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29/11/2023, 14:34 UA4 - Parte 2 : A Reforma Agrária no Brasil

UA4 - Parte 2 : A Reforma Agrária no Brasil

Site: Ambiente Virtual de Aprendizagem Impresso por: Mohab Victor Cruz Januário
Curso: Direito Agrário Data: quarta, 29 nov 2023, 14:34
Livro: UA4 - Parte 2 : A Reforma Agrária no Brasil

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Descrição

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Índice

1. Parte 2 : A Reforma Agrária no Brasil

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1. Parte 2 : A Reforma Agrária no Brasil

Apresentação

Este material didático faz parte da disciplina de Direito Agrário. O material tem o intuito de facilitar sua aprendizagem de forma autônoma, e foi
elaborado de forma dinâmica a fim de tornar seu estudo ainda mais eficaz, abordando conteúdos selecionados para o enriquecimento de seu
conhecimento.

Sendo assim, essa Unidade de Aprendizagem 4 tem como objetivo:

Analisar a REFORMA AGRÁRIA NO BRASIL, bem como no que tange a DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL PARA FINS DE
REFORMA AGRÁRIA.

Conheça a conteudista

Prezados Alunos(as),

Sou a Profa. Juliana Aroeira Braga Duarte Ferreira possuo graduação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
(2000). Mestre em Direito Empresarial pela Faculdade Milton Campos.

Atualmente sou professora da Universidade Santa Úrsula-RJ, onde atuo como coordenadora do NEAD, professora do curso de Direito,
Engenharia de Produção e Administração.

Com experiência acadêmica em docência superior por mais de 17 anos,

leciono as disciplinas Tópicos em Direito e Processo do trabalho, Direito Civil, Direito do Trabalho, Direito Empresarial, Direito Constitucional,
Tópicos em Direito Público , Direito do trabalho e Previdenciário, Direito tributário e Tópicos especiais do direito, Direito Agrário e Análise
Econômica do direito.

E-mail para contato: juliana.braga@usu.edu.br

Abs.

Unidade de Aprendizagem 4

CONTEÚDO DA UNIDADE

O objeto da Unidade de Aprendizagem 4 é analisar a REFORMA AGRÁRIA NO BRASIL, bem como no que tange a DESAPROPRIAÇÃO POR
INTERESSE SOCIAL PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA.

DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA

INTRODUÇÃO

Conforme apontado anteriormente, um dos fundamentos centrais da reforma agrária é a função social da propriedade. Nesse liame, a função
social é cumprida quando a propriedade rural atende, de forma simultânea/cumulativa, segundo graus e critérios estabelecidos na lei, os
seguintes requisitos, que também estão elencados no art. 186 da CF/88:

Aproveitamento racional e adequado

É racional e adequado o aproveitamento que atinja o Grau de Utilização da Terra (GUT), bem como o Grau de Eficiência na Exploração da
Terra (GEET), conforme preleciona o art. 6º, §§ 1º a 7º da Lei 8.629/93. Propriedade produtiva é aquela que, explorada economicamente e
racionalmente, atinge, simultaneamente, o Grau de Utilização da Terra - GUT igual ou superior a 80% e o Grau de Eficiência da Exploração da
Terra - GEET, igual ou superior a 100%.

O Grau de Utilização da Terra - GUT é a relação entre a área efetivamente utilizada e a área aproveitável do imóvel.

Ex.: se um imóvel possui 200 hectares de área aproveitável e são utilizados 160 hectares, o GUT equivale a 80%.

CUIDADO : a área total de um imóvel NÃO é, necessariamente, uma área aproveitável com condições de produtividade.

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Ex.: reserva legal, área incapaz de receber plantio, determinada área que por disposição legal não pode ser explorada economicamente.

Cuidado : É imperioso observar para que uma terra seja considerada produtiva, é necessário que o GUT seja igual ou superior a 80% e,
concomitantemente, o GEET seja igual ou superior a 100%. Caso a área aproveitável do imóvel não esteja sujeita aos índices estabelecidos,
poderá ser desapropriada para fins de reforma agrária.

Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente

É adequada a utilização dos recursos naturais disponíveis quando a exploração se faz respeitando a vocação natural da terra, de modo a
manter o potencial produtivo da propriedade.

