatuto Social, pois o que não está previsto no estatuto deverá ser decidido
em Assembléia Geral.
POLONIO, Wilson Alves. Manual das sociedades cooperativas. São Paulo: Atlas, 2001.
Como funcionam
Aula 9
cooperativas e associações
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
Figura 9.1: Minuta do Estatuto Social da cooperativa – primeira versão do Estatuto Social.
154 Por esses motivos, na Aula 4, em que estudamos a constituição de uma coope-
rativa, vimos que a primeira ação do grupo escolhido para coordenar os trabalhos
e-Tec Brasil - Associativismo e Cooperativismo
3. direitos e deveres dos associados, o que cada um pode fazer e o que eles têm
a obrigação de fazer;
5. tempo estipulado para o mandato de cada dirigente, que pode ser de até
quatro anos para a Diretoria e o Conselho Administrativo e de até um ano para
o Conselho Fiscal;
Sanja Gjenero
Fonte: www.sxc.hu
Direitos Deveres
Receber retorno proporcional das sobras Respeitar as decisões votadas nas
de capital, no caso das cooperativas. assembléias gerais.
Denunciar, sempre, os procedimentos Freqüentar e votar nas assembléias gerais.
indevidos.
Examinar os livros e documentos da Pagar a cota de capital necessária ao
empresa e solicitar esclarecimentos aos ingresso na cooperativa.
dirigentes, conselheiros e funcionários.
Convocar Assembléia extraordinária, caso Votar e ser votado para cargos
se faça necessário, conforme estabelecido administrativos, fiscais ou outras funções.
no Estatuto.
Obter, antes da realização da Zelar pelo interesse comum e pela
Assembléia Geral, balanços financeiros, autonomia da sociedade.
demonstrativos e relatórios.
Retirar seu capital ao sair da sociedade, Participar das atividades econômicas,
de acordo com o estabelecido no Estatuto, sociais e educativas.
apenas no caso das cooperativas.
Zelar e exigir que cuidem do patrimônio Colaborar no planejamento,
moral e operacional da entidade. funcionamento, avaliação e fiscalização
das atividades.
Desligar-se quando quiser. Debater idéias e decidir pelo voto os
objetivos e as metas de interesse do
grupo.
Buscar capacitação profissional para o
desempenho de suas atividades.
158
e-Tec Brasil - Associativismo e Cooperativismo
Regimento Interno
Existem aspectos determinantes no funcionamento de uma cooperativa e de uma
associação que requerem maior detalhamento e, em geral, são muito específicos
de cada tipo de entidade, ou seja, dependem de seu ramo de atuação, de seu
produto ou serviço prestado e, algumas vezes, seguem um desejo peculiar dos
associados. Para solucionar tais problemas específicos, a entidade pode elaborar
um Regimento Interno.
Saiba mais...
I. a Assembléia Geral;
V. Grupos de Origem.
II. As decisões serão tomadas pela maioria simples dos membros presentes,
exceto para os casos em que haja previsão diversa nos Estatutos.
Fonte: Modelo de Regimento Interno adaptado do site sp.unmp.org.br/index.php?option=com_
docman&task=doc_download&gid=30.
161
Gostaríamos
de saber a opinião
de vocês sobre
este assunto.
documento de extrema importância para as entidades, pois é por meio dela que
verificamos qual foi a opinião das pessoas sobre determinado assunto e o que foi,
exatamente, decidido.
O conteúdo de uma Ata também tem que seguir algumas regras básicas, pois
toda Ata da Assembléia deve conter:
1. não deixar espaço muito grande entre as palavras, para que não haja acrésci-
Aos dias ... do mês de ... do ano de 20..., às ... horas, em ... (indicar a
localidade), Estado de ..., reuniram-se com o propósito de constituírem uma
sociedade cooperativa, nos termos da legislação vigente, as seguintes pessoas:
(nome por extenso, nacionalidade, idade, estado civil, RG, CPF, residência,
número e valor das quotas-parte subscritas de cada fundador). Foi aclamado
para coordenar os trabalhos o Senhor ... (nome do coordenador), que convidou
a mim ... (nome do secretário), para lavrar a presente Ata, tendo participado
ainda da Mesa as seguintes pessoas: (nome e função das pessoas). Assumindo
a direção dos trabalhos, o coordenador solicitou que fosse lido, explicado e
debatido o projeto de Estatuto da sociedade, anteriormente elaborado, o que
foi feito artigo por artigo. O Estatuto foi aprovado pelo voto dos cooperantes
fundadores, cujos nomes estão devidamente consignados nesta Ata. A seguir,
o Senhor Coordenador determinou que se procedesse à eleição dos membros
dos órgãos sociais, conforme dispõe o Estatuto recém-aprovado. Procedida
a votação, foram eleitos para comporem o Conselho de Administração (ou
Diretoria, conforme o caso) os seguintes cooperantes: Presidente: (colocar os
164
demais cargos e respectivos ocupantes); para membros do Conselho Fiscal, os
e-Tec Brasil - Associativismo e Cooperativismo
Após o estudo dos documentos mais importantes que registram e regulam o dia-
a-dia de uma cooperativa e uma associação, podemos perceber a importância de
termos um sistema organizado, em que tudo está devidamente documentado, para
garantir os princípios e os valores cooperativistas, como a eqüidade dos membros
e a valorização das pessoas.
Identifique as principais partes que compõem uma Ata após a análise do modelo
apresentado e a leitura do texto sobre como registrar as assembléias em atas.
165
Atividade 1
Estatuto Social é o documento que equivale ao “contrato social” em empresas
comerciais. Ele é necessário para a constituição de uma cooperativa ou associação
e tem como conteúdo todas as normas que estruturam e regem o funcionamento
dessas organizações. Tais normas englobam: a descrição geral da entidade e seus
objetivos; os direitos e deveres dos associados; as regras para a escolha de seus
dirigentes; as funções dos diferentes órgãos administrativos; as punições aos
desvios de conduta etc.
Atividade 2
Os deveres dos cooperados que não estavam listados podem variar, mas os mais
comuns são: satisfazer pontualmente seus compromissos com a cooperativa, dentre
os quais o de participar ativamente da sua vida societária e empresarial; prestar
à cooperativa as informações relacionadas com as atividades que lhe facultaram
associar-se; cobrir as perdas do exercício, quando houver, proporcionalmente às
operações que realizou com a cooperativa; e levar ao conhecimento do Conselho
de Ética, se houver, ou ao Conselho de Administração e/ou Conselho Fiscal, a
existência de qualquer irregularidade que atente contra a lei, o Estatuto e o
código de ética. Por sua vez, os direitos foram todos contemplados na tabela
apresentada no texto.
Atividade 3
Após sua pesquisa, você deve ter percebido que o Estatuto traz o conjunto
de normas genéricas e princípios de como funcionará a entidade. As regras do
Estatuto seguem a legislação vigente para associações e cooperativas. Por sua
vez, o Regimento Interno é um regulamento interno, particular, que detalha
o Estatuto e todos os princípios nele contidos explicitando as atividades da 167
associação. Portanto, o regimento, apesar de não ser obrigatório, é altamente
Atividade 4
Ao redigir uma Ata, você deve colocar hora, dia, mês, ano e local da realização;
o nome do presidente e do secretário; a quantidade de pessoas presentes; a pauta
do dia; as decisões tomadas; e o fecho: leitura e aprovação da Ata lavrada no livro
de Atas de Assembléias, colhidas as assinaturas do presidente, do secretário e dos
demais membros, quando necessário.
Referências bibliográficas
AGRONEGÓCIO: o portal do pequeno negócio. Disponível em: <http://www.
geranegocio.com.br>. Acesso em: 14 nov. 2008.
Site consultado
SESCOOP, São Paulo. Portal do Cooperativismo. Disponível em: <http://www.port
aldocooperativismo.org.br/sescoop/>. Acesso em: 28 dez. 2007.
Como administrar as finanças
Aula 10
de cooperativas e associações
Sanja Gjenero
DJ Alemão
Fonte: www.sxc.hu
Meta
Apresentar os principais instrumentos que auxiliam
na gestão financeira de uma associação e de uma
cooperativa, dando destaque aos tributos que
incidem sobre essas atividades.