Objetiva-se a preservação do meio ambiente, a manutenção das características próprias do meio natural e da qualidade dos recursos
ambientais, na medida adequada à manutenção do equilíbrio ecológico da propriedade e da saúde e qualidade de vida das comunidades
vizinhas. Salienta-se que não há como desconsiderar a conexão dos dispositivos que tratam das condições de produtividade do modelo
agrário (seja o modelo de reforma agrária ou do agronegócio, voltado para a ordem econômica) do art. 225 da CF/88, que trata da
preservação ambiental, direito de 3ª dimensão, como premissa de um meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Ex: Joaquim é proprietário de um imóvel rural cortado por diversos cursos d’água com 150 hectares integralmente utilizados para o plantio de
soja. Joaquim ganhou prêmio de produtor rural do ano, diante da alta produtividade de seu imóvel rural. Segundo a Constituição da República,
seu imóvel rural não cumpre com sua função social, diante da ausência de preservação do meio ambiente.

Observância das disposições que regulam as relações de trabalho

Implica tanto o respeito às leis trabalhistas e aos contratos coletivos de trabalho, como às disposições que disciplinam os contratos de
arrendamento e parceria rurais.

EX: José é proprietário de um imóvel rural de 700 hectares, com 40 hectares cultivados. O restante da área está ocupado com pastagem
altamente degradada. A rentabilidade da área cultivada garante um excelente padrão de vida a José e sua família. A Fazenda é cortada por
três cursos d'água sem área de preservação permanente. Não há reserva legal. José possui três funcionários, com jornada de trabalho
integral, que recebem R$ 200,00 por mês. A propriedade rural não cumpre sua função social.

Exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores

A exploração que favorece o bem-estar dos proprietários e trabalhadores rurais é a que objetiva o atendimento das necessidades básicas dos
que trabalham a terra, observa as normas de segurança do trabalho e não provoca conflitos e tensões sociais no imóvel.

CUIDADO : De acordo com a Lei 8.629/1993, função social da propriedade rural é cumprida quando são atendidos, simultaneamente, os
seguintes requisitos: aproveitamento racional e adequado; utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente; observância das disposições que regulam as relações de trabalho; e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos
trabalhadores.

ÁREAS NÃO APROVEITÁVEIS

São as áreas que serão desconsideradas para efeitos de cálculo do Grau de Utilização da Terra - GUT. Estão previstas no art. 10 da Lei
8.629/93:

1) Áreas ocupadas por construções e instalações, excetuadas aquelas destinadas a fins produtivos, como estufas, viveiros, sementeiros,
tanques de reprodução e criação de peixes e outros semelhantes;

2) Áreas comprovadamente imprestáveis para qualquer tipo de exploração agrícola, pecuária, florestal ou extrativa vegetal;

CUIDADO : trata-se de uma área não aproveitável avaliada de forma técnica, mediante perícia.

3) Áreas sob efetiva exploração mineral;

4) Áreas de efetiva preservação permanente e demais áreas protegidas por legislação relativa à conservação dos recursos naturais e à
preservação do meio ambiente. Ressalta-se que não perderá a condição de propriedade produtiva o imóvel que, por razões de caso fortuito,
força maior ou renovação de pastagens, devidamente comprovados pelo órgão competente, deixar de apresentar, no respectivo ano, os graus
mínimos exigidos, de acordo com o art. 6º, § 7º da Lei 8.629/93.

Da mesma forma, há presunção legal de produtividade na propriedade destinada oficialmente à execução de atividades de pesquisa
relacionadas ao avanço tecnológico da agricultura, desde que pelo menos 80% da área aproveitável do imóvel esteja sendo utilizada para a
respectiva atividade.

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Por fim, no que se refere às áreas de reserva legal e de preservação permanente, o STF estabeleceu a exigência de descrição cartorária no
registro de imóveis para que não sejam consideradas áreas aproveitáveis, conforme julgado abaixo colacionado:

[...] Para a exclusão das áreas de preservação permanente ou de reserva legal, estas devem estar devidamente averbadas no respectivo
registro do imóvel. Não se encontrando individualizada na averbação, a reserva florestal não poderá ser excluída da área total do imóvel
desapropriando para efeito de cálculo da produtividade. (STF, MS 24.924/DF).

CONCEITO

Conforme Celso Antônio Bandeira de Melo, a desapropriação é o procedimento através do qual o poder público compulsoriamente despoja
alguém de uma propriedade e a adquire, mediante indenização, fundado em um interesse público.

Outrossim, segundo o prof. André Lopes, a desapropriação é considerada uma sanção ao proprietário que não observa os regramentos
relacionados ao cumprimento da função social da propriedade.

NATUREZA JURÍDICA

Trata-se de um modo originário de aquisição de propriedade, ou seja, o ente desapropriante recebe o bem livre de qualquer ônus ou restrição,
nos termos do art. 184, § 5º da CF/88.

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SOBRE A DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA

Dispõe o art. 22 da CF/88 que:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

II - desapropriação.

O legislador determinou que será dada prioridade à destinação das terras rurais públicas (União, Estados e Municípios) para a reforma
agrária.

A ideia é que só haja terras rurais públicas ligadas à reserva indígena, parques, reforma agrária e à atividade de pesquisa, experimentação,
demonstração e fomento de atividades voltadas ao desenvolvimento da agricultura, pecuária, preservação do meio ambiente, segurança,
treinamento militar, educação, readequação social e defesa nacional.

Tal ideia pode ser visualizada, ainda, no art. 13 da Lei 8.629/93: A

Art. 13. As terras rurais de domínio da União, dos Estados e dos Municípios ficam destinadas, preferencialmente, à execução de planos de
reforma agrária.

Parágrafo único. Excetuando-se as reservas indígenas e os parques, somente se admitirá a existência de imóveis rurais de propriedade
pública, com objetivos diversos dos previstos neste artigo, se o poder público os explorar direta ou indiretamente para pesquisa,
experimentação, demonstração e fomento de atividades relativas ao desenvolvimento da agricultura, pecuária, preservação ecológica, áreas
de segurança, treinamento militar, educação de todo tipo, readequação social e defesa nacional.

A desapropriação sancionatória rural só pode ser implementada quando a propriedade rural não cumprir sua função social.

Esse tipo de desapropriação é uma sanção aplicada pela União ao proprietário de imóvel rural. Ademais, a desapropriação por interesse
social para fins de reforma agrária está prevista nos arts. 184 a 186 da CF/88 e regulada no âmbito procedimental judicial pela Lei
Complementar 76/93.

Isto posto, é preciso evidenciar o que prevê o art. 184 da Carta Magna:

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função
social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de
até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.

§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de
desapropriação. § 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de
desapropriação.

§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa
de reforma agrária no exercício.

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§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma
agrária.

CUIDADO : A competência para desapropriar para fins da reforma agrária é exclusiva da União, conforme visualizado no caput do art. 184.
Frisa-se que os demais entes podem desapropriar por interesse social, desde que não seja a destinação do bem imóvel para a reforma
agrária

CUIDADO : o INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária é o órgão responsável pela formulação e execução da política
fundiária nacional. Dentre suas atribuições está a realização de projetos de colonização em áreas de conflitos e a criação de projetos de
assentamentos no Brasil.

O pagamento será feito por meio de Títulos da Dívida Agrária (TDA), com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até
20 anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. As benfeitorias úteis e necessárias são indenizadas,
no momento inicial da desapropriação, em dinheiro, enquanto as voluptuárias não são indenizadas.

Evidencia-se, por fim, que o STJ firmou entendimento segundo o qual, caso haja necessidade de serem emitidas TDAs complementares
decorrentes de diferença maior entre o valor definido em sentença e o valor ofertado na inicial, o prazo de resgate dessas TDAs
complementares será de 20 anos contados da imissão na posse, e não de sua emissão (REsp 849.815).

Em termos práticos, quando o INCRA identifica que determinada propriedade é apta a participar do programa de reforma agrária, ele se
comunica com o proprietário, promove uma vistoria no imóvel e conclui a respeito da possibilidade de o bem ser desapropriado. Após isso,
invoca a manifestação do Presidente da República, fornecendo dados técnicos, a fim de que ele reconheça o interesse social.

O Presidente faz o reconhecimento por meio de decreto presidencial, identificando que o imóvel não cumpre com sua função social e,
portanto, é de interesse social para fins de reforma agrária.

Publicado o decreto, o INCRA está apto a propor uma ação judicial e se imitir na posse liminarmente, caso não tenha havido pacto com o
proprietário. Importante destacar que na ação judicial o proprietário somente poderá discutir o preço da indenização pela desapropriação,
considerando que o interesse social no imóvel já foi reconhecido pelo Presidente da República, não cabendo discussão acerca da sua função
social.