Objetivos
Ao final do estudo desta aula, você deverá ser capaz de:
Essa comparação não faz sentido, pois qualquer organização, seja ela pública,
privada ou filantrópica, deve ter cuidado muito especial na gestão de seus
recursos financeiros.
Flávio Takemoto
Fonte: www.sxc.hu
Quando pensamos em abrir qualquer negócio, a primeira pergunta que nos vem
à mente é exatamente sobre quanto de capital será necessário, ou seja, quanto
dinheiro iremos precisar. Para a constituição de uma cooperativa, o procedimento
CAPITAL SOCIAL é o mesmo. Necessitamos de CAPITAL SOCIAL, que é o valor, em reais, que os
Atenção!
1. Fundo de Reserva, que recebe 10% das sobras líquidas do exercício social, ou
seja, da diferença entre o que foi recebido e o que foi gasto, o que é chamado
de “SOBRAS” (o mesmo que lucro nas empresas privadas); 10% são separados SOBRA
para constituir reserva da cooperativa para emergências futuras. Resultado financeiro
2. Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (FATES), que recebe 5% positivo das operações da
cooperativa ao final do
das mesmas sobras que foram utilizadas para calcular o fundo de reserva. Esse
exercício do ano fiscal.
fundo é destinado à prestação de assistência aos associados, seus familiares e, Quando o resultado
também, se estiver determinado no estatuto, aos empregados da cooperativa. financeiro for negativo, ele
será chamado de “perdas”.
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Se a cooperativa quiser, outros fundos podem ser criados desde que tenham a
aprovação da Assembléia Geral, como, por exemplo, Fundo de Benefícios Sociais
para férias, 13ª retirada (funcionado como um 13o salário), gravidez, entre outros.
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É sempre bom lembrar que, se tivermos despesas maiores que as receitas, teremos
prejuízo (Figura 10.2). A assembléia geral pode resolver utilizar o Fundo de
Reserva para cobrir o prejuízo ou dividi-lo entre os cooperados na mesma
proporção da utilização dos serviços.
Toda organização, seja ela de base cooperativa ou não, deve manter o registro
de todas as suas movimentações financeiras e elaborar relatórios contábeis que
demonstrem sua situação financeira. Os registros e os relatórios formam um sistema
de informações contábeis que auxiliam os gestores no processo de tomada de
decisão das cooperativas. As decisões devem ser sempre baseadas em dados, e os
dados financeiros são, sem sombra de dúvida, muito importantes.
Para que se mantenha todo esse processo funcionando, é necessário que as cooperativas
contem com os serviços de contadores habilitados. A cooperativa pode contratar um
contador no seu quadro de funcionários ou contratar empresas de contabilidade que
realizam esse serviço. (Lembre-se: os funcionários não são os cooperados, e sim
pessoas contratadas para prestar serviços às cooperativas.) Mesmo assim, é importante
que todas as pessoas que façam parte da administração da cooperativa, bem como os
demais cooperados, tenham noções básicas desse processo.
Saiba mais...
Ativo Passivo
Circulante Exigível
Caixa R$ 5.000,00 Fornecedores R$ 7.000,00
Mercadorias R$ 8.000,00 Contas a pagar R$ 3.000,00
Duplicatas a receber R$ 2.000,00 Empréstimos bancários R$ 10.000,00
Permanente Patrimônio Líquido
Móveis e utensílios R$ 10.000,00 Capital social R$ 40.000,00
Veículos R$ 25.000,00 Fundo de reserva R$ 1.000,00
Máquinas e equipamentos R$ 20.000,00 Fates R$ 500,00
Sobras líquidas R$ 8.500,00
Total R$ 70.000,00 Total R$ 70.000,00
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http://www.coamo.com.br
www.aerocred.org.br
www.coopanestes.com.br
Existem outras demonstrações contábeis, tais como a Demonstração de Mutações 179
do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos,
TRIBUTO Você sabe o que são TRIBUTOS? Com certeza, você já pagou vários ao governo de
O termo refere-se a seu Município, Estado ou até mesmo ao Governo federal. Quando você vai a uma loja
impostos, taxas de e compra uma roupa, está pagando um tributo sobre o preço da roupa. Nesse caso,
serviços públicos e você está pagando ICMS – Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
contribuições de melhoria
(decorrente de obras Tributos são as principais fontes de receitas dos governos. Eles podem ser
públicas), contribuindo divididos em contribuições, taxas e impostos. Os impostos são nossos velhos
para a formação da receita conhecidos. Assim como no exemplo do ICMS, o tributo está presente em quase
da União, dos Estados, todos os nossos atos como cidadãos, através de seu pagamento ao governo
do Distrito Federal
ou pelo uso dos serviços públicos oferecidos pelos governos com os recursos
e dos Municípios.