Nesse sentido, é comum que o proprietário discorde do preço apresentado pelo INCRA, razão pela qual pode existir uma TDA para o valor
inicial ofertado e outra TDA complementar caso o Juízo entenda que o imóvel possui valor maior que o ofertado pelo INCRA, de modo que o
prazo de 20 anos de resgate da TDA pelo proprietário será contado da data da imissão na posse, e não de sua emissão.

IMUNIDADES DESAPROPRIATÓRIAS

Desde que o proprietário não possua outra propriedade rural, a desapropriação não pode incidir sobre a propriedade produtiva, cuja
produtividade será aferida mediante análise do GUT e do GEET.

Outrossim, como regra, a desapropriação não pode incidir sobre a pequena e média propriedade rural.

A Lei 8.629/93 também define os critérios da pequena e média propriedade rural, conforme requisitos abaixo apresentados:

Art. 4º Para os efeitos desta lei, conceituam-se:

I - Imóvel Rural - o prédio rústico de área contínua, qualquer que seja a sua localização, que se destine ou possa se destinar à exploração
agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agroindustrial;

II - Pequena Propriedade - o imóvel rural: a) de área compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais; a) de área até quatro módulos
fiscais, respeitada a fração mínima de parcelamento;

III - Média Propriedade - o imóvel rural: a) de área superior a 4 (quatro) e até 15 (quinze) módulos fiscais

CUIDADO : A pequena propriedade rural, entendida como o imóvel rural de até quatro módulos rurais, respeitada a fração mínima de
parcelamento, é impenhorável se explorada pela família.

CUIDADO : Considera-se imóvel rural, o prédio rústico, de área contínua, qualquer que seja a sua localização, que se destina à exploração
extrativa agrícola, pecuária ou agroindustrial, quer através de planos públicos de valorização, quer através de iniciativa privada.

CUIDADO : Importante reiterar que o critério para definir um imóvel como rural não é a sua localização, mas sim a sua destinação.

As imunidades desapropriatórias estão elencadas na própria CF/88:

Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:

I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;

II - a propriedade produtiva.

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Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua
função social.

CUIDADO : Ressalta-se que a proibição de desapropriação da pequena e média propriedade rural é uma proibição relativa, uma vez que ela
poderá ser desapropriada quando for improdutiva e/ou quando seu proprietário possuir outra(s).

NA PRÓXIMA AULA:

Estudaremos DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA (PARTE 2), bem como outras
peculiaridades sobre esse pertinente tema.

Dica da professora

LEITURA DA LEI Nº 8.629, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1993: Dispõe sobre a regulamentação dos dispositivos constitucionais relativos à
reforma agrária, previstos no Capítulo III, Título VII, da Constituição Federal.

LEITURA DO ESTATUTO DA TERRA : LEI Nº 4.504, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1964: A lei regula os direitos e obrigações concernentes aos
bens imóveis rurais, para os fins de execução da Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola.

Exercícios de Fixação

QUESTÃO Nº 1 - Nos termos da Lei nº 8.629/1993 — Regulamentação dos Dispositivos Constitucionais Relativos à Reforma Agrária,
considera-se média propriedade o imóvel rural:

A) De área superior a 1 e até 5 módulos fiscais.

B) De área superior a 2 e até 10 módulos fiscais.

C) De área superior a 4 e até 15 módulos fiscais.

D) De área superior a 5 e até 20 módulos fiscais.

QUESTÃO Nº 2 - Conforme a Lei n.º 8.629/1993, consideram-se não aproveitáveis, para fins de reforma agrária, as áreas

I. sob efetiva exploração mineral.

II. ocupadas por viveiros.

III. imprestáveis para exploração agrícola, sendo prescindível a comprovação dessa condição.

IV. de efetiva preservação permanente.

Assinale a opção correta.

A) Apenas os itens I e II estão certos. .

B) Apenas os itens I e IV estão certos.

C) Apenas os itens II e III estão certos.

D) Apenas os itens III e IV estão certos.

QUESTÃO Nº 3 - O Estatuto da Terra e a Lei 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, preveem a Reforma Agrária, que tem como objeto ou meta a
implantação de assentamentos de pessoas ligadas à terra, com base em vários princípios orientadores. Avalie se tais vínculos incluem, entre
outros:

I. condicionar o uso da terra à sua função social.


II. a sustentabilidade ambiental.
III. o acesso de qualquer pessoa nacional à terra.

Está correto o que se afirma em:

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A) I, II e III.

B) I e II, apenas.

C) I e III, apenas.

D) II e III, apenas.

QUESTÃO Nº 4 - De acordo com a Lei n.º 8.629/1993, função social da propriedade rural é cumprida quando são atendidos,
simultaneamente, os seguintes requisitos

A) aproveitamento racional e adequado da tecnologia; utilização adequada das dotações orçamentárias disponíveis; aproveitamento
econômico do meio ambiente; observância das disposições que regulam as relações de trabalho; e exploração que favoreça o bem-estar dos
proprietários e dos trabalhadores.

B) utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação da qualidade de vida dos trabalhadores rurais; observância das
disposições que regulam as relações de trabalho remunerado exercido pelo menor-aprendiz; e exploração da mão-de-obra itinerante que
favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores urbanos.

C) aproveitamento racional e adequado; utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; observância
das disposições que regulam as relações de trabalho; e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

D) aproveitamento total dos recursos minerais empregados na recuperação dos solos degradados; utilização adequada dos agrotóxicos
disponíveis nos limites arbitrados pela legislação vigente; e preservação da capacidade produtiva do agronegócio visando a melhor
distribuição dos alimentos para todas as regiões do país.

QUESTÃO Nº 5 - Segundo o que dispõe o Art. 10º da Lei nº 8.629/93, é correto afirmar que uma das áreas consideradas como sendo “não
aproveitáveis” é

A) aquela sob efetiva exploração mineral.

B) a do imóvel rural com baixa fertilidade.

C) a ocupada com exploração agropecuária.

D) a terra rural de domínio da União, Estados e Municípios.

Saiba Mais

Desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária. - Instituída pela Constituição de 1946, art. 147 c/c art. 141, § 16:

Art. 147. O uso da propriedade será condicionado ao bem-estar social. A lei poderá, com observância do disposto no art. 141, § 16, promover
a justa distribuição da propriedade, com igual oportunidade para todos.

Art. 141. A Constituição assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dos direitos concernentes à vida, à
liberdade, à segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes: .......... § 16 – É garantido o direito de propriedade, salvo o caso de
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante prévia e justa indenização em dinheiro. Em caso de
perigo iminente, como guerra ou comoção intestina, as autoridades competentes poderão usar da propriedade particular, se assim o exigir o
bem público, ficando, todavia, assegurado o direito a indenização ulterior.

Objeto: art. 184, caput, CF.

- Vedações à desapropriação: art. 185, CF (crítica); art. 7º, da Lei n. 8.629/1993.

- Regulamentação: Lei Complementar n. 76/1993 (com as modificações da Lei Complementar n. 88/1996);

Lei n. 8.629/1993 (com várias modificações por Medidas Provisórias).

- Competência: exclusiva da União (art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.629/1993).

Referências Bibliográficas

Tartuce, Flávio Manual de Direito Civil: volume único / Flávio Tartuce. – 12. ed. – Rio de Janeiro, Forense; METODO, 2022.

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Marques, Benedito Ferreira Direito agrário brasileiro / Benedito Ferreira Marques. – 11. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2015.

O direito agrário nos trinta anos da constituição de 1988: estudos em homenagemao professor Dr. Darcy Walmor Zibetti/ coordenadores
Albenir Querubini …[et al.]. –Londrina, PR: Thoth, 2018.

Opitz, Silvia C. B.Curso completo de direito agrário / Silvia C. B. Opitz, Oswaldo Opitz. – 11. ed. rev. e atual. – São Paulo : Saraiva,2017.

Gabarito

Questão 1: GABARITO : LETRA C

JUSTIFICATIVA DO GABARITO

A Lei 8.629/93 também define os critérios da pequena e média propriedade rural, conforme requisitos abaixo apresentados:

Art. 4º Para os efeitos desta lei, conceituam-se:

I - Imóvel Rural - o prédio rústico de área contínua, qualquer que seja a sua localização, que se destine ou possa se destinar à exploração
agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agroindustrial;

II - Pequena Propriedade - o imóvel rural: a) de área compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais;

a) de área até quatro módulos fiscais, respeitada a fração mínima de parcelamento;

III - Média Propriedade - o imóvel rural: a) de área superior a 4 (quatro) e até 15 (quinze) módulos fiscais.