dos tributos. Neste exato momento, ao estudar numa escola pública você está
usufruindo desses serviços.
No caso da cooperativa não poderia ser diferente; ela paga vários tributos ao
exercer suas atividades, com uma ressalva quanto ao Imposto de Renda e à
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Conceitualmente, o ato cooperativo não
FATO GERADOR é FATO GERADOR dos tributos sobre o lucro, portanto não há incidência desses
Situação cuja ocorrência é tributos. Contudo, ao praticar o ato não-cooperativo, quando a cooperativa tem
necessária e suficiente para lucro deve recolher os dois tributos, como vimos na Figura 10.4.
o surgimento da obrigação
Apresentarei, agora, os principais tributos, apenas para que você reconheça cada
tributária. Um imposto
muito conhecido é o
um deles, pois quem vai fazer sua contabilização para efeitos fiscais é o contador
IPTU – Imposto Predial da cooperativa. Os principais tributos de uma cooperativa são:
e Territorial Urbano. Por • IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados): São contribuintes aquelas
exemplo, só pagará IPTU
cooperativas que beneficiam, ou seja, transformam a matéria-prima in natura
quem tiver imóvel urbano,
então a posse ou utilização
em produtos processados. Esse imposto é pago ao governo federal, e seu
do imóvel urbano é o fato valor varia de acordo com a essencialidade do produto, ou seja, quanto mais
gerador do IPTU. essencial o produto, menor sua taxa de IPI.
• CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido): Incide apenas sobre os atos
não-cooperativos.
• FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço): Toda cooperativa deve recolher
mensalmente 8% sobre a folha de pagamento de seus empregados. Esse valor é
depositado em uma conta na Caixa Econômica Federal e pode ser sacado pelo
empregado em situações de aposentadoria e demissão sem justa causa, por
exemplo, como acontece com qualquer outro empregado.
Resumindo...
Atividade 1
O capital social é o valor previsto no estatuto das associações e cooperativas que
forma a participação (em dinheiro, bens ou direitos) dos membros da entidade no
ato de sua constituição, por meio de quotas-parte. Do montante de R$ 100.000,00
a cooperativa deve separar obrigatoriamente 10%, ou seja, R$ 10.000,00, para a
constituição de um Fundo de Reserva, e 5% (R$ 5.000,00) para o FATES. Portanto,
lhe sobram R$ 85.000,00, que podem, de acordo com a decisão da assembléia
geral, ser divididos entre os cooperados na mesma proporção de suas atividades
com a cooperativa, ou ter outros fins como reinvestimento, projetos sociais ou
mesmo a constituição de outro fundo que não seja obrigatório.
Atividade 2
Você poderia argumentar sobre a relevância das informações financeiras no pro-
cesso de tomada de decisão das cooperativas e que, quando as demonstrações
contábeis são realizadas de forma correta, trazem transparência para a
administração, aumentando a confiança dos cooperados nos membros da Diretoria
Executiva. Outro argumento poderia ser que o registro e a apuração de todos
os custos e as despesas associados à atividade-fim da cooperativa auxiliam no
processo de fixação do preço de venda de serviços e mercadorias.