Questão 2: GABARITO : LETRA B

JUSTIFICATIVA DO GABARITO

A FUNÇÃO SOCIAL é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo graus e critérios estabelecidos nesta lei, os
seguintes requisitos:

I - APROVEITAMENTO RACIONAL e ADEQUADO;

II - UTILIZAÇÃO ADEQUADA DOS RECURSOS NATURAIS disponíveis e PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE;

III - observância das disposições que regulam as RELAÇÕES DE TRABALHO;

IV - exploração que favoreça o BEM-ESTAR DOS PROPRIETÁRIOS E DOS TRABALHADORES.

Para efeito do que dispõe esta lei, consideram-se NÃO APROVEITÁVEIS:

I - as áreas ocupadas por construções e instalações, excetuadas aquelas destinadas a fins produtivos, como estufas, viveiros, sementeiros,
tanques de reprodução e criação de peixes e outros semelhantes;

II - as áreas comprovadamente imprestáveis para qualquer tipo de exploração agrícola, pecuária, florestal ou extrativa vegetal;

III - as áreas sob efetiva exploração mineral;

IV - as áreas de efetiva preservação permanente e demais áreas protegidas por legislação relativa à conservação dos recursos naturais e à
preservação do meio ambiente.

V - as áreas com remanescentes de vegetação nativa efetivamente conservada não protegidas pela legislação ambiental e não submetidas a
exploração nos termos do inciso IV do § 3º do art. 6º desta Lei (as áreas de exploração de florestas nativas, de acordo com plano de
exploração e nas condições estabelecidas pelo órgão federal competente);.

Questão 3: GABARITO : LETRA A

JUSTIFICATIVA DO GABARITO

Art. 115. As atribuições conferidas à Superintendência de Política Agrária pela , e que não são transferidas para o Instituto Brasileiro de
Reforma Agrária, ficam distribuídas pelos órgãos federais, na forma dos seguintes dispositivos:

I - para os órgãos próprios do Ministério da Agricultura, transferem-se as atribuições, de:

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a) planejar e executar, direta ou indiretamente, programas de colonização visando à fixação e ao acesso à terra própria de agricultores e
trabalhadores sem terra nacionais ou estrangeiros, radicados no país, mediante a formação de unidades familiares reunidas em
cooperativas nas áreas de ocupação pioneira e, nos vazios demográficos e econômicos;

Questão 4: GABARITO : LETRA C

JUSTIFICATIVA DO GABARITO

Lei n.º 8.629/93 - Art. 9º A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo graus e critérios
estabelecidos nesta lei, os seguintes requisitos:

I - Aproveitamento racional e adequado;

-§ 1º Considera-se racional e adequado o aproveitamento que atinja os graus de utilização da terra e de eficiência na exploração
especificados nos §§ 1º a 7º do art. 6º desta lei.

II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

§ 2º Considera-se adequada a utilização dos recursos naturais disponíveis quando a exploração se faz respeitando a vocação natural da terra,
de modo a manter o potencial produtivo da propriedade.

§ 3º Considera-se preservação do meio ambiente a manutenção das características próprias do meio natural e da qualidade dos recursos
ambientais, na medida adequada à manutenção do equilíbrio ecológico da propriedade e da saúde e qualidade de vida das comunidades
vizinhas.

III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

§ 4º A observância das disposições que regulam as relações de trabalho implica tanto o respeito às leis trabalhistas e aos contratos coletivos
de trabalho, como às disposições que disciplinam os contratos de arrendamento e parceria rurais.

IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

§ 5º A exploração que favorece o bem-estar dos proprietários e trabalhadores rurais é a que objetiva o atendimento das necessidades básicas
dos que trabalham a terra, observa as normas de segurança do trabalho e não provoca conflitos e tensões sociais no imóvel.

Questão 5: GABARITO : LETRA A

JUSTIFICATIVA DO GABARITO

Art. 10. Para efeito do que dispõe esta lei, consideram-se não aproveitáveis:

I - as áreas ocupadas por construções e instalações, excetuadas aquelas destinadas a fins produtivos, como estufas, viveiros, sementeiros,
tanques de reprodução e criação de peixes e outros semelhantes;

II - as áreas comprovadamente imprestáveis para qualquer tipo de exploração agrícola, pecuária, florestal ou extrativa vegetal;

III - as áreas sob efetiva exploração mineral;

IV - as áreas de efetiva preservação permanente e demais áreas protegidas por legislação relativa à conservação dos recursos naturais e à
preservação do meio ambiente.

V - as áreas com remanescentes de vegetação nativa efetivamente conservada não protegidas pela legislação ambiental e não submetidas a
exploração nos termos do inciso IV do § 3º do art. 6º desta Lei

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