184 Atividade 3
Esta cooperativa deve pagar praticamente todos os impostos listados em nossa
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aula, com exceção do ISS, pois não presta nenhum tipo de serviço. Os tributos
que devem ser recolhidos são: ICMS, PIS, FGTS, INSS; e IR, CSLL e COFINS, sobre
os atos não-cooperativos de vender os produtos aos supermercados.
Referências bibliográficas
BRASIL. Lei no. 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Define a Política Nacional
de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá
outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder
Executivo, Brasília, DF, 16 dez. 1971. Disponível em: <http://www.ocb.org.br/>.
Acesso em: 28 dez. 2007.
Aula 11
desenvolvimento sustentável
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
Nas aulas passadas, estudamos vários itens que são necessários nesse processo
de abertura. Também estudamos a abertura de associações, que é muito similar.
O que faremos agora é apenas organizar esse conhecimento adquirido e apresen-
tá-lo em forma de passos. A realização de todos esses passos é de suma
importância para legalizar as cooperativas e evitar que surjam falsas cooperativas.
Então, vamos aos passos:
3o. Eleger um grupo representativo para que seja elaborado um rascunho (minuta)
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do Estatuto Social.
4o. Discutir com todos os fundadores da cooperativa cada um dos itens do estatuto,
que deve contemplar a área de atuação e os objetivos da cooperativa, em que
condições os membros serão admitidos ou excluídos, qual o valor do capital e
das quotas-parte, entre outras questões.
Administrando a cooperativa
Achou difícil abrir uma cooperativa? Na verdade, o processo pode ser demorado
e burocrático, mas não é necessariamente difícil. Agora, depois da cooperativa
aberta, temos que mantê-la funcionando e fazer com que ela atinja os objetivos
de seus associados. Para isso, necessitamos de uma boa administração ou gestão
(usadas como sinônimos).
189
Toda organização precisa de uma boa administração para sobreviver e ter sucesso.
No mundo atual, cada vez mais globalizado e mutável, a sobrevivência das
organizações está vinculada ao seu poder de competir e à sua capacidade de
190 se antecipar e se adaptar às mudanças. Portanto, as cooperativas e associações
devem estar atentas às características do mercado, com um consumidor cada dia
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Em segundo lugar, fazer uma boa administração não significa usar as técnicas de
gestão mais recentes ou que estão em moda, pois em se tratando de administração,
a técnica pode ser nova ou antiga, estar na moda ou não, mas é preponderante
que ela esteja de acordo com os objetivos da cooperativa e com as pessoas que
nela trabalham. Para isso, os dirigentes devem procurar fazer treinamentos na área
administrativa ou contar com a assessoria de um administrador profissional.
VALOR AGREGADO
O significado está
associado a um produto
com benefício extra
para o usuário/cliente,
no que se refere ao seu
uso, aumentando
a sua utilidade.
Figura 11.3: Valor agregado por meio de processamento do leite.
192
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Curiosidade
Resumindo...
Atividade 1
Você deverá orientá-los no sentido de reunirem um grupo de, no mínimo, 20 pessoas
com os mesmos objetivos. Depois, eles devem buscar orientações na OCE de seu
Estado e elaborar um rascunho de estatuto, que dever ser discutido e aprovado na
Assembléia Geral de constituição. De posse da ata de constituição e o estatuto,
o grupo eleito dirigente deve se encaminhar ao Cartório, à Junta Comercial e ao
Ministério da Fazenda. É importante, também, contar para eles que neste final eles
deveriam contar com a ajuda de um contador.
Atividade 2 195
Atividade 3
As cooperativas e associações contribuem muito para o desenvolvimento humano
e sustentável das comunidades, por meio do aumento da renda e da qualidade
de vida de seus associados e dos investimentos das sobras financeiras na própria
comunidade. As sobras, de acordo com a decisão de todos os associados e
seguindo os princípios cooperativistas, podem ser destinadas a financiar projetos
de relevância social para toda a comunidade em que a cooperativa está inserida.
Referências bibliográficas
BRASIL. Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Disponível em: http://
www.ocb.org.br. Acesso em: 28/12/2007.
POLONIO, W. A.. Manual das sociedades cooperativas. São Paulo: Atlas, 2001.